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Pavimentação Unidade II Empréstimos 1

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2 – Estudos do Subleito e Jazida 
 
 42 
 
9. Estudo das áreas de empréstimos 
 
 9.1 – Introdução 
 
A procura de ocorrências de materiais se inicia com a coleta de todas as 
informações possíveis de existência de materiais aproveitáveis ao longo da rodovia em 
estudo. Inicialmente, devem-se investigar mapas geológicos ou trabalhos que 
descrevam a geologia da região. Nesta fase de coleta de informações, entramos em 
contato com os engenheiros rodoviários e geólogos que trabalham na região, e 
também colhemos informações com os moradores da zona próxima à estrada de 
modo a definirem-se quais as jazidas que devem ser melhor estudadas para o 
emprego em uma determinada camada do pavimento. 
 Todas as possíveis ocorrências de materiais devem ser examinadas. Sendo 
que os materiais mais encontrados são: 
 
a) Cascalheiras: é a denominação que se dá comumente à ocorrência de material 
pedregulhoso. Existem vários tipos de cascalhos como, por exemplo, o cascalho 
ferruginoso, encontrado em Belo Horizonte; as lateritas, encontradas em todas as 
regiões tropicais e que são utilizadas nos estados do Amazonas, Pará, Maranhão e 
Acre; o cascalho quartzoso, encontrados em pequenas camadas, geralmente na parte 
superior dos morros arredondados; o cascalho quartzoso de rios, etc. 
b) Saibreira: “é uma ocorrência de material que passa, geralmente, na peneira de 3/8” 
(9,51 mm) com grande porcentagem de areia grossa. O material proveniente da 
decomposição do granito ou gnaisse, que são comuns nos morros, atingindo 
espessura de vários metros. 
c) Areias: são depósitos que podem ser divididos em: 
- Areias de rios: são encontradas nas margens ou leitos de alguns rios. 
- Areias de várzea: são antigos depósitos, formados em baixadas, onde possivelmente 
já passou um rio, tendo sido o seu leito deslocado. Podem ser também de formação 
eólica. 
- Areias de barrancos – são provenientes da alteração de arenito. 
d) Pedreiras: são ocorrências de rochas, em geral são facilmente localizadas. 
O estudo geotécnico das jazidas é dividido em duas fases: prospecção 
preliminar e prospecção definitiva 
9.2 - Prospecção preliminar ou reconhecimento 
 
 Colhidas as informações e visitadas as possíveis fontes de material, inicia-se a 
prospecção preliminar a fim de verificar a possibilidade de seu aproveitamento, tendo 
em vista a qualidade do material e seu volume aproximado. O reconhecimento 
compreende: inspeção expedita no campo, sondagens (5 a 12 furos) e ensaios de 
laboratório. 
Na inspeção expedita no campo, o engenheiro ou geólogo deve ter em mente 
todas as indicações possíveis, tais como jazidas indicadas pela fiscalização, pelos 
moradores da região, taludes de cortes, depósitos aluvionais às margens dos cursos d’ 
água, etc. Quando se dispõe de fotografias aéreas, é possível, com uma 
fotointerpretação, localizar-se as jazidas e identifica-las no campo. Completada a 
inspeção expedita no campo, e julgada aproveitável a jazida, segue-se a fase de 
sondagem, que deve ser realizada da seguinte maneira: 
a) Anota-se a posição da jazida em relação ao eixo da estrada; 
b) Delimita-se aproximadamente a área de ocorrência do material; 
2 – Estudos do Subleito e Jazida 
 
 43 
c) Na área limitada abaixo, de acordo com os eu tamanho, deverão ser feitos 5 a 12 
furos de sondagem. Sendo uma área considerada como pequena, 5 furos serão 
suficientes e estes deverão ser localizados um no centro e quatro na periferia, 
convenientemente localizados. A profundidade dos furos será aquela em que se sentir 
a possibilidade de aproveitamento ou não do material. No caso de áreas julgadas 
grandes, recomenda-se fazer 4 furos na zona central e 8 na periferia. 
d) Deve-se fazer um croqui aproximado de cada jazida, amarrando-se os furos e 
medindo a distancia entre eles (Figura 20). Cada furo deve ser numerado. Anotam-se 
as cotas de mudança de cada camada, bem como da capa de material imprestável. 
e) Coleta-se para cada furo e para cada camada amostras necessárias à realização 
dos ensaios de laboratório num total mínimo de 50 kg. As cotas limítrofes das 
diferentes camadas serão devidamente anotadas. 
Figura 20 – Croquis da distribuição dos furos de sondagens na prospecção preliminar 
 
