Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
PROCESSO PENAL Prof. Nidal Ahmad OAB 2ª Fase 1 OAB 2ª FASE PROCESSO PENAL PROF. NIDAL AHMAD PROCESSO PENAL Prof. Nidal Ahmad OAB 2ª Fase 2 ÍNDICE 01 NOÇÕES INTRODUTÓRIAS DA PRISÃO PROCESSUAL ........................................................ 3 02 PRISÃO EM FLAGRANTE ..................................................................................................... 4 03 PRISÃO PREVENTIVA ....................................................................................................... 33 04 PRISÃO TEMPORÁRIA (Lei n. 7960/89) ........................................................................... 54 05 PROCEDIMENTOS ............................................................................................................. 60 06 QUEIXA-CRIME ................................................................................................................. 65 07 DENÚNCIA ........................................................................................................................ 81 08 CITAÇÃO ........................................................................................................................... 85 09 RESPOSTA À ACUSAÇÃO – Art. 396 e 396-A ..................................................................... 87 10 AUDIÊNCIA DE INSTRUÇÃO ........................................................................................... 104 11 MEMORIAIS .................................................................................................................... 106 12 SENTENÇA ABSOLUTÓRIA – Art. 386 ............................................................................. 111 13 EMENDATIO LIBELLI E MUTATIO LIBELLI – PRINCÍPIO DA CORRELAÇÃO E PRINCÍPIO DA CONSUBSTANCIAÇÃO ............................................................................................... 123 14 MEMORIAIS DO JÚRI ..................................................................................................... 129 15 RECURSO EM SENTIDO ESTRITO ................................................................................... 142 16 APELAÇÃO ....................................................................................................................... 166 17 APELAÇÃO DAS DECISÕES DO JÚRI ............................................................................... 184 18 REFORMATIO IN PEJUS .................................................................................................. 194 19 EMBARGOS INFRINGENTES DE NULIDADE .................................................................... 197 20 EMBARGOS DE DECLARAÇÃO ......................................................................................... 207 21 CARTA TESTEMUNHÁVEL ................................................................................................ 212 22 RECURSO EXTRAORDINÁRIO ......................................................................................... 221 23 RECURSO ESPECIAL ....................................................................................................... 227 24 RECURSO ORDINÁRIO CONSTITUCIONAL ..................................................................... 237 25 AGRAVO EM EXECUÇÃO .................................................................................................. 247 26 REVISÃO CRIMINAL ....................................................................................................... 262 27 HABEAS CORPUS ............................................................................................................ 267 28 COMPETÊNCIA ................................................................................................................ 277 29 COMPETÊNCIA POR PRERROGATIVA DE FUNÇÃO ......................................................... 289 30 DA PROVA ....................................................................................................................... 294 31 DAS NULIDADES ............................................................................................................ 300 PROCESSO PENAL Prof. Nidal Ahmad OAB 2ª Fase 3 NOÇÕES INTRODUTÓRIAS DA PRISÃO PROCESSUAL A) Considerações gerais A prisão processual ocorre por força da necessidade de segregação cautelar do acusado da prática de um delito durante as investigações ou no curso da ação penal nas hipóteses previstas na legislação processual penal. É aquela que ocorre antes do trânsito em julgado da sentença penal condenatória. Não visa a punição do agente, mas de impedir que volte a praticar novos delitos ou que adote conduta voltada a influenciar na instrução criminal ou na aplicação da sanção decorrente da prática delituosa. Nos termos do artigo 283 do CPP, três são as espécies de prisão provisória: prisão em flagrante (art. 301 e segs., CPP), preventiva (art. 311 e segs.) e temporária (Lei 7.960/89). 01 PRISÃO EM FLAGRANTE – artigo 301 e seguintes do CPP PRISÃO PREVENTIVA – artigo 311 e seguintes do CPP PRISÃO TEMPORÁRIA – Lei 7.960/89 ESPÉCIES DE PRISÃO PROVISÓRIA Obrigatório mandado (Se não houver, a prisão é ilegal, e deve ser relaxada) PROCESSO PENAL Prof. Nidal Ahmad OAB 2ª Fase 4 PRISÃO EM FLAGRANTE 2.1) CONCEITO Trata-se de medida restritiva de liberdade, de natureza cautelar e processual, consistente na prisão, independente de ordem escrita do juiz competente, de quem é surpreendido cometendo, ou logo após ter cometido, um crime. A Lei nº 12.403/2011 introduziu o artigo 310, inciso II, do CPP, suprimindo a possibilidade de a prisão em flagrante prender por si só, na medida em que, se presentes os requisitos do artigo 312 do CPP e inadequada ou insuficiente a aplicação das medidas cautelares diversas da prisão, o juiz deverá converter a prisão em flagrante em prisão preventiva. Logo, forçoso concluir que a prisão em flagrante passou a assumir natureza precautelar, com duração limitada até a adoção pelo juiz de uma das providências do artigo 310 do CPP (relaxar a prisão em flagrante, convertê-la em prisão preventiva ou conceder a liberdade provisória). 02 PROCESSO PENAL Prof. Nidal Ahmad OAB 2ª Fase 5 2.2) ESPÉCIES DE FLAGRANTE – Art. 302 a) Flagrante próprio – Art. 302, I e II Trata-se de prisão efetivada no momento em que o sujeito está praticando uma infração penal, ou quando acabou de cometê-la. É, pois, aquele em que o agente é surpreendido cometendo uma infração penal ou quando acaba de cometê-la. Aqui o agente ainda está no local do crime. Ex: prisão em flagrante no exato instante em que agentes criminosos buscam sair da agência bancária onde praticavam o delito de roubo. b) Flagrante impróprio (QUASE-FLAGRANTE) – Art. 302, III A definição da expressão “logo após” traduz uma relação de imediatidade, com perseguição iniciada em momento bem próximo da infração. Aqui o agente já deixou o local do crime. É o tempo que decorre entre a prática do delito e as primeiras coletas de informações a respeito da identificação do autor, iniciando-se, logo após, imediatamente a perseguição. Uma vez cessada a perseguição, cessa a situação de flagrância.Ou seja, a perseguição deve ser contínua, sem interrupções. ESPÉCIES DE PRISÃO EM FLAGRANTE PRÓPRIO Art. 302, inciso III, do CPP. Ver art. 290, CPP. Art. 302, inciso I, do CPP. Art. 302, inciso II, do CPP. Preso praticando o delito ou quando acabou de cometê-lo Perseguição ININTERRUPTA IMPRÓPRIO Encontrado – Art. 302, IV, CPP PRESUMIDO a) ) b) ) c) ) PROCESSO PENAL Prof. Nidal Ahmad OAB 2ª Fase 6 A concepção de perseguição pode ser extraída do art. 290 do CPP, notadamente das alíneas “a” e “b” do parágrafo primeiro. Não confundir início com duração da perseguição. O início da perseguição deve ser logo após o fato; a perseguição, no entanto, pode perdurar por muitas horas e até dias, como, por exemplo, em crime de roubo a banco, em que a polícia chega imediatamente ao local, faz o primeiro levantamento e, de imediato, sai em perseguição dos suspeitos, que se embrenharam numa mata por mais de 30 horas. Se o agente for preso após a cessação da perseguição, a prisão em flagrante será ilegal, devendo, pois, ser relaxada. c) Flagrante presumido – Art. 302, inciso IV, do CPP Aqui a pessoa não é “perseguida”, mas “encontrada” na posse de objetos ou instrumentos do crime, cujo contexto fático permita a conclusão de que o sujeito detido é autor do delito. Quanto ao alcance da expressão “logo depois”, a jurisprudência tem admitido prisões ocorridas várias horas depois do crime, ou até no dia seguinte ao do crime. Não aceita, no entanto, dias depois ao do crime. CUIDADO: a perseguição deve ser ininterrupta. Uma vez cessada a perseguição, não há mais situação de flagrância, devendo-se, a partir de então, efetivar-se a prisão somente munido de mandado judicial (prisão preventiva ou temporária, conforme o caso). PROCESSO PENAL Prof. Nidal Ahmad OAB 2ª Fase 7 2.3) OUTRAS VARIAÇÕES DAS