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Curso de Direito Processo Penal 10 Sentença

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Direito Processual Penal – TRE/MG 
ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Renan Araujo – Aula 10 
 
 
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AULA 10: DA SENTENÇA. ESPÉCIES. EFEITOS. DA 
COISA JULGADA. 
 
 
SUMÁRIO PÁGINA 
Apresentação da aula e sumário 01 
I – Considerações Gerais sobre os Atos 
Jurisdicionais no Processo Penal 
02 
II – Sentenças Definitivas 04 
Lista das Questões 31 
Questões Comentadas 38 
Gabarito 51 
 
Salve, salve, meu povo! 
Estudando muito? 
 
Hoje vamos estudar a respeito da Sentença. Veremos as 
modalidades de sentença, seus efeitos, dentre eles o efeito de 
produzir coisa julgada, que é um fenômeno de imprescindível 
à Tutela Jurisdicional. 
 
 Vamos ao que interessa!!! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Direito Processual Penal – TRE/MG 
ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Renan Araujo – Aula 10 
 
 
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I – CONSIDERAÇÕES GERAIS SOBRE OS ATOS JURISDICIONAIS 
NO PROCESSO PENAL 
 
Os atos jurisdicionais podem ser classificados em dois grandes 
grupos: 
 Despachos de mero expediente – Aqueles que não possuem 
carga decisória, servindo apenas para impulsionar o processo; 
 Decisões ou sentenças em sentido amplo – Possuem carga 
decisória e se destinam a resolver alguma questão incidental 
no processo ou o próprio mérito da ação penal. 
 
O primeiro grupo não traz grandes dificuldades. A questão “pega” 
mesmo é no segundo grupo, no qual existem várias subdivisões, de forma 
que devemos conhecer cada uma das espécies de decisão do segundo 
grupo, pois o conhecimento da natureza de uma decisão influencia em 
diversos aspectos, dentre eles, na caracterização do RECURSO 
CABÍVEL. 
A Doutrina possui inúmeras classificações (Cada autor cria uma, pra 
vender livro, sabem como é...). Entretanto, podemos sintetizá-las da 
seguinte forma: 
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Teoria e exercícios comentados 
Prof. Renan Araujo – Aula 10 
 
 
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Para a nossa aula de hoje interessam apenas as sentenças 
DEFINITIVAS, sejam elas CONDENATÓRIAS OU ABSOLUTÓRIAS. 
 
ATOS 
JURISDICIONAIS 
DESPACHOS DE 
MERO EXPEDIENTE 
DECISÕES OU 
SENTENÇAS LATO 
SENSU 
SENTENÇAS DEFINITIVAS 
(CONDENAÇÃO OU 
ABSOLVIÇÇAO) 
DECISÕES 
INTERLOCUTÓRIAS 
MISTAS 
SIMPLES 
TERMINATIVAS 
NÃO-
TERMINATIVAS 
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Teoria e exercícios comentados 
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II - SENTENÇAS DEFINITIVAS 
 
A) Requisitos formais 
 
Os requisitos formais das sentenças definitivas estão previstos no 
art. 381 do CPP. Vejamos: 
Art. 381. A sentença conterá: 
I - os nomes das partes ou, quando não possível, as indicações 
necessárias para identificá-las; 
II - a exposição sucinta da acusação e da defesa; 
III - a indicação dos motivos de fato e de direito em que se 
fundar a decisão; 
IV - a indicação dos artigos de lei aplicados; 
V - o dispositivo; 
VI - a data e a assinatura do juiz. 
 
A ausência de qualquer destes elementos torna viciada a sentença, 
sendo passível de anulação. Vamos ver um pouco sobre cada um deles: 
 Relatório – O relatório compreende os incisos I e II do art. 
381 do CPP. Consiste, grosso modo, num resumo do que foi o 
processo até então; 
 Fundamentação – A fundamentação é o segundo requisito, e 
está previsto nos incisos III e IV do art. 381. A fundamentação 
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é mais que obrigatória, pois permite às partes (e a todos, pois 
o processo é público) saberem os motivos que levaram o Juiz a 
tomar esta ou aquela decisão. A ausência de fundamentação, 
inclusive, atenta contra o contraditório e a ampla defesa, pois 
dificulta a vida da parte prejudicada quando esta for recorrer, 
pois como irá fundamentar seu recurso se não souber o que 
fundamentou a decisão? A fundamentação é tão importante 
que está prevista, inclusive, na Constituição. Vejamos o que diz 
o art. 93, IX da Constituição: 
IX todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão 
públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de 
nulidade, podendo a lei limitar a presença, em determinados 
atos, às próprias partes e a seus advogados, ou somente a 
estes, em casos nos quais a preservação do direito à intimidade 
do interessado no sigilo não prejudique o interesse público à 
informação; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, 
de 2004) 
 
A única sentença que é proferida sem motivação é aquela 
proferida nos julgamentos do Tribunal do Júri, eis que os 
Jurados não são obrigados a fundamentar suas decisões, pois 
julgam de acordo com sua íntima convicção. 
Isso não quer dizer que o Juiz deva, na sentença, abordar cada 
um dos argumentos trazidos pelas partes. Significa apenas que 
ele deve fundamentar claramente no que ele se baseou para 
tomar aquela decisão. 
Existe uma forma de fundamentação que a Jurisprudência vem 
aceitando, chamada “motivação ad relationem”, que é 
aquela na qual um órgão do Judiciário se remete à decisão 
proferida por outro para fundamentar a sua. Explico: Imaginem 
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que o MP, inconformado com a sentença, apela. No Tribunal, o 
órgão colegiado que vai julgar o processo, ao proferir o 
acórdão, ao invés de gastar páginas e mais páginas 
fundamentando o acórdão (sentença proferida pelos Tribunais), 
apenas faz remição aos fundamentos da sentença, caso a 
mantenha. Isso é muito comum e aceito na Jurisprudência. 
 
 Dispositivo – É a parte da sentença na qual o Juiz expressa 
sua decisão, condenando ou absolvendo o réu com base na 
fundamentação anteriormente exposta. Este requisito está 
previsto no inciso V do art. 381. É a parte da sentença em 
que há, propriamente, A DECISÃO. 
 Autenticação – É a parte da sentença consistente na data e 
assinatura do Juiz (previsto no inciso VI do art. 381 do CPP). 
Para a Doutrina e Jurisprudência majoritária, a ausência de 
ASSINATURA torna a sentença inexistente. Há 
entendimentos em contrário, no sentido de que seria 
MERA IRREGULARIDADE, podendo o Juiz, posteriormente, 
colocar sua assinatura. A regra de que o Juiz deve rubricar 
todas as folhas da sentença constitui mera irregularidade, caso 
não observada, nos termos do entendimento do STJ. Esta 
regrinha está prevista no art. 388 do CPP: 
Art. 388. A sentença poderá ser datilografada e neste caso o juiz 
a rubricará em todas as folhas. 
 
Toda e qualquer sentença (condenatória ou absolutória) 
possui um efeito inexorável, que é o de colocar um ponto final no 
trâmite processual NAQUELA INSTÂNCIA. Assim, podemos dizer que 
um efeito de toda e qualquer sentença é o ESGOTAMENTO DA 
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INSTÂNCIA. Quando Juiz profere uma sentença ele termina sua 
participação no processo, não podendo modificá-la, nem mesmo para 
sanar nulidade absoluta (que poderia ter sido declarada ex officio). 
Entretanto, pode ser que o Juiz tenha trocado uma palavra, a 
sentença tenha um erro de digitação...esses pequenos erros, que não são 
relacionados ao conteúdo, à ideia da sentença, são chamados de erros 
materiais, e podem ser sanados pelo Juiz. 
O Juiz poderá, ainda, modificar a sentença após sua prolação quando 
da apreciação do recurso de embargos de declaração (que é dirigido ao 
próprio Juiz prolator da sentença e não a um órgão superior). Vejamos: 
Art. 382. Qualquer das partes poderá, no prazo de 2 (dois) dias, 
pedir ao juiz que declare a sentença, sempre que nela houver 
obscuridade, ambigüidade, contradição ou omissão. 
 
