2. patentes

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PATENTES
AULA 2
Prof. Msc. Tiago Fernando Martins
QUADRO ESQUEMÁTICO
INTRODUÇÃO
PATENTE DE INVENÇÃO
REQUISITOS DA PATENTEABILIDADE
MODELO DE UTILIDADE
TIPOS DE PATENTE DE INVENÇÃO
VIGÊNCIA DAS PATENTES
CERTIFICADO DE ADIÇÃO
VEDAÇÕES AO PATENTEAMENTO
INTRODUÇÃO
A PROPRIEDADE INTELECTUAL COBRE DUAS ÁREAS: OS DIREITOS DE AUTOR E OS DIREITOS CONEXOS, POR UM LADO, E A PROPRIEDADE INDUSTRIAL, POR OUTRO. OS DIREITOS DE AUTOR CONSISTEM NA POSSIBILIDADE DE PROIBIR TERCEIROS DE REPRODUZIR (OU PRATICAR OS ATOS QUE CONSTITUEM AS VÁRIAS MODALIDADES DE REPRODUÇÃO, COMO OS DE COPIAR, FIXAR, TRADUZIR, ADAPTAR E COMUNICAR) A OBRA PROTEGIDA. A PROPRIEDADE INDUSTRIAL ASSEGURA O DIREITODE PROIBIR TERCEIROS DE USAR OS ATIVOS PROTEGIDOS. (CARVALHO, 2009. p. 23)
UM LIVRO DE RECEITA CULINÁRIA SERVE BEM PARA ILUSTRAR A DIFERENÇA ENTRE OS DIREITOS DE AUTOR E A PROPRIEDADE INDUSTRIAL. UMA VEZ O QUE LIVRO DE RECEITAS QUE ELE CONTÉM NÃO PODEM SER RERODUZIDAS OU COPIADAS SEM A AUTORIZAÇÃO DO AUTOR (DESDE QUE AS RECEITAS SEJAM MAIS DO QUE SIMPLES LISTAS DE INGREDIENTES). MAS AS INSTRUÇÕES TÉCNICAS NELE REVELADAS PODEM SER UTILIZADAS PARA PREPARAR OS VÁRIS PRATOS DESCRITOS. NO ENTENTO, SE ACASO FOI REQUERIDA E OBTIDA UMA PATENTE PARA UMA RECEITA NOVA E INVENTIVA, E/OU PARA O MÉTODO DE PREPARAR A RECEITA (SE NOVO E INVENTIVO), NINGUEM PODERÁ UTILIZAR AS INSTRUÇÕES TÉCNICAS PARA PREPARAR ESSA RECEITA (OU PARA USAR ESSE MÉTODO) SEM AUTORIZAÇÃO TITULAR. (CARVALHO, 2009. p. 23)
MAS A PATENTE EM SI MESMA, ISTO É, O TEXTO DESCREVENDO AS ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS, PODE SER COPIADO LIVREMENTE (COM EFEITO, MILHÕES DE PATENTES EM VIGOR ESTÃO DISPONÍVEIS NA INTERNET; ELAS PODEM SER CONSULTADAS E REPRODUZIDAS LIVREMENTE). POR OUTRO LADO, SE O INVENTOR DA NOVA RECEITA PREFEREIU MANTÊ-LA EM SEGREDO, É-LHE RECONHECIDO O DIREITO DE SE OPOR AO ACESSO A ESSE CONHECIMENTO BEM COMO AO SEU USO POR TERCEIROS SE ESTES O TIVEREM ADQUIRIDO DE FORMA ILÍCITA. (CARVALHO, 2009. p. 23)
INTRODUÇÃO
