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Direitos Sociais. Aula 1

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UNIDADE 1 – Direitos Sociais: Aspectos Gerais e conceitos
(Constituição Federal/88 – art. 6º a 11º)
Os direitos sociais encontram-se dentro do rol de Direitos Fundamentais� do Título II da CF/88. Trata-se de direitos de segunda dimensão (geração), caracterizados como direitos econômicos, ou seja, prestações positivas que devem ser implantadas pelo Estado.
A Constituição fundamentou a ordem política nacional com base em um Estado Social de Direito (que tem como origem histórica a Constituição Mexicana de 1917, Weimar de 1919 e Brasil em 1934), como decorrência desta forma política os fundamentos da república brasileira são a dignidade da pessoa humana e os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa (art. 1º, III e IV). A concretização desta isonomia substancial e social deve ser realizada pela implementação dos direitos sociais.
Os direitos sociais apresentam, de acordo com a doutrina, uma dupla vertente interpretativa: a) natureza negativa: o Estado ou terceiro deve abster de praticar atos que prejudiquem o exercício do direito; b) natureza positiva: cabe ao Estado implementar políticas pública prestacionais.
Assim, cabe ao Estado, observada a idéia da reserva do possível, implementar as políticas públicas voltadas a concretização dos Direitos Sociais. Uma vez concretizado este direito deve ser observado o princípio a vedação ao retrocesso.
No art. 6º da CF/88 temos os direitos sociais gerais (aplicáveis a todos) que são: a educação, a saúde, a alimentação (EC 64/2010), o trabalho, a moradia (EC 26/2000), o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados.
Façamos uma pequena análise de cada um desses direitos sociais:
Educação
Art. 205 - A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.
Atualmente a educação já encontra-se acessível a todos os brasileiros, razão pela qual o STF julgou improcedente uma ADI por omissão proposta pelo PT (ADI 1698).
Nosso grau de desenvolvimento já chegou a outro patamar, hoje o direito à educação busca que o Estado preste uma educação de qualidade.
Saúde
Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação.
Alimentação
Reconhecido como direito fundamental pela comissão de Direitos Humanos da ONU em 1993. Antes de sua introdução como norma constitucional, teve seu reconhecimento em nosso ordenamento jurídico através da lei nº 11.346/2006. De acordo com o art. 2º: A alimentação adequada é direito fundamental do ser humano, inerente à dignidade da pessoa humana e indispensável à realização dos direitos consagrados na Constituição Federal, devendo o poder público adotar as políticas e ações que se façam necessárias para promover e garantir a segurança alimentar e nutricional da população.
Assim o Estado criou um programa nacional de segurança alimentar e nutricional�.
Trabalho
Instrumento essencial para assegurar a dignidade humana, o Trabalho deve ser sempre protegido pelo Estado, buscando fomentar políticas que busquem o pleno emprego (art. 1º, IV e 170, VIII da CF/88).
Moradia
Introduzido na Constituição pela Emenda nº 26/2000, como direito fundamental. Já se encontrava previsto anteriormente como competência comum dos entes federativos (art. 23, IX). Consagra o direito a habitação digna e adequada, sendo um fundamento para a impenhorabilidade do bem de família.
Lazer
Cabe ao Poder Público incentivar o lazer como forma de promoção social (art. 217, §3º). Ligado a questão da dignidade humana, tendo em vista a qualidade de vida e relação com o espaço urbanístico e meio ambiente.
Segurança
Trata-se da segurança pública enquanto dever do Estado para preservação da ordem pública e incolumidade das pessoas e do patrimônio (art. 144).
Previdência Social
Conjuntamente com o direito à saúde e assistência social foram a atuação do Estado na área de Seguridade Social (art. 194). Deve o Estado implementar uma política voltada para a proteção do trabalhador em caso de infortúnios que impossibilitem o exercício de sua atividade.
À maternidade e à infância
Deste direito decorre a licença maternidade de 120 dias (180 pela Lei nº 11.770/2008) e a proteção prevista à criança no Estatuto da Juventude (art. 227)
Assistência aos desamparados
Previsto no art. 203, cabendo ao Estado proteger quem dele necessitar para ter dignidade. São os programas sociais voltados aos mais necessitados LOAS, bolsa família e ações afirmativas.
Por fim, devemos lembrar que encontra-se em tramite no Congresso uma PEC que estabelece o direito à felicidade coletiva.
Direitos Sociais individuais relativos aos trabalhadores (art. 7º). Estabelece um rol de direitos sociais dos trabalhadores urbanos e rurais, incluídos os avulsos (XXXIV) e, com restrições, os domésticos (§ único).
Direitos Sociais coletivos relativos aos Trabalhadores (arts. 8º a 11).
- Direito de associação profissional ou sindical (art. 8º)
- Direito de Greve (art. 9º)
- Direito de participação (art. 10)
- Direito a representação classista (art. 11)
� De acordo com Konrad Hesse: “Criar e manter os pressupostos elementares de uma vida na liberdade e na dignidade humana, eis aquilo que os direitos fundamentais almejam. Os direitos fundamentais são aqueles direitos que o direito vigente qualifica como tais.”
Carl Schmitt estabeleceu dois critérios formais para identificar os direitos fundamentais: a) nomeação e especificação no instrumento constitucional; b) que recebem da Constituição um grau mais elevado de garantia e segurança, são imutáveis ou, pelo menos, de difícil alteração. Do ponto de vista material, os direitos fundamentais variam de acordo a ideologia, a modalidade de Estado, a espécie de valores e princípios albergados na Constituição.
� Decreto 7.272/2010, art. 2º: I - promoção do acesso universal à alimentação adequada e saudável, com prioridade para as famílias e pessoas em situação de insegurança alimentar e nutricional;
II - promoção do abastecimento e estruturação de sistemas sustentáveis e descentralizados, de base agroecológica, de produção, extração, processamento e distribuição de alimentos;
III - instituição de processos permanentes de educação alimentar e nutricional, pesquisa e formação nas áreas de segurança alimentar e nutricional e do direito humano à alimentação adequada;
IV - promoção, universalização e coordenação das ações de segurança alimentar e nutricional voltadas para quilombolas e demais povos e comunidades tradicionais de que trata o � HYPERLINK "https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2007/Decreto/D6040.htm" \l "art3i" �art. 3o, inciso I, do Decreto no 6.040, de 7 de fevereiro de 2007�, povos indígenas e assentados da reforma agrária;
V - fortalecimento das ações de alimentação e nutrição em todos os níveis da atenção à saúde, de modo articulado às demais ações de segurança alimentar e nutricional;
VI - promoção do acesso universal à água de qualidade e em quantidade suficiente, com prioridade para as famílias em situação de insegurança hídrica e para a produção de alimentos da agricultura familiar e da pesca e aqüicultura;
VII - apoio a iniciativas de promoção da soberania alimentar, segurança alimentar e nutricional e do direito humano à alimentação adequada em âmbito internacional e a negociações internacionais baseadas nos princípios e diretrizes da Lei no 11.346, de 2006; e
VIII - monitoramento da realização do direito humano à alimentação adequada.

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