B) Sentença Penal Absolutória 
 
É a sentença que julga improcedente a acusação, absolvendo o réu, 
por algum dos motivos do art. 386 do CPP. Vejamos: 
Art. 386. O juiz absolverá o réu, mencionando a causa na parte 
dispositiva, desde que reconheça: 
I - estar provada a inexistência do fato; 
II - não haver prova da existência do fato; 
III - não constituir o fato infração penal; 
IV – estar provado que o réu não concorreu para a infração 
penal; (Redação dada pela Lei nº 11.690, de 2008) 
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V – não existir prova de ter o réu concorrido para a infração 
penal; (Redação dada pela Lei nº 11.690, de 2008) 
VI – existirem circunstâncias que excluam o crime ou isentem o 
réu de pena (arts. 20, 21, 22, 23, 26 e § 1o do art. 28, todos do 
Código Penal), ou mesmo se houver fundada dúvida sobre sua 
existência; (Redação dada pela Lei nº 11.690, de 2008) 
VII – não existir prova suficiente para a condenação. (Incluído 
pela Lei nº 11.690, de 2008) 
 
No primeiro caso (estar provada a inexistência do fato), o Juiz 
entende ter ficado evidenciado que o fato não ocorreu. No segundo caso é 
diferente, o Juiz verifica que NÃO FICOU PROVADA A EXISTÊNCIA 
DO FATO, ou seja, ele não diz que o fato não ocorreu, diz apenas que 
não houve prova de sua existência, de forma que não se pode condenar o 
réu. 
No terceiro caso, o fato pode ter ou não ocorrido, isso não importa. O 
que importa é que, em abstrato, ainda que tivesse ocorrido, ELE SERIA 
ATÍPICO (não tem previsão legal como crime). No quarto caso, 
ficou CABALMENTE PROVADO que o réu não participou da infração 
penal, embora esta tenha ocorrido. No quinto caso, simplesmente não 
ficou provada a participação do réu na infração, ou seja, ele até pode ter 
participado, mas o acusador NÃO CONSEGUIU PROVAR ISTO. 
No sexto caso que leva à absolvição, o Juiz reconhece que o fato 
ocorreu, o réu dele participou, o fato é TÍPICO (está previsto como 
crime), mas está presente uma causa excludente de ilicitude ou 
culpabilidade, ou, ainda, o réu agiu mediante erro de tipo ou erro de 
proibição. 
No sétimo e último caso, temos uma fundamentação “residual” 
para a sentença absolutória, eis que será o réu absolvido SEMPRE QUE 
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NÃO HOUVER PROVA SUFICIENTE PARA A SUA CONDENAÇÃO. 
Trata-se da materialização do princípio do in dubio pro reo. 
 
A.1) Efeitos da Sentença Penal Absolutória 
 
Os efeitos da sentença penal condenatória podem ser principais ou 
secundários. 
Como efeito principal, temos a IMEDIATA COLOCAÇÃO do réu 
em liberdade, caso esteja preso. Esta previsão está contida no art. 
386, § único, I do CPP. Vejamos: 
Parágrafo único. Na sentença absolutória, o juiz: 
I - mandará, se for o caso, pôr o réu em liberdade; 
 
 CUIDADO! Este artigo deve ser analisado com muito cuidado. 
Porque motivos o réu poderia estar preso quando proferida a sentença 
penal? Ora, ele só poderia estar preso provisoriamente (prisão 
preventiva). Ora, o simples fato de sobrevir sentença absolutória 
(recorrível) não faz com que desapareçam os requisitos que autorizam a 
prisão preventiva, de forma que o réu preso só será colocado em 
liberdade se o Juiz entender que o fim do processo em primeiro grau 
extingue o requisito que autorizava sua prisão (exemplo: réu foi preso 
para não coagir testemunhas, logo, já tendo sido estas ouvidas, não se 
justifica sua prisão). 
 
 
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Existe a figura da sentença absolutória IMPRÓPRIA. 
A sentença que absolve o réu tem como conseqüência a ausência de 
reflexos penais negativos. A essa sentença (normal) se dá o nome de 
sentença absolutória própria. Pode ocorrer, no entanto, de o réu ser 
absolvido mas lhe ser imposta medida de segurança, em razão de 
sua periculosidade. Essa medida de segurança é aplicada quando o réu é 
absolvido por ser inimputável à época do fato, em razão de doença 
mental ou desenvolvimento mental retardado ou incompleto. 
Havendo a absolvição do réu em razão de sua inimputabilidade, e sendo-
lhe aplicada medida de segurança, estaremos diante de uma sentença 
absolutória imprópria. 
 
Os efeitos secundários, por sua vez, estão espalhados pelo CPP. 
Vejamos: 
 Levantamento do sequestro incidente sobre bens do 
acusado – Está previsto no art. 131, III do CPP; 
 Cancelamento da hipoteca legal e do arresto 
determinados sobre o patrimônio ilícito do acusado – 
Está previsto no art. 141 do CPP; 
 Restituição integral da fiança eventualmente paga – 
Previsão contida no art. 337 do CPP; 
 Impede a propositura de ação civil de indenização pelo 
fato (ação civil ex delicto) quando a absolvição: a) for 
fundada na presença de excludente de ilicitude; b) Ficar 
COMPROVADO que o réu NÃO CONCORREU PARA A 
PRÁTICA DO FATO ou que o FATO NÃO EXISTIU. 
 
B) SENTENÇA PENAL CONDENATÓRIA 
 
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É a sentença que reconhece a responsabilidade do réu em 
decorrência da infração penal, condenando-o. Exige prova CABAL 
(irrefutável) de que o réu tenha participado do crime, pois na dúvida o 
réu deve ser absolvido (in dubio pro reo). 
O Juiz pode CONDENAR o réu mesmo que MP, nos crimes de ação 
penal pública, requeira sua absolvição. Vejamos o que dispõe o art. 385 
do CPP: 
Art. 385. Nos crimes de ação pública, o juiz poderá proferir 
sentença condenatória, ainda que o Ministério Público tenha 
opinado pela absolvição, bem como reconhecer agravantes, 
embora nenhuma tenha sido alegada. 
 
Quando o Juiz profere uma sentença penal condenatória, ele deve, 
ao mesmo tempo: 
Art. 387. O juiz, ao proferir sentença condenatória: (Vide Lei nº 
11.719, de 2008) 
I - mencionará as circunstâncias agravantes ou atenuantesdefinidas no Código Penal, e cuja existência reconhecer; 
II - mencionará as outras circunstâncias apuradas e tudo o mais 
que deva ser levado em conta na aplicação da pena, de acordo 
com o disposto nos arts. 59 e 60 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 
de dezembro de 1940 - Código Penal; (Redação dada pela Lei nº 
11.719, de 2008). 
III - aplicará as penas de acordo com essas conclusões; 
(Redação dada pela Lei nº 11.719, de 2008). 
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IV - fixará valor mínimo para reparação dos danos causados pela 
infração, considerando os prejuízos sofridos pelo ofendido; 
(Redação dada pela Lei nº 11.719, de 2008). 
V - atenderá, quanto à aplicação provisória de interdições de 
direitos e medidas de segurança, ao disposto no Título Xl deste 
Livro; 
VI - determinará se a sentença deverá ser publicada na íntegra 
ou em resumo e designará o jornal em que será feita a 
publicação (art. 73, § 1o, do Código Penal). 
Parágrafo único. O juiz decidirá, fundamentadamente, sobre a 
manutenção ou, se for o caso, imposição de prisão preventiva ou 
de outra medida cautelar, sem prejuízo do conhecimento da 
apelação que vier a ser interposta. (Incluído pela Lei nº 11.719, 
de 2008). 
 
Devo chamar a atenção de vocês para dois pontos: 
 A lei 11.719/08 alterou a redação do inciso IV do art. 
387, de forma que o Juiz, ao condenar o réu, fixará na 
sentença um VALOR MÍNIMO para a reparação do dano 
na esfera civil – Isso significa que a sentença condenatória 
PENAL pode ser EXECUTADA diretamente no Juízo Cível. 
Entretanto, ela só poderá ser executada no Juízo civil após o 
seu trânsito em julgado, pois antes disso ela não possui um 
dos requisitos do título executivo cível, que é a “CERTEZA”. 
Além disso, ela estipula um valor mínimo. Nada impede que a 
parte promova a ação de reparação no Juízo cível, visando à 
condenação do acusado a um valor maior; 
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 A lei 11.719/08 incluiu o § único ao art. 387, 
estabelecendo que quando o Juiz proferir sentença 
condenatória, deverá decidir acerca da prisão do réu – 
Ou seja, quando o Juiz profere sentença condenatória, o RÉU 
NÃO É AUTOMATICAMENTE PRESO. A prisão antes do 
trânsito em julgado é EXCEÇÃO, de forma que o Juiz, para 
decretar a prisão do réu, deve avaliar se estão presentes os 
requisitos que autorizam a decretação da prisão preventiva. 
Não há, portanto, um efeito automático da sentença 
condenatória consistente na prisão do réu. Ela será decretada 
somente se estiverem presentes os requisitos dos arts. 312 e 
313 do CPP. 
 
B.1) Efeitos da sentença penal condenatória 
 
A sentença penal condenatória possui efeitos penais e extrapenais. 
Os efeitos penais são aqueles que produzem efeitos na esfera penal 
(óbvio, não?). Os efeitos penais podem ser primários ou secundários. 
Os efeitos penais primários estavam previstos no art. 393 do CPP. 
Vejamos: 
Art. 393. São efeitos da sentença condenatória recorrível: 
(Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011). 
I - ser o réu preso ou conservado na prisão, assim nas infrações 
inafiançáveis, como nas afiançáveis enquanto não prestar 
fiança; 
II - ser o nome do réu lançado no rol dos culpados. 
 
