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INSTITUTO FEDERAL DE RONDÔNIA CAMPUS COLORADO DO OESTE EGENHARIA AGRONÔMICA 114 ANDRÉ LUIZ DA SILVA BAIA CAROLINE ALVES LIMA ERIK YGOR MARAES IVANILDO GUILHERME HENRIQUE ROBERTO DIAS MARINHO Aula Prática - Laboratório de Biologia e Campo: Diagnose de doenças de plantas cultivadas. Professor: Fábio José das Dores. Trabalho apresentado como atividade avaliativa para a disciplina de doenças de plantas cultivadas, do curso de Engenharia Agronômica do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Rondônia – Campus Colorado do Oeste. Colorado do Oeste - RO Abril de 2016 1.0 INTRODUÇÃO A quantificação de doenças visa avaliar os sintomas causados pelos agentes patogênicos nas plantas e seus sinais (estruturas do patógeno associadas aos tecidos doentes). Na determinação de doenças, há duas funções consideradas igualmente importantes pelos fitopatologistas, que é a diagnose e a avaliação de doenças (JAMES, 1974). Conhecer o patógeno causador de uma doença não teria importância se não fosse possível mensurar os sintomas causados na planta (AMORIM, 1995). Numa planta doente ocorre há presença de patógeno primário e também organismo saprofítico. No isolamento do patógeno em cultura pura, é necessário separa-lo da microflora saprofítica, por meio de métodos que favoreçam seu desenvolvimento, desfavoreça o crescimento dos outros (AMORIM e SALGADO, 1995). As amostras coletadas à campo, devem apresentar sintomas típicos de algumas doenças, podendo estar no estágio inicial ou intermediário. Elas devem ter partes afetadas pelo patógeno e se possível parte sadia, as quais são úteis ao diagnóstico. Coletando no mínimo umas três amostras de cada tipo de doença, para facilitar a identificação, se a planta for pequena, poderá realizar a coleta da planta inteira. À campo inicia-se o diagnóstico dos sintomas e sinais (o qual é a estrutura do patógeno), para realizar estas atividades, o identificador deve ter uma boa experiência e um grande treinamento. Porque o avaliador que está detectando os sintomas tem que identificar as suas possíveis causa. Um método muito utilizado para o isolamento é a confecção de câmaras úmidas, ele consiste em introduzir um fragmento de tecido vegetal com sintoma em uma placa de Petri contendo uma folha de papel filtro umedecida com água destilada. Este processo tem a finalidade de induzir a frutificação do fungo, proporcionando um ambiente favorável, e com alta umidade, até que surjam estruturas que possibilitem a identificação. Em acordo com o exposto, este relatório tem por objetivo demonstrar os resultados, da diagnose de doenças de algumas plantas, observados na aula prática de doenças de plantas cultivadas. 2.0 OBJETIVO Realizar a diagnose de doenças de plantas cultivadas. 3.0 MATERIAS E MÉTODO Materiais: Amostras de plantas infectadas Placas de petri Papel filtro Água destilada Bisturi Lâminas e lamínulas Lupa estereoscópica Microscópio Metodologia: A coleta das amostras de plantas para diagnose de doenças depende do tipo de sintoma que a planta apresenta no campo, devendo ser representativa da doença no campo para facilitar a diagnose. Portanto, para plantas com sintomas na parte aérea, manchas foliares, podridões, devem-se coletar as folhas lesionadas com evidencia dos sintomas e em diferentes intensidades. Nesse sentido, visando proceder com a identificação de algumas doenças em laboratório foram seguidas algumas etapas: 1ª Etapa: Realizou-se a coleta do material (folhas e caules), nas áreas de experimento do campos, com intuito de realizar suas diagnoses. 2ª Etapa: Na sequência em laboratório procedeu-se com o preparo dos materiais, seleção de áreas com sintomas de doenças, principalmente fúngicas, as quais foram cortadas em pequenos pedaços do tecido infectados e estes postos em uma placa de petri, sobre papel filtro umedecidos com água destilada. Esse material permaneceu por 3 dias nessas condições, buscando que houvesse pleno desenvolvimentos das estruturas dos agentes patogênicos para sua posterior identificação. Figura 1. Figura 2. Figuras 1 e 2. Seleção de tecido infectado e isolamento da lesão em placa de petri e papel filtro. 3ª Etapa: Houve nesse período o acompanhamento diário das amostras (mantendo o papel filtro sempre umedecido). 4ª Etapa: Por fim foi feita a descrição dos sintomas e dos sinais do agente causador da infecção. E com intuito de identificar o agente causador e a doença, procede-se com uma consulta a bibliografia. Para a visualização dos sinais utilizou-se de microscópios ópticos e lupas. Figura 3. Observação das estruturas do agente patogênico desenvolvias nas amostras. 5ª Etapa: Após observação dos sintomas e sinais foi realizado o preparo de algumas lâminas, estas foram levadas ao microscópio, visando identificar e conhecer as estruturas dos agentes causadores das doenças nos materiais, em quais se observou o desenvolvimento de estruturas dos fungos (micélios). 