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Estágio III (1)

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JULIANA NASCIMENTO DE LLANO – RA 6377230992
RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO III
SÃO PAULO – SP
20016
JULIANA NASCIMENTO DE LLANO-RA 6377230992
RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO III
Relatório de Estágio apresentado ao Curso de Serviço Social do Centro de Educação a Distância – CEAD da Universidade Anhanguera UNIDERP como requisito obrigatório para cumprimento da disciplina de Estágio Supervisionado III
SÃO PAULO – SP
2016
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO .............................................................5
CONTEXTUALIZANDO O APRENDIZADO..................6
CONSIDERAÇÕES FINAIS..........................................9
Nome do Estagiário: Juliana Nascimento de Llano 
Curso: Serviço Social
Telefone 38318358 e-mail: katitaduju@gmail.com 
Nível do Estágio Supervisionado III
Local de Estágio: Associação Aliança Misericórdia
Endereço: Avenida Raimundo Pereira de Magalhães, 13.658 - Jd Íris-São Paulo - SP.
Nome do (a) Supervisor (a) Acadêmico (a): Lilian Cássio Trivigno Nº CRESS 43.939
Nome do (a) Supervisor (a) de Campo: Leila C.P.Miranda Nº CRESS 28.416
Carga horária: 150 horas Início: 29/04/2016 Término: 21/05/2016
INTRODUÇÃO.
A realização do estágio junto à instituição foi muito importante, através do estágio foi possível realizar uma interação junto à instituição, conhecer a realidade da função do profissional de assistência social. 
O estudo demonstra também que o Assistente Social ajuda abrir portas para novos conhecimentos, como também possibilitou identificar o espaço de intervenção profissional, aproximação do exercício profissional e sua importância para população usuária do Serviço Social. 
Como aplicação do que foi proposto nos estágios I, II e III tem-se assim total liberdade para estarmos junto ao trabalho desenvolvido possibilitando o avanço no estudo e conhecimento de todo processo dentro do projeto realizado pela Instituição que tem a frente pela adoção também se empenha em estimular o apadrinhamento afetivo como alternativa para crianças e adolescentes que têm uma chance remota de adoção. Este projeto foi realizado na intenção de proporcionar a essas crianças e adolescentes a possibilidade do convívio familiar e social, é direcionados maiores de 5 ou 7 anos, com irmãos ou que tenham algum tipo de deficiência ou ainda crianças retiradas das famílias por estarem em situação de risco promove a construção de uma relação entre o padrinho e o apadrinhado, que oportunizará ao jovem recém-saído da instituição a criação de vínculos afetivos importantes para a construção de sua vida.
No âmbito dos trabalhos realizados pela Instituição, são definidos como finalidade do apadrinhamento civil proporcionar às crianças e aos adolescentes institucionalizados condições necessárias para o desenvolvimento pessoal e social, essencialmente por meio do apoio afetivo; prevenir e minimizar situações de risco que possam estar expostos essas crianças e adolescentes e; reduzir os danos advindos de um processo de institucionalização.
CONTEXTUALIZANDO O APRENDIZADO.
O estágio é um espaço privilegiado para o contato direto com os usuários e a Política de Assistência Social, visto que constitui o momento de ampliação de conhecimento e apreensão das técnicas necessárias ao profissional que necessita de um extenso arcabouço teórico para ler as entrelinhas das demandas emanadas diariamente, remetendo a aos direitos dos seus usuários.
Trata-se de um trabalho que traz em seu bojo as dimensões técnico-operativas da profissão, em que é evidenciada a atuação do assistente social junto à realidade posta em seu cotidiano.
A realização deste estudo e participação deste projeto tem por objetivo principal realizar uma abordagem acerca do tema, destacando a importância das Políticas Sociais, descrever o principal programa de políticas sócias voltadas para o apadrinhamento afetivo, aprender com a prática cotidiana o trabalho executado pela profissional da Instituição Aliança Misericórdia - SP destacando também as possíveis medidas que o projeto de intervenção pode oferecer.
A Instituição explica que pela legislação, você não pode adotar um irmão e deixar os outros, com isso essas crianças têm uma dificuldade maior de serem adotadas, pode ter um acompanhamento dessas crianças pelo abrigo em que elas estão, tendo em vista a realidade seletiva do cadastro de adoção nacional, no qual a preferência é por crianças do sexo feminino, brancas e de pouca idade, um grande número de crianças e adolescentes acabam permanecendo na Instituição até atingirem a idade adulta.
