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PARASITOLOGIA - Biomedicina / curso saúde

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Introdução e Conceitos 
da Parasitologia 
Este texto tem como objetivo introduzir e 
conceituar informações sobre a parasitologia 
Parasitologia: 
Estudo dos parasitas, doenças parasitárias, 
métodos de diagnostico e identificação de parasitas, 
tratamento e controle de doenças parasitarias. 
Parasitas: 
São organismos que vivem em ou sobre um 
outro organismo utilizando os nutrientes deste para 
suprir suas necessidades.Os parasitas podem ser 
agrupados de acordo com o local onde são 
encontrados normalmente: intestinais, sanguíneos ou 
de pele; e podem ser classificados de acordo com 
suas características morfológicas: protozoários, 
vermes e artrópodes. 
 
TIPOS DE ASSOCIAÇÃO ENTRE 
ANIMAIS 
 
Harmônica ou positiva: quando há beneficio 
mútuo ou ausência de prejuízo mútuo. Ex: 
comensalismo, mutualismo e simbiose. 
Desarmônica ou negativa: quando há prejuízo 
para algum dos participantes. Ex. competição, 
canibalismo, predatismo e o parasitismo. 
 
INTERAÇÃO 
PARASITA/HOSPEDEIRO 
Hospedeiro: é um organismo no qual o 
parasita obtém nutrientes e no qual algum ou 
uma parte do ciclo de vida ocorre. São 
divididos em: 
- Hopedeiro definitivo: ou hospedeiro 
principal, é o organismo no qual a vida sexual 
madura ou onde a forma adulta do parasita é 
encontrado; 
- Hospedeiro intermediário: organismo 
exigido para completar o ciclo de vida do 
parasita além do hospedeiro definitivo; 
- Hospedeiro reservatório: organismo que 
pode abrigar um parasita e servir de fonte de 
infecção. 
 
Vetor: é um transportador vivo que 
transmite o parasita de um hospedeiro para 
outro, sendo: 
- Vetor Biológico: é um hospedeiro 
essencial para o ciclo de vida; 
- Vetor Mecânico: transmitem 
mecanicamente. 
 
AÇÃO DOS PARASITOS SOBRE O 
HOSPEDEIRO 
 
Podem ser: 
 Ação espoliativa: absorção de 
nutrientes ou mesmo sangue do 
hospedeiro 
 Ação tóxica: produção de enzimas e 
metabólitos, lesando o hospedeiro 
 Ação mecânica: dificuldade no fluxo de 
alimentos, bile ou absorção alimentar 
 Ação traumática: lesões 
teciduais/celulares 
 Ação irritativa: irritação do local 
parasitado 
 Ação enzimática: penetração de 
tecidos 
 Anóxia: produção de anemia 
 
GRUPOS DE INTERESSE EM 
PARASITOLOGIA 
 
Os parasitas são incluídos em filos, como 
descrito abaixo: 
PROTOZOA 
Protozoários constituídos por uma única 
célula; 
Apresentam alterações morfológicas de 
acordo com a fase evolutiva; 
Podem possuir cílios ou flagelos; 
Reprodução assexuada ou sexuada 
(conjugação ou singamia); 
Nutrição por síntese de energia, ingestão de 
partículas orgânicas ou absorção de 
substancias inorgânicas; 
Excreção por difusão ou expulsão dos 
metabólitos 
Respiração aeróbia ou anaeróbia 
Locomoção por pseudópodes, flagelos, 
cílios ou microtubulos. 
 
Os Helmintos são divididos em três filos: 
Platyhelminthes, Aschelminthes e 
Acanthocephala 
FILO PLATYHELMINTHES 
Ausência do exo ou endoesqueleto 
Achatados dorsoventralmente 
Sem celoma 
Com ou sem tubo digestivo 
Sem ânus 
Sem aparelho circulatório e respiratório 
Sistema excretor tipo protonefrídico 
Simetria bilateral 
Divididos em duas classes: 1. Trematoda, 2. 
Cestoda. 
1. Trematoda: são formados por apenas um 
segmento e apresenta tubo digestivo 
incompleto, hermafroditas. Ex: Familia dos 
Schistosomas. 
2.Cestoda: apresenta o corpo composto de 
vários segmentos conhecidos como anéis ou 
proglotes, desprovidos de tubo digestivo. Ex: 
Tania solium 
FILO ASCHELMINTHES 
Pseudocelomados 
Não segmentados 
Corpo cilíndrico 
Tubo digestivo completo 
A Classe mais importante deste filo é 
Nematoda: São vermes de corpo alongado, 
cilíndrico e fino. Possuem sistema digestivo 
completo e sexo separado. Apresentam um 
nítido dismorfismo sexual. Em geral as fêmeas 
são maiores que os machos. Seu tamanho 
varia de 1 mm ate 1 m de comprimento, como 
por exemplo, Ascaris lumbricoides. A cutícula 
pode ser lisa ou com estrias. A extremidade 
posterior dos machos apresenta uma das duas 
estruturas:- cutícula sofre uma dilatação na 
expansão caudal formando a bolsa 
copuladora;- a extremidade final exibe um 
enrodilhamento ventral (poros)A fêmea 
apresenta a extremidade posterior terminando 
em ponta livre. Reprodução por meio de ovos. 
FILO ACANTOCEPHALA 
Endoparasitos 
Pseudocelomados 
Simetria bilateral 
Sem tubo digestivo 
Uma probóscida armada de ganchos na 
extremidade anterior 
Corpo dividido em presoma e tronco 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Entamoeba, Giárdia, 
Toxoplasmose, Malária 
e Tricomoníase 
O objetivo deste tópico é explanar sobre os 
protozoários, bem como sua biologia, 
patologia e transmissão. 
PROTOZOÁRIOS INTESTINAIS 
Os protozoários intestinais que podem ser 
patogênicos incluem: 
a. Entamoeba histolytica (Ameba) 
b. Giardia lamblia (Flagelado) 
c. Espécies 
de Cryptosporidium (Esporozoário) 
 
Este causam disenteria, que apesar de similar, 
difere no local da infecção, na gravidade e nas 
consequências secundárias. 
Protozoários não patogênicos são comuns no 
trato intestinal e incluem, entre 
outros, Entamoeba e Endolimax. 
 
