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Apostila de Bem Estar Animal

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Pontifícia Universidade Católica do Paraná – PUCPR
Escola de Ciências da Vida - ECV
Curso de Medicina Veterinária
Disciplina de Etologia e Bem Estar Animal
Professor Paulo Parreira
Louise Helene Bacher
ETOLOGIA E BEM ESTAR ANIMAL
Curitiba
2016
INTRODUÇÃO À ETOLOGIA ANIMAL
ETOLOGIA
Ethos = costume, uso, hábitos;
Logus = estudo.
DEFINIÇÃO
Estudo do comportamento animal.
O QUE É COMPORTAMENTO?
Qualquer atividade realizada por um organismo;
Constitui uma interação do animal com o seu meio ambiente;
É um fenótipo - uma característica de ordem biológica que se pode observar e medir;
É contínuo - tanto o movimento quanto a quietude são formas de atuar.
FATORES CAUSAIS E MODULADORES DE ATIVIDADES COMPORTAMENTAIS
Assim:
Todo comportamento é uma expressão MULTIFATORIAL.
ETOLOGIA
Por que?
OBJETIVOS
Fornecer subsídios necessários para uma produção animal mais racional;
Esclarecer pontos de conflito entre produção e necessidades comportamentais;
Estudar alternativas viáveis.
Qual o efeito da domesticação sobre o comportamento animal?
HISTÓRICO
Domesticação X Comportamento:
Baixa agressividade ao ser humano;
Reprodução em cativeiro;
“Um bom criador de animais sempre precisou saber responder adequadamente ao comportamento dos animais durante o manejo ou a identificação de problemas”.
Pecuária Intensiva:
Após II Guerra Mundial;
Maior número de animais em espaços reduzidos;
Tais condições requerem considerável adaptação fisiológica e comportamental;
Muitos dos problemas de animais de produção não são resolvidos investigando-se nutrição ou através do controle de doenças;
A falência de adaptação é visível pela avaliação do comportamento animal.
Progresso Científico:
Rápido nos últimos 30 anos;
Precisão da descrição do comportamento;
Entendimento da base fisiológica;
Relação com o processo evolutivo.
JORNAL DO BRASIL, 1973:
... Lorenz, von Friesch e Tinbergen ganharam o prêmio Nobel de Medicina e Fisiologia por terem criado uma nova ciência, a ETOLOGIA, que faz o estudo comparado do comportamento dos animais...
QUESTÕES PRINCIPAIS ESTUDADAS PELA ETOLOGIA
Classificação de Tinbergen:
1. Causa Imediata ou Controle;
2. Ontogenia ou desenvolvimento;
3. Função;
4. Filogenia ou evolução.
CAUSA IMEDIATA OU CONTROLE
Qual é o mecanismo? (Como?)
Quais fatores eliciam e controlam o comportamento imediato?
Quais os mecanismos neurológicos, psicológicos e fisiológicos que regulam determinada atividade?
Porque os cavalos galopam? - Niko Tinbergen - “ Porque os impulsos nervosos do cérebro, atraves da medula espinhal levam os músculos a se contraírem de maneira coordenada para realizar o passo de galope.” 
ONTOGENIA OU DESENVOLVIMENTO
Como se desenvolve durante a vida de um indivíduo?
Como uma determinada atividade se estabelece?
Estudos dessa questão descrevem o modo como um comportamento é modificado por experiências individuais.
“Porque desde o início do seu crescimento, o potro aprendeu a coordenar seus membros e seu corpo para permitir-lhe galopar.”
FUNÇÃO
Para quê? (Por quê?)
Qual a utilidade atual ou o valor para a sobrevivência da atividade comportamental?
Qual é a função do comportamento?
Nesse contexto, a resposta descreve como o comportamento acrescenta no sucesso reprodutivo, na performance. Isso, portanto, é relacionado com aspectos evolutivos e consequências.
“Porque o galope é a melhor saída para o cavalo evitar predadores.”
FILOGENIA OU EVOLUÇÃO
Como evoluiu?
Como o comportamento participou na história evolutiva da espécie?
Quais fatores estão envolvidos na moldagem de um determinado tipo de comportamento durante a evolução de uma espécie?
Essa é claramente uma questão evolutiva e comumente chama para um estudo comparativo de espécies relatadas.
“Porque, durante milhões de anos, aqueles ancestrais do cavalo que não se moviam tão rápida e eficientemente se extraviaram da manada e não se deixaram descendentes.”
