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Ações Eleitorais


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Ações Eleitorais Cíveis 
1 – Representações e Reclamações
São ações voltadas a apurar e sancionar o descumprimento das normas a Lei das Eleições, visam coibir condutas que afetam o equilíbrio da disputa eleitoral, ainda que em potencial.
Representações: Controle da propaganda eleitoral, direito de resposta, corrupção eleitoral (abuso administrativo e financeiro de campanha), pesquisas eleitorais, honra, imagem, etc.
EX: Doações, captações, condutas vedadas, etc.
Reclamações: Apurar a condução do processo pelo juiz, cumprimento de prazos pelo juiz, bom andamento do processo judicial,etc.
EX: Recurso contra decisão judicial (24 hrs após publicação.
Poderão ser feitas por qualquer partido político, coligação, candidato ou pelo Ministério Público. Após recebidas tem-se 48 horas para apresentar a defesa e 48 para o tribunal julgar.
2 – Ação de Impugnação de Registro de Candidatura (AIRC)
Base – LC 64/90 Art. 3º 
 Art. 3° Caberá a qualquer candidato, a partido político, coligação ou ao Ministério Público, no prazo de 5 (cinco) dias, contados da publicação do pedido de registro do candidato (EDITAL), impugná-lo em petição fundamentada.
        § 1° A impugnação, por parte do candidato, partido político ou coligação, não impede a ação do Ministério Público no mesmo sentido.
        § 2° Não poderá impugnar o registro de candidato o representante do Ministério Público que, nos 4 (quatro) anos anteriores, tenha disputado cargo eletivo, integrado diretório de partido ou exercido atividade político-partidária.
        § 3° O impugnante especificará, desde logo, os meios de prova com que pretende demonstrar a veracidade do alegado, arrolando testemunhas, se for o caso, no máximo de 6 (seis).
Impedir que candidato escolhido em convenção partidária seja registrado, em virtude do não atendimento de algum requisito legal ou constitucional, a exemplo da ausência de uma ou mais condições de elegibilidade, a presença de uma causa de inelegibilidade ou mesmo a não apresentação de algum documento indispensável ao pedido de registro, desincompatibilização, analfabetismo, etc.
Prazos: O partido, coligação ou candidato em 7 dias para oferecer defesa apresentando documentos e testemunhas.
O Juiz tem 3 dias para analisar. 
As partes poderão apresentar alegações no prazo comum de 5 dias.
A sentença e publicada em 3 dias após a conclusão e tem 3 dias para promover recurso.
OBS: As testemunhas serão ouvidas em uma sentada só, e quem as arrolar terá que as leva-las, o juiz não as intima. 
3 – Ação de Investigação Judicial Eleitoral (AIJE)
Base: Lei 64/90 e Lei 9.504
Destinada a apurar o abuso de poder econômico e de veículo de comunicação social, corrupção eleitora le má administração financeira e condutas vedadas.
São ações que visam apurar as condutas descritas nos artigos 23, 30-A e 41-A, 73, 74, 75, 77 e 81, da Lei n. 9.504/1997, tendo em vista que o rito utilizado, por estas e por aquela é o previsto no art. 22 da Lei Complementar n. 64/90.
As ações podem causar inelegibilidade, cassação do registro ou do diploma.
Art. 22. Qualquer partido político, coligação, candidato ou Ministério Público Eleitoral poderá representar à Justiça Eleitoral, diretamente ao Corregedor-Geral ou Regional, relatando fatos e indicando provas, indícios e circunstâncias e pedir abertura de investigação judicial para apurar uso indevido, desvio ou abuso do poder econômico ou do poder de autoridade, ou utilização indevida de veículos ou meios de comunicação social, em benefício de candidato ou de partido político, obedecido o seguinte rito:  
1 – O juiz despachara a inicial ordenando citação do interessado, mediante contrafé e copias integrais das peças dos autos. É também nessa oportunidade que determina, se for o caso, correção das representações processuais (O Juiz determina a correção de possíveis falhas. (É possível liminar de suspensão da conduta logo já na inicial)
2 – Oferta da contestação, no prazo máximo de cinco dias corridos (7 as 19), levantando toda a matéria de forma e de mérito, bem como arrolando testemunhas, exibindo documentos e requerendo providencias de praxe. (As liminares não são passiveis de recurso.)
3 – No entretempo em que determina citação, verifica-se as formalidades processuais, o juiz apreciando pedido da parte, poderá deferir medida suspendendo o ato que deu motivação a representação, quando for provado que o ato resulta em prejuízo do autor e da coletividade. (Liminar tem que ter recurso contemporâneo)
4 – Poder ser que ao invés de determinar citação e/ou deferir provimento antecipado, haja motivo para indeferimento da inicial: Quando não for hipótese de representação ou lhe faltar requisitos.
5 – Feita a citação a secretaria do juízo notificara candidato com cópia autentica do oficio com prova de sua entrega ou recuso de recebimento.
6 – Findo prazo de contestação. Com ou sem defesa
7 – Etapa de requerimento e diligencias, alegações finais (2 dias corridos)
8 – Encerra-se a frase de instruções, a partir daqui o juiz encerra os autos e tem 3 dias para proferir a decisão.
9 – Desta decisão cabe recurso ao Tribunal Superior no prazo de 3 dias.