Na fase de ensaios de laboratório, as amostras coletadas são submetidas aos 
ensaios de caracterização, equivalente de areia e CBR, devendo este serem 
determinado tanto para a energia do AASHO Normal como para a energia do AASHO 
intermediário. Com os resultados dos ensaios realizados, pode-se considerar a jazida 
como insatisfatória ou não. Ela é julgada satisfatória quando, pelo menos, parte do 
material se enquadra nas especificações em vigor ou quando há possibilidade de se 
estudarem misturas. 
 Julgada satisfatória a jazida, segue-se a fase de prospecção definitiva. 
9.3 - Prospecção definitiva 
 
 Compreende três fases distintas: sondagens, ensaios de laboratório e 
cubagem. 
Sondagem - Para execução da sondagem , lança-se uma malha ortogonal de 
30 metros de lado dentro dos limites da jazida selecionada, de modo a se ter figuras 
geométricas regulares, em cujos vértices serão feitos furos de sondagem (Figura 20). 
 De cada furo, e por horizonte de 1 m ou menos, espaçados de 60 m, deve-se 
coletar uma quantidade de material (50 kg aproximadamente), para realização de 
todos os ensaios de caracterização, equivalente de areia e CBR, devendo se anotar 
no boletim de sondagem, com a classificação expedita, conforme mostrada na figura 
22. Para cada furo intermediário, ou seja, a cada 30 m, será coletada por cada 
camada uma quantidade de material (5 kg aproximadamente) para ensaios de 
caracterização e equivalente de areia. O número de amostras poderá variar de tal 
2 – Estudos do Subleito e Jazida 
 
 44 
maneira que se tenha um número mínimo de 9 amostras, necessários ao estudo 
estatístico. 
 
 BOLETIM DE SONDAGEM 
MATERIAL DE: Subleito/ ESTRADA: 
 ou Jazida J3 TRECHO: Jaraguá - Saraiva 
Estaca Furo Posi-
ção 
Amostra 
n
0
 
Horizon-
tes 
Prof. 
(cm) 
Perfil Classificação 
Expedita 
Obs. 
51+0.0 F.51 A 0-10 1
o
 Casc.med.am.averm. 
 F.52 A 0-30 Capa 
52+0.0 F.53 A 30-70 1
o
 Casc.grand.am.averm. 
 F.54 A 0-10 Capa 
53+0.0 F.55 A 10-60 1
o
 Casc.med.am.claro 
 F.56 A 0-100 1
o
 Casc.grand.am.escuro 
54+0.0 F.57 A 0-80 1
o Casc.grand.am.averm 
 F.58 A 0-100 1
o 
Casc.méd.am.escuro 
 
Figura 22 – Boletim de Sondagem na prospecção definitiva 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 21 – Croquis da malha de furos de sondagens na prospecção definitiva 
Figura 22 – Rede de furos para levantamento mais detalhado 
2 – Estudos do Subleito e Jazida 
 
 45 
 
Figura 22 – Boletim de Sondagem na prospecção definitiva 
 
9.4 Ensaios de laboratório 
 
 Serão executados ensaios de caracterização, bem como do equivalente de 
areia. O ensaio de granulometria será feito por peneiramento simples, não havendo 
necessidade de ensaio de sedimentação. Este será usado somente nos casos de solo-
cimento. O ensaio de CBR será feito em amostras virgens, com energia de 
compactação correspondente ao AASHO intermediário. 
 Com os resultados dos ensaios, calcula-se o índice de grupo e classificam-se 
os solos constituintes de cada horizonte da jazida em estudo, de acordo com a 
classificação HRB e determina-se a faixa granulométrica utilizada pela AASHO e pelo 
DNER. 
 
9.4.1 – Ensaio de Equivalente de Areia - EA 
 
 (Método DNER – DPTM 54-63) 
 
Definição: É a relação volumétrica correspondente à razão entre a altura do 
nível superior dasuspensão argilosa (h1) e a altura do nível superior da areia (h2) de 
uma determinada quantidade de solo ou agregado miúdo, colocados numa proveta. 
O equivalente de areia indica, nas condições previstas no ensaio, a pureza de 
um determinado material, em relação à fração argila. 
Este ensaio é muito usado para selecionar o material a ser utilizado na 
estabilização de solos. 
 
