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Rugosidade Superficial Metrologia • Prof. Rubem (Pro. Mec.) • ETESC - FAETEC - 2016 • Técnico em Eletromecânica • Yann Cabral Dias (28/2207) Índice 1 .Introducão 1.1 DEFINIÇÃO BÁSICA DE RUGOSIDADE ….................................................... 4 2. O QUE É UM RUGOSÍMETRO 2.1. DEFINIÇÃO DE RUGOSIMETRO …................................................................................... 5 2.2. Uso e partes..........................................................................................................................6 2.3. TIPOS DE RUGOSIMETROS 2.3.1 Sistema CS …................................................................................................................. 7 2.3.2. Sistema duplo ….......................................................................................................... 7 2.3.3. Semiautomaticos / Automáticos …...................................................................... ….... 7 2.3.4. Rugosímetros portáteis …............................................................................................ 7 3. CONCEITOS BASICOS DA RUGOSIDADE 3.1. Tipos de superfícies …................................................................................ 8 3.1.1. Superfície geométrica …................................................................................................. 8 3.1.2. Superfície real …............................................................................................................. 8 3.1.3. Superfície efetivas …....................................................................................................... 8 3.2. Tipos de perfis …................................................................................................................ 8 3.2.1. Perfil geométrico …......................................................................................................... 8 3.2.2. Perfil real …..................................................................................................................... 9 3.2.3. Perfil efetivo …................................................................................................................ 9 3.2.4. Perfis de rugosidade …................................................................................................... 9 4. COMPOSIÇÃO DA SUPERFÍCIE 4.1. Textura primária …............................................................................................................ 10 4.2.. Textura secundária …........................................................................................................ 10 4.3. Orientação das irregularidades …...................................................................................... 11 4.4. Passo das irregularidades …............................................................................................. 11 4.5. Amplitude das irregularidades …...................................................................................... 11 2 5. AVALIAÇÃO DA RUGOSIDADE 5.1. Sistemas de filtragem …................................................................................................. 11 5.1.1 Filtros passa-alta …...................................................................................................... 13 5.2. Comprimento de amostragem (le) ….............................................................................. 13 5.2.2. Percurso Inicial (lv) …................................................................................................... 14 5.2.3. Percurso de Medição (lm): …....................................................................................... 14 5.2.4. Percurso Final (ln): ….................................................................................................. 14 5.2.5. Percurso de Apalpamento (lt): …................................................................................. 14 6. SISTEMAS DE MEDIÇÃO DA RUGOSIDADE SUPERFICIAL 6.1. Sistema M ….................................................................................................................... 15 6.2. Sistema E ….................................................................................................................... 16 7. PARÂMETROS DE RUGOSIDADE 7.1. Rugosidade média (Ra) ….............................................................................................. 