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deriva´vel e se f ′(x) ela mesma e´ uma func¸a˜o cont´ınua. CAPI´TULO 10. SINAL DA DERIVADA E CRESCIMENTO 137 Exerc´ıcio 6.2. 2) Explique (com os conceitos do Ca´lculo) o que se modifica e o que na˜o se modifica nos gra´ficos a seguir quando variamos o paraˆmetro b 6= 0 em: i): y = fb(x) = bx 2 ii) y = fb(x) = x 2 + b iii) y = fb(x) = x 2 + bx− 1. (Obs.: nos itens i) e iii) ha´ certos pontos em que se veˆ bem as diferenc¸as entre os gra´ficos). Exerc´ıcio 6.3. Encontre o ponto (ou os pontos) do gra´fico de y = (x − 1)3 em que sua(s) reta(s) tangente(s) e´ (sa˜o) paralela(s) a` reta y = 3x. Encontre o ponto (ou os pontos) do gra´fico de y = x3 em que sua(s) reta(s) tangente(s) e´ (sa˜o) ortogonal (s) a` reta y = −1 6 x. Obs. Na˜o precisa desenhar nada. Exerc´ıcio 6.4. (resolvido) Considere a famı´lia de gra´ficos y = fb(x) := (−b+ 4/3) · x2 + b · x+ (2b− 7/3), b ∈ R, dos quais plotei apenas 7 representantes (b = 1, 1.2, 1.3, 4/3, 1.6, 1.8, 2): 5 -5 0 2 -10 x 41-1 0-3 3-2 Como se veˆ sa˜o gra´ficos bem diferentes, a` medida que mudamos o paraˆmetro b. 6. EXERCI´CIOS 138 Mas quando se faz um zoom na regia˜o x ∈ [0.3, 0.7] do domı´nio, os pedac¸os dos 7 gra´ficos de y = fb(x) se parecem muito: 2,5 1,5 2 1 0 x 0,70,5 0,5 0,60,4 Explique o que aconteceu quando fizemos o zoom, apo´s confirmar que que os pontos (−1,−1) e (2, 3) pertencem a esses gra´ficos todos, ∀b ∈ R). Dica: Teorema Valor Me´dio de Lagrange. CAP´ıTULO 11 Aplicac¸o˜es da primeira e segunda derivadas 1. Primeiro crite´rio de ma´ximos e mı´nimos Se olharmos bem a demonstrac¸a˜o que demos do Teorema de Rolle, veremos que de fato ja´ provamos o seguinte: Afirmac¸a˜o 1.1. Seja f : (a, b) → R deriva´vel. Se1 x ∈ (a, b) e´ ponto de Mı´nimo Local ou de Ma´ximo Local, enta˜o f ′(x) = 0. A rec´ıproca dessa Afirmac¸a˜o e´ em geral falsa: f(x) = x3 tem f ′(0) = 0 e x = 0 na˜o e´ nem Mı´nimo nem Ma´ximo local. No entanto temos o seguinte: Afirmac¸a˜o 1.2. Seja f : (a, b)→ R deriva´vel, com x ∈ (a, b) onde f ′(x) = 0. • i) Suponha que existe um intervalo J centrado em x onde a func¸a˜o derivada vale f ′ ≤ 0, se x < x, e f ′ ≥ 0, se x < x. Enta˜o x e´ Mı´nimo Local da f . • ii) Suponha que que existe um intervalo centrado em x onde a func¸a˜o derivada vale f ′ ≥ 0, se x < x, e f ′ ≤ 0, se x < x. . Enta˜o x e´ Ma´ximo Local da f . Demonstrac¸a˜o. De i): Temos que f ′(x) ≤ 0 se x ∈ (−δ + x, x) e f ′(x) ≥ 0 se x ∈ (x, x+ δ). Mas enta˜o pelo item iii) do Teorema 3.1, a func¸a˜o original f(x) e´ decrescente em (−δ + x, x). E pelo item i) do Teorema 3.1 a func¸a˜o original f(x) e´ crescente em (x, x+ δ). A conclusa˜o e´ que x e´ ponto de Mı´nimo da f restrita a (−δ+x, x+δ), um Mı´nimo local portanto. De ii): completamente ana´loga, mutatis mutandis. � 2. Crite´rio da segunda derivada Primeiro vamos relembrar e reforc¸ar o tema da segunda derivada ou acelerac¸a˜o instantaˆnea em termos f´ısicos. Para definir uma acelerac¸a˜o instantaˆnea usamos um limite do tipo: lim h→0 f ′(x+ h)− f ′(x) h , 1E´ muito importante que (a, b) seja aberto, pois f : [0, 1]→ R, f(x) = x tem pontos de ma´ximo e mı´nimo e no entanto f ′(0) = f ′(1) = 1, onde essas derivadas devem ser entendidas como derivadas a` direita f ′+(0) e a` esquerda f ′ −(1). 