Desses indivíduos, é subtraída a felicidade vivenciada dentro da estrutura familiar, restando apenas às referências cotidianas da instituição como modelo de vida.
Assim, para a elaboração deste relatório, em um primeiro momento, partiram-se da análise dos dados sobre adoção, presentes no cadastrado de adoção nacional divulgados pelo Conselho Nacional de Justiça, em seguida foram elencados os projetos de apadrinhamento afetivo com maior destaque no país, bem como suas estruturas, objetivos, princípios e atuação.
A Assistente Social Leila, da Instituição Aliança Misericórdia-SP, aponta que no Brasil não se adota crianças com mais de quatro anos de idade, sem famílias e rejeitadas, estes jovens tornam-se filhos do abandono, filhos de ninguém, possuindo apenas as instituições como referência de lar. Afirma a Assistente que a dor desses meninos e meninas é “de corpo e alma”, refletindo-se nos traumas imensuráveis das quais são destinatários.
O Conselho Nacional de Justiça – CNJ – divulgou dados estatísticos dos candidatos à adoção no país, constatando-se que o total de pretendentes que aceitam apenas crianças da raça branca é de aproximadamente 38,22%, frente a 10% restante que optam exclusivamente por crianças de outra raça. O número de pais que aceitam adotar crianças brancas é de 90,71% em relação aos 30,97% que concordam em adotar crianças negras.
Apesar das alterações efetuadas pela Lei 12.010/2009, dispuser que será privilegiada a adoção de irmãos, objetivando não separá-los, o CNJ apontou que 95%, dos candidatos à adoção não aceitam adotar irmãos. No que concerne ao sexo, prevalece à preferência por meninas, cerca de 33,80 %, sendo a por meninos apenas 9,62%.
A maior dificuldade segundo o CNJ está na adoção de crianças e adolescentes em razão da idade, estando à preferência distribuída da seguinte forma: 20,55%, de pretendentes aceitam crianças com zero ano de idade; 20,28%, com 1 ano de idade; 20,40%, com 2 anos de idade; 16,93%, com 3 anos de idade; 9,38%, com 4 anos de idade; 8,07%, com 5 anos de idade. A partir dos 6 anos de idade, o número de pretendentes a adoção sofre grande redução, sendo 2,86%, com 6 anos; 1,46%, 
com 7 anos; 0,85%, com 8 anos; 0,36%, com 9 anos; 0,65%, com 10 anos; 0,16%, com 11 anos; 0,22%, com 12 anos; 0,09%, com 13 anos; 0,06%, com 14 anos; 0,07%, com 15 anos; 0,03%, com 16 anos e; 0,09%, com 17 anos.
 A impessoalidade, forma de tratamento constante nas instituições, em decorrência do atendimento coletivo direcionado a grandes grupos por um longo tempo, somados as tentativas de adoção não exitosas, causam uma série de danos ao indivíduo que cresce na instituição. É danos psicológicos comuns a ausência de referencial afetivo - síndrome da falta de carinho materno e trocas parentais; ausência de contato corporal - não reconhecimento do próprio corpo e “como sou e como funciono”; ausência de estímulos individualizada - sensorial, motor e afetivo; ausência de respeito às características individuais - negação de identidade de cada um; ausência de previsibilidade do meio - consenso sobre forma de tratamento, como agir e reagir a estímulos etc.; ausência de participação/interação na formulação das regras de convivência; ausência ou baixa atividade de motivação e estímulos, entre outras.
Na execução do projeto, estabelece como objetivos específicos,entre outros, o de concretizar a experiência de convivência familiar e comunitária à criança e adolescente; possibilitar a vivência de vinculação afetiva com um grupo familiar favorecendo o sentimento de pertencimento e estabilidade emocional; consolidar laços afetivos que darão suporte emocional futuros ao apadrinhado após seu desligamento da instituição; distensionar a vivência grupal interna da instituição; sensibilizar a comunidade onde a instituição encontra-se situado de que há necessidade de se contribuir de maneira afetiva; conscientizar a sociedade em geral da realidade vivenciada dentro das instituições.
