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Alda Maria B N Madeira BMP0222 – Introdução à Parasitologia Veterinária Trematoides Trematódeos - Classificação Platelmynthes Trematoda Aspidogastrea Digenea Classe Sub-classe Echinostomida Ordem Fasciolidae Família Plagiorchiida Dicrocoeliidae Fasciola hepatica Eurytrema spp Strigeidida Schistosomatidae Schistosoma mansoni Espécie Filo Paramphistomidae Paramphistomum spp • Considerável importância médico veterinária. • São achatados dorsoventralmente • Trato digestivo termina em fundo cego. • Apresentam ventosas para fixação. • São hermafroditas (de um modo geral). • Parasitam animais vertebrados. • Ocorrem geralmente nos dutos biliares, no trato digestivo e no sistema vascular. • Geralmente os ovos saem pelas fezes ou urina e os estágios larvais desenvolvem num hospedeiro intermediário (molusco). Trematoides digenéticos Fasciola hepatica Fasciola hepatica Fasciola hepatica – Introdução • Fasciolose é causada pela Fasciola hepatica. • Cosmopolita, principalmente em regiões próximas a áreas alagadiças e sujeitas à inundações. • Parasita dutos biliares do fígado de mamíferos, principalmente bovinos e ovinos. Também acomete equinos, asininos, cervídeos, suínos e coelhos. • Zoonose – acidentalmente. • Há acometimento hepático e emagrecimento. Nas infecções agudas, causa anemia, diarréia sanguinolenta e morte dos animais. • Maiores prejuízos: Estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. • Perda econômica: redução da produtividade, condenação dos fígados nos abatedouros. Rio Grande do Sul: taxa de condenação dos fígados de bovinos (13%), ovinos (7%). Fasciola hepatica – Morfologia • Aspecto foliáceo, medindo 3 x 1,5 cm. • Corpo achatado dorsoventralmente, no animal vivo deforma-se continuamente devido às contrações musculares. • Não existe cavidade corpórea, os órgãos abrigam-se num parênquima. • Tegumento com espinhos. • Ventosas oral (extremidade anterior) e ventral (no terço anterior do parasita). • São hermafroditas. Fasciola hepatica • Definitive Host: Herbivorous mammals. Occasionally humans. • First Intermediate Host: Aquatic snails • Second Intermediate Host: None. Metacercaria form on aquatic plant or water column. Fasciola hepatica – Morfologia 1. Aparelho digestivo a. Ventosa oral b. Ventosa ventral c. Dois ramos intestinais d. Nume ro sa s ram i f i c a çõe s que terminam em fundo cego. 2. Substâncias não digeridas provavelmente são regurgitadas Fasciola hepatica – Morfologia 1. Aparelho genital feminino a. Poro genital b. Útero c. Oótipo (geração da casca do ovo) d. Um só ovário ramificado e. C a n a i s d a s g l â n d u l a s vitelogênicas f. Ácinos glandulares Fasciola hepatica – Morfologia 1. Aparelho genital masculino a. Cirro desenvaginado b. B o l s a do c i r r o c on t endo segmento prostático c. Dois canais eferentes d. Testículo posterior ramificado 2. Test í cu lo anter io r também é ramificado (não mostrado). 3. Autofecundação não é usual Fasciola hepatica – Morfologia Fasciola hepatica – Morfologia Fasciola hepatica – Adulto • Parasita a vesícula biliar e os canais biliares mais calibrosos do hospedeiro vertebrado. • Pela ação do parasita os canais tornam-se hipertrofiados. • Os parasitas nutrem-se do conteúdo biliar, de produtos da reação inflamatória e produtos necróticos. • A longevidade dos parasitas pode chegar até 8 a 10 anos (ovinos) • Em bovinos a longevidade dos parasitas geralmente é de 1 ano. Fasciola hepatica • Um ovo de trematóide centenas de adultos. • Isto se deve ao fenômeno de pedogênese que ocorre no hospedeiro intermediário. • Pedogênese: uma única forma larval