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aula 19 21 ( Didier NCPC )

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Fusos horários e processo eletrônico
Segundo o novo CPC:
Art. 213.  A prática eletrônica de ato processual pode ocorrer em qualquer horário até as 24 (vinte e quatro) horas do último dia do prazo.
Parágrafo único.  O horário vigente no juízo perante o qual o ato deve ser praticado será considerado para fins de atendimento do prazo.
O interessado deverá observar o horário vigente para o local onde está o tribunal perante o qual irá praticar o ato, e não o horário do lugar onde está. 
Ex.: se um advogado de Salvador/BA pretender protocolar um recurso perante o STJ, em Brasília/DF, deverá observar o horário de Brasília, e não o de Salvador. 
Alteração da forma de contagem do prazo
Nos termos do CPC/73, os prazos processuais fixados em dias eram contados de forma corrida; no novo CPC, os prazos em dia são contados observando-se apenas os dias úteis (segunda a sexta). 
 
Observações 
- Esta alteração só se aplica a prazos fixados em dias; prazos em anos são contados em anos; prazos em meses, são contados em meses; prazos em horas, são contados em horas.
- Prazo processual: quando a lei diz “prazo processual”, ela se refere a qualquer prazo que decorra de um fato processual. Ex.: prazo para cumprimento da sentença; prazo para impugnar arrematação etc. Didier faz tal observação em vista do surgimento de uma doutrina que pretende diferenciar prazos previstos no CPC entre “processuais” e “materiais”. Segundo seu entendimento, isso não tem sentido.
Possibilidade de dilatação de prazos
O juiz pode dilatar prazos, conforme as peculiaridades do caso concreto. O juiz não pode diminuir prazos.
Disciplina da carga rápida
A conhecida “carga rápida”, prática usual entre advogados, fora, agora, disciplinada pelo novo CPC:
Art. 107, § 3o Na hipótese do § 2o, é lícito ao procurador retirar os autos para obtenção de cópias, pelo prazo de 2 (duas) a 6 (seis) horas, independentemente de ajuste e sem prejuízo da continuidade do prazo.
Prazos especiais dos entes públicos e MP 
O CPC de 2015 simplificou este regramento: o prazo, agora, é dobrado para qualquer manifestação destes entes, salvo se a lei previr um prazo específico para determinado ato�. 
Observações 
- Vale lembrar que estes prazos são contados em dias, logo, devem ser dobrados e contados apenas em dias úteis. 
- O CPC estendeu o prazo especial em dobro, concedido à Defensoria Pública, aos núcleos de prática jurídica que prestam assistência judiciária, das faculdades reconhecidas, e a outras entidades que fazem este trabalho. 
Alteração do prazo mínimo
O CPC/73 fixava, como prazo mínimo para obrigar a parte a cumprir algum ato, 24 horas. O novo CPC alterou esse prazo para 48 horas.
Atos prematuramente praticados 
Se o ato é praticado antes do início de seu prazo, ele será considerado tempestivo. Acaba-se, pois, com discussão acerca da tempestividade de atos praticados antes do início do seu prazo oportuno (art. 218, § 4o Será considerado tempestivo o ato praticado antes do termo inicial do prazo). 
Suspensão de prazos entre 20 de dezembro e 20 de janeiro
Existe, no CPC/15, previsão expressão de suspensão de prazos, audiências e julgamentos no tribunal entre os dias 20/12 e 20/01. 
Suspensão de prazos durante execução de programas de conciliação das partes
Existe previsão de suspensão dos prazos (dos prazos, não dos processos) durante a execução de programas, instituídos pelo Judiciário, que estimulem a conciliação das partes. Ex.: semanas nacionais de conciliação (
Art. 221, Parágrafo único. Suspendem-se os prazos durante a execução de programa instituído pelo Poder Judiciário para promover a autocomposição, incumbindo aos tribunais especificar, com antecedência, a duração dos trabalhos. 
