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Cinéfilos consagrados e aspirantes a cinéfilos

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Cinéfilos consagrados e aspirantes a cinéfilos, peguem suas taças de loucura, estourem bastante pipoca condimentada com curiosidade e um brinde às possibilidades da sétima arte! 
Para quem compreende o cinema como uma poderosa ferramenta de fazer pensar e uma arte capaz de promover mudanças profundas a longo prazo, de forma extremamente particular e subjetiva, a lista a seguir apresenta boas possibilidades de adentrar num universo deliciosamente intelectual, misterioso, em que verdades absolutas, envoltas em celofane cor-de-rosa, não serão encontradas.
Esta lista não é para apaziguar nem para explicar o mundo em meia dúzia de passos bem didáticos. Esta lista é para quem prefere perguntas a respostas, filosofia à autoajuda, aprendizado à adestramento técnico, emoções refinadas a catarse imediatista. É para quem entende que existe um grande abismo entre gosto pessoal e critérios da arte e que o nosso gosto não é o umbigo do mundo. É apenas o nosso gosto. É para quem entende, mesmo sem gostar, que nem sempre o mais importante de um filme é contar uma história. A lista a seguir é aleatória. Não sigo nenhum critério hierárquico.
1. Dúvida, de John Patrick Shanley
O título já prepara bem para a realidade do filme. É isso mesmo.O espectador dá voltas, voltas e mais voltas e termina o filme em dúvida. Cada um cria o seu juízo de valor , evidentemente. Mas saber exatamente o que ocorreu mesmo não é meta do filme.
2. A bela da tarde, de Luis Buñuel
Engana-se quem pensa que o filme A bela da tarde narra uma simples história bizarra sobre uma linda mulher burguesa que se prostitui por prazer. A bela da tarde é um mergulho nas profundezas da natureza insondável do desejo com uma criatividade narrativa de fazer cinéfilos pirarem.
3. Precisamos falar sobre o Kevin, de Lynne Ramsey
Quem acha que toda mulher nasceu para ser mãe e/ou que existe uma clara relação de causa e efeito em cada um dos gestos humanos, Precisamos falar sobre Kevin pode ser bem desestruturador.
4. Réquiem para um sonho, de Darren Aronofsk
Se você gosta de se sentir realmente confortável ao ver um filme, esqueça Réquiem para um sonho. Ele é realmente pesado e desagradável. Uma vertiginosa viagem ao inferno íntimo de cada um de nós.
5. A cidade dos sonhos, de David Lynch
David Lynch parece sempre descrever um pesadelo e em A cidade dos sonhos ele pesou na mão, fazendo um labirinto intelectual em que nos perdemos no meio da viagem. Um filme intrincado que em alguns momentos vai te fazer duvidar sobre a sua capacidade interpretativa.
6. Mapa para as estrelas, de David Cronenberg
Filminho indigesto por ser demasiadamente realista. Mergulha na grande fossa dos bastidores de Hollywood sem nojinho algum.
7. Mulheres diabólicas, de Claude Chabrol
Fugindo do preceito causa e efeito, este filme inspirado livremente na peça As criadas de Jean Genet e no caso real das irmãs Papin, mostra que não é preciso ter um motivo consistente para se voltar agressivamente contra alguém. Claude Chabrol trabalha os tipos psicopatas com maestria.
8. Desconstruindo Harry, de Woody Allen
Com o seu estilo naturalmente sarcástico, elevado a enésima potência, Allen brinca cruelmente com a capacidade que os escritores têm de reinventar a realidade ao seu bel prazer.
9. Um estranho no ninho, de Milos Forman
Se você pensa que a realidade apresentada no filme de 1975 já está superada, lhe darei uma má notícia. Olhe atentamente o mundo ao redor.
10. O inquilino, de Roman Polanski
Se você acha que já viu todas as maluquices nos nove filmes anteriores, respire fundo. Você não viu nada ainda.
Cinéfilos consagrados e aspirantes a cinéfilos, peguem suas taças de loucura, estourem bastante pipoca condimentada com curiosidade e um brinde às possibilidades da sétima arte!
