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Direio Penal Geral Aula 1 03 Material de Apoio Magistratura

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Magistratura e Ministério Público 
CARREIRAS JURÍDICAS 
Damásio Educacional 
MATERIAL DE APOIO 
 
Disciplina: Direito Penal Geral 
 Professor: André Estefam 
Aula: 03 | Data: 10/02/2015 
 
 
ANOTAÇÃO DE AULA 
SUMÁRIO 
 
Regimes Penitenciários 
1. Remição 
2. Regime Inicial 
3. Aplicação da Pena 
4. Detração 
5. Limite de Cumprimento da Pena Privativa de Liberdade 
6. Penas alternativas 
7. Penas Restritivas de Direitos 
 
Regimes Penitenciários 
O trabalho é um dever do preso definitivo, caso esse sentenciado receba uma oportunidade de exercer o trabalho 
e injustificadamente se recuse a trabalhar, o preso descumpre um dever e, portanto, estará praticando uma falta 
grave. É possível haver a regressão “per saltum” (o detento regredir do regime aberto para o regime fechado), 
mas a súmula 491 do STF proíbe a progressão “per saltum”, desta forma, não é possível progredir direito do 
regime fechado para o regime aberto, sem antes passar pelo regime semiaberto (porém, na prática isso ocorre 
quando o réu ganha o regime semiaberto, mas não há vaga, então ele vai direto do fechado para o aberto). 
 
1. Remição 
 
Artigos 126 a 130 da LEP. Consiste no direito de descontar um dia de pena para cada três dias trabalhados e/ou 
estudados (o detento pode no mesmo dia trabalhar e estudar). 
 
Fechado Semiaberto Aberto 
Trabalho e/ou estudo Idem Somente pelo estudo, no 
livramento condicional a cada três 
dias de estudo há um dia de 
remição da pena 
 
2. Regime Inicial 
 
1) critérios gerais: artigo 33 e artigo 59, ambos do CP. Súmulas 269, 440 do STF; súmulas 718 e 719 do STF; 
 
2) critérios especiais: lei 8072/90, lei 9455/97 (afasta os critérios gerais pelo princípio da especialidade, de acordo 
com essas legislações, se o crime for hediondo o regime inicial deverá ser o fechado) – HC 111.840 (o STF entende 
que não há critério especial, o juiz deve sempre levar em conta os critérios gerais, apesar de ser um precedente 
não possui efeito “erga omnes”, desta forma, o juiz não é obrigado a seguir esse entendimento). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Página 2 de 4 
 
 Reclusão 
 
 Detenção 
 
 Primário Reincidente Primário Reincidente 
Pena privativa de liberdade maior 
que 8 anos 
Fechado Fechado Semiaberto Semiaberto 
Pena privativa de liberdade maior 
que 4 anos e menor que 8 anos 
Semiaberto Fechado Semiaberto Semiaberto 
Pena privativa de liberdade menor 
que 4 anos 
Aberto Semiaberto Aberto Semiaberto 
 
A escolha de um regime mais rigoroso que o previsto em lei exige fundamentação idônea (súmula 719 do STF). 
Não constitui fundamentação idônea a opinião do julgador a respeito da gravidade abstrata do crime. Constitui 
fundamento adequado a análise das circunstâncias judiciais do artigo 59. 
 
3. Aplicação da Pena 
 
1) Predosimetria: são alisadas todos fatores que interferem nos limites abstratos, ou seja, verifica-se tudo o que 
interferir no mínimo e no máximo da pena; 
 
2) dosimetria: se observa o sistema trifásico: 
 
a) o juiz deve fixar a pena-base, levando em consideração as circunstâncias judiais; 
b) pena provisória, levando em consideração as agravantes e atenuantes; 
c) pena definitiva que leva em conta as causas de aumento e diminuição. 
 
3) Pós-dosimetria: 
 
a) Regime inicial; 
b) Cabimento de pena alternativa; 
c) Cabimento do “sursis”; 
d) Fixar eventual multa cumulativa. 
 
É possível o juiz fixar a pena base no patamar mínimo e aplicar o regime inicial mais severo? 
Não é possível, afinal para a fixação da pena base leva-se em conta as circunstâncias judiciais, assim como deve-se 
levar em consideração também as circunstância judiciais para fixação do regime, seria contraditório e incoerente. 
Súmula 440 do STF. 
 
4. Detração 
 
Cômputo ou desconto na pena privativa de liberdade ou medida de segurança do tempo de prisão ou internação 
provisórias. Artigo 42 do CP. 
 
Como se realiza a detração em medidas de segurança? 
A detração deverá incidir abatendo o seu prazo mínimo, o CP estabelece que o juiz deve estipular um número 
mínimo de internação que deve ser de 1 a 3 anos, além disso deve abater o prazo máximo de 30 anos (STF). 
 