ESPÉCIES DE PRISÃO EM FLAGRANTE A) FLAGRANTE PROVOCADO OU PREPARADO O flagrante preparado ocorre quando uma pessoa, policial ou particular, provoca, induz ou instiga alguém a praticar uma infração penal, somente para poder prendê-la. Nesse caso, não fosse a ação do agente provocador, o sujeito não teria praticado o delito, pelo menos nas circunstâncias pelas quais foi preso. Trata-se, na verdade, de hipótese de crime impossível, já que, por força da preparação engendrada pelo policial ou terceiro para prendê-lo, jamais o sujeito consumaria o crime. Em síntese, simultaneamente à indução à prática do crime, o agente provocador do flagrante age para evitar a consumação. É o que diz a Súmula 145 do STF: “Não há crime quando a preparação do flagrante pela polícia torna impossível a sua consumação”. Trata-se de hipótese de crime impossível, que não é punível nos termos do artigo 17 do Código Penal. Em que pese a súmula mencionar somente o flagrante pela polícia, a ilegalidade também pode decorrer de flagrante preparado por particular. Ex: Suspeitando que a empregada doméstica esteja furtando objetos da residência, dona de casa deixa uma jóia na mesa de centro da sala, ficando a espreita. No momento em que a empregada pega a jóia, a dona de casa, auxiliada ou não por outras pessoas, a detém, prendendo-a em flagrante. Trata-se de prisão ilegal, já decorrente de flagrante preparado. Em suma, o flagrante provocado é ilegal, devendo, pois, a prisão ser relaxada. B) FLAGRANTE ESPERADO O flagrante esperado ocorre quando a autoridade policial, tomando conhecimento, por fonte segura, de que será praticado um delito, desloca-se até o local indicado, aguarda o início da execução do delito ou, se for o caso, a consumação, e, na sequência, prende em flagrante o agente criminoso. O flagrante esperado não se confunde com o flagrante preparado, a começar pelo fato de que constitui modalidade de flagrante válido, regular e, portanto, legal. PROCESSO PENAL Prof. Nidal Ahmad OAB 2ª Fase 8 C) FLAGRANTE FORJADO O flagrante forjado se caracteriza pela criação de provas para forjar a prática de um crime inexistente. Aqui a ação da autoridade policial ou de um particular visa a simular um fato típico inexistente, com o objetivo de incriminar falsamente alguém. Ex: policial coloca/enxerta droga no interior do veículo de determinada pessoa para prendê-la pelo delito de tráfico ilícito de entorpecentes. Trata-se de hipótese de flagrante absolutamente nulo, merecendo, pois, ser relaxado. A autoridade policial ou particular que forjou o flagrante responderá por denunciação caluniosa e/ou abuso de autoridade, se for funcionário público no exercício da função. D) FLAGRANTE RETARDADO OU DIFERIDO Caracteriza-se pela possibilidade de retardar o momento da prisão em flagrante, não obstante estar o delito em curso, justamente para buscar maiores informações ou provas contra pessoas envolvidas em organizações criminosas ou tráfico ilícito de entorpecentes. Há previsão de ação controlada, com destaque ao flagrante retardado ou diferido, no art. 53, II, da Lei 11.343/2006 (Lei de Drogas), no art. 4º, B, da Lei 9.613/98, com redação dada pela Lei 12.683/2012 (Lei de Lavagem de Capitais) e art. 8º da Lei 12.850/2013 (Lei das Organizações Criminosas). Nos termos do artigo 53, II, da Lei 11.343/2006, a não atuação policial na prisão imediata em flagrante depende de autorização judicial e manifestação do MP. Essa autorização judicial está condicionada ao conhecimento do itinerário provável e à identificação dos agentes do delito ou de colaboradores. Conforme o artigo 8º, § 1º, da Lei 12.850/2013, o retardamento da intervenção policial não exige prévia autorização judicial, mas mera comunicação ao juiz competente que, se for o caso, fixará os limites da atuação e comunicará ao MP. De acordo com o artigo 53, II, da Lei de Drogas, a não atuação imediata da autoridade policial exige autorização judicial e manifestação do MP. Sem essa autorização judicial na Lei de Drogas ou comunicação ao juiz competente prevista na Lei 12.850/2013, a prisão será ilegal, devendo ser relaxada. PROCESSO PENAL Prof. Nidal Ahmad OAB 2ª Fase 9 DIFERIDO/ RETARDADO ESPERADO espera a prática do delito para prender em flagrante. Prisão LEGAL. Cumpre no futuro PREPARADO/ PROVOCADO provoca, induz ou instiga Prisão ILEGAL Para aprofundar INVESTIGAÇÃO * artigo 53, inciso II, da Lei n. 11.343/2006; * artigo 4º, B, da Lei 9.613/98, com redação dada pela Lei 12.683/2012; * artigo 8º da Lei 12.850/2013 (Lei das Organizações Criminosas). Súmula 145 STF. CRIME IMPOSSÍVEL (artigo 17 do CP) Prisão ILEGAL acusa INOCENTE FORJADO PROCESSO PENAL Prof. Nidal Ahmad OAB 2ª Fase 10 Questão 02 XII EXAME DE ORDEM Ricardo é delinquente conhecido em sua localidade, famoso por praticar delitos contra o patrimônio sem deixar rastros que pudessem incriminá-lo. Já cansando da impunidade, Wilson, policial e irmão de uma das vítimas de Ricardo, decide que irá empenhar todos os seus esforços na busca de uma maneira para prender, em flagrante, o facínora. Assim, durante meses, se faz passar por amigo de Ricardo e, com isso, ganhar a confiança deste. Certo dia, decidido que havia chegada a hora, pergunta se Ricardo poderia ajudá-lo na próxima empreitada.Wilson diz que elaborou um plano perfeito para assaltar uma casa lotérica e que bastaria ao amigo seguir as instruções. O plano era o seguinte: Wilson se faria passar por um cliente da casa lotérica e, percebendo o melhor momento, daria um sinal para que Ricardo entrasse no referido estabelecimento e anunciasse o assalto, ocasião em que o ajudaria a render as pessoas presentes. Confiante nas suas próprias habilidades e empolgado com as ideias dadas por Wilson, Ricardo aceita. No dia marcado por ambos, Ricardo, seguindo o roteiro traçado por Wilson, espera o sinal e, tão logo o recebe, entra na casa lotérica e anuncia o assalto. Todavia, é surpreendido ao constatar que tanto Wilson quanto todos os “clientes” presentes na casa lotérica eram policiais disfarçados. Ricardo acaba sendo preso em flagrante, sob os aplausos da comunidade e dos demais policiais, contentes pelo sucesso do flagrante. Levado à delegacia, o delegado de plantão imputa a Ricardo a prática do delito de roubo na modalidade tentada. Nesse sentido, atento tão somente às informações contidas no enunciado, responda justificadamente: A) Qual a espécie de flagrante sofrido por Ricardo? (Valor: 0,80 ) B) Qual é a melhor tese defensiva aplicável à situação de Ricardo relativamente à sua responsabilidade Jurídico penal? (Valor: 0,45 ) PROCESSO PENAL Prof. Nidal Ahmad OAB 2ª Fase 11 2.4) PROCEDIMENTO PARA A LAVRATURA DO AUTO DE PRISÃO EM FLAGRANTE (Arts. 304 a 309 do CPP) Auto de prisão em flagrante é o documento elaborado, via de regra, sob a presidência da autoridade policial, contendo as formalidades que revestem a prisão em flagrante, tendo por objetivo precípuo retratar os fatos que ensejaram a restrição de liberdade do agente e, ainda, reunir os primeiros elementos de convicção acerca da infração penal que motivou a prisão. Uma vez preso em flagrante, por policial ou particular, o acusado deve ser conduzido à presença da autoridade policial. Se a autoridade policial considerar se tratar de situação de flagrância e que o fato constitui crime, determinará a lavratura do auto de prisão, incumbindo-lhe proceder da seguinte forma: a) oitiva do condutor: O condutor é a pessoa que levou o preso até a Delegacia de Polícia e o apresentou à autoridade policial. Pode ser policial ou qualquer pessoa. Embora na maioria das vezes o condutor seja quem procedeu à prisão, não precisa necessariamente ser o responsável pela detenção do suspeito. Ex: seguranças de determinada loja prendem em flagrante uma pessoa pela prática do delito de furto e acionam a polícia militar, que conduzem o preso à Delegacia de Polícia. Será um dos policiais, portanto, quem apresenta o preso ao delegado de polícia, figurando, assim, como condutor. b) oitiva de testemunhas: Em seguida, devem ser ouvidas as testemunhas que acompanharam o condutor, que, pelos arts. 304, caput, e 304, §1º, devem ser, no mínimo, duas (referem-se a “testemunhas”, no plural). Não há qualquer vedação a que sirvam como testemunhas agentes policiais. O condutor também pode ser considerado como testemunha numerária. A falta de testemunhas da infração não impedirá a lavratura do auto de prisão em flagrante, mas, nesse caso, com o condutor deverão assinar a peça pelo menos duas pessoas que tenham testemunhado a apresentação do preso à autoridade (art. 304, § 2º). Considera-se, portanto, testemunha de apresentação aquelas que presenciaram o momento em que o condutor apresentou o preso à autoridade policial. PROCESSO PENAL Prof. Nidal Ahmad OAB 2ª Fase 12 c) Interrogatório do preso. As formalidades para o interrogatório devem observar as mesmas regras do interrogatório judicial, previstas nos arts. 185 a 196, dentre as quais se destaca a advertência ao preso do seu direito constitucional ao silêncio, sem que isso possa ser interpretado em seu desfavor (art. 5º, LXIII, da CF1). O direito à assistência por advogado constitui direito constitucionalmente assegurado ao preso (art. 5º, LXIII, da CF/88). Nesse sentido, à evidência, não cabe à autoridade policial vedar a presença do advogado nos atos que integram a lavratura do auto de prisão em flagrante, podendo o profissional acompanhar a oitiva do condutor, das testemunhas, bem como o interrogatório do flagrado. d) Nota de culpa: Superadas essas etapas, cumpre à autoridade policial, em até 24 horas após a realização da prisão, encaminhar o auto de prisão em flagrante devidamente instruído ao juiz competente, bem como entregar ao preso, no mesmo prazo, mediante recibo, a nota de culpa, assinada pela autoridade, com o motivo da prisão, o nome do condutor e os das testemunhas. Trata-se a nota de culpa de documento por meio do qual a autoridade policial cientifica o preso dos motivos de sua prisão, do nome do condutor e das testemunhas. Se não for entregue nota de culpa, o flagrante deve ser relaxado por falta de formalidade essencial. 