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1 
UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCO 
 
 
 
DEPARTAMENTO DE AGRONOMIA 
 
 
 
 
ÁREA DE FITOTECNIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
CULTURA DO CAFEEIRO 
 
 
 
 
 
ELABORAÇÃO: PROF. FRANCISCO JOSÉ DE OLIVEIRA, Dr. 
 
 
 
 
 
 
 
RECIFE, PE, 
 
ATUALIZADO EM 2012
 2 
1. IMPORTÂNCIA ECONÔMICA E SOCIAL 
 
O Brasil é o maior país produtor de café do mundo. 
 
Em 2006, os 57 países cafeicultores produziram 123,8 milhões de sacas (7,4 milhões de toneladas), 
das quais o País foi responsável por 34,3%. 
 
Os maiores consumidores mundiais são os Estados Unidos, com uma média anual entre 18 e 20 
milhões de sacas, seguidos pelo Brasil, com 16,3 milhões – o que equivale a 70 litros por pesso-
a/ano. 
 
O nosso País é o maior exportador, com 32% dos negócios, arrecadando US$ 3,3 bilhões. 
 
Os principais importadores do café brasileiro são Alemanha, Estados Unidos, Itália, Japão e Bélgi-
ca. 
 
O agronegócio gera, no mundo todo, recursos da ordem de 91 bilhões de dólares ao comercializar 
os 115 milhões de sacas que, em média, são produzidos. A atividade envolve, ainda, meio bilhão de 
pessoas da produção ao consumo final (8% da população mundial). 
 
No Brasil, o café é produzido em 300 mil propriedades de 11 estados (1.850 municípios), empre-
gando 8,4 milhões de pessoas e gerando uma renda bruta de US$ 5 bilhões. 
 
 
 
 3 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 4 
 
 
 
 
 
 
 
 5 
 
 
 
 
PRODUTORES DO CAFÉ ROBUSTA 
a) Produtores Mundiais 
Vietnam, Uganda, Índia, Costa do Marfim, Indonésia, Brasil. 
b) Produtores no Brasil: 
Espirito Santo, Sul da Bahia, Rondônia, Leste de Minas Gerais, Oeste de São Paulo. 
 
 
PRODUÇÃO NACIONAL DE CAFÉ 
 
No Brasil, a produção cafeeira se concentra, principalmente, em três estados: MINAS GERAIS, 
principal produtor, tem a participação de 50,8% no País. 
 
O segundo, o ESPIRITO SANTO, com 25,3% do todo nacional, e SÃO PAULO, o terceiro no ran-
king com 8% de participação (CONAB, 2011). 
 
 6 
 
ASPECTOS GERAIS DA CAFEICULTURA 
 
PRINCIPAIS ESTADOS PRODUTORES 2011 
Estados (milhões de sacas beneficiadas) (sacas/ha) 
Arábica Robusta Produtividade 
Minas Gerais 22.449,0 260 22,76 
Espírito Santo 2.991,2 7.856,7 23,80 
São Paulo 3.564,3 - 21,32 
Paraná 1.800,0 - 23,68 
Bahia 1.911,8 700,4 19,01 
Rondônia - 1.971,8 12,73 
Mato Grosso 16,3 186,8 13,37 
Pará - 228,6 16,93 
Rio de Janeiro 237,6 12,5 19,09 
Outros 201,3 302,0 20,56 
Brasil 33.171,5 11.562,2 21,74 
TOTAL = 44.733,7 milhões de sacas 
Fonte: Mapa, SPC, Conab 
 
 
 7 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2. ORIGEM 
 
O café é uma planta nativa da Etiópia, país do leste da África – antiga Absínia. 
 
3. PROPAGAÇÃO 
 
Os vizinhos árabes, no Oriente Médio, foram os primeiros a “cultivar” o café. 
 
Os árabes foram também os primeiros a beber café – em vez de comer ou mascar, como os pionei-
ros. 
 
Da Etiópia o cafeeiro foi levado pelos árabes para os países vizinhos. 
 
Chegou à Europa levado por navegantes e aventureiros holandeses, alemães e italianos. 
 
 8 
No século XVII (Iêmen), os holandeses plantaram na Ilha de Java e de lá levaram para Amsterdã 
(1706) e plantaram no Jardim Botânico de Paris. Em 1706 chegou à Guiana Holandês, posterior-
mente, na Guiana francesa, em 1718 em Caiena. 
 
De Caiena foram então trazidas em 1727 pelo sargento-mor Francisco de Melo Palheta algumas 
sementes e 5 mudinhas para o Estado do Pará. 
 
No ano seguinte, o cafeeiro foi plantado no Maranhão, de onde foi finalmente levado para o Rio de 
Janeiro. 
O cafeeiro se propagou em direção ao vale do rio Paraíba (RJ) e de lá se presume que por volta de 
1790 tenha penetrado no Estado Bandeirante. 
 
No Brasil, o café foi primeiramente plantado no Pará em 1727 e demorou a constituir-se em artigo 
de exportação. Também foi cultivado no Maranhão, Pernambuco, Ceará (mudas provenientes de 
Paris) e Bahia (mudas provenientes do Espírito Santo), mas sua produção no Nordeste não chegou a 
ser significativa. 
 
Em São Paulo, tem-se referência das primeiras plantações no distrito de Bananal em 1782, mas sem 
descartar a hipótese de que possam ter sido nos distritos de Ubatuba ou São Sebastião. Dessas áreas 
a cultura foi levada para o Oeste da Capitania, onde foram feitos ensaios em várias localidades. No 
ano de 1806, São Paulo exportava 23 420 arrobas. 
No final do século XIX o café correspondia a 70% das exportações brasileiras e era responsável por 
cerca de 70% da produção mundial. 
 
Atualmente, o maior produtor de café no país é o Estado de Minas Gerais, que detém em torno de 
50% da produção brasileira e o Brasil é o maior produtor mundial responsável por mais de 40 % da 
produção total. 
 
Nos arredores de Recife, em Pernambuco, por volta do ano de 1824, cultivou-se muito pouco café. 
 
 
 
 
 
 
 9 
4. BOTÂNICA DO CAFEEIRO 
 
4.1. CLASSIFICAÇÃO BOTÂNICA 
 
• Classe: Dicotiledoneae 
• Subtribo: Coffeiae 
• Tribo: Coffeae 
• Família: Rubiacea 
• Gênero: Coffea 
• Secções: Eucoffea, Mascarocoffea, Argocoffea e Paracoffea, com 24, 18, 11 e 13 espécies, 
respectivamente, totalizando 66 espécies. 
 
• A secção Eucoffea é a mais importante, pois encerra as espécies mais cultivadas nos grandes 
centros produtores de café. Ela é dividida nas subsecções: 
 
• (1) Erythocoffea: Coffea arabica, C. canephora e C. congensis 
 
• (2) Pachycoffea: C. liberica, C. dewevrei 
 
• (3) Mozambicoffea: C. recemosa e C. salvatrix 
 
• (4) Melanocoffea: C. stenophylla 
 
• (5) Nanocoffea: C. montana 
 
• (6) Mascarocoffea: C. resinosa e C. macrocarpa 
O cafeeiro é uma planta perene, pertencente à família Rubiaceae e ao gênero Coffea. 
 
Diferentemente das demais espécies do gênero, Coffea arabica L. é autógama e alotetraplóide segmen-
tal (tetraplóide originado da hibridação de duas espécies diplóides diferentes, com homologia parcial de 
seus cromossomos), apresentando 44 cromossomos (2n = 44) (Krug, 1936). 
 
As variedades comerciais de café arábica apresentam pequena variabilidade genética, confirmada pelos 
estudos com marcadores de DNA. 
 
 10 
Coffea canephora Pierre é uma espécie alógama, diplóide, com 2n = 22 cromossomos. Apresenta auto-
incompatibilidade e é considerada por alguns autores como auto-estéril. 
 
No Brasil, cultiva-se a variedade Conillon, representante dessa espécie, proveniente da África. Essa 
variedade apresenta grande variabilidade fenotípica em diversas características botânicas e agronômi-
cas. É cultivada em regiões de clima mais quente e baixas altitudes (Fazuoli, 1986). 
 
Existem mais de 80 espécies de café. 
 
4.2. ESPÉCIEIS MAIS IMPORTANTES 
 
1) Coffea arabica - é conhecida por café-arábico, arbusto de folhas persistentes, em queas folhas 
são opostas, elípticas, acuminadas inteiras por vezes onduladas, glabras e com estípulas pequenas 
persistentes. A planta é cultivada em larga escala no continente americano, é um arbusto de 2 a 4 
metros de altura. Os ramos laterais, também chamados primários, são longos e flexíveis, contendo 
ramificações secundarias e terciárias. As flores são bracteadas e dispostas em fascículos auxiliares 
de quatro. A corola é tubulosa-assalveada, branca ou ligeiramente rosada. Os estames são em 
número de cinco. O ovário é ínfero, o fruto é uma pseudo-drupa com cerca de um centímetro e meio 
de comprimento, de cor vermelha ou amarela, tornando-se com a maturação castanho-anegrado, em 
geral com duas sementes. No café moca o fruto só tem uma semente com uma fenda longitudinal 
profunda. É uma planta autógama e possui 44 cromossomos, sendo por isto tetraplóide. Seu produto 
é de qualidade superior (aroma e sabro mais apreciados no mundo inteiro) e de maior aceitação em 
todos os mercados consumidores. 
 
2) Coffea canephora - conhecida como café-robusta ou conilon, difere da espécie anterior por ser 
um arbusto ou pequena árvore, geralmente multicaule, com folhas marcadamente elípticas, 
onduladas mais ou menos atenuadas nas extremidades. As flores agrupam-se em fascículos de seis, 
desenvolvendo-se em geral duas ou quatro. O limbo da corola apresenta-se com cinco a sete lobos. 
Os estames são isômeros. O fruto mede cerca de doze milímetros de comprimento e é vermelho. 
Esta espécie é espontânea desde a África Ocidental até ao Uganda. A produção é destinada a 
indústria do café solúvel. Face ao tamanho pequeno dos grãos e sabor da bebida não tem 
expressividade comercial. 
 
3) Coffea liberica, conhecida por café-libérica, é um arbusto ou pequena árvore, de folhas coriáceas, 
grandes, elíptico-oblongadas ou elíptico-ovadas. As flores agrupam-se em fascículos de uma a 
 11 
quatro flores. O limbo da corola tem seis a nove lobos. Os estames são isômeros. O fruto tem um 
comprimento compreendido entre os dois e três centímetros. A espécie é originária da África 
tropical. Não é cultivada no Brasil. 
 
4) Coffea racemosa, conhecida por café-racemosa ou café-de-inhambane, distingue-se por ser um 
arbusto ou pequena árvore muito ramosa. As folhas são ovado-lanceoladas, caducas ou 
marceronsas. As flores axilares são solitárias. O limbo da corola possui seis ou nove segmentos. Os 
estames são isômeros. O fruto subglaboso é vermelho. As sementes são mais pequenas e muito 
desiguais. É originária da África oriental. Não é cultivada no Brasil. 
 