AMEBÍASE 
Doença causada por um protozoário intestinal 
denominado Entamoeba histolytica. Apresenta 
como principais manifestações clínicas a disenteria e 
colites não disentéricas. 
MORFOLOGIA 
Durante o ciclo biológico o parasita assume 
duas formas: 
1. Trofozoíto ou forma vegetativa: 
alongado, móvel, produz um 
pseudópode por vez, alimenta-se de 
particulas vegetais, bactérias, glóbulos 
vermelhos do hospedeiro, restos 
celulares, reprodução por divisão 
binária; 
2. Cistos ou formas resistentes:esféricos 
ou ovais, variam de 1 a 4 núcleos, 
forma infectante para outros 
hospedeiros. 
BIOLOGIA 
Os trofozoítos da E. histolytica normalmente 
vivem na luz do intestino grosso, podendo, 
ocasionalmente, penetrar na mucosa e produzir 
ulcerações intestinais ou em outras regiões do 
organismo como fígado, pulmão, rim e, mais 
raramente, cérebro. 
CICLO BIOLÓGICO 
O ciclo é monoxênico e inicia-se com a 
ingestão de cistos maduros, presentes em alimentos 
e água contaminada ou por carência de higiene. 
Após resistência ao suco gástrico, chegam ao final 
do intestino delgado ou início do intestino grosso. 
Ocorre a abertura do cisto liberando o citoplasma e 
os metacistos. Estes, passam por sucessivas divisões 
nucleares e citoplasmáticas dando origem aos 
trofozoítos, que migram para o intestino grosso onde 
se colonizam. 
PATOGENICIDADE 
A patogenicidade da E. histolytica deve-se a 
uma enzima produzida pelo parasita denominada 
hialuronidase, que produz lesões profundas na 
mucosa do intestino grosso, principalmente nos 
cólons descendentes, sigmóides e reto. 
SINTOMAS 
Dor, febre, diarréia muco-sanguinolenta e 
desconforto abdominal. 
DIAGNÓSTICO LABORATORIAL 
Parasitológico de 3 amostras. 
PROFILAXIA 
Cuidados com higiene pessoal e lavagem 
adequada de frutas e verduras. 
 
Entamoeba coli 
Segue a mesma biologia 
da Entamoeba histolytica exceto a 
morfologia e a patogenicidade, isto é, 
não é patogênica para o hospedeiro 
humano. É ligeiramenta maior que a E. 
histolytica, com mais de 4, geralmente 8 
e raramente 16 núcleos. 
 
Endolimax nana 
É a menor ameba encontrada nos 
microambientes, não é patogênica para 
hospedeiros humanos e pode exibir até 
11 núcleos que quase fogem à resolução 
da microscopia de luz. 
 
Cisto de Entamoeba histolytica 
GIARDÍASE 
Doença causada por um protozoário flagelado 
parasitado intestino delgado de mamíferos, aves, 
répteis e anfíbios, tendo sido, possivelmente, o 
primeiro protozoário intestinal humano a ser 
conhecido. A maior incidência tem sido em crianças, 
porém, também parasita adultos. 
AGENTE ETIOLÓGICO 
Protozoário instestinal flagelado conhecido 
como Giardia lamblia. 
MORFOLOGIA 
1. Trofozoíto: Forma de pera, membrana, 
citoplasma, 2 núcleos, 8 flagelos, 1 ou 2 axonemas, 
2 corpos parabasais e 2 discos suctoriais. 
2. Cisto: É a forma infectante, imóvel, 2 
núcleos no cisto jovem e 4 núcleos no cisto maduro. 
CICLO BIOLÓGICO 
Após a ingestão do cisto, o desencistamento é 
iniciado no meio ácido do estômago e completado 
no duodeno e jejuno, onde ocorre a colonização do 
intestino delgado pelos trofozoítos. Este se reproduz 
por divisão binária. O ciclo se completa pelo 
encistamento do parasita e sua eliminação para o 
meio exterior. 
PATOLOGIA 
Os mecanismos pelos quais a G. 
lamblia causa diarréia e má-absorção intestinal não 
são bem conhecidos. Podem ocorrer mudanças na 
estrutura da mucosa intestinal. 
TRANSMISSÃO 
Ingestão de cistos em: água e alimentos 
contaminados e de pessoa a pessoa. 
SINTOMAS 
Diarréia, irritabilidade, insônia, náuses, 
vômito, perda do apetite e dor abdominal. 
DIAGNÓSTICO LABORATORIAL 
Parasitológico de fezes para identificação de 
cistos e trofozoítos. 
 
Giardia lamblia 
TOXOPLASMOSE 
A Toxoplasmose é uma zoonose, que se 
apresenta como infecção, na maioria das vezes, 
assintomática e frequente em várias espécies de 
animais: mamíferos (principalmente em carneiro, 
cabra e porco) e aves. O gato e outros felídeos são os 
hospedeiros definitivos ou completos e o homem e 
os outros animais são os hospedeiros intermediários 
ou incompleto. 
AGENTE ETIOLÓGICO 
A Toxoplasmose é uma infecção causada por 
um protozoário, o Toxoplasma gondii. 
MORFOLOGIA E HABITAT 
Pode ser encontrado em vários tecidos e 
células (exceto hemácia) e líquidos orgânicos 
(saliva, leite, esperma, líquido peritoneal), etc. O 
parasita apresenta uma morfologia múltipla, 
dependendo do habitat e do estado evolutivo. As 
formas infectantes que o parasita apresenta durante o 
ciclo biológico são: 
1. Taquizoítos: é a forma encontrada durante a 
fase aguda, sendo assim denominada forma 
proliferativa, forma livre ou trofozoíto. Foi a 
primeira forma descrita e seu aspecto morfologico, 
em forma de arco, deu o nome ao gênero. É uma 
forma móvel, de uma multiplicação rápida 
2. Bradizoíto: encontrada em vários tecidos 
(musculares esqueléticos e cardíacos, nervoso, 
retina), geralmente durante a fase crônica da 
infecção, sendo também denominada cistozoíto. 
Multiplicação lenta. 
3. Oocistos: forma de resistencia e possui uma 
parede dupla bastante resistente às condições do 
meio ambiente. São produzidos nas células 
intestinais dos felídeos não imunes e eliminados 
imaturos junto com as fezes. 
 