Vejam que o art. 393 foi REVOGADO pela Lei 12.403/11 
(fresquinha, portanto, GRANDE CHANCE DE CAIR NA PROVA). Então 
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não existem mais efeitos primários? Sim, existem, só que os efeitos 
penais primários, atualmente, só ocorrerão quando a sentença penal 
condenatória TRANSITAR EM JULGADO. A sentença condenatória 
recorrível não possui mais o condão de levar o réu à prisão ou de levar à 
inscrição do seu nome no rol dos culpados. 
Os efeitos penais podem ser, ainda, secundários. São efeitos penais 
secundários aqueles que, embora produzam efeitos na esfera jurídico-
PENAL do indivíduo condenado, esses efeitos refletem em OUTRA 
RELAÇÃO JURÍDICO-PENAL. 
 EXEMPLO: Reincidência. A sentença penal condenatória possui 
como efeito penal SECUNDÁRIO, gerar reincidência (e todas as suas 
consequências) caso o condenado seja novamente condenado dentro de 
um prazo previsto em lei. Trata-se de um efeito que, sem dúvida, atinge 
a esfera penal do indivíduo, mas NÃO NO PROCESSO EM QUE FOI 
PROFERIDA A SENTENÇA, mas em outro processo. 
Os efeitos extrapenais, por sua vez, são assim chamados por 
afetarem diversas áreas do Direito (civil, administrativo, etc). Por sua 
vez, dividem-se em genéricos e específicos. 
Os efeitos genéricos são aqueles que incidem sobre toda e qualquer 
condenação, estando previstos no art. 91 do CP, sendo apenas dois: 
Obrigação de reparar o dano e confisco: 
 
Art. 91 - São efeitos da condenação: (Redação dada pela Lei nº 
7.209, de 11.7.1984) 
I - tornar certa a obrigação de indenizar o dano causado pelo 
crime; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
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II - a perda em favor da União, ressalvado o direito do lesado ou 
de terceiro de boa-fé: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 
11.7.1984) 
a) dos instrumentos do crime, desde que consistam em coisas 
cujo fabrico, alienação, uso, porte ou detenção constitua fato 
ilícito; 
b) do produto do crime ou de qualquer bem ou valor que 
constitua proveito auferido pelo agente com a prática do fato 
criminoso. 
 
Os efeitos genéricos são automáticos, ou seja, independem de 
ser expressamente declarados pelo Juiz na sentença. Exemplo: Se o Juiz 
condena alguém por roubo, o dever de reparar o dano causado ocorrerá 
independentemente de constar na sentença esse efeito, pois é 
decorrência natural e automática da sentença. 
Já os efeitos específicos são aqueles que recaem apenas sobre 
condenações relativas a determinados crimes, e não a todos os 
crimes em geral. Estão previstos no art. 92 do CP, sendo: 
Art. 92 - São também efeitos da condenação:(Redação dada 
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
I - a perda de cargo, função pública ou mandato eletivo: 
(Redação dada pela Lei nº 9.268, de 1º.4.1996) 
a) quando aplicada pena privativa de liberdade por tempo igual 
ou superior a um ano, nos crimes praticados com abuso de 
poder ou violação de dever para com a Administração Pública; 
(Incluído pela Lei nº 9.268, de 1º.4.1996) 
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b) quando for aplicada pena privativa de liberdade por tempo 
superior a 4 (quatro) anos nos demais casos. (Incluído pela Lei 
nº 9.268, de 1º.4.1996) 
II - a incapacidade para o exercício do pátrio poder, tutela ou 
curatela, nos crimes dolosos, sujeitos à pena de reclusão, 
cometidos contrafilho, tutelado ou curatelado; (Redação dada 
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
III - a inabilitação para dirigir veículo, quando utilizado como 
meio para a prática de crime doloso. (Redação dada pela Lei nº 
7.209, de 11.7.1984) 
 
Tais efeitos, por sua vez, NÃO SÃO AUTOMÁTICOS, devendo 
constar na sentença condenatória, sob pena de não ocorrerem. Isto está 
previsto no § único do art. 92 do CP: 
Parágrafo único - Os efeitos de que trata este artigo não são 
automáticos, devendo ser motivadamente declarados na 
sentença. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
 
B.1.1) Efeitos genéricos 
Obrigação de reparar o dano 
 
Embora as esferas cível e criminal sejam independentes, a sentença 
criminal condenatória possui o condão de fazer coisa julgada na seara 
cível, tornando certa e indiscutível (naquela esfera) o dever de reparar o 
dano. Porém, o valor poderá ser discutido na esfera cível. 
A ocorrência de abolitio criminis ou anistia, embora seja fato que 
gere a rescisão da sentença condenatória, extinguindo-se a punibilidade, 
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NÃO ALTERA OS REFLEXOS CIVIS DA CONDENAÇÃO. Nos termos do 
art. 2° do CP: 
Art. 2º - Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior 
deixa de considerar crime, cessando em virtude dela a execução 
e os efeitos penais da sentença condenatória. (Redação 
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
 
Essa obrigação de reparar o dano pode, inclusive, ser cobrada dos 
herdeiros do falecido, até o limite do patrimônio a eles transferido, por 
força do art. 5°, XLV da Constituição. 
 
Confisco 
 
O confisco é a perda de bens de natureza ilícita em favor da União. 
O confisco recai apenas sobre os instrumentos e sobre o produto do 
crime. 
O instrumento do crime (instrumenta sceleris) é aquilo de que se 
valeu o agente para praticar o delito. Só poderão ser confiscados se se 
tratarem de coisas cuja, fabricação, alienação, uso, porte ou detenção 
constitua fato ilícito. Assim, um carro utilizado para a prática de um 
homicídio doloso por atropelamento não pode ser confiscado, por ao ser 
objeto de natureza ilícita. Entretanto, uma arma de fogo sem registro, 
com a numeração raspada e cujo possuidor não possua autorização para 
tal, deverá ser objeto de confisco. Nos termos do art. 91, II, a do CP: 
Art. 91 - São efeitos da condenação: (Redação dada pela Lei nº 
7.209, de 11.7.1984) 
(...) 
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II - a perda em favor da União, ressalvado o direito do lesado ou 
de terceiro de boa-fé: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 
11.7.1984) 
a) dos instrumentos do crime, desde que consistam em coisas 
cujo fabrico, alienação, uso, porte ou detenção constitua fato 
ilícito; 
 
O art. 91, II, b, por sua vez, trata da perda do produto ou do 
proveito do crime: 
Art. 91 - São efeitos da condenação: (Redação dada pela Lei nº 
7.209, de 11.7.1984) 
(...) 
II - a perda em favor da União, ressalvado o direito do lesado ou 
de terceiro de boa-fé: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 
11.7.1984) 
(...) 
b) do produto do crime ou de qualquer bem ou valor que 
constitua proveito auferido pelo agente com a prática do fato 
criminoso. 
 
O produto do crime (producta sceleris) é a vantagem direta 
auferida pelo infrator em decorrência da prática do crime. 
O proveito do crime, por sua vez, é a vantagem indireta obtida 
pelo agente através da especificação do produto do crime (transformação 
do ouro roubado em jóia), da alienação do produto do crime (dinheiro 
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decorrente da venda do produto do crime) ou preço do crime (crime 
encomendado, por exemplo). 
O confisco do produto ou do proveito do crime em prol da União 
possui natureza subsidiária, pois, em regra, o produto ou proveito crime 
será restituído à vítima, sendo efetuado em prol da União apenas no caso 
de ser desconhecida a vítima ou não ser reclamado seu valor. 
 
B.1.2) Efeitos específicos 
Perda do cargo, função pública ou mandato eletivo 
 
Está previsto no art. 92, I do CP: 
 
Art. 92 - São também efeitos da condenação:(Redação dada 
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
I - a perda de cargo, função pública ou mandato eletivo: 
(Redação dada pela Lei nº 9.268, de 1º.4.1996) 
a) quando aplicada pena privativa de liberdade por tempo igual 
ou superior a um ano, nos crimes praticados com abuso de 
poder ou violação de dever para com a Administração Pública; 
(Incluído pela Lei nº 9.268, de 1º.4.1996) 
b) quando for aplicada pena privativa de liberdade por tempo 
superior a 4 (quatro) anos nos demais casos. (Incluído pela Lei 
nº 9.268, de 1º.4.1996) 
 
Como já disse a vocês, estes não são efeitos automáticos, devendo 
estar expressos na sentença. Assim, se um funcionário público é 
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condenado a pena privativa de liberdade de 03 anos, pelo crime de 
peculato, a perda do cargo público não decorre automaticamente da 
sentença condenatória, devendo o Juiz se manifestar expressamente 
neste sentido. 
Na primeira hipótese (alínea a), o agente comete o crime contra a 
administração pública, valendo-se da sua condição de funcionário público 
(crime funcional). Nesse caso, a perda de cargo, função pública ou 
mandato eletivo ocorrerá se for aplicada pena privativa de liberdade igual 
ou superior a um ano. 
Na segunda hipótese, trata-se de perda de cargo, função pública ou 
mandato eletivo em razão da prática de qualquer crime, desde que a 
pena privativa de liberdade por tempo superior a quatro anos. Cuidado! 
A pena deve ser superior a quatro anos, e não DE QUATRO ANOS. 
 
