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A importância do principio da Dignidade Da Pessoa Humana

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Arthur Bratti Orlandini ID-84617
Bruno dos Santos Pedroso Folle ID-84610
Fabio Fiorin Cardoso Filho ID-47264
Gabriel Thuler de Moraes ID-68508
Guilherme Machado Brunhara ID-84612
Gustavo Almeida Lopes ID-84616
Helio Ryan de Paula Gomes ID-68507
Igor Augusto Ribeiro Alves de Andrade ID-78453
João Pedro Mikilita Rodrigues ID-84615
João Victor Claser Silva ID-68513
João Vitor Savério Ravanello ID-74550
João Vitor Wolschick de Oliveira ID-91279
José Eduardo Lorens Astori ID-59701
Leonardo Toledo Cruz ID-49108
Marco Antonio Roman ID-69651
Murilo Santana Catani ID-64346
Paulo Gouveia Moreira ID-78455
Pedro Eliel Albuquerque Bertinotti ID-47258
Pedro Henrique da Cruz Rocha ID-78454
Rafael Reichow Gonçalvez ID-91278
Raphael de Oliveira Taváres ID-47270
João Pedro Roman ID-68510
Resumo: Este esboço aborda sobre os direitos sociais do ser humano, sendo embasamento para que o ser humano viva dignamente, necessitando prestações positivas do estado para que sejam efetivados. Com o surgimento da Declaração Universal dos Direitos do Homem (1948), os direitos sociais passaram a ser reconhecidos juntamente com os direitos civis, políticos e humanos.  Na Declaração, os direitos humanos são considerados como direitos naturais, quer dizer que são essenciais à pessoa humana, inseparáveis, fazem parte dela. Os direitos humanos são baseados na dignidade e liberdade da pessoa humana, e são norteados por alguns princípios morais universais, o respeito da vida, a liberdade, a justiça, a igualdade, a fraternidade e a paz.
Palavras-chave : Direitos Sociais. Dignidade Humana. Estado Democrático de Direito. Igualdade.
Abstract: This sketch focuses on the social rights of the human being, and that the foundation for human being to live in dignity, requiring positive benefits of the state to take effect. With the emergence of the Universal Declaration of Human Rights (1948), social rights have been recognized along with the civil, political and human rights. In the Declaration, human rights are considered as natural rights, that are essential to the human person, inseparable part of it. Human rights are based on human dignity and freedom, and are guided by some universal moral principles, respect for life, freedom, justice, equality, brotherhood and peace.
Key words: Social Rights. Human dignity. Democratic state. equality.
Sumário. 1 Os direitos sociais como fundamento da dignidade humana 2 O Direito à Educação Básica e de Qualidade. 3 Direito à Saúde. 4 Direito à Alimentação. 5 Direito ao Trabalho. 6 Direito à Moradia. 7 Direito ao Lazer. 8 Direito à Segurança. 9 Direito à Seguridade Social. 10 Direito à Proteção à Maternidade e Infância.11 Direito à Assistência Social.
Introdução
 Os Direitos sociais visam garantir aos indivíduos o exercício e usufruto de direitos constitucionais, por meio da proteção e garantias dadas pelo Estado Democrático de Direito, tendo como prioridade a garantia de uma vida digna, proporcionando ao cidadão a educação, saúde, alimentação , trabalho, lazer, segurança, moradia, proteção à Maternidade e Infância, e o Direito à Assistência Social, com prestações positivas do estado , por meio de políticas publicas eficazes, garantidoras da efetividade e manutenção, dos direitos básicos para a dignidade humana 
Esse direitos, tendo como embasamento a dignidade e a igualdade, são conquistas, dos movimentos sociais ao longo dos séculos, sendo reconhecidos internacionalmente em documentos como a Declaração Universal dos Direitos do Homem, de 1948 e o Pacto Internacional dos Direitos Econômicos, Sociais e Culturais, de 1966, em Decretos e Tratado internacionais, bem como pela Constituição da República de 1988, que os consagrou como direitos essenciais, para que os cidadãos, vivam com dignidade e igualdade de direitos. 
O ser humano, com a Carta de 1988, passou a ser o centro de todo o ordenamento constitucional, do sistema político, econômico e social. E assim, sendo, o estado existe para proteger e tutelar o ser humano, assegurando condições políticas, sociais, econômicas e jurídicas que permitam que ele atinja seus objetivos com a mais ampla proteção
A Constituição Federal do Brasil expõe no art. 6°, a garantia aos direitos sociais do ser humano como a saúde, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição, e devem ser respeitados, protegidos e garantidos a todos pelo Estado.
1 Os direitos sociais como fundamento da dignidade humana.
          Os direitos sociais sãos os que mais se aproximam do princípio da dignidade da pessoa humana e da cidadania, pois visam reduzir as desigualdades entre as pessoas, ajustando os indivíduos as mais completas e dignas condições de vida, Assim, Alexandre de Moraes[1] (2002, p. 202), define os direitos sociais.
 
Direitos Sociais são direitos fundamentas do homem, caracterizando-se como verdadeiras liberdades positivas, de observância obrigatória em um Estado Social de Direito, tendo por finalidade a melhoria das condições de vida aos hipossuficientes, visando à concretização da igualdade social, e são consagrados como fundamentos do Estado democrático, pelo art. 1º, IV, da Constituição Federal.   
 Seguindo essa linha de raciocínio, podemos entender o porquê de esses direitos serem chamados de ''Sociais'', o motivo é bem simples e reside no fato de eles não serem direitos de classe individual, sua aplicabilidade é coletiva, para toda a sociedade, sem distinção, com normas aplicadas, para a sua eficácia, com justiça e ética por parte das autoridades governamentais.
