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RECURSO BASE - COM CADUCIDADE

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR PRESIDENTE DO 
INSTITUTO NACIONAL DA PROPRIEDADE INDUSTRIAL – INPI 
 
Processo: 926872990 (40) 
926872095 (35) 
Marca: “QUALICOPY” 
Apresentação: Mista 
Classe: NCL (11) 35 - 40 
Indeferimento: RPI 2739 de 04/07/2023 
 
 
QUALICOPY SERVIÇOS DE REPROGRAFIA LTDA, pessoa jurídica de 
direito privado, CNPJ nº 88.075.692/0001-88, já qualificada nos 
autos do processo administrativo em epígrafe, não se 
conformando com o indeferimento do pedido de registro de 
marcas, publicado na RPI 2739, de 04 de julho de 2023, vem 
perante Vossa Excelência, por meio de seu procurador 
signatário interpor o presente RECURSO, pelo que passa a expor 
e ao final requerer o quanto segue: 
 
 
Consoante se depreende da decisão em apreço, o pedido de 
registro da marca “QUALICOPY” fora indeferido com fulcro no inciso XIX do 
artigo 124 da LPI considerando-se, para tanto, o processo n. 819409421, na qual 
a empresa QUALYCÓPIAS possui registro colidente, sendo identificada a 
ausência da disponibilidade do sinal marcário da Requerente1: 
2095 
 
 
 
1 Art. 124 - Não são registráveis como marca: XIX - reprodução ou imitação, no todo ou em parte, ainda que com 
acréscimo, de marca alheia registrada, para distinguir ou certificar produto ou serviço idêntico, semelhante ou afim, 
suscetível de causar confusão ou associação com marca alheia 
I - DA DECISÃO RECORRIDA 
 
 
 
990 
 
Sem menoscabo aos argumentos trazidos na decisão recorrida, 
entende a recorrente que marca proposta apresenta TODOS os requisitos de 
registrabilidade, senão vejamos: 
 
A RECORRENTE é pessoa jurídica, constituída desde 04/03/1982, 
e atuante como empresa de fotocópias, conforme seu comprovante de 
inscrição no CNPJ: 
 
 
II - DA RECORRENTE 
 
 
Ressaltamos ainda que, ao longo de sua atuação, conseguiu 
obter uma posição de destaque em seu ramo de atividade, o qual foi atingido 
a partir de um trabalho sério e honesto, sempre voltado para a satisfação de 
seus clientes. 
Esses fatores, aliados à originalidade de sua marca, fizeram da 
RECORRENTE uma empresa altamente conceituada no mercado, conhecida 
de todo o público, especialmente por oferecer serviços de excelente 
qualidade. 
Assim sendo, a marca de natureza mista “QUALICOPY” foi 
legalmente depositada em nome da RECORRENTE, na Classe NCL (11) 16, 42 – 
DEFERIDOS E EM VIGOR - para assinalar suas especificações em seus produtos e 
pesquisas em desenhos gráficos. 
Outrossim, teve seu pedido de registro indeferido nos processos 
926872095, na classe 35, e 926872990, na classe 40, em razão de suposta 
anterioridade impeditiva. 
Portanto, trata-se a RECORRENTE de pessoa legitimada a 
requerer registro de marca na classificação internacional escolhida, conforme 
Lei nº 9.279: 
 
“Art. 128 - Podem requerer registro de marca as pessoas físicas ou 
jurídicas de direito público ou de direito privado. 
Parágrafo 1o.- As pessoas de direito privado só podem requerer registro 
de marca relativo à atividade que exerçam efetiva e licitamente, de 
modo direto ou através de empresas que controlem direta ou 
indiretamente, declarando, no próprio requerimento, esta condição, 
sob as penas da lei.” 
 
Por fim, sinala que a RECORRENTE possui na sua rede social 
Instagram a apresentação dos seus serviços, bem como do corpo profissional 
responsável pela execução, de forma clara e distintiva em seu negócio, 
conforme abaixo colacionado: 
 
 
 
 
Recorte realizado do site: https://www.instagram.com/qualicopy_oficial;Acesso em: 28/08/2023. 
 
 
Ao analisar o pedido de registro de marcas o Julgador apontou 
como anterioridade impeditiva a marca “QUALYCÓPIAS”, a qual possui registro 
nas classes nacionais 40.15 e 40.65, apontando o seguinte: 
 
*Classe Nacional: 40.15 e 40.65 Especificação: Serviços auxiliares ao comércio de mercadorias, 
inclusive à importação e à exportação. Serviços de reprodução de cópias e plastificação de 
papéis. (da classe 40.15) (...) 
 