O apadrinhamento afetivo, no âmbito das instituições, possibilita proporcionar àquelas crianças e adolescentes com chances reduzidas de adoção, um referencial de vida além dos muros da instituição
Desse modo, o vínculo afetivo constrói um relacionamento estável e duradouro, responsável por gerar referências familiares e sociais para o interno no presente e futuro.
No projeto realizado pela Instituição, qualquer pessoa maior de idade e capaz podem inscrever-se, não havendo restrições ao estado civil do padrinho. Os padrinhos são pessoas que, apesar de não optarem pela adoção, guarda ou tutela, desejam partilhar o seu tempo e afeto com as crianças e adolescentes institucionalizados.
Uma pesquisa realizada junto a Instituição nos meses de setembro, outubro e novembro de 2015 com padrinhos e madrinhas de projetos de apadrinhamento afetivo, estabeleceu o perfil dos participantes, constatando que o afeto foi o principal motivador para o engajamento do programa.
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
Com a realização do estágio na Aliança Misericórdia foi possível compreender um pouco sobre as atribuições de estagiária na instituição, aproximar um pouco mais do Serviço Social na prática que esta sendo inserido, aprendendo com a prática cotidiana o trabalho executado pelo profissional do Serviço Social, observei e acompanhei o trabalho e as demandas do Programa de apadrinhamento afetivo onde o usuário necessita do atendimento e acompanhamento do profissional do Serviço Social desta instituição. O perfil das crianças procuradas no cadastro nacional de adoção é altamente seletivo, tendo em vista a preferência dos futuros pais por meninas brancas e de pouca idade. O restante dessas crianças e adolescente cresce nas instituições até atingirem a maioridade civil, não vivenciando uma realidade além daquela.
Essa situação não só vivenciada na Instituição mais em outras multiplica projetos de apadrinhamento afetivo por vários estados brasileiros, que, sem regulamentação federal, são firmadas em acordos com ONGs, associações, Poder Judiciário, Executivo e Ministério Público.
O Apadrinhamento Afetivo aparece como um programa que tem a tentativa de amenizar os efeitos trazidos pela institucionalização acompanhando os objetivos apresentados pelo ECA, ou seja, se caracteriza pela participação e acompanhamento do padrinho na vida de uma criança ou adolescente em acolhimento institucional, o que lhe proporcionará uma nova vivência familiar e de integração psicossocial, composta por apoio, carinho, atenção, amor e além de novas experiências em família.
Como a família e o abandono, o apadrinhamento afetivo está sendo elaborado e transformado segundo a época em que se insere, nos dias atuais. Isto nos traz reflexões a serem feitas, por se tratar de uma nova medida da qual pouco se tem estudos e até mesmo vivências. Mesmo que este programa busque oferecer à criança e ao adolescente, outras referências de vida e de comunidade além da dos 
profissionais com os quais convivem, acaba também por instigar a discussão sobre o vínculo que vai ser criado neste público. A vantagem de inserção numa família também traz a desvantagem de que, embora a convivência entre padrinho e afilhado seja constante, este deverá sempre estar ligado à instituição responsável, é preciso lembrar que a participação no programa de Apadrinhamento Afetivo não é uma medida mais rápida para a adoção, ela não acontecerá vinculada ao programa, portanto, ainda que constantemente, o cuidado do padrinho para com o afilhado não é tão próximo quanto à inserção efetiva deste numa família adotiva. No entanto, as crianças que participam do programa estão em uma idade, que em nosso país, é tratada com possibilidades remotas de adoção ou retorno ao convívio familiar, e para estas o programa de Apadrinhamento Afetivo parece ser a medida mais próxima a lhes proporcionar a convivência familiar e comunitária externa à situação de acolhimento institucional.
É neste sentido que buscamos, a partir deste trabalho, apresentar o Apadrinhamento Afetivo como alternativa às crianças em situação de acolhimento, proporcionando-lhes os direitos dos quais estão privados. 
Tem-se, como resultado da pesquisa, que o processo de Apadrinhamento Afetivo é permeado por ambigüidades e contradições. Desse modo, consideram-se importantes novos estudos que visem outras compreensões dessa realidade complexa, para que se verifique a efetividade destes programas bem como os benefícios que podem proporcionar para estas crianças e adolescentes que se encontram esperando pela adoção por um longo período. Espera-se, ainda, contribuir para a área que se dedica ao estudo das instituições de acolhimento de crianças e adolescentes, chamando a atenção para a premência da elaboração e execução de programas que visem à preservação dos direitos previstos em lei quanto à convivência familiar e comunitária de crianças e adolescentes.