 Aparelhagem: 
 
a) Peneira no 4 (4,8 mm) 
b) Proveta de vidro ou plástico, graduada 
c) Garrafão com capacidade de 5 litros e 
dotado de sifão 
d) Reagentes 
e) Outros acessórios (tubo lavador, funil, 
pistão, etc.) 
 
 
 
 BOLETIM DE SONDAGEM 
MATERIAL DE: Subleito/ ESTRADA: 
 ou Jazida J3 TRECHO: Jaraguá - Saraiva 
Estaca Furo Posi-
ção 
Amostra 
n
0
 
Horizon-
tes 
Prof. 
(cm) 
Perfil Classificação 
Expedita 
Obs. 
51+0.0 F.51 A 0-10 1
o
 Casc.med.am.averm. 
 F.52 A 0-30 Capa 
52+0.0 F.52 A 30-70 1
o
 Casc.grand.am.averm. 
 F.53 A 0-10 Capa 
53+0.0 F.53 A 10-60 1
o
 Casc.med.am.claro 
 F.54 A 0-100 1
o
 Casc.grand.am.escuro 
54+0.0 F.55 A 0-80 1
o Casc.grand.am.averm 
 F.56 A 0-100 1
o Casc.méd.am.escuro 
 
2 – Estudos do Subleito e Jazida 
 
 46 
Ensaio 
 
1- Amostra úmida de solo que passa na # 4 - 110 g 
2- Preparação da solução concentrada ( 5 litros) 
- 557 g de cloreto de cálcio anidro 
- 2.010 ml de glicerina 
- 55 ml de solução de formaldeido 
- 2.000 ml de água destilada 
3- Agitar a proveta com a solução + amostra: 
 90 ciclos em 30 segundos 
4- Deixar a proveta em repouso por 20 min 
5- Proceder à leitura do nível superior da argila em suspensão (h1) 
6- Introduz-se o pistão na proveta até o completo assentamento da areia, faz-
se a leitura do nível da areia (h2). 
 
 EA = 
2
1
h
h
x100 
 
 
Para garantir a qualidade do 
material quando empregado como camada de 
base granular ou em misturas de solos, as 
especificações Gerais do DNER 
recomendam o seguinte: 
“A fração que passa na # 40, deverá apresentar LL 25%; IP < 6%; quando 
esses limites forem ultrapassados, o EA deverá ser maior que 30%”. 
 
9.5 Cubagem 
 
 Com a rede de furos lançada por ex., de 30 em 30 m e a profundidade de 
cada furo e cada horizonte, estamos aptos a calcular a volume de cada jazida. 
 O DNER recomenda os seguintes volumes mínimos de cada jazida, de acordo 
com a camada em que será utilizada. 
 
PAVIMENTOS FLEXÍVEIS E SEMI-
RÍGIDOS 
PAVIMENTOS RÍGIDOS 
Camada Volume mínimo da 
Jazida (m3) 
Camada Volume mínimo da 
Jazida (m3) 
Regularização e 
reforço do subleito 
2.500 Rocha 1.000 
Sub-base 2.000 Areia 300 
Base 2.000 Material para sub-
base (bombeamento) 
1.200 
Revestimento 500 
 
Tabela 4 - Volumes de Jazidas 
 
A Figura 22 mostra o esquema de sondagem, onde estão localizados os furos 
a fim de colher todos os dados necessários: extensão, espessura e volume da 
camada. Na figura, vê-se um esquema de localização dos furos, os quais devem ser 
identificados por números. As malhas podem ser retangulares ou triangulares. 
2 – Estudos do Subleito e Jazida 
 
 47 
As amostras deverão ser colhidas em número suficiente para garantir a 
interpretação dos resultados, e em quantidade que permita a execução dos ensaios de 
caracterização e outros, segundo a finalidade no laboratório. 
De posse desses resultados, pode-se avaliar a uniformidade do material e a 
possibilidade de aproveitamento da jazida. Em caso positivo, calcula-se o volume de 
material ou materiais da jazida multiplicando a área correspondente a cada malha pela 
média das alturas ou espessuras do material nos furos de cada vértice, ou seja, 
obtidos os volumes dos vários prismas, o seu somatório fornecerá o volume total da 
jazida. 
Quanto ao equipamento e pessoal utilizado na prospecção das jazidas é o 
mesmo indicado no item 2.1. 
 