A PROPRIEDADE INDUSTRIAL COMPREENDE TÊS ÁREAS: (A) CRIAÇÕES TÉCNICAS PROPRIETÁRIAS (AS QUAIS COMPREENDEM, MAS NÃO SE LIMITAM A, INVENÇÕES, MODELOS DE UTULIDADE, OBTENÇÕES VEGETAIS OU CULTIVARES, TOPOGRAFIAS DE CIRCUITOS INTEGRADOS, DESENHOS INDUSTRIAIS); (B) SINAIS DISTINTIVOS (OS QUAIS SÃO TAMBÉM OBJETO DE UM DIREITO DE PROPRIEDADE) (MARCAS DE COMERCIO, INDÚSTRIA E SERVIÇOS, INCLUINDO MARCAS COLETIVAS, NOMES COMERCIAIS, INCLUINDO AS INSIGNIAS OU TÍTULOS DE ESTABELECIMENTO, EXPRESSÕES DE PROPAGADAS (SLOGANS); INDICAÇÕES DE PROCEDÊNCIA E INDICAÇÕES GEOGRÁFICAS; RECOMPENSAS INDUSTRIAIS; E (C) VANTAGENS COMPETITIVAS NÃO-PROPRIETÁRIAS (ISTO É, NÃO COBERTAS POR UM DIREITO FORMAL DE PROPRIEDADE, AINDA QUE POSSAM GERAR CERTOS TIPOS DE EXCLUSIVIDADE – SÃO OBJETO DE INTERESSES PROPRIETÁRIOS, MAS NÃO NECESSARIAMENTE DE DIREITOS PROPRIETÁRIOS) COMO, POR EXEMPLO, A REPUTAÇÃO DO COMERCIANTE; O ESTABELECIMENTO (GOODWILL) EM GERAL, O QUAL COMPREENDE A SUA CONFIGURAÇÃO DISTINTIVA (CONHECIDO, EM INGLÊS, COMO TRADE DRESS); E A INFORMAÇÃO NÇAO DIVULGA COMPREENDENDO OS SEGREDOS DE FÁBRICA E DE COMÉRCIO E OS DADOS DE TESTES). (CARVALHO, 2009. p. 24)
DE UMA FORMA GERAL, ESTA TERCEIRA ÁREA CORRESPONDE À REPRESSÃO DA CONCORRÊNCIA DESLEAL, MAS ESTÃO HOJE EM DESENVOLVIMENTO ALGUNS TIPOS DE PROPRIEDADE INTELECTUAL QUE SÃO UM POUCO DIFERENTES, POIS NÃO IMPLICAM O ELEMENTO DE FRAUDE.. (CARVALHO, 2009. p. 24)
DO MESMO MODO, HÁ ALGUMAS ÁREAS CINZENTAS SEPARANDO ( OU APROXIMANDO) OS DIREITOS DE AUTOR DA PROPRIEDADE INDUSTRIAL. OS DESENHOS INDUSTRIAIS, POR EXEMPLO, PODEM SER PROTEGIDOS PELOS DIREITOS DE AUTOR (CONVENÇÃO DE BERNA, ARTIGO 2(7) OU PELA PROPRIEDADE INDUSTRIAL (CONVENÇÃO DE PARIS ARTIGO 5; ACORDO TRIPS, ARTIGO 25.2). O MESMO PODE SE DIZER DE ALGUNS PROGRAMAS DE COMPUTADOR (ACORDO TRIPS, ARTIGOS 10.1 AND 27.1). OS DIREITOS DECORRENTES DE OBTENÇÕES VGETAIS SÃO OPONÍVEIS CONTRA REPRODUÇÃO DESAUTORIZADA DA MATÉRIA PROTEGIDA (AS PARTES REPRODUTORAS DA PLANTA) POIS, SENDO ELAS SERES VIVOS, PODEM SER USADAS PARA SE AUTORREPRODUZIREM – OS CERTIFICADOS DE OBTENÇÃO VEGETAIS SÃO, NO ENTANTO, PARTA DE PROPRIEDADE INDUSTRIAL E ASSEMELHAM-SE ÀS PATENTES. NALGUNS PÁÍSES, AS OBTENÇÕES SÃO MESMOS PROTEGIDOS POR PATENTES.. (CARVALHO, 2009. p. 25)
INTRODUÇÃO
CRIAÇÃO
INVENÇÃO
DESCOBERTA
INTRODUÇÃO
INVENÇÃO
EX: TELEFONE, CELULAR, SMARTPHONES...
CRIAÇÃO DE UMA COISA 
ATÉ ENTÃO INEXISTENTE
INTRODUÇÃO
DESCOBERTA
EX: UMA BACTÉRIA, UM ELEMENTO QUÍMICO...