O Programa Apadrinhamento Afetivo está cumprindo com seu objetivo ao possibilitar às crianças/adolescentes que se encontram em acolhimentos institucionais à convivência familiar e comunitária através do contato com os padrinhos/madrinhas.
Tem permitido que adultos assumam um papel de cuidador na vida daqueles que nem sempre receberam o afeto que mereciam e estabeleceram vínculos duradouros e significativos. Entretanto, é importante refletir sobre a flexibilidade dos critérios de inserção. O descumprimento de algum critério pode fragilizar a relação ou até mesmo prejudicar a construção de vínculos, especialmente, quando são incluídos aqueles que ainda possuem qualquer chance de retornar para a sua família de origem.
Deve propiciar uma nova oportunidade de vida para aqueles que acabam crescendo dentro dos contextos institucionais. Embora o caráter temporário seja identificado no Estatuto da Criança e do Adolescente e reiterado Lei 12.010 que altera o art.19, no § 2º da Lei nº 8.069, a qual prevê que a permanência em um acolhimento não deve ser superior a dois anos, é sabido que quando existe destituição do poder familiar o interesse superior dessa é ser inserida em uma família substituta. No entanto, não existem muitas famílias substitutas interessadas na adoção de crianças com idade superior a oito anos.
O Conselho Nacional de Justiça (CNJ), através do Cadastro Nacional de Adoção (CNA), em um levantamento realizado em novembro de 2011, verificou que cerca de 59% dos cadastrados para adoção querem adotar crianças de até 3 anos de idade. Portanto, é preciso que exista uma maior divulgação e um maior investimento em programas que fomentem o cuidado e a convivência familiar e comunitária, como o Apadrinhamento Afetivo.
A escuta das crianças e adolescentes afilhados permitiu conhecer os aspectos positivos dessas novas relações. Outra importante contribuição é a oportunidade oferecida aos adolescentes no momento em que completam 18 anos e necessitam sair da instituição de acolhimento. Nesse momento, o padrinho e a madrinha assumem um importante papel afetivo e de suporte emocional. A certeza de ter uma pessoa fora do contexto institucional facilita essa transição e ameniza a sensação de solidão.
Portanto, o Programa Apadrinhamento Afetivo é uma alternativa de cuidado e de proteção efetiva para aqueles que não têm mais chance de ser reinserido na sua família de origem e para aqueles que têm remota chance de adoção.
Referências:
www.ambito-juridico.com.brCONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA. Dados sobre adoção no Brasil. Disponível em: <www.cnj.jus.br>. Acesso em: 05 maio 2016.
AMIGOS DE LUCAS. Apadrinhamento afetivo. Disponível em: <http://www.amigosdelucas.org.br/index.php?option=com_content&view=category&layout=blog&id=9&Itemid=7>. Acesso em: 05 maio 2016.
BORBA, Rita de Cássia et al. Apadrinhamento afetivo: uma alternativa de cuidado às crianças institucionalizadas. Disponível em: <hhttp://www.ufpel.edu.br/cic/2007/cd/pdf/CH/CH_00465.pdf>. Acesso em: 05 maio 2016.
 CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA. Dados sobre adoção no Brasil.
Brasil (1916). Código Civil. Lei nº 3.071 de 1º de janeiro de 1916.
Brasil (1965). Legitimação Adotiva. Lei nº 4.655, de 2 de junho de 1965.
Brasil (1988). Constituição da República Federativa do Brasil, de 5 de outubro de 1988.
Brasil (1990). Estatuto da Criança e do Adolescente. Lei 8.069, de 13.07.90.
CNJ. Conselho Nacional de Justiça. Acesso em 05/05/2016. dehttp://www.cnj.jus.br/noticias/cnj/18297:mais-de-37-mil-jovens-vivem-em-abrigos.
UNICEF. Declaração Universal dos Direitos da Criança. Acesso em 05/05/2016. dehttp://www.dhnet.org.br/direitos/sip/onu/c_a/lex41.htm.

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