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Aula 3 Direito Internacional

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Os Tratados são a principal fonte do Direito Internacional Público.
A expressão “Tratado” foi escolhida pela Convenção de Viena de 1969 como o termo indicado para designar um acordo internacional, independente de qual seja sua denominação específica.
O artigo 2º. Da Convenção de Viena de 23 de maio de 1969 define Tratado.
“Tratado” significa um acordo internacional concluído por escrito entre Estados e regido pelo Direito Internacional, quer conste de um instrumento único, quer de dois ou mais instrumentos conexos, qualquer que seja sua denominação específica.”
Características:
Consensualismo 
Ausência de hierarquia
Ausência de formalismo 
 Consensualismo – significa a autonomia da vontade dos sujeitos de Direito Internacional. Os próprios sujeitos definem as características de cada Tratado, como por exemplo o tema a ser abordado, que Estados podem dele participar.
 Ausência de hierarquia – não há hierarquia entre os Tratados. A exceção à regra é o jus cogens, considerada uma espécie de norma obrigatória a todos os Estados, e que, portanto, se coloca acima dos demais Tratados. 
A Carta da ONU é taxativa ao afirmar a sua preponderância sobre os demais Tratados.
“Artigo 103. No caso de conflito entre as obrigações dos membros das Nações Unidas em virtude da presente Carta e as obrigações resultantes de qualquer outro acordo internacional, prevalecerão as obrigações assumidas em virtude da presente Carta.”
- Ausência de Formalismo – os Tratados devem ser realizados por escrito, entretanto, não existem procedimentos específicos e rígidos para a redação dos Tratados.
Na maioria das vezes o processo de elaboração de um Tratado segue um procedimento específico construído costumeiramente.
No Direito Internacional a denominação do Tratado (convenção, protocolo, acordo, etc) não quer dizer, necessariamente, sua importância ou quorum de aprovação.
Os Tratados tratam das normas jurídicas adotadas pelos Estados e Organizações Internacionais sobre os mais diversos assuntos.
Os Tratados podem ser bilaterais ou coletivos.
Bilateral – quando envolve apenas dois sujeitos do Direito Internacional
Multilateral ou Coletivo – com a participação de três ou mais sujeitos
Usos mais comuns para cada categoria de Tratado.
Tratado – utilizado para Tratados solenes como nos Tratados de Paz (Tratado de Paz de Versalhes, de 1919, que encerrou a Primeira Guerra Mundial e Acordo de Paz de Paris, de 1973, cujo objetivo foi o de estabelecer a paz no Vietnam e acabar com a Guerra).
Artigo 2
Expressões Empregadas 
1. Para os fins da presente Convenção: 
a)“tratado” significa um acordo internacional concluído por escrito entre Estados e regido pelo Direito Internacional, quer conste de um instrumento único, quer de dois ou mais instrumentos conexos, qualquer que seja sua denominação específica;
[...]
Declaração – é um Tratado que cria princípios gerais, mas não gera compromisso para os sujeitos de Direito Internacional (Declaração Sociolaboral do Mercosul)
Ato – Tratado que cria regras de direito; não cria efeitos jurídicos obrigatórios, mas somente morais (Atos assinados por ocasião da reunião bilateral entre a Presidenta Dilma Rousseff e o Primeiro-Ministro chinês, Wen Jiabao, à margem da Conferência Rio+20)
Acordo – O mais comum para o Direito Internacional é para o tratamento de cunho econômico, financeiro, comercial ou cultura (Acordo de Renegociação da Dívida Externa ou com o Fundo Monetário Internacional)
Ajuste ou Acordo Complementar - utilizado para estabelecer os termos de 
execução de outro ato internacional ou para detalhar áreas específicas de um ato (Em 2011, o Brasil e Alemanha assinaram, por exemplo, um ajuste complementar a um acordo de cooperação técnica nas áreas de florestas tropicais e eficiência energética, em vigor desde 1996).
http://www.brasil.gov.br/governo/2012/05/atos-internacionais
Convênio – deve ser utilizado ao tratar-se de matérias sobre cooperação multilateral ou bilateral de natureza econômica, comercial, cultural, jurídica, científica e técnica (Acordo firmado entre Bolívia e Brasil beneficia brasileiros a partir da promoção de intercâmbios culturais e educacionais)
Protocolo – utilizado em acordos bilaterais ou multilaterais, são menos formais. Podem ser utilizados como documentos que interpretam tratados ou que os altera. Pode ainda ser utilizado para designar a ata final de uma conferência internacional (Protocolo de Quioto do qual o Brasil é signatário (subscritor) e estabelece compromissos por parte dos países para a redução da emissão de gases de efeito estufa).
Troca de Notas – Em geral têm natureza administrativa, cuidando de procedimentos burocráticos adotados, ou ainda para alterar ou interpretar cláusulas de atos já concluídos. 
Concordata - são os assinados pela Santa Sé sobre assuntos religiosos.
É estritamente bilateral em que uma das partes é a Santa Sé (Acordo entre o Governo da República Federativa do Brasil e a Santa Sé relativo ao Estatuto Jurídico da Igreja Católica no Brasil, firmado na Cidade do Vaticano, em 13 de novembro de 2008)
Carta ou Pacto – “pode ser tanto um tratado solene, que cria uma Organização Internacional e define seus atributos, composição, objetivos, como o faz a Carta da Organização das Nações Unidas, após a Primeira Guerra Mundial, ou outros tratados importantes que estabelecem direitos e deveres para as partes, a exemplo da Carta Social Europeia.”
Marcelo de Varella
Condições de validade dos Tratados
“Para que um tratado seja considerado válido, é necessário que as partes (Estados e organizações internacionais) tenham capacidade para tal; que os agentes estejam habilitados; que haja consentimento mútuo; e que o objeto do tratado seja lícito e possível”.
Hidelbrando Accioly
 Capacidade das partes contratantes – Os Estados e as Organizações Internacionais têm 
competência para firmar Tratados. 
 Habilitação dos Agentes signatários – Os chefes de Estado ou de Governo e o Ministro das Relações Exteriores podem firmar Tratados independentemente da apresentação de plenos poderes.
Esta função pode ser delegada através de carta de plenos poderes. Esta carta deverá ser firmada pelo Chefe de Estado ou pelo Ministro das Relações Exteriores.
Artigo 7
Plenos Poderes 
1. Uma pessoa é considerada representante de um Estado para a adoção ou autenticação do texto de um tratado ou para expressar o consentimento do Estado em obrigar-se por um tratado se: 
a)apresentar plenos poderes apropriados.
2. Em virtude de suas funções e independentemente da apresentação de plenos poderes, são considerados representantes do seu Estado: 
a)os Chefes de Estado, os Chefes de Governo e os Ministros das Relações Exteriores, para a realização de todos os atos relativos à conclusão de um tratado; 
 