CONSIDERAR
Paralelo entre morfologia e comportamento;
Ações zootécnicas tem consequências de ordem comportamental;
Evolutivo: pouca alteração;
Ambiental: extrema alteração (restrições e imposições ao comportamento da espécie).
FILOGENIA E ONTOGENIA COMPORTAMENTAL
 As pinturas rupestres pré-históricas atestam que o homem, além de caçar e coletar dominava, há pelo menos 10.000 anos atrás, técnicas rudimentares de domesticação animal. Para isso, ele deveria ter intimidade com comportamento das espécies de interesse. Faz parte da natureza humana, não só a capacidade de aplicar os seus conhecimentos às suas necessidade práticas do cotidiano mas a de refletir sobre as causas (ou porquês) dos fenômenos naturais, inclusive do comportamento animal.
Teoria de Darwin sobre a origem e a evolução das espécies tornou-se o novo ponto de vista para se compreender a diversidade dos seres vivos os naturalistas passaram a indagar as causas da diversidade biológica não mais apenas na anatomia e morfologia dos animais.
Era necessário estudá-los em plena atividade no próprio habitat, investigando as funções adaptativas do comportamento, mas também as causas de tamanha diversidade e o processo evolutivo.
O próprio Darwin foi um dos que realizou uma das primeiras comparações baseadas no comportamento animal.
A Etologia, ramo da Biologia que se dedica ao estudo do comportamento dos animais, propõe um método científico de investigação baseado na premissa de que o comportamento possui causas imediatas e últimas (Tinbergen,1963; Alcock,1993).
O QUE É COMPORTAMENTO?
Estar em movimento? Estar parado não é comportamento?
Comportamento é um conjunto de atividades que os animais exibem no tempo e no espaço, em geral, constituído de posturas e de movimentos do corpo ou partes do corpo, incluindo ainda as atividades viscerais que não são tão visíveis.
Mais comumente, os comportamentos são prontamente reconhecidos em categorias funcionais como: reflexos posturais, padrões de locomoção, comportamento alimentar, comportamento sexual, comportamento de cuidado parental, comportamento de comunicação, etc.
Comportamento é uma reação ao estímulo.
E o PENSAMENTO, é uma manifestação comportamental??
ONTOGENIA
FILOGENIA
John Alcock (durante uma pesquisa de campo na Costa Rica), ao tocar uma mariposa do gênero Automeris, subitamente ela abriu as asas e expôs um par de círculos.
Então, vieram à mente de Alcock 2 grupos de perguntas:
1. Qual seria a relação de causa e efeito entre genes e este comportamento?
2. Seria um traço comportamental herdado dos progenitores?
3. Teria o comportamento surgido em algum momento crítico do desenvolvimento?
4. Que estímulo sensorial teria desencadeado o comportamento e como esse estímulo é detectado?
5. Como os sistemas nervoso e muscular se integram para capacitá-lo a reagir deste modo?
Nestas 5 perguntas estão implícitas questões que tentam esclarecer as causas imediatas ou próximas do ato de abrir as asas;
Na ordem, as perguntas procuram dar inicio a investigações que tentam esclarecer se o comportamento em questão é geneticamente determinado e a se a fase do desenvolvimento ontogenético é crucial.
Já as últimas perguntas enfocam os aspectos fisiológicos de como funciona o mecanismo de abrir as asas da mariposa.
Em suma, a preocupação científica sobre o que causa o comportamento tem a ver com os mecanismos genéticos, ontogenéticos e fisiológicos.
O pesquisador, não contente, tinha mais perguntas sobre as causas do comportamento observado:
6. Como esse comportamento teria originado e evoluído?
7. Qual seria a função desse comportamento ou para que ele serve?
8. Exibir este comportamento confere vantagem para a sua própria sobrevivência e chances aumentadas de se reproduzir?
David Blest (1957), havia sugerido que a função seria a de espantar os inimigos naturais da mariposa de modo que confundissem o par de manchas com osolhos dos predadores naturais.
O que pode ter acontecido é que há milhões de anos, este tipo de resposta proporcionou vantagem adaptativa para o indivíduo portador desse caractere.
A seleção natural favoreceu diferencialmente os indivíduos portadores e os seus descendentes em relação aos que não possuíam.
Ao longo do tempo, o comportamento de abrir e expor o par de ocelos tornou-se uma estratégia de defesa anti-predatória, típica da espécie.
Repare que esse outro grupo de perguntas enfoca as causas mais remotas do comportamento, ou seja, sobre o significado adaptativo, a origem e evolução.
Esse conjunto de perguntas está relacionado com a natureza causal do comportamento e foi Niko Tinbergen quem o propôs originalmente.