5) Coffea eugenioides, assemelha-se a determinadas cultivares de C. Arabica. A espécie não expres-
sividade econômica. Seu valor se prende a uma possível relação filogenética com a C. Arabica. 
 
6) Coffea dewevrei, um dos cultivares mais conhecidos dessa espécie é o Excelsa, caracterizado 
pelo porte elevado e pelas folhas grandes e coriáceas. Produz café de qualidade inferior, razão pela 
qual não é cultivado. O florescimento ocorre em várias épocas do ano. As sementes são afiladas nas 
extremidades e de cor amareladas, com endocarpo espesso e película bem aderente. 
 
7) Coffea stenophylla, o arbusto não é muito desenvolvido. Tem folhas longas, estreitas e espessas. 
Os frutos têm coloração vermelha escura, quase preta, quando maduros. A produção é extremamen-
te baixa, as sementes pequenas e sem valor comercial. Apresenta resistência ao bicho mineiro. 
 
8) Coffea congensis, apresenta características semelhantes ao café Robusta, podendo constituir uma 
das espécies ancestrais do Coffea arabica. Os frutos, quando maduros, são pequenos, ovóides e de 
intensa cor vermelha. As sementes são de tamanho médio e de coloração verde. É uma espécie pou-
co cultivada, porém bem estudada pelos holandeses em Java. 
 
4.3. PRINCIPAIS ESPÉCIES CULTIVADAS NO BRASIL 
 
CAFÉ ARÁBICA: (Coffea arabica L.) 
Planta tropical de altitude, de meia sombra. 
Origem: altiplanos da Etiópia e Sudão: alt. 1.600 - 2.000m 
Temperatura média anual: 18 - 23°C 
 
CAFÉ ROBUSTA: (Coffea canephora Pierre ex Froehner) 
 12 
Planta equatorial de baixa altitude, de meia sombra. 
Origem: África central, regiões quentes e úmidas da bacia do Congo (Congolês); e quentes e sub-
úmidas da região oeste da África: Guiné-Bissau, Costa do Marfim (Guineano). 
Temperatura média anual: 22 - 26°C 
 
 
4.4. MORFOLOGIA DA PLANTA 
 
 
 
Descrição morfológica da planta - C. Arabica. 
 
a) Raiz 
O sistema radicular é bem desenvolvido. A raiz principal cresce bastante nos terrenos profundos e 
relativamente pouco nos solos recém-desbravados e muito ricos. Da raiz pivotante surgem inúmeras 
raízes que crescem horizontalmente e se ramificam bastante com a formação de uma abundante 
trama de raízes capilares que se dirigem para a parte mais superficial do solo à procura de humo. As 
raízes primárias não crescem além de 0,5m de profundidade. 
O sistema radicular é constituído de vários componentes conforme representação esquemática da 
Figura 1. 
RAIZ 
PORTE DA PLANTA - 3 a 4 m 
RAMIFICAÇÃO 
FLORAÇÃO 
FRUTIFICAÇÃO 
 
permamentes 
superficiais 
suporte 
verticais 
axiais 
absorventes 
 
ortogeotrópicos 
plagiogeotrópicos 
FOLHAS 
 forma 
vingamento da flor 
expansão 
queda flor completa 
inflorescência forma 
desenvolvimento do fruto 
maturação do fruto 
cor do fruto 
 13 
O sistema de raízes do cafeeiro é bastante plástico e varia em função da interação da carga genética 
da planta com várias condições do ambiente, tais como textura, estrutura, arejamento, fertilidade e 
reação do solo, temperatura, umidade, idade da planta, produção de frutos, sistemas de cultivo, pra-
gas e doenças (Figura 2). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 1 - Representação esquemática de um sistema radicular do cafeeiro (Adaptado de Nutman, 
1933b). 
 
 
 
 14 
 
 
 Figura 2 - Representação esquemática de um cafeeiro em produção (Malavolta, 1986). 
 
 
Raízes permanentes  aquelas raízes que, juntamente com suas ramificações, têm um diâmetro 
maior que 3,0 mm; 
Raízes axiais  raiz ou raízes que crescem verticalmente no sentido descendente, logo abaixo do 
tronco; 
Raízes verticais  aquelas raízes, ou porções radiculares, que, após certo crescimento lateral, mu-
dam o curso do crescimento para o sentido vertical descendente; 
 
Placa superficial  formada pelo sistema de raízes que se estende próximo à superfície do solo; 
Raízes suportes das raízes absorventes  radicelas que se formam sobre as raízes permanentes, 
com diâmetro inferior a 3,0 mm, com pequeno espessamento secundário cutinizadas e desprovidas 
de pelos absorventes; 
 
 15 
Raízes absorventes  curtas, delgadas, esbranquiçadas, túrgidas e possuindo pelos absorventes 
bem desenvolvidos, normalmente formam-se nos suportes, mas podem também originar-se as por-
ções distais e jovens das permanentes. 
 
b) Porte da planta 
O cafeeiro é uma planta perene, de porte arbustivo ou arbóreo, de caule ou tronco lenhoso. A altura 
da planta depende da cultivar e das condições ambientais. O tronco pode atingir de 8 a 12 cm de 
diâmetro. Em Coffea arabica, a altura das plantas é muito influenciada pelas condições de ambiente. 
O cafeeiro é um arbusto de, aproximadamente, 3 a 4 metros de altura. 
 
c) Ramificação 
 
O cafeeiro é um arbusto de crescimento contínuo, que apresenta uma característica de dimorfismo 
dos ramos, a saber: ramos que crescem verticalmente (ortogeotrópicos); ramos reprodutivos (plagi-
ogeotrópicos), que crescemlateralmente numa inclinação que varia de 45 e 90o em relação eixo 
principal. 
No cafeeiro surgem os ramos verticais adicionais, chamados de “ladrões”, comumente nos cafeeiros 
mais idosos, ou quando o ramo principal é decapitado ou danificado. 
Nos ramos laterais, denominados primários, começam a aparecer na planta a partir dos 60 ao 100 nó 
e daí para frente continuamente, num sistema de ramificação siléptico (crescimento simultâneo do 
eixo e dos ramos). 
Ramificações laterais secundárias (ou de ordem superior) podem aparecer no cafeeiro adulto por 
prolepse (crescimento defasado em relação ao primário). 
 
C. Arabica As gemas que se encontram nas axilas dos primeiros pares de folhas da haste principal 
só dão origem a ramos produtivos (plagiogeotrópicos). Os laterais ou produtivos só começam a apa-
recer das axilas dos 70 aos 100 pares de folhas em diante. Só há gema para a formação de ramo 
produtivos nas axilas das folhas da haste principal onde ocorrem. Nestes ramos (produtivos) somen-
te formam gemas florais. 
 
 
 
 
 
 
 16 
 
 
 
 
Figura 3 - Representação esquemática das gemas axilares do cafeeiro e dos órgãos que delas têm 
origem. Gemas cabeça-de-série normalmente não estão presentes as ramificações laterais do cafeei-
ro arábico; assim, as ramificações secundárias originam-se de gemas seriadas (Adaptado de Wor-
mer & Gituana, 1970). 
 
 
e) Folhas: forma, aparecimento, expansão e queda 
 
As folhas são oval-oblongas, com pecíolos curtos, opostas e com bordos inteiros. São coriáceas, de 
coloração verde-escuro, brilhantes e estipuladas (Figura 4). 
O aparecimento de folhas está intimamente associado com o crescimento dos caules, especialmente 
dos ramos laterais, tendo-se em vista que os primórdios foliares resultam diretamente da atividade 
da gema apical. A produção de folhas (formação de nós) é um processo contínuo durante todo o 
ano, mas sua taxa varia com as condições climáticas (temperaturas altas ou baixas e fotoperíodo). 
A expansão das folhas é maior em estações chuvosas do que em estações secas e segue o modelo 
sigmóide, mas a taxa de crescimento e a área final dependem da época em que se verifica a expan-
são. A radiação solar e a temperatura são os principais fatores que controlam a expansão foliar. 
 17 
A queda da folha se intensifica na época da seca. O cafeeiro é uma planta perene, de crescimento 
mais menos contínuo, e normalmente não perde todas as folhas de uma só vez. As secas e altas 
temperaturas afetam acentuadamente a duração foliar por promoverem uma diminuição dos níveis 
de carboidratos das folhas. Sendo os frutos importantes drenos de carboidratos, desfolhamentos 
causados por secas e altas temperaturas tornam-se mais severos durante a frutificação e após a co-
lheita. Sem dúvida, a queda de folhas é uma maneira de conservar água em período críticos. 
 
 
 
 
Figura 4 - Folhagem do cafeeiro 
 
 
 
 
 
 
 18 
f) Floração: flor e inflorescência 
 
O café é uma espécie tropical de floração gregária, ou seja, todas as plantas individuais, numa certa 
extensão geográfica, florescem simultaneamente (Fig. 5). 
No Brasil podem ocorrer duas a três floradas de intensidades decrescentes; na Costa Rica verifica-
ram-se até 12 e 15. As flores são curtamente pediceladas, brancas e aromáticas e o botão é verde. 
A flor é completa. O cálice é pequeno e gamossépalo e a corola gamopéla, com 10 a 12 mm de 
comprimento, terminando em 5 lóbulos. Os 5 estames, implantados na parte superior da corola, al-
ternam-se com as pétalas. O pistilo tem de 10 a 15 mm de comprimento com dois lobos estigmáti-
cos. Ovário ínfero-bilocular, verde e com duas lojas, normalmente com 2 óvulos cada uma; geral-
mente, porém, só um se desenvolve em cada loja. 
As inflorescências têm pedúnculos curtos, e os vários botões florais estão comprimidos uns contra 
outros, formando um conjunto compacto, recoberto por um calículo constituído de dois pares de 
bractéolas, conjunto que se denomina glomérulo. Na axila de cada folha aparecem 4 glomérulos - só 
raramente mais. 
As flores abrem 8 a 10 dias após as primeiras chuvas e a florada dura de 2 a 3 dias. A polinização é 
natural, auxiliada pelos ventos e pelos insetos. 
A autofecundação é predominante em 90% das flores na Coffea arabica. Portanto, o cafeeiro arábi-
ca é autofértil e as autofecundações sucessivas não têm causado efeito desfavorável no vigor e na 
produtividade das plantas. 
A fertilidade se dá 24 horas após a polinização, a primeira divisão da célula do endosperma ocorre 
de 21 a 27 dias após a fertilização e a primeira divisão do zigoto, 60-70 dias após a polinização 
(Mendes, 1958). 
A espécie C. canephora e várias outras espécies diplóides com 2n=22 cromossomos são autocom-
patíveis e multiplicam-se exclusivamente por fecundação cruzada. 
As flores estão reunidas em cimeiras em número de 4 a 16, na axila dos ramos laterais (Fig. 6 e 7). 
Em Coffea arabica, as inflorescências são formadas nas axilas das folhas dos ramos laterais (plagi-
ogeotrópicos) crescidos na estação anterior. Os nós produzem flores apenas uma vez. 
Desse modo, a floração depende estreitamente do crescimento dos ramos laterais, em especial dos 
primários (que surgem do eixo principal; na muda, aparecem a partir do 6o aos 100 nós e daí para 
frente continuamente). 
 
