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Salvos pela vida de Cristo

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SALVOS PELA VIDA DE CRISTO
Existe alguma coisa que faz do cristianismo mais do que uma religião, mais do que uma ética e mais do que um sonho ilusório de idealistas sentimentais. É algo que torna o cristianismo relevante para cada um de nós, aqui e agora, como experiência presente. E isso é o fato que Cristo, em pessoa, é o conteúdo da fé cristã. Ele é quem a faz "palpitar". "Fiel é o que vos chama, o qual também o fará" (I Tessalonicenses 5 :24). Aquele que nos chama é o mesmo que realiza aquilo para o que nos tem chamado. "Porque Deus é quem efetua em vós tanto o querer como o realizar, segundo a sua boa vontade" (Filipenses 2 :13). Ele mesmo é a energia dinâmica de todas as Suas exigências. 
Cristo não morreu meramente para que você pudesse ser livrado de uma má consciência, ou para remover de você a mancha dos fracassos passados, mas a fim de "purificar o caminho" para a atuação divina. Você tem ouvido dizer que Cristo morreu com o propósito de salvá-Io. Essa é uma verdade gloriosa, ainda que em sentido muito limitado, embora vital. Lemos em Romanos 5:10 : "Porque se nós, quando inimigos, fomos reconciliados com Deus mediante a morte do seu Filho, muito mais, estando já reconciliados, seremos salvos pelar sua vida". O Senhor Jesus Cristo, portanto, ministra a você de duas maneiras distintas - Ele o reconcilia com Deus pela Sua morte, e Ele o salva pela Sua vida. 
Gostaria de examinar com você o que está envolvido nisso. Desde o seu primeiro vocábulo, o evangelho é uma palavra de reconciliação, de maneira que " ... somos embaixadores em nome de Cristo, como se Deus exortasse por nosso intermédio. Em nome de Cristo, pois, rogamos que vos reconcilieis com Deus" (lI Coríntios 5:20). Aqui temos um convite para que o pecador estabeleça paz com o próprio Deus. E como isso é possível? Somente em virtude do fato que "...Deus estava em Cristo, reconciliando consigo o mundo..." (II Coríntios 5:19). 
Em Sua justiça, Deus não tem opção senão ver em você culpado, como pecador que você é, pronunciando contra você a sentença de morte, a perda das influências de Seu Santo Espírito, e a alienação (afastamento) de toda a vida de Deus - porquanto você, por sua própria natureza, está morto em delitos e pecados. Todavia, há mais de dezenove séculos que Deus, em Cristo, deu um passo da eternidade para dentro do tempo, e desde então, hoje aí estão, estendidas para você, as mãos feridas dAquele que sofreu como " ... o justo pelos injustos" a fim de conduzir-nos a Deus (ver I Pedro 3 :18) "carregando Ele mesmo em seu corpo, sobre o madeiro, os nossos pecados ... " (I Pedro 2 :24). 
Isso é o que de imediato torna o evangelho tão urgente e necessário! Não basta o assentimento mental - é imperativo que se faça uma escolha moral! Cristo é a última palavra de Deus a você, e Ele requer resposta. 
A resposta que você der a Jesus Cristo determinará a sua condição aos olhos de Deus - redimido ou condenado! 
No entanto, isso é apenas o princípio da história, porquanto "... se nós, quando inimigos, fomos reconciliados com Deus mediante a morte de seu Filho, muito mais, estando já reconciliados agora como fato consumado, seremos salvos como processo contínuo pela vida" (Romanos 5 :10). A glória dessa realidade é a seguinte - assim que Deus reconcilia consigo mesmo o homem que responde afirmativamente ao Seu chamamento, também torna a comunicar-lhe, na qualidade de pecador perdoado, a presença do EspíritoSanto; e essa restauração do Espírito Santo, que lhe é feita, constitui aquilo que a Bíblia designa da regeneração ou novo nascimento. Diz o trecho de Tito 3:5,6: "... não por obras de justiça praticadas por nós, mas segundo sua misericórdia, Ele nos salvou mediante o lavar regenerador e renovador do EspíritoSanto, que Ele derramou sobre nós ricamente, por meio de Jesus Cristo nosso Salvador". 
Na terceira manhã após a Sua crucificação, o Senhor Jesus Cristo ergueu-se de entre os mortos e apareceu aos Seus discípulos. Instruiu-os durante o espaço de quarenta dias e, em seguida, subiu para o Pai. No primeiro dia da festa de pentecostes, o Senhor retornou aos discípulos, mas desta vez não apenas para estar com eles, externamente - revestido daquela humanidade sem pecado que Deus preparara para Ele, tendo sido concebido pelo EspíritoSanto no ventre de Maria - mas agora para estar neles, proporcionando-lhes a Sua própria natureza divina, revestindo-Se da humanidade deles, a fim de que cada qual fosse feito, "individualmente", membro de um corpo novo e coletivo, mediante o qual Cristo pôde expressar-se ao mundo daquele período. Ele falava com os lábios deles. Operava com as mãos deles. Esse foi o milagre do novo nascimento, e isto continua sendo até hoje o coração do Evangelho! 
"Fiel é o que vos chama, o qual também o fará" (I Tessalonicenses 5:24). Aquele que nos chama para uma vida de retidão é também Aquele que, por consentimento nosso, vive essa vida de retidão através de nós. Aquele que nos chama para ministrarmos às necessidades da humanidade é também Aquele que, por nosso consentimento, ministra às necessidades da humanidade através de nós! Aquele que nos chama para sairmos pelo mundo, pregando o evangelho a toda criatura, é também aquele que, por nosso consentimento, sai pelo mundo inteiro a pregar o evangelho a toda criatura através de nós! 
Esse é o impulso divino que salva o indivíduo da futilidade dos próprios esforços. Assim o crente fica libertado da pesada carga de tentar erguer a si mesmo pelos cordões de seus sapatos! Não fora a provisão divina, e o chamamento para Cristo seria motivo da mais completa frustração, apresentando-nos o triste espetáculo de um idealista sincero, constantemente frustrado por suas próprias inaptidões. 
Se você tão somente confiar em Cristo, não só com respeito à morte que Ele sofreu a fim de redimi-lo, mas também com respeito à vida que Ele agora vive e espera viver através de você, então o próximo passo que você der será um passo efetuado na energia, e no poder do próprio Deus. Você terá começado a viver uma vida que é sobrenatural em sua essência, a despeito de estar revestida da comum humanidade de seu corpo físico, a despeito de continuar operando dentro das coisas importantes ou sem importância que inevitavelmente compõem a sorte de um homem; porquanto este, ainda que o seu coração esteja com Cristo, nos céus, tem ainda os dois pés bem plantados na terra. 
Você ter-se-á tornado totalmente dependente da vida de Cristo em seu íntimo, e nunca antes terá sido tão independente tão emancipado da pressão de suas próprias circunstâncias, tão liberto, finalmente, daquela auto-desconfiança que a certos momentos o tornava tão arrogante, tão ousado em suas afirmações, mas que, em outros instantes, o tornava vítima de sus própria auto-compaixão - quando, quer num estado quer noutro, sempre esteve escravizado ao temor das opiniões alheias. 
Você estará livre da tirania exercida por um inimigo derrotado no seu íntimo. Será mais do que vencedor, pois até a própria morte terá sido conquistada pela vida de Cristo. Mediante a Sua Morte, Jesus Cristo destruiu "... aquele que tem o poder da morte) a saber, o diabo ... " (Hebreus 2 :14). Essa é realmente uma grande vitória! 
A sua verdadeira humanidade lhe será devolvida - a fim de ser o veículo humano da vida divina. Sua fé abrirá as Janelas do céu, pois então Deus se moverá para fazer o impossível - e isso é especialidade da deidade criadora. Seus amigos ficarão perplexos, porquanto na realidade você ter-se-á tornado uma nova criatura - as coisas antigas estarão no passado e tudo ter-se-â feito novo (ver II Corintios 5:17). Mediante a paz com Deus você terá encontrado a paz de Deus, a qual " ... excede todo o entendimento ... " (Filipenses 4:7). 
Ora, se é verdade que o Senhor Jesus Cristo quer viver a Sua vida através de nós, na terra e nos nossos dias, conforme Ele viveu em Seu próprio corpo, na face da terra, há mais de mil e novecentos anos, então é ao mesmo tempo interessantee necessário que descubramos como Ele viveu então, a fim de sabermos como Ele deseja viver, agora, através de nós. 
Lemos na passagem de João 6:35: "Quem comer a minha carne e beber o meu sangue, permanece em mim e eu nele". Pelo contexto dessa passagem, podemos compreender que o Senhor Jesus Cristo se utiliza aqui da expressão "comer" e "beber" no sentido de "vir" e "crer". Desse modo, aqueles que vêm a Ele e Nele crêem, entram numa relação particular com Ele - permanecem Nele, e Ele permanece neles. 
O versículo cinquenta e sete continua: "Assim como o Pai, que vive, me enviou, e igualmente eu vivo pelo Pai; também quem de mim se alimenta, por mim viverá." Assim como Cristo viveu por meio do Pai, por semelhante modo compete que vivamos por meio de Cristo. Ora, como é que Jesus Cristo vivia por meio do Pai? Uma vez que você conheça a resposta a essa indagação, também conhecerá como nos compete viver por meio de Cristo. E a princípio a resposta parece surpreendente. 
Vemos que Jesus declarou em João 5:19: "Em verdade, vos digo que o Filho nada pode fazer de si mesmo ... " E em João 8:28, lemos: "Quando levantardes o Filho do homem, então sabereis que eu sou, e que nada faço por mim mesmo ... " Neste passo encontramos Jesus Cristo, na qualidade de homem, vivendo em total e inquestionável dependência ao Pai. Foi assim que Ele cumpriu a Sua verdadeira vocação como homem, posto ter vindo em Sua humanidade impecável a fim de ser aquilo que o homem, por causa do pecado, deixara de ser - o veículo submisso da Presença divina, permitindo que o Pai se expressasse em Suas ações, através da Sua humanidade. 
E embora Jesus Cristo fosse a própria deidade criadora, por meio de quem foram feitas todas as coisas, todavia, na qualidade de homem, humilhou-se a si mesmo - pondo de lado as Suas prerrogativas divinas e andando sobre a face da terra como mero homem - uma perfeita demonstração daquilo que Deus tencionava que o homem fosse - com toda a sua personalidade submissa a Deus e ocupada por Deus para Ele mesmo. 