139 3. UM PROBLEMA TI´PICO PARA OS ENGENHEIROS 140 onde f ′(x) e´ a func¸a˜o velocidade instantaˆnea (e onde a f(x) de partida era a func¸a˜o posic¸a˜o em cada instante). Segundo a definic¸a˜o de derivada, o que fizemos la´ foi derivar a func¸a˜o f ′(x), ela mesma ja´ uma derivada da func¸a˜o f(x). Fizemos enta˜o uma segunda derivada: f ′′(x) := ( f ′(x) )′. Sua definic¸a˜o enta˜o e´ essencialmente a mesma que demos para a derivada (que pas- samos agora a chamar de primeira derivada), so´ que a mate´ria-prima para compoˆr os quocientes incrementais na˜o e´ uma func¸a˜o f(x) mas sim uma func¸a˜o f ′(x). Desse modo, posso enunciar: Afirmac¸a˜o 2.1. Seja f : (a, b)→ R deriva´vel, tal que f ′(x) tambe´m seja deriva´vel. • i): se f ′(x) = 0 e f ′′(x) > 0 enta˜o2 x e´ Mı´nimo local da f original. • ii): se f ′(x) = 0 e f ′′(x) < 0 enta˜o x e´ Ma´ximo local da f original. Este teorema sera´ generalizado na Afirmac¸a˜o 8.1, um crite´rio da derivada n-e´sima. Demonstrac¸a˜o. (da Afirmac¸a˜o 2.1) De i): Pela Afirmac¸a˜o 4.1 do Cap´ıtulo 10, aplicada agora a` func¸a˜o derivada f ′(x), temos que para x ∈ J centrado em x, f ′(x) < 0 = f ′(0) se x < x e 0 = f ′(x) < f ′(x) se x < x. Enta˜o reca´ımos exatamente no item i) da Afirmac¸a˜o 1.2. A conclusa˜o portanto e´ que x e´ Mı´nimo local. De ii): completamente ana´loga, mutatis mutandis. � Com o material deste Cap´ıtulo 11 e do Cap´ıtulo anterior 10 estamos em condic¸o˜es de confeccionar gra´ficos qualitativamente corretos de polinoˆmios simples, de grau baixo, e e´ o que faremos como Exerc´ıcio. 3. Um problema t´ıpico para os engenheiros Suponha que voceˆ tem o seguinte problema pra´tico: Construir um objeto retangular, onde a construc¸a˜o de cada x metros da largura custa a metade da construc¸a˜o de cada z metros de comprimento. Gastando 10 reais na fabricac¸a˜o de cada unidade, quais as medidas de x e z que maximizam a a´rea do objeto? Traduzimos o problema assim: queremos maximizar a a´rea A(x, z) := z · x com uma func¸a˜o custo3 c(x, z) := x+ 2z fixada em c(x, z) = 10: x+ 2z = 10. 2Rec´ıproca falsa: f(x) = x4 tem Mı´nimo local em x = 0 e se pode provar que f ′(0) = f ′′(0) = 0 3Tambe´m poderia dizer que a func¸a˜o custo e´ 2x+4z, ja´ que ha´ dois lados que sa˜o largura e dois que sa˜o comprimento. Mas a soluc¸a˜o seria completamente ana´loga. CAPI´TULO 11. APLICAC¸O˜ES DA PRIMEIRA E SEGUNDA DERIVADAS 141 Note que a princ´ıpio a func¸a˜o a´rea depende tanto de x como de z. Mas a condic¸a˜o c(x, z) = 10 me permite escrever z = 10−x 2 e a func¸a˜o a´rea como dependendo so´ de uma varia´vel: A(x) = ( 10− x 2 ) · x = 5x− x 2 2 . O domı´nio natural de A(x) e´ I = (0, 10), pois a largura x tem que ser positiva, e ao mesmo tempo a condic¸a˜o c(x, z) = 10 diz que, quando z se aproxima de zero, x se aproxima de 10. Mas considerar A(x) definida num domı´nio um pouco maior, o intervalo [0, 10], que tem a vantagem de ser um intervalo limitado e fechado, onde podemos usar o Teorema 4.2 de Bolzano-Weiersstras, ja´ que A(x) claramente e´ cont´ınua. Esse Teorema garante que existe um ponto de Ma´ximo global de A : [0, 10]→ R. Mas onde ? Na˜o adianta so´ sabermos que ha´ uma soluc¸a˜o, queremos acha´-la ! Certamente na˜o sera´ em x = 0 ou em x = 10, pois nesses pontos a A´rea fica zero, ja´ que na˜o largura ou comprimento. Enta˜o esse ponto x buscado esta´ em (0, 10), o que e´ promissor, pois poderemos tentar usar a Afirmac¸a˜o 1.2. Para isso precisamos examinar alguns candidatos. Conforme a Afirmac¸a˜o 1.1, eles tera˜o que ser pontos onde A′(x) = 0. Ora, isso significa para A(x) = 5x− x2 2 que: 5− x = 0, pelo que ja´ sabemos das derivadas, ou seja, o ponto e´ x = 5. Mas claramente A′(x) = 5 − x > 0 se x < 5 e A′(x) = 5 − x < 0 se 5 < x. Logo o item ii) da Afirmac¸a˜o 1.2 diz que realmente x e´ um Ma´ximo local e portanto o Ma´ximo global, ja´ que na˜o ha´ outro candidato. A a´rea ma´xima desses objetos enta˜o sera´ A(5) = 25 2 . 12 10 8 6 2 0 4 x 1086420 Figura: O gra´fico de A : [0, 10]→ R, A(x) = 5x− x2 2 . Em geral, nos problemas desse tipo, aparecem diferentes candidados a Ma´ximos global, que foram aprovados no teste para Ma´ximos locais dado pelo item ii) da Afirmac¸a˜o 1.2, e enta˜o se faz necessa´rio comparar os valores da func¸a˜o em questa˜o em cada um deles. 4. MI´NIMOS DE DISTAˆNCIAS E ORTOGONALIDADE 142 4. Mı´nimos de distaˆncias e ortogonalidade Suponha que P = (2, 1) e queremos