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Direio Administrativo Aula 1 03 Material de Apoio Magistratura

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Magistratura e Ministério Público 
CARREIRAS JURÍDICAS 
Damásio Educacional 
MATERIAL DE APOIO 
 
Disciplina: Direito Administrativo 
 Professor: Celso Spitzcovsky 
Aula: 03 | Data: 30/04/2015 
 
 
ANOTAÇÃO DE AULA 
SUMÁRIO 
 
IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA 
1. Sanções 
2. Prescrição 
3. Lei Anticorrupção 
 
SERVIÇOS PÚBLICOS 
1. Quem presta? 
2. Como presta? 
 
 
IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA 
 
Juízes e promotores são agentes públicos. Corrente minoritária entende que juízes e promotores são agentes 
políticos, pois tal como outros agentes políticos, auxilia na formação da vontade superior do Estado. Corrente 
majoritária entende que juízes e promotores são servidores públicos de regime especial, pois são regidos por leis 
orgânicas próprias (Ex.: Para juízes e promotores o estágio probatórios é de 2 anos e garante a vitaliciedade, 
enquanto que para os servidores em geral o estágio probatório é de 3 anos e garantes estabilidade). 
 
 
Na Rcl 21.38/DF o STF estabeleceu dois regimes de responsabilização para agentes públicos por atos de 
improbidade: Os agentes públicos são responsabilizados por atos de improbidade na forma da LIA – Lei de 
Improbidade Administrativa, salvo os agentes políticos. 
 
 
Para o STF quando o agente político pratica ato de improbidade comete Crime de Responsabilidade (art. 85, V, 
CF). Crime de responsabilidade é disciplinado pela Lei 1.079/50, contudo essa lei não prevê nenhuma sanção 
financeira, mas apenas perda do mandato e, inabilitação para se candidatar a cargos públicos por 8 anos. 
 
Art. 85. São crimes de responsabilidade os atos do Presidente da 
República que atentem contra a Constituição Federal e, 
especialmente, contra: 
V - a probidade na administração; 
 
 
O STF entendeu que essa decisão da Rcl 21.38/DF é “inter partes” e sem efeito vinculante. Em dezembro de 2013 
o STF apreciou a ARE 683.235 e reconheceu a repercussão geral do tema. Atualmente aos agentes políticos tem 
respondido por improbidade nos termos da Lei 8.429/92 (Lei de Improbidade Administrativa), salvo o Presidente 
da República que, nos termos da CF, continua a responder pela Lei 1.079/50. 
 
 
 
 
 
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1. Sanções (art. 37, §4º, CF) 
As sanções, por improbidade administrativa, podem ser de natureza civil, penal ou administrativa e podem ser 
aplicadas isolada ou cumulativamente. São sanções: 
- Perda da função 
- Suspenção dos direitos políticos 
- Declaração de indisponibilidade dos bens 
- Ressarcimento dos danos causados 
 
Como regra geral, para essas sanções incidirem, elas dependem do trânsito em julgado da decisão. Exceção é a 
declaração de indisponibilidade de bens, que não é propriamente uma sanção, mas sim uma medida cautelar 
pedida no curso da ação. Será pedido quando no curso da ação percebe-se uma tentativa do réu de se desfazer 
do seu patrimônio (ex.: alienações, doações, etc.). 
 
 Intensidade das Sanções 
A CF diz que a intensidade das sanções será determinada por lei, no caso o art. 12 da Lei 8.249/92. 
O critério do legislador é a gravidade do ato, ou seja, quanto mais grave o ato de improbidade maior a sanção: 
 
Art. Suspensão Multa Contratação Pelo Poder Público 
9º 8 a 10 anos Até 3x o enriquecimento Proibição por 10 anos 
10º 5 a 8 anos Até 2x o enriquecimento Proibição por 5 anos 
11º 3 a 5 anos Até 100x a remuneração Proibição por 3 anos 
 
Obs.: Essas sanções podem ser repassadas para os herdeiros (art. 8º, LIA) no limite da herança recebida. 
 
