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Dimensionamento dos Sistemas Prediais de Esgoto Sanitário

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AULA 13
 
Sistemas Prediais de Esgoto Sanitário
Após o uso da água em qualquer que seja o equipamento sanitário (chuveiro, lavatório, bacia sanitária, pia de cozinha, etc.), a água utilizada (efluente) deve ser recolhida e coletada no sistema público de esgoto sanitário onde deverá ser tratada e devolvida à natureza.
Porém somente 40 % dos domicílios brasileiros são servidos por uma rede púbica de esgotos. A região sudeste é a melhor com um total de 63% dos domicílios e a pior é a região norte com apenas 1,27% dos domícilios ligados à rede de esgoto.
Estes indicadores mostram a precariedade do sistema onde 24% dos domicílios brasileiros têm fossa rudimentar, 16% têm fossa séptica e 20% não possuem qualquer tipo de escoadouro na instalação sanitária.
 
1. Tipos de Esgoto
Os tipos de esgoto gerados em uma cidade são:
- Esgoto doméstico - É a água utilizada no banho, nos lavatórios, nas máquinas de lavar roupa, na descarga da bacia sanitária, etc.
- Esgoto industrial - É a água utilizada nos processos de produção industrial que gera um resíduo industrial, o chamado esgoto industrial. 
- Esgoto Pluvial - As águas das chuvas, após serem recolhidas dos telhados, coberturas e ruas são consideradas esgoto pluvial.
Os esgotos domésticos, os resíduos líquidos industriais e as águas pluviais compõem o que chamamos águas residuárias.
A água residuária é composta em média por 99,9% de água e 0,01% de impurezas. Cada tipo de esgoto é constituído de diferentes substâncias orgânicas e minerais. Esses agentes podem proliferar doenças, contaminar o solo e os mananciais. Por isso devem ser corretamente coletados e escoados para o sistema público de esgoto.
 
2. Sistemas de Escoamento
Os Sistemas de Escoamento dessas águas residuárias podem ser de dois tipos:
- Unitário: Toda a água residuária é encaminha para uma única tubulação. Adotado em muitas cidades européias como Paris (França). 
Foto dos esgotos de Paris - fonte: site de História das instalações de esgoto (http://www.sewerhistory.org)
- Separador Absoluto: As águas residuárias provenientes de esgotos domésticos e industriais são totalmente separados do sistema de águas pluviais. Os esgotos domésticos e industriais são coletados e tratados em Estações de Tratamento de Esgoto (ETE). As águas pluviais são coletadas e encaminhadas diretamente aos rios e córregos. Como não há tratamento, pode ocorrer contaminação dos rios e córregos. Esse é o sistema adotado no Brasil:
- Sistema público de esgoto sanitário: recebe esgoto doméstico e industrial.
- Sistema de drenagem urbana: recebe águas pluviais.
 
3. Coleta do Esgoto sanitário
Em locais onde existe a coleta de esgoto, ela é feita da seguinte forma: O esgoto domiciliar é ligado na rede coletora local. A rede coletora é ligada a coletores tronco e os coletores tronco são ligados a tubos interceptores. Os interceptores levam o esgoto até as Estações de Tratamento de Esgoto (ETE) onde serão tratados. 
Projeto Tietê - fonte: Sabesp (www.sabesp.com.br)
As tubulações se diferenciam por tamanho, localização e são instaladas de forma que o fluxo do esgoto ocorra, na maior parte do tempo, por gravidade.
 
3.1. Redes Coletoras.
As redes coletoras possuem pequeno diâmetro (100 a 400 mm), passam junto ao meio fio das ruas e recebem o esgoto das residências.
rede coletora (100 a 400 mm de diâmetro) - fonte: Sabesp
 
3.2. Coletores tronco
Os coletores são tubulações de diâmetros médios (400 a 2.000 mm) colocadas ao lado dos córregos que recebem esgotos de várias redes coletoras.
coletor-tronco (400 a 2000 mm de diâmetro) - fonte: Sabesp
3.3. Interceptores
Dos coletores-tronco, o esgoto corre em direção aos interceptores: tubulações maiores (1,5 a 4,5 m de diâmetro) assentadas ao lado dos rios (Tietê, Pinheiros e Tamanduateí). O ponto final da rede será uma Estação de Tratamento de Esgoto, que trata e devolve a água ao meio ambiente. 
interceptor (1,5 a 4,5 metros de diâmetro) - fonte: Sabesp
 
4. Tratamento de Esgoto
O esgoto dos interceptores chega na Estação de Tratamento de Esgotos (ETE) onde todos os componentes poluidores são separados das água residuárias antes de serem lançadas de volta ao meio ambiente. 
As águas residuárias passam por diversas etapas de tratamento, que acontece em duas fases, a líquida e a sólida.
 
