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Direio Ambiental Aula 06 Material de Apoio Magistratura

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Magistratura e Ministério Público 
CARREIRAS JURÍDICAS 
Damásio Educacional 
MATERIAL DE APOIO 
 
Disciplina: Direito Ambiental 
 Professor: Luis Antonio 
Aula: 06 | Data: 16/06/2015 
 
 
ANOTAÇÃO DE AULA 
SUMÁRIO 
 
1. Infração Administrativa Ambiental 
2. Responsabilidade Civil 
 
1. Infração Administrativa Ambiental 
 
(Continuação) 
 
A resolução da Secretaria do Meio Ambiente nº 48/2014 traz as infrações tipificadas no plano estadual (atendendo 
o princípio da legalidade e o princípio da tipicidade). REsp 1.137.314/MG. Não se exige lei em sentido estrito, pode 
por exemplo a infração estar disposta em decreto. 
 
a) Competência para lavrar o auto de infração 
 
Lei 9605/98, artigo 70, §1º. Tem competência para lavrar o auto de infração os funcionários dos órgãos do SISNAMA 
encarregados de fiscalização + os agentes das capitanias dos portos do Ministério da Marinha. 
 
Exemplo: Decreto municipal nº 54.421/13, artigo 1º. 
Exemplo: artigo 69 da lei 9.605/98. 
 
A polícia ambiental tem o poder de fiscalizar. 
Guarda civil deve preservar o local e convocar o órgão fiscalizador para tomar as medidas administrativas, logo, não 
tem poder fiscalizador. 
 
b) Auto de infração ambiental: ato administrativo com presunção de legalidade, legitimidade e veracidade. Esta 
presunção joga toda a carga probatória no infrator, ou seja, o ônus probatório é todo do infrator, não há inversão 
do ônus da prova. 
 
Artigo 38 do código florestal: uso de fogo na propriedade agrícola. §3º - na apuração da responsabilidade a 
autoridade competente para fiscalizar a autuar administrativamente deverá provar o nexo causal entre a ação do 
proprietário e o dano. A carga probatória está a cargo do poder público nesse caso, o STJ provavelmente mudará 
este artigo. 
 
A pessoa a quem imputa a responsabilidade não pode se valer de caso fortuito, força maior ou culpa de terceiro, 
teoria do risco integral. Quem tem atividade de risco deve se responsabilizar. 
 
c) Natureza: a lei na diz claramente. A jurisprudência trata do assunto. Julgamentos do STJ têm sido no sentido que 
é de natureza objetiva, ou seja, independe de dolo ou culpa. 
 
Artigo 72, §3º, lei 9.605/98 – esse artigo reza que a multa simples será aplicada sempre que o agente agir com 
negligência ou dolo. Há quem entenda que quando aplicada multa simples a responsabilidade é subjetiva, mas o 
STJ ignora esse artigo. 
 
 
 
 
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d) Responsabilidade por fato de terceiro: 
 
Casos: 
 
- SP: um proprietário de posto abriu o posto de gasolina no meio de três grandes bifurcações, um automóvel perdeu 
a direção e bateu na bomba de gasolina. Luiz Fux decidiu que a responsabilidade é pelo risco integral – Resp 
442.586. Atividade de risco é de responsabilidade do posto de gasolina, afinal ele não tomou providência para evitar 
o problema, a responsabilidade não é do motorista. 
 
- Paraná: José é dono de uma propriedade agrícola, o IBAMA multou ele. José morre e a propriedade passa para 
João, seu filho. A multa é executada no momento em que João era possuidor e ele alegou culpa de terceiro (seu 
pai). O STJ no REsp 1.251.697/PR decidiu que não se pode punir alguém pelo ato de outro na responsabilidade 
administrativa, o direito sancionador não pode passar para outra pessoa (diferente do direito reparador que trata 
da responsabilidade civil e pode passar para terceiro), além disso aqui não há responsabilidade de risco. 
 
e) prazo prescricional - artigo 21, decreto 6.514/08: 
 
O poder público tem 5 anos para lavrar o auto de infração ambiental. Se a infração administrativa ambiental é 
instantânea conta-se do dia da ocorrência da infração (exemplo: empresa joga produtos que poluem a atmosfera); 
se for permanente ou continuada conta-se do dia em que cessar a ocorrência (exemplo: empresa muda o curso de 
um rio e além de impedir o curso d’água impede também o crescimento da vegetação). 
 
Se por mais 3 anos o processo ficar paralisado, sem nenhum despacho, haverá a prescrição intercorrente. 
 