HÁ DUAS GRANDES CLASSES DE PERGUNTAS QUE PODEM SER FEITAS A RESPEITO DO ESTUDO DO COMPORTAMENTO
ESTUDANDO AS CAUSAS IMEDIATAS DO COMPORTAMENTO
PARA TESTAR A HIPÓTESE TINBERGEN ESTABELECEU AS SEGUINTES PERMISSAS
a) Se a vespa utiliza referências espaciais, antes de sair deve fazer um vôo de reconhecimento da entrada.
b) Se os indicadores espaciais forem removidos, a vespa errará a entrada do ninho ao retornar com a presa.
Experimento:
Colocar marcadores artificiais (pinhas) (A). Aguardar a saída da vespa e mudar a localização dos marcadores espaciais (B).
Resultados:
Quando sai para caçar, a vespa faz um vôo de reconhecimento em círculos sobre o ninho;
Após a mudança, ela pousou diretamente no centro das pinhas e não na entrada do ninho.
ESTUDANDO AS CAUSAS ÚLTIMAS DO COMPORTAMENTO
Tinbergen observou que as gaivotas de cabeça negra (Larus ridibundus) removem as cascas de ovos quebrados do ninho, e imaginou que este comportamento deveria conferir uma vantagem reprodutiva.
Pergunta:
O que poderia ter causado o aumento de frequência do comportamento de remover cascas em uma população ancestral?
Hipótese:
O comportamento de remover a casca serve de pista visual para aves de rapina.
Predição:
A presença de cascas deve aumenta as chances dos predadores a encontrarem os ninhos.
O DESENVOLVIMENTO DO COMPORTAMENTO
EXISTE A DICOTOMIA ENTRE O COMPORTAMENTO INATO E O APRENDIDO?
A tendência do pensamento de que o comportamento dos animais tem duas naturezas opostas:
Natureza instintiva:
Determinada geneticamente sendo afetada por fatores hereditários e;
 Natureza aprendida:
Determinada pelos fatores ambientais tem criado um viés conceitual equivocado.
Historicamente herdamos essa maneira de pensar dualisticamente. O pensamento antropocêntrico influenciou fortemente os filósofos e naturalistas a assumirem a idéia de que somente o ser humano possuía a capacidade da razão e de cognição e que os demais animais eram irracionais (inclusive a mulher e as crianças!).
Além do pensamento antropocêntrico, a idéia criacionista passou a ser questionada pelo pensamento evolucionista graças a Charles Darwin e Wallace, autores independentes da Teoria sobre a origem e a evolução das espécies.
Os primeiros etólogos, naturalistas com visão do pensamento evolucionista descreveram a ocorrência de comportamentos que não dependiam de nenhuma experiência prévia ou aprendizagem e os denominaram de comportamento inato ou instintivo.
Muitos traduziram esta definição como sendo impulso, criando-se muitas interpretações equivocadas.
Esses etológos mostraram que certos comportamentos complexos e estereotipados constituem padrões fixos de ação (PFA) porque todos os indivíduos da espécie o manifestam desde que estímulos específicos sejam apresentados (estímulos sinais).
Os PFA envolvem um conjunto de vários eventos motores ordenados no tempo e no espaço.
Um bom exemplo é o recém-nascido filhote de mamífero succionar o mamilo e obter o precioso alimento, tão logo esse seja colocado em contato na região peri-oral.
Há um outro grupo de respostas motoras (somáticas e viscerais) causados por estímulos sensoriais específicos porem deflagram eventos mais simples e estereotipados: são os reflexos.
O ato de se coçar é causado por um algum estimulo irritante sobre a pele, assim como, o ato de piscar os olhos quando há uma estimulação mecânica na córnea.
Em ambos os casos as respostas motoras conferem vantagem biológica (proteção a estímulos irritantes) e independem de qualquer experiência prévia.
A diferença do reflexo em relação ao PFA está na expressão motora e na organização dos circuitos neurais correspondentes.
Enquanto os naturalistas estavam mais preocupados com os PFA e as suas causas naturais os psicólogos deram ênfase a um outro aspecto do comportamento dos animais:
Os processos relacionados ao modo de aprender dos animais: memória e aprendizagem, assim como, com os distúrbios do comportamento humano.
Junto com os fisiologistas, eles contribuíram com a identificação de vários níveis de aprendizagem.
A capacidade de aprender permite ao indivíduo, aperfeiçoar o desempenho de um determinado comportamento, adquirir novos hábitos, repetir os comportamentos que lhe tragam vantagens e evitar os que causam desconforto (dor).