(...) e Serviços auxiliares ao comércio de mercadorias, inclusive à importação e à exportação. 
Serviços de reprodução de cópias e plastificação de papéis. (da classe 40.65) 
 
 
III - PRELIMINARMENTE 
III.I - DA CADUCIDADE DA MARCA “QUALYCÓPIAS” – APONTADA COMO 
ANTERIORIDADE IMPEDITIVA – DE FORMA DISTINTA DA REQUERIDA NO REGISTRO 
n. 819409421 
 
 
Neste processo, a QUALICÓPIAS teve seu registro deferido na 
forma de apresentação mista, apresentando a seguinte logomarca: 
 
 
O processo foi deferido em 17/11/1998, através da RPI 1454, 
sendo renovado em 17/09/2019, na RPI 2541. 
No entanto, ao acessar os portais eletrônicos da QUALYCÓPIAS, 
não foi possível localizar a logomarca registrada, mas sim uma completamente 
diferente da qual postulada em seu processo originário: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Recorte realizado do site: https://www.instagram.com/qualycopiasonline/;Acesso em: 
28/08/2023. 
 
 
Bem como no seu site próprio: 
 
 
 
Recorte realizado do site: https://qualycopiasonline.com.br/;Acesso em: 28/08/2023. 
 
 
Com efeito, a comparação gráfica das imagens não condiz a 
atual, amplamente divulgada em sites e redes sociais, com a qual foi registrada: 
 
 
 
 
 
 
 
 
Nesse sentido, a LPI dispõe em seu prevista nos artigos 142 e 
143 da Lei 9.279/96 (LPI), como se verifica abaixo: 
“Art. 142 - O registro da marca extingue-se: (...) 
III - pela caducidade. (...) 
(...) Art. 143 - Caducará o registro, a requerimento de qualquer 
pessoa com legítimo interesse se, decorridos 5 (cinco) anos da 
sua concessão, na data do requerimento: 
I - o uso da marca não tiver sido iniciado no Brasil; ou 
II - o uso da marca tiver sido interrompido por mais de 5 
(cinco) anos consecutivos, ou se, no mesmo prazo, a marca 
tiver sido usada com modificação que implique alteração de 
seu caráter distintivo original, tal como constante do 
certificado de registro. (...)” 
 
Assim, considerando que a marca QUALYCÓPIAS não está mais 
utilizando o seu sinal figurativo postulado no registro, fazendo alterações 
substanciais, que implicam na apresentação da marca para o consumidor, em 
desconformidade com o Manual de Marcas, a Requerente informa que 
requereu o pedido de caducidade (protocolo anexo) do processo impeditivo 
nº 819409421 de titularidade da QUALYCÓPIAS Imobiliários Ltda. 
Desta forma, imprescindível se faz o SOBRESTAMENTO DO EXAME 
DO RECURSO AO INDEFERIMENTO do pedido de marca “QUALICOPY” em nome 
da Recorrente, até a decisão final do Requerimento de CADUCIDADE da marca 
 
 
tida como impeditiva, pelas razões já expostas a fim de que se comprove o 
desuso das marcas por seu titular, verificando-se nestes registros a 
impossibilidade de inviabilizar o registro da marca do Recorrente. 
 
 
Todo depósito de pedido de registro de marca é precedido de 
uma criteriosa análise, que objetiva identificar se o signo pretendido preenche 
ou não os requisitos de registrabilidade. 
São vários filtros, que vão desde a direta e objetiva análise de 
liceidade e veracidade da marca, quanto a análise, mais subjetiva, do grau de 
distintividade e disponibilidade. 
Além da legislação aplicável a espécie, os precedentes do 
próprio INPI são fundamentais para conferir segurança jurídica ao crivo de 
registrabilidade de um signo marcário, validando e servindo de regra e guia aos 
depósitos de marcas. 
Inobstante as avaliações de registrabilidade sejam adjetivadas 
pela subjetividade, sempre se busca uma segurança relativa nos precedentes 
do próprio INPI que, de ordinário, representa a orientação e entendimento do 
Instituto em casos análogos. 
É importante mencionar, que antes de pleitear a proteção 
marcaria auferida, a Requerida realizou uma busca criteriosa no banco de 
dados do Instituto de Propriedade Industrial - INPI, e somente realizou o 
depósito da sua marca, após certificar-se de estarem presentes todos os 
requisitos exigidos emlei a respeito da registrabilidade do seu sinal distintivo. 
Desta forma, o que se espera, é que as decisões futuras 
guardem relação com as antigas, estabilizando o sistema, com fulcro no 
princípio da confiança, já que os precedentes causam expectativas legítimas 
aos usuários. 
IV. NO MÉRITO 
IV. I - DOS PARADIGMAS E DA SEGURANÇA JURÍDICA 
 