 
 
 
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Seria possível o reconhecimento da detração com base em medida cautelar alternativa da prisão (artigo 319 do 
CPP)? 
É possível sem dúvida em caso de internação provisória (medida de segurança). Se a medida cautelar tiver a 
similitude de condenação, é possível a detração. 
 
Exemplo: cautelar de proibição de frequentar determinados lugares, uma das penas restritivas de direitos é essa 
proibição, desta forma, é evidente que cabe detração, evitando um “bis in idem” (dupla punição). 
 
É possível utilizar o tempo de prisão provisória em um processo para abater condenação aplicada em outro 
processo? 
É possível, desde que a condenação seja relativa a um fato praticado antes do período em que o sentenciado 
permaneceu preso provisoriamente. 
 
A detração é matéria tratada na execução penal. O CPP no artigo 387, por força de alteração de 2012 estabeleceu 
que “o tempo de prisão provisória deve ser levado em conta na determinação do regime inicial”, ao lavrar a 
sentença o juiz deve levar em conta o tempo de prisão provisória. 
 
Exemplo: réu primário condenado a 8 anos e 2 meses. O regime inicial deve ser o fechado. Durante o processo foi 
decretada prisão preventiva e o réu ficou preso durante 6 meses. O parâmetro para o regime inicial deve ser 8 
anos e 6 meses menos os 6 meses da prisão preventiva, o regime inicial aplicado, deverá portanto ser o 
semiaberto. 
 
5. Limite de Cumprimento da Pena Privativa de Liberdade 
 
O tempo máximo é de 30 anos, o artigo 5º, XLVII, b, CF, proíbe penas de caráter perpétuo. O juiz pode condenar o 
réu há mais de 30 anos, mas o limite de cumprimento é o de 30 anos. 
 
Para o cálculo de benefícios legais (progressão e livramento condicional) leva-se em conta o total da pena 
aplicada (súmula 715 do STF) (detração e remição levarão em conta os 30 anos). 
 
Se o sentenciado já foi condenado e durante o cumprimento da pena comete novo delito, soma-se o restante da 
primeira condenação com a pena do novo delito. 
 
6. Penas alternativas 
 
1) penas restritivas de direitos: artigos 43 a 48, CP. Se o acusado injustificadamente descumpre a execução da 
pena, a pena é convertida em prisão; 
 
2) multas: artigos 49 a 52, CP. Mesmo que o sentenciado injustificadamente não a cumpra, jamais pode se aplicar 
a pena de prisão, ajuíza-se uma execução, nos moldes da execução fiscal. 
 
7. Penas Restritivas de Direitos 
 
1) Características: 
 
a) autonomia: não se confundem com penas acessórias, instituto que inclusive nem existe mais; 
 
 
 
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b) substitutividade: diz respeito ao método pelo qual a pena restritiva de direitos é aplicada, o juiz deve aplicara a 
pena privativa de liberdade e após verifica a presença dos requisitos legais para então substituir a pena privativa 
de liberdade em restritiva de direitos (pós-dosimetria); 
 
c) conversibilidade em prisão: a PRD pode ser convertida em prisão (diferente da multa). O CP trata da conversão 
nos §§ 4º e 5º do artigo 44. 
 
2) Requisitos para a substituição: 
 
a) condenação relativas à crime culposo: circunstâncias judiciais devem ser favoráveis; 
 
b) crime doloso: circunstâncias judicias favoráveis + pena de prisão que não ultrapasse 4 anos (o juiz deve levar 
em conta a pena total aplicada, havendo concurso de crimes o patamar levado em conta deve ser o total); 
 
c) crime praticado sem violência ou grave ameaça à pessoa. 
Exceção: Quando se tratar de infração de menor potencial ofensivo (pena máxima não exceda a 2 anos) cabe 
substituição de prisão por pena alternativa, mesmo que haja grave ameaça (lei 9099/95 – princípio daespecialidade); 
 
d) não reincidência em crime doloso. Reincidente é o sujeito que pratica novo crime depois do transito em 
julgado da condenação. O primeiro crime deve ser doloso ou preterdoloso e o segundo fato depois do transito em 
julgado deve também ser doloso ou preterdoloso. Com ressalva do artigo 44, §3º, CP - se porventura o juiz 
verificar que a medida seja socialmente recomendável e o segundo crime não seja do mesmo tipo penal, pode 
haver a substituição. 
 
A lei 11.343/06 dispõe que não cabe pena alternativa para crimes de tráfico, nem mesmo se for aplicada a 
redução. Porém o STF decidiu no HC 97.256 e resolução 15 do Senado Federal que é sim possível. 
 
Lei 11.340/06 (lei Maria da Penha), artigo 17 – cabe pena alternativa, só não cabe pena alternativa que tenha 
natureza unicamente pecuniária.

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