 Consentimento mútuo - O tratado é um acordo de vontades , motivo pelo qual deve, necessariamente ser feito de forma escrita., obrigando as partes contratantes..
Esta vontade das partes deve estar livre de qualquer vício, como erro, dolo ou coação. Caso ocorra qualquer um destes vícios, será considerado nulo.
O dolo ocorrido quando um Estado é levado a concluir um tratado mediante fraude, pode ser alegado para invalidar um tratado.
É considerado nulo o tratado quando concluído por coação (utilizando-se a força) pelo representante de um Estado ou mesmo pelo próprio Estado.
- Objeto lícito e possível – como qualquer ato jurídico, o objeto do tratado deve ser lícito e possível, sem o qual é considerado nulo.
Ratificação dos Tratados
“A ratificação é o ato administrativo mediante o qual o chefe de Estado confirma um tratado firmado em seu nome ou em nome do Estado, declarando aceito o que foi convencionado pelo agente signatário. Geralmente, só corre a ratificação depois que o tratado foi devidamente aprovado pelo Parlamento, a exemplo do que ocorre no Brasil, onde esta faculdade é do Congresso
Nacional”.
Hildebrando Accioly
Artigo 2
[...]
b)“ratificação”, “aceitação”, “aprovação” e “adesão” significam, conforme o caso, o ato internacional assim denominado pelo qual um Estado estabelece no plano internacional o seu consentimento em obrigar-se por um tratado; 
Extinção dos Tratados
Pela vontade comum das partes (como a ab-rogação - é a revogação total de uma lei pela edição de uma nova);
Por vontade unilateral de uma parte (como na denúncia - ato unilateral pelo qual uma Parte Contratante manifesta a sua vontade de deixar de ser Parte no tratado);
Por fatos independentes da vontade das partes (mudança fundamental da circunstância) ou até mesmo pela guerra;
Artigos 60 a 64 da Convenção de Viena
Artigo 42
[...]
2. A extinção de um tratado, sua denúncia ou a retirada de uma das partes só poderá ocorrer em virtude da aplicação das disposições do tratado ou da presente Convenção. A mesma regra aplica-se à suspensão da execução de um tratado.

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