4.1. Fase Líquida:
Fonte: Sabesp (http://www.sabesp.com.br/o_que_fazemos/coleta_e_tratamento/sabesp7liquido.html)
 
Após o bombeamento do esgoto (1), as águas residuárias passam pelo gradeamento (2 e 3).
No grradeamento ocorre a remoção de sólidos grosseiros, onde o material de dimensões maiores do que o espaçamento entre as barras é retido. Há grades grosseiras (espaços de 5,0 a 10,0 cm), grades médias (espaços entre 2,0 a 4,0 cm) e grades finas (1,0 a 2,0 cm). As principais finalidades da remoção dos sólidos grosseiros são:
- Proteção dos dispositivos de transporte dos esgotos (bombas e tubulações);
- Proteção das unidades de tratamento subseqüentes;
- Proteção dos corpos receptores.
Dependendo da natureza e da granulometria do sólido, as peneiras rotativas (4) podem substituir o sistema de gradeamento ou serem colocadas em substituição aos decantadores primários. A finalidade é separar sólidos com granulometria superior à dimensão dos furos da tela. O fluxo atravessa o cilindro de gradeamento em movimento, de dentro para fora. Os sólidos são retidos pela resultante de perda de carga na tela, são removidos continuamente e recolhidos em caçambas. 
Seguindo o fluxo de tratamento, o esgoto passa pela desarenação (5). O mecanismo de remoção da areia é o de sedimentação: os grãos de areia, devido às suas maiores dimensões e densidade, vão para o fundo do tanque, enquanto a matéria orgânica, de sedimentação bem mais lenta, permanece em suspensão, seguindo para as unidades seguintes.
As finalidades básicas da remoção de areia são:
- Evitar abrasão nos equipamentos e tubulações;
- Eliminar ou reduzir a possibilidade de obstrução em tubulações, tanques, orifícios e sifões
- Facilitar o transporte líquido, principalmente a transferência de lodo, em suas diversas fases.
Se o sistema não possuir as peneiras rotativas (4), há a necessidade do decantador primário.
Os tanques de decantação podem ser circulares ou retangulares. Os esgotos fluem vagarosamente através dos decantadores, permitindo que os sólidos em suspensão, que apresentam densidade maior do que a do líquido circundante, sedimentem gradualmente no fundo. Essa massa de sólidos, denominada lodo primário bruto, pode ser adensada no poço de lodo do decantador e ser enviada diretamente para a digestão ou ser enviada para os adensadores. Uma parte significativa destes sólidos em suspensão é compreendida pela matéria orgânica em suspensão. 
Se o sistema possuir as peneiras rotativas, como no esquema acima, a próxima etapa é o tanque de aeração (6). No tanque, há a remoção da matéria orgânica efetuada por reações bioquímicas, realizadas por microrganismos aeróbios (bactérias, protozoários, fungos etc) no tanque de aeração.
A base de todo o processo biológico é o contato efetivo entre esses organismos e o material orgânico contido nos esgotos, de tal forma que esse possa ser utilizado como alimento pelos microrganismos. Os microrganismos convertem a matéria orgânica em gás carbônico, água e material celular (crescimento e reprodução dos microrganismos).
Do tanque de aeração, passamos para o decantador Secundário (7)
Os decantadores secundários exercem um papel fundamental no processo de lodos ativados, sendo responsável pela separação dos sólidos em suspensão presentes no tanque de aeração, permitindo a saída de um efluente clarificado, e pela sedimentação dos sólidos em suspensão no fundo do decantador, permitindo o retorno do lodo em concentração mais elevada.
O efluente do tanque de aeração é submetido à decantação, onde o lodo ativado é separado, voltando para o tanque de aeração. O retorno do lodo é necessário para suprir o tanque de aeração com uma quantidade suficiente demicrorganismos e manter uma relação alimento/ microrganismo capaz de decompor com maior eficiência o material orgânico. O efluente líquido oriundo do decantador secundário é descartado diretamente para o corpo receptor ou passa por tratamento para que possa ser reutilizado internamente ou oferecida ao mercado para usos menos nobres, como lavagem de ruas e rega de jardins.
Elevatória do Lodo Excedente - Descarte do Lodo
O lodo equivalente aos sólidos suspensos produzidos diariamente corresponde à reprodução das células, que se alimentam do substrato, e deve ser descartado do sistema, para que este permaneça em equilíbrio (produção de sólidos = descarte de sólidos). O lodo excedente extraído do sistema deve ser dirigido para o tratamento de lodo, que é a fase sólida
 