Em outras palavras, confere vantagens biológicas ao nível do individuo.
A aprendizagem requer processos complexos de armazenamento de informação e sua recuperação, ou seja, plasticidade do sistema nervoso.
Um exemplo interessante de aprendizagem é o imprinting (estampagem) em que um jovem animal aprende precocemente sobre como deverá ser a imagem do futuro parceiro sexual, geralmente tendo como referência, os pais.
Se os recém-eclodidos gansinhos tiverem contato visual pela primeira vez com um ser humano, essa imagem será estampada em seu cérebro e será seguido como sendo os pais.
Ao atingir a maturidade sexual, os machos farão corte de acasalamento ao ser humano, e não a uma fêmea da própria espécie.
Essa descoberta mostra claramente que os filhotes de gansos nascem com a capacidade de estampar a imagem do adulto, os seus futuros cuidadores.
Tão logo ocorra o processo, os filhotes seguem os pais para qualquer lugar recebendo proteção e alimentação.
Na curta janela de tempo em a estampagem ou a aprendizagem ocorre, uma imagem inesperada e equivocada pode mudar todo o curso de processamento neural e de expressão do comportamento.
TERMINOLOGIA ETOLÓGICA E DESENVOLVIMENTODO COMPORTAMENTO
O QUE É COMPORTAMENTO?
Comportamento de Tanatose:
FATORES SENSORIAIS NO COMPORTAMENTO
FILTRAGEM SENSORIAL
Órgãos sensoriais selecionam certos estímulos, funcionando como um filtro;
Em vertebrados, principalmente em mamíferos os órgãos sensoriais filtram pouco.
RESPONSIVIDADE
CONCEITOS COMPORTAMENTAIS
Reflexo:
Respostas automáticas que envolvem apenas parte do Sistema nervoso e não o cérebro.
Instinto:
É inato e não depende de experiência.
Aprendizagem:
Comportamento totalmente adquirido como resultado de experiência;
Envolve o Sistema Nervoso Central.
Habituação:
Estimulação forte repetida - resposta do animal se enfraquece;
Ocorre no Sistema nervoso;
Não é adaptação sensorial.
Condicionamento:
Tipos de aprendizagem que envolvem associação entre recompensa ou punição e a resposta;
Extinção – o estímulo apresentado repetidas vezes sem o reforço ou punição pode fazer com que o condicionamento desapareça.
Condicionamento operante ou instrumental:
Resposta voluntária do animal.
Imprinting:
Período sensível durante os quais coisas podem ser aprendidas;
Pintinhos, gansos e patos – ocorre logo após saírem do ovo.
Aprendizagem por Insight:
Depende das capacidades perceptivas;
A resolução de problemas parece requerer que o animal perceba de alguma forma o que deve ser feito.
COMPORTAMENTO SOCIAL
Poucas espécies vivem em solidão;
Os grupos podem ser temporários ou permanentes;
Os indivíduos cooperam e o agrupamento tem organização;
O grupo pode ser familiar ou não.
COMPORTAMENTO SOCIAL DE VERTEBRADOS
Relação naforma de hierarquia de dominância;
Indivíduos dominantes têm certos direitos;
Um dominante doente pode perder a posição;
Injeções de hormônios masculinos podem fazer um indivíduo subir de posto na hierarquia;
O sistema hierárquico diminui a agressão entre os indivíduos do grupo;
A agressão pode ocorrer quando jovens querem assumir a posição de dominância.
SOCIEDADE EM PRIMATAS
A divisão do trabalho é mais acentuada em espécies terrícolas;
Os sinais de dominância e submissão são muito variados e nem sempre são fáceis de interpretar;
Alguns lêmures apresentam “lutas de mau cheiro”, usando o odor como ameaça.
A interação entre primatas inicia-se com a ligação mãe-filhote.
A medida que ficam mais velhos a mãe passa a rejeitá- los;
Passam a interagir com outros jovens;
Brincadeiras com outros jovens desenvolvem habilidades motoras e familiarizam-se com outros, através de contato e disputas que persistirão pela vida adulta;
É na infância e adolescência que são lançadas as bases do comportamento adulto;
Uma prova disso foi o experimento de Harlows com macacos Rhesus cativos.
COMPORTAMENTO E SOBREVIVÊNCIA
PROPRIEDADES CRÍPTICAS
Indivíduos exibem uma semelhança visual com alguma parte de sue ambiente.