gera vários adultos. Fasciola hepatica – ciclo biológico Ovo de Fasciola hepatica • Trematóides adultos são ovíparos. Põem ovos com um opérculo. • Capacidade de postura de até 20.000 ovos/dia • Os ovos são postos nos canais biliares, arrastados pela bile, sendo eliminados juntamente com as fezes. Fasciola hepatica – ciclo biológico Fasciola hepatica – ovo • Ovos grandes, aproximadamente o dobro do tamanho de um ovo de tricostrongilídeo (140 µm x 60 a 100µm), ovais ou elípticos, de casca fina, operculado. • Apenas os ovos presentes em locais úmidos ou que são arrastados pelas águas das chuvas para estes locais se desenvolverão. • Ovo não sobrevive à dessecação e à temperaturas baixas. Ovo Fasciola hepatica • Em água sob temperatura adequada, os ovos passam por desenvolvimento embrionário miracídio (larva piriforme ciliada). • Sob estímulo da luz, o miracídio digere o cemento protéico que mantém o opérculo fechado e emerge do ovo em poucos minutos. Fasciola hepatica – ciclo biológico Fasciola hepatica – miracídio • Possui revestimento ciliar, tem capacidade de nadar é a forma infectante para o hospedeiro intermediário (molusco do gênero Lymnaea). Contém inúmeras células germinativas. • Quando liberado na água, não se alimenta, necessita infectar o hospedeiro intermediário dentro de três horas. A penetração demora 30 minutos. • Pode penetrar próximo à antena, pé, branquias do molusco. Após a penetração migra para os tecidos adjacentes. Fasciola hepatica – molusco Lymnaea spp. • Vive em coleções de águas superficiais, margens dos lagos e represas, nos brejos e pastagens alagadiças. • Alimentam-se de microalgas. • Microalgas necessitam de luz para seu metabolismo. • Moluscos nunca são encontrados em locais sombrios. • Época de seca prolongada: caramujo em estivação (hibernação). • Na época das cheias são transportados pela águas correntes, inundação. • Após a penetração o miracídio perde os cílios e origina uma estrutura alongada denominada de esporocisto. • Há perda dos cílios, abosorve alimento do hospedeiro pelo íntimo contato. • Células germinativas se desenvolvem originando as rédias. Fasciola hepatica – ciclo biológico Fasciola hepatica – esporocisto Esporocisto • Cada esporocisto origina a 5 ou 8 rédias • Rédias saem do esporocisto e colonizam o hepatopâncreas do molusco. • Condições ambientais favoráveis para o caramujo: rédia gera cercárias • Condições ambientais inadequadas para o caramujo: rédia gera rédias filhas ou de segunda geração. Fasciola hepatica – ciclo biológico Fasciola hepatica – rédia Rédias • Cercárias (trematóides jovens com cauda longa) emergem ativamente do caramujo, em quantidades consideráveis. • Estímulo para saída das cercárias do caramujo está geralmente associado à alterações de temperatura e intensidade da luz. • Uma vez infectado, o caramujo continua sempre produzindo cercárias. • Os caramujos morrem devido ao desenvolvimento do parasita no hepatopâncreas. Fasciola hepatica – ciclo biológico Fasciola hepatica – cercárias • Cercária é oval ou arredondada, mede 20 µm e possui uma cauda simples medindo 500 µm que se agita como um chicote. • Apresenta cachos de glândulas cistógenas. Cercárias Fasciola hepatica – cercárias • Cercárias nadam por algum tempo, elimina o conteúdo das glândulas cistógenas que a recobre, perde sua cauda e se encista fixando-se à vegetação metacercária. • As metacercárias podem sobreviver na vegetaçãopor até 3 meses entre 20 a 30 oC. • A infecção de um caramujo por um miracídio pode gerar mais de 600 metacercárias. Fasciola hepatica – ciclo biológico Fasciola hepatica – metacercária • Uma vez ingerido, a parede