Se a infração administrativa ambiental também for crime (também está tipificada como crime, exemplo: artigo 63 
da LCA e artigo 73 do decreto 6.514/08 – alterar o aspecto de um bem protegido por lei em razão do seu valor 
histórico (tombado) sem autorização do órgão, multa de 10 a 200 mil reais) não aplica-se o prazo de 5 anos, será 
usado o artigo 109 do CP para ver em quantos anos prescreve o auto de infração. 
 
Se ocorrer a prescrição da infração administrativa não afasta/elide a obrigação de reparar o dano ambiental. 
 
Súmula 467 do STJ – prescreve em 5 anos, contados do término do processo administrativo, a pretensão da 
Administração de promover a execução da multa por infração ambiental. 
 
f) Demolição: 
 
- Liminar: 
Posso liminarmente determinar ou demolir algo? 
Artigo 112 do decreto 6.514/08 – é possível demolição liminar, desde que o lugar não seja habitado, nem me 
residência e se a ausência de demolição provocar graves riscos à saúde e ao meio ambiente. Tudo será descrito, 
fundamentado e fotografado. As despesas correrão às custas do infrator. REsp 1.217.234/PB – para lugares 
habitados e residência somente é possível a demolição mediante autorização judicial. 
 
- Com sanção: 
Artigo 19 – poderá ser aplicada após contraditório e ampla defesa e pode incidir inclusive sobre casa residencial. 
 
 
 
 
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g) Petição no REsp 1.240.122/PR: esta petição foi feita para o STJ porque com a mudança do código florestal o que 
era infração administrativa deixou de ser, o STJ decidiu que infrações contidas no código florestal anterior devem 
ser mantidas. 
 
EMENTA 
PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO. NOVO CÓDIGO FLORESTAL 
(LEI 12.651/2012). REQUERIMENTO. PEDIDO DERECONSIDERAÇÃO 
CONTRA ACÓRDÃO. INVIABILIDADE. PRINCÍPIO DA FUNGIBILIDADE. 
RECEBIMENTO COMO EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. VIOLAÇÃO AO 
ART. 535 DO CPC NÃO APONTADA. AUTO DE INFRAÇÃO. 
IRRETROATIVIDADE DA LEI NOVA. ATO JURÍDICO PERFEITO. DIREITO 
ADQUIRIDO. ART. 6º, CAPUT, DA LEI DE INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DO 
DIREITO BRASILEIRO. 1. Trata-se de requerimento apresentado pelo 
recorrente, proprietário rural, no bojo de “ação de anulação de ato c/c 
indenizatória”, com intuito de ver reconhecida a falta de interesse de 
agir superveniente do Ibama, em razão da entrada em vigor da Lei 
12.651/2012 (novo Código Florestal), que revogou o Código Florestal 
de 1965 (Lei 4.771) e a Lei 7.754/1989. Argumenta que a nova 
legislação “o isentou da punição que o afligia”, e que “seu ato não 
representa mais ilícito algum”, estando, pois, “livre das punições 
impostas”. Numa palavra, afirma que a Lei 12.651/2012 procedera à 
anistia dos infratores do Código Florestal de 1965, daí sem valor o auto 
de infração ambiental lavrado contra si e a imposição de multa de R$ 
1.500, por ocupação e exploração irregulares, anteriores a julho de 
2008, de Área de Preservação Permanente nas margens do rio Santo 
Antônio. 2. O requerimento caracteriza, em verdade, pleito de 
reconsideração da decisão colegiada proferida pela Segunda Turma, o 
que não é admitido pelo 
STJ. Nesse sentido: RCDESP no AgRg no Ag 1.285.896/MS, Rel. Ministro 
Cesar Asfor Rocha, Segunda Turma, DJe 29.11.2010; AgRg nos EREsp 
1.068.838/PR, Rel. Ministra Nancy Andrighi, Corte Especial, DJe 
11.11.2010; PET nos EDcl no AgRg no Ag 658.661/MG, Rel. Ministro 
Aldir Passarinho Junior, Quarta Turma, DJe 17.3.2011; RCDESP no CC 
107.155/MT, Rel. Ministro Aldir Passarinho Junior, Segunda Seção, DJe 
17.9.2010; RCDESP no Ag 1.242.195/SP, Rel. Ministro Humberto 
Martins, Segunda Turma, DJe 3.9.2010. Por outro lado, impossível 
receber pedido de reconsideração como Embargos de Declaração, sob 
o manto do princípio da fungibilidade recursa pois não se levanta 
nenhuma das hipóteses do art. 535 do CPC. 3. Precedente do STJ que 
faz valer, nocampo ambiental-urbanístico, a norma mais rigorosa 
vigente à época dos fatos, e não a contemporânea ao julgamento da 
causa, menos protetora da Natureza: O "direito material aplicável à 
espécie é o então vigente à época dos fatos. In casu, Lei n. 6.766/79, 
art. 4º, III, que Documento: 1182210 - Inteiro Teor do Acórdão - Site 
certificado – Dje 19/12/2012 Página 1 de 18 Superior Tribunal de 
Justiça determinava, em sua redação original, a 'faixa non aedificandi 
de 15 (quinze) metros de cada lado' do arroio" (REsp 980.709/RS, Rel. 
 