É A REVELAÇÃO DE UMA 
COISA EXISTENTE NA NATUREZA
INTRODUÇÃO
AINDA QUE A LÓGICA DA PROPRIEDADE INDUSTRIAL SE SITUE NO CONTEXTO DA INCIATIVA PRIVADA, E O SEU SURGIMENTO SE EXPLIQUE PELA NECESSIDADE DE OS COMERCIANTES DEFENDEREM SUAS VANTAGENS (ISTO É, SUAS DIFERENÇAS) CONTRA OS CONCORRENTES, A PROPRIEDADE INDUSTRIAL EM GERAL, E AS PATENTES EM PARTICULAR, SÃO FREQUENTEMENTE AASSOCIADAS AOS MONOPÓLIOS E À DIMUNUIÇÃO DA RIVALIDADE. (CARVALHO, 2009. p. 57)
A PROPRIEDADE INDUSTRIAL (INCLUINDO AS PATENTES) É NA VERDADE UMA FERRAMENTA MUITO IMPORTANTE PARA CRIAÇÃO E A MANUTENÇÃO DE UM CLIMA DE RIVALIDADE ENTRE CONCORRENTES. EM VEZ DE GERAR MONOÓLIOS A PROPRIEDADE INDUSTRIAL PROPICIA AOS COMERCIANTES E AOS INDUSTRIAIS A POSSIBILIDADE DE COMPETIR. PORTANTO, EM ULTIMA ANÁLISE, A PROPRIEDADE INDUSTRIAL E O DIREITO DA CONCORRÊNCIA SÃO DUAS FACES DA MESMA MOEDA. (CARVALHO, 2009. p. 57)
INTRODUÇÃO
A ESTRUTURA DE PATENTES DE HOJE É CARACTERIZADA POR QUATRO ELEMENTOS: (A) A NATUREZA DO DIREITO (A PATENTE GERA UM DIREITO NEGATIVO NA MEDIDA EM QUE SE EXPRESSA UNICAMENTE PELO PODER DE IMPEDIR TERCEIROS DE USAR A INVENÇÃO); (B) A NATUREZA DO OBJETO (AS PATENTES SÃO CONCEDIDAS PARA PROTEGER ); (C) AS CONDIÇÕES NECESSÁRIAS PARA QUE A INVENÇÃO SE TORNE PATENTEÁVEL OU NÃO, ALÉM DESSAS CONDIÇÕES SUBSTANTIVAS (PORQUE SE REFEREM À INVENÇÃO PROPRIAMENTE DITA), O SISTEMA DE PATENTES DE HOJE CARACTERIZA-SE TAMBÉM POR UMA CONDIÇÃO FORMA (FORMAL QUE SE À FORMA PELA QUAL O PEDIDO E APRESENTADO), QUE É A DESCRIÇÃO DA INVENÇÃO; E (D) O DIREITO ORIGINÁRIO À AQUISIÇÃO DE PATENTES MÃO PERTENCE EXCLUSIVAMENTE AO INVENTOR MAS TAMBÉM ÀQUELE QUE, POR CONTRATO, ANTES MESMO DA CONCESSÃO, RECEBEM DO INVENTOR O DIREITO DE REQUERER O DIREITO DE PROPRIEDADE (CARVALHO, 2009. p. 74)
MUITOS AUTORES IRREFLETIDAMENTE DEFINEM AS PATENTES DE HOJE COMO UM INSTRUMENTO DE POLÍTICA INDUSTRIAL. NÃO, AS PATENTES DE HOJE NÃO SÃO ISSO, AINDA QUE POSSAM SER USADAS PARA INTERNALIZAR CUSTOS DE INVENÇÃO. AS PATENTES SÃO INSTRUMENTOS NEUTROS E SERVEM TANTO A OBJETIVOS DE POLÍTICA INDUSTRIAL QUANTO A PROPRIEDADE SOBRE OS BENS TANGÍVEIS QUE INCORPORAM OS INVENTOS (OS PRODUTOS NOVOS OU APERFEIÇOADOS – OU SIMPLESMENTE DIFERENCIADOS, ISTO É, NEM MELHORES NEM PIORES DO QUE OS EXISTENTES, APENAS DIFERENTES – OU OS PRODUTOS FABRICADOS POR MEIO DOS PROCESSOS PATENTEADOS). (CARVALHO, 2009. p. 77)
PATENTE DE INVENÇÃO
