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04/11/2012 1 INCONTINÊNCIA URINÁRIA: UMA ABORDAGEM FISIOTERAPÊUTICA ESTRUTURA DA APRESENTAÇÃO INTRODUÇÃO - Incidência - Contextualização - Fisiologia da Micção e Continência Urinária INCONTINÊNCIA URINÁRIA - Conceito - Classificação - Etiologia - Fisiopatologia - Quadro Clínico - Diagnóstico - Tratamento OBJETIVOS: Esclarecer os mecanismos da continência e da incontinência urinária; Apresentar, justificar e demonstrar a eficácia da abordagem fisioterapêutica no tratamento da Incontinência Urinária. INCIDÊNCIA • 45% da população feminina acima de 40 anos apresenta algum tipo de incontinência urinária, sendo destas 50% de esforço e 20% de urgência. (ACIOLY, 2003) INTRODUÇÃO Incidência subestimada Problemas físicos, psicológicos e sociais. Incorretamente associada como algo pertinente ao envelhecimento. FISIOLOGIA DA CONTINÊNCIA E MICÇÃO Controle neurológico complexo Integra vários sistemas em diferentes níveis. – Armazenamento. – Esvaziamento. – Controle adequado. 04/11/2012 2 CONTROLE NEUROLÓGICO DA MICÇÃO FISIOLOGIA DA CONTINÊNCIA E MICÇÃO O armazenamento de urina e a micção ocorrem através de uma atividade coordenada envolvendo: – Bexiga (músculo liso) – Uretra (músculo liso e estriado) – Assoalho pélvico (músculo estriado) CICLO NORMAL DA MICÇÃO CONTINÊNCIA URINÁRIA Segundo Sampaio (2003) a continência urinária é mantida quando: existe uma boa sustentação anatômica do trato urinário função esfincteriana normal continuidade de superfície entre bexiga e uretra pressão intra-uretral maior que pressão intra-vesical integridade do músculo detrusor inervação preservada da musculatura lisa da uretra e do músculo esquelético do esfíncter externo. INCONTINÊNCIA URINÁRIA CONCEITO: “Perda involuntária de urina em situações impróprias, devendo ser objetivamente demonstrável, sendo um problema social ou higiênico”. (Sociedade Internacional de Continência) INCONTINÊNCIA URINÁRIA CLASSIFICAÇÃO IUE: Ocorre quando há perda involuntária de urina secundária a um aumento na pressão abdominal. A pressão intra-vesical ultrapassa a pressão intra-uretral, na ausência da contração do detrusor. IUU: Presença de contração vesical durante a fase de enchimento, provocando forte desejo de urinar, mesmo com pequena quantidade de urina na bexiga. Quando a paciente perde urina no trajeto até o local adequado classifica-se como Urge-incontinência. IUM: Quando se somam os sintomas da IUE e da IUU. (Sociedade Internacional de Continência) 04/11/2012 3 INCONTINÊNCIA URINÁRIA FATORES ETIOLÓGICOS: transitórios ou definitivos - Obesidade - Multiparidade - Tabagismo - Menopausa - Prisão de ventre - Tosse crônica - Atividade física - Medicamentos - Cirurgias - Doenças - Congênita - Gravidez INCONTINÊNCIA URINÁRIA FISIOPATOLOGIA IUE: Alteração anatômica. - Há transmissão desigual da pressão intra-abdominal: hipermobilidade do colo vesical e da uretra proximal. - Incompetência do esfícter externo. IUU: Alteração Neural. Pode ser sensitiva ou motora. INCONTINÊNCIA URINÁRIA QUADRO CLÍNICO Perda urinária aos esforços Incapacidade de interromper o fluxo Incapacidade de controlar a micção Perda de urina mesmo com a bexiga praticamente vazia Gotejamento constante de urina Desejo freqüente, quase compulsório de esvaziar a bexiga em curtos intervalos (Bastos, 1998) INCONTINÊNCIA URINÁRIA DIAGNÓSTICO História Clínica Exame Físico Exames e Testes Complementares INCONTINÊNCIA URINÁRIA TRATAMENTO Cirúrgico Conservador - Medicamentos (↑ a resistência da uretra, relaxar a bexiga e a uretra, ou contrair a bexiga) - Técnicas comportamentais (separar desejo e ato da micção) - Fisioterapia FISIOTERAPIA OBJETIVOS: - Aumentar a auto-estima e a qualidade de vida da paciente. - Prevenir, reabilitar ou minimizar as disfunções do assoalho pélvico. - Promover relaxamento da musculatura sob pressão. - Fortalecer a musculatura enfraquecida - Aliviar ou eliminar a dor, se presente - Reeducar a musculatura do assoalho pélvico - Orientar a paciente sobre a sua condição e o tratamento - Orientar a paciente quando à mudança de hábitos. 