16 7.1.1. Simbologia …................................................................................................................. 17 7.1.2. Indicação da rugosidade Ra pelos números de classe …............................................ 18 7.2. Desvio médio quadrático – Rq ….................................................................................... 18 7.3. Altura média das irregularidades dos pontos – Rz …...................................................... 19 7.4. Altura máxima das irregularidades dos pontos – Rmax ….............................................. 19 3 INTRODUÇÂO 1. DEFINIÇÃO BÁSICA DE RUGOSIDADE Rugosidade é um conjunto de variações do relevo (irregularidades) caracterizado pelas pequenas saliências de uma superfície. Essas rugosidades são acabamentos imperfeitos geralmente imperceptíveis para o olho humano, mas podem ser medidas precisamente por equipamentos eletrônicos como, por exemplo, o rugosímetro. O acabamento superficial é fundamental onde houver desgaste, deslizamento (atrito), corrosão, aparência, resistência à fadiga, transmissão de calor, propriedades óticas, escoamento de fluidos e superfícies de medição (blocos-padrão, micrômetros, paquímetros, etc.). O acabamento superficial é medido através da rugosidade superficial, a qual é expresso em Microns (m). A importância do estudo da rugosidade aumenta na medida em que cresce a precisão de ajuste entre as peças a serem acopladas, onde somente dimensão e precisão não são suficientes para garantir a estabilidade e funcionabilidade das peças acopladas. As superfícies dos componentes mecânicos devem ser adequadas ao tipo de função que exercem No Brasil, os conceitos de rugosidade superficial são definidos pela norma ABNT NBR 6405- 1985. A rugosidade superficial é função do tipo de acabamento das maquinhas e ferramentas do processo de fabricação utilizado. Na análise das irregularidades da superfície real em relação à superfície ideal (geométrica), pode-se notar os seguintes erros: macrogeométricos ou microgeométricos. • Erros macrogeométricos ou erros de forma: Podem ser medidos com instrumentos de medição convencionais, como micrômetros, relógios comparadores, etc. Entre esses erros, incluem-se ondulações, ovalização, retilineidade, planicidade, circularidade etc. • Erros microgeométricos: Podem ser medidos somente com instrumentos especiais, como rugosímetros e outros. Estes instrumentos podem ser Fig.1 óticos, a laser ou eletromecânicos. São os erros conhecidos como rugosidade. A Fig. 1 mostra a medição da rugosidade superficial através de um rugosímetro eletromecânico. 4 2. O QUE É UM RUGOSÍMETRO 2.1. DEFINIÇÃO DE RUGOSIMETRO É um instrumento eletrônico amplamente empregado nas indústrias que permite a detecção bidimensional de uma superfície e análise de problemas relacionados à rugosidade e assegura um alto padrão de qualidade e precisão nas medições. Ele pode medir com uma precisão que pode chegar ao milésimo de um mícron. Inicialmente, o rugosímetro destina-se somente à avaliação da rugosidade ou textura primária. Com o tempo, apareceram os critérios para avaliação da textura secundária, ou seja,a ondulação, e muitos aparelhos evoluíram para essa nova tecnologia. Mesmo assim, por comodidade, conservou-se o nome genérico de rugosímetro também para esses aparelhos que, além de rugosidade, medem a ondulação. A caneta (apalpador) é a parte que entra contato direto com a superfície rugosa a ser medida e, se movendo em velocidade constante, interpreta as mudanças de altura ao longo da superfície, como um Relógio Comparador, com as alterações na tensão (Indutivo) ou com as mudanças na posição dos feixes refletidos a partir da superfície (Ótico). 5 Fig.3 Fig.2 Dentro do campo da metrologia dimensional, a qualidade superficial depende do estudo da micro-geometría das superfícies. As caraterísticas micro-geométricas mais importantes das superfícies, destacando a importância de seu controle de qualidade, são: • Longitude de exploração. • Longitude básica ou cut-off. • Linha média do perfil. • Linha central do perfil. • Média aritmética. • Média geométrica. • Profundidade máxima. • Profundidade total. • Profundidade média sobre dez pontos • Altura máxima da crista. • Peso médio. • Percentagem portante. Os rugosímetros podem ser classificados em dois grandes grupos: • Aparelhos que fornecem somente a leitura dos parâmetros de rugosidade (que pode ser tanto analógica quanto digital). • Aparelhos que, além da leitura, permitem o registro, em papel, do perfil efetivo da superfície. 