CICLO BIOLÓGICO 
FASE SEXUADA 
O homem, ao ingerir oocistos ou ao entrar em 
conato com taquizoítos eliminados em urina, leite, 
esperma, ou então, bradizoítos presentes em carnes 
cruas ou mal cozidas, pode adquirir o parasita e 
desenvolver a fase assexuada. 
As formas de taquizoítos que chegam ao 
estômago serão destruídas, mas as que penetram na 
mucosa oral poderão evoluir do mesmo modo que os 
cistos ou oocistos. 
Cada taquizoíto ou bradizoíto sofrerá intensa 
multiplicação, após rápida passagem pelo epitélio 
intestinal e penetrará em vários tipos de celulas do 
organismo, formando um vacúolo citoplasmático 
onde sofrerão divisões sucessivas por endodiogenia, 
formando novos taquizoítos, que irão romper a 
célula parasitada, invadindo novas células. 
Essa fase inicial, ou seja, fase proliferativa, 
caracteriza a fase aguda da doença. 
Com o surgimento da imunidade, os parasitas 
extracelulares desaparecem do sangue, da linfa e dos 
órgãos viscerais, ocorrendo uma diminuição 
intracelular e alguns parasitas evoluem para a 
formação de cistos. Esta fase cística, justamente com 
a diminuição dos sintomas, caracteriza a fase 
crônica. 
FASE SEXUADA 
Ocorre somente no epitélio intestinal de gatos 
ou outros felídeos. 
TRANSMISSÃO 
 oocistos: em fezes de gatos jovens infectados; 
 cistos: presentes em carnes; 
 taquizoítos: encontrados no leite; 
 saliva; 
 esperma; 
 congenitamente. 
 
PATOGENIA E SINTOMATOLOGIA 
 Assintomática: é o maior grupo, sua 
importancia prende-se à possibilidade de 
transmissão ao feto, quando ocorrer durante a 
gravidez. 
 Toxoplasmose congênita ou pré-nata. 
 Ganglionar ou Febril Aguda: Forma mais 
frequente encontrada tanto em crianças como 
em adultos. 
 Ocular: caso evolua, levará o paciente à 
cegueira total ou parcial. 
 Cutânea ou Exantêmica: Lesões generalizadas 
na pele. Raramente encontrada 
 Cérebr-Espinhal ou Meningoencefálica: Não 
frequente. 
 
DIAGNÓSTICO LABORATORIAL 
Por dosagem de anticorpos IgG e IgM. 
 
PROFILAXIA 
 Não se alimentar de carne crua ou mal cozida 
 Incinerar todas as fezes de gato 
 Proteger caixas de areias. 
 
MALÁRIA 
É uma doença causada por um protozoário 
(esporozoário/Apicomplexa), pertencente ao 
gênero Plamodium. 
Curiosidade 
Durante muito tempo pensou-se que a doença se 
devia ao ar contaminado, existente nas regiões 
pantanosas. O nomemalária originou-se do 
italiano Mal'Aria e significa Mal Ar, Ar Ruim. 
AGENTE ETIOLÓGICO 
Os parasitas causadores da Malária pertencem 
ao genêro Plasmodium. Apenas quatro espécies 
parasitam o homem: 
 Plasmodium falciparum 
 Plasmodium vivax 
 Plasmodium malariae 
 Plasmodium ovale 
Este último ocorre apenas em regiões restritas 
do continente africano. 
VETOR 
A fêmea do mosquito pertencente ao 
gênero Anopheles. 
CICLO BIOLÓGICO 
O ciclo biológico do parasita pode ser 
resumido em 2 etapas: 
1. Uma fase assexuada: fase de multiplicação 
nas células do fígado e nos glóbulos vermelhos do 
homem; 
2. Uma fase sexuada: ocorre no mosquito. 
Se esse ciclo for quebrado em algum ponto, o 
parasita não poderá sobreviver. 
Ciclo Pré-Eritrocítico - (Tissular) 
A infecção malárica inicia-se quando a fêmea 
do Anopheles (na picada) inocula com sua saliva, 
durante a hematofagia, formas infectantes filiformes 
denominadas ESPOROZOÍTOS, que se encontram 
em suas glândulas salivares. Estas formas 
desaparecem da circulação sanguínea do indivíduo 
dentro de 30 a 60 minutos para alcançar os 
hepatócitos, onde evoluem. Após invadir o fígado, 
os esporozoítos se diferenciam em TROFOZOÍTOS 
pré-eritrocíticos. Eles se multiplicam por reprodução 
assexuada tipo esquizogonia (mitose), dando origem 
aos ESQUIZONTES teciduais e, em seguida a 
milhares de MEROZOÍTOS que invadirão os 
eritrócitos. 
Ciclo Eritrocítico 
Inicia-se quando os merozoítos invadem os 
eritrócitos. Os merozoítos entram na hemácia, 
alimentam-se de hemoglobina, crescem passando 
por algumas formas: 
 Trofozoíto jovem 
 Trofozoíto maduro 
Neste momento ocorre a 1ª divisão nuclear da 
esquizogonia (forma assexuada), formando o 
Esquizonte. A seguir, o núcleo continua a se dividir 
até atingir o máximo de núcleos para a espécie. O 
citoplasma também se fragmenta com cada porção 
envolvendo um grânulo nuclear, formando os 
merozoítos. A hemácia rompe liberando merozoítos, 
que, caindo na circulação, alguns são destruídos, 
outros penetram em outros eritrócitos, recomeçando 
o ciclo, que se repete a cada 48 horas para 
o Plasmodium falciparum, Plasmodium vivax, 
Plasmodium ovale e 72 horas para o Plasmodium 
malariae.Durante a fase eritrocítica, alguns 
merozoítos penetram em hemácias jovens e se 
diferenciam para formar os gametócitos, que são os 
responsáveis pela fase sexuada, que ocorrerá no 
mosquito. 
Ciclo Exo-Eritrocítico 
Idêntico ao ciclo pré-eritrocítico, só que se 
desenvolve no interior do hepatócito em plena 
vigência do ciclo eritrocítico. No caso especial 
do Plasmodium falciparum, o ciclo exo-eritrocítico 
não existe, mas, nas demais espécies, este ciclo pode 
perdurar por vários anos. Se o tratamento for 
direcionado exclusivamente nas formas sanguíneas, 
a infecção será mantida pelo ciclo hepático, podendo 
haver recaídas após muitos anos. 
Pacientes portadores de anemia falciforme 
apresentam uma proteção contra a malária. Nos 
eritrócitos falciformes, os níveis de potássio 
intracelular estão diminuídos em virtude da baixa 
afinidade da Hemoglobina S pelo oxigênio, o que 
causa a morte do parasito. 
 