 
Neste sentido, a decisão de indeferimento da marca: 
QUALICOPY, sob a alegação de que ela reproduz ou imita, em todo ou em parte 
marca alheia registrada, destoa de diversos outros registros semelhantes 
concedidos por este órgão federal, e merece ser afastada, conforme restará 
demonstrado. 
 
O Manual de Marcas desse Instituto, em seu item 5.9.1, estabelece que 
a apreciação de uma possível colidência “leva em conta a capacidade 
distintiva do conjunto em exame, inibindo a apropriação a título exclusivo de 
sinais genéricos, necessários, de uso comum ou carentes de distintividade em 
virtude da sua própria constituição” (grifou-se). 
Trata-se de uma análise do conjunto marcário como um todo, o tout 
indivisible, do direito francês. Isso quer dizer que os elementos das marcas não 
devem ser analisados em sua individualidade, mas sim o conjunto marcário 
como um todo. Clóvis da COSTA RODRIGUES, citando as decisões do CPI/45, 
ensinava o seguinte: 
 
“b) De mais a mais, em se tratando de examinar se uma marca imita a outra, devem 
as duas ser apreciadas conforme a impressão de conjunto deixada no observador. 
Um ou outro elemento isolado da marca não influi, se se encontra basicamente 
diferenciada a impressão do conjunto. c) A marca dessa Requerente nº 25.545, de 
1928, cuja cópia se anexa, é complexa, formada pelos vários elementos ali descritos, 
constituindo um conjunto, do qual não pode sua propriedade destacar qualquer dos 
elementos que o constituem, e elegê-lo, a seu critério, como sendo elemento 
essencial e característico de sua marca; quando, em verdade, o que a deve 
caracterizar é a fisionomia do conjunto, o seu aspecto geral, jamais esse ou aquele 
dos seus elementos componentes considerados isoladamente.”2 
 
No mesmo sentido, na percepção quase poética de MERLEAU-PONTY, 
na análise entre dois objetos: 
 
2 RODRIGUES, Clóvis da Costa. Concorrência Desleal, Rio de Janeiro: Peixoto, 1945, p. 201 
IV. II - ANÁLISE DOS CONJUNTOS DE MARCAS COMO UMA TOTALIDADE 
INDIVISÍVEL E COM DISTINÇÃO SUFICIENTE ENTRE ELES 
 
 
“não percebemos de início as folhas, depois a árvore; não ouvimos inicialmente as 
notas, depois a melodia; é o conjunto da árvore ou da melodia que é inicialmente 
percebida; e é nele [o conjunto] que aprendemos a distinguir as folhas ou as notas”3. 
 
Feitas tais considerações, a análise da distintividade entre as marcas 
aqui em exame não deve ser feita em suas minúcias, em seus detalhes 
separadamente considerados, mas sim analisando-se o seu todo, toda a 
impressão do conjunto perante o consumidor. 
É que, ao deferir o registro de uma marca, o que o INPI faz não 
é conceder a exclusividade de utilização de cada um de seus elementos 
individualmente considerados, mas sim a exclusividade de utilização de todo 
aquele conjunto, como um todo, incluídos os elementos nominativos, 
figurativos, disposição espacial, jogo de cores, tipografia utilizada etc. 
O próprio Superior Tribunal de Justiça já teve a oportunidade de 
enfrentar o tema, deixando claro que a análise de distintividade não pode 
ignorar o conjunto marcário como um todo: 
 
