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160507 Compilação seminários - prof. poltronieri

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Direito e Justiça – Alf Ross
CARÁTER INTERSUBJETIVO DA REGRA DO XADREZ
Os movimentos [do xadrez] não entretêm qualquer relação mutuamente causal. A conexão entre eles é instaurada por meio das regras e da teoria do xadrez. A conexão é de significado. 
P 36
Escolho esta citação pois, embora curta, ela expressa bem a característica que o autor aponta sobre a intersubjetividade das regras de xadrez. 
Ele está dizendo que as jogadas do xadrez não embutem relações de causa-efeito – quer dizer uma jogada x, necessariamente causa a jogada Y. Não, para ele a relação é de significado e este significado é construído intersubjetivamente.
E o que quer dizer INTERSUBJETIVIDADE (fui pesquisar no site de assuntos jurídicos ULTIMA INSTÂNCIA – texto de João Ibaxe Jr).
Por essa perspectiva (da intersubjetividade), o conhecimento depende de outras pessoas e a ideia não é dada pela mente – pelo uso da razão individual, mas sim pelo uso da palavra - DO CONCEITO - numa determinada comunidade, em práticas coletivas, considerando o conhecimento não como um dado da ideia, mas como fruto da relação interpessoal ou intersubjetiva, a qual, por sua vez, é produto da linguagem, vista não como instrumento, porém como uma prática linguística de uso comum. A verdade nunca é subjetiva, pois não se forma nenhuma essência e não se considera o agente conhecedor como sujeito (sub jectum = o que jaz dentro) cuja mente filtra essências, mas como um ser vivente ou existente na linguagem, que só existe na ação praticada em comunidade.
A verdade é sempre relativa, mas o critério de verdade não é o agente ou sua mente e sim a convicção de verdade recolhida pelo agente dentro da comunidade.
A justificação da verdade depende das práticas sociais comuns e é sempre fornecida concretamente por modelos situacionais ou por situações. 
O FILÓSOFO Jurgen Habermas desenvolve a ideia de uma razão interpessoal e não mais simplesmente subjetiva. Esse entendimento da verdade nasce do agir comunicativo, da verdade intersubjetiva, que surge do diálogo dos indivíduos. A intersubjetividade passa a ser a base de uma sociedade racional. 
(De DANIELLE FELIX TEIXEIRA: Procuradora Federal em Brasília-DF disponível em: http://www.conteudojuridico.com.br/artigo,a-ideia-da-intersubjetividade-e-da-legitimidade-do-ordenamento-na-teoria-filosofica-de-jurgen-habermas,51840.html) 
Voltando à situação – o jogo de xadrez, seu sentido, a compreensão de como funciona – passa por essa construção coletiva – entre sujeitos – ou intersubjetiva de suas regras e da teoria do jogo. 
Numa outra citação, Alf Ross afirma que: “A coparticipação é também revelada no caráter intersubjetivo das regras do xadrez. É essencial que recebam a mesma interpretação, ao menos da parte dos dois jogadores numa dada partida. Caso contrário, não haveria jogo, e os movimentos individuais permaneceriam isolados sem significação coerente” 
”Cada jogador tem seu papel a ser desempenhado, mas cada papel apenas logra significação quando o segundo jogador cumpre seu papel. ”
Discorrendo quanto a dinâmica co-participativa do jogo de xadrez (metáfora da experiência “movimento e contra-movimento” jurídica), o autor estabelece o caráter intersubjetivo manifesto mutuamente nas ações individuais, que revelam uma interpretação comum das regras do jogo. A consciência recíproca desse regramento permite prever o curso dos eventos (movimento e contra-movimento sucessivos).
RELAÇÃO ENTRE ORDENAMENTO JURÍDICO E O JOGO DE XADREZ
 Um ordenamento jurídico nacional, como as normas do xadrez, constitui um sistema individual determinado por uma “coerência interna de significado”, e nossa tarefa é indicar no que consiste isso. Enquanto se trata das regras do xadrez, o caso é simples. A coerência de significado é dada pelo fato de que todas elas, direta ou indiretamente, se referem aos movimentos executados pelas pessoas jogando a partida de xadrez. Se as regras jurídicas terão, analogamente, de constituir um sistema, terão, analogamente, que guardar referência com ações definidas realizadas por pessoas definidas. Mas que ações são estas e quem são estas pessoas? Esta pergunta só pode ser respondida estabelecendo-se, mediante uma análise das regras comumente tidas como um ordenamento jurídico nacional, a quem são dirigidas e qual é o seu significado. P 56
Um ordenamento jurídico nacional, como as normas do xadrez, constitui um sistema individual determinado por uma “coerência interna de significado”, e nossa tarefa é indicar no que consiste isso. Enquanto se trata das regras do xadrez, o caso é simples. A coerência de significado é dada pelo fato de que todas elas, direta ou indiretamente, se referem aos movimentos executados pelas pessoas jogando a partida de xadrez. Se as regras jurídicas terão, analogamente, de constituir um sistema, terão, analogamente, que guardar referência com ações definidas realizadas por pessoas definidas. Mas que ações são estas e quem são estas pessoas? Esta pergunta só pode ser respondida estabelecendo-se, mediante uma análise das regras comumente tidas como um ordenamento jurídico nacional, a quem são dirigidas e qual é o seu significado. P 56
Alf Ross afirma que A observação externa de uma pessoa jogando xadrez – suas ações físicas/fisiológicas não explicam os movimentos do xadrez, nem podem prever os próximos movimentos - do mesmo modo que as ações de pessoas envolvidas em um processo judicial também não fazem. O sentido só será dado se houver a compreensão das regras. E as regras dizem respeito a um jogo específico – no caso, o xadrez – não serviriam para entender outros jogos, como o tênis ou mesmo como damas. Do mesmo modo, um ordenamento jurídico só entendido se disser respeito a um determinado grupo de pessoas para quem aquelas regras fazem sentido. Um ordenamento jurídico de um país. O significado, tanto de um, como de outro – é partilhado – é intersubjetivo. 
Um ordenamento jurídico nacional, como as normas do xadrez, constitui um sistema individual determinado por ‘uma coerência interna de significado’ (...). A coerência de significado é dada pelo fato de que todas elas (regras do jogo), direta ou indiretamente, se referem aos movimentos executados pelas pessoas jogando a partida de xadrez. Se as regras jurídicas terão, analogamente, de constituir um sistema, terão analogamente que guardar referência com ações definidas realizadas por pessoas definidas. - pág. 56, 
Bem como num ordenamento jurídico, as regras primárias (como se joga) e as regras técnicas (o porquê e quais as consequências de se jogar da determinada forma) do xadrez estabelecem uma relação entre diretivas e assertivas observáveis no fato social, no caso, na experiência de jogar –“direito em ação”; comparação com a relação entre fenômenos jurídicos e normas jurídicas.
(...) As normas jurídicas, como as normas do xadrez, servem como um esquema interpretativo para um conjunto correspondente de atos sociais, o direito em ação, de tal modo que se torna possível compreender essas ações como um todo coerente de significado e motivação e predizê-las dentro de certos limites. (...)