Por essa razão é que o Senhor Jesus orou como lemos em João 17:19: "E a favor deles eu me santifico a mim mesmo, para que eles também sejam santificados totalmente separados na verdade". Em outras palavras, da mesma maneira que Jesus viveu em inquebrantável dependência ao Pai, sem dar um só passo que não reconhecesse que à parte do Pai nada podia fazer, assim também Ele agora nos convoca para vivermos na mesma total dependência, a Ele - não dando um só passo sem reconhecermos que, sem Cristo, nada podemos fazer. 
"Eu sou a videira, vós os ramos. Quem permanece em mim, e eu, nele, esse dá muito fruto; porque sem mim' nada podeis fazer" ( João 15:5). Em outras palavras, nada podemos fazer sem Ele mais do que Ele podia fazer sem o Pai. Porém, quanto pôde o Pai fazer através do Filho? Tudo! - pois que Ele se submetia a tudo quanto o Pai Lhe punha diante. "...Jesus, sabendo este que o Pai tudo confiara às suas mãos... " (João 13 :3). " ... porque aprouve a Deus que nele residisse toda a plenitude" (Colossenses 1:9). 
Por conseguinte, quanto pode fazer Jesus Cristo através de você e por meu intermédio? Tudo! Ele só está limitado pela medida de nossa submissão a tudo quanto Ele nos põe diante, porquanto "...nele habita corporalmente toda a plenitude da Divindade" e "... nele estais aperfeiçoados" (Colossenses 2:9,10). Em que consiste, pois, a fé que libera a atuação divina? Como pode você ser salvo pela Sua vida, conforme assevera já ter sido redimido pela Sua morte? Essa é a pergunta mais crítica da experiência cristã, mas a resposta é simples - "O justo viverá por fé" (Romanos 1 :17). 
Fé, na sua mais completa simplicidade! Fé que aceita precisamente o que Deus assevera em Sua Palavra. Fé que simplesmente replica: "Muito agradecido, Senhor". 
Se você deseja conhecer, por experiência própria, a plenitude da vida em Cristo, então terá de apropriar-se da eficácia do que ele é, assim como já se apropriou da eficácia do que Ele fez. Relacione todas as coisas, instante a instante, conforme elas forem surgindo, à suficiência daquilo que Ele é em você, aceitando que essa Sua suficiência, será operante. E é sobre essa base que, em I Tessalonicenses 5:16, somos exortado a nos regozijarmos sempre! Devemos possuir uma alegria inabalável, posto contarmos com uma base sólida para tal regozijo! 
Novamente lemos: "Orai sem cessar" (I Tessalonicenses 5 :17). E nesse caso a recomendação para orarmos não significa que devemos implorar ou pleitear como se Deus não estivesse disposto a, conceder - mas indica, simplesmente, que devemos expor a ele, pela fé, cada situação nova que aparecer, para que receba a plena suficiência Daquele que em nós habita mediante a Sua vida. Poderia surgir alguma situação, sem importar as circunstâncias, para a qual ele não seja suficiente? Alguma pressão, promessa, problema, responsabilidade ou tentação da qual o Senhor Jesus não esteja à altura? Se ele é verdadeiramente Deus, então não pode surgir um único caso dessa categoria! " ... e (ele) foi poderosamente demonstrado Filho de Deus, segundo o Espírito de santidade, pela ressurreição dos mortos ... " (Romanos 1:4) - e é justamente de Sua vida ressurreta que todos nós nos temos tornado participantes! 
Já que assim sucede, aplicando pela fé a suficiência de Cristo a cada nova situação que for surgindo, isso não nos deixa outra alternativa senão a de obedecer a ordem expressa em I Tessalonicenses 5:18: "Em tudo dai graças ... "! Acerca do que devemos ser agradecidos? Em tudo - sem uma única exceção, porquanto "... esta é a vontade de Deus em Cristo Jesus para convosco". 
Se há alguma situação diante da qual não estamos preparados a recuar, reconhecendo plenamente a total suficiência de Cristo, que está em nós, então ainda estamos fora da vontade de Deus. Estaremos asseverando, mediante nossa ação e atitude, que ele nada nos tem a dar naquela determinada situação, e 'que a suficiência está em nós mesmos. Essa é a própria negação da dependência ao Senhor, e assim estaremos desobedecendo ao mandamento do versículo dezenove do mesmo capitulo: "Não apagueis o Espirito". E isso porque o ofício do Espírito Santo consiste em revelar para nos, levando-nos a experimentar pessoalmente, tudo aquilo que Cristo é em nós. 
É isso que significa estarmos cheios do Espírito Santo - permitirmos que o Espírito Santo ocupe a totalidade de nossa personalidade com a, suficiência de Cristo. Nisso consiste o sublime segredo de nos valermos dos ilimitados recursos da deidade. "... falando entre vós com salmos, entoando e louvando de coração ao Senhor, com hinos e cânticos espirituais, dando sempre graças por tudo a nosso Deus e Pai, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo" (Efésios 5:9, 20). 
Quanta estupidez seria a de adquirirmos um automóvel, dotado de poderoso motor sob a tampa, para então passarmos o resto de nossos dias a empurrá-lo ! Frustrados e exaustos, haveremos de nos desfazer de tão inútil objeto. Não obstante, no caso de alguns que se declaram crentes, esta bem pode ser uma palavra de Deus aos seus corações. Quando Deus o redimiu, por meio do precioso sangue de Seu filho mui amado, segundo a linguagem de minha ilustração colocou em você um poderoso motor - nada menos que a vida ressurreta de Deus Filhos, a nós conferida na pessoa de Deus Espírito Santo. Portanto, pare de empurrar! Entre no carro e dê partida ao motor, e exponha toda colina de circunstâncias, de oportunidades, de tentações e de perplexidade - sem importar quão ameaçadoras possam ser - it energia divina posta infalivelmente it sua disposição. 
Com que extraordinária confiança você poderá entrar no futuro, uma vez que tenha consentido em morrer para os seus próprios esforços, e em passar a receber, como pecador redimido, tudo quanto Deus pôs ao seu alcance, na pessoa de Seu Filho ressurreto! 
Estar em Cristo - isso é redenção; mas Cristo estar em nós - isso é santificação! Estar em Cristo - isso nos torna aptospara o céu; mas Cristo estar em nós - isso nos torna aptos para a terra! Estar em Cristo - isso altera a direção para onde vamos; mas Cristo estar em nós - isso muda o nosso propósito! Uma coisa faz do céu o nosso lugar - a outra faz deste mundo a Sua oficina. 
Posso desejar voltar para a minha casa, na Inglaterra, mas estou em Nova Iorque. Porém, desde que nasci tenho estado preso a este globo por uma lei que jamais serei capaz de quebrar - a lei da gravidade. Todavia, eis que sou informado da existência de outra lei, uma lei superior, a lei da aerodinâmica; e se ao menos eu estiver disposto a submeter-me a essa nova lei, em total confiança, então essa nova lei me libertará da lei antiga. Mediante a fé entro em um avião, sento-me, no descanso da fé e, quando rugem aqueles poderosos motores em seu funcionamento, descubro que a nova lei da aerodinâmica me liberta da lei da gravidade. 
Durante todo o tempo em que eu, pela fé, ficar naquela posição de total dependência, não terei de tentar libertar-me da lei da gravidade - já estarei sendo libertado pela operação de uma lei nova e superior. Naturalmente que se eu for insensato bastante para tanto, quando estiver bem no meio do oceano Atlântico, poderei achar que a cabine do aparelho está muito abafada, saindo pela porta de emergência - mas, no momento em que eu abandonar a minha posição de fé, nessa lei que me liberta da lei da gravidade, então descobrirei que a velha força, de atração para baixo continua em plena atividade, e serei novamente apanhado por ela, afundado nas águas do oceano! 
Se eu quiser continuar sendo transportado pelo ar, precisarei manter minha atitude de dependência! 
Da mesma forma, você é chamado por Deus a andar pela fé, a andar no Espírito, a fazer repousar todo o peso de sua personalidade sobre o Cristo vivo que habita no crente; e, it proporção que, pela fé, estiver andando no Espírito, assim também Deus declara que você não cumprirá as concupiscências da carne. Pelo contrário, será liberado, emancipado, libertado da atração para baixo, que deseja arrastá-lo para a iniquidade inerente, a qual somente Cristo pode anular. Somente assim você poderá ser mais do que vencedor, por meio de "... Cristo, que é a nossa vida.." (Colossenses 3:4). 
Qual seria a sua situação espiritual? Você já depositou sua confiança no Senhor Jesus, como seu Redentor? Já se reconciliou com Deus mediante a morte de Seu Filho? Outrossim, se você já está reconciliado, está neste momento sendo salvo pela Sua vida? Você já aprendeu a distanciar-se de cada situação, fazendo-a depender totalmente daquilo que Ele é em você, dizendo-Lhe, pela fé: "Graças te dou, Senhor?" 
Senhor Jesus, quanto Te sou agradecido, porque não apenas me redimiste com o Teu precioso sangue, reconciliando-me com Deus e firmando a paz entre minha alma culpada e Deus, meu Criador; mas também Te sou grato porque ressuscitaste de entre os mortos, e agora mesmo estás habitando em mim, na pessoa de Teu divino Espírito; porque nunca esperaste outra coisa de mim senão o fracasso, a despeito do que me tens concedido a Tua força, para substituir a minha fraqueza, a Tua vitória, em lugar de minha derrota, e a Ti mesmo em lugar de toda a minha ruína. Pela fé dou um passo para um futuro que só é limitado pelo que Tu és em mim! Para mim o viver é Cristo! Em Teu nome. Amém.
Capítulo 2 
UM PRINCÍPIO NOVO 
	Temos começado a perceber que a vida cristã vitoriosa, não é nem um método nem uma técnica; antes, trata-se de um principio de vida inteiramente diferente e revolucionário. é o principio de uma vida substituída - " logo, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim " (Gálatas 2:20). 
	Tudo isso faz parte do nosso evangelho - não é uma adição ao evangelho! É mister que a nossa terminologia não fique confusa. Divorciar do evangelho o comportamento cristão é algo inteiramente falso, que não faz justiça it Palavra de Deus. Não obstante, com grande frequência essa é a característica da pregação do evangelho. 
