Buscar

Seminário de Imunologia LES

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 4 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Seminário de Imunologia
Tema: Lúpus Eritematoso Sistêmico
O que é Lúpus?
O lúpus eritematoso sistêmico (LES), conhecido popularmente apenas como lúpus, uma doença inflamatória crônica de caracter auto-imune de etiologia desconhecida que pode afetar principalmente pele, articulações, rins, cérebro, mas também todos os demais órgãos. Doenças autoimunes ocorrem quando o sistema imunológico ataca tecidos saudáveis do corpo por engano. De acordo com o local do envolvimento do seu processo inflamatório, pode se apresentar com diversos sinais e sintomas, o que pode dificultar o seu diagnóstico nas fases iniciais da doença. Por isso, infelizmente, ainda hoje existe o falso conceito de que a doença é intratável.
Tipos
Existem três tipos de lúpus. Conheça:
Lúpus discoide
A inflamação é sempre limitada à pele. Este tipo pode ser identificado a partir do surgimento de lesões cutâneas avermelhadas que costumam aparecer no rosto, na nuca ou também no couro cabeludo.
Lúpus sistêmico
A inflamação ocorre no organismo, comprometendo vários órgãos ou sistemas do corpo não sendo restrito a pele. Algumas pessoas com lúpus discoide podem evoluir para a forma sistêmica. Os sintomas causados por este tipo da doença dependem do local da inflamação como rins, coração, pulmões e até ao sangue, além das lesões cutâneas e às articulações.
Lúpus induzido por drogas
Algumas drogas ou medicamentos podem provocar uma inflamação temporária enquanto do seu uso e provocar sintomas que são muito parecidos com os do lúpus sistêmico. As manifestações desaparecem com o parar do uso.
Etiologia	
Não se sabe exatamente o causa esse comportamento anormal, mas pesquisas indicam que a doença seja resultado de uma combinação de fatores, como genética e meio ambiente. O lúpus ocorre quando o sistema imunológico ataca e destrói alguns tecidos saudáveis do corpo. Um conjunto de fatores está relacionado com o desenvolvimento do LES, sendo eles, fatores genéticos, ambientais, hormonais, drogas e componentes químicos de alimentos (Balestieri, 2006; Filho, 1998), esses multifatoriais podem ser os responsáveis pelo desarranjo na regulação da resposta imunológica em pacientes com o LES (Balestieri, 2006). O desequilíbrio que ocorre na regulação da resposta imune resulta na produção de inúmeros anticorpos auto-reativos, que reagem contra os componentes do núcleo celular (DNA, ribonucleoproteínas, histonas), gerando complexos imunes (Abbas et.al 2008; Balestieri, 2006). Acredita-se que os antígenos liberados da morte celular programada (apoptose), impulsionam a produção de anticorpos auto-reativos, cujo fator ambiental, exposição à luz solar ultravioleta, em pacientes com o LES, seja o fator crucial para que ocorra a apoptose (Abbas, et. al 2008). O mecanismo de produção de anticorpo auto-reativos observados em pacientes com LES, ocorre pelo reconhecimento de fragmentos apoptóticos pela IgM, receptor da célula B (BCR), o BCR ao reconhecer fragmentos resultante da apoptose internaliza-os para o interior do linfócito B, o fragmento é processado e associado ao MHC II, em seguida o complexo fragmento apoptótico (antígeno) – MHC II é apresentado pelo linfócito B ao linfócito T auxiliar, o linfócito T-CD4 reconhece o antígeno apresentado e começa a produzir citocinas, a produção de citocinas ativa o linfócito B e, esse modifica-se para plasmócito, o plasmócito secreta anticorpos auto-reativos específico para o DNA, onde a ligação do anticorpo com o antígeno vai originar imunocomplexos fig. 1B ( Carroll, 2004). Conforme Nairn & Helbert (2004) frisaram, os complexos imunes que não são removidos rapidamente da circulação, são depositados nos glomérulos renais, articulações, na pele e nos vasos sanguíneos dos pacientes