CONCEITO DE DIREITO VIGENTE 
(...)um ordenamento jurídico nacional, considerado como um sistema vigente de normas, pode ser definido como o conjunto de normas que efetivamente operam na mente do juiz, porque ele as sente como socialmente obrigatórias e por isso as acata. O teste de vigência é que nesta hipótese – ou seja, aceitando o sistema de normas como um sistema interpretativo – podemos compreender as ações do juiz (decisões dos tribunais) como respostas plenas de sentido a dadas condições e, dentro de certos limites, podemos predizer essas decisões... P 59
(...)um ordenamento jurídico nacional, considerado como um sistema vigente de normas, pode ser definido como o conjunto de normas que efetivamente operam na mente do juiz, porque ele as sente como socialmente obrigatórias e por isso as acata. O teste de vigência é que nesta hipótese – ou seja, aceitando o sistema de normas como um sistema interpretativo – podemos compreenderas ações do juiz (decisões dos tribunais) como respostas plenas de sentido a dadas condições e, dentro de certos limites, podemos predizer essas decisões... P 59
Ou seja - um sistema de normas será vigente se for capaz de servir como um esquema interpretativo de um conjunto correspondente de ações sociais (assim como as regras do xadrez e a teoria do jogo – que, penso, poderíamos equiparar à doutrina) , de tal maneira que se torne possível para nós compreender esse conjunto de ações como um todo coerente de significado e motivação e, dentro de certos limites, predizê-las. Esta capacidade do sistema se baseia no fato das normas serem efetivamente acatadas porque são sentidas como socialmente obrigatórias. ” P 59
Conclui-se disso que os fenômenos jurídicos que constituem a contrapartida das normas têm que ser as decisões dos tribunais. É aqui que temos que procurar a efetividade que constitui a vigência (?) do direito. P59
Em conformidade com isso, um ordenamento jurídico nacional, considerado como um sistema vigente de normas, pode ser definido como o conjunto de normas que efetivamente operam na mente do juiz, porque ele as sente como socialmente obrigatórias e por isso as acata. O teste de vigência é que nesta hipótese – ou seja, aceitando o sistema de normas como um sistema interpretativo – podemos compreender as ações do juiz (decisões dos tribunais) como respostas plenas de sentido a dadas condições e, dentro de certos limites, podemos predizer essas decisões – do mesmo modo que as normas do xadrez nos capacitam a compreender os movimentos dos jogadores como respostas plenas de sentido e predizê-las. 
Quer dizer, ‘direito vigente’ significa o conjunto abstrato de ideias normativas
que serve como um esquema interpretativo para os fenômenos do direito em ação, o que por sua vez significa que essas normas são efetivamente acatadas e que o são porque são experimentadas e sentidas como socialmente obrigatórias. – pág. 41, segundo parágrafo 
O Direito é estudado e compreendido por Ross sob o ponto de vista de sua efetividade social; sua particularidade é a legitimação da coerção física. A vigência do direito é ratificada através da observação externa, real, concreta da vivência da norma (“direito em ação”), e da sua interiorização (“sentida como socialmente obrigatória”) individual- elemento social e psicológico. Tendo o juiz como destinatário (norma de competência) e a aplicação da força como objeto (norma de conduta), a vigência se aprecia através da obediência (noção empírico-fática)
Só é possível atingir uma interpretação sustentável da vigência do direito por meio de uma síntese do realismo psicológico e do realismo comportamental, que foi o que tentei explicitar no presente capítulo. Minha opinião é comportamentista na medida em que visa a descobrir consistência e previsibilidade no comportamento verbal externamente observado do juiz; é psicológica na medida em que a aludida consistência constitui um todo coerente de significado e motivação, somente possível com base na hipótese de que em sua vida espiritual o juiz é governado e motivado por uma ideologia normativa cujo conteúdo nós conhecemos.
CONCEITO DE DIREITO SUBJETIVO 
É preciso afirmar que o conceito de direito subjetivo não tem qualquer referência semântica; não designa fenômeno algum de nenhum tipo que esteja inserido entre os fatos condicionantes e as consequências condicionadas; é, unicamente, um meio que torna possível representar o conteúdo de um conjunto de normas jurídicas, a saber, aquelas que ligam certa pluralidade cumulativa de consequências jurídicas.
Os conceitos fundamentais pertencentes à esfera dos direitos subjetivos - por exemplo, o conceito de propriedade - não foram criados pelos autores de direito, mas herdados de ideias geralmente aceitas. Embora as pessoas em geral tenham somente as ideias mais confusas sobre os fatos que "geram propriedade" e os "efeitos" que são as “consequências da propriedade” fundamentalmente o conceito é construído da mesma maneira que o seria pelo pensamento profissional científico. Conecta certos fatos específicos (compra, herança, etc.) e certas experiências de faculdades e títulos jurídicos e éticos. (pág. 206)
SITUAÇÕES TÍPICAS 
O conceito de direito subjetivo é usado unicamente para indicar uma situação na qual o ordenamento jurídico deseja assegurar a uma pessoa liberdade de poder se comportar como lhe agrade, a fim de proteger seus próprios interesses.
A mesma situação jurídica que é vantajosa para A pode ser desvantajosa para B ou para outros. O conceito de direito subjetivo significa assim que a situação jurídica é contemplada a partir da perspectiva da pessoa a quem favorece. (pág. 209)
SITUAÇÕES ATÍPICAS 
A concepção metafísica do direito como força espiritual é caracterizada por duas teses: a) que um direito subjetivo é sempre uma entidade simples e indivisa que tem de existir num sujeito específico. E b) que esse sujeito tem que ser humano ou uma organização de humanos.
É inteiramente diferente, contudo, se surgem situações nas quais as várias funções não se relacionam com o mesmo sujeito. Isto ocorre com muita frequência. A entidade como é concebida no conceito substancialista do direito subjetivo não é, de fato, encontrada em lugar algum nesses casos, a ideia tendo que conduzir, inevitavelmente, a pseudo problemas e ficções. (pág. 214)
ESTRUTURA DE UM DIREITO SUBJETIVO 
Visto que uma faculdade equivale, quanto a sua função jurídica, à possibilidade de obter uma sentença contra a pessoa obrigada, a proteção processual de um direito e apenas um outro aspecto do conteúdo do mesmo.