	Gostaria de explorar, com você, o verdadeiro conteúdo espiritual do nosso evangelho - não apenas o céu algum dia, mas Cristo agora mesmo! Cristo em nos, tendo por alicerce a redenção - isso é o evangelho! Pregar qualquer coisa, menos do que isso produz, inevitavelmente, vidas inadequadas, crentes sem espinha dorsal, inconstantes, cuja fé não "funciona". 
	Você se lembra do que Tiago afirma em sua epistola? "Porque, assim como o corpo sem espirito é morto, assim também a fé sem obras e morta" (Tiago 2:36). Nesse passo bíblico, "espirito" significa "fôlego", e um corpo que não respira esta morto. Pare de respirar - e os outros o sepultarão! Em outras palavras, todo corpo vivo respira, e a fé viva também respira - a fé viva respira com a ação divina. A fé viva, respira com a atividade de Jesus Cristo. É por esse motivo, pois, que o Senhor Jesus disse, no trecho de João 6:29 : "A obra de Deus é esta, que creias naquele que por ele foi enviado". 
	Isso é uma obra que pertence a Deus. E é a nossa fé viva, na suficiência d'Aquele que está em nós, que libera Sua atuação divina através de nos. Esse é o tipo de atividade que a Bíblia denomina de "boas obras", contrastando-as com as "obras mortas". 
	"Boas obras" são aquelas ações que tem origem no Senhor Jesus Cristo - cuja atividade e liberada através do nosso corpo, apresentado a Ele como sacrifício vivo, mediante a confiança que se expressa em total dependência, em oposição it independência própria da natureza adâmica (ver Romanos 12:1, 2). 
	No Antigo Testamento nos são fornecidas duas ilustrações muito simples acerca dessas duas facetas da verdade - "vós em Cristo" e "Cristo em vós". Passaremos a considera-las de passagem, porque não há melhor comentário da Bíblia, no mundo inteiro, do que a própria Bíblia! Se alguém quer saber o que a Bíblia tenciona ensinar, que se volte para, as Escrituras, e ali será informado - e não ficara confundido. 
	"Fez Moises partir a Israel do Mar Vermelho, e saíram para o deserto de Sur; caminharam três dias no deserto e não acharam água. Afinal chegaram a Mara; todavia não puderam beber as águas de Mara, porque eram amargas: por isso chamou-se lhe Mara. E o povo murmurou contra Moises, dizendo: Que havemos de beber? Então Moises clamou ao Senhor, e o Senhor lhe mostrou uma arvore; lançou-a Moises nas águas. e as águas se tornaram doces. Deu-lhes ali estatutos e uma ordenação, e ali os provou, e disse: Se ouvires atento a voz do Senhor teu Deus, e fizeres o que é reto diante dos seus olhos, e deres ouvido aos seus mandamentos, e guardares todos os seus estatutos, nenhuma enfermidade virá sabre ti, das que enviei sabre os egípcios; pois eu sou o Senhor que te sara" (Êxodo 15:22-26). 
	Esse incidente diz respeito a intervenção de Deus, ao tirar o Seu povo da terra do Egito. Não faremos uma pausa, no momento, a fim de considera-lo agora, visto que haveremos de fazê-lo mais adiante; basta que reconheçamos que esse incidente particular foi apenas para sublinhar, para enfatizar o principio redentor. Esse é o primeiro quadro - águas amargas, nas quais havia apenas morte; então apelaram para Deus, e Deus lhes mostrou uma arvore. 
	Naturalmente que o sentido desse episódio histórico é óbvio, porquanto houve um dia em que Adão caiu no pecado, e então, quão escuras, quão profundas e quão amargosas se tornaram as águas no interior da alma do homem! Toda lágrima, toda a angústia, todo o pesar, toda a separação, toda a lamentação e toda a morte - essa fora a, consequência daquele primeiro repúdio, por parte de Adão, da verdadeira relação que deveria subsistir entre o homem e Deus; e dessa consequência todos nós continuamos herdeiros, neste mundo empobrecido e enfermado pelo pecado! 
	As águas são verdadeiramente escuras, profundas e amargas dentro da alma do homem; mas o Espírito de Deus se move sobre a superfície das águas, e estas são agitadas, e a alma é assim despertada, de modo que, afinal, fica convicta de seupecado, clama a Deus, e o Senhor responde: "Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo" (João 1:29). 
	Deus mostrou aos israelitas uma arvore! "... lançou-a Moises nas águas, e as águas se tornaram doces..." Por semelhante modo, Cristo levou os nossos pecados "...em seu corpo, sobre o madeiro ... " (I Pedro 2:34). Essa foi a segunda arvore, o lugar onde se verificou a segunda escolha; porquanto assim como Adão repudiara a sua relação com Deus, perante a primeira arvore, tendo dito "Não" na Deus e tendo com os seus próprios pés saído da vida e entrado na morte, ou seja, da dependência a Deus para a independência - assim também você e eu podemos ter, na segunda árvore, isto e, na cruz, o lugar da segunda escolha, dizendo "Sim" onde fora dito "Não". Volte-se da morte para, a vida! Levante-se dentro os mortos - de dentro de sua obstinação e independência, para uma dependência própria de crianças - a obediência ativada pela fé. 
	" ... eu sou o Senhor que te sara". Esse é o começo de nossa, salvação! Aqui temos a reconciliação com Deus mediante a morte de Seu filho. 
	Aqui temos a "arvore para o amargor'' - o precioso sangue do Senhor Jesus, que nos purifica de todo pecado. E então, ainda que os nossos pecados sejam como a escarlata, tornar-se-ão brancos como a neve; ainda que as nossos pecados sejam vermelhos como o carmesim, serão alvos como a lã. Esse é o começo de nossa fé, e é justamente nesse ponto que devemos começar - porquanto se não houvermos começado por esse ponto, na verdade nem teremos começado. Porém, seria uma triste tragédia se estacássemos aí! 
	É por essa razão, portanto, que nos é apresentada aquela outra valiosíssima cena. Encontra-se esta em II Reis 2:19 : 
	"Os homens da cidade disseram a Eliseu: Eis que é bem situada esta cidade, como vê o meu senhor, porém as águas são más, e a terra e estéril". 
	Aqui encontramos um quadro diferente do primeiro. Havia ali uma bela cidade, notavelmente bem situada. O viajor casual, o estranho, o peregrino ou o mercador - todos se sentiriam muito felizes por pernoitar ali ou mesmo por passar naquele lugar o fim de semana. Como gostariam de voltar aquele lugar, com suas famílias, por ocasião das férias! Haveriam de congratular os seus habitantes pela boa estreIa que os levara a habitar em tão atrativas cercanias. No entanto, por detrás de todos aqueles encantos exteriores, havia uma tristeza, uma carga opressiva, no seio dos que ali habitavam. 
	Os habitantes do local demonstravam uma atitude heróica, quando as visitantes as congratulavam; e quando as pessoas admiravam a sua bela cidade, exibiam um afável sorriso; procuravam não exteriorizar a sua tristeza interior; contudo, cada vez que alguém admirava e elogiava o lugar onde viviam, isso apenas os feria. Pois conheciam o segredo: as águas eram más e a terra era estéril. 
	Quando se dizia que as águas daquela cidade eram "más", segundo veremos melhor um pouco adiante, estava em vista o fato que as águas eram estagnadas, e isso é o que produzia a esterilidade do terreno! Mas, quando se dizia que a terra ali era "estéril", não se queria dizer que nada produzia porquanto, de outro modo, a localidade não poderia ser tão encantadora. Mas, nesse caso, a palavra "estéril" significa 
"abortiva". 
	Se um de nós chegasse aquela localidade, no principio da primavera, veria todas as primeiras evidências da colheita futura. Contemplaria os minúsculos e tenros brotos saindo do solo. Perceberia as folhas começando a florescer nos galhos das árvores e arbustos; uma ou duas semanas mais tarde, veria as flores formarem-se, murcharem e caírem, deixando a promessa de abundante colheita. Quem passasse por ali bem poderia felicitar o povo por tudo o que, aparentemente, em breve possuiriam. 
	De todas as tragédias essa era a maior! Talvez ainda se abrigasse nos corações daqueles habitantes, a débil esperança de que, naquele ano, as coisas fossem diferentes - de que talvez houvessem virado outra página de sua história, e que dali por diante tudo lhes correria bem - contudo, algo, pesado como chumbo, bem no âmago de seus corações, continuava insistindo: "Não! mas será tudo como sempre foi! Todos sabemos exatamente o que sucedera uma vez mais!" E assim efetivamente ocorria! Sempre acontecia a mesma coisa! O fruto, quando já estava prestes a amadurecer, quando quase já podia ser colhido, subitamente caía no chão - prematuro e temporão - para apodrecer sem nunca se reproduzir. Essa era a dolorosa tragédia daquela cidade tão linda! Quanta ilusão! Tão impressionante parecia o cenário para todos os visitantes, exceto para os que ali habitavam! E isto ilustra o que? 
	Sem duvida isso pode estar ilustrando você! Não fique chocado com o que digo - mas é um quadro do crente carnal. Talvez alguns objetem: "Eu pensava que o crente carnal é um desviado - por exemplo, alguém que frequentava uma igreja, mas que depois fugiu com a esposa de outro!" Oh, não! Essa é apenas uma das espécies de crente carnais, e não quero sugerir que você pertença a essa classe de crentes carnais. 
	Não, e não! Estou-me referindo a professares de Escola Dominical. Estou falando sabre alguns superintendentes de Escola Dominical. Estou falando sabre alguns pastores em seus púlpitos. Refiro-me a certos missionários nos campos missionários. Estou falando a respeito de muitos crentes em geral, comuns, zelosos. São pessoas admiráveis. Todos gostariam de conhecê-las. Falam a linguagem da salvação e são sinceras em tudo quanto afirmam. Não são hipócritas! Contudo, muitas delas estão exaustas - desesperadamente exaustas! Só Deus sabe quão exaustas estão, mas não são hipócritas. 
	No seu interior essas pessoas estão dominadas pelo agudo senso de derrota, de frustração, de futilidade e de esterilidade espiritual - porém, quando nos encontramos com elas, sorriem-nos docemente, e o seu sorriso é sincero. Tomam-nos pela mão e dizem: "Deus o abençoe por haver passado pelo meu caminho!" Agradecem-nos por todo o encorajamento que lhes tenhamos proporcionado; apesar do que, quando lhes agradecermos pela mensagem que acabamos de ouvir de seus lábios, nossas próprias palavras de agradecimento lhes causarão feridas, porquanto sabem o que não sabemos - que durante anos tem labutado em vão! 