Incapacidade para exercício do pátrio poder, tutela ou curatela 
 
Trata-se de mais um efeito específico da condenação, pois só 
poderá ocorrer na hipótese de prática de crime doloso sujeito à pena de 
reclusão, praticado contra filho, tutelado ou curatelado. 
Assim, além da necessidade de expressa previsão na sentença 
condenatória, outros três são os requisitos para a ocorrência desse efeito: 
 O crime deve ser doloso; 
 Deve ser apenado com reclusão; 
 Deve ter sido praticado contra filho, tutelado ou curatelado; 
 
A sua aplicação, obviamente, não é obrigatória, pois, como vimos, 
trata-se de um efeito não-automático da condenação, devendo estar 
expressamente consignada na sentença a ocorrência deste efeito. 
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A perda do pátrio poder, tutela ou curatela se dá de duas formas 
diferentes: 
 Em relação à vítima do delito – Em caráter permanente 
(nunca mais o infratorpoderá ter o pátrio poder em relação 
àquela pessoa); 
 Em relação a outros filhos, tutelados ou curatelados – 
Em caráter provisório. Ocorrendo a reabilitação, poderá o 
infrator restabelecer o pátrio poder, a tutela ou curatela em 
relação aos demais filhos, tutelados ou curatelados. 
 
Imagine um caso de estupro, no qual o pai estupra a filha menor de 
idade. Condenado, o pai perderá o poder familiar (pátrio poder) em 
relação a todos os filhos. No entanto, se posteriormente ele se reabilitar, 
poderá recuperar o poder familiar em relação aos demais filhos, mas 
nunca mais poderá recuperar este poder em relação à vítima do crime 
(Pode parecer mentira, mas é verdade ). 
 
Inabilitação para dirigir veículo 
 
O art. 92, III do CP diz o seguinte: 
Art. 92 - São também efeitos da condenação:(Redação dada 
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
(...) 
III - a inabilitação para dirigir veículo, quando utilizado como 
meio para a prática de crime doloso. (Redação dada pela Lei nº 
7.209, de 11.7.1984) 
 
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Portanto, são dois os requisitos: 
 Trate-se de crime doloso; 
 O veículo tenha sido usado como meio para a prática do crime 
 
Por “meio” deve-se entender “meio direto”, aquele que produz 
efetivamente o resultado delituoso. Assim, se A mata B, atropelando-o 
com seu Honda Civic, o veículo foi utilizado como meio do crime. No 
entanto, se A pega seu Honda Civic e se dirige até a casa de B, 
esperando-o chegar do trabalho e, quando o vê, o esfaqueia por trás, o 
veículo não foi utilizado como meio para a prática do crime, mas como 
meio de transporte. 
 
Quadro esquemático 
 
 
 
C) PRINCÍPIO DA CORRELAÇÃO E PRINCÍPIO DA 
CONSUBSTANCIAÇÃO 
EFEITOS DA 
CONDENAÇÃO 
PENAIS EXTRAPENAIS 
PRIMÁRIOS SECUNDÁRIOS GENÉRICOS 
(AUTOMÁTICOS) 
ESPECÍFICOS 
(NÃO-
AUTOMÁTICOS) 
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O princípio da correlação (ou da congruência) prega que a sentença 
deve se amoldar ao FATO descrito na denúncia ou queixa, não 
podendo o Juiz decidir fora dos limites que lhe foram colocados, pois isso 
importaria em violação a outro princípio, o PRINCÍPIO DA INÉRCIA. 
Assim, é vedado ao Juiz proferir sentença ultra, citra e extra-petita. 
O que seriam essas sentenças? Vejamos: 
 Ultra-petita – É uma sentença na qual o Juiz vai além daquilo 
que lhe foi pedido, julgando mais do que fora pedido (ex.: 
Indivíduo é acusado por um estupro e o Juiz lhe condena, 
também, por um roubo, que não foi narrado na inicial 
acusatória); 
 Extra-petita – É aquela na qual o Juiz julga fato diverso do 
que aquele que lhe foi posto (ex.: O indivíduo é acusado por 
estupro e o Juiz lhe condena por roubo, deixando de apreciar o 
pedido de condenação pelo estupro); 
 Citra-petita – Aqui o Juiz não analisa, não julga todos os 
FATOS narrados na inicial acusatória, deixando de apreciar 
algum deles (ex.: O indivíduo é acusado por um estupro e por 
um homicídio. O Juiz lhe condena pelo estupro, ficando silente 
quanto ao crime de homicídio). 
 
O princípio da congruência retira seu fundamento de outro princípio, 
o princípio da CONSUBSTANCIAÇÃO, segundo o qual o acusado se 
defende dos FATOS QUE LHE SÃO IMPUTADOS, de forma que uma 
sentença que extrapole estes limites, além de violar o princípio da 
INÉRCIA, viola, ainda, os princípios do contraditório e da ampla defesa. 
Existem dois institutos de direito processual penal que buscam dar 
efetividade a estes princípios. São eles os institutos da emendatio e da 
mutatio libelli. Vejamos: 
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C.1) EMENDATIO LIBELLI 
 
Este instituto está previsto no art. 383 do CPP, vejamos: 
 
Art. 383. O juiz, sem modificar a descrição do fato contida na 
denúncia ou queixa, poderá atribuir-lhe definição jurídica 
diversa, ainda que, em conseqüência, tenha de aplicar pena 
mais grave. (Redação dada pela Lei nº 11.719, de 2008). 
 
Este instituto (emendatio libelli) possibilita ao Juiz alterar a 
“capitulação legal” do fato descrito na denúncia. 
EXEMPLO: Imaginem que o Promotor descreva o seguinte fato: 
“José, apontando uma arma para Maria, subtraiu-lhe seu relógio”. Este 
fato configura um ROUBO (art. 157 do CP). Agora imaginem que o 
Promotor qualifique, erradamente, este crime como crime de furto. A 
emendatio libelli permite que o Juiz altere a capitulação dada ao fato, sem 
que o modifique, mesmo que a nova capitulação preveja pena mais 
severa (como é o caso do exemplo). 
Pode ocorrer, no entanto, que ao realizar a emendatio libelli, o Juiz 
torne o fato uma infração de menor potencial ofensivo. Nesse caso, 
procederá o Juiz nos termos do art. 383, §1° do CPP: 
§ 1o Se, em conseqüência de definição jurídica diversa, houver 
possibilidade de proposta de suspensão condicional do processo, 
o juiz procederá de acordo com o disposto na lei. (Incluído pela 
Lei nº 11.719, de 2008). 
 
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Da mesma forma, se o Juiz, em razão da alteração da capitulação do 
crime, verificar que houve alteração na competência para julgar o 
processo, deverá reconhecer sua incompetência e remeter os autos ao 
Juízo competente. Nos termos do art. 383, §2° do CPP: 
§ 2o Tratando-se de infração da competência de outro juízo, a 
este serão encaminhados os autos. (Incluído pela Lei nº 11.719, 
de 2008). 
 
C.2) MUTATIO LIBELLI 
 
O instituto da mutatio libelli está previsto no art. 384 do CPP. 
Vejamos: 
Art. 384. Encerrada a instrução probatória, se entender cabível nova 
definição jurídica do fato, em conseqüência de prova existente nos autos 
de elemento ou circunstância da infração penal não contida na acusação, 
o Ministério Público deverá aditar a denúncia ou queixa, no prazo de 5 
(cinco) dias, se em virtude desta houver sido instaurado o processo em 
crime de ação pública, reduzindo-se a termo o aditamento, quando feito 
oralmente. (Redação dada pela Lei nº 11.719, de 2008). 
 
Aqui não há mera alteração da definição jurídica do fato, mas 
alteração da definição jurídica do fato em razão do surgimento de novas 
provas em relação a fatos que não estavam previstos inicialmente na 
peça inicial acusatória. 
EXEMPLO: Imaginem que o MP denuncia uma pessoa por homicídio 
em face de uma criança. Posteriormente, após a instrução, fica provado 
que a homicida era a mãe da criança e estava sob a influência do estado 
puerperal (estado que a mãe fica após o parto). Nesse caso, o surgiu um 
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fato até então desconhecido, que leva à alteração da classificaçãodo 
crime de homicídio para INFANTICÍDIO. 
OUTRO EXEMPLO: Imaginem que o MP denuncia o acusado por 
crime de homicídio simples. Após toda a instrução criminal se descobre 
que o crime foi cometido mediante tortura (meio cruel). Nesse caso, 
surgiu um fato que qualifica o crime, passando a ser homicídio qualificado 
(art. 121, §2° do CP) e não mais homicídio simples. 
Em ambos os casos teremos hipóteses de MUTATIO LIBELLI, 
devendo o membro do MP ADITAR a denúncia, sendo possibilitado ao 
réu se defender destes novos fatos, sob pena de prejuízo ao direito ao 
contraditório e à ampla defesa. Vejamos: 
§ 2o Ouvido o defensor do acusado no prazo de 5 (cinco) dias e 
admitido o aditamento, o juiz, a requerimento de qualquer das 
partes, designará dia e hora para continuação da audiência, com 
inquirição de testemunhas, novo interrogatório do acusado, 
realização de debates e julgamento. (Incluído pela Lei nº 
11.719, de 2008). 
§ 4o Havendo aditamento, cada parte poderá arrolar até 3 (três) 
testemunhas, no prazo de 5 (cinco) dias, ficando o juiz, na 
sentença, adstrito aos termos do aditamento. (Incluído pela Lei 
nº 11.719, de 2008). 
§ 5o Não recebido o aditamento, o processo prosseguirá. 
(Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008). 
 
