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Aula Novo CPC Os Impactos e Mudanças na Advocacia Previdenciária

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OS IMPACTOS E MUDANÇAS DO NOVO CPC NA ADVOCACIA PREVIDENCIÁRIA E REFORMA NA PREVIDÊNCIA
ANDERSON AVELINO
- Mestre em Direito Público (PUC-Minas)
- Presidente da Comissão de Direito 
Previdenciário da Seccional da OAB/MG 
Todas as referências do tema “Reforma da Previdência” foram extraídas do site em www.anfip.org.br publicações publicações ANFIP Análise da Seguridade Social 2014 Tabelas
REFORMA NA PREVIDÊNCIA
SEGURIDADE SOCIAL 
Previdência Assistência Saúde
População no Brasil: 202 milhões habitantes
- População economicamente ativa: 100 milhões (sendo aproximadamente 53 milhões vinculados ao RGPS e 7 milhões ao RPPS)
Porém, 27,4% não estão vinculados a nenhum regime de previdência . 
Expectativa de vida é de 75,7 anos 
O mito da previdência deficitária
Terrorismo social que assusta a população e reforça o discurso de que a previdência social é deficitária 
O orçamento da Seguridade Social apresenta sucessivos resultados superavitários
E por que o discurso de “déficit”?
O Governo Federal considera apenas parte das contribuições sociais. Somente a arrecadação previdenciária direta urbana e rural é que entra no cálculo como receita, excluindo COFINS, CSLL, PIS-PASEP, entre outras; 
Ignora as renúncias fiscais; 
Nada fala sobre o mecanismo de Desvinculação de Receitas da União (D.R.U), tendo retirado R$230 bilhões de receitas da Seguridade Social de 2010 a 2014.
Renúncias Fiscais
Só entre os anos de 2011 a 2016, foram mais de R$ 272 bilhões em renúncias fiscais 
Dívida Ativa – Débitos Previdenciários
TRANSIÇÃO DEMOGRÁFICA 
Redução no crescimento da população e o aumento do envelhecimento = TRANSIÇÃO DEMOGRÁFICA 
O IBGE estima que em 5 décadas, haverá um idoso para quatro brasileiros; 
Estima-se que a expectativa de vida em 2060 será de 81,2 anos; 
Importante lembrar que o art. 193 do CR/88 é objetivo da Ordem Social brasileira o bem-estar e a justiça social 
IMPACTOS DO NOVO CPC NA ADVOCACIA PREVIDENCIÁRIA
Aplicação subsidiária do novo CPC nos Juizados Especiais Federais
Mudança do novo CPC sobre a petição inicial
Gratuidade de justiça no novo CPC
Tutela provisória no novo CPC
Prazos no novo CPC e sua aplicação às ações previdenciárias
Prioridade de tramitação das ações no novo CPC
A produção de provas no novo CPC
Hipóteses de cabimento de Agravo de Instrumento em demandas previdenciárias
Novos requisitos para fundamentação das decisões e sua aplicabilidade aos Juizados Especiais Federais
Observância da ordem cronológica para julgamento dos processos
Recursos: ônus recursal de impugnação específica e prequestionamento
Relativização de formalidades recursais e a admissibilidade dos Recursos Especial e Extraordinário
Incidente de Resolução de Demandas Repetitivas (IRDR)
Incidente de Resolução de 
Demandas Repetitivas
O STF recebia em 1950, cerca de 3 mil novos processos. Em 2014 recebeu cerca de 80.000 novos processos.
Demora nos julgamentos.
Tratamento desigual perante o julgamento de questões idênticas. Insegurança jurídica
Objetivos do novo CPC: economia processual, duração razoável dos processos, segurança jurídica, isonomia. 
Onde está o IRDR? Parte Especial CPC
 Livro III: Dos Processos nos Tribunais e dos Meios de Impugnação das Decisões Judiciais
Art. 926.  Os tribunais devem uniformizar sua jurisprudência e mantê-la estável, íntegra e coerente.
§ 1o Na forma estabelecida e segundo os pressupostos fixados no regimento interno, os tribunais editarão enunciados de súmula correspondentes a sua jurisprudência dominante.
Art. 927.  Os juízes e os tribunais observarão:
I- as decisões do Supremo Tribunal Federal em controle concentrado de constitucionalidade;
II - os enunciados de súmula vinculante;
III - os acórdãos em incidente de assunção de competência ou de resolução de demandas repetitivas e em julgamento de recursos extraordinário e especial repetitivos;
IV - os enunciados das súmulas do Supremo Tribunal Federal em matéria constitucional e do Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional;
V - a orientação do plenário ou do órgão especial aos quais estiverem vinculados.
§ 1o Os juízes e os tribunais observarão o disposto no art. 10 e no art. 489, § 1o, quando decidirem com fundamento neste artigo.
Art. 489. [...] 
