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Direio Civil Aula 18 Material de Apoio Magistratura

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Magistratura e Ministério Público 
CARREIRAS JURÍDICAS 
Damásio Educacional 
MATERIAL DE APOIO 
 
Disciplina: Direito Civil 
 Professor: José Simão 
Aula: 18 | Data: 12/05/2015 
 
 
ANOTAÇÃO DE AULA 
SUMÁRIO 
 
CASAMENTO 
1. Natureza Jurídica 
2. Princípios do Casamento 
3. Capacidade para o Casamento 
4. Planos do Casamento 
 
 
CASAMENTO 
 
1. Natureza Jurídica 
Há 3 correntes: 
 
1ª Correte: Casamento é um contrato de Direito de Família (Silvio Rodrigues e Alvora Vilaça). 
Essa corrente é adotada pelo Código Civil português. 
 
2ª Corrente: Casamento é uma instituição social (Maria Helena Diniz). 
 
3ª Corrente – Eclética ou Mista: O casamento é uma instituição quanto ao conteúdo e um contrato especial 
quanto à formação. Seguindo a lógica de Pontes de Miranda o casamento é o ato jurídico em sentido estrito, pois 
seus efeitos decorrem da lei, já o pacto antenupcial é um negócio jurídico com forte conteúdo de ordem pública. 
 
 
2. Princípios do Casamento 
 
1) Princípio da Monogamia 
Para o Código Civil o casamento do bígamo é nulo (art. 1.521, VI, CC) e para o Código Penal a bigamia é crime. 
 
Obs.: A monogamia é princípio norteador de todo o direito de família, não se admitindo uniões plurais. A união 
estável também é regida pelo princípio da monogamia, pois a lealdade é dever dos companheiros. Não se 
admitem famílias poligâmicas no sistema brasileiro e a escritura pública de união estável plural é nula por ferir 
norma de ordem pública. O limite para novas formas familiares é a proibição do Código Civil (impedimentos, 
concubinato, etc..). 
 
2) Princípio da Liberdade de União 
O casamento decorre de um ato de vontade livre e consciente. 
 
3) Princípio Comunhão Plena de Vidas 
É a renúncia ao interesse egoístico dos cônjuges em prol dos interesses da família. Isso significa limitações à 
liberdade dos cônjuges. Ex.: Dever de fidelidade que impede relações sexuais com terceiros; O homem casado 
não pode doar bens à amante. 
 
 
 
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3. Capacidade para o Casamento 
É a chamada idade núbil, que no Brasil é de 16 anos. 
 
A) Casamento do Menor Impúbere (com menos de 16 anos) 
Em razão de gravidez o juiz pode autorizar o casamento da pessoa com menos de 16 anos (art. 1.520 do CC). 
Independe da vontade do pai e da mãe. 
Art. 1.520, CC. Excepcionalmente, será permitido o casamento de 
quem ainda não alcançou a idade núbil (art. 1517), para evitar 
imposição ou cumprimento de pena criminal ou em caso de gravidez. 
 
Obs.: O Código acaba revelando opção pela família casamentaria. 
 
Enunciado 329 do CJF – A permissão para o casamento fora da idade núbil leva em conta o princípio da igualdade 
jurídica evitando-se tratamentos discriminatórios (respeito à diversidade cultural). É o melhor interesse da criança 
e do adolescente é que levado em conta. 
 
Obs.: Com as reformas do Código Penal, em especial da Lei 11.106/2005, não há mais extinção da punibilidade 
por meio do casamento, logo a regra do CC se torna ineficaz. 
 
Obs.: O regime será de separação obrigatória (art. 1.641, III, CC). 
 
B) Casamento de Menor Púbere (entre 16 e 18 anos) 
É necessária a concordância de ambos os pais ou do representante legal. Trata-se de autorização prévia dos pais, 
e não de assistência no ato do casamento. A autorização pode ser revogada a qualquer tempo, até o momento da 
celebração. 
 