MORFOLOGIA 
 Esporozoíto: é a forma infectante que o 
mosquito inocula no homem; tem um aspecto 
alongado, com núcleo central; 
 Trofozoíto jovem: possui um aspecto de anel, 
sendo o aro do anel, o citoplasma e a pedra, o 
núcleo; 
 Trofozoíto maduro: citoplasma irregular e 
vacuolizado; o núcleo permanece indiviso; 
 Esquizonte: citoplasma irregular; núcleo 
apresenta-se dividido em vários fragmentos; 
 Rosácea ou Merócito: cada fragmento do 
núcleo, acompanhado de uma porção de 
citoplasma forma tantos merozoítos quantas 
forem as fragmentações nucleares, ao conjunto 
dos quais se dá o nome de rosácea ou 
merócito; 
 Merozoíto: é uma forma ovalada contendo um 
núcleo 
 Macrogametócito: célula sexuada feminina 
 Microgametócito: célula sexuada masculina 
 
TRANSMISSÃO 
Ocorre pela inoculação de esporozoítos 
durante a picada de mosquito fêmea do 
gênero Anopheles; a transmissão congênita, apesar 
de muito rara, pode ocorrer; transfusão sanguínea. 
PATOGENIA 
Apenas o ciclo eritrocítico assexuado é 
responsável pelas manifestações clínicas e patogenia 
da Malária. A passagem do parasita pelo fígado 
(ciclo exo-eritrocítico) não é patogênico e não 
determina sintomas. A patogenia ocorre no Ciclo 
Eritrocítico, sendo os fenômenos apresentados: 
destruição dos eritrócitos parasitados e toxicidade 
resultante da liberação de citocinas. 
SINTOMATOLOGIA 
Cefaléia, mialgia, fraqueza, febre, calafrios e 
náuseas. 
QUADRO CLÍNICO 
Anemia, Esplenomegalia, Edema pulmonar 
agudo, Icterícia, Malária cerebral (P. falciparum) 
DIAGNÓSTICO LABORATORIAL 
Gota espessa, testes Imunológicos 
PROFILAXIA 
Repelentes, Telas em portas e janelas, 
Combate ao vetor, Combate as larvas e Medida 
de Saneamento Basico 
 
 
 
 
Figura - Ciclo biológico do Plasmodium e as diferentes formas 
assumidas por esse parasita. 
Fonte: http://cmr.asm.org/ 
 
TRICOMONÍASE 
A tricomoníase é uma doença sexualmene 
transmissível. 
AGENTE ETIOLÓGICO 
Parasita Trichomonas vaginalis. 
É uma célula polimorfa e possui apenas a 
forma trofozoíta. 
PATOLOGIA 
O T. vaginalis habita o trato genitourinário do 
homem e da mulher, onde produz a infecção e, 
usualmente, não sobrevive fora do sistema 
urogenital. A multiplicação se dá por divisão binária. 
TRANSMISSÃO 
Através da relação sexual, o homem é o vetor, 
pois o parasita vive na uretra do homem. 
DIAGNÓSTICO 
Coleta de secreção 
SINTOMAS E SINAIS 
O período de incubação pode ser de até 20 
dias. Nas mulheres adultas são encontrados na 
camada mais externa da vagina. Causa corrimento 
vaginal abundante, de cor amarelo-esverdeada, 
bolhoso, de odor fétido e dor. No homem é 
comumente assintomática, pode causar uretrite com 
fluxo leitoso ou purulento e uma leve sensação de 
prurido na uretra, desconforto ao urinar. 
Doença de Chagas e 
leishmanioses 
O objetivo deste texto é abordar a 
Doença de Chagas e a Leishmaniose, 
ressaltando: agente causador, 
patogenia, sintomas e profilaxia 
DOENÇA DE CHAGAS 
E Trypanosoma cruzi 
 
A Doença de Chagas foi descrita por Carlos 
Chagas em 1909 enquanto ele executava uma 
campanha antimalárica, ao longo de uma estrada de 
ferro ao norte de Minas Gerais. Nesta época, foi 
descoberto o agente etiológico da doença, sua 
biologia no hospedeiro, reservatórios e aspectos da 
patogenia e sintomas. 
AGENTE ETIOLÓGICO 
A Doença de Chagas é causada por um 
protozoário flagelado denominado Trypanosoma 
cruzi. 
MORFOLOGIA 
O parasita apresenta-se em 3 tipos 
morfológicos: 
1. Amastigota: encontrado em qualquer tecido 
do organismo. 
2. Epimastigota: forma de transição entre os 
outros dois tipos. Encontrado no tubo digestivo do 
transmissor e em culturas. 
3. Tripomastigota: encontrado no sangue do 
homem, tubo digestivo do transmissor e em culturas. 
 
Figura - Forma tripomastigota do parasita Trypanosoma cruzi 
Fonte: site: 
http://questoesbiologicas.blogspot.com.br/2012/09/biologia-
uepb_18.html 
VETOR 
O T. cruzi é transmitido pelo Triatoma 
infestans, popularmente conhecido como "barbeiro" 
após hematofagia, liberando a forma infectante nas 
fezes e urina. 
BIOLOGIA 
O ciclo biológico do T cruzi é do tipo 
heteroxênico, passando o parasito por uma fase de 
multiplicação intracelular no hospedeiro vertebrado 
e extracelular, no inseto vetor. 
HABITAT 
 macrófagos, células de schwann, microglia, 
fibroblastos, células musculares lisas, estriadas 
e outras. 
 esses parasitas podem ser encontrados no 
sangue e formando os "ninhos de 
tripanossomo" na musculatura lisa, sistema 
nervoso, no fígado, provocando aumento e 
mau funcionamento desses órgãos. 
 
CICLO BIOLÓGICO 
Os tripanosomos são liberados juntamente 
com as fezes e urina do barbeiro após a hematofagia. 
Nas fezes e urina estão as formas Tripomastigotas, 
pois estão na extreminade posterior do intestino do 
inseto. Estas formas penetram pela pele quando o 
indivíduo se coça ou quando o barbeiro anda sobre a 
pele. Estas formas não penetram na pele íntegra, 
porém penetram na mucosa íntegra, por exemplo, 
mucosa ocular. 
O Trypanosoma penetra na célula, e no seu 
interior passa à forma Amastigota e divide-se 
ativamente por divisão binária. Após esse processo, 
estes parasitas tranformam-se em Tripomastigotas e 
caem na circulação, caracterizando a fase aguda da 
doença. 
TRANSMISSÃO 
 Vetor 
 Transfusão sanguínea 
 Congênita 
 Contaminação acidental em laboratório 
 Através do leite 
 Transmissão oral. 
 