PATENTE É UM TÍTULO DE PROPRIEDADE TEMPORÁRIO OUTORGADO PELO ESTADO POR FORÇA DA LEI AO INVENTO PRA QUE ESTE EXCLUA TERCEIROS QUE, SEM SUA AUTORIZAÇÃO, VENHAM A PRATICAR ATOS CONTRA A MATÉRIA PROTEGIDA COMO FABRICAÇÃO, COMERCIALIZAÇÃO ETC. (PAESANI, 2012. p. 39)
INVENÇÃO É A CRIAÇÃO NOVA E INDUSTRIALIZÁVEL. NEWTON SILVEIRA (2011, p. 36) ESCLARECE: A LEI 9.279/1996 NÃO DEFINE INVENÇÃO, MAS APENAS MODELO DE UTILIDADE, QUE É CONSIDERADO OBJETO DE USO PRATICO, OU PARTE DESTE, QUE APRESENTE NOVA FORMA OU DISPOSIÇÃO, QUE RESULTE EM MELHORIA FUNCIONAL NO SEU USO OU EM SUA FABRICAÇÃO (ART. 9º). (PAESANI, 2012. p. 39)
PATENTE DE INVENÇÃO
AS PATENTES DE HOJE TEM COMO CONTEÚDO INVENÇÕES, QUALQUER SEJA A SUA NATUREZA E SEU CAMPO TÉCNICO. É O QUE DIZ O ARTIGO 27.1 TRIPS, O QUAL HARMONIZOU AS LEIS NACIONAIS DE PROPRIEDADE INTELECTUAL – E, EM ESPECIAL, AS LEIS DE PETENTES – DE UMA BOA PARTE DAS ECONOMIAS DO MUNDO. O CONCEITO DE INVENÇÃO OPÕE-SE HOJE AO DE DESCOBERTA, NO SENTIDO DE QUE AS PATENTES COBREM OS PRODUTOS DA INTERVENÇÃO DO SER HUMANO SOBRE O MEIO AMBIENTE E NÃO OS ELEMENTOS DESSE MEIO AMBIENTE. VALE NOTAR QUE O QUE CARACTERIZA A INVENÇÃO NÃO
É O SIMPLES E ANTES AVANÇO TÉCNICO SOBRE OQUE EXISTIA ANTES NO MEIO NATURAL, POIS A NATUREZA TAMBÉM REALIZA SEUS PRÓPRIOS AVANÇOS TÉCNICOS – SÃO ESTES QUE FAZEM A EVOLUÇÃO DAS ESPÉCIES. A NATUREZA EM SENTIDO AMPLO, TAMBÉM CRIA, AO GERAR MUTUÇÕES EM REAÇÃO AO MEIO HOSTIL E AO SELECIONAR AQUELAS QUE SÃO MAIS EFICIENTES. POR OUTRO LADO, HÁ INVENÇÕES QUE NÃO MERECEM A PROTEÇÃO DAS PATENTES PORQUE NÃO RESULTAM DE UMA ATIVIDADE INVENTIVA SIGNIFICATIVA. [...] NEM TODA A DIFERENÇA É PROTEGIDA PELA PROPRIEDADE INTELECTUAL. HÁ DETERMINADOS ATIVOS INTANGÍVEIS QUE SÃO DIFERENCIADORES MAS QUE RESULTAM DE PEQUENOS AVANÇOS, PEQUENAS MODIFICAÇÕES QUE, DE UM MODO GERAL, NÃO SÃO CONDISERADOS PATENTEÁVEIS. NÃO DEIXAM, NO ENTANTO, DE SER INVENÇÕES. (CARVALHO, 2009. p. 80)
FICA, PORTANTO, A PERGUNTA: COMO DISTINGUIR UMA CRIAÇÃO TÉCNICA CUJA NOVIDADE (OU CAPACIDADE DIFERENCIADORA) É ORIGINADA POR UMA ATIVIDADE INVENTIVA DE UMA QUE NÃO O É – E, PORTANTO, VIA DE REGRA, NÃO É PATENTEAVEL? (CARVALHO, 2009. p. 80/81)
PATENTE DE INVENÇÃO
 Art. 6º (LEI 9.279/96) Ao autor de invenção ou modelo de utilidade será assegurado o direito de obter a patente que lhe garanta a propriedade, nas condições estabelecidas nesta Lei.
 § 1º Salvo prova em contrário, presume-se o requerente legitimado a obter a patente.