4.2. Fase Sólida - tratamento do lodo
Fonte: Sabesp (http://www.sabesp.com.br/o_que_fazemos/coleta_e_tratamento/sabesp7solido.html)
Na fase sólida é feito o adensamento do Lodo. Esta etapa ocorre nos Adensadores de Densidade e nos Flotadores (2). Como o lodo contém uma quantidade muito grande de água, deve-se realizar a redução do seu volume. O adensamento é o processo para aumentar o teor de sólidos do lodo e, conseqüentemente, reduzir o volume. Dentre os métodos mais comuns, temos o adensamento por gravidade e por flotação.
No adensamento por gravidade o lodo é retirado do fundo do tanque.
No adensamento por flotação (2), o ar é introduzido na solução através de uma câmara de alta pressão. Quando a solução é despressurizada, o ar dissolvido forma micro-bolhas que se dirigem para cima, arrastando consigo os flocos de lodo que são removidos na superfície.
Numa outra etapa é feito o condicionamento químico (3) do lodo que resulta na coagulação de sólidos e liberação da água absorvida. Os produtos químicos usados incluem cloreto férrico, cal, sulfato de alumínio e polímeros orgânicos.
Na quarta etapa, o lodo passa por Filtros Prensa (4). Em um filtro prensa de placas, a desidratação é feita ao forçar a água do lodo sob alta pressão. O lodo prensado então é transportado em esteiras (5) até um silo de armazenagem (6) e posteriormente enviados para aterros sanitários.
Esquema detalhado de uma ETE - fonte: Sabesp (www.sabesp.com.br)
  
5. Fossa Séptica
Em locais onde não existe rede pública os esgotos sanitários devem ser retidos e a água residual tratada antes de ser lançada de volta na natureza.
Uma alternativa é utilizar a fossa séptica. A fossa séptica é um tanque capaz de reter os dejetos vindos de banheiros e cozinhas transformando-os em material menos agressivo a natureza. Ao reter estes dejetos no fundo do tanque são formados líquidos sem cheiro chamados efluentes.
O lodo digerido das fossas sépticas deve ser removido no máximo a cada 24 (vinte e quatro) meses, em volume igual a 2/3 (dois terços) da capacidade total da fossa utilizando-se o serviço de caminhões do tipo limpa-fossa.
Os efluentes provenientes de caminhões limpa-fossa serão dispostos em locais adequados, tais como estações de tratamento de esgotos ou leitos de secagem de lodos, conforme normatização específica.
 
5.1. Exemplo 1: Fossa com filtro anaeróbico
- Caixa de Gordura: Separador de gordura da água pelo processo de decantação. A água proveniente da cozinha não pode ser lançada diretamente na fossa (também não pode ser lançada diretamente na rede pública de esgoto), pois a gordura ao entrar em contato com a água se solidifica podendo obstruir as tubulações. 
- Caixa Gradeada: Bloquear os resíduos sólidos. Resíduos sólidos também podem obstruir as tubulações e devem ser retidas na grade.
- Fossa Séptica: 1° etapa do processo Bio-Digestivo. Os dejetos são retidos no fundo do tanque.
- Filtro Anaeróbio: 2° etapa do processo Bio-Digestivo dotado de fundo falso e Britas de Gnaisse, que proporciona o ambiente ideal para a formação das Zogleias (colônias de bactérias), fase final do processo Bio-Digestivo. A eficiência do sistema é aumentada através do direcionamento do efluente para a zona de biodigestão, localizada no fundo dos tanques, onde o processo de auto - destruição das bactérias faz com que todo o lodo depositado no fundo esteja em constante movimentação.
 