SINTOMATOLOGIA 
Fase Aguda 
 Inicia-se através das manifestações locais, 
quando o T cruzi penetra na mucosa ocular ou 
na pele. Estas lesões aparecem em 50% dos 
casos agudos dentro de 4 a 10 dias após a 
picada do barbeiro, regredindo em um ou dois 
meses; 
 Temperatura entre 37º e 38,5ºC; 
 Em casos graves, presença de edemas, 
infartamentos ganglionares, 
hepatoesplenomegalia. 
 
Fase Crônica Assintomática 
De longo período assintomático (10 a 30 
anos). É caracterizada pelos seguintes parâmetros: 
 Positividade de exames sorológicos e/ou 
parasitológicos; 
 Ausência de sintomas e/ou sinais da doença 
 Eletrocardiograma convencional normal; 
 Coração, esôfago e cólon radiologicamente 
normais. 
 
Fase Crônica Sintomática 
Perturbações cardíacas, digestivas,com 
dilatação do esôfago e colón 
(megaesôfago/megacólon). Estas perturbações no 
ritmo cardíaco chegam a tal ponto que podem 
aparecer extra-sístoles ou bloqueio total do estímulo, 
parada cardíaca e às vezes, morte súbita. 
 
DIAGNÓSTICO LABORATORIAL 
 Pesquisa do parasita 
 Sorologia 
 
PROFILAXIA Melhoria das habitações rurais 
 Combate ao barbeiro 
 Controle de banco de sangue 
 Controle de transmissão congênica 
 
LEISHMANIOSE 
É uma doença causada por um 
protozoário do gênero Leishmania, de caráter 
zoonótico, que acomete o homem e diversas 
espécies de animais silvestres e domésticos, 
podendo se manifestar de diversas formas 
clínicas. 
Existem 3 espécies de importância 
médica: 
Leishmania braziliensis – causadora da 
Leishmaniose Tegumentar Americana 
Leishmania donovani – causadora da 
Leishmaniose Visceral 
Leishmania tropica – causadora da 
Leishmaniose Cutânea ou Botão do Oriente 
 
Leishmaniose Tegumentar Americana 
Conhecida como Úlcera de Baurú, é 
considerada uma enfermidade polimórfica da 
pele e mucosas. As principais manifestações 
observadas nos pacientes podem ser 
classificadas de acordo com seus aspectos 
clínicos, patológicos e imunológicos: 
 Forma Cutânea Localizada: caracterizada 
por lesões ulcerosas, indolores, únicas ou 
múltiplas; 
 Forma Cutaneomucosa: é caracterizada 
por lesões mucosas agressivas que 
afetam as regiões nasofaríngeas; 
 Forma Disseminada: apresenta múltiplas 
úlceras cutâneas por disseminação 
hematogênica ou linfática; 
 Forma Difusa: lesões nodulares não 
ulceradas. 
AGENTE ETIOLÓGICO 
É causada por parasito do 
gênero Leshmania. Este é um protozoário 
digenético que tem seu ciclo biológico realizado 
em dois hospedeiros, um vertebrado e um 
invertebrado. 
VETOR 
É transmitida por um pequeno inseto 
hematófago do gênero Lutzomyia, nos quais 
ocorre parte do ciclo biológico do parasita. 
MORFOLOGIA 
Amastigota: apresentam-se ovoides ou 
esféricas; 
Promastigotas: formas alongadas em cuja 
região anterior emerge um flagelo livre. 
CICLO BIOLÓGICO 
As formas promastigotas são introduzidas 
no local da picada durante a hematofagia do 
flebotomíneo. Dentro de 4 a 8 horas, estes 
flagelados são interiorizados pelos macrófagos 
teciduais. A saliva do flebotomínio possui 
neuropeptídeos vasodilatadores que atuam 
facilitando a alimentação do inseto e ao mesmo 
tempo imunossuprimindo a resposta do 
hospedeiro vertebrado, desta forma, exerce 
importante papel no sucesso da infectividade 
das promastigotas metacíclicas. As formas 
promastigotas se transformam em amastigotas 
que são encontradas 24 horas após a 
fagocitose do macrófago. Dentro do vacúolo 
fagocitário dos macrófagos as amastigotas 
resistem a ação dos lisossomos, multiplicando-
se por divisão binária, levando ao processo de 
inflamação. 
PATOGENIA 
Infecção de células de defesa do 
hospedeiro, como macrófagos fixos na pele, 
multiplicação e rompimento da célula infectada. 
DIAGNÓSTICO LABORATORIAL 
Material obtido da lesão existente 
Exame direto de esfregaço corado 
Cultura 
PCR 
Imunofluorescência 
 
 
 
 
Leishmaniose Visceral Americana 
É a enfermidade infecciosa generalizada 
crônica, caracterizada por dor e febre de longa 
duração, hepatoesplenomegalia, anemia com 
leucopenia, emagrecimento, etc. 
AGENTE ETIOLÓGICO 
- Leishmania donovani 
- Leishmania infantum 
- Leishmania chagasi 
MORFOLOGIA 
- Amastigotas 
- Promastigotas 
TRANSMISSÃO E PATOGENIA 
As formas promastigotas chegam às 
vísceras. Os órgãos ricos em macrófagos são 
os mais densamente parasitados: medula 
óssea, baço, fígado e linfonodos. 
SINTOMATOLOGIA 
Enfraquecimento podendo chegar à morte 
Alterações esplênicas 
Diarreia 
Febre alta 
DIAGNÓSTICO LABORATORIAL 
Pesquisa do parasita 
 
 
Nemátodas, 
Tremátodas, Cestodas 
O objetivo deste texto é apresentar as 
características morfológicas e 
doenças dos Trematodas e Cestodas 
(Platelmintos) e dos Nematodas 
(Asquelmintos). 
GENERALIDADE 
O termo Helminto é o nome comum dos 
vermes. Existem 2 filos extremamente importantes 
nas análises clínicas - os Platelmintos e os 
Asquelmintos. Os Platelmintos são divididos em 
duas classes - Trematoda e Cestodas. O filo dos 
Asquelmintos agrupa uma classe de extrema 
importancia clínica - os Nematodas. 
a) Platelmintos: (platy - chato/helminto - 
verme): Vermes achatados, por ex. Tênias 
b) Nematelmintos: (nema - fio/helminto - 
verme): Vermes cilíndricos, por ex. Ascaris 
lumbricoides. 
 