	O fruto que aparecia aos olhos dos outros, caiu - oh, e isso tão frequentemente, com uma frequência tão cruel - caído no solo - prematuro e temporão - para nunca poder reproduzir-se. 
	Episódio após episódio poderia ser narrado acerca de homens e mulheres que corajosamente, teimosamente, movidos pelo senso do dever, do amor e da devoção, prosseguem, prosseguem sempre - embora, bem no fundo de seus corações, se encontrem exaustos, quase além de suas forças e de sua resistência! Por vezes sem conta se tem ajoelhado a beira de seu leito, clamando a Deus, com lagrimas nos olhos: "Deus, sabes quão espiritualmente estéril eu sou; sabes quão vazio eu sou; sabes quão inútil eu sou, sabes tudo!" - não obstante, não atinam com a resposta. 
	Leitor, será essa a sua situação?
	Finalmente, porem, a carga suportada pelos habitantes daquela cidade se tornou simplesmente intolerável. Então se achegaram ao homem de Deus e lhe contaram toda a historia. E ele disse: "Trazei-me um prato novo, e pondo nele sal. E lho trouxeram. Então saiu ele ao manancial das águas, e deitou sal nele; e disse: Assim diz o Senhor: Tornei saudáveis a estas águas; já não procederá daí morte nem esterilidade. Ficaram, pois, saudáveis aquelas águas ate ao dia de hoje. Segundo a palavra que Eliseu havia dito" (II Reis 2:20-22). Sim, Eliseu foi até ao manancial daquelas águas - porquanto havia águas - e ali colocou sal. E que representa o sal?
	O sal fala da vida ressurreta do Salvador glorificado, comunicada ao pecador redimido pela presença do Espirito Santo em seu interior. Essa é a arvore para as águas amargas! É o sal para a esterilidade! Assim como você foireconciliado com Deus mediante a morte de Cristo, assim também deve ser constantemente salvo pela Sua vida. 
	É somente a vida do Senhor Jesus - a Sua atividade, vestida de você e exibida através de você, que, em última análise, merece a aprovação de Deus. Na posição de pecador, você é membro de um "... sacerdócio santo ... ", a fim de oferecer sacrifícios espirituais, agradáveis a Deus por intermédio de Jesus Cristo (I Pedro 2:5). Nenhum outro, a não ser Jesus Cristo, pode tornar os nossos sacrifícios aceitáveis a Deus. Somente aquilo que Ele faz em nós e por nosso intermédio merece a aprovação divina. E Deus não pode e nem quer aceitar coisa alguma inferior a isso! 
	"Toda oferta dos teus manjares temperarás com sal; a tua oferta de manjares não deixaras faltar o sal da aliança do teu Deus; em todas as tuas ofertas aplicarás sal" (Levítico 2:13). Conforme Deus disse em Sua lei, dada a Moises, sob circunstancia nenhuma poderia ser-Lhe oferecido um sacrifício que não fosse temperado com sal. Sem o sal, nenhuma oferenda ou sacrifício seria aceitável, sem importar a sinceridade do ofertante, sem importar quão grande fosse o custo do sacrifício, sem importar quão elevados os motivos, sem importar quão nobres os ideais; sem o sal, qualquer sacrifício tornava-se simplesmente inaceitável. 
	Esse, portanto, era a prática seguida, conforme vemos em Ezequiel 43.24: "Oferecê-Io-ás (esses sacrifícios) perante o Senhor; os sacerdotes deitarão sal sabre eles, e os oferecerão em holocausto ao Senhor". Sim, era o sal que tornava aceitável qualquer sacrifício oferecido a Deus. 
	
	Em Lucas 13:33, 0 Senhor Jesus nos informa as exigências mínimas que Ele faz dos verdadeiros discípulos. Asseverou Ele: "Assim, pois, todo aquele que dentre vós não renuncia a tudo quanta tem (literalmente, tudo quanto tem - a si mesmo e a todas as suas possessões), não pode ser meu discípulo". Todo verdadeiro crente está na obrigação de reconhecer sua incapacidade e ruína, de maneira que toda a sua riqueza resida Naquele que Deus lhe apresentou na pessoa e através da presença de Seu divino Espirito. Essa é a condição para o discipulado. 
	E prossegue o Senhor, em Sua explicação, no versículo trinta e quatro: "o sal é certamente bom; caso, porém, se torne insípido, como restaurar-Ihe o sabor? Nem presta para a terra, nem mesmo para o monturo; lançam-no fora. Quem tem ouvidos para ouvir, ouça". Existe realmente um sal substituto, que, entretanto, perdeu o seu sabor. No Oriente Médio o sal é produto preciosíssimo. Servi ali, no exercito inglês, durante a guerra, e vi que os soldados faziam bom negocio com o sal. Por alguma razão, o sal ali é escasso, e os árabes davam qualquer coisa por uma pitada de sal. Podíamos adquirir uma dúzia de ovos, podíamos comprar um frango, podíamos adquirir uma camisa, em troca de uma pitada de sal! Penso que você não haveria de querer comprar uma camisa árabe, pois não saberia dizer por qual abertura deveria passar os braços! Mas, para os próprios árabes, o sal era tudo, posto que com ele preservavam sua carne e seu peixe. 
	Todavia, devido à escassez de sal, havia produtos sucedâneos no mercado bons ao paladar, ótimos para consumo imediato como tempero; mas, no momento em que alguém tentasse preservar os seus alimentos com esses sucedâneos, procurando conservá-los puros, saudáveis e comestíveis, dentro de uma questão de horas, ou quando muito, de dias, naquele clima quente e opressivo, estragavam-se e cheiravam! Aquele sal não servia nem para ser lançado nos monturos! 
	A semelhança do caso do sal sucedâneo, existe uma forma de atividade que parece boa para consumo imediato. Impressiona a todos, e todos lhe dão alto valor - mas sempre deixa atrás de si mau cheiro, porquanto se origina na carne! É a atividade própria do homem! Sempre haverá de produzir aquele tipo de fruto que cai por terra, ao mesmo tempo prematuro e temporão - apodrecendo e nunca se reproduzindo! 
	Mas esta é a obra de Deus - que o indivíduo venha a crer, mantendo-se incessantemente em dependência total àqueIe que Deus enviou para encher de Si mesmo todo o seu ser. Cristo é o verdadeiro Sal, por causa de Quem somos feitos sal da terra. 
	E eis aqui outra referencia fascinante ao sal. Ele é descrito em Levítico 2:13 como " ... o sal da aliança do teu Deus ... ", o sinal do infalível compromisso e do propósito de Deus, nas vidas de pecadores redimidos - "... agradáveis a si no Amado, no qual temos a redenção, pelo seu sangue, a remissão dos pecados, segundo a riqueza da sua graça ... " (Efésios 1:6, 7). Essa é a, arvore que cura a amargura! "... em quem também vós, depois que ouvistes a palavra da verdade, o evangelho da vossa salvação, tendo nele também crido, fostes selados com o Santo Espirito da promessa, o qual é o penhor (ou garantia) da nossa herança ..." (Efésios 1:13). Esse é o sal da aliança do nosso Deus - o sal que cura a esterilidade espiritual! É a vida ressurreta de nosso Senhor Jesus, comunicada ao verdadeiro crente pela presença do Espirito Santo! 
	O Senhor Jesus declarou: "Quem crer em mim, como dizia Escritura, do seu interior fluirão rios de água viva (não de água estagnada!). Isto ele disse com respeito ao Espirito que haviam de receber os que nele cressem; pois o Espirito até esse momento não fora dado, porque Jesus não havia sido ainda glorificado" (João 7:38, 39). Em outras palavras, o sal na fonte! O sal deve ser posto no "... manancial das águas ... " (II Reis 2:21). 
	Lemos, igualmente, em Esdras 7:6 "Ele (Esdras) era escriba versado na lei de Moises, dada pelo Senhor Deus de Israel; e, segundo a boa mão do Senhor seu Deus, que estava sobre ele, o rei lhe concedeu tudo quanta lhe pedira". E maravilhoso estar alguém de tal forma relacionado com Deus que tudo de que precisa, em qualquer circunstancia, sempre lhe é outorgado, mediante a dadivosa mão do Senhor sobre a sua vida! Mas, qual a razão disso? "Por que Esdras tinha disposta p coração para buscar a lei do Senhor e para cumprir e para ensinar em Israel os seus estatutos e os seus juízos" (Esdras 7:10). Esdras dissera no coração: Buscarei a mente de Deus na Palavra de Deus, para fazer a vontade de Deus e ensinar os caminhos do Senhor (ver o versículo 10). Por esse motivo Esdras figurou entre aqueles que Deus levantara para que reconstruíssem, purificassem e enchessem o templo com a adoração ao Senhor. 
	O rei Artaxerxes deu a Esdras uma carta de autorização. "Eu mesmo, o rei Artaxerxes, decreto a todos os tesoureiros que estão dalém do Eufrates: Tudo quanto vos pedir o sacerdote Esdras, escriba da lei do Deus dos céus, pontualmente se lhe faça" (Esdras 7:21). E o que solicitara Esdras, a fim de que pudesse ser restabelecida, aquela adoração pura na casa de Deus, uma vez que esta fosse purificada? "... até cem talentos de prata, até cem coros de trigo, até cem batos de vinho, e até cem batos de azeite; e sal a vontade" ( versículo 22). É como se Esdras houvesse dito: "Rei Artaxerxes, quero cem disto, cem daquilo, e cem daquilo outro; mas o sal deve ser-me dado sem medida, sem limitação! Jamais me deve faltar o sal - pois sem importar o preço e a dificuldade de sua obtenção, sem importar o sacrifício e sem importar a sinceridade do ofertante, Deus nada aceitará que não esteja temperado com sal! Preciso de sal a vontade!" 
	Não nos serve isso de maravilhoso quadro ilustrativo? E a verdade é que Deus tem proporcionado aos crentes uma ilimitada quantidade de sal. "Deus pode fazer-nos abundar em toda graça, a fim de que, tendo sempre, em tudo, ampla suficiência, superabundeis em toda a boa obra" (II Coríntios 9:8). 
