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Grécia – a partir do Séc. VIII A.C. GREGOS – muito desenvolvidos na filosofia, cosmologia (estudo do mundo), ética (valoração das ações humanas) e ontologia (conhecimento do ser). NA LITERATURA – grande legado (tragédias, teatro, mitologia). OUTRAS CONTRIBUIÇÕES GREGAS – na escultura e na arquitetura. NA CIÊNCIA POLÍTICA – desenvolveram uma teoria política que gerou muita influência no mundo. A QUESTÃO DA ESCRITA – para alguns a influência do direito grego não foi tão marcante. Em verdade foi marcante, não obstante a pouca herança quantitativa, por causa da questão da escrita que ainda não tinha se desenvolvido. Outro aspecto quanto a essa herança: as fontes do direito grego são escassas e precárias. No tocante às relações de família: a) conhecia-se o divórcio recíproco, com iguais direitos para homens e mulheres; b) era legal (não se sabe se costumeiro) abandonar crianças recém-nascidas. Diferente de Roma, na Grécia não havia uma classe de juristas, nem treinamento jurídico (escolas de juristas, ensino do direito como técnica especial). Havia ESCOLAS DE RETÓRICA, dialética e filosofia (argumentação retórico-dialética, que vai ter uso forense e semiforense). APRENDIZADO JURÍDICO: Os gregos tinham o costume de aprender decor (recitando em forma de poemas) textos jurídicos, como se fossem poemas. As leis de Sólon também eram ensinadas como poemas. A literatura “jurídica” servia de fonte de instrução e de prazer. Entendia-se que o direito devia ser aprendido vivenciando-o. As leia deveriam fazer parte da educação do cidadão. A RESPEITO DAS LEIS: os gregos descartaram a ideia de que as leis são reveladas pelos deuses, exclusivamente, ou o pensamento segundo o qual são apenas as tradições herdadas. Com a positivação do direito os gregos fizeram uma primeira reflexão clássica sobre a natureza da lei e da justiça. CONCEITOS QUE ESTÃO NA BASE DO DIREITO GREGO FAMÍLIA – no sentido amplo constitui a cidade. É o conjunto de pessoas que têm um ancestral comum (GENOS – O QUE É GERADO), incluindo a questão religiosa e política (ideia de grande família. FRÁTRIAS (phátria – ideia de “confraria”) – era cada um dos grupos e m que se dividiam as comunidades (“tribos”) atenienses e de outras cidades da Ática (Grécia antiga). Reuniam-se para deliberação a respeito de normas de condutas e princípios. DEMOS (que dá origem à DEMOGRAFIA) – território de uma determinada sociedade e a população que o habita. PÓLIS – símbolo/figura do conceito político grego: são cidades-estados independentes. Cada pólis é composta por cidadãos livres. Gozam de autonomia política, econômica e administrativa. PRAÇA-FORTE – era necessária para a defesa da pólis. Deu origem à residência dos reis. Funcionava como centro religioso e local de reunião da assembleia dos cidadãos, com poderes deliberativo e judiciário PRINCÍPIOS DA PÓLIS: ISONOMIA (mesmos direitos perante a lei), ELEUTERIA (liberdade de conduta e de atuação) e LIBERDADE DE PENSAMENTO. ATENAS – era tida como a pólis mais importante, até mesmo em razão de seu desenvolvimento político. O GOVERNO DEMOCRÁTICO DE ATENAS ERA CONSTITUIDO DA SEGUINTE FORMA: ECLÉSIA (Ekklesia) – assembleia popular que tratava de política externa (tratados, alianças, declarações de guerra) e de questões internas (provisão e armazenamento de grãos, confisco de bens como punição em determinados crimes). Em suma: nessas assembleia eram votadas as leis e escolhidos os encarregados de executá-las. Só os maiores de 18 anos podiam participar das assembleias. TRIBUNAL DOS HELIASTAS – era composto por 6.00 juízes (júri popular de cidadãos com mais de 30 anos, escolhido por sorteio com base em listas apresentadas pelas tribos). COMPETÊNCIA: julgava causas públicas e privadas (exceção – crimes de sangue, julgados no Areópago). Suas decisões não eram recorríveis (eram soberanas). BOULÉ – conselho dos 500 cidadãos, escolhidos por sorteio dentre os que se candidatavam e eram submetidos à prévia investigação moral pelos conselheiros mais antigos. Era renovado anualmente. COMPETÊNCIA: julgava questões religiosas, políticas, militares, diplomáticas. Os gestores da fazenda pública prestavam contras perante a Boulé. CONSELHO DOS 400 foi criado posteriormente, por SÓLON, na terceira reforma constitucional. Era composto de 100 membros de cada tribo e, em sua origem, encarregou o AREÓPAGO de zelar pela observância das leis em vigor. Esse conselho deveria escolher os 5.000 cidadãos que