Exemplo 3: Determinar o volume da Jazida abaixo: 
 
 
 
 Vista espacial 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Disposição dos furos em planta 
 
F1 F2 
 
 
80m 
 
 
 F F3 F5 
60m Eixo da rodovia 
 
 
Est 42 + 10m Est 45 + 0,0 50 + 0,0 
 
- Malha 1 é um retângulo em cujos cantos situam-se o furo de sondagens F1 , F2 , F3 , 
F4 
Lado 1 = 80 m 
Lado 2 = Est.( 45 + 0,0m ) – Est (42 + 10m) = 2 + 10 m = 50 m. 
Área da malha: A1 = 80 x 50 = 4.000 m
2 
Espessura média: z1 = 
4
80,060,030,060,0
 = 0,575 m 
Volume do prisma de solo: V1 = A1 x z1 
 V1 = 4.000 x 0,575 V1 = 2.300 m
3 
 
Estaca 
 
Furos 
Profundi-
dade (cm) 
 
Descrição 
42+10m F1 0 - 60 
Areia siltosa, 
amarelada 
F4 0 – 80 
45+00m F2 0 – 30 
F3 0 - 60 
50+0,0m F5 0 - 60 
F4 
80cm 60 cm 
30 cm 
 F4 
 F1 F2 
F5 
F3 
60cm 
2 – Estudos do Subleito e Jazida 
 
 48 
 
- Malha 2 é um triângulo em cujos vértices situam-se o furo F2 , F3, F5 
Lado 1 = 80 m 
Lado 2 = Est. (50 ) - Est (45) = Est. 5 = 5 x 20 = 100 m 
Área da malha: A2 = 
2
10080x
 = 4.000 m2 
Espessura média : z2 = 
3
60,060,030,0 = 0,50 m 
Volume do prisma de solo: V2 = 4.000 x 0,50 V2 = 2.000 m
3 
 
Volume total da Jazida: VT = 2.300 + 2.000 VT = 4.300 m
3 
 
 
 
9.6 Apresentação dos resultados 
 
É conveniente adotar um símbolo para as jazidas de materiais e 
numera-las, p.ex., jazidas J-1, J-2, J-3, J-3, etc. 
Para cada uma das jazidas são apresentados os seguintes elementos: 
o Boletim de sondagens 
o Quadro resumo dos resultados dos ensaios (Figura 25) 
o Quadro referente à análise estatística 
o Planta de situação 
o Perfis de solos 
Os perfis de solos devem ser traçados para todos os alinhamentos do 
reticulado numa das direções, que deve ser normal à provável frente de serviço. 
Organiza-se ainda um diagrama de utilização de jazidas ao longo do trecho em 
serviço, conforme mostrado na figura 26 
 
 
 
 Figura 26 - Diagrama de utilização de jazidas 
 
 
 
 
2 – Estudos do Subleito e Jazida 
 
 49 
 
 
10 – Jazidas de Lateritas na Região Metropolitana de Belém - Pa 
 
 Na RMB e adjacências não há ocorrência de rochas consolidadas ou mesmo 
de rochas friáveis. Assim, a brita utilizada como material de construção é obtido de 
cerca de 200 km de distancia de Belém. O seixo, outro agregado que é empregado 
em lugar da brita, extraído de depósitos aluvionares, sem britagem, é trazido de 
aproximadamente 170 km de Belém. A laterita, por sua vez, possui uma considerável 
fração de agregados graúdos conhecidos por concreções lateríticas, retida na peneira 
no 4, encontrada em grande volume a apenas 20 km de distância. 
 Há mais de duas décadas vêm sendo realizados estudos laboratoriais e de 
campo a cerca das propriedades físicas dos solos lateríticos, e tem-se demonstrado a 
eficiência do seu emprego em misturas asfalticas ou mesmo em concreto de cimento 
Portland. No aspecto ambiental, no caso de misturas asfalticas com concreção 
laterítica, seus finos caracterizados como lateríticos podem ser aproveitados como 
material de base, sub-base ou reforço de subleito não havendo portanto, resíduo 
desnecessário neste processo. 
 Recentemente (*) foram estudadas quatro jazidas, situadas ao longo da rodovia 
BR-316, a saber: 
- Jazida Jaderlândia no município de Castanhal, a 68 km de Belém; 
- Jazida Tota, município de Castanhal, distante 60 km de Belém; 
- Jazida Boa Vista , município de Santa Izabel do Pará, a 35 km de Belém; 
- Jazida Nazareno em Benevides, distante 29 km de Belém. 
 