Assim Flávia Piovesan [2] (2000, p. 54-55) aduz:
A dignidade da pessoa humana, vê-se assim, está erigida como princípio matriz da Constituição, imprimindo-lhe unidade de sentido, condicionando a interpretação das suas normas e revelando-se, ao lado dos Direitos e Garantias Fundamentais, como cânone constitucional que incorpora "as exigências de justiça e dos valores éticos, conferindo suporte axiológico a todo o sistema jurídico brasileiro.
          Esses direitos, tidos com sociais expostos no texto da Carta Magna, têm a finalidade de nivelar as desigualdades existentes em nossa nação, por isso a doutrina afirma que a sua natureza jurídica é o direito a igualdade.
2 Direito à Educação Básica e de Qualidade.
A legislação educacional no Brasil, se regulariza na percepção da educação como um direito de todos, crianças, adolescentes, jovens e adultos. È Dever da família e do Estado, ter como finalidade o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua designação para o trabalho. Assim, Celso de Mello[3] (1986, p. 326) destaca: “O acesso à educação é uma das formas de realização concreta do ideal democrático.”
O Brasil ainda é um país desprovido na área da educação. Ela precisa ser reconhecida como efetiva assistência social. Enquanto existirem tantas diferenças sociais evidentes em nosso país, sendo necessário reconhecer a educação como ferramenta de inclusão social e, consequentemente, como assistência social. Para que a educação se torne uma real ferramenta de inclusão social, é imprescindível possuir mais investimentos no campo do ensino fundamental.
No entanto, o direito a educação de qualidade não é exercido completamente por todos os cidadãos brasileiros, trazendo assim enormes frustrações à sociedade, pois a educação é o primeiro passo para o desenvolvimento com dignidade do ser humano e o progresso de um país.
2 Direito à Saúde.
            A saúde é um direito básico, fundamental, com a garantia da constituição federal do Brasil, devendo ser gratuita, atendendo às necessidades da pessoa humana. O SUS Sistema Único de Saúde, vigente no Brasil é destinado a todos os cidadãos e é financiado com recursos recolhidos através de impostos e contribuições sociais pagos pela população, e tem por intuito prestar serviços com qualidade, correspondendo à precisão de cada um , independente do poder aquisitivo do cidadão, sendo um direito vital, para que o ser humanose desenvolva na educação ou no seu trabalho, portanto, deve estar vinculada aos direitos humanos e ser efetivada com prestações positivas efetivadas pelo Estado.
Assim Magalhães[4] (2008, p. 208) entende a saúde:
“Quando se fala em direito à saúde, refere-se à saúde física e mental, que começa com a medicina preventiva, com o esclarecimento e a educação da população, higiene, saneamento básico, condições dignas de moradia e de trabalho, lazer, alimentação saudável na quantidade necessária, campanhas de vacinação, dentre outras coisas.”
O direito à saúde está explicitado na Constituição Federal de 1988 que define a Saúde como direito de todos e dever do Estado, indicando os princípios e diretrizes legais do Sistema Único de Saúde (SUS). A Lei nº 8.080 de 19 de Setembro de 1990, dispõe sobre as características para a promoção, assistência e recuperação da saúde, a coordenação e o funcionamento dos serviços correspondentes e das outras providências, além disso a lei LEI N. 8.142, de 28 de dezembro de 1990 dispõe sobre a participação da comunidade na gestão do Sistema Único de Saúde (SUS) e sobre as transferências intergovernamentais de recursos financeiros na área da saúde. Estas leis, reafirmam a saúde como um direito universal e fundamental do ser humano
Também, a constituição Federal no Art. 196, expõe que às ações e meios que asseguram que o direito a saúde sejam eficazes deve ser garantido através de políticas publicas. "A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação.” 
O direito à saúde, quando analisado sob a ótica da condição de vida, determina também que a superação das diferenças envolva a aquisição de alimentos, medicamentos e serviços que sejam seguros e que apresentam sua qualidade controlada pelos governantes.
3 Direito à Alimentação.
A alimentação apropriada é direito básico do ser humano, intrínseco à dignidade da pessoa humana e imprescindível à realização dos direitos consagrados na Constituição Federal, alimentos estes que devem ser seguros e nutritivos, livrando toda e qualquer da fome com saúde.
          A alimentação com saúde presume o desenvolvimento humano, estando intrinsecamente ligado a sobrevivência do ser humano, assim define Castro (1984, p, 279).  "[...] a desnutrição é causada pela falta de alimentos, dificuldades econômicas e desconhecimento dos princípios de alimentação balanceada".
O direito à alimentação requer uma mudança de percepção, deve deixar de ser entendido como um ato de caridade e começar a ser considerado como um direito. Assegurar que todos os seres humanos disponham de um fornecimento de alimentos adequado e estável é mais que uma obrigação moral e um investimento com retornos econômicos potencialmente altos, são a efetivação de um direito humano fundamental, e o mundo tem os meios para torná-lo realidade.
          A lei 11346/06 [5], foi criada para assegurar e promover a segurança alimentar no Brasil definindo assim a segurança alimentar :
Art. 3º A segurança alimentar e nutricional consiste na realização do direito de todos ao acesso regular e permanente a alimentos de qualidade, em quantidade suficiente, sem comprometer o acesso a outras necessidades essenciais, tendo como base práticas alimentares promotoras de saúde que respeitem a diversidade cultural e que sejam ambiental, cultural, econômica e socialmente sustentáveis.