externa do cisto é removida mecanicamente durante a mastigação. • A ruptura do cisto ocorre no intestino às custas da presença de enzimas. Fasciola hepatica – ciclo biológico • Trematóide jovem atravessa a parede intestinal cavidade peritoneal, parênquima hepático (migram por 6 a 8 semanas) dutos biliares onde amadurecem sexualmente. Fasciola hepatica – ciclo biológico Fasciola hepatica – ciclo biológico Ciclo biológico Fasciola hepatica Período pré-patente: 10 a 12 semanas Ciclo: 17 a 18 semanas Fasciola hepatica – Patogênese • Migração de grande quantidade de larvas no parênquima hepático hepatite traumática e hemorragia. • Parasita presente nos dutos biliares, atividade hematófaga e lesão da mucosa biliar pelos espinhos Colangite (inflamação dos dutos biliares) crônica, hiperplasia do epitélio tubular dos canais biliares. • Pode ocorrer obstrução dos canais biliares e icterícia. • Como conseqüência há fibrose hepática. Fasciola hepatica no fígado Fasciola hepatica – Ovinos • Fasciolose em ovinos pode ser bastante exuberante. projovem.drapc.min-agricultura.pt Fasciola hepatica – Ovinos • Pode ser aguda, subaguda ou crônica • Aguda: • Ocorre após 2 a 6 semanas da ingestão de grandes quantidades de metacercárias (>2000). • Há hemorragia resultante da ruptura de vasos sanguíneos, lesão hepática (migração dos parasitas). • Pode ocorrer morte súbita, fraqueza, pode apresentar mucosas pálidas, fígado dilatado, dor abdominal. Fígado – fasciolose aguda Fasciola hepatica – Ovinos • Subaguda: • Ocorre após 6 a 10 semanas de ingestão de 500 a 1500 metacercárias. • Ingestão de metacrecárias por um período longo há várias fases do ciclo de vida do parasita no hospedeiro. • Semelhante à aguda, mas de menor intensidade. Fasciola hepatica – Ovinos • Crônica • Forma mais comum. • Ocorre após 4 a 5 meses da ingestão de quantidades moderadas (200 a 500) metacercárias. • Há fibrose hepática e colangite hiperplásica. • Há perda progressiva de peso, anemia, hipoalbuminemia, emagrecimento, palidez das mucosas, edema submandibular e ascite. Fasciola hepatica – Ovinos en.wikipedia.org Hipertrofia dos dutos biliares Fasciola hepatica – Ovinos projovem.drapc.min-agricultura.pt Fibrose hepática Fasciola hepatica – Bovinos Fasciola hepatica – Bovinos • A forma crônica é a mais importante. • Comumente registrada nas regiões Sul e Sudeste do Brasil. • Semelhante ao quadro crônico em ovinos. • Há também calcificação dos dutos biliares e dilatação da vesícula biliar. • Sintomas: inespecíficos, queda dos índices de produtividade, queda na produção e qualidade do leite. Fasciola hepatica – Bovinos Fasciolose crônica www.feedfood.com.br Fasciola hepatica – Patogênese • Ovinos: resposta imune, mas não há comprovações de que os animais não possam se reinfectar. • Bov inos: Sur tos recor rentes → desenvo l v imen to de imun idade adquirida. Fasciola hepatica – Diagnóstico • Clínico: Sintomas observados. • Epidemiológico: Ocorrência sazonal, ocorrência dos habitats dos caramujos, identificação destes hospedeiros intermediários. • Necroscópico: lesões no parênquima hepático e nos dutos biliares, encontro dos parasitas. • Laboratorial: • Métodos diretos: • Exame de fezes: presença de ovos de coloração amarelada nas fezes (observados na segunda e terceira fase da doença). • Avaliação dos níveis plasmáticos de enzimas hepáticas (bovinos). • Métodos indiretos (pesquisa de anticorpos contra a F.hepatica: ELISA Fasciola hepatica – Diagnóstico Fasciola hepatica – Epidemiologia • Ocorrência da Fasciolose depende: • Fonte de infecção (animal parasitado). • Condições ambientais que permitam o desenvolvimento do