 10.1 – A degradação do meio ambiente 
 
A exploração de jazidas implica em alterações ao meio ambiente tais como: a 
desfiguração da paisagem original e a remoção do solo superficial e da vegetação que 
recobrem a área a ser explorada. Na região metropolitana de Belém, o horizonte do 
perfil laterítico de interesse à extração do material de construção, apresenta-se 
comumente com até 3 m de espessura, resultando na devastação de grandes áreas 
para obte-los. 
 Estas devastações podem ser minimizadas quando a exploração é realizada de 
acordo com as normas técnicas estabelecidas pela legislação ambiental. No Estado do 
Pará, a SECTAM - Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Meio ambiente, é o 
órgão responsável pela execução de programas e projetos de controle e fiscalização 
das atividades susceptíveis de degradarem a qualidade do meio ambiente com base 
no EIA (estudo de impacto ambiental) e do RIMA (relatório de impacto ambiental). 
 Quando a exploração é realizada sem as licenças ambientais, ela pode 
provocar diversas formas de degradação, às vezes irreversíveis, dentre as quais se 
destacam a erosão, o assoreamento dos cursos d’água, a destruição do habitat da 
fauna nativa, dentre outras. As áreas devastadas pela exploração das jazidas de 
laterita, quando abandonadas e para determinados níveis de degradação, podem 
ocorrer processos de desertificação de caráter irreversível, foi o que aconteceu em 
área próximo a cidade de S. Luiz (MA), cuja retirada excessiva de material ocorreu em 
1976. 
 
11 - Estudos para drenagem subterrânea 
 
 O Manual de Pavimentação do DNER recomenda que: “o estudo de drenagem 
dos cortes requer a execução de sondagem nos pés dos taludes. Os furos de 
sondagem devem ser executados com trado-cavadeira de 4 pol.; quanto à 
2 – Estudos do Subleito e Jazida 
 
 50 
profundidade, devem atingir 1,50 m. Quanto ao número recomenda-se, no mínimo, a 
execução de 4 furos. Nos cortes em que for constatada a presença de água livre, far-
se-á uma sondagem mais detalhada”. 
 As sondagens deverão ser procedidas, preferivelmente, após a época das 
chuvas. 
 A verificação da presença do lençol de água nos furos de sondagem deverá ser 
feita imediatamente após sua execução e, posteriormente, ao cabo de 24 horas, 
quando se poderá proceder o reenchimento dos furos. 
 A presença de água livre indica a necessidade de drenagem subterrânea. Uma 
outra situação que pode requerer drenagem subterrânea, é quando ocorre uma 
camada francamente permeável, assente sobre uma camada impermeável, a menos 
de 1,50 m de profundidade. Os resultados da sondagem são apresentados num 
“Boletim de sondagem” conforme modelo ilustrado na Tabela 5. 
 
Estaca Furo no Lado Profundidade do 
lençol d’água 
Observações 
 
 
 
Tabela 5 – Boletim de sondagem para a drenagem subterrânea 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 – Estudos do Subleito e Jazida 
 
 51 
 
QUADRO RESUMO DE RESULTADO DE ENSAIOS - DNER 
 
Rodovia: 
Distrito: 
Residência: 
Trecho: 
Subtrecho: 
Km: 
Visto: 
 
_________________ 
 Eng. Responsável 
Estaca 
Furo no 
Amostra no 
Profundidade (m) 
G 
R 
A 
N 
U 
L 
O 
M 
E 
T 
R 
I 
A 
 
% 
 
P 
a 
s 
s 
a 
 
3” 
2” 
1” 
3/8” 
No 4 
No 10 
No200 
%<0,05mm 
%<0,005mm 
LL (%) 
IP (%) 
Classificação HRB 
IG 
EA 
C 
o 
m 
p 
a 
c 
 L 
A 
B 
 
Umid Ótima 
 
Dens Seca 
Dens Campo 
%Compactação 
 
E 
n 
s 
. 
 