A Declaração Universal do Direito ao Desenvolvimento, diz que o sujeito ativo de todo o desenvolvimento é a pessoa humana. Se o ser humano está comprometido em sua habilidade devido à falta de alimentação, logicamente o desenvolvimento do Estado estará afetado também, devendo assim o poder público adotar as políticas e ações que se façam indispensáveis para promover e garantir a segurança alimentar e nutricional da população.
4 Direito ao Trabalho
O trabalho esta presente na vida do ser humano, desde os mais remotos tempos, buscando sua supervivência em prol de sua vida e de seus familiares. O Direito ao meio de sobrevivência e Renda é parte dos chamados direitos econômicos e sociais. Por ter como embasamento a igualdade, presumi-se que todas as pessoas têm direito de ganhar a vida através de um trabalho com qualidades justas e aceitáveis de trabalho e renda, e de ser protegida em caso de desemprego No Brasil, a Constituição de 1988, no artigo 6º, reconhece o trabalho enquanto um direito e nos artigos 7º ao 11º estão expostos os principais direitos para os trabalhadores que atuam sob as leis brasileiras.
           Sendo o trabalho, sinônimo de progresso para o cidadão e o país, deve ser entendido como elemento que consolida a identidade do homem, permitindo uma plena socialização, do mesmo modo é pela concretização do direito ao trabalho, que se garante e promove o princípio da dignidade humana. Assim Gabriela Delgado[6] (2006, p 203) afirma que: , “o trabalho, enquanto direito universal fundamental, deve fundamentar-se no referencial axiológico da dignidade da pessoa humana”
5 – Direito à Moradia
          É fundamental e constitucional a importância da moradia para o ser humano, pois dispõem de mecanismos básicos de amparo físico e moral de cada pessoa, como exemplos: abrigar do perigo, agentes da natureza e também garantir a cidadania. Além de ser vital à vida humana de forma particular, ela igualmente é importante para a vida em sociedade, de tal forma que se constitui o direito de todo cidadão, preservando sua dignidade. Assim expõe Nelson Saule Júnior[7] (2004, pág. 84).
A dignidade da pessoa humana como comando constitucional será observada quando os componentes de uma moradia adequada forem reconhecidos pelo Poder Público e pelos agentes privados, responsáveis pela execução de programas e projetos de habitação e interesse social, como elementos necessários à satisfação do direito à moradia.
A Declaração Universal dos Direitos Humanos garante o direito à propriedade, seja ela privada ou coletiva, é Direito abrangente também na Constituição Brasileira e no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), o que justifica a atribuição de uma habitação para a retidão do homem nas diversas fases da vida, sobretudo, no tocante à constituição familiar.
Contudo, ainda existem no Brasil indivíduos privados do direito de ter um lar, carentes da assistência física e moral. São inúmeros os indivíduos andando pelas ruas, residindo embaixo de viadutos, ocupando os espaços considerados inabitáveis, mas visto a falta de opções, se recolhem nesses ambientes e ali estabelecem seu lar.
Portanto, se faz necessário urgentemente a construção e distribuição de casas populares com eficácia e menos burocracia, quer seja na doação ou no financiamento de lotes e materiais de construção para famílias necessitadas. Pois, como as informações da certidão de nascimento, RG, CPF e demais documentos básicos, são essenciais para tornar um indivíduo reconhecido na sua cidade, escola, emprego, no país, a moradia também é a garantia de dignidade, paz, abrigo e reconhecimento dos direitos humanos.
6 Direito ao Lazer 
O lazer traz dignidade ao homem, proporcionando um tempo para si, com a família, com amigos e a participação na sociedade.
O direito ao lazer é garantido a todos os cidadãos brasileiros na Constituição da República Federativa do Brasil em seu artigo 6º, o que estabelece ao Estado, uma ordem para que possa proporcionar a todos o direito ao lazer, permitindo a promoção social e o desenvolvimento saudável e harmonioso de cada pessoa, para que o trabalhador possa se distrair e relaxar com seus familiares depois de um dia de trabalho.
 Assim, SILVA José Afonso[8] (2009, p. 295) elucida: “O repouso do trabalhador é outro elemento que se inclui entre as condições dignas de trabalho”. Verifica-se portanto a importância do lazer para todo ser humano incluindo, a cultura, a informação, ao conhecimento na sua vida, para proporcionar mis qualidade de vidae tornando sua vida menos difícil e sim mais prazerosa.
7 Direito à Segurança
A existência de conflitos são fatos normais, que acontecem em todas as sociedades. Para precaver e mediar estes conflitos, praticamente todas as culturas criam princípios, normas e regulamentos que determinam o que é lícito e ilícito, além de qual será a medida repressiva para aqueles que violam as leis, assim as regras existem para proteger as pessoas e garantir que uma sociedade funcione de modo equilibrado.
Segundo as leis brasileiras, todas as pessoas tem direito à segurança, o que significa que as pessoas devem ter o direito de se sentirem, sem temor e ameaças constantes. A garantia do direito à segurança induz à proteção de outros direitos, como por exemplo, o de ir e vir, sem medo de passar por determinados pontos, direito de proteção da intimidade e do livre-arbítrio, sem monitoramentos constantes, e o direito de amparo da integridade física e psicológica sem ameaças e sem violência, garantia essa realizada pela segurança publica do Estado, País ou Município.
 Assim Kildare Gonçalves[9] explana sobre a segurança publica (2006, p. 970) .
A segurança pública tem em vista a convivência pacífica e harmoniosa da população, fundando-se em valores jurídicos e éticos, imprescindíveis à existência de uma comunidade, distinguindo-se, neste passo, da segurança nacional, que se refere principalmente à segurança do Estado.