ovo e do molusco Lymnea. • Habitat do molusco: • Açudes, brejos • Plantações irrigadas (lavouras de arroz) • Locais sujeitos à inundações periódicas (fasciolose ocorre em determinadas épocas do ano): • Estação seca: moluscos em estivação, não há eliminação de cercárias. • Chuvas: moluscos reproduzem-se rapidamente, fezes dos animais carreadas para as regiões mais baixas. Eliminação de cercárias pelos moluscos. Fasciola hepatica – Epidemiologia Fasciola hepatica – Controle • Eliminação da fonte de infecção: tratamento de todos os animais presentes na área de risco com ou sem sintomas. • Destruição dos caramujos: é quase impossível eliminar todos os moluscos, deve tentar reduzir a população em níveis mínimos. O miracídio tem pouco tempo de vida e necessita penetrar no molusco dentro de poucas horas após sua eclosão. • Empregar molusquicidas • Drenar áreas úmidas • Eliminação da vegetação aquática modificando o habitat dos moluscos. • Evitar áreas de pastagens pantanosas e alagadiças • Os ovos somente realizam desenvolvimento embrionário em locais úmidos • Metacercária presente na vegetação Fasciola hepatica – Tratamento • Formas jovens com mais de 1 semana de idade: dianfenetida, triclabendazol • Parasitas com mais de 4 semanas: rafoxanida, nitroxinil • Recomenda-se quando possível, a transferência dos animais para pastagens livre dos trematóides. Fasciola hepatica Paramphistomum spp. Paramphistomum spp – Introdução • Seu formato é diferenciado, são cônicos e não achatados, tem cerca de 1 cm de comprimento. • O gênero Paramphistomum inclui espécies que parasitam o rúmen e o retículo de bovinos, ovinos e caprinos. • A espécies mais importantes são: Paramphistomum cervi e P. microbothrium. Paramphistomum Paramphistomum cervi Formas adultas Paramphistomum spp. – Introdução • Estágios adultos: rúmen e retículo • Estágios imaturos: duodeno. • O ciclo deste parasita é semelhante ao da Fasciola hepatica e também culmina com a formação de metacercárias. • HI: caramujos aquáticos (gêneros Planorbis e Bulinus) • As metacercárias são ingeridas com a pastagem e desencapsulamento da metacercária ocorre no duodeno. • Os trematódeos jovens se fixam e nutrem-se no duodeno por seis semanas antes de migrarem para o rúmen e retículo. • Em infecções maciças os parasitas jovens causam uma enterite severa. • Os parasitas adultos praticamente não causam danos aos animais. Paramphistomum spp. – Epidemiologia • A doença ocorre em locais onde há coleções permanentes de água, como lagos, que servem como fonte de caramujos para áreas alagadas durante as inundações. • Bovinos geralmente desenvolvem boa imunidade, sendo os surtos mais comuns em animais jovens. • Bovinos adultos podem abrigar pequeno número de parasitas, atuando como reservatórios para os bezerros. • Ovinos e caprinos são igualmente suscetíveis por toda a vida. Paramphistomum spp. – Epidemiologia Paramphistomum cervi em rúmen Paramphistomum spp. - Diagnóstico • Clínico: sintomatologia em animais jovens associado a histórico de pastejo em áreas encharcadas. • Exame de fezes • Presença de ovos de coloração clara, semelhantes ao de Fasciola hepatica. • Importante: os sintomas ocorrem no período pré-patente. • Necroscópico: confirmatório,pode-se encontrar os trematóides no duodeno. Paramphistomum spp. – Tratamento/Controle • Tratamento: • Formas imaturas: rafoxanida, niclofolan • Formas adultas: oxiclozanida • Controle: • Impedir o acesso dos animais às fontes naturais de água. • Aplicação de molusquicidas ou remoção manual dos mesmos. Eurytrema coelomaticum Eurytrema coelomaticum – Introdução • Parasita canais pancreáticos de