5.2. Exemplo 2: Fossa Séptica Biodigestora para zona rural
 
Esquema da fossa séptica biodigestora - fonte: Embrapa (http://www.cnpdia.embrapa.br/fossa.pdf) 
Os objetivos principais dessa fossa séptica biogestora são:
- substituir com um custo baixo o esgoto a céu aberto e as fossas sépticas tradicionais
- utilizar o efluente como um adubo orgânico, minimizando gastos com adubação química, ou seja, melhorar o saneamento rural e desenvolver a agricultura orgânica.
O sistema é composto por duas caixas de cimento amianto ou plástico de 1000 litros cada que atende a uma família média de 5 pessoas (200 litros por pessoa) conectadas exclusivamente ao esgoto de vasos sanitários, pois a água do banheiro e da pia não têm potencial patogênico e o sabão ou o detergente tem propriedades
antibióticas que inibem o processo de biodigestão) e a uma terceira de 1000 litros, que serve para coleta do efluente (adubo orgânico).
Esquema da terceira caixa - efluentes - fonte: Embrapa (http://www.cnpdia.embrapa.br/fossa.pdf)
O material depositado nas caixas fermenta por aproximadamente 35 dias, período suficiente para uma
completa biodigestão, permitindo que o efluente possa ser utilizado como um adubo orgânico em canteiros com plantações aum custo praticamente zero.
A análise dos coliformes fecais mostrou que a quantidade encontrada foi de 3/100 mL nos dois primeiros meses e ausente nos subsequentes. Portanto esse sistema de biodigestão foi eficiente na eliminação de agentes patogênicos que poderiam contaminar as águas subterrâneas e superficiais.
As vantagens desse sistema são:
- baixo custo para confecção, 
- grande eficiência na biodigestão dos excrementos humanos e na eliminação de agentes patogênicos
- permite a utilização do efluente como adubo rico em micronutrientes para as plantas, além de
matéria orgânica para o solo. 
- pode ser utilizado em substituição a tradicional “fossa negra”que é a principal responsável pela contaminação das águas subterrâneas.
5.3. Exemplo 3 - Fossa séptica com caixa de cloração
Esse sistema possui além da fossa séptica e do filtro biológico uma caixa de cloração onde os efluentes são tratados de forma a liberar na natureza uma água livre de coliformes fecais
Fossa séptica com caixa de cloração - fonte: Tubolar (www.fossaseptica.com.br)
AULA 02
Projeto de Sistemas Prediais de Esgoto Sanitário
Nos projetos de sistemas prediais de esgoto sanitário vamos traçar e dimensionar as tubulações que vão desde os aparelhos sanitários até o coletor público de esgoto. Um bom projeto de esgoto deve:
A - Permitir o rápido escoamento do esgoto para fora do ambiente e para fora da edificação e não permitir o seu refluxo.
O escoamento do esgoto ocorre sob regime de conduto livre, ou seja, a pressão interna (Pi) da tubulação deve ser igual a pressão da atmosfera. O escoamento se dá pela declividade do tubo (i em %), pela ação da gravidade. Portanto os aparelhos sanitários estão a montante e o coletor público deve estar a jusante, caso contrário não haverá escoamento.
Para facilitar o escoamento e para que se possa direcionar o fluxo do esgoto, deve-se utilizar junções e curvas de 45o. As curvas de 90o devem ser utilizadas somente na transição da vertical para a horizontal (vide o corte longitudinal acima)
B - Não permitir que os gases da decomposição do esgoto provenientes da fossa ou coletor público entrem no ambiente e na edificação.
Esse é um dos grandes problemas nas instalações. Se o projeto não é feito de forma correta, os gases podem entrar no ambiente. Para evitar a entrada desses gases devem ser instalados os chamados desconectores separando o esgoto que possui gases, chamado de esgoto primário, do esgoto livre de gases da decomposição que se chama esgoto secundário.
B.1. Desconectores
Os desconectores estão presentes emalguns aparelhos sanitários, tais como bacias sanitárias, caixas sifonadas e sifões de pias de lavatórios e de cozinhas:
 
  A lâmina d'água (selo hídrico) presente nesses aparelhos impede a entrada dos gases do esgoto e consequentemente o mau cheiro
Porém, além da colocação dos desconectores, deve-se garantir que a pressão interna do tubo seja igual a pressão atmosférica. Se a pressão interna não for igual a pressão atmosférica, o escoamento deixa de ser livre e passa a ser forçado. Se existir sucção a montante do escoamento do esgoto, pode haver o que chamamos de quebra do selo hídrico. A pressão do escoamento faz a sucção da água do desconector permitindo a entrada dos gases no ambiente:
 
Para evitar a sucção da água do desconector devemos garantir que a pressão interna do tubo seja sempre igual a pressão atmosférica. Para manter a pressão interna igual a pressão atmosférica é necessário acoplar ao tubo de escoamento um tubo ventilador, um tubo aberto à atmosfera.
 