com LES, Balestieri (2006) citou que com um determinado tempo a deposição dos imunocomplexos se tornam maiores, consequentemente o sistema complemento é ativado. A ativação do sistema complemento leva a produção de anafilotoxinas, aumentando a permeabilidade dos vasos, além disso, as anafilotoxinas são quimiotáticas para os leucócitos, induzindo a migração dos neutrófilos para local onde os complexos imunes estão depositados, os complexos imunes se ligam aos neutrófilos estimulando-os a produzirem enzimas que lesionam os tecidos onde está ocorrendo o processo, seja numa articulação ou nos glomérulos renais, no entanto, a glomerulonefrite, artrite, e vasculite observada em pacientes com LES são atribuídas à deposição dos complexos imunes e as reações em resposta a eles fig. 1B (Nairn & Helbert, 2004; Balestieri, 2006; Gomes,2008). Um conjunto de proteínas do sistema imune natural é responsável pela eliminação de complexos imunes e de fragmentos resultantes da morte celular, as proteínas envolvidas nestes mecanismos, são proteínas do sistema complemento C1q, C2 e C4, porém, o nível baixo e, a ausência de tais proteínas provoca o acúmulo de complexos imunes, que se depositam nos tecidos, quanto aos fragmentos apoptóticos, eles persistem. Contudo, os pacientes que possuem essas particularidades (nível baixo e/ou ausência das proteínas C1q, C2 e C4) correm maior risco de desenvolver LES (Nairn & Helbert, 2004). Abbas et. al (2008) menciona que a deficiência do sistema complemento é observada em cerca de 10% dos pacientes com LES , o que resulta na não remoção dos complexos imunes da circulação, em consequência, há deposição desses componentes nos vasos sanguíneos, desencadeando uma resposta inflamatória local. Todos os indivíduos possui um potencial para a auto-imunidade (Abbas, et.al 2008), porque durante o desenvolvimento dos linfócitos T e B, eles podem apresentar receptores de alta afinidade para antígenos próprios, que vai gerar uma reação chamada seleção negativa (apoptose) eliminando esse linfócito de alta afinidade, mas os linfócitos podem escapar da apoptose, o que leva a manter esses linfócitos, que podem reagir com antígenos próprios e causar doenças autoimunes como o LES fig.1C. Contudo, não se sabe se no LES o defeito primário ocorre na tolerância central ou periférica nos linfócitos T e B, ou em ambos. (Abbas et.al 2008), portanto, por não saber qual o fator crucial para o desencadeamento da doença, ela atualmente é considerada uma doença de etiologia desconhecida.
Fatores de risco
Veja o que pode facilitar a incidência de lúpus:
Sexo biológico: a doença é mais comum em mulheres do que em homens
Idade: a maior parte dos diagnósticos acontece entre os 15 e os 40 anos, apesar de poder surgir em todas as idades.
Etnia: lúpus é mais comum em pessoas afro-americanas, hispânicas e asiáticas.
Sintomas de Lúpus
Os sintomas do lúpus podem surgir de repente ou se desenvolver lentamente. Eles também podem ser moderados ou graves, temporários ou permanentes. A maioria dos pacientes com lúpus apresenta sintomas moderados, que surgem esporadicamente, em crises, nas quais os sintomas se agravam por um tempo e depois desaparecem.Os sintomas podem também variar de acordo com as partes do seu corpo que forem afetadas pelo lúpus. Os sinais mais comuns são:
Fadiga
Febre
Dor nas articulações
Rigidez muscular e inchaços
Rash cutâneo - vermelhidão na face em forma de "borboleta" sobre as bochechas e a ponta do nariz. Afeta cerca de metade das pessoas com lúpus. O rash piora com a luz do sol e também pode ser generalizado
Lesões na pele que surgem ou pioram quando expostas ao sol
Dificuldade para respirar
Dor no peito ao inspirar profundamente
Sensibilidade à luz do sol
Dor de cabeça,confusão mental e perda de memória
Linfonodos aumentados
Queda de cabelo
Feridas na boca
Desconforto geral, ansiedade, mal-estar.