	É desse Sal que você esta precisando? Nesse caso, prepare o seu coração, conforme Esdras fez no passado, ''para buscar a lei do Senhor e para a cumprir...", sabendo que o próprio Senhor Jesus Cristo é tudo de que você precisa, em Sua morte e ressurreição, para purifica-lo e enche-lo. E então poderá ouvircomo que o Senhor a declarar-lhe: "Tornei saudáveis estas águas; já não procederá daí morte nem esterilidade" (II Reis 2:21). 
CAPÍTULO 3 
TRES CATEGORIAS DE HOMENS 
	Um dos mais marcantes episódios relatados na Bíblia é a história de como Deus tirou o Seu povo de Israel da terra do Egito, levando-o através do deserto o introduzindo-o na terra de Canaã. É como se o Espírito Santo nos houvesse entregue uma chave mestra, um ponto de referencia, um arcabouço, um histórico no qual estivessem entretecidos todos os poderosos fios coloridos da verdade. Meu propósito, neste capitulo, é de examinar, com você, o que significa estar na terra do Egito, o que significa estar no deserto, e o que significa ser introduzido na terra de Canaã. Durante um período de mais de quatrocentos anos os filhos de Israel vinham sendo escravizados pelos egípcios, sofrendo horrores amargos sob as cargas que lhes eram impostas pelos seus feitores, incapazes de se livrarem por seus próprios recursos, sem outra esperança além do fato que, quatrocentos anos antes, Deus havia prometido a Abraão que o Senhor haveria de sair em socorro de sua descendência, a fim de redimi-la. Esse é o quadro que Deus nos fornece do pecador não perdoado. 
	Por ocasião da queda do homem, em que Adão transgrediu, Deus retirou o Seu Santo Espirito do Espirito humano, e assim, embora o homem tivesse retido o seu corpo animal, possuindo ainda as funções da alma, - mente, emoções e vontade - ficou vazio de Deus. Tendo falido espiritualmente, o homem ficou destituído daquela vida espiritual que poderia ter sido sua, em virtude da presença de Deus, mediante o Seu Espirito Santo, no intimo de seu espirito. Deus o havia deixado! 
Essa foi a grande consequência do pecado - ausência de toda a vida espiritual. Da mesma forma que a ausência de toda a, vida física significa morte física, por semelhante modo, a ausência de toda a vida espiritual significa morte espiritual. 
	Esse é o salário do pecado - não a consequência final do pecado, algum dia, e, sim aquilo que tem sido sempre a consequência do pecado, desde a queda do homem, e que agora é consequência própria do pecado, no caso de todos os que ainda não foram salvos dessa condição, porquanto é justamente nessa condição de morte espiritual que todos nós nascemos no mundo, presas fáceis dos ataques de um principio pecaminoso que entrou no coração humano no dia em que Deus dali saiu. 
	Ora, nas Escrituras esse principio pecaminoso é designado de "carne". Não está em foco, aqui, o corpo humano, o qual por si mesmo não é pecaminoso; mas a "carne", no seu sentido bíblico, fala da tendência para o mal, de uma tendência satânica onde são geradas todas as perversões inatas do homem. Foi por essa razão que o Senhor Jesus disse, na passagem de Marcos 7:20-23: "o que sai do homem, isso é o que o contamina. Porque de dentro, do coração dos homens, é que procedem os maus desígnios, a prostituição, os furtos, os homicídios, os adultérios, a avareza, as malícias, o dolo, a lascívia, a inveja, a blasfêmia, a soberba, a loucura: ora, todos estes males vêm de dentro e contaminam o homem". 
	Nessas passagens o Senhor Jesus Cristo aludia a "carne", aquela agencia satânica, aquele principio pecaminoso. E assim como a terra do Egito representa a nossa condição natural, que consiste em morte espiritual, assim também os feitores egípcios representam a carne em seu tirânico controle sabre o comportamento humano, o que impeliu apostolo Paulo a escrever, em Romanos 7:19, 20: "Porque não faço o bem que prefiro, mas o mal que não quero, esse faço. Mas, se eu faço o que não quero, já não sou eu quem o faz, e, sim, o pecado que habita em mim". O "pecado", nesse sentido, como vocábulo pasto no numero singular, é idêntico it "carne" - a raiz que produz o fruto. E já temos visto que nesta nossa carne não habita bem algum! O seu pendor é "... inimizade contra Deus, pois não está sujeito it lei de Deus, nem mesmo pode estar" (Romanos 8:7). 
	É patente que não faz parte do propósito de Deus que você permaneça nessa condição de privação espiritual e de derrota, tal como não era propósito de Deus, relativamente a Israel, Seu povo terreno, que este permanecesse no Egito, tiranizado pelos feitores egípcios. Assim sendo, não é de surpreender que, nessa narrativa, se ponha tão grande ênfase sabre o meio que Deus empregou para tirar o Seu povo do Egito. 
	Deus levantou a Moises, e, por meio dele, ordenou que o povo tomasse um cordeiro sem defeito e o abatesse - mas sem partir um só de seus ossos. O sangue do cordeiro, ato contínuo, deveria ser aspergido nas ombreiras e na verga da porta de cada casa, o que posteriormente viria a ser conhecido pelo nome de Páscoa, posto que na noite em que o cordeiro foi morto, Deus executou o Seu julgamento contra os egípcios, de forma a terem morrido todos os primogênitos dos egípcios, desde o primogênito de Faraó, que era o herdeiro presuntivo do trono, ate o primogênito dos animais. O plano de Deus acerca de Israel era o seguinte: 
	"O sangue vos será por sinal nas casas em que estiverdes: quando eu vir o 	sangue, passarei por vós, e não haverá entre vós praga destruidora, quando eu 	ferir a terra do Egito. Este dia vos será por memorial, e o celebrareis como 	solenidade ao Senhor: nas vossas gerações o celebrareis por estatuto 	perpetuo." (Êxodo 12:13, 14). 
	Esse quadro prefigurava a morte de Cristo na cruz, pois João Batista declarou ser Ele "... o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo!" (João 1:29). Ou então, de conformidade com o que lemos em I Coríntios 5:7: "Pois também Cristo, nosso Cordeiro pascal, foi imolado". 
	Do mesmo modo que o cordeiro recebeu o julgamento, no lugar dos primogênitos da casa de Israel, assim também Jesus Cristo levou os nossos pecados, em Seu próprio corpo, sabre o madeiro, no Calvário. Diz o trecho de I Pedro 3:18 que Cristo sofreu como "... o justo pelos injustos, para conduzir-vos a Deus ..." Esse é o plano de redenção, traçado e executado por Deus. Quando o Senhor Jesus Cristo morreu na cruz, Deus executou o julgamento acerca de seu pecado, meu leitor, na pessoa de Cristo. De Sua livre vontade Cristo tomou o seu lugar, na morte, a fim de que você pudesse ser reconciliado com Deus, tornando-se um pecador perdoado. 
	Tudo quanto Deus pedia de Seu povo de Israel era que, pela fé, aplicassem o sangue do cordeiro as ombreiras e vergas das portas, para então descansarem na promessa de Deus. E tudo quanto Deus pede de você é que, pela fé, aplique a morte de Cristo a sua própria necessidade, por ser um pecador culpado. Então poderá descansar na promessa divina de perdão, dizendo humildemente: "Muito agradecido, Senhor". 
	Prossegue a narrativa bíblica, dizendo-nos que assim como o juízo de Deus se descarregou contra o Egito, naquela noite, por outro lado, mediante a mão de Moises, Deus tirou o Seu povo da terra do Egito, fazendo-o atravessar o mar Vermelho. Por motivo da miraculosa intervenção de Deus, os israelitas atravessaram em seco o mar Vermelho; todavia, quando os egípcios tentaram imitá-los, foram arrebatados e afogados pelas águas. E assim o inimigo foi sepultado no lugar de morte, ao passo que o povo de Deus passou através do lugar de morte, para uma nova terra e uma nova vida. 
	Há uma significativa passagem, no decimo capitulo de I Coríntios. Nos dois primeiros versículos desse trecho, lemos: "Ora, irmãos, não quero que ignoreis que nossos pais estiveram todos sob a nuvem, e todos passaram pelo mar, tendo sido batizados, assim na nuvem, como no mar, com respeito a Moisés". Nesse passo, Paulo descreve os israelitas como povo que foi batizado com respeito a Moises, posto que naquele dia o seguiram mar Vermelho a dentro, o qual teria sido um lugar de morte, se Deus não houvesse dividido as águas e não os tivesse conduzido miraculosamente para fora daquele lugar, pondo-os em terra enxuta. Isso precisa ser comparado ao trecho do sextocapítulo da epístola aos Romanos, onde lemos, nos versículos três e quatro: "Ou, porventura, ignorais que todos os que fomos batizados em Cristo Jesus, fomos batizados na, sua morte? Fomos, pois, sepultados com ele na morte pelo batismo; para que como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos pela gloria do Pai, assim também andemos nós em novidade de vida". 
	Em outras palavras, da mesma forma que os feitores egípcios foram deixados sepultados no lugar de morte, de onde os filhos de Israel haviam sido miraculosamente livrados por Deus, assim também, você e eu, seremos libertados ao nos identificarmos com Jesus Cristo, dentro dos propósitos de Deus; você e eu vamos com Ele, espiritualmente, para, o lugar de morte, deixando aquela velha natureza pecaminosa, denominada "carne", sepultada juntamente com Ele, ali. 
Portanto, podemos entender igualmente, it base desse quadro ilustrativo, que o propósito de Deus, na cruz de Jesus Cristo, foi duplo: primeiro, que pudéssemos ser perdoados, sendo salvos da penalidade do pecado, porquanto Cristo morreu por nós; e, em segundo lugar, que pudéssemos ser libertados do poder do pecado, porquanto aquela velha natureza pecaminosa, denominada "carne", morreu com Ele. 
	A indagação que se levanta mui naturalmente é a seguinte: "Se, nos propósitos de Deus, a minha velha natureza foi crucificada com Cristo, e, pela fé, devo considerar isso como fato consumado, o que deve substituir essa velha natureza, como princípio controlador de minha vida?". A resposta bíblica se encontra em Gálatas 4:4-6, onde lemos: "... vindo, porém, a plenitude do tempo, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei, para resgatar os que estavam sob a lei, a fim de que recebêssemos a adoção de filhos. E, porque vós sois filhos, enviou Deus aos nossos corações o Espírito de seu Filho, que clama : Aba, Pai".. Isso equivale a dizer que imediatamente após sermos remidos, porquanto pusemos a nossa, confiança Naquele que por nós morreu, eis que Deus restaura ao nosso Espírito humano a presença do Espírito Santo, por cujo intermédio e presença recebemos a própria vida do Senhor Jesus, ressuscitado dentre os mortos, n'Ele nos tornando participantes da natureza divina. 