 
2. Prescrição 
Essas ações são imprescritíveis, com base no art. 37, §5º da CF. A lei vai estabelecer os prazos prescricionais para 
ilícitos, salvo quando a ação é proposta com o objetivo de ressarcimento aos cofres públicos, quando não há 
prazo. 
Art. 37, § 5º, CF - A lei estabelecerá os prazos de prescrição para 
ilícitos praticados por qualquer agente, servidor ou não, que causem 
prejuízos ao erário, ressalvados às respectivas ações de 
ressarcimento. 
 
Quando a improbidade apresentada estiver relacionada ao art. 11 da LIA, será aplicado o prazo prescricional de 5 
anos (art. 23, LIA) contados da data que o agente deixar os quadros da administração pública. 
 
 
3. Lei Anticorrupção – Lei 12.846/13 
O objeto dessa lei é combater atos de corrupção praticados por pessoa jurídica contra a administração nacional 
ou estrangeira. Os destinatários dessa lei são as pessoas jurídicas de qualquer natureza, portanto, também as 
multinacionais. 
 
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I) Hipóteses configuradoras de atos de corrupção (art. 5º, Lei 12.846/13) 
São todos os atos lesivos a administração nacional ou estrangeira que atentem contra o patrimônio, os princípios 
da administração e ainda contra os compromissos internacionais contraídos pelo Brasil. 
 
II) Perfil da responsabilidade 
Nos artigos 2º e 3º o legislador determina que a responsabilidade da pessoa jurídica independe da 
responsabilidade dos seus dirigentes. A responsabilidade dos dirigentes é subjetiva, e a responsabilidade da 
pessoa jurídica é objetiva. 
 
A responsabilidade da pessoa jurídica subsiste mesmo diante de alterações contratuais ou processos de fusão e 
incorporação (art. 4º, Lei 12.846/13). A lei ainda admite a possibilidade de desconsideração da personalidade 
jurídica quando ela estiver sendo utilizada para dificultar o acesso aos responsáveis pelos atos de corrupção (art. 
14 da Lei 12.846/13). 
 
III) Modalidades da responsabilidade 
 
a. Responsabilidade administrativa (art. 6º, Lei 12.846/13) 
É pressuposto a abertura de processo administrativo, sendo assegurada a ampla defesa. 
Se houver condenação, poderão ser aplicadas as seguintes sanções, de forma isolada ou cumulativa: 
 
. Ressarcimento de Danos 
 
. Multa 
Essa multa pode ser de 0,1% a 20% do faturamento bruto da pessoa jurídica, apurado no exercício financeiro 
anterior ao da abertura do processo administrativo. Caso não seja possível essa apuração, em caráter alternativo, 
é possível aplicar multa de R$ 6.000,00 (seis mil Reais) a R$ 60.000.000,00 (sessenta milhões de Reais), contudo se 
o prejuízo apurado for superior ao valor da multa, prevalece o valor do prejuízo apurado. 
 
. Publicação Extraordinária 
Será determinada a publicação extraordinária da decisão condenatória nos jornais de grande circulação e internet 
pelo prazo de 30 dias. O condenado deve suportar os ônus dessa publicação (art. 6º, Lei 12.846/13). 
 
 
A competência para aplicação dessas sanções é da autoridade máxima de cada órgão ou entidade máxima de 
cada um dos três poderes, ou ainda da controladoria geral da União – CGU (art. 8º, Lei 12.846/13). 
 
o Acordo de Leniência 
A lei prevê a possibilidade de um acordo de leniência (art. 16 e 17 da Lei 12.846/13), que pode ser celebrado 
pelas mesmas entidades competentes para aplicação das sanções. Para celebrara esse acordo é necessário: 
- Que a iniciativa parta da pessoa jurídica 
- Que cesse o seu envolvimento na pratica de atos de corrupção 
- Que a pessoa jurídica admita e coopere com a elucidação dos fatos 
 
Celebrado o acordo de leniência ele não afasta a necessidade de ressarcimento dos danos causados, mas pode 
promover uma redução de até 2/3 do valor da multa a ser aplicada. Mas afasta a necessidade de publicação 
extraordinária. A celebração do acordo de leniência interrompe o prazo prescricional. 
 