 
 
 Página 4 de 5 
 
Ministro Humberto Martins, Segunda Turma, DJe 2.12.2008). 4. 
Ademais, como deixa claro o novo Código Florestal (art. 59), o 
legislador não anistiou geral e irrestritamente as infrações ou 
extinguiu a ilicitude de condutas anteriores a 22 de julho de 2008, de 
modo a implicar perda superveniente de interesse de agir. Ao 
contrário, a recuperação do meio ambiente degradado nas chamadas 
áreas rurais consolidadas continua de rigor, agora por meio de 
procedimento administrativo, no âmbito de Programa de 
Regularização Ambiental – PRA, após a inscrição do imóvel no 
Cadastro Ambiental Rural – CAR (§ 2°) e a assinatura de Termo de 
Compromisso (TC), valendo este como título extrajudicial (§ 3°). 
Apenas a partir daí "serão suspensas " as sanções aplicadas ou 
aplicáveis (§ 5°, grifo acrescentado). Com o cumprimento das 
obrigações previstas no PRA ou no TC, "as multas" (e só elas) "serão 
consideradas convertidas em serviços de preservação, melhoria e 
recuperação da qualidade do meio ambiente". 5. Ora, se os autos de 
infração e multas lavrados tivessem sido invalidados pelo novo Código 
ou houvesse sido decretada anistia geral e irrestrita das violações que 
lhe deram origem, configuraria patente contradição e ofensa à lógica 
jurídica a mesma lei referir-se a "suspensão" e "conversão" daquilo 
que não mais existiria: o legislador não suspende, nem converte o 
nada jurídico. Vale dizer, os autos de infração já constituídos 
permanecem válidos e blindados como atos jurídicos perfeitos que são 
- apenas a sua exigibilidade monetária fica suspensa na esfera 
administrativa , no aguardo do cumprimento integral das obrigações 
estabelecidas no PRA ou no TC. Tal basta para bem demonstrar que se 
mantém incólume o interesse de agir nas demandas judiciais em curso, 
não ocorrendo perda do objeto e extinção do processo sem resolução 
de mérito (CPC, art. 267, VI). 6. Pedido de reconsideração não 
conhecido. 
 
 
2. Responsabilidade Civil 
 
a) Legislação: 
- artigo 225, §3º, CF; 
- LEI 6.938/81, artigo 3º, IV e; 14, §1º. 
 
b) Direito de propriedade: 
- 1ª geração: pleno uso e gozo da propriedade de forma individualista, o direito de propriedade valia mais que a 
vida humana; 
- 2ª geração: função social; 
- 3ª geração: função ambiental. 
 
Todo direito de propriedade deve respeitar as funções econômicas, sociais e ambientais. O dano ambiental é 
imprescritível. 
 
 
 
 
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c) Natureza: artigo 14, §1º LPNMA - responsabilidade é sempre objetiva e solidária. Não há necessidade de se 
analisar dolo e culpa. O litisconsórcio é passivo facultativo. 
 
Artigo 121 do CDC – possibilidade de intervenção de terceiro quando se tratar de seguradora. As demais 
intervenções são desfavoráveis. Em regra não se admite denunciação e chamamento ao processo, mas para facilitar 
a defesa é admitido, afinal, princípios se sobrepõem às regras. 
 
Se o poder público estiver envolvido também ele responde de maneira solidária e subjetiva. 
 
d) Elementos da responsabilidade subjetiva: 
 
- conduta; 
- dano; 
- nexo; 
- culpa. 
 
Na responsabilidade objetiva não há o elemento culpa e acrescenta-se na conduta a atividade. 
 
Conduta ou atividade: aquele que pratica a conduta é chamado de infrator ou poluidor (artigo 3º, IV, lei 6938/81). 
Infrator poluidor é toda pessoa física ou jurídica de direito público ou privado, não importa se é causador direto ou 
indireto (não existe exceção para o poder público).

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