Mas e se o membro do MP se recusar a aditar a denúncia? 
Obviamente, não pode o Juiz fazer isto no lugar do MP, pois essa não é a 
sua função. Nesse caso procede-se da mesma forma que no caso de o 
membro do MP requerer arquivamento de Inquérito Policial e o Juiz 
discordar: O Juiz submete o caso à apreciação do chefe do MP 
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(Procurador-Geral de Justiça), que decidirá o caso. Isso é o que prevê o 
art. 384, § 1° do CPP: 
§ 1o Não procedendo o órgão do Ministério Público ao 
aditamento, aplica-se o art. 28 deste Código. (Incluído pela Lei 
nº 11.719, de 2008). 
 
Aplicam-se à MUTATIO LIBELLI as mesmas regras previstas 
para a EMENDATIO LIBELLI no que se refere à desqualificação do 
crime para outro Juízo ou para crime em que haja possibilidade de 
suspensão condicional do processo. Vejamos: 
§ 3o Aplicam-se as disposições dos §§ 1o e 2o do art. 383 ao caput 
deste artigo. (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008). 
 
 
A Doutrina se divide quanto à possibilidade de aplicação da MUTATIO 
LIBELLI nos crimes de ação penal privada. Parte da Doutrina entende 
que não é possível, visto que a Lei fala apenas em “MP” e “Ação Penal 
Pública”, o que, em tese, exclui a possibilidade de aplicação do instituto 
nos crimes de ação penal privada. 
Outra parcela da Doutrina entende ser possível, por entender que a lei 
não veda, e que isto não iria de encontro a nenhum princípio processual. 
Em provas objetivas, fiquem com a PRIMEIRA CORRENTE, por 
privilegiar a redação literal da lei. 
 
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D) Publicação e intimação da sentença 
 
Segundo o CPP, a sentença é publicada (se torna pública), quando 
entregue nas mãos do escrivão. Vejamos: 
Art. 389. A sentença será publicada em mão do escrivão, que 
lavrará nos autos o respectivo termo, registrando-a em livro 
especialmente destinado a esse fim. 
 
Até a publicação não há, propriamente, sentença, mas apenas 
“expectativa de sentença”, pois o ato jurisdicional só se perfectibiliza 
coma publicação. 
Caso a sentença seja proferida em audiência, considera-se publicada 
com a sua mera leitura. 
As partes serão intimadas de formas distintas, conforme sua situação 
no processo, vejamos: 
Art. 391. O querelante ou o assistente será intimado da 
sentença, pessoalmente ou na pessoa de seu advogado. Se 
nenhum deles for encontrado no lugar da sede do juízo, a 
intimação será feita mediante edital com o prazo de 10 dias, 
afixado no lugar de costume. 
Art. 392. A intimação da sentença será feita: 
I - ao réu, pessoalmente, se estiver preso; 
II - ao réu, pessoalmente, ou ao defensor por ele constituído, 
quando se livrar solto, ou, sendo afiançável a infração, tiver 
prestado fiança; 
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III - ao defensor constituído pelo réu, se este, afiançável, ou 
não, a infração, expedido o mandado de prisão, não tiver sido 
encontrado, e assim o certificar o oficial de justiça; 
IV - mediante edital, nos casos do no II, se o réu e o defensor 
que houver constituído não forem encontrados, e assim o 
certificar o oficial de justiça; 
V - mediante edital, nos casos do no III, se o defensor que o réu 
houver constituído também não for encontrado, e assim o 
certificar o oficial de justiça; 
VI - mediante edital, se o réu, não tendo constituído defensor, 
não for encontrado, e assim o certificar o oficial de justiça. 
§ 1o O prazo do edital será de 90 dias, se tiver sido imposta 
pena privativa de liberdade por tempo igual ou superior a um 
ano, e de 60 dias, nos outros casos. 
§ 2o O prazo para apelação correrá após o término do fixado no 
edital, salvo se, no curso deste, for feita a intimação por 
qualquer das outras formas estabelecidas neste artigo. 
 
Podemos resumir isto com o seguinte quadro: 
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Após a intimação, a parte que restar inconformada com a sentença 
poderá recorrer, e o recurso cabível é a APELAÇÃO. 
 
 
 
 
 
 
 
 
INTIMAÇÃO DA 
SENTENÇA 
DEFESA ACUSAÇÃO 
SENTENÇA 
CONDENATÓRIA 
 
SENTENÇA 
ABSOLUTÓRIA 
 
MP QUERELANTE 
PESSOALMENTE 
OU POR MEIO 
DO ADVOGADO 
PESSOALMENTE PESSOALMENTE, POR 
MEIO DE ADVOGADO 
OU POR EDITAL (CASO 
AMBOS NÃO FOREM 
ENCONTRADOS) 
 
RÉU SOLTO: 
PESSOALMENTE, POR 
MEIO DE ADVOGADO 
OU POR EDITAL (CASO 
AMBOS NÃO FOREM 
ENCONTRADOS) 
RÉU PRESO: 
PESSOALMENTE 
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LISTA DAS QUESTÕES 
 
 
 
01 - (FCC – 2008 – TCE/AL – PROCURADOR) 
A perda de função pública constitui efeito da condenação quando aplicada 
pena privativa de liberdade igual ou superior a 
A) quatro anos, nos crimes praticados com abuso de poder ou violação de 
dever para com a Administração Pública, independentemente de 
motivação na sentença. 
B) quatro anos, nos crimes praticados com abuso de poder ou violação de 
dever para com a Administração Pública, desde que a sentença apresente 
a necessária motivação. 
C) um ano, nos crimes praticados com abuso de poder ou violação de 
dever para com a Administração Pública, desde que a sentença apresente 
a necessária motivação. 
D) um ano, para qualquer crime, desde que a sentença apresente a 
necessária motivação. 
E) um ano, nos crimes praticados com abuso de poder ou violação dedever para com a Administração Pública, independentemente de 
motivação na sentença. 
 
02 - (FCC – 2011 – TRE/TO – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA 
JUDICIÁRIA) 
Nos termos do Código Penal, é efeito automático da condenação, não 
sendo necessário ser declarado na sentença: 
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A) A perda de cargo, função pública ou mandato eletivo quando for 
aplicada pena privativa de liberdade por tempo superior a quatro anos em 
qualquer crime, salvo nos crimes praticados com abuso de poder ou 
violação de dever para com a Administração Pública. 
B) A perda de cargo, função pública ou mandato eletivo, quando aplicada 
pena privativa de liberdade por tempo igual ou superior a um ano, nos 
crimes praticados com abuso de poder ou violação de dever para com a 
Administração Pública. 
C) Tornar certa a obrigação de indenizar o dano causado pelo crime. 
D) A incapacidade para o exercício do pátrio poder, tutela ou curatela, nos 
crimes dolosos, sujeitos à pena de reclusão, cometidos contra filho, 
tutelado ou curatelado. 
E) A inabilitação para dirigir veículo, quando utilizado como meio para a 
prática de crime doloso. 
 
03 - (FCC – 2010 – TJ/PI – ASSESSOR JURÍDICO) 
Constitui, dentre outros, efeito penal secundário da condenação 
A) a inscrição do nome do condenado no rol dos culpados. 
B) a reparação do dano resultante do crime. 
C) o confisco dos instrumentos do crime, na forma prevista em lei. 
D) a incapacidade para o exercício do pátrio poder, nos casos previstos 
em lei. 
E) inabilitação para dirigir veículos, nos casos previstos em lei. 
 
04 - (FCC – 2009 – TJ/SE – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA 
JUDICIÁRIA) 
Os efeitos extrapenais da condenação, previstos no art. 92 do Código 
Penal brasileiro, são: 
A) não específicos e genéricos. 
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B) automáticos e secundários. 
C) específicos e não automáticos. 
D) primários e não automáticos. 
E) genéricos e específicos. 
 