	Lemos em II Pedro 1:3, 4: "Visto como pelo seu divino poder nos tem sido doadas todas as cousas que conduzem à vida e à piedade, pelo conhecimento completo daquele que nos chamou para a sua própria gloria e virtude, pelas quais nos tem sido doadas as suas preciosas e mui grandes promessas para que por elas vos torneis coparticipantes da natureza divina ..." 
	Eu poderia dizer a uma luva: "Luva, apanha aquela Bíblia". No entanto, a verdade é que a luva não poderá fazer tal coisa. Ela tem o polegar e os outros dedos, que lhe dão forma de mão humana; a despeito do que é incapaz de fazer aquilo que eu lhe ordenar. Alguém poderia objetar: "Bem, é claro que ela não pode fazer isso. Ninguém ensinou a luva como faze-lo!" Contudo, eu poderia pregar ã luva e instrui-la até esgotar-me a paciência, mas a luva, por mais que eu tentasse faze-la obedecer-me, jamais poderia entregar-me uma Bíblia. Contudo, tenho uma luva em minha casa que tem apanhado a minha Bíblia por dúzias de vezes! - mas que nunca o fez sem que primeiro eu enfiasse nela a minha mão! Todavia, assim que minha mão é calçada com aquela luva, ela se torna tão forte como a minha própria mão. Tudo quanto é possível a minha mão torna-se possível para aquela luva - mas somente na medida em que a luva está preparada para simplesmente revestir as atividades de minha mão. 
	É justamente isso que significa ter Cristo, mediante o Seu Espírito, em nossa humanidade redimida. Você é a luva, e Cristo é a Mao! Tudo quanto é possível para Ele, torna-se então também possível para você; e assim você pode dizer com Paulo: "Tenho forças para todas as coisas em Cristo, que me dá energia - estou pronto para qualquer coisa por meio Daquele que me infunde força no íntimo [isto é, sou autossuficiente com a suficiência de Cristo]" (Filipenses 4:13, Amplified New Testament, aqui vertido para o português). A presença do Cristo vivo, por meio de Seu Espírito que habita em você, comunica-lhe todas as coisas que conduzem à vida e à piedade, tudo aquilo de que você necessita para viver retamente, com nobreza de caráter. 
	É esse usufruir da presença de Cristo em nós que é ilustrado pela terra de Canaã; a terra da promessa e das provisões abundantes. 
	Nas Escrituras, Canaã não representa o céu. Não prefigura a bem-aventurança eterna após a morte. Antes, ilustra ó próprio Cristo, agora mesmo, vivendo a Sua vida vitoriosa por meu intermédio. Realmente, só o Senhor Jesus Cristo é capaz de viver a vida cristã. De acordo com a declaração que se acha em Romanos 5:10, Ele não somente nos reconcilia com Deus por meio de Sua morte, mas também nos salva, momento após momento, por meio de Sua vida. Vale dizer, Ele não apenas morreu por causa daquilo que temos feito, mas também ressuscitou para tomar o lugar daquilo que somos. O Seu poder, em lugar de nossa debilidade! A Sua sabedoria, em lugar de nossa insensatez! O Seu impulso em lugar de nossa frouxidão! A Sua, graça em lugar de nossa cobiça! O Seu amor em lugar de nossa concupiscência! A Sua paz em lugar dos nossos problemas! A Sua alegria em lugar de nossa tristeza! A Sua abundância em lugar de nossa pobreza! Isso é Canaã! 
	"Venho do meu pecado, a Ti, Jesus -
	 Da minha servidão, noite e tristeza, 
	A Tua liberdade, gozo e luz; 
	Venho da enfermidade, a Tua saúde, 
	Do meu vazio, a Tua plenitude, 
	Do meu fracasso, a Tua fortaleza; 
	Tal como sou, hoje me tens aqui: 
	Venho do nada, encontro tudo em Ti! 
	Isso é Canaã! Conduzido para fora do Egito a fim de ser trazido para dentro da terra prometida. 
	Esse foi o propósito de Deus quanto ao Seu povo, naquele tempo, e esse é o propósito de Deus, agora, quanto ao Seu povo redimido. Ele deseja que o homem natural - destituído da vida divina, qual boneco manipulado por Satanás, destinado ao inferno - seja transformado em homem espiritual - cheio do Espírito de Cristo, vivo para Deus como instrumento de justiça, destinado ao céu! 
	Nesse caso, por que o deserto? 
	Essa é a tragédia da cristandade moderna, como também foi a tragédia do povo de Israel, que andou vagueando pelo deserto durante quarenta anos. Esse povo viveu numa pobreza que eles mesmos se impuseram! Cada dia que passaram no deserto poderia ter sido um dia em Canaã - porquanto Deus já lhes havia dado a terra! No entanto, não quiseram crer que o Deus que os conduzira para fora do Egito era o mesmo Deus que poderia traze-los para dentro da terra prometida! 
	O deserto serve de figura do que o Novo Testamento descreve acerca dos que são crentes canais. Se você é um crente carnal, isso significa que você foi redimido, mediante a fé em Cristo, através de Sua morte reconciliadora; significa que recebeu o dom do Espírito Santo, mediante cuja presença graciosa Cristo vive em você; mas também significa que, a despeito de todas essas bênçãos, você vive em uma pobreza espiritual auto imposta, debaixo das sutis influencias de um adversário já derrotado, a carne, que Cristo levou juntamente com Ele para o sepulcro. Nesse caso, você é como os filhos de Israel, os quais, durante quarenta anos, viveram perseguidos pelas memórias e pelas sutis influencias de um inimigo a quem Deus sepultara, até ao ultimo, nas profundezas do mar Vermelho. E assim, você, à semelhança deles, não desfruta nem das panelas de carne do Egito nem do trigo dourado de Canaã - está atirado no deserto! 
	A incredulidade dos filhos de Israel lhes furtou aquilo para o que foram tirados da terra do Egito. Vieram apenas para desacreditar o bom nome d'Aquele que os havia redimido. Por igual modo, nada existe de tão patético como o crente em quem foi investida "toda a plenitude da Divindade" em Cristo, para quem foram oferecidos todos osilimitados recursos do céu, mas que, em sua ignorância, ou mesmo em desprezo a esses fatos, arrasta-se em uma mera existência, valendo-se dos parcos recursos que trouxe consigo do Egito de sua, incredulidade, sem qualquer senso de direção, de finalidade ou de propósito- pois não toma para si aquilo que Deus já lhe deu! 
	Quarenta cansativos anos foram necessários para que Deus pudesse, por intermédio de Josué, ensinar ao Seu povo o fato que, para entrar, é mister o mesmo tipo de fé que é necessário para sair - aquela fé que confia no Senhor e Lhe declara: 
"Graças, Senhor!" Porém, uma vez que, pela fé, ali estavam com os pés nas águas do Jordão, o mesmo Deus que dividira as águas do mar Vermelho dividiu também as águas do rio, fazendo-os atravessarem a torrente a pé enxuto e introduzindo-os, finalmente na terra que lhes fora prometido em possessão. 
	O crente carnal, pois, é aquele que recebeu o Espirito Santo e toda a plenitude de Cristo, mas que apesar disso ignora a Sua presença e se esforça por viver a vida cristã como se Cristo não estivesse presente. O crente carnal é aquele que implora e roga constantemente por tudo aquilo que Deus já lhe outorgou, mas que ele mesmo não toma para si. O crente carnal é aquele que não entra, pela fé, no glorioso fato que Cristo é a sua vida, e, por conseguinte, a sua vitória! 
	A vida cristã é uma vida substituída. "Estou crucificado com Cristo; logo, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim ..." (Gálatas 2:19, 20). "Porquanto, para mim o viver é Cristo..." (Filipenses 1:21). Três categorias de homens! No Egito, no deserto e em Canaã. E minha curiosidade se aguça - a que categoria você pertence? 
	Você ainda está no Egito? Nesse caso, confie em Cristo agora mesmo, como seu Salvador! Mediante a fé, neste momento, aplique o precioso sangue que Ele derramou na cruz, às ombreiras e vergas de seu próprio coração, e então, com a simplicidade de uma criança, agradeça-Lhe por estar redimido! 
	Você ainda está no deserto? Então repudie de vez a sua incredulidade! Comece agora mesmo a confiar no Senhor Jesus a respeito daquilo pelo que o Seu sangue foi derramado - para que Ele possa viver a Sua vida ressurreta em e através de você, embora você ainda esteja na terra e no corpo. E dê-Lhe graças porque Ele é a sua vitória, porque Ele é o seu futuro, porque Ele é tudo de que você possa precisar em qualquer necessidade, em qualquer ocasião, em qualquer circunstância, porquanto “... nele habita corporalmente toda a plenitude da Divindade. Também nele estais aperfeiçoados". (Colossenses 2:9, 10). 
	Você está na Terra Prometida? Então a porção que lhe cabe é reinar em vida! Reinar por meio de Um, que é Cristo Jesus, e conhecer alegria indizível e cheia de gloria, e conhecer a Sua paz que ultrapassa todo o entendimento, e saber que todo lugar onde toca a planta de seus pés lhe foi dado, para que você seja forte e corajoso, sem temores nem desânimo, sabendo que o Senhor seu Deus está com você, por onde quer que você vá - pois esta é a nossa vitória, a saber, "a nossa fé" (I Joao 5 :4), 
	Amado Senhor Jesus Cristo, graças Te dou porque morreste na cruz por mim, pecador culpado. Eu Te aceito alegremente como meu Salvador, para que me venhas redimir agora - para que me purifiques e me perdoes agora mesmo. Vem viver em mim, por meio de Teu gracioso Espirito Santo, para que eu nasça de novo, como filho de Deus - agora mesmo! Essa é a Tua promessa, e ela me basta. Sei que estou redimido! Tu és a minha vida, tudo aquilo de que possa vir a precisar em qualquer tempo! Nunca me deixarás nem me abandonarás, mas sempre me guiarás e guardarás - Cristo, meu Salvador, meu Senhor, meu Deus, minha vida - para sempre! Amem. 