4.0 RESULTADOS E DISCUSSÃO Foi observado em espécies de milho, eucalipto e sorgo, os sintomas e sinais de doenças fúngicas, dentre elas o carvão simples no milho, causado pelo fungo Ustilago maydis, a mancha foliar do milho causado pelo fungo Cercospora zea-maydis e na cultura do eucalipto o gênero Cercospora também foi encontrado, no sorgo foi analisado a sintomatologia da macha zonada, causada pelo fungo Gloeocercospora sorghi. Estas doenças observadas são de grande importância para o Brasil, visto que se desenvolvem com maior facilidade, devido aos fatores ambientais, no qual em regiões quentes ou durante o verão, são favorecidas por temperaturas acima de 25ºC e umidade elevada. “Um dos mais importantes fatores que influenciam o crescimento micelial dos fungos é a temperatura” (CAMPOS e ANDRADE, 2010). Além de realizar a coleta, observação dos sintomas, foi acompanhado o seu desenvolvimento em um período de 3 dias, no qual ocorreu o crescimento micelial de ambos os fungos Cercospora zea-maydis, Cercospora spp., Ustilago maydis e Gloeocercospora sorghi. “Os fungos são compostos por Hifas, que são filamentos de células que formam uma rede, chamada de micélio. Este, se estende até o alimento, e realiza a absorção de seus nutrientes” (MARTINS, 2015). Foi observado o desenvolvimento do micélio dos fungos nas placas, os fungos se desenvolvem e deterioram a folha para nutrir-se, as folhas têm um aspecto pálido e de cor amarelada a marrom escuro devido a presença dos fungos causadores de patogenicidade. As quatro placas foram submetidas ao mesmo tratamento com agua (elevada umidade), a partir do primeiro dia foi possível observar o surgimento de estruturas do fungo. No segundo dia foi maior o desenvolvimento dos fungos, uma vez que criou-se um ambiente agradável para seu desenvolvimento composto por temperatura e umidade elevada. Já no terceiro e último dia foi possível observar nas amostras, a presença de micélios com grande desenvolvimento, o que permitiu observar que os fungos são organismos de simples desenvolvimento, uma vez que tenham agua e nutrientes, estes podem ser desenvolvidos em placas e visíveis a olho nu. Foi observado com o auxílio do microscópio e de uma lupa eletrônica o micélio dos fungos, é importante a observação de hifas na placa como um todo. 5.0 CONCLUSÃO Após realização dessa prática de diagnose dedoenças de plantas cultivadas, torna-se possível argumentar que o diagnóstico de uma doença de planta pode ser realizado na própria área de cultivo por meio da observação dos sintomas ou sinais (estruturas do patógeno) da doença na planta afetada; ou em laboratório, onde as amostras previamente coletadas são submetidas as etapas de identificação do agente causal. As amostras podem ser constituídas das plantas inteiras, partes da planta doente (frutos, sementes, hastes, folhas) ou do solo coletado na área de cultivo, a depender do tipo de doença que acomete a lavoura em questão. Houve crescimento de micélios, nas amostras de milho, infectadas pelo fungo do carvão simples, nas de sorgo, infestado pelos agentes causadores da mancha zonada, e também desenvolvimento micelial da manha de cercóspora no milho. Já as amostras de folhas de eucalipto infectadas por cercóspora não se observou crescimento micelial. 6.0 Referências Bibliográficas AMORIM, L. & SALGADO, C. L. Diagnose. In: Manual de Fitopatologia. USP/ESALQ, Piracicaba. Editora Agronômica Ceres Ltda. p. 224 – 231. 3ª Edição. 1995. AMORIM, L. Avaliação de Doenças. In: Bergamin Filho, A., Kimati, H. & Amorim, L. (ed.) Manual de Fitopatologia: Princípios e conceitos. São Paulo, Editora Agronômica Ceres Ltda., 1995, v.1, cap.32, p.645-671. CAMPOS, C. S.; ANDRADE M.C.N. Temperatura e meio de cultura mais favoráveis ao crescimento micelial de uma linhagem de Lentinus strigosus de ocorrência na Amazônia. Arq. Inst. Biol., São Paulo, v.77, n.3, p.539-543, jul./set., 2010 JAMES, W.C. Assessment of plant disease and losses. Annual Review Phytopathology, v.12, p.27-48, 1974. MARTINS, L. Reino Fungi (Fungos, cogumelos). 2015. Disponível em: <http://www.infoescola.com/biologia/reino-fungi-fungos-cogumelos/> Acessado em: 21 de abr. 2016. 7.0 ANEXOS Fig. 1, 2, 3 e 4 – Placas cotendo plantas com sintomas de doenças fungicas e seus respctivos causadores. As figuras 5, 6, 7 e 8 figuras das respectivas doenças de milho, eucalipto e sorgo observado no segundo dia. Fig. 1- Ustilago maydis Fig. 2- Cercospora spp. eucalipto Fig. 3- Manchas zonada, sorgo. Fig. 4- Cercospora zea- maydis. Fig. 5- Carvão no milho Fig. 6- Cercospora spp. eucalipto As figuras 9-10, 11-12, 13-14 e 15-16 representam as placas do último dia (3º). Fig. 11 e 12- eucalipto: mancha foliar (Cercospora spp.) Fig. 9 e 10- milho: Carvão (Ustilago maydis). Fig. 7- Manchas zonada, Sorgo Fig. 8- Cercospora zea-maydis Fig. 13 e 14- sorgo: Manchas zonada (Colletotrichum sublineolum). Fig. 15 e 16- milho: Mancha foliar (Cercospora zea-maydis).
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