C 
B 
R 
 
E 
n 
e 
r 
g 
i 
a 
 
 CBR,% 
Exp. 
 CBR,% 
Exp. 
 CBR,% 
Exp. 
ISC final, % 
 
Classificação 
Expedita 
 
 
 
 
 
Figura 25 – Modelo do quadro resumo dos ensaios de laboratório 
 
 
 
 
2 – Estudos do Subleito e Jazida 
 
 52 
Exemplo 4: Conhecidos os resultados dos ensaios de compactação e massa 
específica aparente seca “in situ”, mostrados no quadro abaixo, determine o valor do 
GCmin do subtrecho compreendido entre as estacas de n
o 2 a no 52. 
 
Estacas 2 7 12 17 22 27 32 37 42 47 52 
Amostra N
o
 150 151 152 153 154 155 156 157 158 159 160 
Ensaio La- w,% 18,3 16,2 18,8 17,5 17,9 19,9 16,5 20,3 20,8 18,5 16,0 
boratório. dmax 1770 1612 1500 1460 1707 1660 1610 1590 1539 1645 1492 
Cam dc ,kg/dm
3
 1682 1531 1440 1358 1670 1580 1562 1495 1432 1579 1403 
po GC (%) 95,0 94,9 96,0 92,0 97,8 95,2 97,0 94,0 93,0 95,9 94,4 
 
 
n = 11 valores de GC calculados pela fórmula : GC = ( dc / dmax) x 100 
 
a) Cálculo da média aritmética entre os valores 
 GCm = GC
n
 GCm = 95,12% 
b) Cálculo do desvio padrão 
 
 = GCm GC
n
2
1
 
 
 = 1,63142 
 
 
 
c) Verificação dos limites do estudo 
 
-Como 9 n 20 X 2,5 
 
 GCm + 2,5 = 99,19% 
 
 GCm - 2,5 = 91,03% 
 . 
OBS: Os limites encontrados abrangem o intervalo dos valores de GC 
 
d) Cálculo do GCmin 
 
 = GCm - 
n
29,1 = 94,48% 
 
GCmin = - 0,68 
 
 
 
 
 
 
 
GCmin = 93,4% 
(GCm - GC)2 
95,12 - 95,03 = 0,0081 
95,12 - 94,97 = 0,0225 
95,12 - 96,0 = 0,7744 
95,12 - 92,0 = 4,4944 
95,12 - 97,83 = 7,3441 
95,12 - 95,18 = 3,5344 
95,12 - 97,02 = 3,6100 
95,12 - 94,02 = 1,2100 
95,12 - 93,05 = 4,2849 
95,12 - 95,98 = 0,7396 
95,12 - 94,35 = 0,5929 
 (GCm - GC)2 = 26,6153 
 