FILO ASQUELMINTOS - CLASSE 
NEMATODA 
MORFOLOGIA EXTERNA 
 Vermes de corpo alongado 
 Cilíndricos 
 Finos 
Construção do corpo: 
 Corpo revestido por cutícula acelular, lisa ou com estriações. 
Nos machos, a expansão caudal pode formar a 
bolsa copuladora. 
Aparelho digestivo: 
 Completo (boca e ânus) 
 Cápsula bucal / Esôfago / Intestino / Reto e Ânus 
 
Ordem 
Nome científico (gênero e 
espécie) 
Nome vulgar 
Ascaridida Enterobius vermicularis oxiúro 
Tricocephalida Trichuris trichiura tricúris ou tricocéfalo 
Ascaridida Ascaris lumbricoides lombriga ou bicha 
Strongylida Necator americanus 
ancilostomídeo do novo 
mundo 
Strongylida Ancylostoma duodenale 
ancilostomídeo do velho 
mundo 
Rhabditida Strongyloides stercoralis estrongilóides 
Tricocephalida Trichinella spiralis triquina 
Aparelho reprodutor: 
 Possuem sexo, geralmente separados, sendo o macho menor 
que a fêmea, 
 Gônadas, em geral, tubulares. 
 
Enterobius vermiculares (oxiúro) 
 O homem é o único hospedeiro conhecido. 
 A infecção é geralmente autolimitada. 
 Cada fêmea produz cerca de 15 mil ovos. 
 Muitos ovos tornam-se infectantes dentro de 4 horas após a 
postura e assim permanecem somente por poucos dias. 
 Os ovos raramente são encontrados em amostras fecais, 
porque a liberação ocorre fora do intestino. 
ESTÁGIO DE DIAGNÓSTICO: Ovo (casca 
fina e incolor, larva desenvolvida, achatado em um 
dos lados) 
MÉTODO DE DIAGNÓSTICO: Ovos ou 
fêmeas adultas são obtidos com fita adesiva de 
celofane, logo pela manhã, quando o paciente 
acordar. 
NOME DA DOENÇA: Enterobiose, 
enterobíase, oxiurose 
PATOLOGIA E SINTOMAS PRINCIPAIS: 
1. Muitos casos são assintomáticos; 
2. Raramente causa lesões graves; 
3. Outros sintomas estão associados à migração da fêmea grávida 
para fora do ânus, para liberar seus ovos, a noite, causado forte 
prurido anal, insônia, irritabilidade, irritação da vulva em 
meninas, devido a penetração de vermes na vagina. 
 
Ovos de Enterobius vermicularis 
Fonte: pt.wikipedia.org 
Trichuris trichiura (tricúris ou 
tricocéfalo) 
ESTÁGIO DE DIAGNÓSTICO: Ovo não 
desenvolvido nas fezes (ovo em forma de barril, 
tampão hialino em cada pólo, casca grossa, de 
superfície lisa e coloração marrom-amarelada devido 
a impregnação da bile. 
MÉTODO DE DIAGNÓSTICO: Pesquisa e 
identificação dos ovos característicos nas fezes. 
NOME DA DOENÇA: Tricurose, tricuríase, 
tricocefalose. 
PATOLOGIA E SINTOMAS PRINCIPAIS: 
1. Infecções leves - assintomáticas: não precisam de tratamento. 
2. Infecções pesadas - colite ulcerativa em crianças e inflamação 
intestinal em adultos. 
3. Eliminação de fezes com muco em infecções pesadas. 
 
Ovos de Trichuris trichiura 
Fonte: en.wikipedia.org 
Ascaris lumbricoides 
 O Ascaris é o maior nematódeo intestinal. 
 Os adultos tem atividade migratória provocada por febre, 
certas drogas e anestesia. 
 A fêmea elimina certa de 250 mil ovos por dia. 
 Os ovos permanecem infectantes no solo ou na água por anos; 
são resistentes a produtos químicos. 
 
 
ESTÁGIO DE DIAGNÓSTICO: Ovo fértil ou 
infértil 
MÉTODO DE DIAGNÓSTICO: Encontro e 
identificação de ovos férteis (corticados ou não) ou 
inférteis nas fezes. O teste de concentração por 
sedimentação é mais recomendável que o de 
flutuação. É possível realizar o teste sorológico 
 imunoenzimático. 
NOME DA DOENÇA: Ascaridiose,ascaridíase, ascaríase 
PATOLOGIA E SINTOMAS PRINCIPAIS: 
1. Fase tecidual: pneumonia, tosse, febre baixa e 30 a 50% de 
eosinofilia devido à migração de larvas através dos pulmões. Pode 
ocorrer reação semelhante à asma alérgica nas reinfecções. 
2. Fase intestinal: obstrução do intestino ou do apêndice pelos 
vermes adultos, nas infecções pesadas. 
3. Complicação pela obstrução, devido ao enovelamento de vermes 
grandes ou pela migração de adultos para outros locais. 
4. Os adultos podem sair pelo nariz, pela boca ou pelo ânus. São 
grandes, branco-leitosos, afilados na região anterior; macho com 
cauda curvada. 
 
Ovo de Ascaris lumbricoides 
Fonte: pt.wikipedia.org 
Necator americanus e Ancylostoma 
duodenale 
 
ESTÁGIO DE DIAGNÓSTICO: Ovo (casa 
fina, lisa, incolor) 
MÉTODO DE DIAGNÓSTICO: Pesquisa e 
identificação de ovos de ancilostomídeos em fezes 
recentes ou preservadas. Não é possível diferenciar 
as espécies pelos ovos. 
NOME DA DOENÇA: Ancilostomose, 
amarelão. 
PATOLOGIA E PRINCIPAIS SINTOMAS: 
1. Prurido alérgico grave no local da penetração das larvas, erupções 
pápulo-vesiculosas e eritematosas. 
2. Migração das larvas através dos pulmões. 
3. Sintomas secundários à anemia ferropriva: hiperplasia da medula 
óssea e do baço. 
4. Eosinofilia alta. 
 