 
 
 
 19 
A floração ocorre em três fases distintas: 
 
• iniciação floral; 
 
• desenvolvimento do botão floral e 
 
• antese (florada) Figura 8. 
• 
• As flores permanecem abertas num único dia em café robusta, mas por maior tempo no café 
arábica. 
 
• Comumente, as flores abrem-se às primeiras horas da manhã e a corola começa a murchar 
no segundo dia, caindo já no outro dia. 
 
 
 
Figura 8 - Estádios da floração e da frutificação do cafeeiro (Adaptado de Cannell, 1983). 
 
g) Frutificação: forma, vingamento da flor, desenvolvimento, maturação e cor do fruto 
 
 
 
 20 
O fruto é uma drupa elipsóide contendo dois lóculos e duas sementes; ocasionalmente pode conter 
três ou mais sementes, nos casos de ovários triloculares ou pluriculares, ou mesmo em conseqüência 
de uma falsa poliembrionia, quando ovários biloculares apresentam mais de um óvulo em cada ló-
culo. 
No café moca (semente redonda), o fruto contém apenas uma semente resultante do abortamento de 
um dos óvulos. 
Endocarpo do fruto, também conhecido como pergaminho, quando maduro é coriáceo e envolve 
independentemente cada semente. A frutificação do cafeeiro ocorre sob três processos seqüenciais: 
vingamento da for (ou pegamento do fruto), desenvolvimento do fruto e maturação, como pode ser 
visualizado na Fig. 9 e 10. 
A falta de polinização e fecundação acarreta uma queda inicial de frutos (ovários), e pode resultar 
em vingamento (pegamento) bastante baixo, em algumas regiões cafeeiras. A redução da poliniza-
ção se dá por anomalias das flores, a exemplo da flor atrofiada, conhecida como “estrelinha”. Di-
versos fatores têm sido associados como anormalidades florais. Observa-se grande quantidade de 
flores anormais em plantas crescidas sob temperaturas relativamente altas (estrelinhas), deficiência 
de água ou seca ( predispõem os cafeeiros à atrofia) e chuvas em excesso. 
O crescimento do fruto de café em tamanho e matéria fresca segue um modelo sigmóide dupla, em-
bora um modelo de sigmóide simples tenha sido igualmente relatado. Inicialmente o crescimento é 
desprezível, seguido de período de crescimento rápido, até o fruto verde atingir seu tamanho final 
(metade do tamanho do fruto maduro). 
O crescimento virtualmente cessa por um longo período, até o início da maturação,quando o cres-
cimento se reinicia e o fruto aumenta rapidamente de tamanho. 
Fases de crescimento do fruto: (1) período sem crescimento visível (fase de chumbinho); (2) fase de 
expansão rápida, ao fim da qual o endocarpo endurece (pergaminho); (3) formação do endosperma, 
que ocorre durante a parte final da fase de expansão (endosperma leitoso); (4) endurecimento do 
endosperma, que continua até antes da maturação (granação); (5) maturação (cereja). 
O número médio de dias da fertilização até a maturação varia em função das condições ecológicas e 
da cultivar. No café arábica, desde a antese até o fruto verde chegar ao seu tamanho máximo decor-
re um período de quatro a seis meses e o período de maturação toma dois meses ou mais. No caso 
do café robusta, esse número, em média, é de 300 dias. A fase inicial (chumbinho), dura cerca de 
seis semanas. Deficiência hídrica e disponibilidade de carboidratos podem afetar o crescimento do 
fruto. 
Na maturação, ocorrem outras modificações, além da mudança visível de cor, que passa de verde a 
vermelho ou amarelo, conforme a cultivar. A coloração do exocarpo do fruto, nas espécies de Cof-
fea, é geralmente vermelha e amarela. 
 21 
 
Com relação à maturação, cor, densidade e teor de umidade, o fruto recebe as seguintes denomina-
ções: verdes (50 a 70% de umidade); cerejas (45 a 55% de umidade); passa (35 a 50% de umidade); 
bóia (25 a 35% de umidade); coco (menos de 25% de umidade). 
 
 
h) Semente: forma e cor 
A semente é plano-convexa, elíptica ou oval, sulcada longitudinalmente na face plana e é constituí-
da por embrião, endosperma (tecido de maior volume ) e um envoltório, representado por uma pelí-
cula prateada ou espermoderma. 
A semente apresenta coloração verde ou amarela, cobertas por uma película prateada; no entanto 
algumas espécies apresentam sementes de cor amarela. 
Em Coffea arabica o mutante com sementes de cor amarela é denominado Cera. O peso de 100 
sementes varia de 10 a 30g. Sementes arredondadas resultam da fecundação somente de um óvulo 
(chamado de café moca). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 22 
4.5. CONTRIBUIÇÃO DAS CULTIVARES DE CAFÉ NO AGRONEGÓCIO 
 
NO BRASIL, existe, atualmente 104 cultivares de café do tipo arábica. 
 
CARACTERÍSTICAS QUANTO AO PORTE C. arabica 
1. Porte alto e susceptíveis à ferrugem: 
Bourbon Vermelho, 
Bourbon Amarelo, 
Mundo Novo Vermelho IAC 376-4, Mundo Novo amarelo IAC 4266, Acaiá, 
Acaiá Cerrado MG 1474, 
Ibauri IAC 4761 (fruto doce, pouco produtivo, fruto pequeno, mas ótima bebida), 
Icatu Vermelho IAC 4045, 
Icatu Amarelo IAC 2944, 
Icatu Precoce IAC 3282. 
 
2. Porte alto e resistente à ferrugem: 
Mundo Novo SH3 (Mundo Novo x BA 10) 
 
3. Porte baixo e susceptíveis à ferrugem: 
Caturra Vermelho, 
Caturra Amarelo na Costa Rica, 
Catuaí Vermelho IAC 99, 
Catuaí Amarelo IAC 62, 
Ouro Verde, 
Ouro Amarelo IAC 4397 (Catuaí Amarelo IAC H 2077-2-12-70 x Mundo Novo IAC 515-20), 
Ouro Bronze IAC 4925 (Catuaí Amarelo IAC H 2077-2-12-70 x Mundo Novo 515-20 – folhas no-
vas bronzeadas), 
Laurina IAC 870, 
Rubi MG 1192 (Catuaí x M. Novo), 
Topázio MG 1190 (Catuaí Amarelo x Mundo Novo). 
 
4. Porte baixo e resistente à ferrugem: 
Obatã AC 1669-20, 
Obatã Amarelo AC 4730 (Obatã IAC 1669-20 x Catuaí Amarelo), 
Acauã (Mundo Novo IAC 388-17 x Sarchimor), 
 23 
Araponga MG1 (Catuaí Amarelo IAC 86 x Híbrido de Timor UFV 446-08, 
Catiguá MG1, MG2 e MG3 (Catuaí Amarelo IAC 86 x Híbrido de Timor UFV 440-10), 
IAPAR (Villa Sarchi 971-10 x Híbrido de Timor 832-2), 
IBC Palma 2 (Catuaí Vermelho IAC 81 x Catimor UFV 353), 
IPR 98 (Villa Sarchi CIFC 971-10 x Híbrido de Timor CIFC 832-2, 
IPR 99 (Villa Sarchi CIFC 971-10 x Híbrido de Timor CIFC 832-2), 
Katipó (Catimor 245-3-7), OeirasMG 6851 (Caturra Vermelho x Híbrido de Timor CIFC 832-1), 
IAC 86 x Caturdu UFV 374, cv 543). 
Paraíso MG H 419-1 (Catuaí Amarelo IAC 30 x Híbrido de Timor UFV 445-46), 
Pau Brasil MG1 (Catuaí Vermelho IAC 141 x Híbrido de Timor UFV 442-34), 
Sabiá Tardio (Catimor UFV 386 x Acaiá), 
Sacramento MG1 (Catuaí Vermelho IAC 81 x Híbrido de Timor UFV 438-52, 
Catuaí Amarelo e Catuaí Vermelho (Icatu x Catuaí), IPR 103 (Catuaí Vermelho IAC 99 x Icatu x 
Catuaí Amarelo IAC 66), 
Catuaí Amarelo e Catuaí Vermelho (Icatu x Catuaí), 
IPR 103 (Catuaí Vermelho IAC 99 x Icatu x Catuaí Amarelo IAC 66), 
Catuaí SH3, Saíra (Catuaí Amarelo IAC 86 x Caturdu UFV 374, cv 543). 
Catuaí Amarelo e Catuaí Vermelho (Icatu x Catuaí), 
IPR 103 (Catuaí Vermelho IAC 99 x Icatu x Catuaí Amarelo IAC 66), 
Catuaí SH3, Saíra (Catuaí Amarelo IAC 86 x Caturdu UFV 374, cv 543). 
 
5. Cultivares derivadas do C. arabica X C. dewevrei 
Piatã (Bourbon Vermelho x C. dewevrei 
Piatã x Catuaí 
Catuaí x Piatã 
Mundo Novo x Piatã 
Piatã x Pache Enano ou x São Bernardo 
 
6. Resistência Múltipla, Ferrugem e Nematóides (Meloidogne exigua) 
Tupi RN IAC 1669-13 (2006) 
 
 
7. Resistência Bicho Mineiro (Leucoptera coffeella) 
Coffea racemosa x coffea arabica – Dois genes complementares dominantes Lm1 e LM2. 
 
 24 
8. CAFÉ CONILON E ROBUSTA 
 
CLONES INCAPER: 
Conilon Vitória 13 clones 
Robusta Capixaba 10 clones (tolerantes à seca) 
EMCAPE 8111 Precoce 9 clones 
EMCAPE 8121 Médio 14 clones 
EMCAPE 8131 Tardio 9 clones 
 
 
EVOLUÇÃO DAS CULTIVARES 
A partir da primeira cultivar cultivada no Brasil até o presente momento, a seguir mencionadas: 
Típica ou Nacional – 1727 
Bourbon Vermelho – 1859 
Maragogipe – 1870 
Amarelo Botucatu – 1871 
Sumatra – 1896 
Bourbon Amarelo – 1952 
Mundo Novo – 1952 
Catuaí Vermelho e amarelo – 1972 
Acaiá novas seleções do Mundo Novo – 1977: 
IAPAR 59, Acaiá Cerrado MG 1190, Rubi MG 1192, Topázio MG 1190, Obatã, Tupi 2000, Catu-
cai e Tupi RN. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 25 
 
 
 
 
4.6. CULTIVARES DE CAFÉS MAIS CULTIVADAS NO BRASIL 
 
As cultivares mais plantadas são do tipo arábica, cerca de 75 % da área total cultivada, sendo 40% 
da variedade com “Catuaí vermelho e amarelo” (lançadas 1972) 45% da “Mundo Novo e acaiá”, 
lançadas, respectivamente em 1952 e 1977. 
 