O grande objetivo mesmo de um filme inteligente é nos enredar em uma teia crítica e nos fazer desconstruir o que para nós era tranquilo e certo. Ok. Concordo. É incômodo. Mas pode ser muito prazeroso também quando você entrar no clima dos filmes profundos e perceber que o exercício da inteligência pode ser muito inebriante.
Vamos à segunda parte da lista de filmes instigantes? Como comentei no post anterior, na parte 1 da lista de filmes para quem não tem preguiça de pensar, nem sempre eles são fáceis de assistir. Nem sempre eles nos deixam confortáveis. O grande objetivo mesmo de um filme inteligente é nos enredar em uma teia crítica e nos fazer desconstruir o que para nós era tranquilo e certo. Ok. Concordo. É incômodo. Mas pode ser muito prazeroso também quando você entrar no clima dos filmes profundos e perceber que o exercício da inteligência pode ser muito inebriante. Mais uma vez, reitero que a lista não segue nenhum critério hierárquico.
1. Beleza americana, de Sam Mendes
Feroz crítica ao American Way of life, em que nada é o que aparenta ser. Um retrato cruel de uma sociedade pautada pelo consumismo, pelo jogo de aparências, pela falácia do sucesso material como felicidade e principalmente pela hipocrisia dos grupos sociais e das pessoas que se colocam como detentoras do certo e do errado, espancando seus próprios desejos por meio das pessoas que têm coragem de viver suas vidas livremente.
2. Círculo, de Aaron Hann e Mario Miscione
Intrigante e niilista filme sobre o caos da vida e o ridículo de tentarmos controlar o incontrolável. Num estilo teatral, Círculo, mostra como julgamos as pessoas e criamos hierarquias entre as vidas humanas , pautados em nossos preconceitos e necessidade de valorar e condenar.
3. Violência gratuita, de Michael Haneke
Este filme apresenta duas versões: uma europeia e outra americana, ambas dirigidas pelo austríaco Michael Haneke. Mal interpretado pela crítica, esta obra foi considerada uma apologia à violência. Porém, o diretor do premiado "Amor" , joga em nossa cara o nosso gosto bizarro pela violência gratuita, realizando um contundente trabalho metalinguístico.
4. Clube da luta, de David Fincher
Outro filme mal interpretado pelo olhar raso de uma sociedade acostumada a entender o cinema como uma linguagem denotativa. Clube da luta é um contundente retrato da sociedade de consumo, em que não possuímos os objetos que compramos e sim são os objetos que nos possuem. Uma sociedade em que a perda se faz necessária para ativar a sensibilidade e receber algum sentido para a vida.
5. Deus da carnificina, de Roman Polanski
Baseado em uma peça teatral, Deus da carnificina é uma cítrica e sarcástica crítica em relação aos caos da vida e a inutilidade de nos tornarmos pessoas melhores e mais pacíficas por meio da arte e das regras sociais. Estamos condenados à barbárie.
6. Bastardos inglórios, de Tarantino
Uma releitura hipotética da Segunda Guerra Mundial, em que somos conduzidos sem pudores ao nosso mais visceral desejo de vingança. Tarantino joga na nossa cara o nosso lado B sem nenhum tipo de constrangimento, além de fazer uma leitura cáustica e realista da cultura americana, com seus simulacros e precário otimismo.
7. A ilha do medo, de Martin Scorsese
Cruel metáfora da caça às bruxas nos Estados Unidos, durante o Marcathismo. Um filme intrigante que reitera a teoria de que muitas vezes o nosso pior inimigo está dentro de nós.
8. Mamãe faz cem anos, de Carlos Saura
Alegoria da Espanha após o fim do Franquismo, em que forças repressoras ainda tentam se manifestar sem sucesso. O filme é uma continuação mais leve de Ana e os lobos, filme rodado durante a ditadura de Franco na Espanha.
9. Esse obscuro objeto do desejo, de Luis Buñuel
Filme pós-franquista, em que a situação política da Espanha é comparada com um turbulento romance entre um rico homem de meia idade e uma ambígua e sedutora jovem imigrante.
10. Laranja mecânica, de Stanley Kubrick
Um filme bastante polêmico em seu tempo, Laranja mecânica ainda tem muito a nos dizer sobre a violência e os mecanismos sociais para contê-la, tão cruéis quanto a própria violência.
