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Instituto de Educação Superior de Brasília Departamento de Engenharia Civil Construção Civil I Aula 12 – Revestimento em gesso Prof. Vamberto Machado Gesso • Um dos mais antigos materiais de construção fabricado pelo homem • Existe indícios da utilização do gesso desde 8000 a.C, na realização de pisos e fabricação de recipientes • Polo Gesseiro no Brasil – Araripe (PE) – 94% da produção de gipsita (1,8 milhão de toneladas de minério por ano) • NBR 13207 Processo de produção • Britagem – fragmentação dos blocos do minério • Moagem - a gipsita britada é moída em moinhos de martelo • Peneiramento – a gipsita moída pode ser peneirada em peneiras vibratórias • Calcinação – a gipsita se transforma em gesso com a ação do calor (150 a 350ºC) • Pulverização – após a calcinação, o gesso é moído em moinho de martelo • Estabilização – período de ensilamento ou estabilização para maior homogeneidade na composição final • Embalagem – sacos de 20 kg ou 40kg ou em “big bags” Processo de produção 𝐶𝑎𝑆𝑂4. 2𝐻2𝑂 → 𝐶𝑎𝑙𝑜𝑟 → 𝐶𝑎𝑆𝑂4. 1 2 𝐻2𝑂 Calcinação Características do gesso • É obtido da calcinação da gipsita • Aglomerante aéreo • A cristalização é responsável pela resistência mecânica • Utiliza-se aditivos para melhorar suas propriedades (resistência a tração...) Classificação 1 – Quanto a finura • Grosso: Regularização da superfície • Fino: Acabamento 2 – Quanto ao modo de aplicação • Manual: O mais utilizado no Brasil (desempenado sem taliscas e e<25mm ou sarrafeado com taliscas e mestras e e<15mm) • Projetado: Jateamento sobre a superfície 3 – Quanto ao tempo de pega • Rápido: fim < 15 mim • Lento: início 3 mim; fim <45 mim • Muito lento: início >30 mim 4 – Quanto ao material • Pasta de gesso: gesso liso • Argamassa de gesso: Gesso + calcário em pó+ cal + aditivos retardadores e incorporadores de ar) Material Aplicação Revestimento de gesso • Revestimento monolítico • Uso interno, em áreas secas • Superfície excelente e lisa • Pequena espessura, de 5mm a 15mm • Constituído de pasta ou argamassa de gesso endurecido • Tem menor custo que revestimento de argamassa com massa corrida • Baixo custo • Alta produtividade • Excelente acabamento – pronto para pintura • Exige substrato limpo – sem pó, óleo ou graxas • Libera o serviço de pintura em poucos dias Revestimento de gesso • Suporta temperaturas até 50 ºC • Aplicação sobre alvenaria de bloco cerâmico, bloco de concreto, concreto celular, concreto estrutural, e revestimentos de argamassa • A espessura final depende da regularização do substrato (varia de cm até mm) • Espessura tecnicamente recomendada é de 5mm +- 2mm • A qualidade do revestimento depende do prumo, nível e planeza do substrato, do material em si e da habilidade do operário Revestimento de gesso Revestimento de gesso Não necessita de acabamentos, pode-se aplicar a pintura diretamente sobre a superfície de gesso, frequentemente, dispensa ou reduz a quantidade de massa corrida Vantagens do gesso • Elevada aderência ao substrato • Cura rápida (de 8 a 10 dias, ideal 15 dias) • Facilita acabamento decorativo devido a sua cor branca • Dispensa massa corrida (superfície lisa e branca) • Revestimento de baixa condutividade térmica, indicado para proteção contra o fogo • Maior produtividade global (monocamada) • Antecipação da pintura • Sem chapisco (ou com chapisco fino), direto sobre blocos Desvantagens • Em presença da umidade pode haver reação química com o cimento Portland • Sensível a bolor em prédios com má iluminação e ventilação • Problemas de estanqueidade à água em revestimentos internos de paredes de fachada • Causa corrosão do aço quando em contato • Necessidade de substratos com boa regularidade superficial e precisão geométrica • Auxilia pouco no comportamento estrutural da elevação • Maior susceptibilidade à deformações dos substratos • Maior fragilidade a choques • Baixíssima resistência a tração • Pouco isolamento acústico Utilização de chapisco para aumentar a aderência Técnica construtiva Verificação da base do revestimento • Verificar o desaprumo • Localizar as áreas mais críticas • Verificar instalações (posicionamento e estanqueidade) • Verificar umidade das paredes e teto • Verificar irregularidades na base (ponta de ferro, resíduos de forma, rebarba de concreto), removendo-as Preparo da base 1 - Concreto • Remoção do desmoldante • Para eventual melhoria da aderência: utiliza-se chapisco misturado com cola à base de PVA, aplicado com rolo 2 - Irregularidades • Irregularidades localizadas: preenchimento com gesso • Irregularidades generalizadas (paredes fora de prumo): regularização prévia com argamassa 3 - Bases com fissuras • Geralmente em encontros de elementos ou materiais diferentes • Utiliza-se tela de náilon na região pode gerar movimentação e