bovinos, caprinos e ovinos. • O verme adulto mede de 8 a 16 x 5 a 8,5 mm. • Hospedeiros intermediários: caramujos terrestres e os gafanhotos. Eurytrema spp Eurytrema coelomaticum – Introdução Eurytrema spp tes$culo intes+no ventosa ventral útero ventosa oral útero ovário glândulas vitelogênicasa Eurytrema coelomaticum – Ciclo Biológico • Os moluscos ingerem os ovos eliminados nas fezes. • Após 4 semanas há formação de esporocistos nas glândulas digestivas dos moluscos. • Não há geração de rédias. • Um esporocisto de 1a geração 100 esporocistos de 2a geração 200 cercárias que são eliminadas ainda dentro do esporocisto pelo molusco à medida que o mesmo se locomove pela vegetação. • A cercária é do tipo microcercária, possuindo forma oval, cauda curta e um estilete na extremidade anterior. • O esporocisto contendo as cercárias são ingeridos pelo gafanhoto. Estas cercárias se transformarão em metacercárias. • Os hospedeiros vertebrados se infectam ingerindo os gafanhotos juntamente com as pastagens. Eurytrema coelomaticum – Ciclo Biológico Molusco do gênero Bradybaena Gafanhoto do gênero Conocephalus Eurytrema coelomaticum – Lesões • As lesões no pâncreas são decorrentes do processo inflamatório crônico dos canais pancreáticos, especialmente em infecções maciças. • Há pancreatite crônica, obstrução dos canais pancreáticos. • Apesar destes parasitas serem freqüentes, não há relatos de mortalidade devido ao parasitismo. Lesões em pâncreas Eurytrema coelomaticum – Diagnóstico/ Tratamento • Diagnóstico: Presença de ovos nas fezes • Tratamento: não há tratamento eficaz. Ovos de Eurytrema spp. Schistosoma mansoni • Schistosoma mansoni causa esquistossomose • O Schistosoma mansoni ocorre na África, América do Sul e Antilhas. • Distribuição geográfica: condicionada à presença de espécies de moluscos de água doce, do gênero Biomphalaria (hospedeiro intermediário). • No mundo estima-se que de 150 a 200 milhões de pessoas estejam infectadas pelo trematódeo. A maioria destas pessoas vivem na Ásia ou África. Em seguida, América do Sul e Caribe. • No Brasil admite-se que mais de 6 milhões de pessoas estejam infectadas. • É considerada como um dos problemas mais sérios de saúde pública. Schistosoma mansoni – Introdução Schistosoma mansoni – Introdução • Importante para ovinos (principalmente) e bovinos. • Os vermes adultos se localizam nas veias mesentéricas do intestino grosso, sigmóide e reto, com sintomas predominantemente intestinais. • Doença aguda: Diarréia e anorexia que ocorre após 6 a 8 semanas da infecção maciça. • Há resposta inflamatória e granulomatosa decorrente da deposição dos ovos nas vênulas e sua subseqüente infiltração na mucosa intestinal. Schistosoma mansoni – Introdução • Os trematódeos do gênero Schistosoma distinguem-se de outros Digenea por apresentarem os sexos separados, um acentuado dimorfismo sexual e pelo fato dos machos apresentarem menos de 10 massas testiculares. Schistosoma mansoni – Introdução Macho Fêmea Schistosoma mansoni – Adultos • Diferentemente dos trematódeos, os esquistosomos apresentam-se como vermes delgados e longos. • Alimentam-se de sangue venoso. • Há contínua renovação da membrana externa dos esquistossomos resistência dos vermes adultos à ação dos anticorpos. • Tegumento recoberto de espinhos auxilia na progressão nos vasos sanguíneos. • Locomoção: extensão e contração do corpo, ventosas auxiliam na fixação e apoio. • Longevidade dos adultos: ainda não se sabe, 3 a 5 anos ou mais. Schistosoma mansoni – Macho • Macho: mede cerca de 1 cm de comprimento por 0,11 cm de largura e sua cor é branca. • Apresenta duas ventosas e abaixo há o canal