1 Esse dispositivo é fundamental para qualquer interrogatório, seja na fase de investigação ou no curso da ação penal: Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: (...) LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assistência da família e de advogado; PROCESSO PENAL Prof. Nidal Ahmad OAB 2ª Fase 13 2.5) GARANTIAS LEGAIS E CONSTITUCIONAIS DO PRESO A) Da comunicação imediata ao juiz competente e ao Ministério Público De acordo com o artigo 306 do CPP, a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados imediatamente ao juiz competente, ao Ministério Público e à família do preso ou à pessoa por ele indicada. O artigo 5º, LXII, da CF/88 dispõe que a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados imediatamente ao juiz competente e à família do preso ou à pessoa por ele indicada. A ausência da comunicação imediata da prisão em flagrante ao juiz competente e ao Ministério Público torna a prisão ilegal, devendo, portanto, ser relaxada. B) Da comunicação imediata da prisão à família do preso ou à pessoa por ele indicada. Nos termos do artigo 306 do CPP e artigo 5º, LXII, da CF/88, cumpre à autoridade policial providenciar a comunicação imediata da prisão em flagrante à família do preso ou à pessoa por ele indicada. Essa comunicação tem por objetivo certificar familiares acerca da localização do preso, bem como viabilizar ao preso o apoio e a assistência da família. REQUISITOS PROCEDIMENTO LAVRATURA APF – artigo 304 do CPP Oitiva condutor Policial ou responsável pela prisão que conduz o flagrado à presença da autoridade. Oitiva testemunhas (mínimo duas – condutor também conta). Interrogatório Necessário advertência do direito ao SILÊNCIO (art. 186 do CPP e art. 5º, LXIII, CF). Nota de Culpa 24h para a autoridade policial encaminhar ao Juiz (Se passar desse tempo é ilegal) PROCESSO PENAL Prof. Nidal Ahmad OAB 2ª Fase 14 A comunicação à família ou à pessoa pelo preso indicada constitui direito subjetivo do flagrado. Se não for observada essa formalidade pela autoridade policial, a prisão em flagrante será ilegal, devendo, pois, ser relaxada. C) Da assistência de advogado ao preso Nos termos do artigo 5º,inciso LXIII, parte final, da Constituição Federal, o preso tem direito à assistência da família e de advogado. Se o flagrado não informar o nome do seu advogado, deverá a autoridade policial encaminhar, em até 24 horas, cópia integral do APF à Defensoria Pública, nos termos do artigo 306, § 1º, do Código de Processo Penal. Em síntese, a inobservância de qualquer dessas regras gera a ilegalidade da prisão em flagrante, devendo o juiz, ao receber os autos, e verificar que não houve comunicação imediata (ao juiz plantonista, à família do preso, ao advogado e ao Ministério Público), deixar de homologar o auto de prisão em flagrante, determinando o relaxamento da prisão por ilegalidade formal. 2.6) PROVIDÊNCIAS JUDICIAIS AO RECEBER O AUTO DE PRISÃO EM FLAGRANTE – Art. 310 Ao receber o Auto de Prisão em Flagrante, o Juiz deverá adotar uma das providências previstas na nova redação do artigo 310 do CPP: A) B) C) GARANTIAS LEGAIS e CONSTITUCIONAIS DO PRESO COMUNICAÇÃO AO JUIZ (imediata) COMUNICAÇÃO AO MINISTÉRIO PÚBLICO COMUNICAÇÃO FAMÍLIA ou QUEM INDIQUE ACESSO A ADVOGADO (DPE se não indicar adv.) A falta é ilegal RELAXAR O FLAGRANTE CONVERTER A PRISÃO EM FLAGRANTE EM PRISÃO PREVENTIVA CONCEDER LIBERDADE PROVISÓRIA (com ou sem fiança) PROCESSO PENAL Prof. Nidal Ahmad OAB 2ª Fase 15 Nesse sentido, num primeiro momento, o Magistrado deverá analisar o aspecto formal, a legalidade do auto de prisão em flagrante, bem como se há situação de flagrância, conforme as hipóteses do artigo 302 do CPP. Se observadas as formalidades, o Juiz homologa; na hipótese de alguma ilegalidade, seja formal ou material, o Juiz deverá relaxar a prisão em flagrante. Num segundo momento, uma vez homologado o auto de prisão em flagrante, o Juiz deverá verificar a necessidade de conversão da prisão em flagrante em prisão preventiva ou a concessão de liberdade provisória, com ou sem fiança e a eventual imposição de medida cautelar diversa. Em sendo legal a prisão em flagrante, o juiz deve verificar se concederá a liberdade provisória ou se converterá a prisão em flagrante em prisão preventiva2. É importantíssimo ressaltar que a prisão preventiva somente poderá ser decretada em substituição da prisão em flagrante se estiverem presentes os requisitos do art. 312 do CPP3 e se não for suficiente outra medida diversa da prisão, bem como se presente as hipóteses do artigo 313 do CPP. Assim, pela leitura do artigo 310, II, CPP, verifica-se que a prisão preventiva é a última ratio das medidas cautelares. Ela somente deve ser decretada quando todas as demais medidas cautelares se revelarem inadequadas e insuficientes para o caso concreto. Em outras palavras, a insuficiência das medidas cautelares diversas da prisão passou a ser mais um requisito para o cabimento da prisão preventiva. Além disso, por ser medida de caráter excepcional, o juiz somente poderá converter a prisão em flagrante em prisão preventiva se estiverem presentes os requisitos do artigo 312 e 313 do CPP. Em síntese: O juiz, ao receber o auto de prisão em flagrante, deverá, fundamentadamente, converter a prisão em flagrante em preventiva (inciso II, primeira parte), desde que: a) a prisão seja legal (inciso I); b) as medidas cautelares diversas da prisão se revelarem inadequadas ou insuficientes (inciso II, parte final); c) o agente não tenha praticado o fato ao amparo das causas de exclusão da ilicitude previstas no art. 23, do CP; 2 Antes da Lei nº 12.403/2011, o agente ficava preso em decorrência da prisão em flagrante. O Juiz simplesmente homologava o APF e mantinha a prisão em flagrante. Com a alteração, o juiz, se presentes os requisitos, deverá converter a prisão em flagrante em prisão preventiva. Eis a razão do caráter pré-cautelar da prisão em flagrante (pois dura até ser convertida em preventiva ou concedida a liberdade provisória). 3 Garantia da ordem pública, garantia da ordem econômica, conveniência da instrução criminal e aplicação da lei penal. Será estudado oportunamente. PROCESSO PENAL Prof. Nidal Ahmad OAB 2ª Fase 16 d) estejam presentes os requisitos dos artigos 312 e 313 do CPP. Caso contrário, será concedida liberdade provisória (com ou sem cautelares). 2.7) PEÇAS POSSÍVEIS NO CONTEXTO DE PRISÃO EM FLAGRANTE 2.6.1) RELAXAMENTO DA PRISÃO O pedido de relaxamento de prisão guarda relação com PRISÃO ILEGAL. A prisão ilegal pode decorrer de vício material ou formal. RELAXAMENTO DA PRISÃO PRISÃO ILEGAL BASE LEGAL: art. 310, inciso I, CPP e art. 5º, LXV da CF/88 PEÇA: RELAXAMENTO DA PRISÃO PALAVRA MÁGICA: PRISÃO ILEGAL PAROU! PEDIU PRA PARAR PROCESSO PENAL Prof. Nidal Ahmad OAB 2ª Fase 17 I) ILEGALIDADE FORMAL Ocorre quando o auto de prisão em flagrante não observou as formalidades procedimentais previstas no art. 304 e 306 do CPP e dos incisos do art. 5º da Constituição Federal, notadamente LXI, LXII, LXIII, LXIV. As ilegalidades formais podem ocorrer durante ou depois da lavratura do auto de prisão em flagrante. Além da inobservância das formalidades no art. 304 e 306 do CPP e dos incisos do art. 5º da Constituição Federal, notadamente LXI, LXII, LXIII, LXIV, pode incidir a ilegalidade pelo excesso de prazo da prisão, como, por exemplo, na conclusão do inquérito policial além do prazo previsto em lei, sem justificativa plausível ou, ainda, não oferecimento da denúncia de réu preso (prazo 05 dias). II) ILEGALIDADE MATERIAL Além das formalidades legais e constitucionais para a lavratura do APF, devem estar presentes situações autorizadoras da prisão em flagrante. Nesse sentido, se a prisão realizada não