Ok.Ok.Ok. Nenhum dos filmes terminou com uma bela cena de casamento nem com uma afetuosa troca de alianças de noivado.Ok.Ok.Ok. Nenhum dos filmes terminou com o nascimento de um lindo bebê e o famoso felizes para sempre. Mas, talvez, já esteja em tempo de adotarmos uma postura mais adulta e consciente diante dos filmes e da vida como um todo, destrinchando as suas obscuridades e jogando luz sobre seus mitos. Quem se nega a ver e aceitar o que o cinema inteligente nos mostra, provavelmente se recusa a enxergar os mesmos dramas na vida cotidiana.
Se você chegou à quarta parte da lista, provavelmente você já está mais do que iniciado na arte de assistir filmes inteligentes e atualmente acredita que o cinema é uma arte que vai muito além do mero entretenimento. Meus parabéns! Você deveria receber um certificado ou uma medalha, mas o seu grande prêmio será saborear o lado B das produções midiáticas e da própria vida.
1. A comilança, de Marco Ferreri
Bizarro e alegórico filme que pode ser lido sob o viés da Psicologia( as 4 fases da libido) ou sobre a perspectiva da sociedade de consumo, em que ingerimos incessantemente produtos e informações para preencher o vazio de uma vida sem sentido.
2. O homem do lado, de Gáston Duprat e Mariano Cohn
Hermético filme argentino que revela de forma cruel como nos fechamos para as outras pessoas por meio da abertura de uma janela que cria inconvenientes homéricos.
3. O discreto charme da burguesia, de Luis Buñuel
Mordaz filme de Buñuel sobre a incapacidade da burguesia de viver uma vida autêntica e a submissão da Igreja ao poder econômico. Se em O anjo exterminador, os convidados não conseguem se retirar da casa do casal de amigos, em O discreto charme da burguesia, os amigos sempre falham no intento de marcarem uma refeição.
4. O labirinto do Fauno, de Guilhermo del Toro
Filme mexicano que mostra de forma fantasiosa e alegórica o Franquismo espanhol.
5. A comunidade, de Alex de la Iglesia
Comédia de humor negro, com boas pitadas de terror sobre um edifício residencial que esconde um terrível segredo. Um amargo lembrete da ambição humana e dos horrores que somos capazes de praticar por dinheiro e poder.
6. Relatos selvagens, de Dámian Szifron
Filme argentino dividido em esquetes que mostra seis histórias de vingança e de descontrole emocional diante de situações limite. O filme mergulha no lado B do ser humano, revelando as suas mais profundas vicissitudes.
7. Táxi driver, de Martin Scorsese
Um relato amargo da solidão nas grandes cidades e um questionamento profundo do conceito de heroísmo, tomando como referência a guerra do Vietnã.
8. Nascido para matar, de Stanley Kubrick
Filme mordaz sobre as motivações e as consequências de uma guerra na vida das pessoas comuns.
9. Teorema, de Pasolini
Metafórico e crítico filme sobre o vazio e falta de sentido na vida de uma família rica no final dos anos 1960, tempo em que muitos diretores italianos combateram veementemente a sociedade de consumo.
10. Foi apenas um sonho, de Sam Mendes
Realista e desesperado relato do fiasco do American way of life e do casamento e maternidade como formas de alcançar a felicidade.
Ok.Ok.Ok. Nenhum dos filmes terminou com uma bela cena de casamento nem com uma afetuosa troca de alianças de noivado. Ok.Ok.Ok. Nenhum dos filmes terminou com o nascimento de um lindo bebê e o famoso felizes para sempre. Mas, talvez, já esteja em tempo de adotarmos uma postura mais adulta e consciente diante dos filmes e da vida como um todo, destrinchando as suas obscuridades e jogando luz sobre seus mitos. Quem se nega a ver e aceitar o que o cinema inteligente nos mostra, provavelmente se recusa a enxergar os mesmos dramas na vida cotidiana.
Não é à toa que estamos construindo uma sociedade cada vez mais frustrada, com vidas vazias e sem sentido. Não é à toa que o consumismo desenfreado está "preenchendo" a nossa fome de afeto, de significados mais profundos. Não é á toa, que nossas relações estão cada vez mais descartáveis e nosso conceito de felicidade está cada vez mais materialista. Não é à toa que confundimos pateticamente os conceitos de sucesso material com sucesso existencial. Não é à toa que tantas pessoas se sintam obrigadas a viver vidas que não lhe pertencem em nome de protocolos sociais.