04/11/2012 4 FISIOTERAPIA AVALIAÇÃO: - História do estado da paciente - Exame do períneo e do assoalho pélvico - Testes objetivos - Testes subjetivos AVALIAÇÃO: História do Estado Atual - Queixa e duração dos sintomas - Tipo de sintomas - Tempo de aparecimento dos sintomas - Situações em que ocorre a perda (IUE/Urgência) - Idade da Continência (controle da micção) - Fator desencadeante - Fatores que melhoram e que pioram os sintomas - Status hormonal - Hábitos intestinais: número de evacuações por semana/ período de tempo para evacuar. - Hábitos de vida; (cigarro, álcool, alimentação, obesidade) - Atividade física AVALIAÇÃO História Ginecológica - Menstruação: - Extensão do Ciclo: - Número de Dias: - Medidas Anticoncepcionais: - Menopausa: - Coito: - Orgasmo: - Cirurgia Anterior: AVALIAÇÃO História Obstétrica - Gestações: - Partos Normais: - Cesáreas: - Abortos: - Duração das Gestações: - Intervalo entre Gestações: - Pesos dos Recém-Nascidos: - Intercorrências nos Partos: - Período Expulsivo Prolongado: AVALIAÇÃO História Médica - Cirurgia: - Medicamentos Utilizados: - Alergias: - Diabetes: - Obesidade: - Tabagismo: Início: Maços/Dia: AVALIAÇÃO Exame físico - Períneo - Intróito vaginal - Efeito da tosse - Inspeção da vagina: - Presença de prolapso - Higiene - Odor - Secreção - Coloração - Contração do Assoalho pélvico - Sensação do períneo 04/11/2012 5 AVALIAÇÃO - TESTES PERINEÔMETRO BIOFEEDBACK CONES VAGINAIS TESTE DA ALMOFADA AVALIAÇÃO URODINÂMICA, RADIOLÓGICA E ELETROMIOGRÁFICA TESTES DIÁRIO DE VOLUME E FREQUÊNCIA AVALIAÇÃO - TESTES TESTE MANUAL DE GRADUAÇÃO DE FORÇA MUSCULAR DO PERÍNEO AVALIAÇÃO – TESTES Escala Análoga Visual FISIOTERAPIA CONDUTA: - Cinesioterapia: isolada ou associada a dispositivos como bola suiça, perineômetro, cones, biofeedback. - EEEV - Cones vaginais - Hidroterapia CINESIOTERAPIA • Exercícios de Kegel: preconizam contração isolada dos músculos do períneo. (Coadjuvantes: cones, perineômetro, biofeedback) • Exercícios de Tanzberger – Exercícios funcionais para o assoalho pélvico. Baseia-se em conecções funcionais do assoalho pélvico com tórax e pernas. (Coadjuvante: bola suiça) 04/11/2012 6 CINESIOTERAPIA PROTOCOLOS: - Envolvem exercícios abdominais, de agachamento, da musculatura adutora do quadril, da coluna, da pelve, dos glúteos e do assoalho pélvico. - Podem ser desenvolvidos de forma associada. - Preconiza-se 3 séries de 10 repetições cada, com cada contração com intervalo de 6 a 10 s. - Os protocolos podem ser ambulatoriais ou domésticos. CONES VAGINAIS Chumbo coberto com plástico Cinco a nove cilindros com pesos variados, indo de 10 a 100 g. Avaliação e tratamento ambulatorial ou doméstico. BIOFEEDBACK Sensor eletrônico interno para atividade dos músculos pélvicos. Eletrodos externos para informar atividade muscular indesejada. Representação auditiva e/ou visual do perfil e da força de contração. Tratamento da IUE e IUU. PERINEÔMETRO Kegel, 1948. Sensor inflável envolto por bainha de borracha siliconada, com 11cm de comprimento e 2,7 de diâmetro. Fornece o pico, a média de contração e o tempo de sustentação Avaliação e tratamento. ELETROESTIMULAÇÃO Funções: • promover o reforço da musculatura pélvica • aumentar o tônus da uretra e a vascularização da região • Inibição das contrações vesicais eletricamente induzidas ELETROESTIMULAÇÃO Seleção programa Seleção parâmetros: – Freqüência: varia de acordo com os sintomas; de 50 a 100 Hz para aumentar o tônus do assoalho pélvico, enquanto que os reflexos inibitórios do detrusor são obtidos com freqüências em 5 e 20 Hz. - Largura do pulso: 0,2 a 0,5 ms. - Tempo de sustentação: 30 a 100 ma - Duração da terapia: 20 a 30 minutos, uma a três vezes ao dia, no período de quatro a 12 semanas. 04/11/2012 7 CINESIOTERAPIA x EEEV : IUE (Bernardes et al., 2000) CINESIOTERAPIA x EEEV : IUE (Bernardes et al., 2000) CONCLUSÃO: Tanto a cinesioterapia quando EEEV se mostraram efetivos no tratamento da IUE, porém, a cinesioterapia para reforço perineal apresentou uma tendência para ser o tratamento de escolha. CINESIOTERAPIA x EEEV : IUE (Bernardes et al., 2000) CINESIOTERAPIA x CONES VAGINAIS (BO et al. Apud MARTINS, 2000) Não há evidência que o uso de cones vaginais tenha resultados superiores ao exercício pélvico, quando este é realizado de maneira apropriada. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA BEREK, Jonathan S. Incontinência, prolapso e distúrbios do assoalho pélvico. IN Novak: Tratado de Ginecologia. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2005. p.145-153. Cap.20 BEZERRA, Carlos Alberto. Incontinência urinária. Sociedade Brasileira de Uroginecologia. Disponível em: www.sbu-sp.org.br/leigos06.asp. Acesso em 14 mai. 2006. RAMOS, J. G. L. [et al.].. Avaliação da incontinência urinária feminina. IN FREITAS, Fernando. Rotinas em Ginecologia. 5ed. Porto Alegre: Artmed, 2006, p.179-194. Cap.15 RAMOS, J. G. L. [et al.]. Cap.16. Tratamento da incontinência urinária. IN FREITAS, Fernando. Rotinas em Ginecologia. 5ed. Porto Alegre: Artmed, 2006, p.195-207. SOUZA, C. E. C. Incontinência urinária. Saúde em Movimento. Disponível em: www.saudeemmovimento.com.br/conteudos/conteudo_print.asp?cod_noticia=1036. Acesso em: 14 mai. 2006. VIANA, Luiz Carlos [et al.].. Incontinência urinária e fístulas urogenitais. IN GINECOLOGIA. 2ed. Rio de Janeiro: MEDSI, 2001, p.222-250. Cap.18 FIM...... OBRIGADA!!!!!!!
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