Sujeito do Direito = “[...] é mister fazer distinções relativamente à posição do sujeito em relações diversas, em particular aquela do sujeito do interesse, dos processos e da alienação. (pág. 218)
Conteúdo do Direito Subjetivo = “[...] o conteúdo do direito subjetivo inclui tanto a faculdade que o titular do direito dispõe contra outros quanto seu poder para fazer valer essa faculdade mediante a instauração de processos, e o poder para alienar o direito. (pág. 218)
Objeto do Direito = “[...] o objeto físico em relação ao qual o titular do direito tem uma faculdade de gozo exclusivo. Este objeto físico é chamado de objeto do direito subjetivo. (pág. 218)
A Proteção = “Uma faculdade nada é sem a tutela do aparato jurídico. Ao mesmo tempo, a própria faculdade pode receber proteção através de diferentes reações jurídicas. (p. 219)
 
FONTES DO DIREITO 
Por "fontes do direito", por conseguinte, entender-se-á o conjunto de fatores ou elementos que exercem influência na formulação do juiz da regra na qual ele funda sua decisão; acresça-se que esta influência pode variar - desde aquelas fontes que conferem ao juiz uma norma jurídica já elaborada que simplesmente tem que aceitar, até aquelas outras que lhe oferecem nada mais do que ideias e inspiração para ele mesmo (o juiz) formular a regra que necessita. (página 103)
LEGISLAÇÃO
Toda sanção em exercício de uma competência é conhecida sob a designação comum de legislação. Tomada em sentido amplo, a palavra legislação compreende não apenas a Constituição (se escrita) e as leis do Parlamento, mas também todo tipo de normas sancionadas subordinadas e autônomas, não importa com que nome se as designe: ordens do Conselho, regras e ordens estatutárias, regulamentos de autoridades locais, de corporações autônomas, de igrejas, etc.( página 105) 
PRECEDENTES ( JURISPRUDÊNCIA) 
Com certeza pode-se ter como pacífico que os precedentes, isto é as decisões jurídicas anteriores, desempenharam sempre um papel importante na decisão relativa a uma disputa legal perante um tribunal, O fato de que num caso anterior de caráter similar se tenha escolhido uma certa regra como fundamento da decisão, constitui um forte motivo para que o juiz baseie a decisão presente na mesma regra. (página 116)
COSTUME
Os costumes populares não são nem absolutos nem fundamentais, mas sim manifestações de uma fonte ainda mais profunda.(p.125)
RAZÃO
O que denominamosrazão ou considerações práticas é uma fusão de uma concepção da realidade e de uma atitude valorativa (p.128).
MÉTODO JURÍDICO
Como o Juiz irá julgar?
O estudo do método, identicamente ao das fontes do direito, precisa ser dividido numa parte doutrinária e uma teoria geral. (Pág.137) 
Em determinadas condições, os tribunais tomarão o direito vigente como base para suas sentenças. Regras fixas não podem ser formuladas. O Máximo que se pode atingir é, digamos, um estilo de método ou estilo de interpretação.
- Na interpretação do direito vigente demonstra-se com máxima clareza que a ciência do direito e a política jurídica não podem, em última análise, ser separadas. 
- A doutrina do método deve ser descritiva, não normativa (descritiva de normas, não expressiva de normas).
- Doutrina: A doutrina das fontes, como qualquer outra doutrina acerca do direito vigente, é descritiva de normas e não expressiva de normas; é uma doutrina que se refere a normas, não uma doutrina que consiste em normas.
A parte doutrinária: Investiga o método seguido pelos tribunais num ordenamento jurídico especifico, e constitui uma porção da ciência do direito. Tal como não há uma ideologia universal das fontes do direito, também não há um método universal. A legislação é a fonte predominante do direito, o método possui o caráter de interpretação de um texto provido de autoridade. A atenção se concentra aqui na relação existente entre uma dada formulação linguistica e um complexo especifico de fatos. A técnica de argumentação exigida por esse método visa a descobrir o significado da lei e a sustentar que os fatos dados são abarcados por ele ou não. Limita-se a interpretação do direito legislado. (Pág 137)
Neste método o juiz se baseará na legislação, a par da situação, ele analisará os fatos baseado na Lei.
- olhando as leis e as relacionando.
Teoria Geral: A tarefa de teoria geral do método só pode consistir em explicar certas pressuposições fatuais dos problemas dos métodos e subsumir e caracterizar dentro de uma tipologia geral vários estilos de método e interpretação que realmente ocorrem. (Pág 137) 
O problema do método, portanto, consiste em como extrair uma regra geral dos precedentes existentes e aplicá-la ao caso a ser decidido. A situação se complica pelo fato da regra geral com frequência se alterar no curso desse desenvolvimento de um caso para o outro. É regra geral pressuposta terá de ordinário, um conteúdo muito pouco definido. Por isso a tarefa que tem diante de si o juiz não consiste tanto em aplicar uma regra geral a um caso especifico, mas em decidir se o caso difere do precedente de tal maneira que existam fundamentos para chegar a uma decisão distinta. (Pág 138)
Jurisprudencia: O fato de que num caso anterior de caráter similar se tenha escolhido uma certa regra como fundamento da decisão, constitui um forte motivo para que o juiz baseie a decisão presente na mesma regra.
- Aplicação de uma explicação para o caso, com base em precedentes existentes. O problema deste método é que ao curso de cada caso há uma alteração no seu desenvolvimento, cabendo então ao juiz com auxílio do raciocínio e com a técnica da argumentação encontrar as semelhanças e diferenças entre o caso precedente e presente e destacar os fatos relevantes.
- Em tais circunstâncias pode ocorrer uma metamorfose da Constituição sem que se opere nenhuma mudança do seu texto.
Um ordenamento jurídico nacional não é apenas uma vasta multiplicidade de normas, estando, ao mesmo tempo, sujeito a um contínuo processo de evolução. Em cada caso, por conseguinte, o juiz tem que abrir caminho através das normas de conduta que necessita como fundamento para sua decisão. Se, a despeito de tudo, a previsão for possível, terá que sê-lo porque o processo mental pelo qual o juiz decide fundar sua decisão em uma regra de preferência a outra não é uma questão de capricho e arbítrio, variável de um juiz para outro, mas sim um processo determinado por posturas e conceitos, por uma ideologia normativa comum presente e ativa nas mentes dos juízes quando atuam como tais. P101-102
INTERPRETAÇÃO VIGENTE
Na medida do possível, o juiz compreende e interpreta a lei à luz de sua consciência jurídica material, a fim de que se sua decisão possa ser aceita não só como correta, mas também como justa ou socialmente desejável. Se a divergência entre a consciência jurídica formal e a material exceder certo limite, pode até ser que o juiz prescinda de restrições obviamente impostas pelas palavras ou pela intenção do legislador. Sua interpretação construtiva, neste caso, não se reduz a buscar uma maior precisão, mas retifica os resultados alcançados por uma interpretação da lei que simplesmente averiguasse o que esta significa. (Pág.168)
- Nem todo caso está no campo de referência da lei. 
- O juiz é um ser humano que presta cuidadosa atenção em sua tarefa social, tomando decisões que sente ser corretas de acordo com o espirito da tradição jurídica e cultural. Seu respeito pela Lei não é absoluto (Pág.168)
- A reação emocional espontânea e a analise consciente dos efeitos da decisão mediante a relação a padrões pressupostos, motivam sua decisão.