        O direto à segurança não expressa o fim de todos os conflitos, ameaças e agressão, mas sim a existência de instituições confiáveis e que procurarem precaver de maneira competente estes acontecimentos, e atuar de forma equilibrada e justa quando alguma coisa errada acontece em sociedade. Atuar com justiça significa reconhecer e respeitar os direitos de todos, agindo de maneira indiferente e equilibrada.
8 Direito à Seguridade Social.
A Previdência social é um seguro social, mediante contribuições previdenciárias, com a intenção de prover subsistência ao trabalhador, em caso de perda de sua aptidão do ofício do trabalho, que tem como finalidade reconhecer e conceber direitos aos seus segurados.
Assim, Sergio Pinto Martins[10] (2005, p. 48.) assim leciona:
A Seguridade Social engloba um conceito amplo, abrangente, universal, destinado a todos que dela necessitem, desde que haja previsao na lei sobre determinado evento a ser coberto. E, na verdade, o genero do qual sao especies a Previdencia Social, a Assistencia Social e a Saude (…). A Previdencia Social vai abranger, em suma, a cobertura de contingencias decorrentes de doenca, invalidez, velhice, desemprego, morte e protecao a maternidade, mediante contribuicao, concedendo aposentadorias, pensoes, etc. A Assistencia Social vai tratar de atender os hipossuficientes, destinando pequenos beneficios a pessoas que nunca contribuiram para o sistema (ex. renda mensal vitalicia) A Saude pretende oferecer uma politica social e economica destinada a reduzir riscos de doencas e outros agravos, proporcionando acoes e servicos para a protecao e recuperacao do individuo.
A previdência social, juntamente com a saúde e a assistência social, compõe a Seguridade Social, que é a política de proteção integrada da cidadania. A mesma serve para suprir a renda do segurado-contribuinte, quando da perda de sua habilidade de trabalho.
Os benefícios oferecidos hoje pela providência são: aposentadoria por idade; aposentadoria por invalidez; aposentadoria por tempo de contribuição; aposentadoria especial; auxílio-doença; auxílio-reclusão; pensão por morte; salário-maternidade; salário-família; auxílio Acidente.
A Previdência Social é administrada pelo Ministério da Previdência Social e as políticas referentes a essa área são executadas pela autarquia federal denominada Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Todos os trabalhadores formais recolhem, diretamente ou por meio de seus empregadores, Contribuições Previdenciárias para o Fundo de Previdência. No caso dos servidores públicos brasileiros, existem sistemas previdenciários próprios. O artigo 201 da Constituição Federal brasileira prevê o Regime Geral da Previdência Social.
E um direito do trabalhador, um dever do estado, e uma garantia de estabilidade financeira a todos, que da aposentadoria necessitam.
9 Direito de Proteção à Maternidade e Infância.
A Constituição prevê os princípios a serem seguidos para a proteção de crianças e adolescentes no Brasil. Estes princípios, juntamente com inúmeros tratados internacionais e várias peças de legislação promulgada, originam uma ampla gama de proteção dos direitos das crianças e adolescentes.
No Art. 227 da Constituição Federal[11] (2011, p. 79) se encontra expresso que “É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão”.
§ 1º O Estado promoverá programas de assistência integral à saúde da criança, do adolescente e do jovem, admitida a participação de entidades não governamentais, mediante políticas específicas e obedecendo aos seguintes preceitos:
II - criação de programas de prevenção e atendimento especializado para as pessoas portadoras de deficiência física, sensorial ou mental, bem como de integração social do adolescente e do jovem portador de deficiência, mediante o treinamento para o trabalho e a convivência, e a facilitação do acesso aos bens e serviços coletivos, com a eliminação de obstáculos arquitetônicos e de todas as formas de discriminação.
III - garantia de acesso do trabalhador adolescente e jovem à escola;
VII - programas de prevenção e atendimento especializado à criança, ao adolescente e ao jovem dependente de entorpecentes e drogas afins.
Além disso, o artigo 229 da Constituição determina que Os pais tenham o dever de assistir, criar e educar os filhos menores, e os filhos maiores têm o dever de ajudar e amparar os pais na velhice, carência ou enfermidade.
A Declaração dos Direitos da Criança foi adotada pela Assembléia Geral das Nações Unidas de 20 de novembro de 1959 e aprovada pelo Brasil. Tem como base e fundamento os direitos a liberdade, estudos, brincadeiras e convívio social das crianças que devem ser respeitados e recomendados em dez princípios.
Assim expõe a Declaração Universal dos Direitos das Crianças - UNICEF[12] 
Toda criança tem Direitos:
Princípio I - À igualdade, sem distinção de raça, religião ou nacionalidade.
Princípio II - Direito a especial proteção para o seu desenvolvimento físico, mental e social.
Princípio III - Direito a um nome e a uma nacionalidade.
Princípio IV - Direito à alimentação, moradia e assistência médica adequada para a criança e a mãe.
Princípio V - Direito à educação e a cuidados especiais para a criança física ou mentalmente deficiente.
Princípio VI - Direito ao amor e à compreensão por parte dos pais e da sociedade.
Princípio VII - Direito á educação gratuita e ao lazer infantil.
Princípio VIII - Direito a ser socorrido em primeiro lugar, em caso de catástrofes.
Princípio IX - Direito a ser protegido contra o abandono e a exploração no trabalho.
Princípio X - Direito a crescer dentro de um espírito de solidariedade, compreensão, amizade e justiça entre os povos.
Diz também no artigo 3° do Estatuto da Criança e do Adolescente[13]: A criança e o adolescente gozam de todos os direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, sem prejuízo da proteção integral de que trata esta Lei, assegurando-lhes, por lei ou por outros, meios, todas as oportunidades e facilidades, a fim de lhes facultar o desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e social, em condições de liberdade e de dignidade.