 
Necator americanus e Ancylostoma duodenale - ciclo de vida 
Strongyloides stercoralis 
 
MÉTODO DE DIAGNÓSTICO: Pesquisa de 
larvas rabditóide nas fezes. 
NOME DA DOENÇA: Estrongiloidose, 
estrongiloidíase. 
PATOLOGIA E SINTOMAS PRINCIPAIS: 
1. As principais manifestações clínicas são dor abdominal, diarréia e 
urticária, com eosinofilia. 
2. Pele: alergia recorrente, erupções eritematosas, papulosas e 
pruriginosas no local de penetração da larva. 
3. Migração de larvas: sintomas primários pulmonares: pneumonia 
brônquica verminosa. 
4. Intestino: dor abdominal, diarréia e constipação, vomitos, perda 
de peso, anemia variável, eosinofilia. 
As larvas de Strongyloides não flutuam em 
solução salina saturada; é preferível concentração 
por sedimentação. 
 
Larva de S. stercoralis 
Fonte: www.cdc.gov 
Filária 
 
NOMES DA DOENÇA: Filariose, elefantíase. 
MÉTODO DE DIAGNÓSTICO: Microfilárias 
em esfregaço de sangue corado, microfilárias em 
raspado de tecido do nódulo, sorologia. 
PATOLOGIA E SINTOMAS PRINCIPAIS: 
O diagnóstico é difícil, porque os sintomas são de 
amplo espectro. Depende da identificação das 
microfilárias. 
 
FILO PLATELMINTOS 
 
São vermes achatados dorsoventralmente, 
acelomados, com ou sem tubo digestivo, divididos 
em duas classes: 
 Classe trematoda: formados apenas por um segmento e 
apresentando tubo digestivo incompleto. 
 Classe cestoda: apresentando o corpo composto por vários 
segmentos conhecidos como anéis ou proglotes. São 
desprovidos de tubo digestivo. 
 
TREMATODA: Schistosoma spp. 
 
MÉTODO DE DIAGNÓSTICO: pesquisa de 
ovos nas fezes ou na biópsia retal, sorologia. 
ESTÁGIO DE DIAGNÓSTICO: Ovo de S. 
mansoni. 
NOMES DA DOENÇA: Esquistossomose, 
barriga d'água. 
PATOLOGIA E SINTOMAS PRINCIPAIS: 
1. Dermatite devido a penetração do esquistosoma. 
2. Cirrose hepática, diarréia sanguinolenta, obstrução intestinal. 
3. Reações tóxicas. 
4. Fibrose periportal no fígado. 
 
Schistosoma mansoni 
Fonte: www.fiocruz.br 
CESTODA: 
 
Hymenolepis nana 
 
MÉTODO DE DIAGNÓSTICO: Pesquisa e 
identificação de ovos nas fezes. 
ESTÁGIO DIAGNÓSTICO: Ovo com casca 
incolor. 
NOME DA DOENÇA: infecção peça tênia 
anã, himenolepidíase. 
PATOLOGIA E SINTOMAS PRINCIPAIS: 
1. Infecção leve - assintomática. 
2. Infecção pesada - enterite intestinal; dor abdominal; diarréia; dor 
de cabeça; tontura; anorexia. 
3. São comuns infecções múltiplas. 
Taenia saginata (Tenia do boi) e Taenia 
solium (Tenia do porco) 
 
MÉTODO DE DIAGNÓSTICO: pesquisa de 
ovos ou proglotes grávidas nas fezes, métodos 
imunológicos para cisticercose: ELISA e 
hemaglutinação indireta. 
ESTÁGIO DIAGNÓSTICO: proglotes 
grávidas intactas podem ser encontradas e devem ser 
diferenciadas. Radriografia, tomografia 
computadorizada ou imagem por ressonância 
magnética demonstram o cisticerco de T. solium em 
tecidos com sinais e sintomas. 
NOME DA DOENÇA: T. saginata: teníase, 
infecção pela tenia do boi (solitária); T.solium: 
teníase, infecção pela tenia do porco (solitária), 
cisticercose (infecção larval). 
PATOLOGIA E SINTOMAS: 
1. A maioria é assintomática, pode ocorrer dor abdominal, diarréia e 
perda de peso. Eosinofilia moderada. 
2. Os homens podem servir de hospedeiros intermediários da T. 
solium. Se os ovos de T. solium forem acidentalmente ingeridos 
ou liberados da proglote no trato intestinal, poderão eclodir no 
intestino, e os embriões migrarão para algum órgão ou para o 
tecido nervoso, formando o cisticerco. 
 
Ovo de Tenia. 
Fonte: www.cdc.gov 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Métodos de Detecção e 
Diferenciação 
Neste tópico serão abordados os 
métodos de detecção de parasitas, 
bem como as formas de 
diferenciação. 
EXAME DE FEZES 
 
As considerações gerais para um exame de 
fezes de rotina no laboratório clínico incluem os 
seguintes procedimentos: 
1. Fezes naturalmente evacuadas, não contaminadas 
com urina, preservadas em recipientes 
adequados. 
2. Fezes formadas podem ser refrigeradas por um 
ou dois dias se houver demora no exame. Se o 
exame demorar mais que 24 horas, a amostra 
precisa ser preservada em álcool polivinílico 
(PVA) ou formol. 
3. Cistos de protozoários podem ser encontrados 
mais comumente em fezes formadas, e são em 
geral mais fáceis de identificar que trofozoítas. 
Os trofozoítas são encontrados mais comumente 
em fezes líquidas ou nas obtidas com purgativo 
salino. É importante solicitar e verificar as horas 
da coleta e da chegada de todas as amostras 
fecais. 
4. Quando se suspeira de giardíase ou amebíase, 
várias amostras devem ser examinadas. 
 
EXAME MACROSCÓPICO 
 
Compreende os seguintes procedimentos: 
1. Observar a consistência da amostra. Fezes moles 
ou líquidas sugerem a possível presença de 
trofozoítas ou protozoários intestinais. Cistos de 
protozoários são encontrados com mais 
frequência em fezes formadas. Ovos e larvas de 
helmintos podem ser encontrados tanto em fezes 
líquidas como formadas. 
2. Examinar a superfície da amostra para parasitas. 
3. Desmanchar as fezes com um bastão para 
verificar a presença de helmintos adultos. 
4. Examinar as fezaes quanto a presença de sangue 
e muco. 
 
 
 
EXAME MICROSCÓPICO 
 
O exame rotineiro consiste em três 
procedimentos: um exame direto a fresco, uma 
técnica de concentração de fezes e um esfregaço de 
fezes com coloração permanente. 
 