Cultivares de Coffea arabica selecionadas pelo IAC 
Bourbon Vermelho, 
Bourbon Amarelo, 
Mundo Novo, 
Acaiá, 
Icatu Vermelho, 
Icatu Amarelo, 
 Icatu Precoce, 
Caturra Vermelho, 
Caturra Amarelo, 
Cultivares de Coffea arabica selecionadas pelo IAC 
Catuaí Vermelho, 
Catuaí Amarelo, 
Ouro Verde, 
Obatã, 
Tupi. 
Demais cultivares indicadas para cultivo 
Resistentes à maioria das raças ficiológicas do agente causal da ferrugem: 
Acaiá, 
Rubi, 
Icatu (C. arabica x C. canephora) 
Resistentes à ferrugem. 
Catimor (Caturra x Híbrido Timor) 
Catucaí (Catuaí Amarelo x Mundo Novo) 
 
 26 
 
NOVAS CULTIVARES TIPO ARÁBICA 
 
VARIEDADES LANÇADAS PELO IAC 
TUPI RN IAC1669-13 – resistente ao Meloidogyne exigua. 
OURO VERDE IAC H 5010-5 
OBATÃ AMARELO ISC 4739 
 
CARACTERÍSTICAS AGRONÔMICAS 
. Resistentes à ferrugem; 
. Produtividade média entre 40 e 60 sacas/ha de café beneficiado em áreas irrigadas. 
. Porte baixo 
 
VARIEDADES LANÇADAS PELO IAPAR 
.IAPAR 59 – IPR 98 – IPR 99 - IPR 103 
 
VARIEDADE LANÇADA PELA EPAMIG 
PARAÍSO – resistente à ferrugem, ao nematóide, adaptadas às temperaturas amenas das regiões 
mais altas. 
 
 
 
 
 
 
4.7. CARACTERÍSTICAS DAS CULTIVARES DE CAFÉS MAIS CULTIVADAS NO BRA-
SIL 
 
Cultivares/espécies Características 
MaturaçãoOutras caracterís-
ticas 
 Vegetativas dos frutos 
 
Mundo Novo 
(C. arabica) 
porte alto vermelhos média < tolerância à fer-
rugem 
ramos lon-
gos 
fava média 
a grande 
mais uniforme mais sensível aos 
efeitos de ventos 
frios 
 27 
conformação 
aberta 
 
folhas meno-
res 
 mais exigente em 
Zn e Mg 
vigor bom 
 
 
 
 
Catuaí 
(C. arabica) 
porte baixo amarelos 
ou verme-
lhos 
tardia maior tolerância à 
ferrugem 
ramos curtos desuniforme 
nas regiões de 
maior latitude 
 
conformação 
compacta 
fava menor menos sensível 
aos efeitos de 
ventos frios 
folhas maio-
res 
 
vigor muito 
bom 
 mais exigente em 
boro 
 
 
Conilon 
(C.canephora) 
porte alto vermelho 
claro ao 
escuro 
tardia maior tolerância à 
ferrugem 
folhas maio-
res 
fava pe-
quena 
 mais susceptível 
ao ataque da bro-
ca 
 adaptada ao clima 
quente e úmido 
 
 
4.8. OUTRAS CULTIVARES 
 
Cultivares de Coffea arabica selecionadas pelo IAC 
 
• Bourbon Vermelho, Bourbon Amarelo, Mundo Novo, Acaiá, Icatu Vermelho, Icatu Amare-
lo, Icatu Precoce, Caturra Vermelho, Caturra Amarelo, Catuaí Vermelho, Catuaí Amarelo, 
Ouro Verde, Obatã, Tupi. 
 
 
 
 
Demais cultivares indicadas para cultivo 
 
 28 
• Acaiá, Rubi, Icatu (C. arabica x C. canephora) – resistentes à maioria das raças ficiológicas 
do agente causal da ferrugem. Catimor (Caturra x Híbrido Timor) e Catucaí (Catuaí Amare-
lo x Mundo Novo) - ambas resistentes à ferrugem. 
 
 
5. FENOLOGIA DA PLANTA 
 
5.1. CICLO FENOLÓGICO 
No cafeeiro tipo arábica ocorrem dois eventos em cada Estação do Ano. 
 
PRIMAVERA - renovação da folhagem e florescimento 
VERÃO - frutificação e pleno crescimento vegetativo 
OUTONO – crescimento vegetativo e maturação 
INVERNO – colheita dos frutos e repouso da planta 
 
5.2. CICLO FENOLÓGICO COMPLETO DO CAFEEIRO 
 
1) vegetação e gemas foliares 
2) indução e maturação das gemas florais 
3) Florada 
4) granação dos frutos 
5) maturação dos frutos 
6) repouso e senescência dos ramos terciários e quaternários. 
 
Em todas as áreas da cafeicultura comercial do Brasil, os cafeeiros exibem um ciclo fenológico pra-
ticamente bem definido, ou seja: 
a) florescimento na primavera; b) frutificação no verão; c) maturação no outono e crescimento; d) 
colheita e repouso no inverno; e) renovação da folhagem ocorre na primavera e o crescimento (ple-
na vegetação) no verão e no outono. 
 
Nas principais áreas cafeeiras do Centro-Sul do Brasil em latitudes superiores a 20o, o clima, carac-
terizado pela estação chuvosa de primavera-verão, seguida da relativamente seca de outono-
inverno, favorece bastante a frutificação e produção do cafeeiro. 
As fases críticas do chumbinho e da granação são beneficiadas pela primavera e verão úmidos e as 
de maturação e colheita, pelo outono e inverno relativamente secos. 
 29 
Nas áreas cafeeiras do Nordeste, a estação chuvosa é normalmente defasada de seis meses, o que 
prejudica enormemente a frutificação dos cafeeiros. 
A estação seca coincide com a fase crítica de florescimento e chumbinho de outubro a fevereiro. 
Somente quando ocorrem as conhecidas “chuvas-do-caju”, os aguaceiros ocasionais de outubro a 
janeiro, a frutificação fica menos prejudicada e obtém-se razoável produção. 
 
 
5.3. FENOLOGIA DO coffea arábica 
 
A fase reprodutiva é marcada pela capacidade da planta em produzir flores e resultante de mudan-
ças que ocorrem no meristema das gemas. 
No cafeeiro, o desenvolvimento reprodutivo começa com a iniciação floral e termina com a queda 
dos frutos. 
O ciclo fenológico completo do cafeeiro é subdividido em seis fases distintas: 1) vegetação e gemas 
foliares; 2) indução e maturação das gemas florais; 3) florada; 4) granação dos frutos; 5) maturação 
dos frutos; 6) repouso e senescência dos ramos terciários e quaternários. 
Escala das fases fenológicas reprodutivas do cafeeiro com base em números: 0 (gema dormente); 1 
(gema intumescida); 2 (abotoado); 3 (florada); 4 (pós-florada); 5 (chumbinho); 6 (expansão dos 
frutos); 7 (grão verde); 8 (verde-cana); 9 (cereja); 10 (passa); 11 (seco). 
O desenvolvimento reprodutivo do cafeeiro (Figura 11) foi dividido em quatro grandes fases: 
 
• desenvolvimento da gema floral (G), floração (FL), frutificação (F) e maturação (M), as 
quais são denominadas com suas letras iniciais, a exemplo de método adotado por MARUR 
e RUANO (2001) para a 
• determinação dos estádios de desenvolvimento do algodoeiro. 
 
• A fase G foi subdividida tendo como variável o tamanho das gemas; a fase F foi subdividida 
de acordo com o tamanho dos frutos e para a fase M o critério adotado foi coloração dos fru-
tos. 
 
6. MELHORAMENTO GENÉTICO DO CAFEEIRO 
 
6.1. OBJETIVOS 
• O melhoramento genético do cafeeiro visa à obtenção de novos cultivares, adaptados às di-
ferentes regiões cafeeiras e aos sistemas de cultivo, com elevada produtividade de grãos, boa 
 30 
qualidade de bebida, maturação uniforme em épocas diferenciadas de colheita e resistência 
e, ou, tolerância a doenças, pragas e a condições adversas de meio ambiente. 
 
6.2. MÉTODOS DE MELHORAMENTO DO CAFEEIRO ARÁBICA 
• Introdução de germoplasma 
 
• Seleção de plantas individuais com teste de progênie 
 
• Hibridação e seleção genealógica 
 
• Retrocruzamentos 
 
• Retrocruzamento assistidos por marcadores 
 
• Seleção recorrente recíproca 
 
• Método SSD (Single Seed Descent) 
 
7. ECOFISIOLOGIA DA CULTURA DO CAFÉ 
 
Requerimentos climáticos do cafeeiro. Os elementos climáticos que influenciam no processo de 
produção do café são, principalmente, a temperatura do ar e a precipitação, e em menor escala, os 
ventos, a umidade relativa do ar e a insolação. 
7.1. Condições Térmicas 
 
O cafeeiro C. arabica é planta tropical de altitude, adaptada a clima úmido com temperaturas 
amenas, típicas dos altiplanos da Etiópia, região considerada de origem da espécie. 
As exigências térmicas das espécies arábicas podem ser definidas pelas temperaturas médias 
anuais. 
Com respeito ao fator térmico, os parâmetros adotados para o mapeamento das aptidões climáti-
cas, associados às temperaturas médias anuais (Tma) foram os seguintes: 
 
 
• Para o café arábica: 
• Apto: Tma entre180 C e 230C ; 
 31 
• Marginal : Tma entre 220C e 230C ; 
• Inapto: Tma acima de 230C e abaixo de 180C . 
 
O café robusta está adaptado a regiões com temperaturas elevadas, entre 220C e 260C de mé-
dias anuais. 
 
 
• Para o café robusta: 
 
• Apto: Tma acima de 220C e 260C 
 
• Marginal : Tma entre 210C e 220C 
 
• Inapto: Tma abaixo de 220C 
 
Efeitos da Temperatura 
 
O cafeeiro arábica, quando cultivado em condições de temperaturas elevadas, acima de 230C, apre-
senta frutos com desenvolvimento e maturação demasiado precoces. 
As temperaturas elevadas na estação do florescimento poderão dificultar, por sua vez, o pegamento 
das flores e provocar a formação das “estrelinhas”, ou seja, das flores abortadas, o que implica a 
quebra de produção. 
Temperaturas médias anuais muito baixas inferiores a 18
0
C provocam atrasos demasiados no de-
senvolvimento dos frutos, cuja maturação pode sobrepor-se ou ultrapassar a florada seguinte, preju-
dicando a vegetação e a produção do cafeeiro. 
A freqüência de geadas é outro fator a considerar. Este está estreitamente ligado às condições topo-
climáticas do terreno destinado à cafeicultura. 
 