2.2. Uso e partes Os principais elementos que compõem um rugosímetro são os seguintes: • Cabeça palpadora. • Transdutor. • Registrador. • Calculador. • Elementos de posicionamento. • Filtro mecânico. 6 • Caixa de arraste. • Filtros elétricos 2.3. Tipos de rugosimetros 2.3.1 sistema cs • Dois modelos para garantir as máximas prestações. • Sistemas de palpadores intercambiáveis. • Uma única medição para um único resultado (Rugosidade + Perfil). • Sistema de captação único. 2.3.2. Sistema duplo • Medição combinada, um único relatório. • Duas unidades de medição diferentes para um único resultado. • Sistema duplo de medição. Duas unidades. • Medição combinada, um único relatório 2.3.3. Semiautomaticos / Automaticos • Equipamento de sobremesa para estudo completo de Rugosidade e Ondulação. • Sistemas informatizados • Possibilidade de automatizar o ciclo de medição. • Intercambiabilidade de pontas de medição. 2.3.4. Rugosimetros portáteis • Bateria Interna recarregável. • Intercambiabilidade de pontas de medição. • Conexão com PC. • Grande capacidade de análise configurável pelo usuário. 3. Conceitos basicos da rugosidade Para estudar e criar sistemas de avaliação do estado da superfície, é necessário definir previamente diversos termos e conceitos que possam criar uma linguagem apropriada. Com essa finalidade utilizaremos as definições da norma NBR ISO 4287/2002. 7 3.1. Tipos de superfícies 3.1.1. Superfície geométrica Superfície ideal, na qual não existem erros e imperfeições e é usada como referência. Tal perfeição não existe . Na realidade, trata-se apenas de uma referência. Fig.4 3.1.2. Superfície real As superfícies reais distinguem-se das superfícies geométricas (ideais através dos erros de forma, sejam eles macrogeométricos ou microgeométricos. É a superfície resultante dos métodos empregados na sua produção e fabricação. Por exemplo: torneamento, retífica, tratamento químico etc. Superfície realista que podemos ver e tocar. Fig.5 3.1.3. Superfície efetivas Superfície avaliada pela técnica de medição, com forma aproximada da superfície real de uma peça. É a superfície apresentada e analisada pelo aparelho de medição (Rugosímetro e outros). É importante esclarecer que existem diferentes sistemas e condições de medição que apresentam diferentes superfícies efetivas. Fig.6 3.2. Tipos de perfis 3.2.1. Perfil geométrico Interseção da superfície geométrica com um plano perpendicular. Por exemplo: uma superfície plana perfeita, cortada por um plano perpendicular, originará um perfil geométrico que será uma linha reta. Fig.7 8 3.2.2. Perfil real Intersecção da superfície real com um plano perpendicular. Neste caso, o plano perpendicular (imaginário) cortará a superfície que resultou do método de usinagem e originará uma linha irregular. Fig.8 3.2.3. Perfil efetivo Impressão ligeiramente aproximada do perfil real, obtido por um instrumento eletrônico de medição (como o rugosímetro, por exemplo). É um perfil apresentado por um registro gráfico, sem qualquer filtragem, como na Fig.9. Os equipamentos eletrônicos atuais são limitados. Isso torna os perfis efetivos obtidos através de instrumentos de medição, apesar de próximo da realidade, imperfeito. 3.2.4. Perfil de rugosidade Obtido após filtração do perfil efetivo. O processo de filtragem descarta as ondulações (textura secundária) mantendo apenas a rugosidade (textura primária), através de um filtro chamado de Passa-alta. Fig.10 9 Fig.9 4. COMPOSIÇÃO DA SUPERFÍCIE Fig.11 Visualizando microscopicamente uma parte limitada de uma superfície real, observamos 5 características que a compõe. Sendo elas: 4.1. Textura primária Rugosidade superficial ou textura primária (“A” em Fig.11) é um conjunto de pequenas irregularidades repetidas em alta frequência (maior quantidade) em ondas semelhantes à sua amplitude causadas pelos métodos de fabricação, comumente imperceptíveis ao olho humano . Também conhecida por rugosidade ou erros microgeométricos. Quando se mede a rugosidade, o aparelho de medição mostrará o perfil composto da rugosidade e das ondulações (Perfil Efetivo), como mostra a Fig. 12 . Fig.12 4.2. Textura secundária É um conjunto de deformações padronizadas em ondas de comprimento consideravelmente maior que sua amplitude (“B” em Fig.11), causadas por vibrações, deflexões ou tratamentos térmicos durante sua produção. Essas ondulações têm baixa fre quência (Menor quantidade ) e são considerados erros macrogeométricos. Sua existência é desprezível durante tratamentos de rugosidade, e deve ser filtrada. 