ginecóforo onde a fêmea se aloja. Schistosoma mansoni – Macho Schistosoma mansoni – Macho a. Ventosa oral e boca b. Porção anterior do intestino. c. Acetábulo ou ventosa ventral d. Vesícula seminal e. Canal deferente f. Testículos g. Porção média do intestino h. Ceco Schistosoma mansoni – Fêmea • Fêmea: corpo cilíndrico, mais longo e fino que o macho (1,2 a 1,6 cm por 0,016 cm de diâmetro. • É mais escura e acinzentada: tem um pigmento derivado da digestão do sangue: hemozoína. • As duas ventosas são muito pequenas e próximas uma da outra. • Necessita do macho para completar o desenvolvimento do aparelho reprodutor (machos eliminam peptídeos que influenciam a fisiologia reprodutiva da fêmea). • A fêmea raramente abandona o canal ginecórofo do macho. Schistosoma mansoni – Fêmea b. Porção anterior do intestino. i. Orifício genital j. Útero contendo dois ovos k. Ovo em processo de formação da casca no oótipo l. Oviduto m. Ovário n. Viteloduto o. Glândulas vitelinas Schistosoma mansoni – Adultos Schistosoma mansoni – Adultos • Adultos acasalados vênulas do plexo hemorroidário superior e ramificações das veias mesentéricas, caminhando contra a corrente sanguínea. • A cópula ocorre pela coaptação dos orifícios genitais masculino e feminino. • Fêmea: se alonga, se insinua nos capilares depositam seus ovos. • Macho e fêmea outras vênulas para continuar a ovoposição. Schistosoma mansoni – Ovo • As fêmeas depositam um ovo por vez, podendo chegar até 300 ovos ao longo das vênulas, capilares dos intestinos delgado e grosso do hospedeiro. • O ovo mede em média 150 µm x 65 µm, e tem um espinho lateral saliente pontiagudo. • Dentro do ovo desenvolve-se o miracídio. • Ovos migram da luz dos capilares da mucosa ou submucosa do intestino para a cavidade intestinal para serem expulsos pelas fezes (este processo demora 1 semana). • A expectativa de vida dos ovos maduros é de 20 dias. • A eclosão do miracídio nunca ocorre no hospedeiro (talvez devido à isotonicidade). Schistosoma mansoni – Miracídio • Na água sob estímulos fotoquímicos, térmicos ou osmótico, miracídios rompem a casca do ovo e eclodem. • Assim que eclodem, alongam-se e nadam ativamente formando grandes círculos. • Os miracídios aparentemente tem fotorreceptores procurando sempre por águas mais claras, iluminadas. • Durante a fase livre na água a atividade deste organismo se dá às custas da reserva de glicogênio e de consumo de oxigênio do meio. • Apresentam inúmeras ventosas que auxiliam na aderência da larva à superfície do molusco, há glândulas de adesão e de penetração. • Também apresentam numerosas células germinativas agrupadas na metade posterior do miracídio. Schistosoma mansoni – Miracídio • Nadam junto à superfície, são capazes de ir atrás do molusco mesmo áreas de 1 a 2 m de profundidade. • A penetração deve ocorrer dentro das primeiras horas após a eclosão, pois sua viabilidade decresce bastante chegando a zero em 10 a 12 horas após a eclosão. • A atividade do miracídio aumenta na presença do molusco. • A invasão se dá em qualquer pontodo tegumento do molusco. Biomphalaria glabrata Biomphalaria glabrata Schistosoma mansoni – Esporocisto • Ao penetrar no molusco, o miracídio perde seu revestimento epitelial ciliado e imobiliza-se no ponto de penetração. • Os órgãos de penetração desaparecem e a musculatura atrofia. • Transforma-se em um saco alongado que contém uma série de células germinativas, o esporocisto primário. Rompe-se liberando cerca de 20 a 40 esporocistos filhos. • Os esporocistos filhos ou secundários migram para o hepatopâncreas e ovotestis do molusco onde continuam a crescer. • Os esporocistos