consequente fissuras Preparo da base 4 - Limpeza • Remoção de resíduos (pregos, arames) • Poeira e eflorescência: escova superficial de cerdas metálicas com auxílio de água • Bolor ou mofo: escovação com solução à base de fosfato trissódico e água • Após a limpeza esperar a secagem completa da base 5 - Proteção de componentes metálicos • Revestimento metálico de proteção • Pintura anticorrosiva 6 - Umedecimento • Somente para bases com revestimento de argamassa (se necessário) • O umedecimento de bases de alvenaria de concreto ou cerâmica Execução 1 - Preparo da pasta • Consumir no máximo 40min após o preparo (devido à pega) • 60% a 80% de água em relação à massa de gesso (Verificar fabricante) • Colocar água num recipiente e polvilhar o gesso com a mão • O polvilhamento deve se dar até ficar uma fina película de água ou o aglomerante aflorar na superfície • Esperar de 8-10min para o gesso absorver a água e passar para o estado pastoso • Agitar com a colher de pedreiro metade da pasta para agilizar a pega • Esperar 3-5min para obter boa consistência para aplicação • A outra metade deve ficar em repouso Execução 2 - Espalhamento • A aplicação com desempenadeira de PVC ou rolo • É aplicado em faixas, com movimentos de vai e vem • Cada plano de parede é revestido até a metade, e posteriormente é completado • A espessura final é dada pelo número de camadas, que depende do nível, plano e prumo do substrato • As camadas subseqüentes são preenchidas com faixas perpendiculares à anterior Execução 3 - Sarrafeamento • Realizado após o espalhamento e antes da pega estar avançada, com régua de alumínio • Corta-se o excesso, conferindo um plano medianamente regular 4 - Retoques e raspagem • Defeitos localizados • Utiliza-se desempenadeira de aço e colher de pedreiro • Os vazios são preenchidos com a própria pasta e os excessos são retirados • O revestimento deve estar bastante enrijecido Execução 5 - Acabamento • Aplicação de camada fina (1 a 10 mm) de pasta fluida sobre a última camada, com desempenadeira de aço • O revestimento deve estar bastante enrijecido • Utiliza-se a porção de pasta em repouso no caixote • Aplicação com força para eliminar riscos superficiais e pequenas depressões • Acabamento final liso Sequencia de fotos Intervalos mínimos (boas práticas) • Emboço 3 dias após o chapisco; • Reboco 7 dias após o emboço; • Pinturas; Com tintas minerais: Tintas à base de cimento 15 dias; Tintas à base de cal 7 dias; Tintas a base resinasPVA e acrílicas 30 dias; Revestimento texturado 30 dias. Resíduos sólidos • Elevada geração de resíduos: de 10 a 45% de perdas no gesso liso • Com aditivos retardadores minimizam essas perdas para 3% • Resíduos de gesso são inservíveis para o aterro e tem reciclagem difícil implementação • Alto custo de remoção Resíduos sólidos Armazenamento • Lugar seco • Sobre paletes de madeira • Afastados da parede • Empilhamento máximo 15 sacos Custos • 10 a 15mm de espessura = R$ 6,00/m² • Mão de obra sarrafeado = R$ 14,00/m² • Mão de obra desempenado = R$ 12,oo/m² • Massa corrida = R$ 5,00/m² Forma de comercialização -> Empreitada global (material+mão de obra), incluso chapisco, regularização, materiais e equipamentos Forro de gesso O Forro, além de decorar o ambiente, resolve com criatividade os problemas de vigas aparentes e rebaixamentos de um modo geral. Fabricado em série, seus diversos padrões proporcionam mais beleza a seus projetos. Suas características de resistência ao fogo, melhor isolamento térmico e acústico, economia e rapidez na instalação. Forro de gesso As placas de forro devem seguir a NBR 12775 – Placas lisas de gesso para forros. Forro de gesso O forro pode ser executado das seguintes formas: • Placas de gesso • Placas de drywall Dados para projeto Especificação de todos os forros de placas de gesso e de seus componentes específicos. Detalhes das interfaces entre o forro e as paredes ou outros componentes construtivos. Quantificação de todos os componentes. Designação dos forros, com informações relativas às suas dimensões e quantidade das placas de gesso. Desempenho dos forros, como dados referentes à isolação sonora, absorção sonora, resistência ao fogo e fixação de peças como luminárias etc. Juntas de movimentação. Execução Análise do projeto arquitetônico e das instalações, verificando as interfaces do forro com os demais elementos construtivos e instalações. Verificação da modulação do forro de modo a utilizar o maior número de placas inteiras. Demarcação na parede de referências de nível e de alinhamento das placas em relação à cota de piso pronto, tomando como base a cota do nível do forro (face inferior). Verificação do posicionamento das juntas de dilatação, de acordo com o tipo e sistema de fixação adotados. Definição e demarcação dos pontos de fixação no teto e/ou na