2 – Estudos do Subleito e Jazida 
 
 53 
 
Exercícios propostos 
 
1) Numa série de cinco ensaios de compactação (Proctor) foram obtidos os seguintes 
resultados no quadro abaixo. O volume e o peso do molde cilíndrico são, 
respectivamente, 0,942 litros e 3.375 g. Traçar a curva de compactação do solo s 
determine sua umidade ótima e o peso especifico seco máximo. 
Teor de umidade (%) 20,2 21,4 22,5 23,4 25,6 
Peso molde+solo úmido(g) 5037 5115 5162 5173 5160 
Resp. wot = 22,8% ; d,max = 1.560 kg/m
3 
2) Num ensaio de compactação foram obtidos os seguintes dados mostrados no 
quadro abaixo. Sabe-se que o volume e o peso do cilindro são 2,321 litros e 5.051 g. 
Pede-se: 
(a) Trace a curva de compactação e determine o teor de umidade ótimo e o peso 
especifico seco máximo. (b) Calcule, quais as umidades que cada corpo de prova 
deveria ter para ser saturado, supondo o peso específico das partículas igual a 
2,65 g/cm3. 
Umidade de compactação(%) 5,2 6,8 8,7 11,0 13,0 
Peso molde+solo úmido (g) 9810 10100 10225 10105 9985 
Resp. a) wot = 8 % ; d,max = 2.065 kg/m
3 
b) 14%; 11,5%; 11%; 13%; 15,5% 
3) Num atêrro experimental foram medidas as densidades de campo após a passagem 
do Rolo pé-de-carneiro, obtendo-se os resultadosapresentados no quadro abaixo. 
Sabe-se que as especificações exigem , no mínimo, 95% da densidade seca máxima 
(do exercício no2) para o aterro compactado. Qual o número aproximado de passadas 
que deverá dar o Rolo compactador para que se obtenha aquele valor mínimo ? 
N
o
 Passadas (N) d (g/cm
3
) 
- 1,56 
05 1,73 
10 1,81 
15 1,875 
20 1,91 
25 1,95 
30 1,96 
4) Realizado um ensaio de penetração com uma amostra de solo, compactada e 
saturada em determinadas condições, pede-se calcular o ISC desse solo, sabendo-se 
que para a penetração de 0,1”, foi obtida a carga de 825 kg. O diâmetro do pistão de 
penetração é igual a 4,97 cm. 
 Resp. 61% 
5) O ensaio de compactação num solo argilo-arenoso apresentou os seguintes 
resultados abaixo. Pede-se: a) Preencher o quadro de ensaio. b) Determinar a 
umidade ótima e o peso específico aparente seco máximo. c) No campo, o material 
compactado apresentou peso específico úmido 1,88 g/cm3 e umidade 10,4 %. Qual o 
grau de compactação do atêrro ?. d) Trace a curva de saturação do solo. A densidade 
dos grãos sólidos é 2,68. 
 1 2 3 4 5 
Peso molde+solo (g) 2.678,6 2.870,0 3.128,0 3.047,0 2.895,0 
Peso molde (g) 1.000 1.000 1.000 1.000 1.000 
Peso solo (g) 
Vol. molde (cm
3
) 1.000 1.000 1.000 1.000 1.000 
Teor de umidade (%) 9 10 12 15 17 
Peso esp. úmido (g/cm
3
) 
Peso esp. seco (g/cm
3
) 
2 – Estudos do Subleito e Jazida 
 
 54 
6) Qual o no de golpes que deverá dar um compactador tipo “sapo” em cada ponto do 
terreno para que possa alcançar a densidade seca máxima do Proctor Normal com a 
umidade ótima ? 
Dados do sapo mecânico: Peso= 110 kg; Altura de queda= 30 cm; Diâmetro = 25 cm; 
Espessura da camada = 10 cm. Resp. 9 golpes 
 
7) Em uma amostra de solo coletada de um furo de sondagem foram realizados 
ensaios de caracterização e compactação, cujos resultados são mostrados no quadro 
abaixo. Pede-se: a) Traçar, em escala, a curva de compactação do solo, e dê os 
valores da umidade ótima e peso especifico seco máximo. b) Trace a curva 
granulométrica e classifique o solo de acordo com o sistema HRB de classificação. 
 
COMPACTAÇÃO 
Ensaio n
o
 01 02 03 04 05 - 
Peso esp. umido (g/cm
3
) 1,975 2,066 2,127 2,133 2,102 - 
teor de umidade (%) 4,1 5,6 7,2 10,1 11,9 - 
Peso esp. seco (g/cm
3
) - 
GRANULOMETRIA 
Peneira n
o
 04 10 40 100 200 - 
Abertura (mm) 4,75 2,0 0,42 0,15 0,075 0,01 
% Passa 98,8 97,6 62,6 40,3 31,4 9,0 
LL (%) 38,5 
LP (%) 30,2 
 
8) Vai-se compactar um trecho de subleito de uma via. O solo é areno-siltoso. Foi 
realizado um ensaio de penetração em três amostras compactadas com energias 
diferentes. os resultados obtidos encontram-se no quadro abaixo. O diâmetro do pistão 
usado no ensaio de penetração é 4,96 cm. Sabe-se que o peso específico seco 
máximo obtido no ensaio de compactação Proctor Normal foi de 1,85 t/m3, e teor de 
umidade ótima 15%. 
 
Amostras Carga (kg) P.Esp.Total Umidade Energia de 
 0,1” 0,2” (t/m
3
) (%) Compactação 
A 140 165 2,021 17,6 4,05 
B 215 263 2,15 14,2 8,91 
C 280 440 2,21 13,0 12,15 
 Determine o ISC mínimo do solo compactado

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