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1 Pena de Multa - Penas de Multa. Espécies de Penas: Privativas de Liberdade, Restritivas de Direito e Multa. Multa (art. 49, CP) – consiste no pagamento ao Fundo Penitenciário da quantia fixada na sentença e calculada em dias-multa. Será no mínimo de 10 e ao máximo de 360 dias-multa. Para fixação da multa o Código Penal adotou o critério “dias-multa”. A quantidade de dias multa será fixado entre 10 e 360 dias-multa, considerando a gravidade e repercussão do crime. O valor do dia-multa (quantum) será fixado entre 1/30 até 5 vezes o valor do salário mínimo. O montante será fixado observando-se a capacidade financeira do criminoso. Caso o valor final não seja suficiente para punir o criminoso, face à sua grande fortuna, poderá o juiz até triplicar o mesmo (art. 60, §1º, CP). O valor da multa será atualizado monetariamente desde a época dos fatos (entendimento dos Tribunais Superiores). Após a fixação e aplicão em sentença, o juiz determinará a intimação para que o condenado pague a multa em 10 dias. Havendo o pagamento a mesma será extinta (cumprimento da pena). Caso não seja paga o valor será convertido em dívida de valor sujeita às regras de cobrança, inclusive quanto ao prazo de decadência e prescrição, previstas no Código Tributário Nacional (art. 51, CP). Nota-se que a multa penal, caso não seja paga no prazo estipulado, será convertida em dívida fiscal. O não pagamento da multa não pode ser convertido em pena Privativa de Liberdade, visto que a Constituição veda a prisão por dívida, salvo no caso de devedor de alimentos (Pacto de São José da Costa Rica). Considerada a multa não paga como dívida de valor, acerca da competência para exigir judicialmente seu pagamento existem dois entendimentos: 1) Mesmo em se tratando de dívida de valor o Ministério Público continua sendo competente para executar judicialmente seu valor, ainda que sob as regras do Direito Tributário. 2 2) Por se tratar de dívida de valor, sujeita às regras do CTN, a competência para a cobrança judicial ficará a cargo das Procuradorias da Fazenda Nacional ou Estadual, conforme a origem da condenação. Obs: Entendemos, juntamente com a doutrina e jurisprudência dominantes, mais acertada a segunda (2) posição. Atualmente não há mais controvérsia, pois a Súmula 521 do STJ diz que: "A legitimidade para a execução fiscal de multa pendente de pagamento imposta em sentença condenatória é exclusiva da Fazenda Pública". O STJ, setembro de 2015, em julgamento de recurso repetitivo (art. 543-C, CPC) fixou o entendimento que o inadimplemento da pena de multa, desde que cumprida a pena privativa de liberdade ou restritiva de direito, não impede o reconhecimento da extinção da punibilidade do agente. Se a multa é dívida para todos os efeitos após o trânsito em julgado, seu inadimplemento não configura óbice para a extinção da punibilidade.
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