EXAME DIRETO A FRESCO 
Os exames diretos a fresco são preparados 
usando-se um bastão para misturar completamente 
uma pequena porção de fezes com uma gota de 
solução fisiológica colocada sobre uma lâmina de 
microscopia. 
Todos os parasitas encontrados são relatados 
por seu nome científico, incluindo gênero e espécie, 
quando for possível, e o estágio específico. 
Muitos artefatos e outros elementos 
estruturados podem ser vistos ao examinar uma 
preparação a fresco. É importante estar familiarizado 
com tais artefatos. 
 
 
 
TÉCNICAS DE CONCENTRAÇÃO 
PARA ESTÁGIOS DE PARASITAS 
NAS FEZES 
 
A técnica de concentração de fezes aumenta a 
possibilidade de detectar parasitas presentes em 
pequena quantidade nas fezes, e constitui uma etaparotineira dos procedimentos clínicos. 
Utilizam-se dois tipos gerais de métodos: 
sedimentação e flutuação. 
 
MÉTODOS DE SEDIMENTAÇÃO 
Procedimento para o método do formol-
acetato de etila. Este método concentra as formas 
parasitárias presentes em uma grande porção de 
fezes em cerca de 2 g de sedimento. Parte da 
amostra é misturado com 10 a 15 ml de formol a 
10%, deixe-a em repouso por 30 minutos para 
fixação, coe através de duas camadas de gaze 
cirúrgica e acrescente formol. Centrifugue, despreze 
o sobrenadante. Ressupenda o sedimento fecal 
lavado em 7 ml de formol a 10% e acrescente 4 ml 
de acetato de etila. Agite, faça uma nova 
centrifugação. Uma pequena gota de sedimento fecal 
e uma gota de corante iodado são misturados sobre 
uma lâmina. 
 
MÉTODO DE FLUTUAÇÃO 
Os métodos de flutuação utilizam líquidos 
com peso específico mais elevado que o dos ovos ou 
dos cistos, de maneira que os parasitas flutuam na 
superfície e podem, então, ser colhidos da película 
superficial do tubo. O reagente de uso mais comum 
é o sulfato de zinco. É importante notar que os ovos 
operculados, assim como os de esquistossoma e os 
inférteis de áscaris, não são facilmente detectados 
por este método. Além disso, o alto peso específico 
mata os trofozoítas e provoca deformação em certos 
ovos frágeis. 
A ténica se baseia em lavagem da amostra em 
solução fisiológica através de centrifugação, mistura 
com solução de sulfato de zinco e aproximação da 
lâmina no sobrenadante do tubo. 
 
COLORAÇÃO TRICROMO PARA 
PROTOZOÁRIOS INTESTINAIS 
Procedimento rápido indicado para 
identificação de protozoários em amostras recentes 
de fezes. O citoplasma dos trofozoítos e dos cistos 
de E. histolytica apresentam coloração verde-
azulada clara ou rosa clara. Os cistos de E. coli são 
ligeiramente mais púrpureos. A estrutura nuclear é 
nitidamente visível; os cariossomas dos núcleos se 
coram em vermelho rubi. Organismos degenerados 
se coram em verde pálido. O material de fundo se 
cora em verde, proporcionamdo um bom contraste. 
Trofozoítas, cistos, células de tecidos 
humanos ou de sangue e fungos são facilmente 
identificados, mas ovos e larvas de helmintos 
frequentemente retêm excesso de corante, sendo 
difícil identificá-los. 
 
TÉCNICA DA FITA DE CELOFANE 
PARA OXIÚROS 
Como a fêmea do oxiúro migra para fora do 
ânus para depositar os ovos sobre a região perianal, 
estes podem ser facilmente encontrados aí para a 
identificação. O exame deve ser feito pela manhã, 
antes do banho, porque os ovos são geralmente 
depositados na região perianal a noite. 
Na técnica, uma fita é aplicada a superfície na 
região anal e, em seguida, aplicada contra uma 
lâmina de microscópio, com a face aderente para 
baixo. Examine a lâmina para pesquisar ovos de 
oxiúros sob pequeno aumento com pouca 
intensidade de luz. 
 
COLORAÇÃO ÁCIDO-RESISTENTE DE 
KINYOUN MODIFICADA (MÉTODO FRIO) 
Nos últimos anos, o Cryptosporidium 
parvum, a I. belli e os microsporídeos vêm 
causando doenças diarréicas graves em pacientes 
imunodeprimidos. Como esses parasitas podem ser 
 difíceis de encontrar e de identificar pelos métodos 
de rotina, impõe-se a utilização do método de 
coloração ácido-resistente para confirmar sua 
identidade. Esse procedimento pode ser empregado 
em sedimento de fezes recentes, sedimento 
conservado em formol ou FAS, ou em outro material 
clínico, como o líquido duodenal, a bile ou qualquer 
tipo de material pulmonar. Amostras conservadas 
em PVA não são compatíveis com esta técnica de 
coloração. 
 
PREPARAÇÃO DE ESFREGAÇO DE 
SANGUE E COLORAÇÃO PARA PARASITAS 
SANGUÍNEOS 
Estes procedimentos são utilizados para 
pesquisa e o diagnóstico de malária, tripanosomas, 
microfilárias, Babesia spp. eLeishmania 
donovani. Em cada caso devem-se preparar, corar e 
examinar um esfregaço fino e um esfregaço espesso. 
 
TÉCNICA DE CONTAGEM DE OVOS DE 
STOLL 
Método para determinar a intensidade da 
infecção. A patologia da doença comumente está 
relacionada com o número de vermes existentes, 
especialmente nos casos de Ascaris, Trichuris e 
amarelão. As estimativas das cargas de vermes são 
obtidas pela contagem de ovos encontrados numa 
quantidade conhecida de fezes e calculando-se o 
número de vermes necessários para produzir essa 
quantidade de ovos. 
 
MÉTODOS SOROLÓGICOS 
Todos os parasitas desencadeiam 
reações imunológicas, introduzindo a formação 
de anticorpos IgM, IgG, e IgA. Encontram-se 
frequentemente altos níveis de anticorpos IgE 
em infecções helmínticas. 
A sorologia também pode auxiliar a 
identificar a presença de um parasita quando 
este se encontra em órgãos ou outros locais 
tissulares profundos, como o cérebro ou os 
músculos, e nenhuma de suas formas pode ser 
encontrada no sangue, na urina ou nas fezes. 
Atualmente, várias empresas fornecem 
reagentes e suprimentos para laboratórios 
particulares que desejam realizar seus próprios 
testes.

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