B.2. Exemplo de escoamento de esgoto em um banheiro
A caixa sifonada (CS) além de ser um desconector também funciona como uma caixa de passagem de águas servidas oriundas de outros equipamentos do banheiro. É prática comum ligar o esgoto dos ralos secos (RS), dos lavatórios, das banheiras e dos bidês a uma caixa sifonada (desconector) para daí ligar a sua saída na tubulação primária do ambiente. 
No exemplo a seguir os ramais de descarga do esgoto do ralo (RS) do chuveiro e do lavatório passam pela caixa sifonada (CS) e são direcionados para uma tubulação primária onde se juntam com o esgoto da bacia sanitária. O ramal de esgoto então é direcionado para fora do ambiente. Para que o desconector não seja rompido, existe uma tubulação de ventilação próxima da saída da caixa sifonada.
O projeto foi desenhado de forma unifilar. Em um esquema unifilar, as linhas contínuas representam uma tubulação primárias, as linhas tracejadas são as tubulações secundárias e as linhas pontilhadas são da tubulação de ventilação.
 Em edifícios residenciais as águas residuárias dos ramais de esgoto, que são tubulações horizontais, são direcionadas para uma tubulação vertical, chamada de tubo de queda (TQ). O tubo de queda deve passar dentro de um shaft para facilitar a sua futura manutenção. Ao lado do tubo de queda existe um tubo (TV) responsável pela ventilação do ramal da caixa sifonada. O prolongamento do tubo de queda (TQ) acima do último andar também é responsável pela ventilação da tubulação primária (VP)
 
C - Permitir um fácil acesso às suas tubulações em uma futura manutenção
Como qualquer sistema predial, no decorrer do tempo o sistema de esgoto vai necessitar de manutenção. As tubulações de esgoto não podem passar por dentro de elementos estruturais, tais como lajes, pilares e vigas pois inviabiliza a sua manutenção. Na forma tradicional de instalação, as tubulações horizontais passam sob a laje e as verticais (em edifícios) em shafts.
foto de instalação de esgoto em edifício comercial
No entanto, temos assim alguns problemas. Existe a necessidade de colocação de um forro no piso inferior e em caso de manutenção o acesso à instalação também só será possível através desse ambiente.
foto de instalação aparente - Escola Panamericana de Arte
Um outra opção é deixá-la aparente como na foto acima. O que não é mais recomendável é a utilização de lajes rebaixadas, pois em caso de vazamento da instalação de esgoto, a manutenção exigirá a quebra do piso. Além disso, qualquer vazamento só será detectado quando surgirem manchas na laje e nas paredes resultado da infiltração das águas residuárias.
 C.1. - Novas alternativas:
A. Bacias Sanitárias de Saída Horizontal
As bacias com saída horizontal direcionam o esgoto para trás, na horizontal, permitindo o seu escoamento diretamente para o shaft ou para uma tubulação vertical evitando a passagem da tubulação por baixo da laje. A bacia suspensa com saída horizontal permite uma melhor limpeza do banheiro uma vez que ela não entra em contato com o piso.
 
 B. Piso Box
A utilização do piso box tem a mesma finalidade. A instalação do piso box é feita sobre a laje e a saída do esgoto da caixa sifonada é horizontal. Não há a passagem de tubulação pelo lado de baixo da laje e não há a necessidade de impermeabilização do piso. Porém a área do piso do box ficará um pouco mais elevada e não há a alternativa de se instalar outro ralo no ambiente.
 
C. Painel de inspeção e manutenção do shaft
Em edifícios residenciais o tubo de queda deve passar dentro de um shaft para facilitar a sua manutenção. O acesso ao shaft pode ser facilitado com a instalação de painéis removíveis.
Os painéis servem como acesso e ao mesmo tempo podem servem como saboneteira e porta shampoo. Alguns modelos possuem parafusos, outros possuem até dobradiças para facilitar o acesso.
 