 
7.2. Exigências hídricas 
 
Éoutro fator fundamental para a definição das exigências climáticas de uma cultura. Pode-se consi-
derar que as duas espécies têm exigências muito semelhantes. 
O cafeeiro, para vegetar e frutificar normalmente, necessita encontrar umidade suficiente no solo 
durante o período de vegetação e frutificação, que vai de setembro-outubro a maio-junho. 
 32 
Na estação de colheita e abotoamento da planta, julho-setembro, a umidade do solo pode cair bas-
tante e aproximar-se do ponto de murchamento, sem maiores problemas à cafeicultura, nas condi-
ções de São Paulo e de Minas Gerais. 
Para o cafeeiro o regime pluviométrico mínimo situa-se entre 1.200 a 1.500mm de chuvas. Todavia, 
precipitações menores do que a mínima podem satisfazer, quando existem outros fatores capazes de 
garantir um bom suprimento de umidade do solo. 
 
Quanto às exigências hídricas do cafeeiro, torna-se difícil estabelecer um padrão ótimo anual de 
precipitação pluvial, pois depende também de outros fatores, principalmente da distribuição dessas 
chuvas ao longo do ano. Porém, precipitações anuais acima de 1.200 m são suficientes para o café 
(Thomaziello et al., 2000; Matiello, 1991). 
 
O cafeeiro para vegetar e frutificar, normalmente, necessita encontrar umidade suficiente no solo 
durante o período vegetativo e frutificação. Na fase de colheita e abotoamento da planta, julho-
setembro, a umidade do solo pode reduzir bastante e aproximar-se do ponto de murcha permanente, 
em alguns casos, sem maiores problemas à cafeicultura (Camargo, 1985). 
 
O cafeeiro arábica tolera bem e pode ser beneficiado por deficiências hídricas de até 150 m/ano, 
principalmente se estas coincidirem com o período de dormência da planta, não se estendendo até a 
fase de floração e início da frutificação (Thomaziello et al., 2000). 
 
 
7.3. Condições de umidade de ar, vento e luminosidade 
 
A umidade do ar deve ser da ordem de 70 a 90%. 
Demasiada secura do ar provoca murchamento e crestamento da folhagem. Próxima da saturação 
durante longo período, é prejudicial à planta e à qualidade do produto. 
Ventos forte, quentes ou frios, prejudicam o cafeeiro pela ação mecânica, dilacerando folhas e ra-
mos mais tenros. Para evitar seus efeitos negativos, recomenda-se a instalação de quebra-ventos 
temporários e permanentes. Os ventos também ressecam o solo, quando quentes e secos; quando 
frios, baixam a temperatura (geada) provocando a morte da planta. 
Quanto à luminosidade, o café é uma planta umbrófila de fotoperiodismo curto, em virtude de seu 
habitat, em baixo da floresta à sombra das grandes árvores. Este fato é questionado por vários estu-
diosos, pois a planta pode também ser cultivada a pleno sol, vegetando e frutificando muito bem. 
 
 33 
 
8. EXIGÊNCIAS EDÁFICAS 
 
A escolha de um solo ideal para o desenvolvimento do cafeeiro é feita com base nas exigências 
fisiológicas da planta e nas condições agrícolas do solo. 
As principais características físicas e químicas a serem consideradas na escolha do solo para o 
cultivo do cafeeiro, devido à sua influência direta no crescimento, desenvolvimento e manuten-
ção da lavoura, são: relevo, profundidade efetiva, textura, estrutura, suprimento de nutrientes, de 
água e ar. 
Além das mencionadas propriedades dos solos, outros fatores, como temperatura, luz, ambiente 
biológico, aspectos econômicos e sociais, são importantes na avaliação do potencial do solo pa-
ra o cultivo do cafeeiro (aptidão agrícola do solo). 
O cafeeiro prefere terrenos profundos, de topografia plana ou ondulada, de boa estrutura e textu-
ra com porosidade e permeabilidade capazes de torná-los bem arejados e facilmente receptíveis 
às águas das chuvas. 
Deve ser relativamente fértil, drenável, pH neutro ou pouco ácido, em torno de 6. 
São indesejáveis os solos alcalinos. 
A planta é mais exigente quanto às propriedades físicas do que quanto às propriedades quími-
cas. 
Isto porque as raízes do cafeeiro exploram mais a parte superficial: a grande maioria delas ocu-
pa os primeiros 30 cm e as restantes, inclusive a pivotante, passam de 1,0m de profundidade. 
No Brasil, a grande maioria dos cafezais são plantados em solos pertencentes às subordens La-
tossolos e solos Podzólicos. 
 
9. EXIGÊNCIAS NUTRICIONAIS DO CAFEEIRO 
 
O cafeeiro é uma planta exigente em macro e micro nutrientes, havendo apenas variação no grau 
de exigência. 
Os macronutrientes exigidos em maiores quantidades são: macronutrientes: nitrogênio (N), fós-
foro (P), potássio (K), cálcio (Ca), magnésio (Mg) e enxofre (S). 
Os micronutrientes, os cafeeiros são mais sensíveis às deficiências de boro (B), cloro (Cl), co-
balto (Co), cobre (Cu), ferro (Fe), manganês (Mn), molibdênio (Mo), níquel (Ni), selênio (Se), 
silício (Si) e zinco (Zn). 
A diagnose foliar também pode e deve ser empregada na formulação e orientação de adubações 
em cafezais. 
 34 
 
DEFICIÊNCIA NUTRICIONAIS 
 
a) Deficiência real – é aquela que ocorre quando realmente, há deficiência no nutriente no solo. 
 
b) Deficiência induzida – é aquela deficiência causada por fatores físicos (adensamento do so-
lo), biológicos (pragas e doenças) e climáticos (frio e/ou calor excessivo). 
 
 
 
 
 
10. IMPLANTAÇÃO E CONDUÇÃO DE CAFEZAL 
 
 
 
 
 
 
PRODUÇÃO OU AQUISIÇÃO DE MUDAS 
PREPARO DO TERRENO 
LOCAÇÃO DO CAFEZAL 
COVEAMENTO 
ABERTURA DAS COVAS 
DIMENSÕES DA COVA 
PREPARO DAS COVAS 
SISTEMAS DE PLANTIO 
PLANTIO E REPLANTIO DA MUDA 
PRÁTICAS CULTURAIS: 
Calagem 
Adubação mineral e orgânica 
no plantio, na formação e pro-
dução da planta 
Capinas 
Arruação e esparramação 
Podas e condução 
Pragas e controle 
Doenças e controle 
irrigação 
 35 
10.1. PRODUÇÃO DE MUDAS POR SEMENTES 
 
A produção de mudas de café pó ser por sementes ou por estacas. Por sementes podem ser usa-
dos para os tipos de café arábica e conilon. No caso do café conilon o mais recomendado é pro-
dução de mudas por estaca. O café conilon é uma planta de polinização cruzada, sendo assim, é 
mais recomendado este tipo de produção de mudas devido evidentemente a variabilidade gené-
tica produzida pela hibridação natural. 
 
Procedimentos para produção de mudas por sementes: primeiramente deve-se obter as sementes 
da seguinte maneira: 
 
 
1. Colheita de frutos maduros no estado de “cereja” provenientes de plantas vigorosas de cafe-
zais sadios e produtivos. 
 
2. Seleção dos frutos 
 
3. Despolpa dos frutos, degomagem e lavagem das sementes 
 
4. Secagem das sementes à sombra (12% de UR) 
 
5. Semeadura das sementes e/ou tratamento no controle da broca e armagenagem por 6 meses. 
 
VIVEIRO 
 
• Para a produção de mudas de café, o viveiro deverá ter as seguintes características: 
 
• LOCALIZAÇÃO - O viveiro deverá ser instalado em terreno seco, ensolarado, protegido de 
ventos, servido de água de boa qualidade, com facilidade de acesso, alem de não estar sujei-
to a geadas. 
 
• COBERTURA OU RIPADO - O viveiro deve ser instalado debaixo de uma cobertura ou ri-
pado, devendo essa ser construída com 2 metros de altura. Na construção, empregam-se es-
teios de madeira ou bambu gigante, fincados no terreno, guardando-se entre eles a distância 
de 3 metros e 60 centímetros nos dois sentidos. Usam-se, normalmente, esteios de 2.80 me-
 36 
tros de comprimento e 20 centímetros de diâmetro. Os esteios deverão ser dispostos de mo-
do a formarem fileiras paralelas, no mesmo sentido do movimento do Sol (sentido leste-
oeste) e no sentido norte-sul. A cobertura deve proporcionar uma insolação de 50% até a é-
poca da aclimatação das mudas. 
• Como travessas de sustentaçãoda cobertura, podem ser usadas linhas de eucalipto ou de 
bambu gigante com 8 centímetros de diâmetro aproximadamente. 
• A cobertura será completada com varas de bambu colocadas sobre as travessas, deixando-se 
um espaço de 4 a 5 centímetros entre uma vara e outra. As varas deverão ser dispostas no 
sentido transversal ao movimento do Sol. 
 
• TAMANHO DO VIVEIRO - O tamanho do viveiro é calculado levando em consideração 
que 1 metro quadrado de canteiro comporta 200 recipientes para mudas de meio ano (saqui-
nhos com 11 cm x 20 cm x 0,006 cm). 
• O quadro abaixo fornece alguns tamanhos de ripado para diferentes quantidades de mudas 
desejadas. 
 
• CANTEIROS - Os canteiros devem ter no máximo 1,2 m de largura por 20 m de compri-
mento, para facilitar as regas e os tratos culturais. São delimitados por bambus amarrados a 
estacas e uma altura de 10 a 15 cm. Os corredores de circulação devem ter de 40 a 60 cm de 
largura. A área útil do viveiro pode ser calculada usando-se o índice de 200 mudas de meio 
ano/m2 de canteiro e para a área total, 150 mudas de maio ano/m2 de viveiro. 
 
• CERCA DE PROTEÇÃO - O viveiro deverá ser protegido por uma cerca de bambu bem ta-
pada, construída, em toda a extensão do ripado, para barrar a passagem do vento e evitar o 
excesso de Sol sobre as mudas das beiradas. 
 
TAMANHO DO VIVEIRO 
 
Número de mudas de café de meio ano para diferentes tamanhos de viveiro ou área de ripado, con-
siderando-se as larguras de 1,20 m para os canteiros e 0,60m para as ruas entre canteiros. 
ÁREA DO RIPADO 
( m X m ) 
COMPRIMENTO 
DOS CANTEIROS 
( m ) 
NÚMERO DE 
CANTEIROS 
NÚMERO 
DE 
MUDAS 
 37 
10,80 x 7,20 
10,80 x 10,80 
14,40 x 10,80 
14,40 x 14,40 
18,00 x 14,40 
18,00 x 18,00 
21,60 x 18,00 
21,60 x 21,60 
8,40 
8,40 
12,00 
12,00 
15,60 
15,60 
19,20 
19,20 
3 
5 
5 
7 
7 
9 
9 
11 
6.000 
10.000 
14.000 
17.000 
26.000 
33.500 
41.500 
50.000 
 
Esse quadro serve também de referência para a instalação de viveiros maiores, sendo oportuno lem-
brar que não é aconselhável o uso de carreadores internos para entrada de veículos, recomendando-
se fazer a retirada das mudas pelas laterais do viveiro. 
Os canteiros devem ter no máximo 1,2 m de largura por 20 m de comprimento, para facilitar as re-
gas e os tratos culturais. São delimitados por bambus amarrados a estacas e uma altura de 10 a 15 
cm. Os corredores de circulação devem ter de 40 a 60 cm de largura. 
A área útil do viveiro pode ser calculada usando-se o índice de 200 mudas de meio ano/m
2
 de can-
teiro e para a área total, 150 mudas de maio ano/m
2 
de viveiro. 
 