“(...) 4. A marca mista é aquela constituída pela combinação de 
elementos nominativos e figurativos ou de elementos nominativos, cuja 
grafia se apresente de forma estilizada. Embora, em principio, seja 
admissível o registro de uma mesma marca nominativa para produtos 
de classes diversas, o mesmo já não se dá com as marcas mistas, pois 
nessas a imagem de um produto passa necessariamente para o outro 
na percepção visual do consumidor, ou seja, no caso de marca mista, 
a parte figurativa e estilizada não pode coincidir com a do 
produto/serviço em confronto. 4.1 A proteção que o registro marcário 
visa a conferir ao titular da marca comercial é quanto ao seu conjunto. 
A despeito de o aproveitamento parasitário ser repelido pelo 
ordenamento jurídico pátrio, independentemente de registro, tal 
circunstância é de ser aferida a partir do cotejo, pelo conjunto, das 
marcas comerciais, sendo desimportante o elemento nominativo, 
individualmente considerado, sobretudo nas marcas de configuração 
mista, como é a que foi registrada pela autora. (...)” (REsp 1237752/PR, 
Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, Rel. p/ Acórdão Ministro MARCO 
BUZZI, QUARTA TURMA, julgado em 05/03/2015, DJe 27/05/2015) 
 
 
Dito isso, apesar do termo similar, a utilização do conjunto 
“QUALICOPY” pela Recorrente diferencia-se nos elementos gráficos, bem como 
na especialização dos serviços – este que será pormenorizado, em tópico 
próprio. 
 
3 MERLEAU-PONTY, Phénomélogie de la Perception. Paris: Gallimard, 1945, p. 46 
 
 
Sobre esse último aspecto, sabe-se que o que a LPI veda não é 
a identidade ou semelhança pura e simples das marcas, mas sim aquela que 
seja “suscetível de causar confusão ou associação com marca alheia”, 
conforme claramente estabelecido no inciso XIX do art. 124. Sobre esse detalhe, 
confira-se os dizeres da doutrina: 
 
“A parte final do inciso é de suma importância e concretiza a 
preocupação do legislador em evitar excessos ou injustiças na 
aplicação da proibição legal. Com efeito, o dispositivo obriga o 
examinador a analisar, no caso concreto, a possibilidade de confusão 
ou associação entre as marcas, uma vez que, dependendo das 
circunstâncias fáticas, duas marcas idênticas ou semelhantes, 
identificando produtos ou serviços da mesma natureza, podem 
conviver pacificamente, sem induzir consumidores a erro.” 
 
Em um aparente conflito de marcas, além da análise do 
conjunto marcário como um todo, é fundamental identificar a possibilidade ou 
não de sinais, acaso ela não seja apta a causar confusão ou associação entre 
as marcas no mercado consumidor, não há que se falar na impossibilidade de 
convivência entre elas. 
Isto posto uma vez afastada qualquer semelhança entre os 
conjuntos marcários de cada um dos sinais aqui em análise, não há que se falar 
em infringência ao disposto no art. 124, XIX, da LPI. 
Nesse sentido, a “QUALICOPY” e a “QUALYCÓPIAS” não são 
idênticas e/ou colidentes, considerando os critérios estabelecidos pela Lei da 
Propriedade Industrial (Lei nº 9.279/96), que regula o direito marcário no Brasil. 
 
Destaca-se que o sobredito dispositivo legal não encontra 
incidência no presente caso, visto que as APRESENTAÇÕES DAS MARCAS são 
completamente DISTINTAS, conforme se observa através da comparação entre 
o conjunto imagem que compõe a marca da Recorrente e a marca das 
anterioridades, de tal sorte que NÃO causam nenhum tipo de confusão ao 
público consumidor, assim como as especificações são diferentes, pois a 
recorrente pretende o registro classe NCL 16 e 42 , com a especificação em: 
 
IV. III - DILUIÇÃO DA MARCA “LZ” – IMPRESSÃO DE CONJUNTO – GRAU DE 
DISTINTIVIDADE SUFICIENTE NA FIGURA 
 
 
 
Bem como a apresentação figurativa da Logo estilizada e da 
destinação dos serviços: 
 
 
 
 
 