A Coleta do esgoto em residências:
Os ramais de esgoto dos ambientes devem ser direcionados para fora da residência. O ramal de esgoto da cozinha não pode ser ligado diretamente aos sub-coletores. As águas residuárias da cozinha possuem óleo e gordura que podem entupir as tubulações.
Esses óleos e gorduras não podem ser lançados no sistema de esgoto e devem ser retidos no que chamamos de caixa de gordura (CG). As caixas de gordura podem ser moldadas in loco ou adquiridas prontas no mercado.
caixa de gordura moldada in loco - fonte: COPASA - www.copasa.com.br
Companhia de Saneamento de Minas Gerais
 
Os ramais de esgoto podem se juntar em caixas de passagem antes de se dirigirem para o coletor predial. Essas caixas também podem ser feitas no local ou compradas prontas. São pontos de acesso para permitir a inspeção, limpeza e desobstrução da tubulação.
Junto ao limite do terreno ainda fazemos uma última caixa de inspeção antes de lançar o esgoto no coletor público. 
 A coleta de esgotos em edifícios
Em edifícios, normalmente os tubos de queda correm até o teto do subsolo onde fazem a transição para a tubulação horizontal dos sub-coletores. Dos sub-coletores caminham até uma caixa de inspeção (CI) e da caixa de inspeção até o coletor predial.
AULA 03
Dimensionamento dos Sistemas Prediais de Esgoto Sanitário
Vamos dimensionar as tubulações do sistema de esgoto abaixo:
 
1. Análise do projeto. 
Temos uma casa com um banheiro, área de serviço e cozinha. No banheiro existe uma bacia sanitária, um chuveiro e um lavatório. Na área de serviço há um tanque e uma máquina de lavar roupa e na cozinha há uma pia.
 1.1. Dimensionamento do banheiro
No Banheiro temos os ramais de descarga de um ralo seco e de um lavatório ligados em uma caixa sifonada (CS) e a tubulação de saída da caixa sifonada ligada à tubulação do ramal de descarga da bacia sanitária. 
A. Ramais de descarga
Para o dimensionamento das tubulações de esgoto utilizamos o critério das Unidades Hunter de Contribuição (UHC). Cada aparelho possui um peso e em função do peso ou da somatória de pesos determinamos os diâmetros dos ramais de descarga, ramais de esgoto, subcoletores, coletores ou tubos de queda.
Começaremos dimensionando os ramais de descarga do ralo seco (RS) do chuveiro e do lavatório utilizando a tabela de UHC's e diâmetros mínimos:
	Aparelhos
	Unidades Hunter de Contribuição (UHC)
	Diâmetro mínimo (mm)
	Chuveiro de residência
	2
	40
	Lavatório de residência
	1
	30
	Ralo de piso
	1
	30
	TOTAL
	4
	
Entretanto para tubulações em PVC, o diâmetro mínimo deve ser de 40 mm, portanto o diâmetro adotado para o lavatório é 40 mm, o mesmo do ralo seco do chuveiro.
A somatória de pesos na saída da caixa sifonada (CS) é 4 UHC's. Para dimensionar esse ramal de esgoto utilizamos a tabela de diâmetros em função das UHC's ou da declividade:
Aplicando a tabela, podemos utilizar no ramal de esgoto um tubo de 50 mm com 2% de declividade (suporta até 6 UHC's) que é o diâmetro saída de uma caixa sifonada em PVC. A mesma tabela pode ser utilizada para determinar a declividade dos ramais de descargado ralo seco e do lavatório - 2%.
B. Bacia sanitária
A NBR-8160/83 determina que o diâmetro mínimo do ramal de descarga de uma bacia sanitária é 100 mm:
	Aparelhos
	Unidades Hunter de Contribuição (UHC)
	Diâmetro mínimo (mm)
	Bacia
	6
	100
 