Litisconsortes com advogados diferentes
a) Continua existindo dobra do prazo para litisconsortes que contem com advogados diferentes, desde que estes sejam de diferentes escritórios. 
b) O prazo em dobro só será observado em autos de papel; se o processo for eletrônico, não haverá prazo em dobro. 
c) A dobra dos prazos cessa (deixa de existir) se um dos réus for revel. Ex.: em um processo com dois réus, contando cada um com advogados diferentes (de escritórios distintos), o prazo de defesa será contado em dobro. Entretanto, caso um deles não conteste, a partir daí o prazo será contado de maneira simples para o réu que permaneça se defendendo. 
Possibilidade de fixação de calendário processual
O novo CPC prevê a possibilidade de as partes e o juiz fixarem um calendário processual, ou seja, um agendamento do processo, pré-determinando datas para todos os atos processuais. 
- O calendário deve ser negociado entre as partes (autor e réu) e o juiz.
- O calendário, depois de negociado, dispensará a necessidade de intimação das partes. 
- Importante salientar que o calendário pode ser fixado com relação a todos os atos processuais, não só de instrução, e nos processos de conhecimento e execução. Ex.: o juiz pode fixar, através do calendário processual, data certa para execução de uma sentença que obrigue o poder público a implementar determinada política pública. 
- Previsão: Art. 191.  De comum acordo, o juiz e as partes podem fixar calendário para a prática dos atos processuais, quando for o caso.
§ 1o O calendário vincula as partes e o juiz, e os prazos nele previstos somente serão modificados em casos excepcionais, devidamente justificados.
§ 2o Dispensa-se a intimação das partes para a prática de ato processual ou a realização de audiência cujas datas tiverem sido designadas no calendário.
Renúncia expressa de prazos
O novo CPC impõe que a renúncia aos prazos deve ser expressa, não admitindo renúncia tácita.
Comprovação de feriado local
Cabe à parte interessada comprovar a existência de um feriado local, a fim de justificar a tempestividade de seu ato processual. 
Obs.: esta norma está prevista no título sobre recursos, mas serve de regra geral. 
Termo inicial do prazo para prática de ato a ser feito pela parte
Art. 231,§ 3o Quando o ato tiver de ser praticado diretamente pela parte ou por quem, de qualquer forma, participe do processo, sem a intermediação de representante judicial, o dia do começo do prazo para cumprimento da determinação judicial corresponderá à data em que se der a comunicação.
Se o ato a ser praticado é de responsabilidade da parte, sem participação de advogado, o prazo inicial para seu desempenho inicia-se da data da comunicação à parte. Ex.: pagar a condenação da sentença é obrigação da parte, não do advogado.
Serão analisadas, agora, mudanças significativas relacionadas ao desempenho da advocacia. Didier ousa dizer que o novo CPC praticamente complementa o Estatuto da OAB.
Honorários advocatícios
Esse tema está retratado no art. 85 do novo CPC, que traz dezenove parágrafos (na atual legislação, o tema é tratado em art. com apenas 4 parágrafos). 
Honorários advocatícios recursais
Diz o art. 85: 
 Art. 85.  A sentença condenará o vencido a pagar honorários ao advogado do vencedor.
§ 1o São devidos honorários advocatícios na reconvenção, no cumprimento de sentença, provisório ou definitivo, na execução, resistida ou não, e nos recursos interpostos, cumulativamente.
Novidades:
i. Honorários advocatícios em execução provisória: novidade legislativa inexistente no diploma processual anterior.
ii. Honorários advocatícios recursais: previsão expressa de honorários na instância recursal (sucumbência recursal). Ex.: sujeito que recorre e perde na instância recursal, será condenado em honorários recursais, a serem cumulados com os já fixados em primeira instância. 
- Previsão: § 11. O tribunal, ao julgar recurso, majorará os honorários fixados anteriormente levando em conta o trabalho adicional realizado em grau recursal, observando, conforme o caso, o disposto nos §§ 2o a6o, sendo vedado ao tribunal, no cômputo geral da fixação de honorários devidos ao advogado do vencedor, ultrapassar os respectivos limites estabelecidos nos §§ 2o e 3o para a fase de conhecimento. 