A fonte mais importante no direito da Europa continental, atualmente, é constituída, sem dúvida, pelas normas sancionadas pelas autoridades públicas. Com efeito, os juízes se sentem obrigados, em alto grau, ante as declarações da legislatura e a doutrina ideológica oficial assevera que o direito legislado (em lato sentido) possui força obrigatória absoluta. Na prática, entretanto, os tribunais, aberta ou sub-repticiamente, por vezes, desconsideram as regras legislativas discordantes da consciência jurídica material predominante. ' Na mente dos juízes, como na dos outros cidadãos, há um limite para o possível hiato entre a consciência jurídica institucional e a consciência jurídica material (parágrafo 11). De modo particular, as regras jurídicas antigas podem perder vigência porque já não se acham em harmonia com as novas condições e ideias. Diz-se, então, que a lei foi abolida por desuso. P 101 -102
A interpretação do jurista se tornará verdadeira e, não obstante sua intenção em contrário, também poderá ser considerada como uma previsão acerca da forma na qual os tribunais aplicarão efetivamente o direito. Na interpretação do direito vigente demonstra-se com máxima clareza que a ciência do direito e a política jurídica não podem, em última análise, ser separadas. P 104-105
É a prática dos tribunais, aquela que realmente acontece, o resto é política jurídica. P137
PROBLEMAS DE INTERPRETAÇÃO
Deve ser considerado ao se distinguir os diferentes grupos de problemas de interpretação: problemas sintáticos, lógicos e semânticos. (Pág.151)
• Sintático
O significado de uma expressão depende da ordem das palavras e da maneira em que se acham conectadas. Os problemas que concernem à conexão das palavras na estrutura da frase chamam-se problemas sintáticos de interpretação. (Pág.151)
- Harmonização das palavras em determinado contexto.
- O estudo sintático é importante para interpretação das Leis.
Exemplo: Instigação ao crime que foi cometido num país estrangeiro não é incluída. (Pág.152)
Explicação do exemplo: Não sabemos com certeza se é a instigação ou o crime que terão sido cometidos num país estrangeiro. (Pág.152)
• Lógicos
Os problemas lógicos da interpretação são os que se referem às relações de uma expressão com outras expressões dentro de um contexto. Entre estes problemas destacam-se a inconsistência, a redundância e as pressuposições. (Pág.157)
- Existe inconsistência entre duas normas quando são imputados efeitos jurídicos incompatíveis às mesmas condições fatuais. (Pág.158)
• Inconsistência
Pode haver inconsistência entre duas normas de três maneiras distintas: 
Inconsistência total-total: Quando nenhuma das normas pode ser aplicada sob circunstancia alguma sem entrar em conflito com a outra. 
Inconsistência total-parcial: Quando uma das normas não pode ser aplicada sob nenhuma circunstância sementrar em conflito com a outra, enquanto esta tem um campo adicional de aplicação no qual não entra em conflito com a primeira. Inconsistência parcial-parcial: Quando cada uma das duas normas possui um campo de aplicação no qual entra em conflito com a outra, porém também possui um campo adicional de aplicação no qual não são produzidos conflitos.
• Redundância
- Há redundância quando uma norma estabelece um efeito jurídico que, nas mesmas circunstancias fatuais está estabelecido por outra norma. Uma das normas, na medida em que isso ocorre, é redundante. (Pág.162)
- Procura-se evitar dizer mais do que o necessário na redação das leis.
- A redundância soma a comparar a lei com uma norma anterior.
• Pressuposições
- Há falsas pressuposições fatuais quando, por exemplo, uma lei qualifica uma substancia inócua de venenosa, ou proíbe a pesca numa área que atualmente é desértica, ou regulamenta a navegação num rio que já não é mais navegável, ou dispõe que a administração deve consultar um organismo que não existe mais. Há falsas pressuposições jurídicas quando uma norma faz pressuposições incorretas ou falhas sobre o conteúdo do direito vigente a respeito de situações jurídicas especificas. (Pág 163)
SÃO TODOS PROBLEMAS DE INTERPRETAÇÃO QUE NÃO PODEM SER RESOLVIDOS POR REGRAS MECÂNICAS.
(devem ser aplicadas, modificadas ou consideradas nulas).
• Semântico
Os problemas semânticos da interpretação, em sentido estrito são aqueles que se referem ao significado das palavras individuais ou das frases. (Pág.164)
- A maioria das palavras são ambíguas, logo seus significados fazem parte de uma situação especifica e contexto. ex: a palavra “casa”.
Explicação do Exemplo: A palavra casa pode designar uma grande variedade de objetos. Fala-se casa (habitação), da casa que um caracol leva às costas, das casas bancarias, das casas de detenção, das casas de famílias reais, das casas de um tabuleiro, das casas decimais e muitas outras. (Pág.164)
Salvo nos casos de referência clara e obvia, o juiz tem que tomar uma decisão que não é motivada pelo mero respeito a letra da lei. (Pág.165)
(NÃO É UM PROCESSO MECÂNICO) 
O problema do método, portanto, consiste em como extrair uma regra geral dos precedentes existentes e aplica-la ao caso a ser decidido. A situação se complica pelo fato da regra geral com frequência se alterar no curso desse desenvolvimento de um caso para outro. Haver continuidade ou alteração dependerá do juiz, ao examinar as semelhanças e as diferenças entre o caso presente e o precedente, entender que os fatos relevantes podem ser classificados segundo os mesmos conceitos pressupostos no precedente, ou em outras palavras, decidir que é mister introduzir uma distinção com o auxílio de outros conceitos. Neste último caso, a regra geral adquiriu um conteúdo distinto. No começo de uma linha de precedentes, a regra geral pressuposta terá, de ordinário, um conteúdo muito pouco definido. Uma doutrina não foi ainda cristalizada. Por isso a tarefa que tem diante de si o juiz não consiste tanto em aplicar uma regra geral a um caso específico, mas em decidir se o caso difere do precedente de tal maneira que existam fundamentos para chegar a uma decisão distinta. O raciocínio jurídico (método jurídico) num sistema como esse é raciocínio por via de exemplos, e a técnica de argumentação exigida por esse método visa a mostrar as semelhanças e diferenças exibidas pelos casos e asseverar que as diferenças são ou não são relevantes. P 138
 Linguagem:
Semântico (significado ambíguo da palavra)
Sintático (conexão entre as palavras)
Lógicos (duas expressões num contexto)
ADMINISTRAÇÃO DA JUSTIÇA
Não queremos com isso dizer como devem ser resolvidos. Tal como ver-se-á mais detidamente no parágrafo 31, as teorias correntes sobre a interpretação têm um conteúdo normativo, isto é, se propõem a proporcionar diretivas que prescrevem como deve ser interpretado o direito na administração da justiça. Na medida em que são deduzidas de ideias preconcebidas referentes à natureza do direito, o conceito do direito, o propósito da administração do direito e coisas semelhantes, equivalem a postulados dogmáticos. Na medida em que são baseadas em considerações de vantagens e desvantagens sociais apreciadas em relação a certos valores pressupostos, equivalem a sugestões de política jurídica dirigidas ao juiz. Em ambos os casos – exceto quando mais ou menos fortuitamente refletem o método seguido na prática pelos tribunais - tais diretivas carecem de valor para compreender o direito positivo e para prever decisões jurídicas futuras. 165-166
Conteúdo normativo
 Ideias pré-concebidas
•Política Jurídica
Pode-se assim dizer que a administração da justiça é o resultante de um paralelogramo de forças no qual os vetores dominantes são a consciência jurídica formal e a consciência jurídica material. A decisão obtida é determinada pelo efeito combinado da interpretação cognoscitiva da lei e da atitude valorativa da consciência jurídica. (Pág.168)
Pode-se assim dizer que a administração da justiça é o resultante de um paralelogramo de forças no qual os vetores dominantes são a consciência jurídica formal e a consciência jurídica material. A decisão obtida é determinada pelo efeito combinado da interpretação cognoscitiva da lei e da atitude valorativa da consciência jurídica. (Pág.168)
- A consciência jurídica formal, é aquela de total obediência ao direito, que está relacionada com o conteúdo normativo. 