COLORAÇÃO DE ADVERTÊNCIA
Associada com impalatabilidade ou ou ao fato de ser venenoso;
Hipótese – animais aprendem a associar mais facilmente as cores vistosas a presas desagradáveis;
É conhecida como aposematismo;
Mimetismo – apresentam o mesmo padrão colorido mas são palatáveis e inofensivos.
DEFESAS QUÍMICAS
Glândulas exócrinas que segregam ou esguicham substâncias químicas usadas para a defesa.
DETECÇÃO DE PREDADORES
Alterações no estado estável dos estímulos do ambiente normal;
Aumento na estimulação visual ou sons desagradáveis irregulares;
Presas – boa visão panorâmica;
Predadores boa visão estereoscópica.
TÁTICAS DE PREDADORES
Mecanismos sensoriais não visuais especializados na detecção de presas crípticas ou ocultas no escuro.
Tubarões e arraias – eletrorreceptores da pele – captam potenciais musculares que controlam os movimentos respiratórios do peixes;
Serpentes – fosseta loreal, localizada abaixo dos olhos, sensíveis ao calor radiante – detectam diferenças de temperaturas tão pequenas quanto 0,002ºC;
Cobra cega – capta o feromônio da trilha de formigas nômades;
Alguns predadores como se valem do mimetismo;
Peixe-limpador x falso peixe-limpador → peixe-papagaio
Comportamento críptico – felinos.
COMO ESTUDAR O COMPORTAMENTO ANIMAL
As quatro questões da etologia (perguntas de Tinbergen, 1963);
Por que o sabiá canta na estação reprodutiva?
Em termos de valor de sobrevivência ou função;
Em termos de causalidade ou fatores imediatos;
Em termos de desenvolvimento;
Em termos de história evolutiva.
O REGISTRO DO COMPORTAMENTO
Etograma – catálogo completo do comportamento;
Deve-se evitar o antropomorfismo;
Registro simples → formulação de hipóteses → comprovação experimental.
Como o estudo do comportamento começa? - Observação atenta e repetida.
É necessário várias observações para descrever um padrão de comportamento;
Reconhecimento dos animais (anilhamento, pintar o animal, remoção de escamas, rádio-transmissor etc.);
Recursos para análise do comportamento: fotografia, anotações (formulário simples), relógio, gravadores, filmadoras.
O ESTUDO EXPERIMENTAL DO COMPORTAMENTO
Familiarizar o animal ao ambiente experimental;
Deve-se empregar situações controles;
Medir as respostas a uma gama de modelos simples;
Registrar o que o animal está fazendo por turnos ou em intervalos regulares;
Deve-se indicar a variabilidade do comportamento em gráficos e histogramas.
OBSERVAÇÃO
É IMPORTANTE CONHECER O COMPORTAMENTO NATURAL DO ANIMAL NO SEU AMBIENTE!!!!!!
A QUÍMICA DA PAIXÃO
Suzana Lakatos e João Vitor Strauss Globo ciência, junho de 1993.
Mãos frias, coração disparado, respiração ofegante, impulso de se movimentar e de falar sem parar. Ou, então, pensamentos embaralhados, palavras entaladas na garganta e brilho febril nos olhos. Por trás desses sintomas não existe nenhum vírus ameaçador, nem qualquer bactéria desconhecida. Há apenas a visão ou a simples lembrança de uma certa pessoa, que em muitos casos nem sequer tem algo de especial. Diagnóstico: paixão. Uma emoção que, depois de séculos confinada à condição de assunto sem maior prestígio acadêmico, agora se insinua em respeitados centros de pesquisas e universidades do mundo.
Nos meios científicos, a paixão não se limita mais a objeto de estudos puramente comportamentais, de interesse restrito a psicólogos e sexólogos. Desperta agora o interesse das neurociências, como a neurologia experimental e a psicobiologia que procuram desvendar a complicada rede de substâncias bioquímicas capazes de explicar como uma pessoa se apaixona por outra.
Apesar das dificuldades para definir a fronteira entre o biológico e o cultural num terreno tão idealizado, romanceado e submetido a regras morais, esses estudos já permitem afirmar com segurança que o grande responsável por toda essa reviravolta interior são processos bioquímicos orquestrados pelo cérebro. Permitem também estabelecer uma diferenciação, digamos biológica, entre paixão e amor. A primeira correspondência àquela fase inicial, de absoluta fascinação, em que tudo no outro (inclusive os defeitos) parece encantador. Mas ameno e pé-no-chão, o amor funcionaria como o suporte de uniões duradouras. Cada um desses sentimentos tem o desejo sexual como subproduto, mas ambos são determinados por padrões bioquímicos próprios e específicos.