- § 12.  Os honorários referidos no § 11 são cumuláveis com multas e outras sanções processuais, inclusive as previstas no art. 77. 
Noutras palavras, o recorrente poderá, além de ser condenado na sucumbência recursal, também ser condenado em litigância de má-fé, por exemplo, caso seu recurso seja meramente protelatório. 
- É de se ver que a lei nova pretende desestimular os recursos. 
- Os honorários recursais podem ser fixados tanto em acórdão (decisão colegiada) como em decisão monocrática. 
- Se o recurso for provido, caberá ao tribunal redistribuir os honorários já fixados em primeira instância (já que, o perdedor nesta instância fora vencedor em grau recursal) e, concomitantemente, fixar honorários recursais. 
Limites dos honorários
§ 2o Os honorários serão fixados entre o mínimo de dez e o máximo de vinte por cento sobre o valor da condenação, do proveito econômico obtido ou, não sendo possível mensurá-lo, sobre o valor atualizado da causa, atendidos:
I - o grau de zelo do profissional;
II - o lugar de prestação do serviço;
III - a natureza e a importância da causa;
IV - o trabalho realizado pelo advogado e o tempo exigido para o seu serviço.
Honorários nas causas em que a Fazenda Pública for parte
No CPC de 1973, aplicavam-se duas regras quanto aos honorários de processos nos quais a Fazenda participava: se vencida, os honorários eram fixados equitativamente pelo juiz; se vencedora, aplicava-se a regra geral.
Agora, o novo CPC traz um regime único, regulamentado nos §§3º e 4º do art. 85 de forma minuciosa. 
- § 3o Nas causas em que a Fazenda Pública for parte, a fixação dos honorários observará os critérios estabelecidos nos incisos I a IV do § 2o e os seguintes percentuais:
I - mínimo de dez e máximo de vinte por cento sobre o valor da condenação ou do proveito econômico obtido até 200 (duzentos) salários-mínimos;
II - mínimo de oito e máximo de dez por cento sobre o valor da condenação ou do proveito econômico obtido acima de 200 (duzentos) salários-mínimos até 2.000 (dois mil) salários-mínimos;
III - mínimo de cinco e máximo de oito por cento sobre o valor da condenação ou do proveito econômico obtido acima de 2.000 (dois mil) salários-mínimos até 20.000 (vinte mil) salários-mínimos;
IV - mínimo de três e máximo de cinco por cento sobre o valor da condenação ou do proveito econômico obtido acima de 20.000 (vinte mil) salários-mínimos até 100.000 (cem mil) salários-mínimos;
V - mínimo de um e máximo de três por cento sobre o valor da condenação ou do proveito econômico obtido acima de 100.000 (cem mil) salários-mínimos.
Os honorários, sendo a condenação em valores pequenos, observarão a regra geral e, a partir daí, serão fixados em faixas de porcentagem dependendo do vulto da condenação, de forma decrescente inversamente proporcional à quantia da condenação. 
- Didier explica que o cálculo dos honorários, agora, será feito por faixas, aplicando-se, a cada uma delas, o percentual previsto na lei. Ex.: numa condenação que totalize 30 mil salários mínimos, serão aplicados os seguintes percentuais:
entre 10% e 20% sobre o valor que chegue até 200 salários;
entre 8% e 10% sobre o valor que ultrapassar 200 salários mínimos e ficar aquém dos 2 mil salários mínimos;
entre 5% e 8% sobre o valor que ultrapassar 2 mil salários mínimos e ficar aquém de 20 mil salários mínimos;
entre 3% e 5% sobre o valor que ultrapassar 20 mil salários mínimos.
Veja: se a condenação for superior a 100 mil salários, não serão aplicados apenas os percentuais de 1 a 3% previstos no inciso V; esses percentuais (1 a 3%) serão aplicados sobre o valor que exceder 100 mil salários, porque, abaixo de 100 mil salários, há outros percentuais previstos na lei que devem ser aplicados, nas faixas de valores correspondentes. Esta regra de aplicação está prevista no §5º:
§ 5o Quando, conforme o caso, a condenação contra a Fazenda Pública ou o benefício econômico obtido pelo vencedor ou o valor da causa for superior ao valor previsto no inciso I do § 3o, a fixação do percentual de honorários deve observar a faixa inicial e, naquilo que a exceder, a faixa subsequente, e assim sucessivamente.