NCL 16 
Agenda; Álbuns; Almanaques; Artigos de papelaria; Artigos para encadernação; 
Banners [faixas] de papel; Blocos [papelaria];Blocos de papel em múltiplas vias 
[papelaria];Blocos para desenho; Capa plástica para encadernação ou para disco; 
Capas [papelaria];Carimbo; Cartão impresso para crachá ;Cartões *;Cartões de 
participação [papelaria];Catálogos; Chapas ou placas para gravar; Cópias 
heliográficas [plantas];Crachás de identificação [material de escritório];Cupons 
impressos; Desenhos impressos; Embalagens de papel ou plástico; Envelopes 
[papelaria];Etiquetas adesivas [papelaria];Etiquetas de papel ou papelão; Etiquetas 
para fichas;Fichários para papéis soltos; Fichas [papelaria];Figurinhas adesivas de 
papel para álbuns ;Fios para encadernação; Fitas autoadesivas enquanto artigo de 
papelaria ou para uso doméstico; Folhas de papel [papelaria];Formulários 
[impressos];Fotografias [impressos];Fotogravuras; Impressos [gravuras];Livro 
encadernado; Manuais [impressos];Material impresso; Papel *;Papel adesivo [artigo 
de papelaria];Papel para cópias [papelaria];Papel para gráfica; Papel para 
máquinas registradoras; Plantas [impressos];Plastificadora de documentos [material 
de escritório];Substâncias adesivas [colas] para papelaria ou uso doméstico; Suportes 
de livros; Suportes para carimbos; Suportes para fotografias; Tábua ou chapa para 
desenho; Testes, exercícios ou provas de inteligência [material 
impresso];Transparências [papelaria] 
NCL 42 
Assessoria, consultoria e informações sobre artes gráficas; Composição gráfica 
[criação em arte gráfica];Concepção e projetos de maquetes e protótipos; Criação 
de homepage; Desenho de arte gráfica, inclusive para homepage; Design gráfico 
de material promocional; Realização de estudos para projetos técnicos; Serviços de 
criação em artes gráficas; Serviços de desenho de embalagens; Serviços de 
ilustrações gráficas, técnicas e simulações gráficas de projeto; serviços de desenhos 
de assinaturas visuais; serviços de desenhos de logomarcas 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
É nesse sentido que na análise da registrabilidade, devem ser 
confrontados, não apenas os elementos nominativos das marcas, mas o 
conjunto que estes formam com os elementos pictóricos, sendo que neste 
sentido entenderam não haver colidências, tampouco infrações aos dispositivos 
legais por parte da Recorrente. 
Dessa forma observa-se que a apresentação da Recorrente na 
forma mista, conduz a um grau ainda mais amplo de distintividade entre as 
marcas em cotejo. E mais, basta que esse grau de novidade seja relativo para 
que seja possível o deferimento do registro de uma marca; não se exigindo, 
segundo as normas de diretrizes de análise de marcas, a novidade absoluta. 
Para isso, assinala o Superior Tribunal de Justiça: 
 
 
 
É neste sentido que a o radical, de uso comum 
deve ser analisado, pois se trata de vocábulo de uso comum 
para o segmento, devendo ser apreciado no conjunto 
marcário “QUALICOPY”, combinado de seu caráter figurativo 
único: 
 
Observa-se da imagem acima, que a marca apresenta figura 
artística criada com o fim exclusivo de ser usada como marca em conjunto com 
o elemento nominativo, contendo características próprias e formando um sinal 
distintivo totalmente exclusivo, utilizada para a identificação do seu produto. 
Cabe referir, que o exame sobre a distintividade de um sinal 
marcário, deve levar em consideração todos os seus elementos reunidos, e não 
se limitar a analisar isoladamente os elementos nominativos que compõem o 
conjunto marcario. 
Nesse particular, já que a marca, objeto do pedido de registro 
em testilha, foi requerida na forma MISTA, o sinal em apreço, comtempla 
suficiente cunho de originalidade e distintividade. 
 
É justamente neste sentido que os tribunais entendem: 
 
“MARCA – REGISTRO – INEXISTÊNCIA DE POSSIBILIDADE DE ERRO OU 
CONFUSÃO. “As marcas devem ser sempre examinadas sob o seu aspecto 
de conjunto, incluindo-se nesse exame a sua formação figurativa, gráfica 
e fônica, procurando-se nesse confronto, a possibilidade de erro ou 
engano prejudiciais ao consumidor e, por outro lado, a intenção de 
concorrência não lícita que a lei reprime. Não se pode, positivamente, 
cindir o nome todo, para se dizer que houve infração aos requisitos legais 
e, consequentemente, vir-se o órgão administrativo impedido de 
conceder o registro à autora. É que a marca deve ser examinada em seu 
aspecto global e se indagar, essencialmente, sobre o elemento típico que 
a diferencia das demais.” TFR – 5ª Turma – Ac. n.º 38.484/SP (sem grifos no 
original) 
 
Logo, a distintividade do sinal marcário da Recorrente, é 
alcançado com a utilização da expressão do conjunto “QUALICOPY”, assim 
como pode ser alcançado com qualquer outra expressão, considerada 
genérica quando analisada isoladamente, desde que agregada com outros 
elementos diferenciadores. 
 