§ 1o Não se considera fundamentada qualquer decisão judicial, seja ela interlocutória, sentença ou acórdão, que: [...] 
V - se limitar a invocar precedente ou enunciado de súmula, sem identificar seus fundamentos determinantes nem demonstrar que o caso sob julgamento se ajusta àqueles fundamentos;
VI - deixar de seguir enunciado de súmula, jurisprudência ou precedente invocado pela parte, sem demonstrar a existência de distinção no caso em julgamento ou a superação do entendimento.
§ 2o A alteração de tese jurídica adotada em enunciado de súmula ou em julgamento de casos repetitivos poderá ser precedida de audiências públicas e da participação de pessoas, órgãos ou entidades que possam contribuir para a rediscussão da tese.
[...]
§5o Os tribunais darão publicidade a seus precedentes, organizando-os por questão jurídica decidida e divulgando-os, preferencialmente, na rede mundial de computadores.
Existindo questão comum de direito que gere repetição de processos, poderá ser suscitado o incidente que será apreciado em termos de admissibilidade e mérito, pelo Tribunal de segundo grau, com a suspensão de todos os processos na área do Tribunal que dependam da resolução da questão. O julgamento poderá ser impugnado por Resp ou Rext. Em seguida, os órgãos judiciais vinculados ao Tribunal que decidiu a questão, aplicarão a tese jurídica aos processos individuais. Em caso de inobservância da tese, caberá reclamação. 
Art. 976.  Requisitos cumulativos para o IRDR:
I - efetiva repetição de processos que contenham controvérsia sobre a mesma questão unicamente de direito;
II - risco de ofensa à isonomia e à segurança jurídica.
Legitimidade para instaurar IRDR:
Art. 977.  O pedido de instauração do incidente será dirigido ao presidente de tribunal:
I - pelo juiz ou relator, por ofício;
II - pelas partes, por petição;
III - pelo Ministério Público ou pela Defensoria Pública, por petição.
Desafios: Entre 2007 e 2014, foram 529 processos reconhecidos como sendo de repercussão geral no STF, com julgamento de 201 casos, restando 328. (Fonte site STF) 
Com média de 28 julgamentos de repercussão geral por ano, seriam necessários 12 anos para acabar com todos os julgamentos de repercussão geral. 
Justiça Gratuita 
Em relação aos critérios para a concessão da gratuidade da justiça, novo CPC repetiu o que trata a Lei 1.060/50. Ou seja, não traz regras objetivas, fazendo mera menção no artigo 98 de “insuficiência de recursos para pagar as custas, despesas processuais e honorários”. 
Logo, a fica a critério do juiz a concessão ou denegação do pedido, de acordo com o caso concreto. 
Não existe um critério objetivo mínimo de referência. Muitos juízes adotam os critérios das Defensorias Públicas. 
A decisão referente à gratuidade é agravável de instrumento (NCPC, art. 1.015, V).
A impugnação ao deferimento da justiça é de 15 dias (prazo da contestação, réplica ou contrarrazões de recurso), nos próprios autos, nos termos do art. 100, CPC. 
Novidades: Art. 98, §§5º e 6º do CPC. .
A justiça gratuita parcial, que consiste no (i) reconhecimento da gratuidade para alguns dos atos do processo ou (ii) apenas a redução de parte das despesas.
Possibilidade de parcelamento de despesas processuais, que o beneficiário tiver de adiantar no curso do processo. 
Dúvidas ?
a) Quais são as despesas que o juiz pode reduzir o valor a ser pago? Preparo recursal? Diligência do oficial de justiça? 
b) De quanto será o percentual da redução?
c) Cabe, ao mesmo tempo, no âmbito da justiça gratuita parcial, a gratuidade total para alguns atos e a redução de parte das despesas para outros atos?
d) Uma vez deferido o parcelamento
das despesas, em até quantas vezes será possível parcelar?
e) Será necessário aguardar o término do pagamento parcelado para ter início o ato processual? (pensando no exemplo da perícia exposto acima)
f) O magistrado pode determinar o parcelamento em conjunto com a justiça gratuita parcial?
De quem é o ônus da prova na 
impugnação à justiça gratuita? 
O CPC não deixou claro ! Porém, o §3º do art. 99 indica a presunção de insuficiência de recursos para a pessoa física que se declara pobre. Logo, cabe ao impugnante o ônus da prova. 
Porém, o §2º do art. 99 do CPC diz que, em caso de dúvida é possível que o juiz determine ao requerente documentos aptos a comprovar sua situação de hipossuficiência econômica.
Por fim, o art. 101, §1º do CPC traz novidade ao regular a necessidade de se recolher custas de preparo para o recurso que impugna o indeferimento ou revogação da gratuidade.
Assim, não é preciso realizar o recolhimento de preparo enquanto se discute se há ou não o direito à gratuidade, até decisão do relator.

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