Não é nos dopando com filmes irrealistas, que prometem uma falsa felicidade que conseguiremos realizar os nossos objetivos e potencialidades mais profundas. Sim, faz-se urgente e importante mergulhar no mundo das artes e ouvir atentamente o que elas têm a nos dizer.
1. Anticristo, de Lars Von Trier
Ok.Ok.Ok. Concordo. O filme é peso pesado. É um soco no estômago depois de ter comido uma feijoada rança. Mas Lars Von Trier não está se importando muito em deixar as pessoas felizes e confortáveis. Um cruel e dilacerante retrato da mulher na visão do diretor ou talvez na visão judaico-cristã que condena a mulher por seu caráter transgressor e transformador.
2. Festa em família , de Thomas Vinterberg
Vinterberg e Lars Von Trier são figuras decisivas no movimento Dogma 95. No filme Festa em família, as regras adotadas no movimento foram respeitadas à risca e com uma linguagem seca e cortante, Thomas Vinterberg nos atira numa realidade igualmente indigesta: encontros familiares formais com o intuito de comemorar uma data importante que acabam mesmo por desnudar a precariedade das relações familiares num jogo de agressividade emocional. Se você chora vendo propaganda de tender na época do Natal, vai achar a família de Festa em família muito esquisita.
3. Fahrenheit 451 , de François Truffaut
Imaginem uma sociedade em que os bombeiros não apagam incêndios e sim os promovem? Imaginem uma sociedade em que os bombeiros queimam os livros porque o governo os considera perigosos? Esta é a realidade de Fahrenheit 451. Aqui no Brasil, esta sociedade provavelmente não existiria já que desprezamos naturalmente os bons livros.
4. Cold lunch, de Eva Sorhaug
Por aqui, imaginamos que tudo são flores na Noruega. Cold lunch parece desmentir esta teoria cheia de um prazer cruel e delicioso. Sim, a vida dos personagens que se entrecruzam se parecem mesmo um almoço frio: solitárias, sem sentido, sem perspectiva. Personagens perambulam , ora tentando sobreviver, ora fingindo respaldar suas vidas vazias.
5. Último tango em Paris, de Bernardo Bertolucci
Não, Último tango não é um filme pornô. E me parece altamente melancólico perceber que para a maioria das pessoas a famosa cena da manteiga não passe de uma cena de sodomia. O ato sexual anal surge como uma metáfora da transgressão, da tentativa desesperada de revolucionar a ordem social, com suas convenções caquéticas, que visam simplesmente manter o poder estabelecido. Bertolucci faz parte deste seleto grupo de diretores que mostra o sexo como metáfora da libertação social e emocional.
6. O fantasma da liberdade, de Luis Buñuel
Filme construído na forma de esquetes, mergulha fundo numa linguagem surrealista mais ortodoxa. Uma deliciosa e inteligente sátira das ridículas convenções sociais.
7. A pele que habito, de Pedro Almodóvar
Um mergulho tétrico e sensual no desejo e na sexualidade. Vamos muito além da nossa pele. Vamos muito além de nossos genitais. O desejo é multifacetado e complexo e não importa qual caminho peguemos, chegaremos sempre amor. Bem, pelo menos esta é a tese da filmografia colorida de Almodóvar.
8. Fellini, 8 e 1/2
Metalinguístico filme do mestre italiano sobre um cineasta famoso em crise criativa e os tênues limites entre o sonho e realidade.
9. The babadook, de Jennifer Kent
Filme de terror australiano que põe em xeque o mito do amor materno, ao descrever a rotina exaustiva e claustrofóbica de uma mulher que não consegue superar a morte do marido.
10. Uma nova amiga, de François Ozon
Poético e sensibilíssimo filme sobre as variadas possibilidades da sexualidade humana.
