Nacionalidade_2

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Nacionalidade
Ronaldo Fenômeno: jogava na Itália e não estava a serviço da República. Lá eles tiveram o Ronald. A Itália adota o critério de sangue, então ele não era italiano. Ele também não era brasileiro porque ele não estava a serviço do Brasil. Qual a nacionalidade do Ronald no instante em que ele nasceu? Ele era um apátrida (sem pátria). Trata-se de um conflito negativo de nacionalidade. 
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Nacionalidade
Ex: filho de estrangeiro que nascem em Estado que adota o critério do direito de sangue. Mas ele não pode ficar sem nacionalidade, que é um direito fundamental. Como resolver? Alínea C, que já teve três redações. Antes da EC 54, o Ronald teria que residir no Brasil e a qualquer tempo fazer a opção pela nacionalidade. Era a chamada nacionalidade potestativa que possuía dois requisitos: residência e opção pela nacionalidade brasileira.
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Nacionalidade
c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que sejam registrados em repartição brasileira competente ou venham a residir na República Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 54, de 2007)
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Nacionalidade
A partir de 2007, com a EC 54, temos duas possibilidades: 
1) Registro em repartição brasileira competente. Ex: embaixada, consultados; 
2) A qualquer tempo que venham a residir no Brasil e, atingida a maioridade, podem fazer a opção pela nacionalidade brasileira. 
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Nacionalidade
Cuidado: A nacionalidade potestativa foi mantida, apenas se abriu a possibilidade de registro no estrangeiro. A opção pela nacionalidade é um ato personalíssimo que só pode ser feita pelo optante; os pais não podem fazer pelo cidadão, por isso se exigiu a maioridade. Existem brasileiros que nunca pisaram no território nacional e não teriam condição de fazer a opção no território. 
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Nacionalidade
E os nascidos antes da EC 54? Ela acresceu ao ADCT o artigo 95. Estabelecendo uma regra de transição. Eles podem ser registrados se vierem a residir no Brasil. 
Art. 95. Os nascidos no estrangeiro entre 7 de junho de 1994 e a data da promulgação desta Emenda Constitucional, filhos de pai brasileiro ou mãe brasileira, poderão ser registrados em repartição diplomática ou consular brasileira competente ou em ofício de registro, se vierem a residir na República Federativa do Brasil. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 54, de 2007)
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Nacionalidade
b) Nacionalidade Secundária
•	Nacionalidade Secundária Tácita: foi a chamada grande nacionalização de 1891. A CF de 1891 no artigo 69, §4o dizia que todo estrangeiro que estivesse no território na data da promulgação daquela constituição, no prazo de 6 meses, deveria comparecer a uma repartição pública brasileira firmar a sua nacionalidade. Ex: dizer se queria permanecer espanhol ou italiano. Se ele assim não fizesse, tacitamente ele passaria a ser brasileiro naturalizado. Em regra a naturalização exige manifestação de vontade. Em 1824, a CF estabeleceu uma regra parecida os portugueses que moravam no Brasil.
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Nacionalidade
A Secundaria Expressa pode ser Ordinária (não há direito subjetivo ainda que preenchidos os requisitos – ato discricionário) e Extraordinária (preenchidos os requisitos há direito subjetivo). Qual a diferença principal entre elas? A secundária expressa ordinária não cria direito público subjetivo. Por mais que o naturalizando preencha os requisitos, ele não tem direito público subjetivo a ser naturalizado, uma vez que o ato de concessão é discricionário. 
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Nacionalidade
A concessão de nacionalidade é um ato de soberania do Estado que depende de oportunidade e conveniência política. Diferentemente da Nacionalidade Secundária Expressa Extraordinária que cria direito público subjetivo para o naturalizando. Cabe Mandado de Segurança. Se ele preencher os requisitos, terá direito a naturalização. O ato de concessão é vinculado. 