Toda a criança e adolescente, além de ter todos esses direitos, que devem ser respeitados e promovidos por familiares e toda a sociedade, tem ainda um direito muito importante,o direito ao amor, carinho, a aprender desde pequenino que é com amor que se constrói uma vida digna e melhor para todos.
10 Direito à Assistência Social.
Em defesa da cidadania, o ordenamento jurídico nacional cominou ao poder Público dever político constitucional, de cumprimento impostergável, em todas as dimensões da organização federativa, de proporcionar às pessoas amparo à saúde e assistência aos desamparados, através de um conjunto de medidas associadas à solidariedade humana.
Qualquer pessoa carente tem direito à assistência social, independentemente da contribuição à seguridade social.
O artigo 1º da LOAS[14] assim preceitua:
A Assistência Social, direito do cidadão e dever do Estado, é Política de Seguridade Social, não contributiva, que provê os mínimos sociais, realizada através de um conjunto integrado de ações de iniciativa pública e da sociedade, para garantir o atendimento às necessidades básicas.
Do mesmo modo, de acordo com o Artigo terceiro da Constituição Federal são objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil construir uma sociedade justa livre e solidária, promovendo o bem-estar de todos, sem preconceito de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação. Assim ara assegurar esses direitos, se faz necessário um conjunto coeso de ações de iniciativa dos poderes públicos e das sociedades que irão garantir, através das políticas publicas e sociais, os direitos referentes à saúde, à previdência e à assistência social, garantindo o sustento, os medicamentos, a alimentação e demais direitos para viver dignamente, a quem na velhice ou por não ter condições físicas ou metais, de se sustentar com o trabalho, sendo assim, um direito de todos e uma obrigação do estado.
Considerações Finais
Com as Declarações internacionais, Decretos, Organizações e Constituições, o ser humano passou a ser o centro de todo o ordenamento constitucional, do sistema político, econômico e social, pois o estado existe para proteger e tutelar o ser humano, assegurando condições políticas, sociais, econômicas e jurídicas que permitam que ele atinja seus objetivos com a mais ampla proteção. A conquista da pena cidadania passa sem dúvida, pela concepção de que os direitos anunciados no texto constitucional devem pautar o exercício do poder que, em um Estado Democrático de Direito, emana do povo e é regulamentado pelo ordenamento jurídico, se fazendo imprescindível a efetividade por parte do Estado
 Nesse contexto percebe-se que os direitos sociais, independentemente de sua particularização nas esferas trabalhista, moradia, educação, saúde ou outras, possuem vinculação que, não só os submetem a um regime jurídico próprio que lhes dêem origem , como também reclama que sejam interpretados de forma lógica, devidamente caracterizados e mais importantes, sejam concretizados, sendo indispensável criar políticas públicas eficazes e ligadas a uma melhor distribuição de renda e a uma maior responsabilização das questões que envolvem o orçamento público
Nesse diapasão verifica-se , que a efetividade dos direitos sociais trazem dignidade para o ser humano, sem distinção é um Direito do cidadão e um dever do Estado expostos em Declarações Mundiais, Decretos e Constituições, visando a proteção do ser humano, apontando uma melhoria nas condições de vida e sobrevivência, com respeito, dignidade, justiça, fraternidade e em paz.  
O propósito da pesquisa é discorrer sobre a Dignidade da Pessoa humana,relatando a sua origem,os seus princípios e seus problemas na execução desse princípios no Direito brasileiro.									A estruturação empregue na presente indagação consiste na análise na Constituição Federal de 1988,artigos científicos e análises bibliográficas.
A importância do principio da Dignidade Da Pessoa Humana
The importance of the principle of the dignity of the human person.
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Publicado por André Castro
há 3 anos
6.910 visualizações
André Alves Andrade de Castro - Graduando em Direito – UniSalesiano Lins
RESUMO
A presente pesquisa versa sobre o estudo do Princípio da Dignidade da Pessoa Humana, fundamento da República Federativa do Brasil, positivado no artigo 1º inciso III da Constituição Federal, o qual é de suma importância, pois visa o homem como um fim em si mesmo e não como um instrumento do Estado. Nos dias atuais mesmo com toda a conscientização que é feita pela mídia, ainda são constantes as situações em que se verifica lesões a este princípio, e entender os seus conceitos, bem como seus fundamentos é muito relevante para a sociedade.
Palavras-chave: Dignidade; Humana; Constituição.
ABSTRACT
The present research deals with the study of the Principle of the Dignity of the Human Person, foundation of the Federative Republic of Brazil, positived in Article 1, item III of the Federal Constitution, which is of the utmost importance, since it aims at man as an end in itself and not as an instrument of the state. Nowadays, even with all the awareness that is made by the media, there are still constant situations in which there are injuries to this principle and to understand its concepts as well as its foundations is very relevant for society.
Keywords: Dignity; Human; Constitution.
INTRODUÇÃO
O princípio da dignidade da pessoa humana foi elencado na Constituição Federal de 1988 entre os fundamentos essenciais da república. Colocar este princípio na Carta Magna consiste em grande importância para todos, isto ocorre, pois, este princípio atribui dignidade ao homem pelo mero fato de nascer humano, ou seja, como um fim em si mesmo.
Dignidade da pessoa humana é a qualidade intrínseca e distintiva de cada ser humano que o faz merecedor do mesmo respeito e consideração por parte do Estado e da comunidade, implicando, neste sentido, um complexo de direitos e deveres fundamentais que assegurem a pessoa tanto contra todo e qualquer ato de cunho degradante e desumano, como venham a lhe garantir as condições existenciais mínimas para uma vida saudável. (SARLET, 2001, p. 60).