Bem, a sexta parte da lista de filmes para quem não tem preguiça de pensar é papo seríssimo. Se você já se debruçou sobre 50 opções variadas e todas profundamente complexas, você provavelmente já não é mais a mesma pessoa. Um novo horizonte se abriu à sua frente ,cheio de possibilidades múltiplas e algumas bem loucas. Mais do que um certificado ou uma medalha, você merece ser convidado para uma boa sessão de cinema e uma xícara de café.
Bem, a sexta parte da lista de filmes para quem não tem preguiça de pensar é papo seríssimo. Se você já se debruçou sobre 50 opções variadas e todas profundamente complexas, você provavelmente já não é mais a mesma pessoa. Um novo horizonte se abriu à sua frente , cheio de possibilidades múltiplas e algumas bem loucas. Mais do que um certificado ou uma medalha, você merece ser convidado para uma boa sessão de cinema e uma xícara de café. Vamos a mais dez pérolas?
1. Dogville, de Lars Von Trier
Filme longo e bem hermético. O início é jogo duro. Mas se você tiver paciência, possivelmente se enredeará numa trama extremamente cruel, em que nos deparamos com temas poderosos, como por exemplo, o ódio ao estrangeiro ( estrangeiro no sentido de diferente), a irracionalidade das massas e a dificuldade de fugir de si mesmo.
2. A caça, de Thomas Vinterberg
Filme de linguagem simples e contundente sobre um professor da pré-escola que tem sua carreira e vida destruídas por causa de uma garotinha. O filme mostra como as consequências de um boato podem ser devastadores e questiona a inocência infantil.
3. Eu sou o senhor do castelo, de Régis Wargnier
Assustador filme sobre o poder de manipulação e destruição de uma criança enciumada. O filme mostra bem a teoria de Jung, que defendia que o poder é o avesso do amor. Onde falta o amor e a possibilidade de ser feliz sobra a necessidade de ter poder.
4. Você vai conhecer o homem dos seus sonhos, de Woody Allen
Com o típico e ácido humor irreverente e niilista de Woody Allen, Você vai conhecer o homem dos seus sonhos mergulha nas ilusões e nos fiascos daqueles que se recusam a encarar a realidade.
5. Cisne negro, de Darren Aronofsky
Famoso filme que rendeu o Oscar à fabulosa Natalie Portman. Cisne negro mergulha no estranho que existe dentro de cada um de nós, com uma linguagem visceral , inebriante e tétrica em alguns momentos.
6. Como água para chocolate, de Alfonso Arau
Filme mexicano baseado em romance homônimo de Laura Esquivel, esposa de Arau, sobre uma tradicional família mexicana no início do século XX, que obriga as filhas caçulas a ficarem solteiras para cuidarem da mãe na velhice. Como água para chocolate é uma deliciosa receita de amor e passionalidade, em que os atos de comer e amar são indissociáveis. Extremamente poético e suavemente erótico.
7. Paris, Texas de Win Wender
Melancólico e existencialista filme sobre as consequências amargas de um amor louco, marcado pelo ciúme e desejo de posse.
8. Inferno, o ciúme do amor possessivo de Claude Chabrol
Uma espécie de Dom Casmurro francês, mais violento, em que somos obrigados a mergulhar nas obscuridades do desejo sem tréguas de um ciumento.
9. Menina bonita, de Louis Malle
Louis Malle tinha o dom de embelezar o grotesco e fazer poesia com o sórdido. Malle foi o cineasta dos temas tabu. Em Menina bonita , ele descreve o amor entre uma garota de 11 anos e um homem por volta dos trinta, sem nenhum tipo de julgamento moral.
10. Banquete de casamento, de Ang Lee
Visão realista e madura sobre o amor homossexual.
Neste ponto da nossa trajetória, não me sinto mais na obrigação de alertá-lo para os perigos e paras as delícias que você encontrará nos filmes a seguir. Hipoteticamente já vimos a um filme juntos e tomamos a nossa xícara de café.
Neste ponto da nossa trajetória, não me sinto mais na obrigação de alertá-lo para os perigos e paras as delícias que você encontrará nos filmes a seguir. Hipoteticamente já vimos a um filme juntos e tomamos a nossa xícara de café. Vamos a mais dez títulos preciosos?
1. Perdas e danos, de Louis Malle
Mesclando adultério, incesto e traição em família, Louis Malle pinta um retrato triste da inevitabilidade do desejo, de como somos arrastados por ele mesmo contrariando os nossos valores, mesmo cientes das suas possíveis consequências devastadoras.