 
Nesse sentido, muito embora o termo “LZ” seja amplamente 
empregado por empresas para designar seus produtos e serviços, neste caso a 
IMPRESSÃO DE CONJUNTO é de grau completamente distinto das anterioridades 
apontadas pelo julgador. 
 
Cumpre esclarecer que a recorrente, pessoa jurídica, é titular 
de 4 regisros deferidos, sendo que 2 deles (926872281 e 926874861) com a 
mesmíssima disposição gráfica, nominativa e mercadológica da requerida, 
sendo que àqueles, o julgador entendeu pela anterioridade aqui apontada 
não ser motivo ensejador de impedimento para a concessão dos registros: 
 
 
Nesta digressão, ainda é possível, analisando os registros em 
vigor, que cada marca que utiliza o radical comum se destina e propõe 
assinalar um produto ou serviço único, sendo que no presente caso a 
análise da especialidade seja por produto ou serviço não restam 
suficientemente evidenciadas a ponto de caracterizar infração ao disposto 
no artigo 124, inciso XIX da LPI, pelo grau de distintividade do conjunto. 
Outrossim, ressalvadas as particularidades e peculiaridades 
de cada processo de registro, entende a Requerente pela aplicação do 
princípio da isonomia dos julgamentos, aplicando a este caso a 
especialidade das marcas, bem como a análise do conjunto figurativo e 
nominativo do radical próprio para assinalar seus produtos e serviços. 
 
 
IV. IV – DOS DEMAIS REGISTROS DEFERIDOS DA RECORRENTE 
 
 
 
 
Modernamente o direito administrativo, assim como os demais 
ramos do direto, sofreram uma transformação, este fenômeno é conhecido 
como “constitucionalização do direito”, pois todas as áreas foram levadas a 
patamares constitucionais. 
Com essa transformação, diversos institutos que anteriormente 
eram tratados na legislação infraconstitucional, passaram a ser disciplinados na 
própria constituição federal. 
 Conforme Rafael Carvalho, o fenômeno da 
constitucionalização do ordenamento jurídico abalou alguns dos mais 
tradicionais dogmas do Direito Administrativo, a saber: a) a redefinição da ideia 
de supremacia do interesse público sobre o privado e a ascensão do princípio 
da ponderação de direitos fundamentais. 
Neste sentido, a constitucionalização do direito administrativo, 
criou um sistema onde os princípios fundamentais irradiam cada vez mais seus 
efeitos para a seara administrativa, devendo ser observados a isonomia, a 
razoabilidade, a proporcionalidade, e também a proteção da confiança. 
Todo ordenamento brasileiro deve ser lido com as lentes da 
constituição federal, e isso se deve ao fato de que com o advento da mesma, 
os princípios foram levados a patamares superiores, sendo equiparados as 
regras. Neste sentido, com base nos princípios da isonomia, da 
proporcionalidade e da razoabilidade, assim como o princípio da proteção da 
confiança, a recorrente espera que seu sinal distintivo receba o mesmo 
tratamento que os demais sinais semelhantes ao seu. 
Sob o crivo dos citados princípios, que devem reger as relações 
tratadas por este órgão federal, pois integrante da administração direta do 
Estado, e, portanto, prestador de um serviço público, a recorrente espera que 
seja dispensado tratamento igualitário, sem distinções entre os administrados. 
 
IV. V - DA CONSTITUCIONALIZAÇÃO DO DIREITO ADMINISTRATIVO E DA FORÇA 
VINCULANTE DOS PRINCÍPIOS 
 
 
 
À VISTA DO EXPOSTO, protesta o recorrente pelo recebimento e 
provimento do presente recurso para, reformada a decisão recorrida, DEFERIR 
o pedido de registro da marca “QUALICOPY”, na NCL (11) 40 e 35, modalidade 
mista, processo nº 926872990 (40) e 926872095 (35). 
 
 
Ijuí/RS, 29 de agosto de 2023.LUIZ FERNANDO SOARES COSTA 
OAB/RS nº 66.379 
 
Ricardo De Luca Rossetto 
Assessor de Marcas 
V - DO PEDIDO

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