- A consciência jurídica material está relacionada com as ideias pré-concebidas, já que se trata do espirito do juiz, uma reação emocional, espontânea que ele tem, que pode surgir de uma análise consciente de decisões realizadas por pressupostos. Essas atitudes motivam a decisão do juiz. 
- E então por fim, a partir da consciência jurídica formal e material, a decisão do juiz será baseada na interpretação cognoscitiva, ou seja, na interpretação da lei em sentido próprio e na atitude valorativa da consciência jurídica que está relacionada com a política jurídica, já que inclui presunções de critérios e valores sociais que motivam o legislador. Porém há um limite na doutrina, existe os casos em que para o juiz podem estar na própria lei ou na história legislativa concordando com a intenção do legislador, aqueles que erroneamente ou acertada o juiz identifica suas atitudes pragmáticas com a do legislador sem ter clara consciência e aqueles casos que o juiz percebe que está interpretando a lei de uma forma não atribuída pelo legislador e que pode entrar em oposição com ela.
APÊNDICE I
MÉTODO JURÍDICO
Ora, se como nas regras do xadrez, um ordenamento jurídico nacional consistisse num pequeno numero de normas simples, concisas e Invariáveis, poder-se-ia supor simplesmente que a previsibilidade dependeria do fato de essas normas estarem, num momento determinado, presentes de modo ativo na mente do juiz.
Mas este não é o caso. Um ordenamento jurídico nacional não é apenas uma vasta multiplicidade de normas, estando, ao mesmo tempo, sujeito a um contínuo processo de evolução. Em cada caso, por conseguinte, o juiz tem que abrir caminho através das normas de conduta que necessita como fundamento para sua decisão. Se, a despeito de tudo, a previsão for possível, terá que sê-lo porque o processo mental pelo qual o juiz decide fundar sua decisão em uma regra de preferência a outra não é uma questão de capricho e arbítrio, variável de um juiz para outro, mas sim um processo determinado por posturas e conceitos, por uma ideologia normativa comum presente e ativa nas mentes dos juízes quando atuam como tais. 
É verdade que não podemos, observar diretamente o que ocorre na mente do JUIZ, porem e possível construir hipóteses no tocante a isso e o valor delas pode ser comprovado observando-se simplesmente se as previsões nelas baseadas foram acertadas. Essa ideologia é o objeto da doutrina das fontes do direito. Constitui o fundamento do ordenamento jurídico e consiste em diretivas que não concernem diretamente ao modo como deverá serresolvida uma disputa legal, mas que Indicam a maneira pela qual um juiz deverá proceder afim de descobrir a diretiva ou diretivas decisivas para a questão em pauta.
Norberto Bobbio
TEORIA DA RELAÇÃO INTERSUBJETIVA
Relação existente entre pessoas direito/dever 
Kant afirma que esta relação entre dois sujeitos, para ser uma relação jurídica, deve se dar entre dois arbítrios, e não entre o arbítrio de um e o simples desejo de outro. Pág. 39, Teoria da norma jurídica
A relação de um sujeito que têm direitos com outro que tem direitos e deveres (o homem). (Parte 6 – Pág 39)
‘’ o direito é o produto da vontade dos indivíduos isolados, considerados cada um como uma unidade separada das outras ‘’ (p.38)
TEORIA DA INSTITUIÇÃO 
Relação só existe porque há uma organização
Pode-se dizer, em síntese, que para Romano existe direito quando há uma organização de uma sociedade ordenada ou, em outras expressões análogas, uma sociedade ordenada através de uma organização, ou uma ordem social organizada. Esta sociedade ordenada e organizada é aquilo que Romano chama de instituição. Pág. 29, Teoria da norma jurídica
...uma pura e simples relação entre dois sujeitos não pode constituir direito; para que surja o direito, é necessário que esta relação esteja inserida em uma vasta e complexa relação... (p.38) 
TEORIA DA NORMA
Relação só existe porque há normas
Toda a nossa vida é repleta de placas indicativas, sendo que umas mandam e outras proíbem ter um certo comportamento. Muitas destas placas indicativas são constituídas por regras de direito. Pág. 24, Teoria da norma jurídica
 “Além das normas sociais, que regulam a vida do indivíduo quando ele convive com outros indivíduos, há normas que regulam as relações do homem com a divindade, ou ainda do homem consigo mesmo. Todo indivíduo pertence a diversos grupos sociais(...). Cada uma dessas associações se constitui e se desenvolve através de um conjunto ordenado de regras de conduta.“(Cap 1 – Parte 2 – Pág 16)
...o direito é um conjunto de normas que prescrevem a conduta que é necessário ser adotada pelos componentes da sociedade a fim de que a própria sociedade possa existir' (p.116) Adolfo Ravá
TEORIA DO ORDENAMENTO
Normas só existem se há ordenamento, “até então, via-se a arvore, não a floresta.” 
“O ordenamento jurídico é um ordenamento no qual o enquadramento das normas é julgado com base num critério meramente formal, isto é, independentemente do conteúdo; o ordenamento moral é aquele cujo critério de enquadramento das normas no sistema é fundado sobre aquilo que as normas prescrevem.” Pág. 73, Teoria do ordenamento jurídico
“A norma jurídica era a única perspectiva através da qual o Direito era estudado, e que o ordenamento jurídico era no máximo um conjunto de normas, mas não objeto autônomo de estudo, com seus problemas particulares e diversos. Para nos exprimirmos com uma metáfora, considerava-se a árvore, mas não a floresta.” (Cap 1 – Parte 1 - Pág 20)
CONCEITO DE PRINCÍPIOS GERAIS
Apenas normas generalíssimas 
Os princípios gerais são apenas, a meu ver normas fundamentais ou generalíssimas do sistema, as normas mais gerais." (Cap 4 – Parte 10 - Pág 158)
 [...] são princípios, ou seja, normas generalíssimas formuladas pelo interprete, que busca compreender, comparando normas aparentemente diferentes entre si [...] ''(p.154) Bobbio 
UNIDADE E VALIDADE DO DIREITO 
...por mais numerosas que sejam as fontes de direito em um ordenamento complexo, esse ordenamento constitui uma unidade pelo fato que, direta ou indiretamente, com percursos mais ou menos tortuosos, todas as normas de direito podem remontar a uma única norma.
Essa norma é a norma fundamental:
	Hierarquia Técnica – Constituição
	Hierarquia Abstrata – Norma Fundamental
COMPLETUDE 
...um ordenamento é completo quando o juiz pode encontrar nele uma norma para regular cada caso que se lhe apresente, ou melhor, não há caso que não possa ser regulado com uma norma extraída do sistema. Se preferirmos uma definição mais técnica de completude, podemos dizer que um ordenamento é completo quando nunca se verifica o caso de que nele não se possam demonstrar a pertinência nem de uma determinada norma nem da norma contraditória.