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Nacionalidade
A ordinária foi dividida em quatro: 
b.1) Nacionalidade Secundária Expressa Ordinária:
•	b.1.1) Todos os estrangeiros menos os originários de países de língua portuguesa (os requisitos estão no art. 112, da Lei 6815/80)
•	Requisitos: 
a) no mínimo quatro anos no território nacional; 
b) saber ler e escrever na língua nacional;
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Nacionalidade
c) ter condições de manutenção no território nacional; 
d) capacidade civil segundo a lei brasileira; 
e) ter boa saúde. 
•	Importante: lembrando que essa concessão é discricionária. 
O estatuto do estrangeiro é de 80 e exige boa saúde, ele foi recepcionado? Entende-se que não se pode exigir boa saúde em respeito ao princípio da dignidade da pessoa humana. 
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Nacionalidade
Preenchidos os requisitos ele deve protocolar o pedido na Policia Federal e o Min. da Justiça por delegação do presidente da república expede o certificado de naturalização. 
Pergunta: a partir da expedição do certificado de naturalização ele já é um brasileiro naturalizado? Ele deixa a condição de estrangeiro? Ainda não. Não é o ato de expedição do certificado de naturalização que cria esse vínculo de nacionalidade. 
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Nacionalidade
Esse certificado deve ser remetido à Justiça Federal no local em que foi pedida a naturalização. Lá, o juiz federal marca uma audiência para a entrega do certificado de naturalização. O artigo 109, X, estabelece a competência da Justiça Federal. 
O juiz nessa audiência deve chamar obrigatoriamente o MPF por que se trata de uma questão de Estado (art. 81, CPC). 
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Nacionalidade
O juiz pergunta se o estrangeiro abre mão de sua nacionalidade e se ele sabe ler ou escrever no idioma nacional. O juiz faz um ditado. Pergunta se o MPF concorda e o juiz pede o certificado de naturalização e entrega ao solicitante. É a partir da entrega feita pelo juiz que ele se torna um brasileiro naturalizado. Ele devolve a carteira de estrangeiro e vai ao cartório de registro de pessoas naturais retirar seus documentos. A retirada de documentos está na lei 6.015/76.
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Nacionalidade
 II - naturalizados:
 a) os que, na forma da lei (art. 12, Estatuto do Estrangeiro), adquiram a nacionalidade brasileira, exigidas aos originários de países de língua portuguesa apenas residência por um ano ininterrupto e idoneidade moral;
•	b.1.2) Todos os originários de países de língua portuguesa menos os portugueses:
•	Países lusofônicos (Portugal também é lusofônico mas não está nessa espécie): Angola, Moçambique, Guiné Bissau, Timor, Macau, Goa, Cabo Verde, Príncipe, Açores.
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Nacionalidade
 Para esses temos apenas dois requisitos:
a) um ano ininterrupto no território nacional 
b)idoneidade moral. 
•	Importante: lembrando que essa concessão é discricionária. 
•	Esses dois estão na segunda parte da alínea a.
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Nacionalidade
•	b.1.3) Portugueses:
Os portugueses no Brasil são denominados de quase nacionais. Eles, sem deixar de ser portugueses, podem exercer alguns direitos inerentes aos brasileiros naturalizados. Art. 12, §1o .
§ 1º Aos portugueses com residência permanente no País, se houver reciprocidade em favor de brasileiros, serão atribuídos os direitos inerentes ao brasileiro, salvo os casos previstos nesta Constituição. (Redação dada pela Emenda Constitucional de Revisão nº 3, de 1994)
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Nacionalidade
Se o português estiver passando algumas semanas, não se enquadrará no artigo. Precisa estar inserido na nossa sociedade. Ter uma casa alugada, pagar contas. Não significa que ele precisa estar aqui pelo resto da vida. Não é um turista. Deve ter uma relação mais forte; Existe o estatuto da reciprocidade entre Brasil e Portugal (22/4/2000), originariamente foi assinado em 71, mas por ocasião dos 500 anos do descobrimento em 2000 ele foi renovado. Ele precisa requerer esses direitos no Ministério da Justiça.