se enquadra em nenhuma das hipóteses do artigo 302, a prisão será materialmente ilegal. Em outras palavras, se não estiver configurada nenhuma das hipóteses de flagrância, a prisão é ilegal. Assim, em tese, a ilegalidade da prisão em flagrante, na forma material, ocorre invariavelmente antes do início da lavratura do auto de prisão em flagrante. Para melhor sistematizar o estudo, recomenda-se identificar as ilegalidades no seu aspecto formal e material. PROCESSO PENAL Prof. Nidal Ahmad OAB 2ª Fase 18 RELAXAMENTO DA PRISÃO ALGUMAS ILEGALIDADES FORMAIS * Inobservância das formalidades legais e constitucionais na lavratura do APF. * Não comunicação imediata da prisão à autoridade judiciária. * Não comunicação imediata ao Ministério Público * Não encaminhamento do APF à Defensoria Pública, quando o autuado não informa nome de advogado. * Não entrega da nota de culpa no prazo de 24 horas. * Não viabilizar assistência de advogado. * Não comunicação imediata à família. * Falta de representação do ofendido, sendo hipótese de prisão decorrente de crime de ação penal pública condicionada à representação. * Ausência de requerimento da vítima na hipótese de prisão em flagrante por crime de ação penal privada; * Inversão da ordem de oitiva prevista no artigo 304 do CPP. * Falta de laudo de constatação da natureza da substância entorpecente (art. 50, §1º, da Lei 11.343/2006) ALGUMAS ILEGALIDADES MATERIAIS * Não está em situação de flagrância (artigo 302 do CPP) * Flagrante preparado/provocado – Súmula 145 do STF * Flagrante forjado * Preso por fato atípico * Condutor veículo no trânsito se prestar socorroà vítima (art. 301 do CTB). * Delito menor potencial ofensivo – comprometimento de audiência. Artigo 69 da Lei 9.099/95. * Preso por posse de drogas – Vedação usuário (art. 48, §2º, da Lei 11.343/2006). PROCESSO PENAL Prof. Nidal Ahmad OAB 2ª Fase 19 SUGESTÃO DE PEDIDO DE RELAXAMENTO DA PRISÃO: a) Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ____Vara do Tribunal do Júri da Comarca_______ (se crime doloso contra a vida da competência da Justiça Estadual) b) Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz Federal da ___Vara do Tribunal do Júri da Seção Judiciária__________ (se crime doloso contra a vida da competência da Justiça Federal4) c) Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ___Vara Criminal da Comarca ________________(se crime da competência da Justiça Estadual) d) Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz Federal da ____ Vara Criminal da Seção Judiciária de ________(se crime da competência da Justiça Federal) Autos nº Fulano de Tal (nome e qualificação do acusado5), por seu procurador infra- assinado, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência requerer o RELAXAMENTO DA PRISÃO EM FLAGRANTE, com base no art. 310, inciso I, Código de Processo Penal e art. 5º, LXV da Constituição Federal/88, pelos fatos e fundamentos jurídicos a seguir expostos 2 linhas I – DOS FATOS6 II – DO DIREITO a) Da ilegalidade material b) Da ilegalidade formal Como se vê, restou suficientemente demonstrada a ilegalidade da prisão do requerente, já que não observadas as formalidades previstas na legislação, devendo, por isso, ser relaxada a prisão em flagrante. III – Do pedido Ante o exposto, requer o RELAXAMENTO DA PRISÃO EM FLAGRANTE, a fim de que possa responder a eventual processo em liberdade, com a expedição do respectivo alvará de soltura, ou, subsidiariamente, a concessão da liberdade provisória sem fiança, por ser medida de inteira justiça. Nestes termos, 4 Competência da Justiça Federal – ver artigo 109 da CF/88. 5 Não inventar dados. Utilizar somente os disponibilizados no enunciado da peça. 6 Fazer um breve relato dos fatos. Não inventar dados. Relatar como ocorreu a prisão. PROCESSO PENAL Prof. Nidal Ahmad OAB 2ª Fase 20 pede deferimento. Local e data ______________________ ADVOGADO OAB 2.7) LIBERDADE PROVISÓRIA I) CONSIDERAÇÕES GERAIS BASE LEGAL: art. 310, inciso III, CPP e art. 5º, LXVI da CF/88 PEÇA: LIBERDADE PROVISÓRIA PALAVRA MÁGICA: PRISÃO LEGAL PAROU! PEDIU PRA PARAR PROCESSO PENAL Prof. Nidal Ahmad OAB 2ª Fase 21 Cabe pedido de liberdade provisória nas hipóteses de prisão em flagrante legal, cuja custódia não se afigura necessária, por estarem ausentes os pressupostos da prisão preventiva. Entende-se por liberdade provisória o instituto destinado a conferir ao acusado o direito de responder ao processo em liberdade, mediante o cumprimento ou não de determinadas condições. Nas palavras de Avena, com o advento da Lei 11.719/2008, modificada a redação do art. 408 (que restou substituído pelo atual art. 413) e revogado o art. 594, ficou o instituto da liberdade provisória limitado à prisão em flagrante.7 Esse também é o entendimento de Nucci8, segundo o qual “a liberdade provisória, com ou sem fiança, é um instituto compatível com a prisão em flagrante, mas não com a prisão preventiva ou temporária”. A liberdade provisória está prevista no artigo 310, inciso III, do CPP, segundo o qual ao receber o auto de prisão em flagrante, o juiz poderá, fundamentadamente, conceder a liberdade provisória, com ou sem fiança. Está prevista ainda no art. 5º, LXVI, da CF/88, ninguém será levado à prisão ou nela mantido quando a lei admitir a liberdade provisória, com ou sem fiança. Além disso, o artigo 321 do CPP dispõe que, ausentes os requisitos que autorizam a decretação da prisão preventiva, o juiz deverá conceder liberdade provisória, impondo, se for o caso, as medidas cautelares previstas no art. 319 deste Código e observados os critérios constantes do art. 282 deste Código. Segundo Lopes Júnior, a liberdade provisória é disposta como uma medida cautelar (na verdade, uma contracautela), alternativa à prisão preventiva, nos termos do art. 310, III, do CPP. No sistema brasileiro, situa-se após a prisão em flagrante e antes da prisão preventiva, como medida impeditiva da prisão cautelar [...] É a liberdade provisória uma forma de evitar que o agente preso em flagrante tenha sua detenção convertida em flagrante.9 77 AVENA, Norberto. Processo Penal Esquematizado. São Paulo: Método. 2013. p. 973. 88 NUCCI, Guilherme Souza. Código de Processo Penal Comentado. São Paulo: RT. 2013, p. 693. 9 LOPES JÚNIOR, Aury. Direito Processual Penal. 9ª ed. São Paulo: Saraiva. 2012, p. 890. PROCESSO PENAL Prof. Nidal Ahmad OAB 2ª Fase 22 II) LIBERDADE PROVISÓRIA PERMITIDA Trata-se da hipótese de a prisão em flagrante se revestir de legalidade, mas o Magistrado considerar o direito ao suspeito responder ao processo em liberdade. Pode o Magistrado conceder a liberdade provisória sem nenhuma restrição, ou, ao contrário, impor ao liberado, a prestação de fiança ou outras medidas cautelares diversas da prisão. Eis as hipóteses: a) Quando ausentes os fundamentos da prisão preventiva (art. 321 do CPP) Nos termos do artigo 321do CPP, ausentes os requisitos da prisão preventiva, o juiz deverá conceder a liberdade provisória, sendo-lhe facultado, com a observância dos critérios da necessidade e da adequação previstos no art. 282, exigir a prestação de fiança com a finalidade de assegurar o comparecimento a atos do processo, evitar a obstrução do seu andamento ou em caso de resistência injustificada à ordem judicial, bem como aplicar outras medidas cautelares diversas da prisão previstas no art. 319 do CPP. b) Quando houver indicativos de que o agente praticou a infração penal abrigado por excludentes de ilicitude (art. 310, parágrafo único, do CPP) Trata-se da hipótese em que os elementos constantes no auto de prisão em flagrante indicam ter o agente praticado o fato em situação de legítima defesa, estado de necessidade, exercício regular do direito ou estrito cumprimento do dever legal. Nesses casos, deverá o juiz conceder a liberdade provisória ao agente, independentemente se o fato praticado caracteriza delito afiançável ou inafiançável. Embora não esteja previsto no artigo 310, parágrafo único, do CPP, parte da doutrina entende possível a concessão da liberdade provisória nas hipóteses de excludente de culpabilidade (embriaguez acidental completa, coação moral irresistível, erro de proibição, etc), uma vez que, ao final, o agente não será privado de liberdade. c) Quando, embora afiançável o crime, não possui o flagrado condições econômicas para pegar a fiança (art. 350 do CPP) Ausência dos requisitos preventiva – art. 321 CPP do CPP Existência Excludentes da ilicitude – art. 310, parágrafo único, do CPP PROCESSO PENAL Prof. Nidal Ahmad OAB 2ª Fase 23 III) LIBERDADE PROVISÓRIA X TRÁFICO ILÍCITO DE ENTORPECENTES A jurisprudência e a doutrina oscilavam em relação ao artigo 44 da Lei 11.343/2006, que veda a concessão de liberdade provisória no crime de tráfico ilícito de entorpecentes. Todavia, o STF, no julgamento do HC 104.339/SP, considerou inconstitucional o disposto no artigo 44 da Lei 11.343/2006 também na parteque vedada a concessão da