10 4.3. Orientação das irregularidades São os desvios de forma (“C” em Fig.11). As superfícies não são perfeitamente planas, elas têm irregularidades de altura e e o perfil de orientação que as imperfeições seguem podem ser: • Periódico quando os sulcos têm direções definidas; • Aperiódico quando os sulcos não têm direções definidas. 4.4. Passo das irregularidades É a distância media entre as saliências. Os Passo das irregularidades medem: • Passo das irregularidades da textura primária ; (“D1” em Fig.11) • Passo das irregularidades da textura secundária. (“D2” em Fig.11) O passo pode ser designado pela frequência das irregularidades. 4.5. Amplitude das irregularidades É a altura ou amplitude das irregularidades. Examinamos somente as irregularidades da textura primária. (“E” em Fig.11). 5. AVALIAÇÃO DA RUGOSIDADE 5.1. Sistemas de filtragem Para a medição da rugosidade, esta deve ser separada da ondulação e dos desvios macrogeométricos. Esta separação é realizada através da filtragem. Um filtro de rugosidade separa o perfil de rugosidade dos demais desvios de forma, como a ondulação. O sistema de filtragem tem por objetivo operar sobre a superfície rugosa de modo a torná-la útil para o processamento. São reportados diferentes tiposde sistemas de filtragem, tais como: • 2RC (Sistema analógico) • Gauss (Equivalente digital do 2RC). O sistema de filtragem 2RC realiza suas funções mediante filtragem das correntes elétricas que passam pelo circuito do sistema de medição (rugosímetro) e são constituídos por dois componentes RC, com constantes de tempo idênticas, interligados em série através de um buffer. (PREDEV, 1998). No sistema 2RC o efeito da transmissão no perfil de rugosidade para as margens 11 de corte reduz em 75% a amplitude máxima das irregularidades e este efeito de transmissão de 75% é devido a valores específicos do resistor e capacitor do circuito 2RC. Adicionalmente, esse sistema não emprega correção de fase, isto é, ao separar na textura superficial a rugosidade da ondulação o faz com um atraso entre os sinais recebidos e enviados para processamento (PREDEV, 1998). Deste modo, o sistema de filtragem por esse método tende a criar falsos picos e falsos vales nos pontos de transição de cut-off e para compensar tal efeito, utiliza-se do valor de 75% de redução (ou atenuação do sinal) a fim de classificar a rugosidade no perfil efetivo (OLIVEIRA, 2004). Posteriormente, outras tecnologias foram desenvolvidas para medir com mais precisão o valor de rugosidade e dentre estas inovações, tem-se o sistema de filtragem matemática, desenvolvido para substituir o filtro 2RC, pois por se tratar de um filtro eletrônico está sujeito a erros de calibração devido ao desgaste dos componentes eletrônicos. Assim, este sistema matemático foi denominado de Gaussiano, já que se implementa princípios estatísticos (Whitehouse, 1994). O Gaussiano por sua natureza matemática (ou estatística) necessita de um algoritmo processado pelo sistema de medição, o qual implementa uma função interpoladora, ou seja, que ameniza a amplitude do sinal dando mais suavidade aos contornos da superfície (Whitehouse, 1994 apud De Oliveira ,2004). Deste modo, este filtro reduz em 50% a amplitude máxima de transmissão dentro da banda, diferentemente dos 75% transmitidos pelo filtro 2RC. A vantagem desse tipo de filtro é que se pode comparar resultados para diferentes tipos de cut-off (diferentes de 50%) de forma bastante simples, apenas mudando as variáveis do cálculo de processamento, ainda permitindo análise da rugosidade com a ondulação (PREDEV, 1998). E, já que a avaliação da rugosidade e ondulação são feitas por meio de cálculos, esse filtro não possui o problema da defasagem, assim, nas regiões de transição de cut-off, há uma representação mais nítida do perfil de rugosidade. E, ainda, o filtro Gaussiano possui a característica de maior estabilidade devido à faixa de corte, visto que tem características simétricas, assim falsos picos são retirados da análise (OLIVEIRA, 2004). Na literatura o filtro Gaussiano é reportado como reconhecidamente mais vantajoso do que o seu antecessor 2RC. No entanto, deseja-se saber qual o efeito de cada um deles quanto à avaliação do tipo A da incerteza padrão e se há diferenças significativas entre os valores medidos para os principais parâmetros de rugosidade. O perfil de rugosidade é obtido após separação da orientação das irregularidades (desvio de forma) e da textura secundária (ondulação) de uma área de comprimento lm (cut-off) do perfil efetivo através da filtragem. Nos instrumentos, os valores de cut-off são escolhidos conforme recomendação da norma, em função da: • distância entre sulcos (aproximadamente igual ao avanço, em superfícies periódicas) • rugosidade estimada (superfícies não periódicas) 12 Distância entre sulcos (mm) le (mm) lm (mm) Entre 0,01 e 0,032 0.08 0,4 Entre 0,032 e 0,1 0,25 1,25 Entre 0,1 e 0,32 0,8 4 Entre 0,32 e 1 2,5 12,5 Entre 1 e 3,2 8 40 Rugosidade Ra (μm) Rugosidade Rmax (μm) le (mm) lm (mm) Até 0,1 Até 0,5 0,25 1,25 Entre 0,1 e 2,0 Entre 0,5 e 10,0 0,80 4,00 Entre 2,0 e 10,0 Entre 10,0 e 50 2.50 12,50 Acima de 10,0 Acima de 50,0 8,00 40,00 5.1.1 Filtros passa-alta O comprimento de onda do filtro, chamado de "cut-off" (le), determina o que deve passar e o que não deve passar. O sinal da rugosidade apresenta altas frequências (pequenos comprimentos de onda) e as ondulações e demais erros de forma apresentam sinais com baixas frequências (altos comprimentos de ondas). Os rugosímetros utilizam assim, filtros que deixam passar os sinais de altas frequência e eliminam os sinais de baixa frequências, separando a textura primaria da textura secundária. Estes filtros são denominados Filtro Passa-alta. 5.2. Comprimento de amostragem (le) Nos rugosímetros, somente frequências maiores que um valor pré-determinado são analisadas. Esta frequência pré-determinada é chamada de comprimento de amostragem (cut-off). 13 Sinais com frequências inferiores à frequência de "cut-off" são eliminados. O comprimento de amostragem nos aparelhos eletrônicos, chamado de cut-off (le), não deve ser confundido com a distância total (lt) percorrida pelo apalpador sobre a superfície. Os rugosímetros devem medir 5le e apresentar o valor médio. É igual a um quinto do percurso de medição, ou seja, le = lm/5. Fig.13 A distância percorrida pelo apalpador deverá ser igual a 5 le mais a distância para atingir a velocidade de medição lv e para a parada do apalpador ln. Como o perfil apresenta rugosidade e ondulação, o comprimento de amostragem filtra a ondulação. 5.2.2. Percurso Inicial (lv) É a extensão da primeira parte do primeiro trecho, projetado sobre a linha média. Ele não é utilizado na avaliação da rugosidade. Este trecho inicial é projetado para que o apalpador atinja a velocidade de medição antes de chegar em le. 5.2.3. Percurso de Medição (lm): É a extensão do trecho do perfil de rugosidade usado na avaliação, projetado sobre a linha média. 5.2.4. Percurso Final (ln): É a extensão da última parte do trecho apalpado, projetado sobre a linha média e não utilizado na avaliação. Quando o apalpador chega neste trecho, encerra a medição e reduz sua velocidade a zero. 5.2.5. Percurso de Apalpamento (lt): É o percurso total apalpado pelo sistema de medição, ou seja, é a soma dos percursos inicial, de medição e final. ⇒ lt = lv + lm + ln 14 6. Sistemas de medição da rugosidade superficial Existem dois sistemas básicos de medida: • Linha média – M (Brasil, EUA, Japão e outros). • Envolvente – E (Alemanha, França, Itália e outros). O sistema da linha média é o mais utilizado. Alguns países adotam ambos os sistemas. No Brasil - pelas Normas ABNT NBR 6405/1988 e NBR 8404/1984 -, é adotado o sistema M. 6.1. Sistema M No sistema da linha média, ou sistema M, todas as grandezas são definidas a partir de uma linha de referência, a linha média. Linha média: É definida como uma linha paralela à direção geral do perfil, dentro do percurso de medição, de modo que a soma das áreas superiores, compreendida entre ela e o perfil efetivo seja igual à soma das áreas inferiores e a somas das áreas superiores e inferiores é igual a zero, ou seja: Fig.14 15 Fig.15 A área total dos picos é dada por três classes para o sistema m: • Baseada na profundidade da rugosidade (Ra, Rq, Rz, Ry). • Baseada em medidas horizontais. • Baseada em medidas proporcionais. 