 § 2º A patente poderá ser requerida em nome próprio, pelos herdeiros ou sucessores do autor, pelo cessionário ou por aquele a quem a lei ou o contrato de trabalho ou de prestação de serviços determinar que pertença a titularidade.
 § 3º Quando se tratar de invenção ou de modelo de utilidade realizado conjuntamente por duas ou mais pessoas, a patente poderá ser requerida por todas ou qualquer delas, mediante nomeação e qualificação das demais, para ressalva dos respectivos direitos.
 § 4º O inventor será nomeado e qualificado, podendo requerer a não divulgação de sua nomeação.
 Art. 7º Se dois ou mais autores tiverem realizado a mesma invenção ou modelo de utilidade, de forma independente, o direito de obter patente será assegurado àquele que provar o depósito mais antigo, independentemente das datas de invenção ou criação.
 Parágrafo único. A retirada de depósito anterior sem produção de qualquer efeito dará prioridade ao depósito imediatamente posterior.
REQUISITOS DA PATENTEABILIDADE
OS REQUISITOS BÁSICOS SÃO: A NOVIDADE, A ATIVIDADE INVENTIVA E A APLICAÇÃO INDUSTRIAL (ART 8º). A LEI DE PROPRIEDADE INDUSTRIAL ESTABELECE DIFERENÇA ENTRE ATIVIDADE INVENTIVA PARA A INVENÇÕES E ATO INVENTIVO PARA MODELOS DE UTILIDADE (ART. 9º, 13 E 14) (SILVEIRA, 2014. p. 34)
NOVO É AQUILO QUE NÃO SE ACHA NO ESTADO FA TÉCNICA, O QUAL É DEFINIDO NOS PARÁGRAFOS DO ART. 11 COMO TUDO QUE NÃO FOI DIVULGADO ATÉ A DATA DA DEPÓSITO. O PEDIDA NACIONAL É CONSIDERADO ESTADO DA TÉCNICO, DESDE QUE VENHA A SER PUBLICADO POSTERIORMENTE (ART. 11, §2º). (SILVEIRA, 2014. p. 34)
O ART. 12 PREVÊ UM PERÍODO DE ISENÇÃO DE 12 MESES EM FAVOR DE INVENTOR QUANDO A DIVULGAÇÃO OCORRER POR ATO DE INVENTOR OU DE TERCEIRO SEM O SEU CONSETIMENTO. (SILVEIRA, 2014. p. 34)
REQUISITOS DA PATENTEABILIDADE
A NOVIDADE É UMA NOÇÃO OBJETIVA E É AFERIDA COMPARANDO A INVENÇÃO REINVIDACADA COM O ESTADO DA TÉCNICA, ISTO É, O CONHECIMENTO TÉCNICO QUE ESTAVA PUBLICAMENTE DISPONÍVEL NA DATA RELEVANTE (A QUAL É DEFINIDADE EM LEI, MAS QUE NATURALMENTE CORRESPONDE À DATA DO DEPÓSITO DO PEDIDO NUM CERTO PAÍS, OU, SE O PAÍS FOR SIGNATÁRIO DA CONVENÇÃO DE PARIS E/OU MEMBRO DA OMC, À DATA DA PRIORIDADE). (CARVALHO, 2009. p. 23)
O CONCEITO DE NOVIDADE A QUE O ACORDO TRIPS SE REFERE NÃO É ABSOLUTO, PORTANTO, POIS ACEITA COMO EXCEÇÃO QUALQUER DIVULGAÇÃO QUE FOR FEITA DURANTE O PERÍODO DA PRIORIDADE UNIONISTA. ALÉM DISSO, COMO O ARTIGO 27.1 NÃO DEFINE NOVIDADE, À LUZ DP ARTIGO 1.1 DO ACORDO TRIPS CADA PAÍS PODE, DE ACORDO COM SEU SISTEMA JURÍDICO E SEUS PRÁTICAS ADMINISTRATIVAS, INTRODUZIR SUA PROPRIA DEFINIÇÃO. (CARVALHO, 2009. p. 23)
O PERÍODO DE GRAÇA É GERALMENTE CONSIDERADO COM UM MECANISMO QUE ENCORAJA O INVENTOR A FAZER TESTES A EXPERIÊNCIAS ANTES DE DEPOSITAR O PEDIDO, SEM RECEIO DE QUE QUALQUER FUGA DO SEGREDO OU UM DESCUIDO POR UM COLABORADOR PREJUDIQUE IRREMEDIAVELMENTE O SEU DIREITO À PATENTE. (CARVALHO, 2009. p. 23)
REQUISITOS DA PATENTEABILIDADE