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b. Responsabilidade judicial (art. 19, Lei 12.846/13) 
A aplicação dessas sanções pressupõe o trânsito em julgado de uma sentença, e podem ser aplicadas de forma 
isolada ou cumulativa. Sendo as sanções: 
- Perda de bens, direito e valores resultantes do ato de corrupção 
- Suspenção parcial das atividades da pessoa jurídica 
- Dissolução compulsória da pessoa jurídica 
 
A prescrição é de 5 anos contados da ciência da infração (art. 25, Lei 12.846/13). 
 
 
 
 
 
 
SERVIÇOSPÚBLICOS 
 
É todo aquele serviço prestado pela administração, ou por particulares, debaixo de regras de direito público para 
a preservação dos interesses da coletividade. 
 
1. Quem presta? 
O serviço público pode ser prestado pela administração ou pelos particulares, mas a titularidade do serviço 
público pertence à administração e é intransferível. Por ser a administração a titular: 
É a administração que elabora, unilateralmente, as regras para sua execução. 
É a administração quem vai fiscalizar o cumprimento dessas regras. 
É a administração que aplica sanções pelo seu descumprimento. 
É a administração que vai determinar como o serviço será executado 
 
 
1) Quais as formas de execução do serviço público? 
 
. Execução direta ou centralizada 
A administração pode, ela mesma, executar o serviço por meio de um dos seus órgãos, que aparecem na 
estrutura direta (Ministérios; Secretarias de Estado; Subprefeituras). Toda vez que a administração tiver a 
necessidade de transferir a execução dos serviços de um órgão para outro (sem sair da administração direta), 
recebe o nome de desconcentração. 
 
. Execução indireta ou descentralizada 
A administração pode, ela mesma, executar o serviço por meio de uma de suas pessoas que aparecem na 
estrutura indireta (Autarquias; Fundações; Empresas Públicas; Sociedades de Economia Mista). 
 
. Execução indireta ou descentralizada (também recebe o nome de execução indireta ou descentralizada) 
A administração também pode transferir a execução do serviço para particulares, ou seja, pessoas que se 
encontram fora da administração pública (Concessão; Permissão; Autorização de Serviços). Aqui é transferida 
apenas a execução, ou seja, a titularidade continua com a administração, que obrigatoriamente terá que abrir 
licitação. 
 
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Todas as regras podem ser encontradas no art. 175, CF: Incumbe ao poder público na forma da Lei diretamente 
ou por concessão ou permissão, sempre através de licitação, a prestação de serviços públicos. 
 
Art. 175, CF. Incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamente 
ou sob regime de concessão ou permissão, sempre através de 
licitação, a prestação de serviços públicos. 
 
2) Remuneração do serviço público 
A remuneração varia de acordo com a natureza do serviço: 
 
a. Serviço Divisível 
Serviço divisível é aquele em que é possível apurara quanto cada usuário dele se utiliza (ex.: energia elétrica 
domiciliar, água, gás, telefonia, transporte coletivo), aqui fala-se em prestação “uti singuli”. Sendo remunerado 
através da cobrança de taxas e tarifas (art. 145, II, CF). 
 
b. Serviço Indivisível 
Serviço indivisível é aquele em que não é possível apurar quanto cada usuário dele se utiliza (ex.: iluminação 
pública, saúde, segurança pública, educação), aqui fala-se em prestação “uti universi”. Esse serviço é remunerado 
através da cobrança de impostos. 
 
 
2. Como presta? 
Ainda que o serviço seja executado por um particular deve seguir as regras de direito público. 
 
1) Princípio da Continuidade da Prestação (art. 6º, §1º, Lei 8.987/96 – Lei das Concessões e Permissões) 
Como regra geral a execução do serviço público não pode ser interrompida. 
Excepcionalmente a paralização do serviço público é permitida quando (art. 6º, §3º da mesma Lei): 
. Hipótese de urgência 
. Realização de obras de manutenção 
. Inadimplência do usuário 
 
Obs.: Por serem situações previsíveis, a realização de obras e manutenção e os casos de inadimplência, são 
situações que exigem aviso prévio aos usuários antes da paralização. 
 
2) Princípio da Modicidade das Tarifas 
Tarifa módica é sinônimo de tarifa cujo valor seja acessível ao usuário comum do serviço. Toda vez que o valor da 
tarifa deixar de ser acessível ao usuário comum do serviço ele será ilegal, autorizando que seja levado ao 
judiciário. 
 
 
Próxima aula 
Para que?

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