Capítulo 4
UM DIA INESQUECÍVEL 
	Tendo considerado de maneira geral, no capitulo anterior, essa "chave mestra espiritual", conforme pode ser vista no inicio da história do povo de Israel, nos capítulos que seguem passarei a examinar essa história em maiores detalhes, o que por certo envolverá certa dose de recapitulação. 
	No decimo-segundo capítulo do livro de Êxodo, vemos que o Senhor falou a Moises, dizendo-lhe: "Este mês vos será o principal dos meses : será o primeiro mês do ano. Falai a toda a congregação de Israel, dizendo: Aos dez deste mês cada um tomará para si um cordeiro, segundo a casa dos pais, um cordeiro para cada família..." (versículos 2 e 3). 
	Aquele mês iria ver a aurora de um dia revestido de tal significação que anunciaria uma era inteiramente nova na vida dos filhos de Israel. Seria mesmo como se nunca antes houvessem vivido! Seria, de fato, um dia inesquecível! 
	Quase nem preciso explicar que o dia em questão é uma figura do dia em que um homem passa a ter paz com Deus, tendo sido reconciliado com Deus segundo as condições exigidas por Deus, tendo encontrado desse modo a salvação. Está redimido! 
	Você pode lembrar-se do dia em que foi redimido? Também possui um dia inesquecível? 
	Posso lembrar-me daquele dia em que, sendo ainda menino de doze anos de idade, aceitei a Jesus Cristo como meu Salvador. Lembro-me bem da hora! Quase poderia levar você ao local exato! Eram quinze para as nove horas, em um sábado à noite, no mês de agosto, em um acampamento para meninos. E ninguém o sabia, além de mim mesmo e do Cristo que me redimiu! Todavia, sei que aquele dia foi p começo dos dias para mim; e que aquele mês foi o primeiro mês de uma, nova vida! Quase não me lembra de coisa alguma que sucedeu antes de meus doze anos de vida - é tudo como se eu somente existisse, para então, subitamente, ter começado a viver, porquanto aquele foi o princípio da vida como Deus considera a vida. Foi um dia inesquecível! 
	"0 cordeiro será sem defeito, macho de um ano; podereis tomar um cordeiro ou um cabrito; e o guardareis até ao decimo quarto dia deste mês; e todo o ajuntamento da congregação de Israel o imolará no crepúsculo da tarde. Tomarão do sangue e o porão em ambas as ombreiras, e na verga da porta, nas casas em que o comerem..." (Êxodo 12:5-7). 
	Esse é um dos mais belos quadros que podemos encontrar, na Palavra de Deus, sobre a nossa redenção. O Espírito Santo não nos deixa ficar em dúvida alguma acerca da significação espiritual do cordeiro pascal, visto lermos em I Coríntios 5:7 como segue: "Pois também Cristo, nosso Cordeiro pascal, foi imolado". Jesus Cristo é o "Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo!" E somente aqueles que estão abrigados debaixo de Seu sangue derramado podem escapar do julgamento final que Deus, em Sua santidade, terá de executar contra o pecado e contra a descendência pecaminosa de Adão. 
	O quadro é perfeitamente claro. Reconhecendo a sua condição de culpa perante um Deus santo, e reconhecendo humildemente a Jesus Cristo, Aquele em que o seu pecado foi executado de uma vez para sempre, você mistura com a fé essa palavra de reconciliação e se lança sobre Ele, e está redimido! Pela fé você aplica o precioso sangue do Cordeiro às ombreiras e às vergas da porta de seu coração, e assim a ira de Deus se desviará de você. Isso representa o sacrifício vicário de Jesus Cristo, Sua obra de substituição, em virtude da qual Ele foi feito pecado em seu lugar, para que n'Ele você fosse feito justiça de Deus, em Cristo (II Coríntios 5:21). Esse é o começo da contagem dos dias! É justamente ai que começa a vida! Pode você lembrar aquele momento em que, como pecador perdido, confessou humildemente a sua necessidade e tomou a Jesus Cristo como seu Salvador, o único em que se pode achar a paz com um Deus santo? 
	Observe como foi celebrada a páscoa. Diz o trecho de Êxodo 12:11 "Desta maneira o comereis: lombos cingidos, sandálias nos pés e cajado na mão; comê-lo-eis à pressa: é a páscoa do Senhor". No dia em que o sangue do cordeiro fosse aplicado, os israelitas teriam de estar equipados para uma viagem, posta que aquele dia marcaria o limiarou início de uma jornada. Não seria apenas uma experiência de crise, que pudesse ser usufruída e depois esquecida, nem seria motivo de êxtase, uma memória fugidia do passado! Não, mas a páscoa seria o começo - um meio, e não o fim! A partir daquele dia nunca mais poderiam ser os mesmos - iam iniciar uma jornada! 
	Ora, é perfeitamente natural que isso se revista de capital importância, e é em Romanos, no oitavo capitulo, a partir do primeiro versículo, que encontramos um paralelo espiritual no Novo Testamento - "Agora, pois, já não há nenhuma condenação para os que estão em Cristo Jesus . . . A fim de que o preceito da lei se cumprisse em nós que não andamos segundo a carne, mas segundo o Espirito". Em outras palavras, a definição neo-testamentária do homem que está "em Cristo Jesus", e que pode asseverar que agora não resta mais condenação alguma a seu respeito é o homem que participou daquela crise de redenção que o lançou em uma nova maneira de andar - "que não andamos segundo a carne, mas segundo o Espirito . . ." 
	A reivindicação de alguém, que afirma estar em Cristo Jesus, isentado de toda a condenação, por ter sido redimido, só é válida se for vindicada por uma maneira de andar que indica sua nova relação para com Deus. 
	Desconheço qualquer anuncio evangélico na Bíblia que ofereça ao pecador uma salvação que o tire da condenação merecida por seu pecado e que, ao mesmo tempo, não requeira uma transformação radical em sua vida, em sua maneira de andar! Está em foco uma maneira de andar dirigida por uma gerência inteiramente nova, revolucionária e de acordo com um principio de vida inteiramente novo; e isso tudo vemos belamente ilustrado na história que estamos agora considerando. 
EM UMA TERRA A SER POSSUÍDA
	Na primeira vez em que participaram da páscoa, os israelitas deveriam comê-la equipados para uma viagem - uma jornada que os levaria para fora do Egito e que os faria entrar em Canaã. Vemos em Êxodo 13:3: "Disse Moises ao povo: Lembrei-vos deste mesmo dia, em que saíste do Egito, da casa da servidão; pois com mão forte o Senhor vos tirou de lá..." E no versículo quinto: "Quando o Senhor te houver introduzido na terra dos cananeus... a qual jurou a teus pais te dar, terra que mana leite e mel, guardarás este rito neste mês". Sim, seria um dia para ser lembrado - lembrado numa terra a ser possuída! 
	Somente quando se encontrasse na terra prometida é que o povo de Israel poderia celebrar com inteligência o dia da páscoa! Eles haviam saído do Egito, o que, como já vimos, é um quadro bíblico da condição do homem não regenerado, do pecador ainda não perdoado - a primeira categoria de homens. Mas Deus os tirou daquele lugar a fim de poder introduzi-los na terra de Canaã, a figura bíblica do crente vitorioso, cheio do Espirito - a terceira, categoria de homens. 
	Não se deixe enganar pela falsa significação atribuída a Canaã, em tantos dos nossos hinos, sem dúvida compostos com toda a sinceridade, mas por pessoas que confundiram as questões envolvidas, não entendendo o que essa figura pretende ensinar. Lembre-se - como já foi explicado - que a terra de Canaã significa Cristo, agora mesmo, e NÃO o céu algum dia!
	Só há um lugar onde você pode celebrar, com inteligência, a sua redenção, efetuada por meio da morte de Jesus Cristo, e esse lugar é a plenitude de Sua vida ressurreta! Esse é um princípio espiritual! 
	Tratava-se de um dia a ser lembrada em uma terra ainda a ser possuída! 
	"Naquele mesmo dia contarás a teu filho, dizendo: É isto pelo que o Senhor me fez, quando sai do Egito" (Êxodo 13:8). Você pode imaginar quão pouco impressionado se sentiria um menino, no meio do deserto, se o seu pai lhe dissesse, em resposta à sua pergunta, que a páscoa era uma celebração do livramento com que foram tirados do Egito? 
	Maná pela manha - maná no almoço - maná no jantar! Aquele pobre garoto, tinha tido isso durante treze anos ou mais, e todo mundo sabia o que ele ia comer de novo na manha seguinte! Penso que em face disso se inclinaria a indagar: 
"Papai, se o que estamos celebrando é isto, não será tempo da gente voltar ao Egito? Tenho ouvido falar de como era a vida no Egito, e me parece que lá era muito mais interessante do que neste deserto!" 
	Imagino se não será por esse motivo que tantos filhos crescem em lares evangélicos sem nunca se converterem. Pergunto se não será porque muitos pais crentes estão vivendo no deserto. Tem demonstrado tão pouco a seus filhos do que significa andar na plenitude do Cristo ressurreto que os filhos inevitavelmente divagam com os olhos, em busca de algo que os alivie da monotonia daquela dieta do deserto! 
	A páscoa, paralelamente a duas outras festividades religiosas, deveria ser celebrada anualmente, a partir do dia em que Deus os tirou da terra do Egito. Lemos em Êxodo 23:14,15 : "Três vezes no ano me celebrais festa: Guardarás a festa dos pães asmos: sete dias comerás pães asmos, como te ordenei, ao tempo apontado no mês de Abibe, porque nele saístes do Egito..." - é mister que você se lembre do dia em que Deus o redimiu! E vemos no decimo-sexto versículo: "Guardarás a festa da sega dos primeiros frutos do teu trabalho, que houveres semeado no campo, e a festa da colheita, à saída do ano, quando recolheres do campo o fruto do teu trabalho". Essas três festividades deveriam ser celebradas anualmente pelo povo redimido por Deus - a festa dos pães asmos (ou páscoa), a festa da sega e a festa da colheita. Vemos, no terceiro caso, a festa de "quando recolheres do campo o fruto do teu trabalho". Ora, quanto os israelitas semeavam no deserto? Nada! E que quantidade colhiam no deserto? Nada! Quanto trigo possuíam no deserto, com o qual pudessem observar a festa dos pães asmos? Nenhum! Nesse caso, como é que o povo de Israel poderia observar, anualmente, aquelas três festividades, enquanto estivesse no deserto? Não podiam fazê-lo! E isso porque o dia da redenção deveria ser lembrado na terra que ainda viriam a possuir! 