liberdade provisória, sob o fundamento de que o dispositivo viola o princípio da presunção da inocência e da dignidade da pessoa humana, bem como que a Lei 11.464/2007, ao excluir dos crimes hediondos e equiparados a vedação à liberdade provisória, sendo posterior à Lei de Drogas, revogou, tacitamente, o artigo 44 desta Lei, que proibia o benefício ao crime de tráfico de drogas. Inconstitucionalidade do artigo 44 da Lei n. 11.343/2006 na parte que veda a concessão da liberdade provisória Ofensa ao princípio da presunção da inocência, previsto no artigo 5º, inciso LVII, da CF/88. Ofensa ao princípio da dignidade da pessoa humana, previsto no artigo 1º, inciso III, da CF/88. .. Ofensa ao princípio do devido processo legal, previsto no artigo 5º, inciso LIV, da CF/88. PROCESSO PENAL Prof. Nidal Ahmad OAB 2ª Fase 24 QUESTÃO 4 XV EXAME Wesley, estudante, foi preso em flagrante no dia 03 de março de 2015 porque conduzia um veículo automotor que sabia ser produto de crime pretérito registrado em Delegacia da área em que residia. Na data dos fatos, Wesley tinha 20 anos, era primário, mas existia um processo criminal em curso em seu desfavor, pela suposta prática de um crime de furto qualificado. Diante dessa anotação em sua Folha de Antecedentes Criminais, a autoridade policial representou pela conversão da prisão em flagrante em preventiva, afirmando que existiria risco concreto para a ordem pública, pois o indiciado possuía outros envolvimentos com o aparato judicial. Você, como advogado(a) indicado por Wesley, é comunicado da ocorrência da prisão em flagrante, além de tomar conhecimento da representação formulada pelo Delegado. Da mesma forma, o comunicado de prisão já foi encaminhado para o Ministério Público e para o magistrado, sendo todas as legalidades da prisão em flagrante observadas. Considerando as informações narradas, responda aos itens a seguir. A) Qual a medida processual, diferente de habeas corpus, a ser adotada pela defesa técnica de Wesley? (Valor: 0,50) B) A representação da autoridade policial foi elaborada de modo adequado? (Valor: 0,75) Responda justificadamente, empregando os argumentos jurídicos apropriados e a fundamentação legal pertinente ao caso. PROCESSO PENAL Prof. Nidal Ahmad OAB 2ª Fase 25 SUGESTÃO DE PEDIDO DE LIBERDADE PROVISÓRIA: Endereçamento: a) Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da _____Vara Criminal da Comarca ______________(se crime da competência da Justiça Estadual) b) Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz Federal da _____Vara Criminal da Seção Judiciária ________(se crime da competência da Justiça Federal) 10 c) Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ____Vara do Tribunal do Júri da Comarca_______ (se crime doloso contra a vida da competência da Justiça Estadual) d) Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz Federal da ___Vara do Tribunal do Júri da Seção Judiciária________ (se crime doloso contra a vida da competência da Justiça Federal) Autos nº Fulano de Tal (nome e qualificação do acusado11), por seu procurador infra- assinado, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência requerer a LIBERDADE PROVISÓRIA, com base no art. 310, inciso III, Código de Processo Penal e art. 5º, LXVI, da Constituição Federal/88, pelos fatos e fundamentos jurídicos a seguir expostos 2 linhas I – DOS FATOS12 II – DO DIREITO13 Fundamentar o pedido de liberdade provisória com o disposto no art. 5º, LVII, da CF/88 (princípio da presunção da inocência). Demonstrar a ausência dos requisitos e pressupostos da prisão preventiva: Sugere-se postular, como tese subsidiária, a aplicação de uma das medidas cautelares previstas no artigo 319 do CPP. III – Do pedido 10 Competência da Justiça Federal – Ver art. 109 da CF/88. 11 Não inventar dados. Utilizar somente os disponibilizados no enunciado da peça. 12 Narrar os fatos, fazendo um breve relato. Não inventar dados. Relatar como ocorreu a prisão. 13 Ausência dos requisitos da prisão preventiva (art. 321 CPP) ou hipótese de excludente de ilicitude (art. 310, parágrafo único). PROCESSO PENAL Prof. Nidal Ahmad OAB 2ª Fase 26 Ante o exposto, requer a concessão da LIBERDADE PROVISÓRIA, a fim de que possa responder a eventual processo em liberdade, com a expedição do respectivo alvará de soltura, como medida de inteira justiça. Nestes termos, pede deferimento. Local e data ______________________ ADVOGADO OAB Em suma: Quando não for caso de conversão da prisão em flagrante em preventiva Formal ou material ma Ausência dos requisitos preventiva – art. 321 CPP e excludentes ilicitude – art. 310, parágrafo único do CPP Medidas cautelares – art. 319 do CPP FLAGRANTE DELITO PRISÃO LEGAL PRISÃO ILEGAL LIBERDADE PROVISÓRIA Se indeferido, HABEAS CORPUS Se denegado, ROC RELAXAMENTO DA PRISÃO Se indeferido, HABEAS CORPUS Se denegado, ROC PROCESSO PENAL Prof. Nidal Ahmad OAB 2ª Fase 27 PEÇA RESOLVIDA – RELAXAMENTO PRISÃO PEÇA PRÁTICO-PROFISSIONAL – VI EXAME OAB No dia 10 de março de 2011, após ingerir um litro de vinho na sede de sua fazenda, José Alves pegou seu automóvel e passou a conduzi-lo ao longo da estrada que tangencia sua propriedade rural. Após percorrer cerca de dois quilômetros na estrada absolutamente deserta, José Alves foi surpreendido por uma equipe da Polícia Militar que lá estava a fim de procurar um indivíduo foragido do presídio da localidade. Abordado pelos policiais, José Alves saiu de seu veículo trôpego e exalando forte odor de álcool, oportunidade em que, de maneira incisiva, os policiais lhe compeliram a realizar um teste de alcoolemia em aparelho de ar alveolar. Realizado o teste, foi constatado que José Alves tinha concentração de álcool de um miligrama por litro de ar expelido pelos pulmões, razão pela qual os policiais o conduziram à Unidade de Polícia Judiciária, onde foi lavrado Auto de Prisão em Flagrante pela prática do crime previsto no artigo 306 da Lei 9.503/1997, c/c artigo 2º, inciso II, do Decreto 6.488/2008, sendo-lhe negado no referido Auto de Prisão em Flagrante o direito de entrevistar-se com seus advogados ou com seus familiares. Dois dias após a lavratura do Auto de Prisão em Flagrante, em razão de José Alves ter permanecido encarcerado na Delegacia de Polícia, você é procurado pela família do preso, sob protestos de que não conseguiam vê-lo e de que o delegado não comunicara o fato ao juízo competente, tampouco à Defensoria Pública. Com base somente nas informações de que dispõe e nas que podem ser inferidas pelo caso concreto acima, na qualidade de advogado de José Alves, redija a peça cabível, exclusiva de advogado, no que tange à liberdade de seu cliente, questionando, em juízo, eventuais ilegalidades praticadas pela Autoridade Policial, alegando para tanto toda a matéria de direito pertinente ao caso. (Valor: 5,0) PROCESSO PENAL Prof. Nidal Ahmad OAB 2ª Fase 28 EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ___VARA CRIMINAL DA COMARCA DE _______ Autos nº JOÃO ALVES, nacionalidade, estado civil,profissão, RG nº ...., por seu procurador infra-assinado, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência requerer o RELAXAMENTO DA PRISÃO EM FLAGRANTE, com base no art. 310, inciso I, Código de Processo Penal e art. 5º, LXV, da Constituição Federal/88, pelos fatos e fundamentos jurídicos a seguir expostos I – DOS FATOS O requerente foi preso em flagrante, acusado de ter praticado, em tese, o delito previsto no artigo 306 da Lei 9.503/1997 c/c o artigo 2º, inciso II, do Decreto 6.488/2008. O requerente foi compelido a realizar um teste de alcoolemia em aparelho de ar alveolar, sendo-lhe negado no referido Auto de Prisão em Flagrante o direito de entrevistar-se com seus advogados ou com seus familiares. O requerente permanece preso dois dias após a lavratura do Auto de Prisão em flagrante, sendo que a autoridade policial não comunicou o fato ao juízo competente nem à Defensoria Pública. É o breve relatório. II – DO DIREITO O requerente foi preso em flagrante acusado, em tese, de ter praticado o delito do artigo 306 da Lei 9.503/97. Todavia, a prisão deve ser relaxada, porque absolutamente ilegal. A) DA PROVA ILÍCITA O requerente foi compelido a realizar o teste de alcoolemia em aparelho de ar alveolar. Todavia, trata-se de prova ilícita, porque violou o direito do requerente de não produzir prova contra si mesmo, previsto no artigo 5º, LXIII, da Constituição Federal de 1988 e no artigo 8º, nº 2, “g”, do Decreto 678/1992. PROCESSO PENAL Prof. Nidal Ahmad OAB 2ª Fase 29 Logo, trata-se de prova ilícita, nos termos do artigo 157 do Código de Processo Penal e artigo 5º, LVI, da Constituição Federal, já que realizada de forma forçada, sendo, portanto, o flagrante ilegal. B) DO DIREITO À COMUNICAÇÃO COM ADVOGADO E FAMILIARES Conforme se observa dos autos, a autoridade policial negou ao requerente o direito de se entrevistar com advogado, bem como não permitiu comunicação com a