RECIPIENTES - Os saquinhos plásticos, usados como recipientes da terra para semeadura e desti-
nados à produção de mudas de meio ano, deverão ter as seguintes dimensões: 20 - 22 centímetros de 
altura, 11 centímetros de largura e 0,006 centímetros de espessura. Devem possuir 30 a 36 furos na 
metade inferior. Depois de receberem a terra de enchimento, ficam com 7 centímetros de diâmetro. 
Podem ser usados outros recipientes como tubetes e laminados de madeira. Os laminados de madei-
ra são usados na pré-germinação das sementes. 
PREPARO DO SUBSTRATO – O substrato "padrão" preferencialmente usado deve ser composto 
de: 700 litros de terra de subsolo peneirada, 300 litros de esterco de curral curtido e peneirado, 5 kg 
de superfosfatos simples e 0,5 Kg de cloreto de potássio, resultando 1 m3 de substrato, suficiente 
para a produção aproximada de 1200 a 1300 mudas de meio ano. Na falta do esterco de curral po-
dem ser empregados o esterco de galinha ou a torta de mamona, nas quantidades de 80 litros e 15 
litros, respectivamente, por m3 de substrato. Solos ácidos: acrescentar 2 kg de calcário dolomítico. 
 38 
O tratamento com brometo de metila deve ser realizado na dosagem de 150 ml/m3 de substrato já 
preparado, por 48-72 horas. 
 
DESINFECÇÃO DA TERRA DE ENCHIMENTO DOS SAQUINHOS 
A mistura da terra e esterco deverá ser obrigatoriamente desinfectada com brometo de metila, para 
matar as sementes de ervas daninhas e evitar o aparecimento de moléstias, especialmente do nema-
tódeo. 
 
 
 
ENCHIMENTO DOS SAQUINHOS 
Para enchimento dos saquinhos, a mistura de terra deve estar seca. Depois de enchidos, os saqui-
nhos são encarreirados, devendo receber regas diárias durante 20 dias, para completar a fermenta-
ção da matéria orgânica e acamar a terra de enchimento. 
Os saquinhos devem ser bem compactados e cheios de maneira que o substrato ultrapasse o limite 
superior dos mesmos. O encanteiramento deve ser a posição vertical e de forma organizada, que 
facilita a contagem das mudas durante a retirada das mesmas do viveiro. 
 
SEMEADURA 
A semeadura é feita diretamente nos saquinhos, sem necessidade de repicagem ou transplante. 
Semeiam-se duas sementes com profundidade máxima de 1 cm em cada saquinho. 
Depois de semeadas, as sementes deverão ser cobertas com meio centímetro de terra ou areia gros-
sa, peneirada sobre os saquinhos. Em seguida, cobre-se todo o canteiro com palha de arroz ou ca-
pim seco sem sementes e rega-se. 
A época de semeadura para produção de mudas de meio ano vai de abril a julho. Semeando-se nessa 
época, as mudas estarão prontas para o plantio aos 6 meses de idade, inicio da estação chuvosa. 
As mudas de ano são semeadas em outubro-novembro, e plantadas no início da estação das chuvas 
do próximo ano. 
1 kg de café despolpado e seco contém em média 6 mil sementes. Para a semeadura de 30 mil sa-
quinhos são necessários 10 kg de sementes com poder germinativo de 80 %. 
As mudas estarão boas para o plantio quando apresentarem 3 a 6 pares de folhas definitivas. 
 
 39 
TRATOS CULTURAIS NO VIVEIRO 
• Durante o desenvolvimento das mudas, o produtor deverá: 
• Fazer regas; 
 
• Retirar a cobertura de capim de cima dos saquinhos, logo que iniciar a germinação; 
 
• Fazer as mondas (Manter os saquinhos livres de mato); 
 
• Afofar a terra dos saquinhos, sempre que necessário; 
 
• Fazer adubação nitrogenada, após o aparecimento do 3º par de folhas. 
 
• Para se fazer a adubação nitrogenada, usam-se 20 gramas de sulfato amônio dissolvido em 
10 litros de água. Essa quantidade de solução é aplicada por meio de rega, em cada metro quadrado 
de canteiro, uma vez por mês. 
 
• Logo depois da aplicação do sulfato de amônio, deve-se regar bem as plantas com água 
pura, para evitar queimaduras nas folhas. 
 
Adubação foliar 
Após o surgimento do primeiro par de folhas verdadeiras podem ser aplicadas adubações com ni-
trogênio em cobertura, regando-se as mudas com uma solução contendo 30 g de sulfato de amônio 
em 10 litros de água, suficientes para 1000 mudas. 
Para que não haja "queima" das mudas recomenda-se a rega com água pura em seguida. A aduba-
ção nitrogenada em cobertura não deve ser aplicada mais do que 2 ou 3 vezes, respeitando-se um 
intervalo de 15 dias entre as aplicações , evitando-se dessa forma estiolamento das mudas. 
 
CONTROLE DE PRAGAS E DOENÇAS 
 
O controle de doenças deve ser realizado, sempre que possível, de forma preventiva. A principal 
doença é a Rhuzictoniose ou tombamento, que ataca as mudas novas na altura do colo; a preserva-
ção é obrigatória e tem início no tratamento do substrato com brometo de metila, seguido de rega 
dos canteiros antes da semeadura com uma solução de pentacloronitrobenzeno (PCNB) contendo 70 
g do produto comercial por 10 1 de água, quantidade suficiente para 1000 saquinhos. 
 40 
Após a emergência, de 15 em 15 dias fazer pulverização revezando fungicidascúpricos com orgâ-
nicos. 
As pragas que podem atacar as mudas, são: Bicho-mineiro, ácaros, cochonilhas, Lagartas e grilos. 
 
 
ACLIMATÃÇÃO DAS MUDAS (Controle da insolação) 
 
• Logo depois que as sementes germinarem, a cobertura do viveiro deve ser manejada, de 
modo a fornecer 50% de luz. 
 
• Quando as mudas soltarem o 2º par de folhas definitivas, começa-se a retirar, gradativamen-
te, a cobertura, de modo que, em operações sucessivas, a insolação aumenta progressiva-
mente, devendo as mudas ficarem em pleno Sol, quando faltarem 30 dias para o plantio. 
 
• No final do processo, a cobertura do viveiro deve ser mínima, possibilitando cerca de 70-
80% de insolação, com função apenas de proteção parcial das mudas a chuvas torrenciais ou de 
granizo. 
 
• A freqüência das regas deve aumentar, à medida que se aumenta a instalação no viveiro. 
• Quando as mudas apresentaram de 3 a 6 pares de folhas, devem ser levadas para o campo e 
plantadas em local definitivo. 
 
Seleção de mudas 
Antes do plantio definitivo as mudas devem passar por um processo seletivo, eliminando-se as ra-
quíticas, doentes, fracas e mal desenvolvidas que não apresentem condições de melhoria. As mudas 
com possibilidade de melhor de desenvolvimento, devem voltar ao viveiro e serem submetidas a um 
tratamento especial. 
 
 
 
10.2. PREPARO DO TERRENO 
 
Limpeza da área - No preparo do solo para instalação de uma lavoura de café, a primeira operação 
consta da limpeza da área, que depende da cobertura vegetal ou de seu uso anterior e de outras con-
dições, tais como: mata natural, cerrado, capoeira, culturas permanentes, pastagens e culturas anu-
 41 
ais. A limpeza da área deve ser feita na estação seca; no Centro-Sul, por exemplo, é realizada de 
abril a agosto. 
Revolvimento do solo - Consiste na aração e gradagem e subsolagem do terreno. Nos solos com-
pactos, a aração deve ser feita à profundidade de 25 a 30cm, usando os tradicionais arados de discos 
ou grade pesada. Para os terrenos de ótimas propriedades físicas, profundas, dispensa-se a aração. 
Faz-se a limpeza da faixa de plantio com rotativa ou enxada. 
A gradagem é feita com grades de discos, após aplicação do calcário e da aração, para ajudar a in-
corporação do calcário ao solo, dando melhores condições para sua reação. 
A subsolagem é uma prática recomendável para terrenos compactos e de má drenagem. Usa-se o 
subsolador individual ou um conjunto de dois ou três paralelos com a finalidade de quebrar, a cerca 
de 40 cm de profundidade, a compacidade do solo. 
 
 
10.3. LOCAÇÃO DO CAFEZAL 
 
Compreende a marcação das niveladas básicas, ruas de café, covas e carreadores. As niveladas 
básicas são marcadas de acordo com a declividade, uniformidade e conformação do terreno e 
dimensão da área. 
 
10.4. COVEAMENTO 
 
Uma vez preparado o terreno e feita a demarcação das niveladas básicas e carreadores, procede-
se à abertura das covas. 
 
A época no Centro-Sul é de outubro a dezembro. 
 
10.4.1. DIMENSÕES DA COVA 
 
a) plantio em covas (2 mudas):comprimento = 60 cm largura = 30 cm profundidade = 40 cm 
 
b) plantio em renque (1 muda): comprimento = 30 cm largura = 30 cm profundidade = 40 cm. 
 
10.4.2. ABERTURA DAS COVAS 
 
 42 
Pode ser feita com enxada, arado de aiveca ou sulcador (sulcamento) e com perfurador de solo 
(broca de 12” de diâmetro). 
 
No caso da abertura mecânica, posteriormente, com os sulcos abertos, completa-se a feitura das 
covas com enxadão, obedecendo às distâncias entre covas e dimensões. 
 
10.4.3. PREPARO DAS COVAS 
 
Após a marcação dos carreadores, colocam-se na área a matéria orgânica e adubos minerais, distri-
buídos em quantidades proporcionais a cada talhão, em pontos estratégicos que facilitem a distribu-
ição após a abertura das covas. Coloca-se manualmente junto às covas a matéria orgânica e por ci-
ma desta os adubos minerais. 
 
No preparo das covas mistura-se os adubos com a terra retirada das covas. Em seguida esta mistura 
é colocada dentro das covas até o nível do solo, de modo que a mesma fique firme, sem excesso de 
porosidade, ou seja, as covas ficam fechadas, prontas para receber as mudas. 
 