No estágio da paixão, por exemplo, quem comanda são as catecolaminas – substâncias de efeito estimulante, semelhantes às anfetaminas – enquanto na fase do amor há uma 2 predominância de endorfinas – uma espécie de morfina natural, pertencente à classe dos peptídeos. Ambas são tipos de neurotransmissores, substâncias produzidas no interior dos neurônios e que executam ações ordenadas pelo cérebro. Ações banais como esticar um dedo, por exemplo, envolve a ação de milhares de neurônios, que se estendem por nervos, músculos e glândulas, formando, através de impulsos elétricos, uma verdadeira rede de comunicação cerebral. A transmissão da mensagem, portanto, depende do neurônio, mas seu teor é definido pelo tipo de neurotransmissor utilizado.
A “novela” estrelada por essas substâncias começa no córtex cerebral. Localizado na parte superior do cérebro, o córtex é o responsável pelos processos discriminativos, associativos e intelectuais do ser humano. É ele, por exemplo, que nos permite fazer deduções do tipo imaginar um gato a partir de um simples miado. É ele que também dá o sinal sempre que surge alguém que consideramos desejável. Um perfume, um certo tom de voz, um roçar de pele ou a imagem da pessoa – tudo isso pode servir de estímulo para o córtex. Em frações de segundos ele registra o dado que nos impressionou naquela pessoa em particular, buscas na memória vivências anteriores que apresentaram o mesmo tipo de estímulo fazem milhares de associações e decide se vale a pena investir ou não numa relação. Caso identifique uma situação positiva, que promova prazer envia ordens para a liberação de outro neurotransmissor, o aminoácido excitatório, para o sistema límbico, a área cerebral encarregada de cuidar das emoções e da memória.
Nesse momento está dada a partida para a paixão – e não adianta olhar para o lado tentando disfarçar. “Ao estabelecer essa associação de afetividade, o córtex envia ordens para a liberação de endorfinas, que causam uma grande e difusa sensação de bem-estar”, explica o neurologista Esper Cavalheiro, chefe do Departamento de Neurologia Experimental da Escola Paulista de Medicina, São Paulo. É nessa hora que a formação reticular, outra área do cérebro subordinada ao córtex, entra em ação “Sua função é destacar no ambienteo objeto responsável por aquela sensação prazerosa causada pela endorfina e concentrar nele toda a atenção”, acrescenta Cavalheiro. É por isso, aliás, que nenhum apaixonado, ainda que tente, consegue disfarçar muito bem seu interesse afetivo.
Tal interesse vem acompanhado de algumas reações incontroláveis, que transformam por completo o comportamento dos apaixonados. Cada um reage de um jeito, mas na maioria das vezes, o coração se acelera, a secreção gástrica aumenta, a respiração fica ofegante e aparecem tremores, calafrios e suores. Todos os apaixonados experimentam, ainda, uma sensação de inexplicável euforia. Inexplicável, registra-se, apenas para os corações desinformados. Os cientistas já sabem que a causa de todos esses sintomas típicos da paixão é 3 um aumento na produção dos neurotransmissores do grupo das catecolaminas, principalmente da dopamina e da noradrenalina.
Tais substâncias são neurotransmissores que invadem o sistema nervoso autônomo provocando uma espécie de pane, traduzida naquelas reações absolutamente incontroláveis. Sob a ação das catecolaminas, os apaixonados funcionam numa freqüência acima da normal. A adrenalina, por exemplo, estimula a atividade cardíaca e libera as reservas de glicogênio (açúcar) do fígado, enquanto a noradrenalina empurra o sangue para os músculos, aumentando a vitalidade do apaixonado. “Há uma manifestação positiva de estresse, acompanhada da ativação do hipotálamo, a parte situada na base do cérebro e ligada à hipófise, a pequena glândula responsável pela produção da maioria de nossos hormônios” esclarece Cavalheiro.
Ao ser ativada, a hipófise inicia a liberação dos hormônios que regulam a sexualidade, preparando o organismo para o ato sexual. Esses hormônios são principalmente a progesterona e o estrogênio, nas mulheres e a testosterona, nos homens. Entram em cena, ainda, substâncias como o fator liberador do hormônio luteinizante – que desencadeia a maturação sexual na adolescência e, ao longo da vida, ajuda a intensificar o desejo – e a oxitocina, que induz a troca de carícias e, em grande concentração, aumenta a intensidade do orgasmo “Há uma verdadeira inundação bioquímica que gera um desequilíbrio e cria uma necessidade nova, a necessidade do outro” acrescenta Cavalheiro.