6.2. Sistema E O sistema “E” ou Da Envolvente tem por base as linhas envoltórias descritas pelos centros de dois círculos de raios "R" (normalmente de 250mm) e “R” (normalmente 25mm), respectivamente, que rolam, como rodas, sobre o perfil efetivo. Fig.16 As linha AA e CC (Fig.16), assim geradas, são projetadas paralelamente entre si mesma, em direção perpendicularao perfil geométrico, até trocarem o perfil efetivo, ocupando então, as posições BB e DD (Fig.16). A rugosidade é definida como sendo o erro do perfil efetivo em relação à linha DD. A ondulação, por sua vez, está indicada como o erro da linha DD. A ondulação, por sua vez, está indicada como o erro da linha DD em relação a linha BB. Finalmente o erro da linha BB em relação ao perfil geométrico é considerado como erro de forma. A linha envoltória pode ser deslocada de maneira a se obter a igualdade das áreas do perfil, situada acima e abaixo dela, obtendo assim uma linha correspondente a linha média do sistema “M”, a partir da qual podem ser calculados os parâmetros Ra e Rq. De maneira semelhante, ao deslocarmos alinha envoltória até tangenciar o ponto mais baixo do perfil obtemos a linha EE (Fig.16) que permite a medição do parâmetro Rmax. Por esse método, a linha de referencia é obtida através da envolvente do circulo e sua maior dificuldade reside na definição do perfil efetivo, que deve ser ampliado por igual nas duas direções (horizontal e vertical), consequentemente, a quantidade de papel gráfico é considerável. Este sistema não apresenta aplicação comercial até o momento. 7. Parâmetros de rugosidade As rugosidade de uma peça são irregulares e com padrões individuais (As peças são diferentes entre si). Para dar acabamento adequado às superfícies rugosas é necessário determinar o nível em que elas devem ser usinadas, ou seja, deve-se adotar um parâmetro que possibilite avaliar a rugosidade. 7.1. Rugosidade média (Ra) Ra (roughness average) é o parâmetro de medição mais utilizado em todo o mundo e significa rugosidade média; É o parâmetro de medição de rugosidade de superfícies após ter passado por um processo de fabricação. Ela é a média aritmética dos valores absolutos das imperfeições (yi) em relação à linha média, dentro de um percurso de medição (lm). Devido a sua grande utilização, quase todos os equipamentos apresentam esse parâmetro. Para a maioria das superfícies, o valor da rugosidade nesse parâmetro está de acordo com a curva de Gauss, que caracteriza a distribuição de amplitude. 16 O cálculo de Ra considera que a topografia da superfície seja regular e que tenha um padrão repetitivo, o que típico de superfícies metálicas obtidas por processos de fabricação mecânica. Por isso, se um pico ou vale não típico aparecer na superfície, o valor da média não sofrerá grande alteração, ocultando o defeito. O valor de Ra não define a forma das irregularidades do perfil. Dessa forma, poderemos ter um valor de Ra para superfícies originadas de processos diferentes de usinagem. Picos e sulcos não são diferenciados pelo parâmetro. Para alguns processos de fabricação com frequência muito alta de sulcos ou picos, o parâmetro não é adequado, já que a distorção provocada pelo filtro eleva o erro a altos níveis. Fig.16 7.1.1. Simbologia Os acabamentos superficiais geralmente encontrados na indústria mecânica são classificados em 12 grupos e organizados por grau de rugosidade e o processo de usinagem que pode ser usado em sua obtenção. Permite, também, visualizar uma relação aproximada entre a simbologia de triângulos, as classes e os valores de Ra (mm). 17 7.1.2. Indicação da rugosidade Ra pelos números de classe Normas do Estado de Superfícies em Desenhos Técnicos esclarece que o valor da rugosidade Ra pode ser indicada pelos números da classe de rugosidade correspondente, conforme tabela a seguir. CLASSE Ra (mm) N12 50 N11 25 N10 12,5 N9 6,3 N8 3,2 N7 1,6 N6 0,8 N5 0,4 N4 0,2 N3 0,1 N2 0,05 N1 0,03 O desvio médio aritmético é expresso em micrometro (μm). 7.2 desvio médio quadrático – Rq Raiz quadrada da média dos quadrados das ordenadas do perfil efetivo em relação à linha média, no comprimento de amostragem L. Rq é aproximadamente 11% maior que o valor de Ra. 18 7.3 Altura média das irregularidades dos pontos – Rz Corresponde à média aritmética dos cinco valores de rugosidade parcial. Rugosidade parcial (Z i) é a soma dos valores absolutos das ordenadas dos pontos de maior afastamento, acima e abaixo da linha média, existentes no comprimento de amostragem (cut off). Na representação gráfica do perfil, esse valor corresponde à altura entre os pontos máximo e mínimo do perfil, no comprimento de amostragem (le). Ver figura a seguir. Rz = Z 1 +Z 2 +Z 3 +Z 4 +R 5 5 Fig.18 7.4. Altura máxima das irregularidades dos pontos – Rmax Definida pela distância entre duas linhas paralelas à linha média e que tangenciam a saliência mais alta (Zi) e a reentrância mais profunda, medidas no comprimento de amostragem. Também chamado de parâmetro Ry. 19 Rugosidade Superficial
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