família. Todavia, nos termos do artigo 306, § 1º, do Código de Processo Penal, e artigo 5º, LXIII, da Constituição Federal/88, o preso tem direito à presença de advogado. Logo, deveria a autoridade policial providenciar a presença de advogado para acompanhar a lavratura do auto de prisão em flagrante ou encaminhar a cópia dos autos à Defensoria Pública. Além disso, nos termos do artigo 306 do Código de Processo Penal e artigo 5º, inciso LXII, da Constituição Federal/88, a prisão deveria ter sido comunicada imediatamente à família do preso. Logo, a prisão é ilegal, devendo, portanto, ser relaxada. C) DA AUSÊNCIA DE COMUNICAÇÃO À AUTORIDADE JUDICIÁRIA E À DEFENSORIA PÚBLICA Conforme se observa dos autos, a autoridade policial não comunicou a prisão à autoridade judiciária competente, nem tampouco à Defensoria Pública. Todavia, nos termos do artigo 306, § 1º, do Código de Processo Penal, e artigo 5º, LXII, da Constituição Federal/88, a prisão deve ser comunicada imediatamente ao juiz competente, bem como à Defensoria Pública, no prazo de 24 horas. Logo, trata-se de prisão ilegal, devendo ser relaxada. Convém referir que vigora a favor do requerente o princípio da presunção da inocência, previsto no artigo 5º, inciso VII, da Constituição Federal/88. Como se vê, restou suficientemente demonstrada a ilegalidade da prisão do requerente, já que não observadas as formalidades previstas na legislação, devendo, por isso, ser relaxada a prisão em flagrante. III – DO PEDIDO Ante o exposto, requer o RELAXAMENTO DA PRISÃO EM FLAGRANTE, a fim de que possa responder a eventual processo em liberdade, com a expedição do respectivo alvará de soltura, ou, subsidiariamente, a concessão da liberdade provisória sem fiança, por ser medida de inteira justiça. Nestes termos, pede deferimento. Local e data ______________________ ADVOGADO OAB PROCESSO PENAL Prof. Nidal Ahmad OAB 2ª Fase 30 PEÇA RESOLVIDA – LIBERDADE PROVISÓRIA No dia 15 de janeiro de 2011, por volta das 14 horas, nº 2000, na Rua das Mocas, São Paulo/SP, Josué Silva foi preso em flagrante pela prática do delito de receptação, previsto no artigo 180, “caput”, do Código Penal, acusado de estar conduzindo veículo automotor que sabia ser produto de crime. Marilda, esposa de Josué, procurou um advogado e lhe informou que o marido jamais havia se envolvido em atividade ilícita. Disse, ainda, possuírem residência fixa e que Josué tinha carteira de trabalho, embora estivesse, na ocasião, desempregado. Informou que estava grávida e o marido era o único que poderia contribuir para o sustento da família. Ao analisar a folha de antecedentes criminais de Josué, a autoridade policial constatou que o flagrado respondia a processo pelo delito de furto. Diante dessa anotação na Folha de Antecedentes Criminais de Josué, a autoridade policial representou pela conversão da prisão em flagrante em preventiva, afirmando que existiria risco concreto para a ordem pública, pois o indiciado possuía outros envolvimentos com o aparato judicial. Você, como advogado(a) indicado por Josué, é comunicado da ocorrência da prisão em flagrante, além de tomar conhecimento da representação formulada pelo Delegado. Da mesma forma, o comunicado de prisão já foi encaminhado para o Ministério Público e para o magistrado, sendo todas as legalidades da prisão em flagrante observadas. Com base somente nas informações de que dispõe e nas que podem ser inferidas pelo caso concreto acima, na qualidade de advogado de Josué, redija a peça cabível, exclusiva de advogado, em favor do seu cliente, apontando os argumentos e fundamentos jurídicos pertinentes ao caso. (Valor: 5,0) PROCESSO PENAL Prof. Nidal Ahmad OAB 2ª Fase 31 EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA __VARA CRIMINAL DA COMARCA DE SÃO PAULO/SP JOSUÉ DA SILVA, nacionalidade, estado civil, profissão, RG..., por seu procurador infra-assinado, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, requerer/apresentar a presente LIBERDADE PROVISÓRIA, com base no artigo 310, inciso III, do Código de Processo Penal, e artigo 5º, LXVI, da CF/88, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos. I. DOS FATOS O requerente foi preso em flagrante, acusado de ter praticado o delito de receptação, previsto no artigo 180, “caput”, do Código Penal. O auto de prisão em flagrante observou todas as formalidades e foi encaminhado, no prazo legal, ao juiz, para apreciação. II – DO DIREITO A) DA IMPOSSIBILIDADE DE CONVERTER A PRISÃO EM FLAGRANTE EM PREVENTIVA O requerente foi preso em flagrante acusado de ter praticado o delito de receptação, previsto no artigo 180, “caput”, do Código Penal. Todavia, conforme o artigo 180 do Código Penal, a pena máxima cominada prevista para o delito de receptação é de 04 anos. Logo, considerando que o requerente é primário, não é possível a conversão da prisão em flagrante em preventiva, nos termos do artigo 313, inciso I, do Código de Processo Penal. Não se aplica ao caso, a hipótese do inciso II do artigo 313, porque o requerente não é reincidente. B) DA AUSÊNCIA DOS REQUISITOS DA PREVENTIVA No caso, a autoridade policial representou pela conversão da prisão em flagrante em preventiva, para preservar a ordem pública. Todavia, não estão presentes os requisitos que autorizam a prisão preventiva. PROCESSO PENAL Prof. Nidal Ahmad OAB 2ª Fase 32 O requerente é trabalhador e jamais se envolveuem atividade ilícita. Além disso, possui residência fixa e tem carteira de trabalho. Ademais, a esposa está grávida, sendo o único que poderá contribuir para o sustento da família. Logo, o requerente não representa perigo à ordem pública, estando, portanto, ausentes os requisitos da prisão preventiva, previstos no artigo 312 do Código de Processo Penal. Assim, deve-se conceder a liberdade provisória, nos termos do artigo 321 do Código de Processo Penal. C) DA PRESUNÇÃO DA INOCÊNCIA Convém destacar que prevalece no nosso ordenamento jurídico o princípio da presunção da inocência, previsto no artigo 5º, LVII, da CF/88. Nesse sentido, a liberdade provisória é medida que se impõe. D) DA MEDIDA CAUTELAR DIVERSA DA PRISÃO Na hipótese de não ser concedida a liberdade plena, viável a aplicação da concessão da medida cautelar prevista no artigo 319 do Código de Processo Penal, já que constitui medida mais conveniente do que a conversão em prisão preventiva. III – DO PEDIDO Ante o exposto, requer a concessão da LIBERDADE PRÓVISÓRIA, com a expedição do alvará de soltura, a fim de que possa responder o processo em liberdade. Subsidiariamente, requer seja aplicada medida cautelar diversa da prisão. Nestes termos Pede deferimento São Paulo, data Advogado OAB PROCESSO PENAL Prof. Nidal Ahmad OAB 2ª Fase 33 PRISÃO PREVENTIVA 3.1) CONCEITO Trata-se de modalidade de prisão processual decretada exclusivamente por juiz competente quando presentes os pressupostos e as hipóteses previstas em lei (arts. 312 e 313 do CPP). Possui natureza cautelar, uma vez que visa a tutela da sociedade, da investigação criminal e garantir a aplicação da pena. Por se tratar de medida cautelar, pressupõe a coexistência do Como repercute na esfera da liberdade do acusado, que constitui direito e garantia fundamental do cidadão, a possibilidade de decretação da prisão preventiva encontra embasamento também no artigo 5º, especificamente no inciso LXI, da Constituição Federal, que permite a prisão provisória, antes do trânsito em julgado da sentença condenatória, desde que precedida de ordem escrita e fundamentada da autoridade judiciária competente. Em síntese, somente é possível decretar a prisão preventiva Momento e forma de execução da prisão provisória Conforme dispõe o art. 283, §2º, do CPP, a prisão poderá ser efetuada em qualquer dia e a qualquer hora, respeitada a garantia fundamental da inviolabilidade do domicílio, prevista no artigo 5º, inciso XI, da Constituição Federal. Nos termos do artigo 5º, inciso XI, da Constituição Federal, salvo na hipótese de prisão em flagrante, a prisão somente pode ser efetivada mediante ordem escrita e fundamentada da autoridade judiciária competente. De acordo com o artigo 293 do CPP, durante o período noturno, no caso de prisão preventiva e temporária, em que se exige mandado de prisão expedido por juiz competente, é vedado à autoridade policial ingressar em domicílio alheio para efetivar a prisão do suspeito. Todavia, nesse caso, se o morador consentir com o ingresso no seu domicílio, a autoridade policial, desde que munida de mandado, poderá efetivar a prisão. fumus bonis iuris (ou fumus comissi delicti) e do periculum in mora (ou periculum libertatis). “por ordem escrita e fundamentada da autoridade judiciária competente”. 