Escapar desse desarranjo bioquímico que atinge o corpo todo costuma ser simplesmente impossível. Para começar, os hormônios não têm uma mira tão precisa como a dos neurotransmissores, que agem de neurônio em neurônio até chegar à célula alvo. Os hormônios de um modo diferente viajam pela corrente sanguínea e no caminho até o órgãoalvo acabam atingindo vários outros – fator em certa medida benéfico, pois nessa viagem há uma diminuição do teor de ácido lático no sangue, o que põe fim à fadiga do indivíduo e aumenta o poder de combate de seus glóbulos brancos. No caso da paixão, hormônios e neurotransmissores são ativados quase que simultaneamente e o tempo inteiro repetido quando a pessoa que o gerou é lembrada ou encontrada. “Muitos apaixonados ficam tão completamente absorvidos por sua própria paixão que não conseguem nem pensar em outra coisa”, comenta Cavalheiro.
Daí os olhares vagos, os suspiros inexplicáveis e aquela terrível sensação de que falta alguma coisa – clássicos temperos das paixões não correspondidas. É que falta mesmo alguma coisa. Falta restabelecer o equilíbrio biológico, algo que só o outro pode ajudar a conseguir. A busca desse reequilíbrio é o que move os apaixonados, a força que está por trás das maiores 4 loucuras do amor “Afinal, a satisfação das próprias necessidades é a finalidade de qualquer organismo vivo”, argumenta o neuroendocrinologista francês Jean-Didier Vicent, da Universidade de Bordeaux, autor do livro Biologia das Paixões e um dos primeiros cientistas a pesquisar o tema, ainda no início dos anos 80.
Diante da paixão, segundo Vincent, muitas necessidades básicas ficam até esquecidas. Um caso clássico é a falta de apetite por parte dos apaixonados. Não que eles percam a fome porque nada mais importa. Nada disso. Ainda uma vez são objetos inconscientes de seus neurotransmissores. Acontece que, durante a fase do desejo há uma grande liberação de dois deles, a adrenalina e o cortisol.
Consequentemente eleva-se a taxa de açúcar no sangue e o apetite desaparece. Em compensação após uma relação sexual, quando esse padrão bioquímico volta a baixar, o desejo de comer reaparece com intensidade redobrada – o clássico apetite pós-coito. Do mesmo modo, a irresistível vontade de dormir, tão comum nessa mesma situação, não se deve necessariamente à desatenção ou à grosseria da parte sonolenta. A causa deve ser atribuída à liberação de outro neurotransmissor, a serotonina, de efeito calmante.
Nas pesquisas que realizou o neuroendocrinologista francês identificou, ainda, outra substância sem a qual os romances estariam fadados a permanecer platônicos: a tircoliberina, uma espécie de chave do desejo “Trata-se de um hormônio produzido no hipotálamo que, ao estimular a hipófise, dá ordem para a produção dos hormônios ligados à sexualidade”, esclarece Vicent. Até então só fora possível relacionar pelo avesso o desejo sexual com um neurotransmissor – a melatonina, de efeito inibidor e liberada apenas ou principalmente durante a noite. No verão, quando as noites são mais curtas do que os dias, a menor quantidade produzida desse inibidor sexual deixa-os livres para agir reservas proporcionalmente maiores de desejo. Talvez esteja aí, e não na disponibilidade de tempo, a chave de tantas e tão ferventes paixões de férias de verão.
Mesmo as paixões mais escaldantes, contudo, não costumam durar pra sempre. A ternura, o prazer, a companhia e o desejo podem ser eternos, mas quase todo relacionamento chega a um ponto em que o fascínio inicial desaparece. O parceiro ganha, então, uma dimensão mais real. Seus defeitos são vistos como tais, e as qualidades, também. Esse sentimento novo é o amor. Apesar de menos fogoso do que a paixão é igualmente capaz de provocar doces arrepios e, sobretudo, muita satisfação com a companhia do outro – sem prejuízo de também estar sujeito a chegar a um fim. O que teria até uma duração em si menos certa e previsível como advogam alguns especialistas. Como evidência de sua alegria invocam estatísticas da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre a ocorrência de divórcios ao 5 redor do mundo, segundo as pesquisas, são de quatro anos, em média o tempo de duração dos casamentos que terminam dessa forma – dado que desqualifica, e modo nenhum a popular teoria da crise dos sete anos. Neste caso, o problema de ocorrer uma gravidez ao longo do terceiro ano do casamento – e a necessidade ou a conveniência de cuidar a dois da criança acaba dando à relação matrimonial já desgastada uma sobrevida de dois ou três anos.