05 - (FCC - 2011 - TRE-AP - ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA 
JUDICIÁRIA) 
Sobre a sentença é correto afirmar que: 
A) O juiz, ao proferir a sentença condenatória, não poderá fixar em favor 
do ofendido valor mínimo para reparação dos danos causados pela 
infração, devendo a discussão ser dirimida no juízo cível. 
B) Qualquer das partes poderá, no prazo de cinco dias, pedir ao juiz que 
declare a sentença, sempre que nela houver obscuridade, ambiguidade, 
contradição ou omissão. 
C) O juiz, sem modificar a descrição do fato contida na denúncia ou 
queixa, poderá atribuir-lhe definição jurídica diversa, desde que, em 
consequência, não tenha de aplicar pena mais grave. 
D) Nos crimes de ação pública, o juiz poderá proferir sentença 
condenatória, ainda que o Ministério Público tenha opinado pela 
absolvição, bem como reconhecer agravantes, embora nenhuma tenha 
sido alegada. 
E) Havendo aditamento da denúncia, cada parte poderá arrolar até cinco 
testemunhas, no prazo de 5 (cinco) dias, ficando o juiz, na sentença, 
adstrito aos termos do aditamento. 
 
06 - (FCC - 2010 - TRE-RS - ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA 
JUDICIÁRIA) 
Direito Processual Penal – TRE/MG 
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"A" foi denunciado pela prática de furto, tendo a denúncia narrado que 
ele abordou a vítima e, após desferir-lhe socos e pontapés, subtraiu para 
si a bolsa que ela carregava. Nesse caso: 
A) o Juiz não poderá condenar o réu por roubo, por ser a pena desse 
crime mais grave que a do furto. 
B) como o fato foi classificado erroneamente, o Juiz poderá condenar o 
réu por roubo, devendo, antes, proceder ao seu interrogatório. 
C) o Juiz poderá dar aos fatos classificação jurídica diversa, condenando o 
réu pela prática de roubo. 
D) o Juiz poderá dar ao fato classificação jurídica diversa da que constou 
da denúncia, dando ao Ministério Público e à Defesa oportunidade para se 
manifestarem e arrolarem testemunhas. 
E) o processo será nulo se o Juiz condenar o acusado por roubo, porque 
violado o princípio da correlação entre a sentença e o pedido. 
 
07 - (FCC - 2009 - MPE-SE - ANALISTA DO MINISTÉRIO PÚBLICO - 
ESPECIALIDADE DIREITO) 
Admitido o aditamento da denúncia, as partes poderão arrolar até 
A) cinco testemunhas, realizando-se novo interrogatório do acusado. 
B) oito testemunhas, realizando-se novo interrogatório do acusado. 
C) três testemunhas, dispensado novo interrogatório do acusado. 
D) três testemunhas, realizando-se novo interrogatório do acusado. 
E) cinco testemunhas, dispensado novo interrogatório do acusado. 
 
08 - (FCC - 2009 - MPE-SE - ANALISTA DO MINISTÉRIO PÚBLICO - 
ESPECIALIDADE DIREITO) 
Sentença absolutória imprópria é aquela em que o réu é 
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A) condenado, mas depois tem reconhecida a prescrição da pretensão 
punitiva. 
B) absolvido por insuficiência de provas. 
C) condenado, mas recebe perdão judicial. 
D) absolvido, mas recebe medida de segurança. 
E) absolvido em primeira instância e, provido recurso do Ministério 
Público, condenado pelo Tribunal. 
 
09 - (FCC - 2001 - TRF - 1ª REGIÃO - ANALISTA JUDICIÁRIO - 
ÁREA JUDICIÁRIA) 
Quando na sentença criminal houver obscuridade, ambigüidade, 
contradição ou omissão, qualquer das partes poderá pedir ao juiz que a 
declare, no prazo de 
A) 10 dias. 
B) 8 dias. 
C) 5 dias. 
D) 2 dias. 
E) 24 horas. 
 
10 - (FCC - 2010 - TRE-AL - ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA 
JUDICIÁRIA) 
O réu foi denunciado como incurso nas penas do artigo 155, "caput", do 
Código Penal, porém a prova colhida na fase de instrução demonstra que 
ele não subtraiu a coisa alheia mas, sim, apropriou-se de coisa de que 
tinha a posse. Nesse caso, o Juiz deverá 
A) condenar o réu às penas do artigo 168, "caput", do Código Penal, sem 
necessidade de aditamento à inicial, já que os crimes são igualmente 
apenados. 
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B) julgar o processo, atribuindo ao fato definição jurí- dica diversa, ainda 
que tenha que aplicar pena mais grave. 
C) determinar a abertura de vista dos autos ao Minis- tério Público para 
proceder ao aditamento da de- núncia. 
D) anular o processo desde o início, pois o réu defen- deu-se de um fato 
diferente daquele na verdade ocorrido. 
E) condenar o réu às penas do furto, posto que não pode obrigar o 
Ministério Público a dar nova defi- nição jurídica ao fato. 
 
11 - (FCC - 2011 - TJ-AP - TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E DE 
REGISTROS) 
O juiz 
A) só poderá atribuir definição jurídica diversa, mesmo sem modificar a 
descrição do fato contido na denúncia, se implicar na aplicação de penaigual à do delito previsto na definição jurídica dela constante. 
B) sem modificar a descrição do fato contida na denúncia, poderá atribuir-
lhe definição jurídica diversa, ainda que, em consequência, tenha de 
aplicar pena mais grave. 
C) para aplicar pena mais grave, mesmo sem modificar a descrição do 
fato contida na denúncia, atribuindo- lhe definição jurídica diversa, deverá 
baixar os autos para o Ministério Público aditar a denúncia. 
D) para aplicar pena mais grave, mesmo sem modificar a descrição do 
fato contida na denúncia, atribuindo- lhe definição jurídica diversa, deverá 
encaminhar os autos à Procuradoria-Geral de Justiça, para que outro 
representante do Ministério Público analise eventual aditamento. 
E) só poderá atribuir definição jurídica diversa, mesmo sem modificar a 
descrição do fato contido na denúncia, se implicar na aplicação de pena 
mais branda que a do delito previsto na definição jurídica dela constante. 
 
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12 - (FCC - 2010 - TRE-AC - ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA 
JUDICIÁRIA) 
No caso de ação penal por crime cometido contra vítima maior de 
sessenta anos, em que o Ministério Público não pediu a aplicação de 
agravante por tal circunstância, o Juiz, ao proferir sentença, 
A) não considerará a circunstância, porque não prevista na lei penal. 
B) pode levar em conta a agravante, desde que não contestada pela 
defesa na primeira oportunidade de manifestação nos autos. 
C) não pode reconhecer a agravante, porque não invocada pela 
acusação, em face do princípio do contraditório. 
D) pode levar em conta a agravante e aumentar a pena. 
E) não pode reconhecer a agravante, pois se trata de circunstância 
qualificadora, que implica em mutatio libelli. 
 
13 - (FCC - 2009 - TJ-PA - ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA 
JUDICIÁRIA) 
Sentença absolutória imprópria é a que 
A) concede ao acusado a suspensão condicional da pena. 
B) impõe ao acusado somente medida de segurança. 
C) substitui a pena privativa da liberdade por multa. 
D) substitui a pena privativa da liberdade por pena restritiva de direitos. 
E) estabelece o regime prisional aberto para o cumprimento da pena 
 
 
 
 
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01 - (FCC – 2008 – TCE/AL – PROCURADOR) 
A perda de função pública constitui efeito da condenação quando 
aplicada pena privativa de liberdade igual ou superior a 
A) quatro anos, nos crimes praticados com abuso de poder ou 
violação de dever para com a Administração Pública, 
independentemente de motivação na sentença. 
B) quatro anos, nos crimes praticados com abuso de poder ou 
violação de dever para com a Administração Pública, desde que a 
sentença apresente a necessária motivação. 
C) um ano, nos crimes praticados com abuso de poder ou violação 
de dever para com a Administração Pública, desde que a sentença 
apresente a necessária motivação. 
D) um ano, para qualquer crime, desde que a sentença apresente 
a necessária motivação. 
E) um ano, nos crimes praticados com abuso de poder ou violação 
de dever para com a Administração Pública, independentemente 
de motivação na sentença. 
COMENTÁRIOS: A perda da função pública é um efeito secundário 
extrapenal da condenação, sendo também classificado como um efeito 
específico, pois só se aplica a determinados casos. Está previsto no art. 
92, I do CP: Art. 92 - São também efeitos da condenação:(Redação dada 
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984), I - a perda de cargo, função pública ou 
mandato eletivo: (Redação dada pela Lei nº 9.268, de 1º.4.1996), a) 
quando aplicada pena privativa de liberdade por tempo igual ou superior a 
um ano, nos crimes praticados com abuso de poder ou violação de dever 
para com a Administração Pública; (Incluído pela Lei nº 9.268, de 
1º.4.1996), b) quando for aplicada pena privativa de liberdade por tempo 
superior a 4 (quatro) anos nos demais casos. (Incluído pela Lei nº 9.268, 
de 1º.4.1996). 
QUESTÕES COMENTADAS 
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Vejam que ela pode ocorrer e duas hipóteses: Crime praticado contra a 
administração pública (pena aplicada igual ou superior a um ano); 
Qualquer crime (Pena privativa de liberdade superior a 04 anos). 
Este efeito da condenação não é automático, devendo constar 
expressamente na sentença, nos termos do § único do mesmo art.: 
Parágrafo único - Os efeitos de que trata este artigo não são automáticos, 
devendo ser motivadamente declarados na sentença. (Redação dada pela 
Lei nº 7.209, de 11.7.1984). 
Portanto, a alternativa correta é a letra C. 
 