- § 4o Em qualquer das hipóteses do § 3o:
I - os percentuais previstos nos incisos I a V devem ser aplicados desde logo, quando for líquida a sentença;
II - não sendo líquida a sentença, a definição do percentual, nos termos previstos nos incisos I a V, somente ocorrerá quando liquidado o julgado;
III - não havendo condenação principal ou não sendo possível mensurar o proveito econômico obtido, a condenação em honorários dar-se-á sobre o valor atualizado da causa;
IV - será considerado o salário-mínimo vigente quando prolatada sentença líquida ou o que estiver em vigor na data da decisão de liquidação.
- § 6o Os limites e critérios previstos nos §§ 2o e 3o aplicam-se independentemente de qual seja o conteúdo da decisão, inclusive aos casos de improcedência ou de sentença sem resolução de mérito.
- § 7o Não serão devidos honorários no cumprimento de sentença contra a Fazenda Pública que enseje expedição de precatório, desde que não tenha sido impugnada.
Como a Fazenda Pública só pode pagar suas condenações através de precatórios, não faz sentido incidir honorários sobre o cumprimento de sentença, vez que este procedimento é obrigatório por lei (o Poder Púbico está apenas cumprindo um dever constitucional). 
Causas com valor irrisório ou inestimável
§ 8o Nas causas em que for inestimável ou irrisório o proveito econômico ou, ainda, quando o valor da causa for muito baixo, o juiz fixará o valor dos honorários por apreciação equitativa, observando o disposto nos incisos do § 2o.
Estes são, pois, os únicos casos em que se sobrevive o critério da apreciação equitativa do juiz para fixação dos honorários. 
Natureza alimentar dos honorários
§ 14.  Os honorários constituem direito do advogado e têm natureza alimentar, com os mesmos privilégios dos créditos oriundos da legislação do trabalho, sendo vedada a compensação em caso de sucumbência parcial.
- Honorários não podem ser penhorados (têm natureza alimentar).
- São classificados como créditos privilegiados, como o são os oriundos da legislação do trabalho.
- Os honorários não podem ser compensados em caso de sucumbência parcial, resolvendo, assim, antiga discussão jurisprudencial. Neste sentido, vale salientar que a súmula 306, do STJ, à luz das disposições do novo CPC, deve ser cancelada: 
Súm. 306: Os honorários advocatícios devem ser compensados quando houver sucumbência recíproca, assegurado o direito autônomo do advogado à execução do saldo sem excluir a legitimidade da própria parte. 
Pagamento dos honorários diretamente à sociedade de advogados
§ 15.  O advogado pode requerer que o pagamento dos honorários que lhe caibam seja efetuado em favor da sociedade de advogados que integra na qualidade de sócio, aplicando-se à hipótese o disposto no § 14.
Importante destacar que este dispositivo diz que os honorários, mesmo quando recebidos pela sociedade de advogados, não perderão sua natureza alimentar e nem seus privilégios. 
Ação autônoma para fixação de honorários e sua cobrança 
§ 18.  Caso a decisão transitada em julgado seja omissa quanto ao direito aos honorários ou ao seu valor, é cabível ação autônoma para sua definição e cobrança.
Este dispositivo cancela, de pleno direito, a súmula 453 do STJ: os honorários sucumbenciais, quando omitidos em decisão transitada em julgado, não podem ser cobrados em execução ou em ação própria. 
Essa súmula não faz o menor sentido, pois dispõe que uma “não-decisão” (omissão quanto à fixação de honorários) faça coisa julgada, o que soa, no mínimo, estranho.
Honorários dos advogados públicos
§19.  Os advogados públicos perceberão honorários de sucumbência, nos termos da lei.