2. O açougueiro, de Claude Chabrol
Uma visão humana e sensível de um psicopata, que descobre no amor o seu melhor lado, mas que apesar dele não consegue fugir à sua própria natureza.
3. Viridiana, de Luis Buñuel
Filme extremamente irreverente que defende a inutilidade da caridade cristã. Antes de se revoltar contra Buñuel e o filme Viridiana, assista-o para entender o ponto de vista do cineasta.
4. Fale com ela, de Pedro Almodóvar
Embora não considere Fale com ela um dos melhores filmes de Almodóvar ( bem comportado demais) ele vale a pena ser assistido porque mexe com um tema bastante tabu, ao descrever o incondicional amor de um enfermeiro por uma paciente em coma.
5. Os incompreendidos, de François Truffaut
Uma espécie de Pixote, a lei do mais fraco num estilo mais delicado. Se a tradução fosse coerente, o filme em Português se chamaria Os 400 golpes. 400 aparece como um número simbólico. Uma forma diferente de dizer Os infinitos golpes.
6. Brilho eterno de uma mente sem lembrança
Com uma temática que remete à Alan Resnais, mas com um estilo mais colorido, Brilho eterno mergulha nos temas do tempo e da memória para falar sobre o amor sob um viés bem filosófico.
7. Ano passado em Marienbad, de Alan Resnais
Filme extremamente hermético em que os temas do tempo e da memória são investigados profundamente.
8. A árvore da vida, de Terrence Malick
Filme extremamente filosófico que, por meio de um drama familiar, nos faz refletir sobre a essência da vida.
9. Decálogo, de Kieslowski
Série de 10 médias-metragem (cerca de 50 minutos cada) mostrando a peculiar visão do falecido cineasta polonês sobre os dez mandamentos da lei de Deus. Uma série extremamente vigorosa e melancólica simultaneamente.
10. Lua de fel, de Roman Polanski
Uma visão cruel sobre o fim do amor romântico e as suas trágicas consequências quando não aceitamos bem o seu término. Um filme que mostra com maestria comportamentos perversos.
 Se você chegou à oitava parte da lista, o clima esquentou de vez e talvez tomemos mais uma xícara de café juntos após uma sessão instigante de cinema. Nesta fase do percurso, você deve estar se perguntando com uma boa pitada de ironia no sorriso: "Como vivi anos sem conhecer e sem assistir filmes instigantes?" Ok.Ok.Ok. Nunca é tarde demais para ser feliz ou infeliz.
Se você chegou à oitava parte da lista, o clima esquentou de vez e talvez tomemos mais uma xícara de café juntos após uma sessão instigante de cinema. Nesta fase do percurso, você deve estar se perguntando com uma boa pitada de ironia no sorriso: "Como vivi anos sem conhecer e sem assistir filmes instigantes?" Ok.Ok.Ok. Nunca é tarde demais para ser feliz ou infeliz.
1. Ninfomaníaca, volumes 1 e 2, de Lars Von Trier
Não, meus caros leitores. Não se trata de filmes de sacanagem para serem assistidos no banheiro. Ninfomaníaca devassa o misterioso e estranho universo de uma mulher insaciável no quesito sexual, o que gera muito sofrimento para ela mesma e para terceiros. É aquele tipo de obra que anda em círculos como um cachorro perseguindo o seu próprio rabo. Por mais que investiguemos os porquês que envolvem o desejo sexual, continuaremos ignorantes neste terreno minado.
3. Adeus, meninos de Louis Malle
Genial filme sobre a Segunda Guerra Mundial. Os dramas da guerra são mostrados sem nenhuma cena bélica. Tudo acontece dentro de uma escola católica, onde meninos judeus ficam escondidos e sob a proteção de um padre.
4. A trilogia das cores, de Kieslowski
A trilogia das cores é formada pelos filmes A liberdade é azul, A igualdade é branca e A fraternidade é vermelha. Por meio de dramas pessoais, Kieslowski analisou os lemas da Revolução Francesa e defendeu a ideia de que dos três o único não utópico é a fraternidade. Filmes herméticos e extremamente sensíveis e melancólicos.