 
10.4.3.1. ADUBO MINERAL USADOS NA COVA OU EM ÁREA: 
40-80 gramas de P2O5 na cova ou 1.000 a 1.200 kg de superfosfato simples por hectare distribuídos 
de acordo com espaçamento a ser adotado (entre covas ou entre sulcos). 
De 10 a 20 gramas de K2O, na cova de plantio ou em cobertura pós-plantio. 
0,3 a 0,6 gramas de boro (na forma e bórax ou ácido bórico) na cova de plantio, ou então duas a 
quatro aplicações foliares anuais a 0,3% de ácido bórico. 
 
10.4.3.2. ADUBO ORGÂNICO 
Quando disponível (esterco curral, esterco galinha ou torta de mamona), nas quantidades indicadas, 
a seguir: 
 
 
 
 
 
Fonte Teores aproximados 
 43 
 
 
 
 
 
 
 
10.5. SISTEMAS DE PLANTIO 
 
10.5.1. SISTEMA TRADICIONAIS (espaçamentos largos e baixa densidade de plantas ) - Os 
espaçamentos que vinham sendo tradicionalmente utilizados na cafeicultura do Brasil variavam 
de 3,5 a 4,0 m por 3,5 a 4,0 m , em sistema de moita, resultando em densidade de 700 a 800 
plantas por hectare. Estes espaçamentos, além de promoverem subaproveitamento do terreno, 
propiciam produtividade muito baixa (600 kg/ha de café beneficiado). 
 
10.5.2. RENQUE-MECANIZADO - natural para as áreas plano-onduladas, cujos tratos irão 
ser mecanizados, o que significa redução nos custos, desde a implantação até a colheita da la-
voura. 
Nesse sistema os espaçamentos são abertos na rua, com distâncias de 3,5 – 4,0 m, e fechados na 
linha, sendo mais usada a distância de 0,5 m entre-plantas. O sistema possibilita populações de 
5-6 mil plantas por ha. 
 
10.5.3. SISTEMA DE PLANTIO ADENSADO – adequado a pequenas áreas, especialmente 
em regiões amorradas, onde a mecanização é impraticável. Nesse sistema o adensamento é o fa-
N %; P
2
O
5
 %; K
2
O % Recomendações (Kg/cova) 
Esterco de galinha (gaiola) 2,0; 2,0; 1,0 1-2 ou 4 a 6 litros 
Esterco de galinha (cama) 1,5; 1,0; 0,7 2-3 
Esterco de curral (curtido) 0,6; 0,3; 0,6 3-5 ou 15 – 20 litros 
Torta de mamona ou algodão 5,0; 2,0; 1,0 0,5-0,8 
Palha de café 1,7; 0,1; 3,2 2-3 ou 15 a 20 litros 
Esterco Porco 0,5; 0,3; 0,4 3-5 
Esterco Cavalo 0,7; 0,3; 0,8 3-5 
 44 
tor essencial para reduzir as áreas exploradas e cobrir rapidamente o solo, com economia na e-
xecução dos tratos culturais e a proteção do solo. Ainda, com maior numero de plantas por área, 
consegue-se maiores níveis de produtividade, o que facilita na competição com as áreas mecani-
zadas. 
No adensamento o espaçamento utilizado é de 1,7-2,0 m por 0,5m, comportando cerca de 10000 
plantas por hectare. 
 
10.5.4. SISTEMAS ALTERNATIVOS que podem ser usados são: 
 
10.5.4.1. SEMI-ADENSADO que normalmente usa espaçamento de 2,5 – 3,0 X 0,5m e o super 
adensado que usa 1,3 a 1,5 X 0,3-0,5 m. 
O semi-adensado é o ideal para produtores pequenos que não querem podar no curto prazo e pa-
ra o sistema de safra zero, onde cada 2-3 safras se faz o esqueletamento. 
 
10.5.4.2. SUPER ADENSADO se aplica em pequenas áreas com podas de recepa em ciclos 
curtos, cada 3-4 safras, visando ter, sempre, plantas baixas, que facilitem a colheita manual. 
Finalmente, volta-se a lembrar de que cada sistema é adequado desde que seja utilizado com as 
condições de manejo também apropriadas. Por exemplo, se a escolha for por um sistema aden-
sado ou super-adensado, em área com déficit hídrico, ele deve ser manejado com irrigação. 
 
 
10.5.5. SISTEMAS DE PLANTIO E ESPAÇAMENTOSO espaçamento depende de uma série de fatores tais como: cultivar a ser plantado, declividade e 
exposição do terreno, fertilidade do solo, número de covas a serem tomadas e área existente, 
disponibilidade de mão-de-obra e equipamentos a serem utilizados no cafezal. 
A exemplo com as variedades mais plantadas e com base, pode-se indicar os seguintes espaça-
mentos: 
Livre crescimento: 
Mundo Novo: 4,0 x 1,5 a 2,5 m (2 mudas) ou 4,0 x 0,5 a 1,5 m (1 muda) 
Catuaí: 3,5 x 1,5 a 2,0 m (2 mudas) ou 3,5 x 0,5 a 1,5 m (1 muda) 
Em áreas não mecanizáveis e em propriedades pequenas, pode-se optar pelo espaçamento entre 
as ruas de 3,5 m para Mundo Novo e 3,0 m para o Catuaí, respectivamente. 
 
Com podas programadas: 
 45 
 Mundo Novo: 2,0 x 1,5 a 2,0 m (2 mudas) 
 2,0 x 0,5 a 1,5 m (1 muda) 
Catuaí: 1,75 x 1,5 a 2,0 m (2 mudas) 
 1,75 x 0,5 a 1,5 m (1 muda) 
 
 
10.6. INDICAÇÕES DE ESPAÇAMENTO NO SISTEMA ADENSADO 
 
Distância nas ruas: 1,5 a 1,75 para cultivar de porte, como a Catuaí, após a 4
a
 colheita trans-
formar em 3,0 a 3,5 m. 
Para a Mundo Novo 1,8 a 2,0 m, em condições semelhantes a conversão seria para 3,6 a 4,0 m. 
Distância entre covas: Catuaí de 0,5 a 1,0 m entre covas na linha (com 1 planta/cova). Mundo 
Novo de 0,5 a 0,8 m. 
Cultivares para plantio adensado: Dentro das cultivares de café arábica comerciais atualmente 
disponíveis destacam-se basicamente a Catuaí e a Mundo Novo. 
Características das cultivares: 
A Catuaí, de porte baixo e folhagem mais densa, tem maturação mais desigualada e mais tardia. 
A Mundo Novo, apesar do porte alto, apresenta vantagem para o sistema de plantio denso pelo 
bom vigor e pela maturação mais igualada e precoce. 
 
 
10.7. PLANTIO E REPLANTIO DA MUDA 
 
O plantio manual deve ser feito durante o período chuvoso de cada região de cultivo de café. 
Quanto mais próximo ao final das chuvas, maior probabilidade de perda no plantio. 
 
O plantio deve ser realizado com mudas com 4 a 6 pares de folhas aclimatadas ao sol, em solo 
úmido. 
 
O plantio é feito abrindo-se covetas nas covas anteriormente preparadas, colocado-se o colo das 
mudas ao nível do solo ou um pouco abaixo. 
Decorridos 20 ou 30 dias, inicia-se o processo de replantio, com a substituição das mudas mor-
tas e daquelas mais fracas ou defeituosas. 
 
 
 46 
10.7. PRÁTICAS CULTURAIS NO CAFEZAL 
 
10.7.1. Conservação do solo 
 
A erosão é, sem dúvida, a médio e longo prazo, um dos grandes inimigos da cafeicultura. Nor-
malmente, são empregados nos cafezais dois tipos de práticas conservacionistas: 
 
(a)Vegetativas: capinas alternadas, roçadas do mato, redução das capinas, cultura intercalar, ve-
getação dos carreadores, renque de vegetação permanente e herbicidas em pós-emergência; 
 
b) Mecânicas: plantio em nível, locação do cafezal, terraços de base larga, terraços de base es-
treita ou cordões de contorno, subsolagem, canais escoadores, patamares e banquetas individu-
ais, encordoamento do mato em contorno, caixas de retenção e sulcamento em nível. 
 
Em síntese, para a grande maioria das áreas mecanizáveis, a adoção do plantio em nível, e de 
capinas alternadas conjugadas com roçadas de mato, resolve muito bem o problema de conser-
vação do solo. 
 
10.8. PRÁTICAS CULTURAIS NO CAFEZAL 
 
10.8.1. CAPINAS - No período da seca o cafezal deve ser mantido completamente livre das 
ervas, porém no período chuvoso deve-se evitar esta situação, sob pena de favorecer a erosão. 
 
Controle do mato - manuais, com enxada, mecânicas, com tração animal e motorizada (cultiva-
dores, grades, enxadas rotativas e roçadeiras) e químicas, com aplicação de herbicidas de pré-
plantio, pré-emergência e pós-emergência. 
 
10.8.2. ARRUAÇÃO - Também chamada de coroação, é a operação feita antes da colheita pa-
ra evitar que o café venha a se perder em mistura com a terra e restos vegetais. Facilita também 
a operação de colheita, tal como a varrição ou varredura do café seco caído após a derriça, e 
possibilita maior rendimento dos trabalhos. 
 
Limpa-se o chão embaixo da saia e nas imediações do cafeeiro, e arrasta-se o “cisco” e a terra 
para o meio da rua, formando leiras ou coroas que isolam covas individuais ou grupos de covas. 
 47 
Utilizam-se rodos ou rastelos para evitar uma destruição prejudicial de radicelas do cafeeiro. O 
terreno deve permanecer firme. Também podem ser usados implementos mecânicos. 
 
10.8.3. ESPARRAMAÇÃO - é a operação inversa à arruação: logo após a colheita, as leiras 
são desfeitas ou as coroas formadas, e esparramadas por igual no terreno. Esta operação pode 
ser manual, com enxadas, ou mecânica, com esparramadores de ciscos tracionados a trator. 
 
 
10.8.4. CALAGEM - A calagem é a prática primeira para se “construir” a fertilidade adequada 
ao cafeeiro nos solos ácido, pois, sem ela, as demais práticas, como adubações com macro e mi-
cronutrientes, não alcançam a eficiência desejada. 
 
É praticamente impossível o cultivo do cafeeiro de forma racional e econômica sem a prática da 
calagem, pois a ação tóxica do Al+++ e Mn++, associada à carência de Ca++ e Mg++ , impe-
dem o desenvolvimento e conseqüentemente limitam drasticamente a produtividade. 
 
Dosagens de calcário - O caminho certo para definição mais correta da dose de calcário a ser a-
plicada é a análise prévia do solo. Com os resultados analíticos dos teores de Ca, Mg, K, Al e H 
(meq/100 g de solo), obtidos pela análise de solo, e o uso da fórmula: NC = PT(V2 - V1)/PRNT, 
chega-se à dosagem de calcário por hectare. 
 
Modo de aplicação - Na implantação da lavoura - única oportunidade em que se pode incorpo-
rar o calcário ao solo a maiores profundidades, o melhor modo consiste em espalhar em área to-
tal, seguindo-se a sua incorporação, mais uma dose na cova ou sulco de plantio. 
 