 
02 - (FCC – 2011 – TRE/TO – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA 
JUDICIÁRIA) 
Nos termos do Código Penal, é efeito automático da condenação, 
não sendo necessário ser declarado na sentença: 
A) A perda de cargo, função pública ou mandato eletivo quando 
for aplicada pena privativa de liberdade por tempo superior a 
quatro anos em qualquer crime, salvo nos crimes praticados com 
abuso de poder ou violação de dever para com a Administração 
Pública. 
B) A perda de cargo, função pública ou mandato eletivo, quando 
aplicada pena privativa de liberdade por tempo igual ou superior a 
um ano, nos crimes praticados com abuso de poder ou violação de 
dever para com a Administração Pública. 
C) Tornar certa a obrigação de indenizar o dano causado pelo 
crime. 
D) A incapacidade para o exercício do pátrio poder, tutela ou 
curatela, nos crimes dolosos, sujeitos à pena de reclusão, 
cometidos contra filho, tutelado ou curatelado. 
E) A inabilitação para dirigir veículo, quando utilizado como meio 
para a prática de crime doloso. 
COMENTÁRIOS: A ocorrência automática dos efeitos extrapenais só se 
dá nas hipóteses de efeitos extrapenais genéricos, previstos no art. 91 do 
CP (obrigação de reparar o dano e confisco), o que se extrai mediante 
uma interpretação a contrario sensu do § único do art. 92, que diz ser 
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aplicável somente aos efeitos previstos naquele art. Parágrafo único - Os 
efeitos de que trata este artigo não são automáticos, devendo ser 
motivadamente declarados na sentença. (Redação dada pela Lei nº 
7.209, de 11.7.1984). Como os efeitos citados (obrigação de reparar o 
dano e confisco) se encontram no art. 91, daí decorre que sejam efeitos 
automáticos, dispensando expressa previsão na sentença. 
Desta maneira, a alternativa correta é a letra C. 
 
 
04 - (FCC – 2010 – TJ/PI – ASSESSOR JURÍDICO) 
Constitui, dentre outros, efeito penal secundário da condenação 
A) a inscrição do nome do condenado no rol dos culpados. 
B) a reparação do dano resultante do crime. 
C) o confisco dos instrumentos do crime, na forma prevista em lei. 
D) a incapacidade para o exercício do pátrio poder, nos casos 
previstos em lei. 
E) inabilitação para dirigirveículos, nos casos previstos em lei. 
COMENTÁRIOS: O efeito penal é aquele que, como o próprio nome diz, 
afeta a vida do condenado na esfera criminal. Pode ser primário, quando 
se tratar do objetivo principal da condenação, que é a aplicação da lei 
penal (pena ou medida de segurança). 
Pode ser, ainda, secundário, quando, de qualquer outra maneira, afeta a 
vida do condenado na esfera penal. Assim, um dos efeitos penais 
secundários é a inscrição do nome do condenado no rol dos culpados, que 
embora não esteja previsto no CP, é efeito estabelecido no art. 393, II do 
CPP. Vejamos: Art. 393. São efeitos da sentença condenatória recorrível: 
(Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011). (...), II - ser o nome do réu 
lançado no rol dos culpados. Entretanto, este artigo 393, como vocês 
podem perceber, foi revogado recentemente pela Lei 12.403/11, de forma 
que, atualmente, não possui mais vigência. 
Assim, a alternativa correta é a letra A, com a ressalva de que, 
atualmente, o dispositivo que fundamentava este efeito da condenação 
encontra-se revogado. 
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04 - (FCC – 2009 – TJ/SE – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA 
JUDICIÁRIA) 
Os efeitos extrapenais da condenação, previstos no art. 92 do 
Código Penal brasileiro, são: 
A) não específicos e genéricos. 
B) automáticos e secundários. 
C) específicos e não automáticos. 
D) primários e não automáticos. 
E) genéricos e específicos. 
COMENTÁRIOS: Os efeitos extrapenais, como vimos, podem ser 
genéricos ou específicos e automáticos ou não-automáticos. Os efeitos 
previstos no art. 91, por interpretação a contrario sensu do § único do 
art. 92 do CP são genéricos e automáticos. Por sua vez, os efeitos 
extrapenais previstos no art. 92, em razão de expressa previsão em seu § 
único, dependem de previsão na sentença condenatória, sendo, portanto, 
não automáticos. São considerados, ainda, específicos, eis que não se 
aplicam a todo e qualquer caso de condenação, indistintamente, mas 
somente naqueles casos previstos nos incisos I, II e III do art. 92. Desta 
maneira, a alternativa correta é a letra C. 
 
 
05 - (FCC - 2011 - TRE-AP - ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA 
JUDICIÁRIA) 
Sobre a sentença é correto afirmar que: 
A) O juiz, ao proferir a sentença condenatória, não poderá fixar 
em favor do ofendido valor mínimo para reparação dos danos 
causados pela infração, devendo a discussão ser dirimida no juízo 
cível. 
ERRADA: Isso é possível, conforme expressa previsão do art. 387, IV do 
CPP: 
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Art. 387. O juiz, ao proferir sentença condenatória: (Vide Lei nº 
11.719, de 2008) 
(...) 
IV - fixará valor mínimo para reparação dos danos causados pela 
infração, considerando os prejuízos sofridos pelo ofendido; 
(Redação dada pela Lei nº 11.719, de 2008). 
 
B) Qualquer das partes poderá, no prazo de cinco dias, pedir ao 
juiz que declare a sentença, sempre que nela houver obscuridade, 
ambiguidade, contradição ou omissão. 
ERRADA: O prazo para a interposição dos EMBARGOS DE DECLARAÇÃO é 
de apenas dois dias, nos termos do art. 382 do CPP: 
Art. 382. Qualquer das partes poderá, no prazo de 2 (dois) dias, 
pedir ao juiz que declare a sentença, sempre que nela houver 
obscuridade, ambigüidade, contradição ou omissão. 
 
C) O juiz, sem modificar a descrição do fato contida na denúncia 
ou queixa, poderá atribuir-lhe definição jurídica diversa, desde 
que, em consequência, não tenha de aplicar pena mais grave. 
ERRADA: O Juiz pode fazer isto (emendatio libelli), ainda que em 
decorrência desta prática possa resultar em aplicação de pena mais 
grave. Vejamos o que diz o art. 383 do CPP: 
Art. 383. O juiz, sem modificar a descrição do fato contida na 
denúncia ou queixa, poderá atribuir-lhe definição jurídica 
diversa, ainda que, em conseqüência, tenha de aplicar pena 
mais grave. (Redação dada pela Lei nº 11.719, de 2008). 
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D) Nos crimes de ação pública, o juiz poderá proferir sentença 
condenatória, ainda que o Ministério Público tenha opinado pela 
absolvição, bem como reconhecer agravantes, embora nenhuma 
tenha sido alegada. 
CORRETA: Esta é a previsão literal do art. 385 do CPP: 
Art. 385. Nos crimes de ação pública, o juiz poderá proferir 
sentença condenatória, ainda que o Ministério Público tenha 
opinado pela absolvição, bem como reconhecer agravantes, 
embora nenhuma tenha sido alegada. 
 
E) Havendo aditamento da denúncia, cada parte poderá arrolar 
até cinco testemunhas, no prazo de 5 (cinco) dias, ficando o juiz, 
na sentença, adstrito aos termos do aditamento. 
ERRADA: Havendo aditamento da denúncia em razão de MUTATIO 
LIBELLI, cada parte poderá arrolar até TRÊS testemunhas, no prazo de 
cinco dias, conforme §4° do art. 384 do CPP: 
§ 4o Havendo aditamento, cada parte poderá arrolar até 3 (três) 
testemunhas, no prazo de 5 (cinco) dias, ficando o juiz, na 
sentença, adstrito aos termos do aditamento. (Incluído pela Lei 
nº 11.719, de 2008). 
 