O consentimento injustamente denegado pode ser suprido pelo juiz, que analisará o melhor interesse do 
adolescente e se há abuso de direito por parte dos pais. 
 
Obs.: O regime será de separação obrigatória quando o juiz autoriza o casamento (art. 1.641, III, CC). 
 
Obs.: No caso de emancipação não há necessidade de autorização dos pais, pois a emancipação põe fim ao poder 
familiar, logo o artigo 1.517, CC não pode ser lido isoladamente. 
 
 
4. Planos do Casamento 
 
1) Plano da Existência 
 
Casamento Inexistente 
A hipótese clássica é o casamento de pessoas do mesmo sexo, o que perde a razão de ser na atualidade. 
 
1ª Hipótese: Ausência total de vontade. 
Ex.: Pessoa que se casa sendo vítima de coação absoluta, em que a vontade é inexistente. 
 
2ª Hipótese: Casamento celebrado por quem não é autoridade – Incompetência “ratione materiae”. 
É autoridade o juiz de paz ou o juiz de casamento. Em não havendo justiça de paz, por autorização da constituição 
estadual, o juiz de direito pode ser autoridade. 
 
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Comandante de navio também é autoridade para realizar casamentos. Padre, pastor, rabino e etc. são 
autoridades religiosas. 
 
Com o respeito à liberdade de culto, as religiões com matriz africana são reconhecidas para fins do casamento. 
 
Obs.: O casamento celebrado pelo Delegado de polícia ou membro do Ministério Público é inexistente. 
 
Obs.: O Código prevê que o casamento celebrado por quem não é autoridade, mas publicamente exerce tal 
função e registra o ato no registro civil é existente, valido e eficaz (art. 1.554, CC). É a adoção da Teoria da 
Aparência. 
 
2) Plano da Validade 
No plano da validade o Código separa o casamento nulo do casamento anulável. 
 
– Casamento Nulo (art. 1.548, CC) 
 
1ª Hipótese: Casamento do enfermo mental, sem necessário discernimento para a prática dos atos da vida civil. 
O Código exige enfermidade mental, e não incapacidade que decorre do processo de interdição. O Enunciado 332 
do CJF restringe a nulidade para o enfermo mental declarado absolutamente incapaz. 
 
O Brasil ratificou convenção internacional de proteção das pessoas com necessidades especiais o que permite 
uma releitura do dispositivo do Código Civil, ou seja, o casamento seria possível, desde que houvesse 
discernimento por parte do portador de deficiência (questão polêmica). 
 
2ª Hipótese: Por infração aos impedimentos matrimoniais (art. 1.521, CC). 
Não podem se casar as pessoas mencionadas no artigo 1.521, CC que traz três ordens de motivos: 
 
1º - Para evitar crime (art. 1.521, VII, CC): Cônjuge sobrevivente com o condenado por homicídio ou tentativa, 
contra seu consorte. Só se aplica ao homicídio doloso. Deve haver condenação criminal com trânsito em julgado. 
Se a condenação criminal com trânsito em julgado ocorrer após o casamento nada ocorre, pois o casamento 
nasceu válido – Plano da validade é uma fotografia. 
 
2º - Para evitar poligamia (art. 1.521, VI, CC): Não podem se casar as pessoas casadas. 
 
3º - Para evitar o incesto (art. 1.521): Não podem se casar: 
 
Inciso I – Os ascendentes com os descendentes (parentesco em linha reta) seja parentesco natural ou civil. 
 
Inciso II – Os afins em linha retal, é o parentesco de um dos cônjuges ou companheiros com os parentes do outro 
(art. 1.595, CC). Ex.: O sogro e a sogra são ascendentes de 1º Grau por afinidade; O enteado ou enteada são 
descentes de 1º Grau por afinidade. 
 
O parentesco por afinidade em linha reta só produz um efeitos, a impossibilidade de casamento, ou seja, não há 
efeitos sucessórios ou alimentares. Tal parentesco não se extingue com o fim do casamento.

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