Em lavoura adulta, o calcário é aplicado em cobertura sob e na projeção dos ramos plagiogeo-
trópicos, dada a impossibilidade de incorporação pelos tratos culturais normais. 
 
a) Para o plantio: Modo de aplicação: 
 
Para aplicação em área total, nas áreas mecanizáveis, incorporar o calcário em meia dose antes 
da aração, que deve ser profunda nos solos argilosos, e meia dose antes da gradagem. 
Nos solos arenosos, em que não é recomendável a aração para o plantio do cafeeiro, incorporar 
com gradagem. Em áreas não mecanizáveis (pela topografia impeditiva ou pouca extensão), a-
plicar em cobertura e incorporar com os cultivos subseqüentes (capinas). 
 48 
 
Na cova ou banqueta, misturar manualmente o calcário com a terra e com outros insumos (maté-
ria orgânica e adubos). 
 
Nos sulcos, distribuir no fundo dos mesmos e misturar mecanicamente com o “tombamento” ou 
com o misturador tipo Patrocínio acoplado ao trator. 
 
Época: Aplicar 30 a 60 dias antes do plantio. Esse período de espera é de máxima importância 
para o calcário calcinado. 
 
b) Para lavouras adultas: Modo de aplicação: De preferência, aplicar o calcário antes da espar-
ramação do cisco, nos cafezais arruados. 
Em lavouras mecanizáveis aplicar o calcário mecanicamente, em cobertura, em área total ou 
com regulagem em faixa para lavouras novas (2-3 anos), de forma que o calcário atinja as áreas 
sob a saia do cafeeiro. 
Em lavouras não mecanizáveis, aplicar manualmente, em cobertura, em faixa ou ao redor dos 
cafeeiros, atingindo as áreas sob a saia do cafeeiro. 
 
c) Na fase de formação 
 
Por ocasião da primeira produção econômica, é conveniente a amostragem do solo, a fim de de-
tectar eventuais falhas na correção do solo. Nesta fase, a relaçãofolhas/frutos é estreita e há o 
perigo de depauperamento do cafeeiro. 
 
Pelo menos de 2 em 2 anos deve-se proceder à análise do solo, visando a calagem de manuten-
ção, para a correção da acidez fisiológica e para o equilíbrio do Ca e Mg na relação 3:1. 
 
10.8.5. ADUBAÇÃO DE CAFEZAIS 
 
É necessário considerar, um programa nutricional dos diferentes tipos de adubação (química, 
orgânica e foliar), que forneçam, de forma mais adequada possível, os nutrientes N, P, K, S, Zn, 
B e Cu, além do Ca e Mg, fornecidos pela calagem. 
 
 49 
Na fase de formação, as exigências de N, P, K, S, Zn, B e Cu aumentam de forma quase geomé-
trica, da muda aos 18 meses, na ordem N>K>P>S para os macronutrientes e Cu>B>Zn para os 
micronutrientes. 
 
Tipos de adubação no cafeeiro 
 
O cafeeiro pode receber adubação via solo e foliar utilizando-se de diferentes fontes de nutrien-
tes (adubos químicos e orgânicos); porém não dispensa a adubação química via solo pois, de ou-
tra forma, dificilmente consegue o equilíbrio nutricional adequado, quantitativa e qualitativa-
mente, para o suprimento dos nutrientes exigidos. 
 
10.8.5.1. ADUBAÇÃO QUÍMICA 
 
É mais eficiente e rápida no suprimento dos nutrientes ao cafeeiro. Sua maior eficiência é obtida 
quando, além de se fornecer as quantidades exigidas, os adubos são aplicados na época certa, 
com o parcelamento correto e de modo e localização perfeitos. 
 
a) Adubação de plantio (macro e microelementos): 30 a 60 dias antes de plantio, em mistura 
com os demais insumos e calcário na terra. 
 
b) Adubação pós plantio com N (0 aos 6 meses de campo). Aplicar 2,5 g de N por vez, 30 dias 
pós plantio e repetir até 4 vezes enquanto durar o período chuvoso. Em cobertura, 10 a 15 cm do 
caule do cafeeiro e alternando os lados na linha de café. Doze 2,5 a 10,0 gramas de N /cova. 
 
 
c) Adubação no 1o ano com N e K (7 a 18 meses). Aplicar os adubos na época das chuvas e 
parcelar em 4 vezes iguais de 40 em 40 dias. Em cobertura, 15 a 30 cm do caule do cafeeiro e 
alternando os lados na linha de café. Doze 15 - 30 g de N e 10 – 20 g de K2O/cova. 
 
d) Adubação no 2o ano com N – P e K (19 a 30 meses) - Iniciar as aplicações com as chuvas e 
parcelar em 3 a 4 vezes iguais. Em cobertura, 20 a 30 cm do caule do cafeeiro (projeção da saia) 
e alternando os lados ou dividindo a dose de cada parceladamente pela metade aplicando em 
ambos os lados na linha do café. 
 
 50 
e) Adubação no 3o ano com N – P e K (31 a 42 meses) - Iniciar as aplicações com as chuvas e 
parcelar em 3 a 4 vezes iguais. Em cobertura, 20 a 30 cm do caule do cafeeiro (projeção da saia) 
e alternando os lados ou dividindo a dose de cada parceladamente pela metade aplicando em 
ambos os lados na linha do café. 
 
f) Adubação de produção com N, P2O5 e K2O (acima de 4 anos de campo) - A partir do 4o ano 
considera-se a lavoura adulta, e a adubação deve ser feita com base na produção anual e vegeta-
ção de crescimento/reposição. 
 
Aplicar as doses com as chuvas e parcelar 3 a 4 vezes iguais. Em cobertura sob a projeção dos 
ramos da saia do cafeeiro distante 30 a 60 cm (faixa) do tronco para cafeeiros com 4 a 5 anos, 
50 a 70 cm (faixa) do tronco para cafeeiros com 6 a 8 anos e 60 a 100 cm (faixa) do tronco para 
cafeeiros com 9 para mais anos. Alternar os lados ou dividindo a dose de cada parcelamento pe-
la metade e aplicar em ambos os lados na linha de café. 
 
 
10.8.5.2. ADUBAÇÃO ORGÂNICA 
 
A adubação orgânica não dispensa a química. A associação das duas, de forma equilibrada, é al-
tamente benéfica, pelos bons efeitos da matéria orgânica no solo (promove a melhoria das pro-
priedades físicas, químicas e biológicas do solo, propicia maior retenção da umidade, aumenta 
o aproveitamento dos adubos químicos e fornece nutrientes de forma mais lenta e constante). 
 
Das fontes de matéria orgânicas (M.O) que podem ser utilizadas para adubação do cafeeiro, 
tem-se: restos de culturas, adubos verdes, resíduos industriais e urbanos, compostos e estercos. 
No caso das “palhas” a relação C/N alta (> 30), ou seja, com pouco nitrogênio, como nas de ar-
roz e milho, é necessária uma suplementação na adubação nitrogenada do cafeeiro, para evitar 
deficiência temporária, que promove o amarelecimento de suas folhas. 
 
Recomendações e uso 
 
No plantio do cafeeiro - As recomendações para o plantio do cafeeiro, feitas com as fontes de 
M.O mais disponíveis, nas regiões de cultivo são: 
 esterco de galinha, esterco de curral, torta de mamona, torta de algodão, palha de café curti-
da, torta de filtro, lixo tratado, compostos simples e compostos enriquecidos. 
 51 
 
10.8.5.3. ADUBAÇÃO FOLIAR 
 
A adubação foliar do cafeeiro só se justifica em situações adversas à absorção radicular. Além 
do N, P, K, Ca, Mg e S, exigidos em grandes quantidades pelo cafeeiro, e fornecidos pela cala-
gem e adubação do solo, há necessidade de se fornecer Zn, B, e Cu, considerados os pequenos 
nutrientes. 
 
Embora se possa aplicar o Zn, B e Cu pelo solo, meio mais econômico é o via foliar, através de 
pulverizações com sais, ácidos ou ainda adubos quelatizados foliares. 
O Zinco, o Boro e o Cobre são micronutrientes importantes para o cafeeiro, tanto na fase de 
formação, como na fase de plantas adultas, com cafeeiro em produção.plantas adultas, com ca-
feeiro em produção. 
 
Recomendações da lavoura 
 
Na formação do cafezal - quando necessário se aplica Zn ou B ou Cu na cova de plantio. 
 
No cafeeiro em produção - a adubação foliar com Zn é necessária em solos argilosos ou no caso 
de não se aplicar via solo em solos arenosos. 
 
Nas condições de Pernambuco é recomendado aplicar uma solução de 600g de sulfato de zinco 
+ 300g de ácido bórico + 1.000 g de uréia em 100 litros de água, nos meses de agosto/setembro, 
janeiro/fevereiro e maio/junho. 
 
Diagnose foliar 
 
No cafeeiro, a coleta de folhas deve ser feita ao acaso, de plantas que representem o talhão que 
está sendo amostrado. Coleta-se o 30 par de folhas, contando da extremidade para a inserção, 
dos ramos localizados meia altura dos cafeeiros e ao seu redor. Trinta pares de folhas são sufici-
entes para realizar análise. As folhas devem ser colocadas num saco plástico e enviadas ao labo-
ratório. 
 
RECOMENDAÇÃO DE ADUBAÇÃO NO CAFEEIRO 
 52 
Pode-se dividir a adubação de um cafezal em duas etapas: adubação de formação (no plantio e 
na formação das plantas) e adubação de produção (cafezal adulto), em que se usam os adubos 
orgânicos e químicos. 
 
1) CALAGEM – o fornecimento de Cálcio e Magnésio deve ser feito na implantação e durante 
o período de produção. 
2) ADUBAÇÃO DE FORMAÇÃO – na adubação de formação podem ser estabelecidas as se-
guintes dosagens, de acordo as exigências determinadas para esta fase: 
• Adubação na cova: P2O5 = 30 a 40 g - K2O = 15 a 20 g – Ca + Mg 200 a 400 g de Calcário 
Dolomítico. Acrescentar na cova matéria orgânica, na mistura da cova, utilizando-se uma 
das fontes e doses: Esterco de Curral (10 a 20 litros), Esterco de Galinha (2 a 3 kg ou 4 a 6 
litros) e Torta de Mamona (1 a 1,5 kg ou 2 a 3 litros). 
• Adubação pós-plantio: 
• Adubação no 10 ano/cova: N = 10 a 20 g e K2O = 10 a 20 g. Modo de aplicação: parcelar o 
N em 4 vezes iguais e K em 2 duas vezes iguais. 
• Adubação no 20 ano/cova: N = 50 a 70 g e K2O = 60 a 80 g. Modo de aplicação: idem 10 
ano. 
• Adubação no 30 ano/cova: N = 100 a 120 g e K2O = 120 a 150 g. Modo de aplicação: par-
celar o N em 4 vezes nas proporções de 20%, 20%, 30% e 30%; e o K em 2 vezes iguais. 
• Adubação no 40 ano/cova: N = 120 a 150 g; P2O5 = 30 a 40 g e K2O = 130 a 180 g. Modo

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