03 33 Necessita de Mandado PROCESSO PENAL Prof. Nidal Ahmad OAB 2ª Fase 34 Se o morador não permitir o ingresso no seu domicílio, a autoridade policial deverá aguardar o amanhecer, com os primeiros raios solares, para invadir, com ou sem consentimento do morador, a residência e aí sim efetivar a prisão. Se invadir sem permissão do morador, a prisão é ilegal, devendo ser relaxada. O mandado de prisão deverá preencher os requisitos do artigo 285, parágrafo único, do CPP. DIA NOITE HIPÓTESES CUMPRIMENTO MANDADO NO DOMICÍLIO Com permissão de acesso do morador (necessário 02 testemunhas) Pode ser cumprido SEMPRE – Sem restrições Sem permissão: é ILEGAL – Cabe relaxamento da prisão. Tese de inviolabilidade do domicílio – art. 293, CPP e art. 5º, inciso XI, CF. CCF PROCESSO PENAL Prof. Nidal Ahmad OAB 2ª Fase 35 3.2) MOMENTO DA DECRETAÇÃO Atualmente, a decretação da prisão preventiva pode ser verificada em três situações: Nesse caso, de acordo com o art. 310 do CPP, ao receber a cópia do auto de prisão em flagrante deverá o juiz relaxar a prisão nos casos em que esta for ilegal, convertê-la em preventiva ou ainda conceder liberdade provisória. Vale lembrar que o Juiz só decretará a preventiva nos casos em que inadequadas ou insuficientes as medidas cautelares diversas da prisão. Nesse caso, o Magistrado decreta, durante a investigação criminal ou ação penal, a prisão preventiva, que deve ser cumprida mediante a expedição do respectivo mandado. Em outras palavras, nessa hipótese a prisão preventiva pode ser decretada em qualquer fase da investigação policial ou do processo penal. a) Na conversão da prisão em flagrante em prisão preventiva – Art. 310, II, CPP b) Quando não for prisão decorrente de flagrante, mas as circunstâncias do caso revelam a necessidade da decretação da prisão preventiva – Art. 311 do CPP MOMENTO DA DECRETAÇÃO CONVERSÃO DO FLAGRANTE EM PREVENTIVA ART. 310, II, CPP PELO JUIZ QUANDO AS CIRCUNSTÂNCIAS DO CASO REVELAREM NECESSIDADE FASE INVESTIGATÓRIA FASE JUDICIAL DESCUMPRIMENTO DE MEDIDA CAUTELAR ART.282, §4º, CPP PROCESSO PENAL Prof. Nidal Ahmad OAB 2ª Fase 36 Conforme se extrai do artigo 311 do CPP, nesse caso, durante as investigações policiais, o juiz não pode decretar a prisão preventiva de ofício, mas apenas a requerimento do Ministério Público ou representação da autoridade policial. Durante a ação penal, a decretação da prisão preventiva pode ser decretada de ofício ou mediante requerimento do Ministério Público, do querelante ou do assistente de acusação. Na hipótese de descumprimento injustificado da medida cautelar anteriormente imposta, o Magistrado poderá substituir por outra, determinar a cumulação com outra e, somente em último caso, decretar a prisão preventiva. 3.3) LEGITIMAÇÃO Diante do que dispõe o art. 5º, LXI, CF/88, no sentido de que ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada de autoridade judiciária competente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime propriamente militar, definidos em lei, resta claro que a prisão preventiva somente pode ser decretada por ordem judicial. Nesse caso, nos termos do disposto nos arts. 311 e 282, § 2º, do CPP, forçoso concluir que a prisão preventiva poderá ser decretada pelo juiz da seguinte forma: F A S E I N V E S T I G A T Ó R IA • Mediante representação da autoridade policial • Mediante requerimento do Ministério Público N O C U R S O D O P R O C E S S O • O Juiz de ofício • Mediante requerimento do Ministério Público, do querelante ou do assistente acusação c) Quando o acusado descumprir, injustificadamente, medida cautelar diversa da prisão – Art. 282, § 4º, do CPP. PROCESSO PENAL Prof. Nidal Ahmad OAB 2ª Fase 37 Se, na fasede investigação, o juiz decretar de ofício a prisão preventiva, a prisão será ilegal, sendo, nesse caso, cabível relaxamento de prisão. 3.4) PRESSUPOSTOS Nos termos da parte final do artigo 312 do CPP, a prisão preventiva somente é possível, se, no caso concreto, houver: Como o dispositivo se refere expressamente a “crime”, forçoso concluir que não cabe prisão preventiva nas contravenções penais. 3.5) FUNDAMENTOS DA PRISÃO PREVENTIVA – Art. 312 De acordo com o artigo 312 do CPP, a prisão preventiva pode ser decretada como garantia da ordem pública, da ordem econômica, por conveniência da instrução criminal, para assegurar a aplicação da lei penal ou em caso de descumprimento das obrigações impostas por força de outras medidas cautelares. INDÍCIOS SUFICIENTES DE AUTORIA PROVA DA MATERIALIDADE DO CRIME PRESSUPOSTOS DA PREVENTIVA Fase de Investigação Juiz Decreta de Ofício a Preventiva PRISÃO ILEGAL RELAXAMENTO DE PRISÃO PROCESSO PENAL Prof. Nidal Ahmad OAB 2ª Fase 38 a) Garantia da ordem pública A prisão preventiva para garantia da ordem pública somente deve ocorrer em hipóteses de crimes que se revestem de especial gravidade no caso concreto, seja pela pena prevista, seja, sobretudo, pelos meios de execução utilizados. Cabe, ainda, prisão preventiva para garantia da ordem pública diante do risco de reiteradas investidas criminosas e quando presente situação de comprovada intranquilidade coletiva no seio social ou de uma determinada comunidade. A gravidade em abstrato do crime não autoriza a prisão preventiva. O juiz deve analisar a gravidade de acordo com as circunstâncias do caso concreto. Se não fosse assim, todo crime de homicídio ou de roubo, por serem abstratamente graves, autorizariam a prisão preventiva compulsória. Em suma: a gravidade em concreto que autoriza a prisão preventiva é aquela revelada não só pela pena abstratamente prevista para o crime, mas também pelos meios de execução, quando a perversidade e o desprezo pelo bem jurídico atingido, reclamem medidas imediatas para assegurar a ordem pública, decretando-se a prisão preventiva. C A U T E L A R ID A D E SOCIAL GARANTIA DA ORDEM PUBLICA Não confundir com clamor popular. Deve haver gravidade em concreto, o criminoso deve oferecer perigo real, capaz de abalar a paz social. GARANTIA DA ORDEM ECONOMICA Se aplica, por exemplo, a crimes econômicos, nos casos em que o autor possa colocar em risco a situação financeira de instituição ou órgão estatal. PROCESSUAL ASSEGURAR A INSTRUÇÃO CRIMINAL Não basta o mero receio da vitima ou testemunha, deve haver provas de que o acusado está interferindo na produção de provas ASSEGURAR A APLICAÇÃO DA LEI PENAL Nos casos de fundado receio de fuga do acusado. PROCESSO PENAL Prof. Nidal Ahmad OAB 2ª Fase 39 O clamor público, por si só, não autoriza o decreto da prisão preventiva, servindo como uma referência adicional para o exame da necessidade da custódia cautelar, devendo, portanto, estar acompanhado de situação concreta excepcional, que justifique a prisão processual. b) Conveniência da instrução criminal É empregada quando houver risco efetivo para a instrução criminal e não meras suspeitas ou presunções. Ou seja, simples receio ou medo da vítima ou testemunha em relação ao acusado, não autoriza o decreto da prisão preventiva. Não cabe prisão preventiva com fundamento na conveniência da instrução criminal quando se pretende interrogar ou compelir o acusado a participar de algum ato probatório (acareação, reconstituição ou reconhecimento), sobretudo pela violação ao direito ao silêncio. Evidentemente, sendo a custódia decretada unicamente com base no fundamento in examen, uma vez esgotada a instrução, não há mais razões para que subsista o decreto, impondo-se, então, a revogação, conforme se infere dos arts. 316 e 282, § 5º, ambos do CPP. Do contrário, passa a preventiva a se constituir uma forma de execução antecipada de pena, configurando constrangimento ilegal. (AVENA, 2013, p. 938). c) Garantia da aplicação da lei penal Significa assegurar a finalidade útil do processo penal, que é proporcionar ao Estado o exercício do seu direito de punir, aplicando a sanção devida a quem é considerado autor da infração penal. É a prisão para evitar que o agente empreenda fuga, tornando inútil a sentença penal por impossibilidade de aplicação da pena cominada. Se o réu estava preso por ameaçar testemunhas Ocorreu a oitiva das testemunhas Cessou o motivo que ensejava a preventiva PEDIDO DE REVOGAÇÃO DA PREVENTIVA PROCESSO PENAL Prof. Nidal Ahmad OAB 2ª Fase 40 Todavia, o risco de fuga não pode ser presumido. Tem de estar fundado em circunstâncias concretas. Logo, não havendo nenhum elemento concreto, mas mera suspeita de fuga, não há motivo suficiente para o decreto da prisão preventiva. d) Garantia de ordem econômica Nesse caso, visa-se, com a decretação da prisão preventiva, impedir que o agente, causador de seriíssimo abalo à situação econômico-financeira de uma instituição financeira ou mesmo de órgão do Estado, permaneça em liberdade, demonstrando à sociedade a impunidade reinante nessa área. Equipara-se o criminoso do colarinho branco aos demais delinquentes comuns, na medida em que o desfalque em uma instituição financeira pode gerar maior repercussão na vida das pessoas, do que um simples roubo contra um indivíduo qualquer. e) Descumprimento de obrigações impostas por força de outras medidas cautelares Nos termos do art. 312, parágrafo único, do CPP, a prisão preventiva também