C. Ramal de esgoto do banheiro:
O ramal de esgoto do banheiro recebe os esgotos da bacia sanitária e da caixa sifonada (CS):
	Aparelhos
	Unidades Hunter de Contribuição (UHC)
	Chuveiro de residência
	2
	Lavatório de residência
	1
	Ralo de piso
	1
	Bacia
	6
	TOTAL (somatória de pesos)
	10
A partir da somatória de pesos da ramal de esgoto, aplicamos a tabela de de diâmetros em função das UHC's ou da declividade para determinar seu o diâmetro desde que respeitemos o diâmetro mínimo que é de 100 mm (se um ramal receber o esgoto de uma bacia sanitária, o diâmetro mínimo é de 100mm):
 D. Ventilação
Em uma residência de um pavimento, se o vaso sanitário estiver a uma distância inferior a 2.40 m da caixa de inspeção, não será necessário ventilar o ramal de descarga da bacia sanitária. Faz-se somente a ventilação direta da caixa de inspeção.. Entretanto, se a distância for superior a 2.40, é necessário ventilar o ramal da bacia, não sendo necessário ventilar a caixa de inspeção. Como em nosso exemplo a distância é inferior a 2,40 m somente é necessário ventilar a caixa de inspeção.
O diâmetro mínimo de um tubo ventilador é 75 mm. Um tubo de 75 mm é capaz de atender uma residência com até 3 bacias sanitárias. Acima disso, o tubo ventilador deve ser de 100 mm.
exemplo de ventilação em residência de um pavimento - fonte: Instalações hidráulicas prediais e industriais - Macintyre, A.J. 
 
1.2. Dimensionamento da Área de Serviço:
Na área de serviço temos um tanque,uma máquina de lavar roupa e um ralo de piso.
 
	Aparelhos
	Unidades Hunter de Contribuição (UHC)
	Diâmetro mínimo (mm)
	Tanque
	3
	40
	Ralo de piso
	1
	30
	Maq. Lavar Roupa
	10
	75
	TOTAL
	14
	
 A somatória de pesos no ramal de esgoto da área de servíco é 13. Para dimensionar esse ramal de esgoto utilizamos a tabela de diâmetros em função das UHC's ou da declividade, respeitando o diâmetro mínimo de 75 mm.
Aplicando a tabela, podemos utilizar no ramal de esgoto um tubo de 75mm com 2% de declividade.
Em uma tubulação secundária da área de serviço de uma residência de um pavimento, consideramos a caixa sifonada ventilada desde que a somatória de UHC's seja inferior a 36 e que o ramal de esgoto tenha comprimento inferior a 8m (distância até o sub-coletor)
 
1.3. Dimensionamento da cozinha
	Aparelhos
	Unidades Hunter de Contribuição (UHC)
	Diâmetro mínimo (mm)
	Pia de residência
	3
	40
 2. Dimensionamento do subcoletor e do coletor predial:
	 Ramais de esgoto
	Unidades Hunter de Contribuição (UHC)
	Banheiro
	10
	Área de Serviço
	14
	Cozinha
	3
	TOTAL (somatória de pesos)
	27
Aplicando a tabela de subcoletores e coletores prediais:
Até 180 UHC's com declividade de 1%, podemos adotar o diâmetro de 100 mm.
 
Dimensionamento em edifícios - tubo de queda (TQ)
 Como exemplo vamos dimensionar o banheiro:
	Aparelhos
	Unidades Hunter de Contribuição (UHC)
	Diâmetro mínimo (mm)
	Chuveiro de residência
	2
	40
	Lavatório de residência
	1
	30
	Bacia
	6
	100
	TOTAL
	9
	
O edifício tem 6 andares e o sub-coletor de esgoto passa pelo teto do sub-solo:
 
Como em cada pavimento temos 9 UHC's e o edificio tem 6 andares totalizamos 54 Unidades Hunter de Contribuição nesse tubo de queda. 
Para dimensionar esse tubo de queda a Norma faz algumas restrições:
A. Nenhum vaso sanitário poderá descarregar em um tubo de queda de diâmetro inferior a 100 mm
B. Nenhum tubo de queda poderá ter diâmetro inferior ao da maior tubulação a ele ligada.
C. Nenhum tubo de queda que receba descarga de pias de cozinha deverá ter diâmetro inferior a 75 mm, exceto tubos de queda que recebam até 6 UHC's em edifícios de até 2 pavimentos, quando pode-se utilizar tubos de 50 mm.
D. O tubo deve ter diâmetro uniforme e sempre que possível manter o mesmo alinhamento.
Seguindo essas recomendações concluimos que o tubo de queda deve ter no mínimo 100 mm pois recebe dejetos de tubulações de 100 mm. 
Vamos aplicar o valor de 54 UHC's na tabela de dimensionamento de tubos de queda:
Um tubo de queda de 100 mm suporta até 90 UHC's por andar e até 500 UHC's na somatória de todos os andares. Nosso exemplo tem 9 UHC's por andar e 54 UHC's acumulados. O diâmetro do nosso tubo de queda é 100 mm.

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