QUANDO À ATIVIDADE, DIZER-SE QUE ELA É UMA CONDIÇÃO PATENTEABILIDADE DA INVENÇÃO É, NA VERDADE, UMA REDUNDÂNCIA, POIS, COMO EXPLIQUEI ACIMA, NÃO PODE HAVER INVENÇÃO SEM ATIVIDADE INVENTIVA. O QUE SE EXIGE COMO CONDIÇÃO DA PATENTEABILIDADE NÃO É A ATIVIDADE INVENTIVA, MAS SIM UMA CERTA ATIVIDADE INVENTIVA, A QUAL PODE SER MAIOR OU MENOR DEPENDENDO DO NÍVEL DE RIGOR IMPOSTO PELA ADMINISTRAÇÃO DE CADA PAÍS. MAS, DE UM MODO GERAL, INVENÇÕES DE BAIXO NÍVEL INVENTIVO NÃO SÃO ACEITAS PARA FINS DE PATENTEABILIDADE. (CARVALHO, 2009. p. 23)
REQUISITOS DA PATENTEABILIDADE
 Art. 8º (LEI 9.279/96) É patenteável a invenção que atenda aos requisitos de novidade, atividade inventiva e aplicação industrial.
 Art. 9º É patenteável como modelo de utilidade o objeto de uso prático, ou parte deste, suscetível de aplicação industrial, que apresente nova forma ou disposição, envolvendo ato inventivo, que resulte em melhoria funcional no seu uso ou em sua fabricação.
 Art. 10. Não se considera invenção nem modelo de utilidade:
 I - descobertas, teorias científicas e métodos matemáticos;
 II - concepções puramente abstratas;
 III - esquemas, planos, princípios ou métodos comerciais, contábeis, financeiros, educativos, publicitários, de sorteio e de fiscalização;
 IV - as obras literárias, arquitetônicas, artísticas e científicas ou qualquer criação estética;
 V - programas de computador em si;
 VI - apresentação de informações;
 VII - regras de jogo;
 VIII - técnicas e métodos operatórios ou cirúrgicos, bem como métodos terapêuticos ou de diagnóstico, para aplicação no corpo humano ou animal; e
 IX - o todo ou parte de seres vivos naturais e materiais biológicos encontrados na natureza, ou ainda que dela isolados, inclusive o genoma ou germoplasma de qualquer ser vivo natural e os processos biológicos naturais.
REQUISITOS DA PATENTEABILIDADE
Art. 12. Não será considerada como estado da técnica a divulgação de invenção ou modelo de utilidade, quando ocorrida durante os 12 (doze) meses que precederem a data de depósito ou a da prioridade do pedido de patente, se promovida:
 I - pelo inventor;
 II - pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial - INPI, através de publicação oficial do pedido de patente depositado sem o consentimento do inventor, baseado em informações deste obtidas ou em decorrência de atos por ele realizados; ou
 III - por terceiros, com base em informações obtidas direta ou indiretamente do inventor ou em decorrência de atos por este realizados.
 Parágrafo único. O INPI poderá exigir do inventor declaração relativa à divulgação, acompanhada ou não de provas, nas condições estabelecidas em regulamento.
 Art. 13. A invenção é dotada de atividade inventiva sempre que, para um técnico no assunto, não decorra de maneira evidente ou óbvia do estado da técnica.
 Art. 14. O modelo de utilidade é dotado de ato inventivo sempre que, para um técnico no assunto, não decorra de maneira comum ou vulgar do estado da técnica.
 Art. 15. A invenção e o modelo de utilidade são considerados suscetíveis de aplicação industrial quando possam ser utilizados ou produzidos em qualquer tipo de indústria.