Nesta pesquisa foram pesquisadas a origem, conceito, e também os problemas atuais relativos à aplicação deste princípio.
O objetivo da pesquisa é dissertar sobre a Dignidade da Pessoa Humana, mostrando sua origem histórica, importância, conceito, e problemas atuais da aplicação deste princípio no direito Brasileiro.
A metodologia utilizada na presente pesquisa consiste na análise do texto constitucional trazido pela magna carta de 1988, bem como, pesquisas bibliográficas e artigos científicos.
DESENVOLVIMENTO
1. A DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA: ORIGEM, CONCEITO, PROBLEMAS NA APLICAÇÃO
A Constituição Federal de 1988 elencou a dignidade da pessoa humana no artigo 1º inciso III, colocando-a entre os fundamentos essenciais da República Federativa do Brasil.
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos:
I - a soberania;
II - a cidadania;
III - a dignidade da pessoa humana;
IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa. (BRASIL, 1988)
De acordo com Sarlet (2001, p. 60):
Dignidade da pessoa humana é a qualidade intrínseca e distintiva de cada ser humano que o faz merecedor do mesmo respeito e consideração por parte do Estado e da comunidade, implicando, neste sentido, um complexo de direitos e deveres fundamentais que assegurem a pessoa tanto contra todo e qualquer ato de cunho degradante e desumano, como venham a lhe garantir as condições existenciais mínimas para uma vida saudável, além de propiciar e promover sua participação ativa e corresponsável nos destinos da própria existência e da vida em comunhão com os demais seres humanos.
Deste modo, dizer que a dignidade da pessoa humana é uma qualidade intrínseca significa dizer que é nasce do mero fato de nascer humano não necessitando de mais nada para ser detentor deste direito.
Certo é que os princípios constitucionais não nasceram prontos, eles vão evoluindo juntamente com a sociedade.
Desde a Idade Médiajá se tem a ideia de que o homem foi uma criação diferenciada por Deus pelo fato de ser racional, ideia reforçada pelo livro de Genesis o qual faz menção que o homem foi criado como imagem e semelhança de Deus, tais pensamentos já evidenciavam o pensamento de superioridade do homem em relação aos outros seres e de igualdade entre os próprios homens. Até a modernidade era exclusivamente na religião em que se encontravam explicações a dignidade humana. O reconhecimento da dignidade humana como princípio jurídico é muito recente surgindo no século XX, especialmente após a 2ª Guerra mundial. (SARMENTO, 2016)
A primeira menção à dignidade da pessoa humana em um texto legal se deu na França em 1848 no preâmbulo do decreto que aboliu a escravidão. Outro texto que deu início a dignidade foi a Constituição Brasileira de 1934, em seu artigo 115 que dizia que “a ordem econômica deve ser organizada conforme os princípios da justiça e as necessidades da vida nacional, de modo que possibilite a todos uma existência digna”. Porém, a positivação de tal princípio ganhou força após a segunda guerra como resposta aos estragos causados pelo nazismo, pelo horror causado pela grande guerra, a maioria dos países se preocupou em positivar o princípio da dignidade. (SARMENTO, 2016).
No Brasil a Dignidade da Pessoa Humana está atualmente positivada pela Constituição Federal de 1988 e se classifica como fundamento da república no artigo 1º, inciso III. Vale frisar, também que o Brasil incorporou todos os tratados internacionais que se referem à dignidade da pessoa humana ficando evidente a importância atribuída ao princípio pela ordem jurídica brasileira.
Nos últimos anos a invocação da dignidade da pessoa humana perante a justiça tornou-se muito frequente, o que preocupa doutrinadores quanto à sua banalização, pois este princípio é muito amplo dando margem a várias interpretações diferentes.
A dignidade no Brasil teve sua aplicação vulgarizada sendo desviada a sua finalidade de igualdade, com decisões polemicas e conflitantes, um exemplo disso é uma decisao do Tribunal de justiça do Rio de Janeiro que alegou a dignidade do juiz para obrigar os empregados do condomínio em que vive a chamar ele apenas de doutor ou Senhor, por outro lado o STF negou danos morais aos presos encarcerados em situações degradantes e precárias. (SARMENTO, 2016).
Neste sentido Daniel Sarmento se posiciona:
Enfim, o principal déficit de efetividade da dignidade da pessoa humana no Brasil deriva não de uma razão puramente jurídica ou mesmo econômica. A sua origem está em uma cultura muito enraizada, que não concebe a todas as pessoas como igualmente dignas. Nesse cenário, a dignidade humana periga, paradoxalmente, converter-se no seu inverso: um veículo adicional para reprodução e reforço do status quo de hierarquias e assimetrias, que consagra privilégios para uns à custa do tratamento indigno dispensado a outros. (SARMENTO, 2016, p. 66)
A dignidade da pessoa humana é um princípio que possui várias funções, dentre elas as mais relevantes são: como fator de legitimação do Estado e do Direito, norte para hermenêutica jurídica, diretriz para ponderação entre interesses colidentes, fator de limitação de direitos fundamentais, parâmetro para o controle de validade de atos estatais e particulares, critério para a identificação de direitos fundamentais e fonte de direitos não enumerados. (SARMENTO, 2016)
Apesar da importância do princípio da dignidade da pessoa humana para todos, é importante frisar que nenhum princípio fundamental é absoluto. A alegação de que o princípio da dignidade é absoluto conduz a resultados que poucos aceitariam.