7. Maus hábitos, de Pedro Almodóvar
Tragicomédia bem ao estilo hiperbólico de Almodóvar, em que uma atriz refugia-se de criminosos em um convento. Porém, as freirasapesar de generosas e amigáveis não são nada tradicionais. Talvez por isso mesmo sejam generosas... entre elas há uma escritora de livros eróticos , uma viciada e a madre superiora se apaixona pela atriz.
8. Há tanto tempo que eu te amo, Phillippe Claudel
Amarga reflexão sobre a eutanásia e o sentido da vida.
9. O piano, de Jane Campion
Erótico e melancólico filme que mergulha na questão do feminino por meio da enigmática Ada, uma mulher muda que se expressa por meio do seu piano. Holly Hunter ganhou o Oscar de melhor atriz por esta sofisticadíssima interpretação.
10. 2001:uma odisseia no espaço, de Kubrick
Filme extremamente hermético e complexo sobre a vitória dos computadores sobre as pessoas. Parece fantasioso demais? 2001 além de ter sido um filme pioneiro no gênero de obras ocorridas no espaço, é um filme visionário também no que diz respeito à profunda dependência do ser humano em relação às máquinas e à perda da humanidade das próprias pessoas.
Começaremos a nossa nona parte da lista hoje com um tema complicadíssimo: amor. Amor mesmo, pra valer. O que a gente costuma chamar de amor suspirando e sorrindo maliciosamente é bem diferente daquilo que veremos no premiado e devastador filme de Haneke.
Começaremos a nossa nona parte da lista hoje com um tema complicadíssimo: amor. Amor mesmo, pra valer. O que a gente costuma chamar de amor suspirando e sorrindo maliciosamente é bem diferente daquilo que veremos no premiado e devastador filme de Haneke.
1. Amor, de Michael Haneke
Um realista retrato do amor. Um homem idoso precisa fazer das tripas coração para cuidar sozinho da sua amada esposa que se tornou muito doente e totalmente dependente de cuidados.
2. Menina de ouro, de Clint Eastwood
Um filme duro e realista sobre uma mulher sem muita sorte na vida que tenta o seu lugar ao sol à base da porrada literalmente. Uma profunda e dura reflexão sobre os desafios da vida e a eutanásia sob um viés bastante peculiar.
3. A primeira noite de tranquilidade, de Valerio Zurlini
Filme existencialista que mergulha no vazio da vida e mostra a morte como uma grande benção.
4. Parente é serpente, de Mario Monicelli
Comédia de humor negro, profundamente niilista, sobre os frágeis laços familiares que unem um quarteto de irmãos de meia-idade com os seus dedicados pais.
5. Noite de desamor, de Tom Moore
Filme profundamente melancólico baseado em famosa peça teatral sobre uma mulher que decide morrer pois tudo deu errado em sua vida e ela comunica a sua decisão à mãe que tenta fazê-la desistir de seu projeto. Visão peculiar do suicídio.
6. Os novos monstros, de Ettore Scola, Mario Monicelli e Dino Risi
Filme dividido em nove esquetes que mostra os principais facínoras da sociedade atual. Entre eles estão o clérigo hipócrita, o terrorista e o filho que abandona a mãe num asilo.
7. Três mulheres, de Robert Altman
Jovem tímida, inexperiente e ingênua adota estranho comportamento após passar por um trauma. Uma obra intrigante que mergulha nas várias possibilidades do eu.
8. As bruxas, de Luchino Visconti, Mario Bolognini, Pasolini, Franco Rossi e Vittorio de Sica
Cinco olhares contundentes sobre a figura feminina. A protagonista de todos os episódios é a atriz italiana Silvana Mangano.
9. Esposas em conflito, de Bryan Forbes
Inspirado no romance de Ira Levin ( o mesmo escritor que fez O bebê de Rosemary) , Esposas em conflito mostra de forma fantasiosa e extremamente cruel o desejo masculino de manter as mulheres submissas.
10. Nina, de Heitor Dhalia
Releitura psicodélica de Crime e castigo de Dostoievski. Com uma linguagem sombria, Nina mergulha no universo íntimo de uma jovem desajustada que tenta sobreviver a um mundo cinza e cruel.