estrutura auxiliar. Execução Proteção das aberturas da obra de forma a impedir a entrada de água de chuva. Acabamento das vedações internas e externas e de outros elementos construtivos, principalmente na região do encontro com o forro de gesso. Posicionamento dos pontos das instalações hidráulicas, elétricas, ar-condicionado, sprinklers etc., de acordo com o projeto, a fim de evitar aberturas posteriores no forro de gesso em placas. Verificação da capacidade de carga da estrutura ou a da laje e sua compatibilidade com o peso do forro de gesso em placas Execução A fixação de pendurais na estrutura metálica é feita com o uso de prendedores ou solda. No caso de solda, há necessidade da recomposição da camada protetora de zinco, com adoção de tintas ricas em zinco. No caso de estrutura de madeira, a fixação é feita com pregos ou parafusos, sempre na horizontal. É necessário demarcar na parede referências de nível e de alinhamento das placas em relação à cota de piso pronto, de acordo com a cota estabelecida do nível inferior do forro. As juntas de dilatação são colocadas conforme o tipo e sistema de fixação adotados. Os pontos de fixação no teto e/ou na estrutura auxiliar são definidos e demarcados, nivelando e fixando as placas Execução Na colocação da primeira placa, os pendurais são presos ao sistema de fixação e ao elemento metálico não oxidável embutido na placa. É necessária a colocação de mais dois pontos de fixação em duas outras extremidades, sendo o processo executado perfurando a placa in loco conforme as figuras ao lado. Para as placas consecutivas, da primeira fiada, em ambas as direções, recomenda-se a colocação de mais um ponto de fixação, para cada placa, a partir do encaixe tipo macho-e-fêmea unidos com a cola de gesso distribuída nas partes ou com o compósito fibroso na parte superior das placas. Recomenda-se que os tirantes fiquem na vertical e com comprimentos uniformes. Execução O nível e a regularidade da colocação são verificados com o uso de linhas esticadas nas duas direções. Nos forros com estrutura de sustentação, o encaixe das presilhas é feito nas ranhuras ou rebaixos, conforme o avanço da colocação. O espaçamento em cada borda não deve ultrapassar 60 cm. FORRO EM GESSO Placa de gesso convencional 60x60 Placa de gesso acartonado Projeto de forro Projeto de forro Projeto de forro Projeto de forro Placa de gesso convencional Tem tamanho de 60x60 cm. Ele é colocado placa a placa sendo que as placas tem dois lados com encaixe: MACHO E FÊMEA 1º PASSO: BATER NÍVEL DO LOCAL DESEJADO. 2º A partir do canto da parede num ângulo de 90º medir na laje espaços de 60 cm (vão entre a laje e o forro, verificar projeto). Então será furado na laje o local para fazer a amarração dos arames no gesso. APÓS AMARRADAS, OS ARAMES E AS PLACAS SÃO CHUMBADOS. COM GESSO EM PASTA* E SISAL ( *GESSO COM ÁGUA). CHUMBA-SE TODAS A PLACA ENCOSTADA NA PAREDE , AS JUNTAS E OS ARAMES. AS PLACAS DE GESSO SÃO ENCAIXADAS UM NAS OUTRAS, ELAS TEM O LADO MACHO E O LADO FÊMEA QUE SEGURA AS PLACAS, DANDO FIRMEZA E DEIXANDO-AS SEGURAS. Nas juntas são passadas fitas (para aumentar a resistência a tração e não fissurar) e gesso para dar acabamento APÓS COLOCADO A ÚLTIMA PLACA, DEVE-SE FAZER UMA PEQUENA JANELA PARA FIXAR A ÚLTIMA PARTE, DEPOIS TAMPAR E PASSAR MASSA. APÓS TERMINAR DE COLOCAR AS PLACAS, PASSAR A PASTA DE GESSO NAS JUNTAS E TIRAR O EXCESSO, ENTÃO ESTARÁ PRONTO PARA PINTURA. Vantagem e desvantagens • Vantagens: • * O valor por m² é mais barato que qualquer outro tipo de rebaixamento em gesso.( +- R$25,00 por m2 colocado. • * O forro de gesso 60 x 60 não precisa necessariamente de acabamento em locais comerciais, apenas se o cliente optar por deixar o forro totalmente liso. • * O serviço de pintura não precisa esperar muito, 72 horas após o término do forro, o serviço de pintura pode começar. • Desvantagens: • * As placas são feitas unicamente de gesso e absorve umidade com facilidade. • * O forro está mais propenso a trincas e rachaduras do que os outros forros em gesso. • * O forro de placa 60 x 60 pesa em média 22 kg/m², o que torna a obra muito pesada. • * Facilidade em adquirir fungos e bactérias manchando o forro. A PARTIR DAS PLACAS DE GESSO PODEMOS FAZER INÚMERAS COISAS EXEMPLO: Sancas Abertas Sancas fechadas Molduras Filetes Tabica A tabica é uma peça aplicada no rebaixo de teto. Essa peça cria um vão entre a parede e o rebaixo, dando a sensação de que o teto é flutuante, já que em determinados ângulos não vemos a ligação entre o teto e a parede. A tabica ser também para ventilação no interior do forro e alivio de pressões no interior do forro, diminuindo a probabilidade de fissuração A tabica afasta o forro da parede evitando fissurações Tabicametálica Projeto tabica
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