MODELO DE UTILIDADE
O MODELO DE UTILIDADE (UTILITY MODEL OR PETTY PATENT), TAMBÉM POR NÓS CONSIDERADO PEQUENA PATENTE, TEM SIDO OBJETO DE PROTEÇÃO EM APENAS UMA DEZENA DE PAÍSES. (SOARES, 1998. p. 157)
[...]A NATUREZA JURÍDICA É SIMILAR AQUELA RELATIVA ÀS PATENTES. A PEQUENA PATENTE (PETTY PATENT) DA AUSTRÁLIA MOSTRA ALGUMA SIMILARIDADE COM OS MODELOS DE UTILIDADE, ENQUANTO OS CERTIFICADOS DE UTILIDADE (UTILITY
CERTIFICATE) DA FRANÇA SE APROXIMAM MAIS DAS PATENTES. (SOARES, 1998. p. 157)
MODELO DE UTILIDADE
DI GUGLIELMO ASSINALA, SOB O TÍTULO DE MODELOS DE UTILIDADE, QUE OUTRAS FORMAS SÃO OS MODELOS DE UTILIDADE QUE, SEM SOLUCIONAR PROBLEMAS TECNICOS OU SE EQUIVALENTES A OUTRAS FORMAS CONHECIDAS, VISAM SATISFAZER EXIGÊNCIAS DE NATUREZA TECNICO-INDUSTRIAL. (SOARES, 1998. p. 159)
O MODELO DE UTILIDADE É QUALITATIVAMENTE DIVERSO DA INVENÇÃO, PORQUE O QUE O IDENTIFICA É O “GENUS” E NÃO A ESPECIE. ISTO É, UM E OUTRO SÃO RESULTADOS DA ATIVIDADE CRIADORA, MAS, ENTRETANTO, ESTA NOS INVENTOS CORRESPONDE AO CONTEÚDO, POR QUE RESOLVE UM PROBLEMA TÉCNICO DESCOBRINDO E REPRODUZINDO UMA RELAÇÃO DE CAUSALIDADE SUSCETÍVEL DE NOVOS RESULTADOS INDUSTRIAIS CONCRETIZADOS EM UM PRODUTO OU EM UM PROCEDIMENTO; NO MODELO DE UTILIDADE PROJETA-SE SOBRE OS ELEMENTOS FORMAIS DE UM PRODUTO PREEXISTENTE, SEM QUE A NOVA FORMA OU A MUDANÇA DE FORMA IMPLIQUE AQUISIÇÃO DE UM NOVO CONHECIMENTO CIENTÍFICO OU DE UM NOVO PRINCÍPIO DE CAUSALIDADE. (SOARES, 1998. p. 159)
DE ONDE SE CONCLUI QUE HÁ MODELO DE UTILIDADE QUANDO O TÉCNICO INTRODUZ EM UM PRODUTO ALGO NOVO (PARTICULAR CONFORMAÇÃO. DISPOSIÇÃO CONFIGURAÇÃO OU COMBINAÇÃO DE PARTES) E LHE CONFERE UM MELHOR FUNCIONAMENTO, UMA MELHOR UTILIDADE OU COMODIDADE, UM MELHOR EMPREGO OU MELHOR USO. (SOARES, 1998. p. 159/160)
MODELO DE UTILIDADE
TIPOS DE PATENTE DE INVENÇÃO
PATENTE DE INVENÇÃO 
PRODUTO
PROCESSO
TIPOS DE PATENTE DE INVENÇÃO
PATENTE DE PROCESSO: QUANDO O OBJETO DA PATENTE REFERE-SE A FORMAS DE OBTER DETERMINADO RESULTADO DE ORDEM TÉCNICA. PODE-SE DIZER QUE OS PROCESSOS DIGNOS DE PATENTES DE INVENÇÃO CONSTITUEM UMA SÉRIE DE AÇÕES HUMANAS, MECÂNICAS OU QUÍMICAS QUE AO FIM LEVARÃO A UM RESULTADO. CABE RESSALTAR QUE AS PATENTES DE MODELO DE UTILIDADE JAMAIS SERÃO DE PROCESSO. EXEMPLO: PROCESSO ESPECÍFICO PARA FABRICAÇÃO DO POLÍMERO X OU DE FABRICAÇÃO DO FILME FINO Y. (LEMOS. 2011. p. 101)
PATENTE DE PRODUTO: A TECNOLOGIA PATENTEADA PODE SER AINDA UM OBJETO FÍSICO DETERMINADO: É A CHAMADA PATENTE DE PRODUTO. EXEMPLO: ANTENA BIDIRECIONAL; BATERIA PARA CELULAR ETC. (LEMOS. 2011. p. 101)
TIPOS DE PATENTE DE INVENÇÃO
Art. 42 (Lei 9.279/96). A patente confere ao seu titular o direito de impedir terceiro, sem o seu consentimento, de produzir, usar, colocar à venda, vender ou importar com estes propósitos:
 I - produto objeto de patente;
 II - processo ou produto obtido diretamente por processo patenteado.