COERÊNCIA
...não é correto falar, como frequentemente acontece, de coerência do ordenamento jurídico no seu todo: pode-se falar da exigência de coerência somente entre as partes singularmente consideradas desse ordenamento. Num sistema jurídico, a admissão do princípio que exclui a incompatibilidade tem por consequência, em caso de incompatibilidade de duas normas, não o colapso de todo o sistema, mas apenas de uma das duas normas ou, no máximo, de ambas
LACUNAS
No momento em que a liberdade de agir de um não está protegida, está protegida a liberdade do outro de exercera a força.(p.132)
ANALOGIA
Onde houver o mesmo motivo, há também a mesma disposição de direito (Ubi eadem ratio, ibi eadem iuris dispositio)(p.154)
ANTINOMIA
A coerência não é condição de validade, mas é sempre condição para a justiça do ordenamento. (p.113)
EQUIDADE
O juízo de equidade pode ser definido como autorização, ao juiz, de produzir direito fora de cada limite material imposto pelas normas superiores. (p.28)
André Franco Montoro: A Unidade e Completude do Ordenamento Jurídico e sua Coerência 
UNIDADE E VALIDADE DO DIREITO 
Toda norma jurídica tem, assim, um âmbito temporal, espacial, material e pessoal, dentro dos quais ela tem vigência ou validade. MONTORO, pag.146, edição 1973. 
COMPLETUDE
Teria a ordem jurídica previsto todas as situações possíveis? Explicitamente, não. Mas contém elementos e fixou processos que permitem a solução para todos os casos. MONTORO, pag.441, edição 2006.
Normas escritas + Costumes + Analogia + Princípios do direito = Completude do Ordenamento Jurídico
COERÊNCIA 
Apesar de aparente dispersão as leis e as demais normas jurídicas, na realidade, se integram hierarquicamente num sistema de normas que rege ‘a conduta comunitária’. Esse sistema constitui o ordenamento jurídico de cada comunidade. MONTORO, pag.392, edição 2008.
VALIDADE DOS DOIS SISTEMAS 
O direito natural, em lugar de ser um corpo restrito de princípios, a serem utilizados como fundamentos e critério no trabalho de elaboração jurídica, passa a constituir um Código completo de regras, que servem de modelo ao direito positivo. (Pg 321) 
DOUTRINA DO DIREITO NATURAL 
No estado teológico, o espirito humano vê os fenômenos como produtos da ação direta e contínua de agentes sobrenaturais. No estado metafísico, que é uma simples modificação geral do primeiro, os agentes sobrenaturais são substituídos por forças abstratas, capazes de engendrar todos os fenômenos. Finalmente, no estado positivo, ‘o espirito humano, reconhecendo a impossibilidade de obter noções absolutas, renuncia à investigação sobre a origem e o destino do Universo, e ao conhecimento das causas íntimas dos fenômenos, para se ater unicamente pelo uso combinado do raciocínio e da observação, à descoberta de suas leis efetivas, isto é, suas relações invariáveis de sucessão e de semelhança. (Pg. 294)
CONTEÚDO DO DIREITO NATURAL 
lacunaque existe dentro do espírito humano, que nos permite distinguir o bem do mal. (Pg. 313)
CONCEITO DE DIREITO POSITIVO 
O positivismo jurídico é uma ideia segundo a qual o direito é ditado pelo poder dominante na sociedade, em um processo histórico. Segundo essa concepção, só é direito aquilo que o poder dominante determina, e o que ele determina só é direito em virtude dessa circunstância mesma. (Pg. 301)
PROPOSIÇÕES DE DIREITO NATURAL E DE DIREITO POSITIVO 
As doutrinas e interpretações, em sua maior parte, não se excluem. Antes, de certa forma, se completam. Focalizam aspectos diferentes da realidade jurídica. Correspondem a diversos contextos e condições históricas. E representam contribuições positivas para a compreensão global do direito. (Pg. 327)
Hans Kelsen Teoria geral do Direito e do Estado
VALIDADE DO DIREITO NATURAL: 
Ao contrário das regras do Direitopositivo, as regras vigentes nesta ordem natural que governa a conduta humana não estão em vigor por terem sido criadas artificialmente por uma autoridade humana especifica, mas sim porque emanam de Deus, da natureza ou da razão, e são, desse modo, boas, certas e justas. Pág 558
VALIDADE DO DIREITO POSITIVO: 
As normas do Direito positivo são “validas”, ou seja, devem ser obedecidas, não porque, como as leis do Direito natural, derivam da natureza, de Deus ou da razão, de um princípio do absolutamente bom, reto ou justo, de um valor ou norma fundamental absolutamente supremo ou de uma norma fundamental, a qual se acha , ela própria, investida da pretensão de validade absoluta, mas simplesmente, porque foram criadas de certo modo ou feitas por certa pessoa. Da mesma forma, as normas positivistas são validadas apenas com base numa pressuposição: a de que existe uma norma fundamental que estabelece a autoridade legislativa suprema. Págs. 562/563
UNIDADE DOS DOIS SISTEMAS 
Direito Natural: 
Uma vez que a ideia de um direito natural é uma ideia de uma ordem natural, segue-se que suas regras, diretamente, tal como fluem da natureza, de Deus ou da razão, são imediatamente evidentes como regras da lógica e, desse modo, não requerem qualquer esforço para serem percebidas como reais. Pág 559. 
Direito positivo: 
Como o direito positivo é uma ordem de coerção, no sentido de que prescreve atos coercitivos, o seu desenvolvimento conduz necessariamente ao estabelecimento de agências especiais para concretizar atos de coerção apropriados. Não é mais o indivíduo cujos interesses foram prejudicados quem executa a lei contra o malfeitor, como acontecia no direito primitivo; é uma agência ou órgão, no sentido mais restritivo da palavra (um juiz ou funcionário), estabelecido com base na divisão de trabalho. Pág 560 
 COEXISTÊNCIA DOS DOIS SISTEMAS
Direito Natural:
O direito natural é em princípio, uma ordem não-coercitiva, anárquica. Toda teoria de Direito Natural, na medida em que conserva a ideia de uma lei pura de natureza, é necessariamente um anarquismo ideal; todo anarquismo, do cristianismo ao marxismo moderno, é, fundamentalmente, uma teoria do Direito natural. Pág 560
Direito Positivo: 
O direito positivo como ordem humana arbitrária, cujas regras carecem de justeza auto evidente, requer necessariamente uma agência para a concretização de atos de coerção e exibe uma tendência inerente de evoluir, de ordem coercitiva para uma organização coercitiva especifica. Essa ordem coercitiva, sobretudo quando se torna uma organização, é idêntica ao estado. Assim, pode-se dizer que o Estado é a forma perfeita do direito positivo. Pág 560. 