secundários maturam e originam as cercárias (demora de 3 a 4 semanas). • Os esporocistos secundários terceira geração de esporocistos cercárias (este ciclo pode ocorrer por várias gerações). Schistosoma mansoni – Esporocisto • Pode haver a produção de centenas de cercárias no interior do molusco. • Não há geração de rédias. • Interessante: se o molusco é retirado da água, a evolução, multiplicação do parasita se interrompe reiniciando quando o mesmo volta às condições normais. Schistosoma mansoni – Cercária • Após quatro semanas da penetração do miracídio os moluscos começam eliminar as cercárias e isto se dá de maneira intermitente. • Geralmente são liberadas nas horas mais quentes e claras do dia. • As cercárias saem do esporocisto espaços sanguíneos ao redor do hepatopâncreas e ovotestis seguem pela corrente circulatória que envolvem o intestino posterior pseudobrânquia formação de minúsculas vesículas no tegumento dos moluscos que se rompem liberando as cercárias. • Cada molusco elimina cercárias somente de um único sexo • O molusco Biomphalaria glabrata pode eliminar de 1000 a 3000 cercárias por dia e mais de 100.000 por toda a vida. • Na água, as cercárias tendem a se acumular na superfície. Schistosoma mansoni – Cercária • Apresentam contorno piriforme, o tegumento apresenta microespinhos, na extremidade anterior tem um órgão de fixação cefálico e uma cauda bifurcada. • São bastante móveis e medem cerca de 500 µm de comprimento. • Durante o deslocamento, a cauda sempre precede o corpo. • Apresenta duas ventosas, uma oral e outra ventral. • A longevidade das cercárias pode estender-se por dois dias, mas a taxa de infectividade decai bastante. Schistosoma mansoni – Esquistossômulos • Estimuladas pelas substâncias lipídicas presentes na pele do hospedeiro, as cercárias penetram na pele do hospedeiro definitivo devido à ação lítica das proteases presentes nas glândulas. Podem também ser ingeridas. • Após a invasão que ocorre em alguns minutos, a cauda é deixada no meio exterior. • Assim que invade, a cercária transforma-se em esquistossômulo. Schistosoma mansoni – Esquistossômulos • Permanece na pele por dois ou três dias. Se não for destruído pelo sistema de defesa do hospedeiro, penetra em algum vaso cutâneo coração e pulmões. • Em seguida vão para o sistema porta intra-hepát ico onde crescem e amadurecem. • No sistema porta intra-hepático os esquistosômulos alimentam- se de sangue completam seu desenvolvimento fase adulta (em 4 semanas) e acasalam-se. Schistosoma mansoni – Ciclo Biológico Schistosoma mansoni – Patogênese • As alterações patológicas no hospedeiro definitivo são decorrentes de: • Ação mecânica resultante da migração dos parasitas pelo tecido do hospedeiro. • Reação do organismo ao parasita. • Secreção e excreção de substâncias tóxicas ou antigênicas pelo parasita. Schistosoma mansoni – Patogênese • Presença e migração dos ovos lesões hemorrágicas na mucosa intestinal que evoluem para um espessamento da mucosa. Há também fibrose hepática. • Devido à hemorragia, os ovinos podem ficar anêmicos e apresentarem hipoalbuminemia. • Devido ao acometimento intestinal há diarréia que pode ser sanguinolenta, conter muco. Há queda dos níveis de produtividade, anorexia, sede, anemia e emagrecimento. Schistosoma mansoni – Diagnóstico/Tratamento • Diagnóstico: • Sintomas clínicos • Exames de fezes: presença de ovos • Testes sorológicos • O tratamento é eficaz: Niridazol, Triclorfon, Praziquantel Schistosoma mansoni – Controle • Também envolve o controle dos moluscos • Semelhante o descrito para Fasciolose.
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