poderá ser decretada em caso de descumprimento de qualquer das obrigações impostas por força de outras medidas cautelares (art. 319), conforme art. 282, § 4º, do CPP. Nesse caso, é imprescindível que o juiz atente para a proporcionalidade, devendo sempre priorizar a cumulação de medidas cautelares ou adoção de outra mais grave, optando pela prisão preventiva em último caso. Em síntese, o Juiz deve priorizar a aplicação de medida cautelar diversa da prisão caso entenda adequada e suficiente diante do caso concreto. Ex: Suponha que o juiz determine a proibição do acusado de estabelecer contato com pessoa determinada (art. 319, III, CPP) e ele descumpre a medida. Nesse caso, o juiz deve, primeiro, optar por substituir a medida ou aplicar outra em cumulação, para só então, se persistir o descumprimento, decretar a preventiva, conforme dispõe o art. 312, parágrafo único, c/c o art. 282, § 4º, CPP. Descumprimento de Cautelar Nova Cautelar Cumular Cautelares DECRETAR PREVENTIVA PROCESSO PENAL Prof. Nidal Ahmad OAB 2ª Fase 41 3.6) CONDIÇÕES DE ADMISSIBILIDADE DA PRISÃO PREVENTIVA – Art. 313 Não se mostra suficiente a presença de um dos fundamentos da prisão preventiva, devendo, além disso, ser decretada somente em determinadas espécies de infração penal ou sob certas circunstâncias. Trata-se das condições de admissibilidade. Nos termos desse inciso, somente é cabível a prisão preventiva para os crimes dolosos com pena máxima, privativa de liberdade, superior a quatro anos. Logo, não cabe, em tese, prisão preventiva por crime culposo. O limite de 04 anos tem a sua razão de ser, porquanto, se condenado definitivamente, o agente poderá, se preenchidos os requisitos do artigo 44 do Código Penal, ter substituída sua pena privativa de liberdade em restritiva de direitos. Nesse sentido,se condenado o agente não irá, a princípio, para prisão, com muito mais razão não poderá ser mantido preso quando incide a seu favor a presunção da inocência. Além disso, se condenado a pena não superior a 04 anos, o agente poderá cumprir a pena privativa de liberdade em regime aberto, podendo sair para trabalhar durante o dia e retornar ao cárcere à noite. São inúmeros os crimes que, em razão deste inciso, não comportam prisão preventiva, tais como furto simples (art. 155 CP), apropriação indébita (art. 168 CP), receptação simples (art. 180 CP), descaminho (Art. 334 do CP), dentre outros. No caso de concurso material de crimes, somam-se as penas para fins de prisão preventiva. Nos casos de concurso formal de crimes e crime continuado, considera-se a causa de aumento no máximo e a de diminuição no mínimo. Em qualquer caso, se a pena máxima for superior a 04 anos, poderá, em tese, ser decretada a prisão preventiva. Tratando-se de causas de aumento de pena e de diminuição da pena, deve-se considerar a quantidade que mais aumente ou que menos diminua, respectivamente, a fim de se chegar a pena máxima cominada ao delito. Ex1: Furto noturno, previsto no artigo 155, § 2º, CP, a pena é aumentada em 1/3. O furto simples não autoriza o decreto da prisão preventiva, pois a pena máxima cominada é de 04 anos. Todavia, se for praticado durante repouso noturno, a pena é aumentada em 1/3, superando os 04 anos e, por conseguinte, autorizando o decreto da prisão preventiva. A) NOS CRIMES DOLOSOS PUNIDOS COM PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE MÁXIMA SUPERIOR A 4 (QUATRO) ANOS: PROCESSO PENAL Prof. Nidal Ahmad OAB 2ª Fase 42 Ex2: Tentativa de estelionato. Conforme o artigo 171 do CP, a pena máxima cominada ao delito de estelionato é de 05 anos. Na hipótese de tentativa de estelionato, esta pena poderá ser reduzida de 1/3 a 2/3, conforme dispõe o art. 14, parágrafo único, do Código Penal. Se aplicada sobre a pena de05 anos a redução mínima (1/3), a pena resultará em 03 anos e 04 meses, quantidade, portanto, incompatível com o disposto no artigo 313, inciso I, do CPP, o decreto da prisão preventiva. Trata-se da hipótese do réu reincidente em crime doloso. Nesse sentido, ainda que se trate de crime com pena máxima não superior a quatro anos, poderá ser decretada a prisão preventiva se o réu for reincidente em crime doloso, desde que presente um dos fundamentos do art. 312. Assim, se uma pessoa primária está sendo processada por crime cuja pena máxima não excede 4 anos, descabe inicialmente a prisão preventiva, ainda que existam provas de que ela, por exemplo, está ameaçando testemunhas, podendo, nesse caso, ser aplicada uma das medidas cautelares previstas no art. 319 CPP. Somente se descumprida a medida cautelar, pode-se aventar a possibilidade de decreto da preventiva, com base no artigo 282, § 4º, c/c art. 312, parágrafo único, CPP. Por fim, cabe preventiva se o crime envolver violência doméstica e familiar contra a mulher, criança, adolescente, idoso, enfermo ou pessoa com deficiência, para garantir a execução das medidas protetivas de urgência. Além das medidas protetivas previstas na Lei 11.340/2006 (Lei Maria da Penha), a nova redação do artigo 313 do CPP incluiu os casos de violência doméstica, não só em relação à mulher, mas à criança, adolescente, idoso, enfermo ou qualquer pessoa com deficiência. Essas medidas protetivas estão previstas no art. 22 da Lei 11.340/2006 (Lei Maria da Penha), arts. 43 a 45 do Estatuto do Idoso, e arts. 98 a 101 do ECA. Convém registrar que, neste caso, a prisão preventiva será decretada apenas para garantir a execução das medidas protetivas de urgência, indicando, assim, a necessidade de imposição anterior das cautelares protetivas de urgência. B) SE O RÉU OSTENTAR CONDENAÇÃO ANTERIOR DEFINITIVA POR OUTRO CRIME DOLOSO NO PRAZO DE 05 ANOS DA REINCIDÊNCIA C) SE O CRIME ENVOLVER VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR CONTRA A MULHER, CRIANÇA, ADOLESCENTE, IDOSO, ENFERMO OU PESSOA COM DEFICIÊNCIA, PARA GARANTIR A EXECUÇÃO DAS MEDIDAS PROTETIVAS DE URGÊNCIA PROCESSO PENAL Prof. Nidal Ahmad OAB 2ª Fase 43 3.7) ALGUMAS HIPÓTESES QUE NÃO ADMITEM A DECRETAÇÃO DA PRISÃO PREVENTIVA Não cabe prisão preventiva nas contravenções penais, uma vez que o próprio art. 312 prevê a possibilidade de prisão preventiva na hipótese de existência de CRIME, carecendo, assim, previsão legal quando se tratar de contravenção penal. Nos termos do artigo 314 do CPP, a decretação da prisão preventiva é vedada se o juiz verificar, pelas provas constantes dos autos, que o agente praticou o ato sob a égide de uma das causas excludentes de ilicitude (Legítima defesa, estado de necessidade, exercício regular de direito ou estrito A) NAS CONTRAVENÇÕES PENAIS: B) NA HIPÓTESE DE O AGENTE TER PRATICADO O FATO ACOBERTADO POR UMA DAS CAUSAS EXCLUDENTES DE ILICITUDE: PROCESSO PENAL Prof. Nidal Ahmad OAB 2ª Fase 44 3.8) PEÇAS EXCLUSIVAS DE ADVOGADO POSSÍVEIS NO CONTEXTO DE PRISÃO PREVENTIVA 3.8.1) REVOGAÇÃO DA PREVENTIVA Nos termos do artigo 315 do CPP, observando, ainda, o disposto no artigo 93, IX, da CF/88, o decreto da prisão preventiva deve ser fundamentado quanto aos seus pressupostos e motivos ensejadores. Além disso, levando-se em conta o disposto no artigo 282, § 6º, do CPP, segundo a preventiva apenas poderá ser decretada quando não for cabível a sua substituição por outra medida cautelar diversa da prisão, cumpre ao juiz manifestar-se sobre insuficiência e inadequação da aplicação de uma medida cautelar. O juiz poderá revogar a prisão preventiva se, no decorrer do processo, verificar falta de motivo para que subsista. Da decisão que indeferir ou revogar a prisão preventiva, cabe recurso em sentido estrito (art. 581, V, CPP). Da decisão que decretar a prisão preventiva cabe habeas corpus. PEÇA: REVOGAÇÃO DA PREVENTIVA PALAVRA MÁGICA: PRISÃO PREVENTIVA LEGAL PAROU! PEDIU PRA PARAR BASE LEGAL: art. 316 do CPP e art. 5º, LXI, da CF/88 PROCESSO PENAL Prof. Nidal Ahmad OAB 2ª Fase 45 3.8.2) RELAXAMENTO DE PRISÃO PREVENTIVA O relaxamento da prisão no contexto da prisão preventiva poderá ocorrer quando a prisão for ilegal. Ou seja, na hipótese de inobservância de uma formalidade prevista em lei ou quando decretada em delito que não comporta prisão preventiva. Exemplos: * Prisão preventiva decretada em crime não listado no rol do art. 313 CPP. * Nos casos de crimes culposo * Nos casos de Contravenções Penais * Inobservância dos requisitos essenciais do mandado de prisão (art. 285, p. único, do CPP). * Prisão preventiva sem fundamentação. * Prisão preventiva decretada de ofício pelo juiz na fase investigatória BASE LEGAL: art. 5º, LXV, CF/88 PROCESSO PENAL Prof. Nidal Ahmad OAB 2ª Fase 46 Em suma: JUIZ DECRETA A PRISÃO PREVENTIVA PRISÃO LEGAL PRISÃO ILEGAL PEDIDO DE REVOGAÇÃO DA PREVENTIVA PEDIDO DE RELAXAMENTO DE PRISÃO HC ROC DA DECISÃO QUE INDEFERE DA DECISÃO QUE DENEGA ROC HC DA DECISÃO QUE INDEFERE DA DECISÃO QUE DENEGA PRISÃO PREVENTIVA LEGAL •Crimes dolosos com pena máxima superior a 4 anos •Independente da pena, sendo o réu reincidente
Compartilhar