 
Tercio Sampaio Ferraz Jr. introdução ao Estudo do Direito: técnica, decisão, dominação 	 
RELAÇÃO JURÍDICA 
Sujeito de um direito/ Sujeito da obrigação 
Relações jurídicas não são relações entre seres humanos concretos, entre pessoas no sentindo do senso comum, mas entre normas; isto é, desde que entendamos que o credor e o devedor, entre os quais se estabelece uma relação, são sujeitos e sujeito é o ponto geométrico da confluência de normas e que credor é o sujeito de um direito, o qual nada mais é que o correspondente comportamento prescrito por normas ao devedor (x deve pagar sob pena de z) e que o devedor é o sujeito da obrigação (conduta prescrita na norma e que evita sanção). PÁG 130
SUJEITO DE DIREITO
Pessoa física, Pessoa jurídica, Patrimônio 
Segundo o uso doutrinário mais tradicional, o sujeito jurídico (sujeito de direito) enquanto ser humano é aquele que é sujeito de um direito ou de um dever correspondente. PÁG 121
CAPACIDADE JURÍDICA 
Exercício de direitos e deveres 
O termo capacidade costuma ser usado para expressar uma aptidão. Diz-se que o sujeito capaz está apto a exercitar seus próprios direitos. Assim reza o art. 2º do Código Civil, ao prescrever que todo homem é capaz de direitos e obrigações. É o que se chama também de capacidade jurídica. PÁG 123
COMPETÊNCIA JURÍDICA 
Poder jurídico, heterônomo, vinculado 
Na verdade, a expressão competência tem a ver com o sistema de papéis isolados integrados na chamada pessoa jurídica. Competência é o poder jurídico atribuído pelo estatuto da pessoa jurídica (pública ou privada) a seus órgãos. É pois, um conceito típico das organizações burocráticas. PÁG 124
PERSONALIDADE JURÍDICA 
Condição humana de ser sujeito de direitos e deveres 
O ser humano concreto é um organismo controlado por um sistema psíquico (personalidade) cuja conexão de sentido não coincide com a conexão de sentido que liga as ações do sistema social. PÁG 124
DOGMÁTICA HERMENÊUTICA
Na verdade, o propósito básico do jurista não é simplesmente compreender um texto, como faz, por exemplo, o historiador ao estabelecer-lhe o sentido e o movimento no seu contexto, mas também determinar-lhe a força e o alcance, pondo o texto normativo em presença dos dados atuais de um problema. Ou seja, a intenção do jurista não é apenas conhecer, mas conhecer tendo em vista condições de decidibilidade de conflitos com base na norma enquanto diretiva para o comportamento. PAG 256
MÉTODOS HERMENÊUTICOS
Os chamados métodos de interpretação são, na verdade, regras técnicas que visam à obtenção de um resultado. Com elas procuram-se orientações para os problemas de decidibilidade dos conflitos. Esses problemas são de ordem sintática, semântica e pragmática. PAG 286
TIPOS DE INTERPRETAÇÃO
Aliás, de modo geral, o segredo do bom êxito da atividade interpretativa está em que não há critério precisos que indiquem quando se deve usar uma ou outra forma de interpretação ou se o intérprete deve valer-se de métodos sistemáticos, sociológicos ou teleológicos. Não é sem razão, pois, que a doutrina hermenêutica costuma dizer difusamente que a interpretação é um ato de síntese e que o intérprete, para alcançar a ratio legis, deve lançar mão de todos os meios doutrinários a seu alcance. PAG 298
LACUNAS
[...], Podemos afirmar que o conceito de lacuna é um conceito relacional: lacuna é uma inadequação em relação a alguma coisa. O conceito gênero é a inadequação normativa.(P. 180)
Completude ou incompletude do sistema, na dogmática analítica permite que o jurista enfrente os problemas com o máximo de segurança, mas o ordenamento de fato é conhecido como lacunoso, e essa questão tem dois aspectos, a configuração sistemática, que é o problema da completude e o outro refere-se a questão da incompletude, dizer como devem ser preenchidas as lacunas. (Entra no exemplo do furto de energia, falava em furtar coisa móvel, não se enquadrando energia elétrica como tal, devendo, então, por força do princípio, “Nullum crimen, nulla poena sine lege” princípio de que não há crime nem pena sem lei, ser admitido como comportamento penalmente admissível). Tércio distingue o sistema de lacunas de lacunas autênticas e não autênticas, uma lacuna autêntica ocorre quando a lei não permite uma resposta, quando a partir dela uma decisão não é possível, quando uma decisão não pode ser encontrada. Uma lacuna não autêntica, por seu lado, dá-se quando um fato-tipo é previsto pela lei, mas a solução é considerada como indesejável. De acordo com o tercio a lacuna entra na pluridimensionalidade do direito que são as matérias zetéticas e nisso ele acaba entrando em conflito com o Kelsen por que ele é unidimensionalista e entra nas matérias dogmáticas 
ANALOGIA
Demonstrada a semelhança entre dois casos, o intérprete percebe, simultaneamente, que está regulado e aplica a ele a norma do outro. A analogia permite constatar e preencher lacunas(P. 265)
“[...], Os instrumentos quase- lógicos (quase porque não obedecem estritamente ao rigor da lógica formal), têm uma aparência de raciocínio formal, [..].(P. 264)
A analogia ela é falada quando uma norma, estabelecida com e para determinada facti species (particularidade do fato), é aplicável a conduta para a qual não há norma havendo entre ambos os supostos fáticos uma semelhança. Pode ser definido também como aplicação extensiva e gerauma confusão entre analogia e interpretação extensiva, de princípios extraídos de uma lei a casos juridicamente semelhantes, que no caso são essencialmente iguais nos aspectos importantes e desiguais nos secundários, tendo em vista uma decisão.
O uso da analogia no direito é fundado no princípio geral de que se deva tratamento igual a casos semelhantes, demonstrada sob o ponto de vista dos efeitos jurídicos, e supõe-se que as coincidências sejam maiores e juridicamente mais significativas que as diferenças.
ANTINOMIA JURÍDICA
Antinomia jurídica como a oposição que ocorre entre duas normas contraditórias (total ou parcialmente), emanadas de autoridades competentes num mesmo âmbito normativo, que colocam o sujeito numa posição insustentável pela ausência ou inconsistência de critérios aptos a permitir-lhe uma saída nos quadros de um ordenamento dado. (P. 171)
Toda antinomia envolve a contradição, nem toda contradição envolve a antinomia, só temos a antinomia quando ela está acompanhada de outros fatores, e para que haja a antinomia jurídica é necessário que as normas expressam ordens ao mesmo sujeito emanem de autoridades competentes num mesmo âmbito normativo, e também, as instruções dadas ao emissor se contradigam, pois para obedece-las ele deve desobedece-las é uma condição lógica necessária para mostrar quando duas normas se contradizem, mas nem sempre duas normas se contradizem, e o sujeito deverá ficar em uma posição insustentável, não terá qualquer recurso para se livrar dela, no ângulo jurídico, essa hipótese significa que não existe no ordenamento dado, nenhuma regra que venha no auxílio para que o sujeito decida uma questão. 
E na antinomia ele distingue entre: antinomias reais e aparentes: antinomias reais seriam aquelas que não tem no ordenamento(não havendo critério para a sua solução ou existe um conflito), a as aparentes as quais existem critérios normativos(aparente é ao contrário).
Antinomias próprias e improprias: são chamadas de próprias aquelas que ocorrem por motivos formais(uma norma permite o que outra obriga), e são improprias as que se dão em virtude do conteúdo material das normal. Com as antinomias de princípios, valoração, teleológicas, são improprias por que nada impede do sujeito agir conforme as normas ainda que em virtude de um juízo de valor ele não concorde com elas.