Outros sintomas de lúpus dependem de qual é a parte do corpo afetada:
Cérebro e sistema nervoso: cefaleia, dormência, formigamento,convulsões, problemas de visão, alterações de personalidade
Trato digestivo: dor abdominal, náuseas e vômito
Coração: ritmo cardíaco anormal (arritmia)
Pulmão: tosse com sangue e dificuldade para respirar
Pele: coloração irregular da pele, dedos que mudam de cor com o frio (fenômenode Raynaud).
Alguns pacientes têm apenas sintomas de pele. Esse tipo é chamado de lúpus discoide.
Diagnóstico
No sentido de facilitar o seu diagnóstico, foram propostos critérios para a definição da doença (Tabela 1), onde é necessário ter 4 ou mais destes critérios para definir que um paciente tem lúpus eritematoso sistêmico. Como qualquer outra doença, quanto antes for feito o seu diagnóstico melhor o seu tratamento e sua evolução.
CRITÉRIOS REVISADOS PARA A CLASSIFICAÇÃO DE LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO (1982)  
1. RASH MALAR 
2. LESÃO DISCÓIDE
3. FOTOSSENSIBILIDADE
4. ÚLCERAS ORAIS
5. ARTRITE 
    Não erosiva de 2 ou mais articulações 
6. SEROSITE 
    Pleurite
    Pericardite  
7. RENAL 
    Proteinúria maior que 0,5 g / d
    Cilindros   
8. NEUROLÓGICO 
    Convulsão
    Psicose  
9. HEMATOLÓGICO
    Anemia hemolítica
    Leucopenia menor que 4.000 / mm3
    Linfopenia menor que 1.500 / mm3
    Plaquetopenia menor que 100.000 / mm3  
10. ALTERAÇÕES IMUNOLÓGICAS 
      Anticorpos Anti-DNA
      Anticorpos Anti-Sm
      Anticorpos Antifosfolípides 
11. ANTICORPOS ANTI-NUCLEARES (FAN)
      Arthritis Rheum (1997) 
Tratamento
O tratamento para o lúpus varia de acordo com os sintomas manifestados pelo paciente e, por isso, é aconselhado consultar o médico especialista de acordo com o tipo de sintoma e o órgão afetado.
No entanto, os tratamentos mais utilizados em casos de lúpus são:
Remédios anti-inflamatórios, como Naproxeno ou Ibuprofeno: são usados principalmente quando o lúpus provoca sintomas como dor, inchaço ou febre;
Remédios antimaláricos, como a Cloroquina: ajudam a evitar o desenvolvimento dos sintomas da lúpus em alguns casos;
Remédios corticoides, como Prednisona ou Betametasona: reduzem a inflamação dos órgãos afetados;
Além disso, o médico também pode recomendar o uso de remédios imunossupressores, como Azatioprina ou Metotrexato, para diminuir a ação do sistema imune e aliviar os sintomas. Porém, este tipo de medicamentos apresenta efeitos secundários sérios como infecções recorrentes e aumento do risco de câncer e, por isso, só devem ser usados nos casos mais graves.
Dicas que podem melhorar a qualidade de vida e ajudar no tratamento:
Descanse bastante. Pessoas com lúpus frequentemente sentem se cansadas, mas não é um cansaço normal. É fadiga, um sintoma da doença que precisa ser tratado. O melhor remédio, neste caso, é o descanso
Tome cuidado com o sol. Você deve utilizar roupa protetora, óculos escuros e protetor solar quando estiver exposto ao sol
Exercite-se. Exercícios físicos regulares podem ajudar na recuperação de uma crise causada pelo lúpus, a reduzir o risco de ataque cardíaco, tratar sintomas de depressão e no bem-estar geral do corpo
Não fume. O consumo do cigarro aumenta os riscos de doenças cardiovasculares e pode também piorar os efeitos do lúpus
Mantenha uma dieta saudável. Coma muitos grãos, frutas e vegetais. E, se tiver alguma restrição por causa do tratamento ou por causa da doença em si, não saia da dieta.

Continue navegando