	Nas Escrituras, só posso descobrir uma narrativa em que a festa da páscoa foi celebrada no deserto, e isso ocorreu no segundo ano. Lemos em Números 9:1, 2 : "Falou o Senhor a Moises no deserto de Sinai, no ano segundo da sua saída da terra do Egito, no mês primeiro, dizendo: Celebrem os filhos de Israel a páscoa a seu tempo". Esse é o único registro bíblico que posso encontrar, e que narra que os judeus celebraram a páscoa quando ainda estavam no deserto. Ora, com que devem tê-la celebrado? Só poderia ter sido com o trigo que haviam trazido com eles do Egito! Isso é bastante significativo, porquanto a menos que entremos na plenitude daquilo que Cristo é em nós, só seremos capazes de celebrar a nossa conversão com aqueles recursos escassos e empobrecidos, que trouxemos conosco de nossa condição ainda não regenerado; isso equivale à "energia da carne". E essa energia, segundo você poderá descobrir facilmente, perdura apenas por cerca de doze meses, e então você ficará exaurido! 
	Lemos no trecho de Êxodo 13:9 : "E será como sinal na tua mão..." - a páscoa deveria representar para os israelitas que a sua libertação, "para fora do Egito", trouxera uma mudança nas coisas que faziam. "...e por memorial entre teus olhos..." - também deveria representar o fato que a redenção, "para fora do Egito", altera as coisas em que pensavam. "...para que a lei do Senhor esteja na tua boca; pois com mão forte o Senhor te tirou do Egito..." - e deveria representar o fato que a redenção mudara não apenas as coisas que os israelitas faziam e pensavam, mas também as coisas que diziam! Em outras palavras, para os israelitas isso representava uma transformação completa e revolucionaria, tanto no caráter como na conduta. Essa era, realmente, a significação mais profunda da páscoa. 
	Assim sendo, seria interessante examinarmos o que os israelitas fizeram no deserto, o que pensaramno deserto, e o que disseram no deserto I 
O QUE FIZERAM 
	Lemos em Deuteronômio 12:1: "São estes os estatutos e os juízos que cuidareis de cumprir na terra que vos deu o Senhor, Deus de vossos pais, para a possuirdes todos os dias que viverdes sabre a terra". Note que os israelitas deveriam desfrutar da terra e possuí-la durante todos os dias em que estivessem na terra e não no céu! E vemos, ainda, no versículo sétimo : "Lá comereis perante o Senhor vosso Deus, e vos alegrareis em tudo em que puserdes a vossa mão, vós e as vossas casas, no que vos tiver abençoado o Senhor vosso Deus". Tudo quanta os israelitas fizessem, deveria ser motivado por sua grande alegria e deleite! Toda a atividade deles deveria estar banhada em regozijo! "Não procedereis em nada segundo estamos fazendo aqui, cada qual tudo o que bem parece aos seus olhos" (versículo oitavo). Era justamente isso que faziam no deserto! Cada qual fazia o que melhor parecia aos seus próprios olhos. 
	Não havia neles o senso do senhorio de Deus. Cada homem fazia o que lhe parecia mais acertado. Sua conduta era Controlada pelas suas próprias convicções, talvez sinceras, mas nada sabia acerca da suprema orientação de Deus em sua alma. 
	A pessoa que está no deserto, ainda quando impelida por motivos sinceros, está sujeita a determinados padrões de conduta, aos quais procura moldar-se. Suas atividades cristãs e sua maneira cristã de andar tendem a ser enfadonhas, ao invés de serem realizadas na pura alegria que Deus propõe para o Seu povo redimido, que deve andar no poder, na plenitude e na energia, de Deus Espirito Santo. Lemos, igualmente, no nono versículo dessa passagem: "...porque até agora não entrastes no descanso e na herança que vos da o vosso Deus". 
	Enquanto você continuar fazendo aquilo que parece direito aos seus próprios olhos, ainda não terá entrado no descanso nem em sua herança. Lemos em Hebreus 4:9, 10: "Portanto, resta um repouso para o povo de Deus. Porque aquele que entrou no descanso de Deus, também ele mesmo descansou de suas obras, como Deus das suas" - terá desistido do direito de fazer o que parece bem aos seus próprios olhos, e ter-se-á submetido à absoluta soberania do Senhor Jesus Cristo. Só reconhecerá como válida a atividade que tem origem no Senhor - que procede do senhorio de Jesus Cristo, a quem se entregou completamente. Essa é a definição que Deus nos fornece do verdadeiro descanso espiritual. 
	O que você tem feito desde que foi redimido? O que continua sendo direito aos seus próprios olhos? Já está completamente entregue ao Senhor Jesus? Ainda reivindica para si mesmo o direito de escolher a sua própria carreira? Alias você não tem esse direito! Você ainda reivindica o direito de escolher a esposa ou o esposo com quem quer casar-se? Você não tem esse direito! Você ainda reivindica o direito de usar suas horas de lazer conforme melhor lhe parece? Você não tem esse direito! Você ainda reivindica o direito de gastar o seu dinheiro da maneira que melhor lhe parece? Você não tem esse direito! Você ainda pensa que tem o direito de escolher o lugar onde passará as ferias? Você não tem esse direito! Só se tem esse direito no deserto! 
	Talvez esse seja, exatamente, o lugar onde você se encontra - continua fazendo aquilo que acha certo aos seus próprios olhos. E isso porque, ao ter sido redimido pelo sangue de Jesus Cristo, quando então Deus o perdoou de uma vez para sempre, você não percebeu que essa experiência com Jesus Cristo era uma crise calculada, nos propósitos divinos, com a finalidade de precipitar um processo, uma maneira de andar não mais sob os ditames da carne, por mais sincero que seja o crente, e, sim, sob os ditames do Espirito. "Pois todos os que são guiados pelo Espírito de Deus são filhos de Deus" (Romanos 8:14). 
	No instante em que um homem, uma mulher, um menino ou uma menina entrega ao Espirito Santo o direito de restabelecer, em sua própria alma, o senhorio de Jesus Cristo, então não mais tem o direito de fazer o que parece direito aos seus próprios olhos - e muito menos o que é errado! 
O QUE PENSARAM 
	Ora, em que pensavam os israelitas, quando estavam vagueando pelo deserto? Pois tudo aquilo seria por "memorial" perante os seus olhos, para indicar que toda a sua maneira de pensar se havia alterado. Sim, em que pensavam, enquanto caminhavam pelo deserto? Lemos, em Números 11:4-8: "E o populacho, que estava no meio deles, veio a ter grande desejo das comidas dos egípcios; pelo que os filhos de Israel tornaram a chorar, e também disseram : Quem nos dará carne a comer? Lembramo-nos dos peixes que no Egito comíamos de graça dos pepinos, dos melões, dos alhos silvestres, das cebolas e dos alhos. Agora, porém, seca-se a nossa alma, e nenhuma coisa vemos senão este maná. Era o maná como semente de coentro... o seu sabor era como o de bolos amassados com azeite". 
	Nas Escrituras, o azeite é uma bela figura ilustrativa do Espírito Santo, e, segundo veremos de forma mais plena em capitulo posterior, o maná diário demonstrava constantemente, de maneira sobrenatural, a presença permanente do Deus vivo no meio do Seu povo redimido; mas eles se enfadaram dele! 
	Nada além de mana! Maná pela manhã, maná para o almoço, maná para o jantar, e maná pela manha novamente - fica um tanto monótono, após algum tempo, não é Verdade? É como se tivesse dito: "Maná, maná e maná, sete dias por semana, cinquenta e duas semanas por ano. Maná! estamos cansados e enjoados de maná!" Não obstante, Deus jamais tivera a intenção de faze-los comer maná pelo período tão prolongado de quarenta anos. Deus havia preparado para eles a terra de Canaã, mas eles preferiram ficar no deserto, e sonhavam com o Egito! 
	Talvez você diga: "Oh, a minha vida cristã é monótona e enfadonha para mim. Leio a Bíblia, mas somente por senso de dever". A minha resposta a essa objeção é que, se a vida cristã tornou-se monótona e enfadonha para você, o motivo disso é simplesmente que você ainda, não possui aquilo que Deus lhe conferiu na pessoa de Jesus Cristo. Você jamais provou a emoção e a aventura de abandonar-se totalmente nas mãos d'Aquele que poderá conduzi-lo em glória a vitória. Eu não trocaria o meu lugar com a pessoa que tem de alimentar-se de maná pela manha, maná no almoço e maná no jantar, nem por um milhão de reais! O maná era bom, ao servir ao propósito para o qual foi conferido, mas nunca foi destinado a ser a dieta dos filhos de Israel durante quarenta anos! 
	Ali estava um povo redimido, comprado do Egito e a caminho da "terra prometida". E no entanto os seus pensamentos, as suas ambições e os seus apetites eram alimentados pela memória daquilo de onde Deus os havia redimido! "Lembramo-nos dos peixes que no Egito comíamos de graça; dos pepinos, dos melões, dos alhos silvestres, das cebolas e dos alhos" (Números 11:5). Escravos da lembrança das coisas de que haviam sido redimidos! Todos os seus pensamentos eram dominados por um inimigo já derrotado, que Deus havia sepultado até o último homem no mar Vermelho, o lugar de morte, onde, no dia de sua redenção, haviam sido batizados com respeito a Moises, e então foram miraculosamente ressuscitados por Deus e postos no limiar de uma nova maneira de andar, que haveria de conduzi-los a uma nova terra - a terra a ser possuída! 
	Os peixes, os pepinos, os melões, os alhos silvestres, as cebolas e os alhos - essas eram as coisas que ocupavam as suas mentes no deserto! "Lembramo-nos..." disseram eles - e com que foi que se lembraram? Com a mente! Em sua imaginação continuavam vivendo no Egito! 
	O que preocupa a sua imaginação, na qualidade de pecador redimido? Com que se ocupa a sua mente? Quais as suas ambições? Quais são os seus apetites? Onde você costuma ir, quais companhias você procura e o que você procura e o que você faz em sua mente? Você já foi desmamado das coisas elo Egito, ou ainda não? 
	Peixes! Peixes em

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