representariam a totalidade do povo. Mas os 400 jamais o fizeram e mantiveram-se no poder, pela força. DEPOIS: foram destituídos pela ECLÉSIA, que escolheu os 5.000. RETÓRICA GREGA COMO ISTRUMENTO NA REALIZAÇÃO DA JUSTIÇA Na época (como se lê em “A cidade grega”) não havia Ministério Público para defender a sociedade, nem Magistrado para inicia o processo. O LESADO É QUE TOMAVA AS PROVIDÊNCIAS PARA LEVAR O OFENSOR A JULGAMENTO, que se desenrolava na forma oral. Os DOIS LITIGANTES dirigiam-se aos julgadores, procurando persuadi- los. Daí a enorme valorização da RETÓRICA entre os gregos. Nas sessões de julgamentos os litigantes apresentavam seus argumentos e a decisão era prolatada imediatamente, SEM DELIBERAÇÃO. Um integrante do órgão julgador presidia o Julgamento, mas não interferia no processo. Era comum os litigantes fazerem uso dos LOGÓGRAFOS para elaborarem seus discursos jurídicos. RETÓRICA – é a arte de bem dizer, com a faculdade de se empregar em determinada situação a melhor técnica visualizada como necessária e hábil para convencer (fazer compreender) e para persuadir (fazer crer), buscando levar o auditório à adesão. AS IMPORTÂNCIAS DA ARGUMENTAÇÃO E DA PERSUASÃO NO CAMPO DO DIREITO As formas de resolução de controvérsias: CRIMES PÚBLICOS – o julgamento era feito por grandes tribunais (já vistos antes) PROVA – era preciso demonstrar os fatos e o direito (a lei, o costume). Podiam ser feitas por escrito. Nos julgamentos feito por árbitros as provas eram produzidas informalmente. DISCURSOS NOS TRIBUNAIS – era indigno alguém cobrar para elaborar uma defesa. Qualquer cidadão podia se apresentar perante os tribunais, juízes e árbitros para se defender. LOGÓGRAFOS – surgiram com o crescimento da atividade de redatores de peças jurídicas. O advogado, como hoje, não existia. DECISÃO – tal como no júri: com as respostas “sim” ou “não” (culpado ou inocente). JUÍZES – Podiam testemunhar sobre os fatos e julgavam pelo que sabiam sobre eles (não se vinculavam às provas). Os depoimentos de escravos eram precedidos de tortura (senão mentiriam, acreditava-se). Não havia a EXECUÇÃO JUDICIAL: o queixoso recebia o julgamento e se encarregava de executá-lo. JULGAMENTO DE QUESTÕES PRIVADAS E DE CRIMES PÚBLICOS ACUSAÇÃO – não existia, no início, um órgão público de acusação. Assim, qualquer pessoa podia denunciar crimes públicos (AÇÃO PÚBLICA). Exs. de ações públicas: corrupção de um funcionário, oficial que se recusava a prestar contas, impiedade de algum funcionário, estrangeiro que pretendia tornar-se cidadão. A AÇÃO PRIVADA formalizava-se por meio de debate entre os dois litigantes e só eles podiam iniciar o processo. Exs. de ações privadas: homicídio, perjúrio, roubo, questões ligadas à propriedade, violência sexual. Os denunciantes TINHAM PARTE NAS MULTAS e PENAS PECUNIÁRIAS aplicadas aos culpados de crimes públicos estímulo à denúncia. - POSTERIORMENTE – surgiu a figura do SICOFANTA era o acusador para a ação em crimes públicos. Ele recebia algum porcentual sobre ovalor da condenação pecuniária ao acusado. PENAS: em geral: multas, castigos, feridas, mutilações, morte e exílio. Leis e Constituições: de DRÁCON (621 a. C.) em Atenas – põem fim à solidariedade familiar. Objetivo: abolir a justiça familiar: a cidade tem a competência para decidir e manter a paz. LEIS DE SÓLON (594-593 a.C.) – seguem a grande revolta popular contra a concentração de renda. o As reformas limitaram o poder paterno (o filho maior se torna autônomo). o As mulheres continuaram sob a tutela dos pais e dos maridos, mas ganharam a liberdade de ir e vir (inclusivo frequentar escolas). o Os thetes (mais pobres dos homens livres) obtiveram assento e voz na assembleia; o Foi criado o tribunal dos Heliastas e as boulés (o Conselho dos 500). o Os gregos promoveram o debate e a reflexão sobre o justo e sobre a justiça, e, assim foram além do debate sobre as normas. LEIS DE CLÍSTENES – 510-500 a.C.: ele reformou as Leis de Sólon e implantou uma democracia mais efetiva. Estabeleceu novo sistema eleitoral, inclusive com a criação de distritos eleitorais de acordo com os domicílios dos cidadãos. Outrossim, introduziu normas e preceitos que enfraqueceram a aristocracia, politicamente. LEIS DE PÉRICLES – 461 a.C., aproximadamente: leva a democracia ao seu apogeu, com plena participação do povo na vida política do Estado. Os cidadãos passam a governar diretamente, votando as leis (nomos) nas assembleias (ekklesias). Há valorização da isonomia (a lei é igual