É necessário que haja lei, de iniciativa do respectivo Poder Executivo, para disciplinar como será o recebimento de honorários pelos advogados públicos. 
Procuração 
O tema “procuração” vem retratado no art. 105 e seus §§, no novo CPC. A seguir, em tópicos, serão analisadas as principais mudanças. 
Alterações gerais
- Destaca-se a inclusão de um novo poder especial�, que pode constar da procuração, negritado abaixo:
Art. 105.  A procuração geral para o foro, outorgada por instrumento público ou particular assinado pela parte, habilita o advogado a praticar todos os atos do processo, exceto receber citação, confessar, reconhecer a procedência do pedido, transigir, desistir, renunciar ao direito sobre o qual se funda a ação, receber, dar quitação, firmar compromisso e assinar declaração de hipossuficiência econômica, que devem constar de cláusula específica.
- § 3o Se o outorgado integrar sociedade de advogados, a procuração também deverá conter o nome dessa, seu número de registro na Ordem dos Advogados do Brasil e endereço completo.
- § 4o Salvo disposição expressa em sentido contrário constante do próprio instrumento, a procuração outorgada na fase de conhecimento é eficaz para todas as fases do processo, inclusive para o cumprimento de sentença.
Esse § é considerado vitória da advocacia contra a prática usual de juízes que, quando do levantamento de dinheiro do cliente, após o cumprimento de sentença, exigiam dos patronos nova procuração. Agora, deixa-se claro que a outorga de uma procuração serve para todas as fases do processo. 
Revogação e renúncia da procuração
a) Revogação pela parte
Art. 111.  A parte que revogar o mandato outorgado a seu advogado constituirá, no mesmo ato, outro que assuma o patrocínio da causa.
Parágrafo único.  Não sendo constituído novo procurador no prazo de 15 (quinze) dias, observar-se-á o disposto no art. 76.
b) Renúncia pelo advogado
Art. 112.  O advogado poderá renunciar ao mandato a qualquer tempo, provando, na forma prevista neste Código, que comunicou a renúncia ao mandante, a fim de que este nomeie sucessor.
§ 1o Durante os 10 (dez) dias seguintes, o advogado continuará a representar o mandante, desde que necessário para lhe evitar prejuízo
§ 2o Dispensa-se a comunicação referida no caput quando a procuração tiver sido outorgada a vários advogados e a parte continuar representada por outro, apesar da renúncia.
O §2º é a novidade deste art. 
Regime geral das intimações
O art. 272 e seus §§ é de grande importância prática.
- Art. 272.  Quando não realizadas por meio eletrônico, consideram-se feitas as intimações pela publicação dos atos no órgão oficial. 
A regra do novo CPC é a intimação eletrônica. 
- § 1o Os advogados poderão requerer que, na intimação a eles dirigida, figure apenas o nome da sociedade a que pertençam, desde que devidamente registrada na Ordem dos Advogados do Brasil.
Essa alteração é de grande importância prática, pois dispensa a intimação de um imenso rol de advogados que sejam de um mesmo escritório, podendo ela ser feita em nome da sociedade de advogados. 
- § 2o Sob pena de nulidade, é indispensável que da publicação constem os nomes das partes e de seus advogados, com o respectivo número de inscrição na Ordem dos Advogados do Brasil, ou, se assim requerido, da sociedade de advogados.
- § 3o A grafia dos nomes das partes não deve conter abreviaturas.
A ideia, com essa alteração, é garantir segurança nas intimações. Essa determinação não se aplica aos processos sob sigilo.
- § 4o A grafia dos nomes dos advogados deve corresponder ao nome completo e ser a mesma que constar da procuração ou que estiver registrada na Ordem dos Advogados do Brasil.
- § 5o Constando dos autos pedido expresso para que as comunicações dos atos processuais sejam feitas em nome dos advogados indicados, o seu desatendimento implicará nulidade.
- § 6o A retirada dos autos do cartório ou da secretaria em carga pelo advogado, por pessoa credenciada a pedido do advogado ou da sociedade de advogados, pela Advocacia Pública, pela Defensoria Pública ou pelo Ministério Público implicará intimação de qualquer decisão contida no processo retirado, ainda que pendente de publicação. 