Classificação quanto ao âmbito: antinomia de direito interno e internacional, e interno-internacional, as primeiras ocorrem dentro de um ordenamento estatal e dentro de um ramo de direito(direito civil, constitucional etc...), ou normas de diferentes ramos. As segundas ocorrem em normas de direito internacional e as terceiras referem-se a conflitos de direito interno com as de outro direito interno ou entre direito interno e direito internacional.
Classificação quanto à extensão da contradição: essa se divide em três extensões:
- Antinomia Total-Total: quando uma das normas não pode ser aplicada em nenhuma circunstância sem entrar em conflito. 
- Antinomia Total-Parcial: quando uma das normas não pode ser aplicada em nenhuma circunstancias sem entrar em conflito com a outra, enquanto a outra tem um campo de aplicação que entra em conflito com a anterior apenas em parte.
- Antinomia Parcial-Parcial: quando duas normas têm um campo de aplicação que em parte entra em conflito com o da outra em parte não entra.
EQUIDADE
No direito atual, portanto, ela se prende às elaborações da própria dogmática, às estruturas da língua hermenêutica: o juízo por equidade tem de levar em consideração o sistema. (P. 268)
Da mesma forma que os princípios gerais, a equidade tem no sistema dinâmico função metalinguística. Ela responde pela estrutura de concretização do direito. Não é fonte, pois, no mesmo sentido das demais. (P. 204)
No conjunto de razão jurídica costuma-se mencionar a equidade, que se obtém pela consideração harmônica das circunstancias concretas, do que pode resultar um ajuste da norma à especificidade da situação a fim de que a solução seja justa. Se tem, portanto, por equidade que na falta de norma positiva, é o recurso de uma espécie de intuição, no concreto, das exigências da justiça enquanto a igualdade proporcional. Buscando sempre uma racionalização dessa intuição, e ela pode integrar o direito de diversas formas, por exemplo por seu intermédio criando deveres adicionais além daqueles que expressam a lei, há uma oscilação entre direito subjetivo e objetivo explica os cuidados em circunscrever a equidade e seu uso, na falta da norma a equidade integra o ordenamento sumariamente o seu contraponto é a existência de algum consenso.
Tércio Sampaio, Ferraz Júnior. Introdução ao Estudo do Direito, Editora Atlas, 8ª Edição, 2015. 
DOUTRINA DA IRRETROATIVIDADE DAS LEIS
Que sucede com a eficácia retroativa de uma norma quando atinge efeitos já produzidos por outra norma? Se se trata de normas legisladas, estamos diante da doutrina da irretroatividade das leis. Essa significa que a eficácia retroativa da lei nova, possível em tese, é inadmissível, desde que a incidência da lei antiga tenha ocorrido plenamente. Pag. 206
NORMAS DE COMPETÊNCIA E DIREITO ADQUIRIDO
Ora, se a lei antiga contém normas de competência que estabelecem as condições em que alguém é considerado titular de direitos subjetivos, preenchidas estas condições, diz-se que o direito está adquirido, isto é, ocorreu a incidência no sentido de que o adquirente está apto a exercê-lo (Lei de Introdução ao Código Civil, art. 6°, § 2°). Assim, se alguém compra uma propriedade, tendo cumprido todas as exigências da lei e suas normas de conduta, uma lei posterior que venha alterar as condições para alguém ser considerado proprietário (ser proprietário) não pode ter eficácia sob o direito adquirido anteriormente (alguém que já é proprietário). P 206
NORMAS DE CONDUTA E PRINCIPIO DO ATO JURIDICO PERFEITO
O princípio do direito adquirido não protege, porém, o sujeito contra os efeitos retroativos de uma lei no que diz respeito à incidência de novas normas de conduta. Assim, protegida a aquisição do status de proprietário (incidência perfeita da norma de competência), nada obstaria que o exercício de certos atos correspondentes ao direito adquirido (por exemplo, alugar o imóvel objeto do direito adquirido de propriedade) venha a ser atingido por lei posterior que proíba, por exemplo, o desejo do locatário para subsequente locação por preço maior. Para isso existe o princípio do ato jurídico perfeito, isto é, o preceito segundo o qual o ato exercitado e consumado sob a norma de conduta da lei antiga não pode ser atingido pela lei posterior. PAG. 206
PRINCIPIO DA COISA JULGADA 
Pode acontecer, no entanto, que a situação de ser porprietário ou o ato de realizar a venda ou locação sejam controvertidos. Leva-se o conflito à Justiça, que decide sobre ele. Essa decisão torna as relações inatacáveis. A sentença substitui, como título concreto, os poderes e as vinculações realizadas, mas até então, controvertidas. Diz-se que a sentença faz coisa julgada. O princípio da coisa julgada protege a relação controvertida e decidida contra a incidência de lei nova. Alterando-se quer as condições de ser titular, quer as condições de exercer os atos correspondentes, o que foi fixado perante o tribunal não pode ser mais atingido retroativamente. Pag. 207
Silvio de Salvo Venosa - Direito Civil: Parte Geral, volume 1, 15º edição – São Paulo: Atlas, 2015.
A LEI DE INTRODUÇÃO (LINDB)
Tanto a presente lei como a anterior LICC possuem, é fato, sentido mais amplo que uma simples introdução às leis civis. Cuida-se, na verdade, de introdução a todo sistema legislativo brasileiro. O mandamento no sentido de que o juiz aplicará a lei tendo em vista seus fins sociais e o bem comum (art. 5º) não se limita ao âmbito do Código Civil. Nesse sentido pode-se afirmar que a lei de introdução é uma lei que regula as outras leis, direito sobre direito. (VENOSA, 2015, p. 105) 
VIGÊNCIA DA LEI
O início de vigência da lei está previsto no art. 1º. Salvodisposição em contrário, a lei começa a vigorar no país 45 dias depois de publicada no órgão oficial. Como regra geral, as leis costumam indicar seu prazo de início de vigência, o qual pode ser inferior aos 45 dias citados na lei. São comuns em nosso país que as leis entrem em vigor ‘na data de sua publicação’, o que é por demais inconveniente. A entrada imediata em vigor deve ser reservada às leis que efetivamente apresentam urgência em sua aplicabilidade. (VENOSA, 2015, p. 107) 
VACÂNCIA DA LEI
Durante o período de vacância, a nova lei, como ato jurídico, existe, é válida, mas não é ainda eficaz. A eficácia permanece com a lei antiga. A eficácia da lei, isto é, seus efeitos plenos, só ocorrem com sua entrada em vigor. (...) O prazo de vacatio legis não se suspende, interrompe ou prorroga, salvo nova disposição.” (VENOSA, 2015, p. 108) 
IRRETROATIVIDADE DA LEI
A Lei deve atingir somente efeitos futuros. Essa é a regra. Efeito retroativo é aquele cuja lei atinge fatos passados, atos praticados sob o pálio da lei revogada. A retroatividade por vezes ocorre e será necessária, dentro dos limites de garantia desse artigo. Caberá aos tribunais colocar a situação concreta nesses limites. Ademais, a lei nova não pode destruir os efeitos dos atos que se praticaram na lei antiga e ainda gerar consequências jurídicas sob a nova lei. (...) O princípio da irretroatividade é instrumento para garantir o direito adquirido. (VENOSA, 2015, p. 119 e 120)

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