para todos). Porém, a democracia era limitada, uma vez que o estrangeiro e o escravo não detinham direitos políticos ou civis. DIREITO EM ROMA Evolução das fontes do Direito Romano: Período da MONARQUIA: - Costume: é uma repetição comportamental antiga, com origem desconhecida na Lei das 12 Tábuas ocorre uma compilação e sistematização dos costumes. O costume é a fonte das fontes. Permanece como fonte como decorrência da evolução do Direito Romano. Entre nós: LINDB. - Leis: o importante era dar o sum (o devido) a cada uma das partes e não ver só o que se estava na lei. Não havia uma visão legalista e reducionista do Direito (como, infelizmente, há na atualidade, entre nós). Período da REPÚBLICA: - Leis: são manifestações de soberania do povo reunido em comícios. - Plebiscitos: são deliberações da plebe, que passavam a valer para todos os cidadãos após a adoção por uma lei. - Edito dos pretores: é um programa de atuação (resolução de problemas jurídicos por aqueles que se candidatavam para essa magistratura eletiva – mandato de 1 ano). As inovações no Direito eram Freitas por meio do pretor. Período do PRINCIPADO – forma de governo que surgiu quando um dos cônsules recebeu do Senado, por circunstâncias especiais, o título de príncipe. - Fontes do direito são as senatus consultos e a jurisprudência. - Senatus consultos: deliberações do Senado. Passam a ter maior força quando os comícios entraram em decadência porque se tornaram impraticáveis (muitos cidadãos). A partir daí, as senatus consultos passaram a ser fonte do Direito. - Jurisprudência: eram os pareceres dos juristas (jurisconsultos) que, quando consultados, davam uma resposta. Passou a ser fonte do Direito no principado, depois que os imperadores concederam a alguns juristas o ius respondendi ex auctoritatis principis (título/reconhecimento oficial a alguns para darem as respostas a questionamentos jurídicos). Período do DOMINATO: - Constituições imperiais: deliberações do imperador sobre diversos assuntos. Essas deliberações tinham valor de fontes do Direito quando se referiam a assuntos jurídicos. - As constituições imperiais também são chamadas de leges (não são mais expressão da soberania do povo, como na república). FASES PROCESSUAIS – as quatro fases no Direito Romano: 1 – VINGANÇA PRIVADA – época remota da civilização – a vítima resolvia a agressão sofrida pela vingança e pela violência. A Lei de Talião coloca limite na vingança. 2 – ARBITRAMENTO FACULTATIVO – se a vítima quisesse (faculdade), poderia aceitar do agressor uma indenização pecuniária que parecesse justa aos dois. 3 – ARBITRAMENTO OBRIGATÓRIO – O Estado obrigava as partes a escolherem um árbitro. Não é uma faculdade e a vingança privada é afastada. 4 – JUSTIÇA PÚBLICA OU VINGANÇA PÚBLICA – o Estado afasta o emprego da justiça privada e resolve os conflitos, executando a sentença à força, se necessário. SISTEMAS PROCESSUAIS 1 – Ações da lei – eram ações previstas na Lei das 12 Tábuas, com ênfase ao formalismo. o I – Introdução de Instância (in ius vocatio) “fase postulatória o II – In Iure pretor “despacho saneador” o III – Apud Judicium “instrução e julgamento” 2 – Processo formular – surgiu no século II a.C. O pretor passa a ser um criador de soluções jurídicas. Diante do pretor, sem palavras sacramentais, as partes expunham o problema e ele o traduzia em linguagem jurídica, dando a redação numa fórmula, ou seja, um documento escritor no qual o pretor colocava em termos jurídicos a pretensão de cada parte. 3 – Cognitio Extraordinem – é extraordinário porque está fora do ordo privatorum iudiciorum (ordem do Direito Privado). Caracterizava-se por ocorrer em somente uma fase, perante o funcionário do Estado, na forma escrita, com menor publicidade, mais rapidez e praticidade, e sem as regras do procedimento orginário. Nessa fase ocorreu a primeira tentativa do uso da jurisprudência (dos iura, os pareceres dos jurisconsultos), com Teodósio II, que promulgou, em 426 d.C., a Lei das Citações, segundo a qual, de toda a jurisprudência, só os pareceres de 5 jurisconsultos seriam fontes do Direito: Gaio, Ulpiano, Papiniano, Modestino e Paulo Tribunal dos Mortos, assim chamado porque esses juristas já não mais viviam. O juiz deveria seguir a opinião da maioria desses 5 juristas. Se houvesse empate, o juiz deveria seguir a opinião de Papiniano e se ele não tivesse opinado sobre o assunto em questão, o juiz poderia seguir a sua opinião.
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