Basta observar o sistema penitenciário brasileiro, pois nos dias atuais a prisão é absolutamente contrária à dignidade daquele que está preso, sendo o mesmo colocado em situações desumanas e degradantes. Deste modo, se o princípio da dignidade da pessoa humana fosse absoluto dever-se-ia soltar todos os presos e impedir novas prisões até que fosse possível colocá-los em locais mais dignos, todavia isso não seguro, encontrando o princípio da dignidade limites, por exemplo, na busca por efetivação do princípio da segurança pública. É claro que a recíproca é verdadeira.
O conteúdo essencial do princípio da dignidade da pessoa humana na ordem jurídica brasileira compreende: “o valor intrínseco da pessoa, a autonomia, o mínimo existencial e o reconhecimento”. Tais componentes não se separam um dos outros, não é possível ter uma clara distinção entre eles. (SARMENTO, 2016)
O tema valor intrínseco apresenta-se em várias decisões do STF que tratam de uma das mais graves violações aos direitos humanos presentes no Brasil: a precariedade do sistema prisional brasileiro.
Nesse sentido, Daniel Sarmento:
As prisões brasileiras são verdadeiros infernos Dantescos, com celas superlotadas, imundas e insalubres, em que frequentes os episódios mais bárbaros de tortura e violência sexual contra presos, praticados por outros detentos ou agentes do Estado. O déficit prisional existente no momento de finalização desta obra ultrapassa as 230 mil vagas, e não para de crescer. Os presos não têm acesso à justiça, à alimentação adequada, à saúde, à educação e ao trabalho, e a ressocialização não passa de quimera: os detentos normalmente saem do cárcere muito mais perigosos do que entraram. (SARMENTO, 2016, p. 116).
Tal afirmação de Sarmento demonstra o quanto o sistema carcerário Brasileiro é precário e afrontam-te ao princípio da dignidade. Não possuindo o preso, independente da gravidade de seus crimes, condições mínimas de dignidade para viver.
Uma questão que causa muita polêmica é a relação entre a dignidade e a autonomia. Enquanto uns acreditam em possibilidade de o ser humano tomar suas próprias decisões e segui-las sem que isso atinja o direito de outras pessoas já torna o homem apto a ser digno, outros acreditam que a autonomia pode ser limitada quando referir-se a certas situações consideradas indignas pela sociedade. No Brasil há decisões nos tribunais que se inclinam aos dois sentidos tornando incerta essa questão. (SARMENTO, 2016)
Já o mínimo existencial corresponde aquilo que se considera como as condições básicas para que uma pessoa possa viver com dignidade, é um direito que se aplica a todas as pessoas, independente de outros fatores, inclusive os presos são protegidos pelo mínimo existencial independentemente da gravidade da infração que tenham cometidos. (SARMENTO, 2016)
A Constituição Brasileira de 1988 atribuiu ao mínimo existencial Status de direito Fundamental, tal atribuição tem forte relação com o princípio da dignidade como fundamento do Estado e da ordem jurídica brasileira.
O mínimo existencial desempenha dois papéis muito importantes, e nenhum deles fragiliza a dimensão social da Constituição. O primeiro papel é o de fundamentar pretensões positivas ou negativas que visem assegurar as condições materiais essenciais para a vida digna e que não estejam abrigadas por outros direitos fundamentais expressamente positivados. (SARMENTO, 2016, p. 211)
Frisa-se que apesar do mínimo existencial estar previsto no rol dos direitos fundamentais, grande parcela da população brasileira ainda não tem acesso a condições de vida digna.
Como o governo não pode atender a todas as demandas no país devido a limitação de recursos foi então forçado a atender aquelas que são consideradas prioritárias, com isso surgiu o que se chama de reserva do possível. Sendo a ideia de reserva de possível invocada com frequência pela jurisprudência brasileira desde que o Ministro Celso de Mello proferiu a decisão da ADPF 45 no qual citou o instituto da reserva do Possível em sua decisão. (SARMENTO, 2016)
Nos debates contemporâneos quando se fala de “reconhecimento” nas ciências sociais não figura como a mera identificação do outro. Reconhecer alguém soa como lhe respeitar. Já não reconhecer significa que tal pessoa cometeu uma conduta desonrosa que o torna indigno de participar de interações sociais, sendo assim é possível identificar grande relação do reconhecimentocom a dignidade de determinado indivíduo. Violam o reconhecimento as práticas estatais ou privadas, que desrespeitam as identidades de suas vítimas, impondo-lhes estigmas ou humilhações. Contudo não há na Constituição brasileira previsão de um direito ao reconhecimento (SARMENTO, 2016)
Barroso (2012, p. 73) define a sua concepção minimalista da dignidade da pessoa humana como valor intrínseco de todos os seres humanos, a autonomia de cada indivíduo e em valor comunitário:
Realmente, não é fácil elaborar um conceito transnacional de dignidade humana, capaz de levar em conta da maneira adequada toda a variedade de circunstâncias religiosas, históricas e políticas que estão presentes nos diferentes países. Apesar isso, na medida em que a dignidade tem ganhado importância, tanto no âmbito interno quanto no discurso transnacional, se faz necessário estabelecer um conteúdo mínimo para o conceito, a fim de unificar o seu uso e lhe conferir alguma objetividade. Para levar a bom termo esse propósito, deve-se aceitar uma noção de dignidade humana aberta, plástica e plural. Grosso modo, esta é a minha concepção minimalista: a dignidade humana identifica 1. O valor intrínseco de todos os seres humanos; assim como 2. A autonomia de cada indivíduo; e 3. Limitada por algumas restrições legítimas impostas a ela em nome de valores sociais ou interesses estatais (valor comunitário).