Cria-se uma presunção de intimação pela carga que, segundo Didier, é uma presunção absoluta acerca da intimação. 
- § 7o O advogado e a sociedade de advogados deverão requerer o respectivo credenciamento para a retirada de autos por preposto.
Este §7º implica em reconhecimento expresso do paralegal: sujeito que não é advogado, mas tem autorização deste ou da sociedade de advogados para retirar autos. 
Obs.: a retirada dos autos pelo paralegal implica presunção de intimação das decisões no processo.
- § 8o A parte arguirá a nulidade da intimação em capítulo preliminar do próprio ato que lhe caiba praticar, o qual será tido por tempestivo se o vício for reconhecido.
Este § trata da nulidade a ser argüida caso haja desrespeito a todos os termos e regras dos §§ anteriores (grafia dos nomes, forma de intimação etc.). 
O vício deverá ser suscitado como preliminar do ato que lhe caiba praticar. Ex.: a parte que não fora intimada regularmente para recorrer deverá apresentar recurso (mesmo intempestivo) e, como preliminar, explicar os motivos pelos quais está recorrendo fora do prazo. Reconhecendo-se o vício, o ato será tido por tempestivo. 
- § 9o Não sendo possível a prática imediata do ato diante da necessidade de acesso prévio aos autos, a parte limitar-se-á a arguir a nulidade da intimação, caso em que o prazo será contado da intimação da decisão que a reconheça.
Este § trata da hipótese na qual a parte não fora intimada regularmente e não consegue praticar o ato sem ter acesso aos autos. Assim, ela poderá peticionar simplesmente para arguir a nulidade. 
Sustentação oral por videoconferência
Essa alteração já fora estudada em outra aula, e tem previsão no §3º do art. 236:
§ 3o Admite-se a prática de atos processuais por meio de videoconferência ou outro recurso tecnológico de transmissão de sons e imagens em tempo real.
Ampliação do rol de hipóteses de sustentação oral
Houve ampliação do rol de hipóteses nas quais caibam sustentação oral por parte do advogado. Duas, porém, são mais marcantes:
a) Sustentação oral no agravo de instrumento que versa sobre tutela provisória; 
b) Sustentação oral no agravo interno contra decisão do Relator que julgou monocraticamente a Apelação, o Recurso Especial ou o Recurso Extraordinário.
Alterações quanto ao dever de restituição dos autos
Art. 234.  Os advogados públicos ou privados, o defensor público e o membro do Ministério Público devem restituir os autos no prazo do ato a ser praticado.
§ 1o É lícito a qualquer interessado exigir os autos do advogado que exceder prazo legal.
§ 2o Se, intimado, o advogado não devolver os autos no prazo de 3 (três) dias, perderá o direito à vista fora de cartório e incorrerá em multa correspondente à metade do salário-mínimo.
§ 3o Verificada a falta, o juiz comunicará o fato à seção local da Ordem dos Advogados do Brasil para procedimento disciplinar e imposição de multa.
§ 4o Se a situação envolver membro do Ministério Público, da Defensoria Pública ou da Advocacia Pública, a multa, se for o caso, será aplicada ao agente público responsável pelo ato.
§ 5o Verificada a falta, o juiz comunicará o fato ao órgão competente responsável pela instauração de procedimento disciplinar contra o membro que atuou no feito.
- A multa de meio salário-mínimo deverá ser aplicada pela OAB. 
- Tratando-se de agente público (MP, Defensor Público ou Advocacia Pública), a multa será aplicada ao agente, e não à entidade. 
REGIME GERAL DOS PRAZOS PROCESSUAIS
ADVOCACIA
� Ex.: prazo para o MP recorrer nas causas do ECA: 10 dias (é prazo previsto em lei; não deve ser dobrado).� Poderes especiais: aqueles que exorbitam dos poderes comuns que são deferidos com a procuração judicial, e que devem constar expressamente do instrumento.

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