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Nacionalidade
Perguntas: o português pode votar? Estrangeiro não exerce direitos políticos. O português nessa situação não é estrangeiro,é quase nacional. Portanto, o português pode votar depois de três anos no território nacional. O português pode ser votado? Depende da reciprocidade entre o Brasil e Portugal. Em Portugal os brasileiros só podem concorrer nas eleições municipais. Logo, aqui o português pode se candidatar a vereador ou prefeito. Se Portugal ofertar esse direito lá, aqui eles também terão esse direito.
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Nacionalidade
 Ao português abrem-se dois caminhos: 
1) Sem deixar de ser português, ele ostenta alguns direitos inerentes aos brasileiros naturalizados. Ele é um quase nacional (art. 12, §1o). 
2) Ele pode se naturalizar brasileiro deixando, assim, de ser português e quase nacional, passando a ser um nacional. Da forma com que aqueles de língua portuguesa fazem. 
•	Importante: lembrando que essa concessão é discricionária. 
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Nacionalidade
 •	b.1.4) Legais (Lei 6.815/80 – Estatuto do Estrangeiro)
•	São de difícil ocorrência. São assim chamadas porque estão no Estatuto do Estrangeiro. Ex: estrangeiro que cola grau em curso superior se torna nacional. 
•	Importante: lembrando que essa concessão é discricionária. 
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Nacionalidade
 •	Nacionalidade Secundária Expressa Extraordinária (art. 12, b)
 b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes na República Federativa do Brasil há mais de quinze anos ininterruptos e sem condenação penal, desde que requeiram a nacionalidade brasileira. (Redação dada pela Emenda Constitucional de Revisão nº 3, de 1994)
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Nacionalidade
 Preenchidos os requisitos deve ser requerida;
•	Dois requisitos: 
a) residência há mais de 15 anos 
b) não ter condenação penal
•	Estrangeiros que não falam português podem optar por esse tipo de naturalização. 
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Nacionalidade
 Diferenças de Tratamento entre Natos e Naturalizados
•	Regra de Ouro: A CF impede que os brasileiros natos e naturalizados sejam tratados de maneira diferente. As exceções só podem estar na própria Constituição. Lei ordinária não pode estabelecer tratamento diferenciado entre eles, somente a CF pode. Ex: concurso pra juiz que exija brasileiro nato seria inconstitucional. Art. 12, §2o. 
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Nacionalidade
 § 2º - A lei não poderá estabelecer distinção entre brasileiros natos e naturalizados, salvo nos casos previstos nesta Constituição.
•	Temos cinco exceções previstas na Constituição que diferenciam os natos e naturalizados: 
1) Exercício de Cargos (art. 12, §3o)
2) Exercício de Função (art.89, VII)
3) Extradição (art. 5o, LI)
4) Propriedade (art. 222)
5) Perda da Nacionalidade (art. 12, §4o)
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Nacionalidade
 1) Exercício de Cargos
 § 3º - São privativos de brasileiro nato os cargos:
 I - de Presidente e Vice-Presidente da República;
 II - de Presidente da Câmara dos Deputados (pode ser deputado);
 III - de Presidente do Senado Federal (pode ser senador);
 IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal;
 V - da carreira diplomática;
 VI - de oficial das Forças Armadas (de tenente para cima).
 VII - de Ministro de Estado da Defesa (os outros ministros podem ser naturalizados) http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc23.htm - art12%A73vii
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Nacionalidade
 Determinados cargos em razão da linha sucessória do presidente e da segurança nacional são privativos de brasileiros natos. 
2) Exercício de Função 
Art. 89. O Conselho da República é órgão superior de consulta do Presidente da República, e dele participam:
 I - o Vice-Presidente da República;
 II - o Presidente da Câmara dos Deputados;
 III - o Presidente do Senado Federal;
 IV - os líderes da maioria e da minoria na Câmara dos Deputados;
 V - os líderes da maioria e da minoria no Senado Federal;
 VI - o Ministro da Justiça;
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Nacionalidade
 VII - seis cidadãos brasileiros natos, com mais de trinta e cinco anos de idade, sendo dois nomeados pelo Presidente da República, dois eleitos pelo Senado Federal e dois eleitos pela Câmara dos Deputados, todos com mandato de três anos, vedada a recondução.