O valor intrínseco diz respeito a um conjunto de características que são inerentes aos seres humanos, que confere a ele status especial no mundo e o difere de outros seres humanos. (BARROSO, 2012, p. 77).
A autonomia é o que rege o livre arbítrio entre os seres humanos, de modo que possa ter liberdade de fazer suas próprias escolhas e viver de maneira que ache melhor para si. (BARROSO, 2012, p 82).
A dignidade como valor comunitário tem diz respeito a função do Estado e da comunidade em estabelecer metas coletivas e restringir direitos e liberdades individuais em busca de uma concepção de vida boa. (BARROSO, 2012, p. 89).
É extremamente preocupante a forma como a dignidade da pessoa humana vem sendo invocada nos dias atuais. A sua abstração provoca muitas vezes vagueza de sentido, sendo a dignidade invocada para muitas coisas distintas, podendo ser invocada muitas vezes em lides por ambos os lados, um exemplo disso é em relação ao aborto. Alguns defendem a dignidade da mãe poder decidir seu futuro, principalmente em casos de estupro, e por outro lado outros invocam a dignidade da criança de nascer com vida independentemente da aprovação da mãe como um direito nato.
Diante desse cenário de tamanha amplitude da dignidade da pessoa humana é necessário delimitar seu campo de atuação, pois deixá-lo vago é extremamente perigoso para a sociedade, tendo em vista o decorrente incremento da discricionariedade judicial e a insegurança jurídica.
Sendo assim, é necessária a adoção de algumas medidas para controlar o uso descontrolado de argumentos relativos ao princípio da dignidade da pessoa humana.
Daniel Sarmento (2016) elenca quatro medidas para a solução do problema.
A primeira é considerar a dignidade como um norte hermenêutico, mas que não ultrapassa outros direitos fundamentais. Tal ideia consiste que a dignidade é instituto de sempre deve ser buscado, mas que não pode passar por cima de outros princípios fundamentais.
A segunda é exigir daquele que está julgando que fundamente com maior especificidade toda vez em que envolver o princípio da dignidade da pessoa humana. Tal medida visa dar mais segurança a aplicação desse princípio evitando que se aplique de maneira vulgar.
Segundo Daniel Sarmento (2016, p. 309):
A fundamentação deve, no mínimo, explicitar porque a situação concreta se enquadra no princípio da dignidade da pessoa humana e qual a derivação jurídica que resulta desse enquadramento. O interprete deve exteriorizar esses elementos, permitindo o controle intersubjetivo sobre tais passos argumentativos. No afã de fazê-lo, o interprete bem-intencionado poderá também se beneficiar da oportunidade de exercer um controle racional sobre a sua “intuição de decisão”, que pode ter se baseado em impulso emotivo que não sobreviva a um esforço genuíno de racionalização.
A terceira é exigir que os fundamentos se conformem com o estado laico e do uso de razões públicas para o exercício do poder político.
A terceira medida guarda relação com a primeira medida, ou seja, deve sempre respeitar a laicidade estatal e razões que seja a de interesse universal. Um exemplo disso seria a proibição por parte do estado de pílulas anticoncepcionais com o fundamento católico de dignidade, toda decisão deve respeitar a laicidade se orientar por razões públicas. A imposição jurídica que diz respeito às razões públicas pelo poder judiciário exige o tratamento de todas as pessoas como sujeitos morais, merecedores do mesmo respeito e consideração.
A quarta medida seria a defesa de um minimalismo judicial ao aplicar o princípio da dignidade, de modo que o interprete da lei não busque fundamento questões que se enquadram como questões filosóficas difíceis e divisavas, mas somente quando for realmente necessário para resolver a lide.
Que o princípio da dignidade deve ser devidamente fundamentado é fato, mas isso não significa que cada vez que se invocar esse princípio deva-se mergulhar em debates complexos e intermináveis, ou seja, o minimalismo jurídico propõe que o poder judiciário não vá além do necessário para a resolução da lide, somente até o que lhe seja necessário.
O princípio da Dignidade da Pessoa humana positivada no Brasil pela Constituição Federal de 1988 é de grande importância para o povo Brasileiro, pois visa garantir o homem como fim em sim mesmo, e não como instrumento do Estado, pelo simples fato de ter nascido humano. Também é importante este princípio para nos protegermos de qualquer ameaça a nossa dignidade.
CONCLUSAO
Concluiu-se que a Dignidade da Pessoa Humana é um princípio muito importante, pois reconhece o valor intrínseco do homem, ou seja, como um fim em si mesmo, possuindo direitos pelo mero fato de nascer humano.
Diante do que foi exposto, pode-se entender que pelo fato de a Dignidade estar prevista na Constituição Federal como um fundamento da Republica, e ter como fundamento de considerar o homem como um fim em si mesmo, este é um importante instrumento para a preservação dos direitos humanos, sendo essencial para a proteção humana contra situações degradantes e humilhantes.
REFERÊNCIAS
BARROSO, Luís Roberto. A dignidade da pessoa Humana no Direito Constitucional Contemporâneo: A Construção de um Conceito Jurídico à Luz da Jurisprudência Mundial. Belo Horizonte: Editora Fórum, 2014.
BRASIL. Constituição (1988). Lex. Brasil.
SARLET, Ingo Wolfgand. Dignidade da Pessoa Humana e Direitos Fundamentais na Constituição de 1988. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2011.
SARMENTO, Daniel. Dignidade da Pessoa Humana: Conteúdo, trajetória e metodologia. Belo Horizonte: Editora Fórum, 2016.

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