4 – Ação de Impugnação de Mandato Eletivo (AIME)
Base: Art. 14 §9º da CF.
Ação manejada após a diplomação (15 dias).
Para apurar abuso de poder econômico, político, corrupção, veículo de comunicação, etc. Mesmo procedimento da ação de Impugnação de Registro.
Desconstituir a relação jurídica que dá sustentação ao mandato eletivo obtido ilicitamente pelo candidato eleito, em garantia da normalidade e legitimidade do exercício do poder de sufrágio popular contra a prática de abuso do poder econômico, corrupção ou fraude durante o processo eleitoral.
Eleição para Presidente da República: TSE
Eleições para Governador e Vice-Governador, inclusive do DF, deputados federais e estaduais e senadores: Tribunais Regionais Eleitorais
Eleições Municipais: Juízes Eleitorais
Prazo de interposição: Até 15 dias após a diplomação, conforme a CF.
Legitimidade: a) O Ministério Público Eleitoral, b) partido político, c) coligação e d) candidato.
Consequências:
Desconstituição do mandato como consequência do reconhecimento do ilícito eleitoral ou do benefício obtido nas urnas. Nesta ação não se decreta a inelegibilidade, salvo se ocorrer julgamento em conjunto com a AIJE.
5 – Recurso Contra Expedição do Diploma (RCED)
Base: Art. 262, CE.
Finalidade: Desconstituir o pronunciamento judicial que deferiu a homologação do resultado das eleições.
É uma ação cível eleitoral assim com as outras acima, dirigida ao juiz eleitoral (que presidiu as eleições) e julgada por instancia superior (TRE ou TSE a depender do nível da eleição).
O RCED caberá somente em casos de inelegibidade superveniente ou de natureza constitucional.
A inelegibilidade superveniente é aquela entre o Registro e as eleições e inelegibilidade constitucional é aquela que advém da norma constitucional, que não prescreve (analfabetismo por exemplo). 
Consequências: Cassação do diploma do candidato eleito ou suplente, podendo ainda ser aplicada multa.
O prazo é decadencial e de 15 dias contados do dia seguinte à diplomação, mesmo que feriado, ou fim de semana.
A legitimidade para entrar com ação é a mesma das ações cíveis acima: Ministério público, candidato, partido e coligação.
Todas as provas já têm que vir juntadas na petição inicial.
Ações Penal Eleitoral
É ainda mais restrita do que as ações cíveis no que tange a legitimidade para propor a ação, somente o MP tem legitimidade para propor ação penal eleitoral. A ação penal é pública - dominus litis.
A jurisprudência vem aos poucos permitindo que quando envolva a honra e o MP não agir, pode-se fazer uso da Ação Penal privada subsidiaria da pública e o cidadão oferecer a Noticia Criminis para o juiz eleitoral, se verbal, reduzi-la a termo e enviá-la para o MP.
Se o MP quiser mais esclarecimentos ou documentos, devera requisita-los.
Reunidas as informações, concluindo que há tipicidade, autoria e materialidade, are-se a denúnciaem até 10 dias.
- Novidade: Com a ascensão da lei da ficha limpa, a pena já pode começar a ser cumprida a partir de condenação homologada por segunda instancia.
Se o MP entende que não há elementos e requer o arquivamento o juiz deverá passar o processo para o Procurador Regional Eleitoral, o procurador decidira se oferece a denúncia, se repassa para outro promotor oferece-la ou se insiste no arquivamento, ao qual só então o juiz estará obrigado a atender.
A denúncia conterá: exposição do fato criminoso, a qualificação do acusado, a classificação do crime e se necessário o rol de testemunhas.
Se o órgão do MP não oferecer a denúncia no prazo legal representara contra ele a autoridade judiciária, sem prejui da apuração da responsabilidade penal.
Ocorrendo a hipótese acima, o Juiz Eleitoral solicitara ao Procurador Regional a designação de outro promotor, que, no mesmo prazo, oferecerá a denúncia.
Qualquer eleitora poderá provocar a representação contra o órgão do MP se o juiz, no prazo de 10 dias, não agir de oficio.
Instaurado o processo, poderá o juiz receber ou não a denúncia, conforme preceitua o art. 358 do CE. A denúncia será rejeitada quando: 
O fato narrado evidentemente não constituir crime
Já estiver extinta a punibilidade, pela prescrição ou outra causa
For manifesta a ilegitimidade da parte ou faltar condição exigida pela lei para o exercício da ação penal
O rito processual segue contraditório e ampla defesa, quando a lei determina citação do infrator, dando-lhe o prazo de 10 dias para contesta-la, podendo carrear a prova documental ou a testemunham que ilidam a acusação.
Terminada a instrução e ouvidas as testemunhas de acusação e da defesa e procedidas a diligencias requeridas pelo MP, deferidas ou ordenadas pelo Juiz, será aberto o prazo de 5 dias para as duas partes apresentarem razão final.
Findo este prazo, 48 horas depois o processo será concluso ao Juiz queu terá 10 dias para proferir sua sentença de qual cabe recurso para o TER competente. Prazo de 10 dias.
Se a decisão do TER for condenatória, os autos baixarão imediatamente à instancia inferior para execução da sentença, em 5 dias, contados da data da vista do MP. Se este não promover a execução será procedido como na hipótese de recusa na apresentação da denúncia.