06 - (FCC - 2010 - TRE-RS - ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA 
JUDICIÁRIA) 
"A" foi denunciado pela prática de furto, tendo a denúncia 
narrado que ele abordou a vítima e, após desferir-lhe socos e 
pontapés, subtraiu para si a bolsa que ela carregava. Nesse caso: 
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A) o Juiz não poderá condenar o réu por roubo, por ser a pena 
desse crime mais grave que a do furto. 
B) como o fato foi classificado erroneamente, o Juiz poderá 
condenar o réu por roubo, devendo, antes, proceder ao seu 
interrogatório. 
C) o Juiz poderá dar aos fatos classificação jurídica diversa, 
condenando o réu pela prática de roubo. 
D) o Juiz poderá dar ao fato classificação jurídica diversa da que 
constou da denúncia, dando ao Ministério Público e à Defesa 
oportunidade para se manifestarem e arrolarem testemunhas. 
E) o processo será nulo se o Juiz condenar o acusado por roubo, 
porque violado o princípio da correlação entre a sentença e o 
pedido. 
COMENTÁRIOS: Nesse caso, não há alteração do fato descrito na 
denúncia (eis que a denúncia narrou a violência praticada), mas somente 
redefinição da capitulação legal do fato. Estamos diante, portanto, de 
emendatio libelli, de forma que o Juiz pode dar ao fato classificação 
jurídica diversa, AINDA QUE ISSO RESULTE EM APLICAÇÃO DE PENA 
MAIS GRAVE. Nos termos do art. 383 do CPP: 
Art. 383. O juiz, sem modificar a descrição do fato contida na 
denúncia ou queixa, poderá atribuir-lhe definição jurídica 
diversa, ainda que, em conseqüência, tenha de aplicar pena 
mais grave. (Redação dada pela Lei nº 11.719, de 2008). 
 
Portanto, a alternativa correta é a letra C. 
 
07 - (FCC - 2009 - MPE-SE - ANALISTA DO MINISTÉRIO PÚBLICO - 
ESPECIALIDADE DIREITO)Direito Processual Penal – TRE/MG 
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Admitido o aditamento da denúncia, as partes poderão arrolar 
até 
A) cinco testemunhas, realizando-se novo interrogatório do 
acusado. 
B) oito testemunhas, realizando-se novo interrogatório do 
acusado. 
C) três testemunhas, dispensado novo interrogatório do acusado. 
D) três testemunhas, realizando-se novo interrogatório do 
acusado. 
E) cinco testemunhas, dispensado novo interrogatório do acusado. 
COMENTÁRIOS: Havendo aditamento da denúncia em razão de 
MUTATIO LIBELLI, cada parte poderá arrolar até TRÊS testemunhas, no 
prazo de cinco dias, conforme §4° do art. 384 do CPP: 
§ 4o Havendo aditamento, cada parte poderá arrolar até 3 (três) 
testemunhas, no prazo de 5 (cinco) dias, ficando o juiz, na 
sentença, adstrito aos termos do aditamento. (Incluído pela Lei 
nº 11.719, de 2008). 
 Deverá ser procedido, ainda, a novo interrogatório do réu, nos termos do 
art. 384, §2° do CPP: 
§ 2o Ouvido o defensor do acusado no prazo de 5 (cinco) dias e 
admitido o aditamento, o juiz, a requerimento de qualquer das 
partes, designará dia e hora para continuação da audiência, com 
inquirição de testemunhas, novo interrogatório do acusado, 
realização de debates e julgamento. (Incluído pela Lei nº 
11.719, de 2008). 
 
Assim, a alternativa correta é a letra D. 
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08 - (FCC - 2009 - MPE-SE - ANALISTA DO MINISTÉRIO PÚBLICO - 
ESPECIALIDADE DIREITO) 
Sentença absolutória imprópria é aquela em que o réu é 
A) condenado, mas depois tem reconhecida a prescrição da 
pretensão punitiva. 
B) absolvido por insuficiência de provas. 
C) condenado, mas recebe perdão judicial. 
D) absolvido, mas recebe medida de segurança. 
E) absolvido em primeira instância e, provido recurso do 
Ministério Público, condenado pelo Tribunal. 
COMENTÁRIOS: A sentença que absolve o réu tem como conseqüência a 
ausência de reflexos penais negativos. A essa sentença (normal) se dá o 
nome de sentença absolutória própria. Pode ocorrer, no entanto, de o réu 
ser absolvido mas lhe ser imposta medida de segurança, em razão de sua 
periculosidade. Essa medida de segurança é aplicada quando o réu é 
absolvido por ser inimputável à época do fato, em razão de doença 
mental ou desenvolvimento mental retardado ou incompleto. 
Havendo a absolvição do réu em razão de sua inimputabilidade, e sendo-
lhe aplicada medida de segurança, estaremos diante de uma sentença 
absolutória imprópria. 
Assim, a alternativa correta é a letra D. 
 
09 - (FCC - 2001 - TRF - 1ª REGIÃO - ANALISTA JUDICIÁRIO - 
ÁREA JUDICIÁRIA) 
Quando na sentença criminal houver obscuridade, ambigüidade, 
contradição ou omissão, qualquer das partes poderá pedir ao juiz 
que a declare, no prazo de 
A) 10 dias. 
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B) 8 dias. 
C) 5 dias. 
D) 2 dias. 
E) 24 horas. 
COMENTÁRIOS: O prazo para oferecimento dos embargos de declaração 
no processo penal é de apenas dois dias, nos termos do que dispõe o art. 
382 do CPP. Vejamos: 
Art. 382. Qualquer das partes poderá, no prazo de 2 (dois) dias, 
pedir ao juiz que declare a sentença, sempre que nela houver 
obscuridade, ambigüidade, contradição ou omissão. 
 
10 - (FCC - 2010 - TRE-AL - ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA 
JUDICIÁRIA) 
O réu foi denunciado como incurso nas penas do artigo 155, 
"caput", do Código Penal, porém a prova colhida na fase de 
instrução demonstra que ele não subtraiu a coisa alheia mas, 
sim, apropriou-se de coisa de que tinha a posse. Nesse caso, o 
Juiz deverá 
A) condenar o réu às penas do artigo 168, "caput", do Código 
Penal, sem necessidade de aditamento à inicial, já que os crimes 
são igualmente apenados. 
B) julgar o processo, atribuindo ao fato definição jurídica diversa, 
ainda que tenha que aplicar pena mais grave. 
C) determinar a abertura de vista dos autos ao Ministério Público 
para proceder ao aditamento da de- núncia. 
D) anular o processo desde o início, pois o réu defendeu-se de um 
fato diferente daquele na verdade ocorrido. 
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E) condenar o réu às penas do furto, posto que não pode obrigar o 
Ministério Público a dar nova definição jurídica ao fato. 
COMENTÁRIOS: Percebam que, neste caso, não estamos diante de mera 
alteração na classificação do fato, mas de alteração dos fatos descritos na 
denúncia, pois a denúncia não narrou este fato (apropriação da coisa 
alheia da qual estava na posse), mas narrou um furto (narrou fatos 
distintos). Assim sendo, estamos diante do fenômeno da MUTATIO 
LIBELLI. 
Sendo MUTATIO LIBELLI, o Juiz deverá abrir vista ao MP para que este 
faça o aditamento da denúncia, caso entenda cabível. 
Assim, a alternativa correta é a letra C. 
 
11 - (FCC - 2011 - TJ-AP - TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E DE 
REGISTROS) 
O juiz 
A) só poderá atribuir definição jurídica diversa, mesmo sem 
modificar a descrição do fato contido na denúncia, se implicar na 
aplicação de pena igual à do delito previsto na definição jurídica 
dela constante. 
B) sem modificar a descrição do fato contida na denúncia, poderá 
atribuir-lhe definição jurídica diversa, ainda que, em 
consequência, tenha de aplicar pena mais grave. 
C) para aplicar pena mais grave, mesmo sem modificar a 
descrição do fato contida na denúncia, atribuindo- lhe definição 
jurídica diversa, deverá baixar os autos para o Ministério Público 
aditar a denúncia. 
D) para aplicar pena mais grave, mesmo sem modificar a 
descrição do fato contida na denúncia, atribuindo- lhe definição 
jurídica diversa, deverá encaminhar os autos à Procuradoria-Geral 
de Justiça, para que outro representante do Ministério Público 
analise eventual aditamento. 
Direito Processual Penal – TRE/MG 
ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Renan Araujo – Aula 10 
 
 
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E) só poderá atribuir definição jurídica diversa, mesmo sem 
modificar a descrição do fato contido na denúncia, se implicar na 
aplicação de pena mais branda que a do delito previsto na 
definição jurídica dela constante. 
COMENTÁRIOS: O Juiz poderá dar ao fato narrado definição jurídica 
diversa, ainda que disso possa resultar PENALIDADE MAIS GRAVE. Trata-
se da EMENDATIO LIBELLI. Vejamos o art. 383 do CPP: 
Art. 383. O juiz, sem modificar a descrição do fato contida na 
denúncia ou queixa, poderá atribuir-lhe definição jurídica 
diversa, ainda que, em conseqüência, tenha de aplicar pena 
mais grave. (Redação dada pela Lei nº 11.719, de 2008). 
Assim, a alternativa correta é a letra B. 
 
12 - (FCC - 2010 - TRE-AC - ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA 
JUDICIÁRIA) 
No caso de ação penal por crime cometido contra vítima maior

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