 § 1º Ao titular da patente é assegurado ainda o direito de impedir que terceiros contribuam para que outros pratiquem os atos referidos neste artigo.
 § 2º Ocorrerá violação de direito da patente de processo, a que se refere o inciso II, quando o possuidor ou proprietário não comprovar, mediante determinação judicial específica, que o seu produto foi obtido por processo de fabricação diverso daquele protegido pela patente.
VIGÊNCIA DAS PATENTES
 Art. 40. A patente de invenção vigorará pelo prazo de 20 (vinte) anos e a de modelo de utilidade pelo prazo 15 (quinze) anos contados da data de depósito.
CERTIFICADO DE ADIÇÃO
 Art. 76. O depositante do pedido ou titular de patente de invenção poderá requerer, mediante pagamento de retribuição específica, certificado de adição para proteger aperfeiçoamento ou desenvolvimento introduzido no objeto da invenção, mesmo que destituído de atividade inventiva, desde que a matéria se inclua no mesmo conceito inventivo.
 § 1º Quando tiver ocorrido a publicação do pedido principal, o pedido de certificado de adição será imediatamente publicado.
 § 2º O exame do pedido de certificado de adição obedecerá ao disposto nos arts. 30 a 37, ressalvado o disposto no parágrafo anterior.
 § 3º O pedido de certificado de adição será indeferido se o seu objeto não apresentar o mesmo conceito inventivo.
 § 4º O depositante poderá, no prazo do recurso, requerer a transformação do pedido de certificado de adição em pedido de patente, beneficiando-se da data de depósito do pedido de certificado, mediante pagamento das retribuições cabíveis.
 Art. 77. O certificado de adição é acessório da patente, tem a data final de vigência desta e acompanha-a para todos os efeitos legais.
 Parágrafo único. No processo de nulidade, o titular poderá requerer que a matéria contida no certificado de adição seja analisada para se verificar a possibilidade de sua subsistência, sem prejuízo do prazo de vigência da patente.
VEDAÇÕES AO PATENTEAMENTO
Art. 18. Não são patenteáveis:
 I - o que for contrário à moral, aos bons costumes e à segurança, à ordem e à saúde públicas;
 II - as substâncias, matérias, misturas, elementos ou produtos de qualquer espécie, bem como a modificação de suas propriedades físico-químicas e os respectivos processos de obtenção ou modificação, quando resultantes de transformação do núcleo atômico; e
 III - o todo ou parte dos seres vivos, exceto os microorganismos transgênicos que atendam aos três requisitos de patenteabilidade - novidade, atividade inventiva e aplicação industrial - previstos no art. 8º e que não sejam mera descoberta.
 Parágrafo único. Para os fins desta Lei, microorganismos transgênicos são organismos, exceto o todo ou parte de plantas ou de animais, que expressem, mediante intervenção humana direta em sua composição genética, uma característica normalmente não alcançável pela espécie em condições naturais.
BIBLIOGRAFIA
CARVALHO. NUNO PIRES. A ESTRUTURA DOS SISTEMAS DE PATENTES E DE MARCAS. RIO DE JANEIRO: LUMEN JURIS, 2009.
PAESANI. LILIANA MINARDI. MANUAL DE PROPRIEDADE INTELECTUAL. SÃO PAULO: ATLAS, 2012.
SILVEIRA. NEWTON. PROPRIEDADE INTELECTUAL. BARUERI: MANOLE, 2014.
SOARES. JOSÉ CARLOS TINOCO. TRATADO DE PROPRIEDADE INTELECTUAL: PATENTES E SEUS SUCEDÂNEOS. SÃO PAULO: JURÍDICO BRASILEIRA, 1998.
LEMOS. RONALDO. PROPRIEDADE INTELECTUAL. RIO DE JANEIRO: FGV, 2011.