As teses sobre o amor ou a paixão com prazo certo são contestadas por outros especialistas. Mesmo diante do argumento de que na maioria das culturas, o padrão matrimonial adotado é do casamento monogâmico, sujeitos aos azares do adultério preferem prudentemente não admitir prazos padronizados para o definhamento da paixão ou do amor. Sustentam que isso depende das experiências que cada poderoso corrosivo das paixões e mesmo do amor – fenômeno para o qual não falta uma explicação bioquímica. Ao reproduzir sempre o mesmo padrão de estímulo – ou seja, ao estabelecer as mesmas conexões no córtex e reativar sempre as mesmas áreas da memória – o cérebro deixa de abrir novas vias de transmissão e comunicação entre os neurônios. O resultado é uma espécie de saturação: os terminais nervosos adquirem tolerância às catecolaminas, substâncias químicas que dão inicio ao processo da paixão e pedem estimulação maior para produzir a excitação inicial.
Caso novos estímulos não ocorram, o casal começa a experimentar algum tipo de frustração – de todo modo logo compensada pelo próprio cérebro. “Quando a euforia inicial, tão prazerosa, deixa de existir, nosso cérebro aumenta a produção de outro neurotransmissor, a endorfina, que dá nova sensaçãode conforto e é ativada toda vez que uma pessoa busca situações gratificantes”, assegura o endocrinologista Ernesto José Dotaviano, pesquisador e professor titular do Departamento de Fisiologia e Biofísica da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), no interior de São Paulo. “Só não faz sentido generalizar, afirmando que isso seja inevitável”, argumenta. A paixão e o amor, segundo Dotaviano, fazem parte de um jogo químico que envolve uma psicobiologia para cada casal “Com um parceiro diferente” esclarece, “a mesma pessoa certamente mudará todo o jogo de sensações, embora os elementos bioquímicos envolvidos continuem os mesmos”. Como se vê, não têm limite as possibilidades oferecidas pela química da paixão.
A descoberta de que paixão e amor seguem um padrão bioquímico comum a todas as pessoas provocou modificações na forma de encará-los. Se antes as manifestações românticas pareciam resultado apenas de certa sofisticação cultural, os sentimentos que as originam começam agora a ser alinhados com outras emoções básicas do ser humano, como a raiva e o medo. As neurociências vão ainda mais longe nesse novo e fascinante caminho e pesquisa procurando descobrir de que maneira tais comportamentos estão codificados geneticamente.
Um dos defensores dessa tese é o psiquiatra americano Mark Goulston da Universidade da Califórnia, em Los Angeles, que vem pesquisando os neuroquímicos relacionados ao amor. “O tipo de pessoa que desperta paixão em alguém varia segundo experiências individuais”, afirma. Essas experiências comporiam o “mapa cultural” de cada pessoa. Assim, conforme o psiquiatra, quando alguém se apaixona é porque descobriu no outro características que aprendeu a identificar como positivas e estão impregnadas na sua memória”. Quer dizer, o biotipo do parceiro ideal é cultural e individual. Já as reações físicas que a paixão provoca, alega Goulston, não são dessa mesma natureza. “Embora variem de pessoa para pessoa, tais manifestações seguem sempre o mesmo padrão bioquímico o que permite afirmar que a paixão e o amor são experiências codificadas geneticamente pela humanidade”, sustenta.
A idéia de que o amor está escrito não nas estrelas, mas em nossos genes, é igualmente desenvolvida pela antropóloga americana Helen Fischer, cujo livro Anatomia do Amor – a História Natural da Monogamia, do Adultério e do Divórcio (Editora WW Norton and Company) motivou recentemente uma série de reportagens em publicações americanas tão respeitadas quanto o jornal Time. A autora, integrante do Departamento de Antropologia do Museu Americano de História Natural, em Nova York, pesquisou as culturas de 62 países diferentes e, em todas, encontrou manifestações românticas de afetividade semelhantes. No mundo inteiro os apaixonados oscilam entre os mesmos extremos. Ora cometem açucarados versos de amor ou sanguinários crimes passionais, ora compõem delicadas canções ou dramaticamente despedem-se da vida por meio do suicídio.
Para Helen, coisas como quando e por quem nos apaixonamos são fenômenos culturais. Mas, como cada um se sente ao ficar apaixonado é um acontecimento biológico “Trata-se do resultado de um processo que tem origem nas savanas africanas 4 milhões de anos atrás e faz parte da estratégia de acasalamento e sobrevivência da nossa espécie”, acredita a antropóloga, referindo-se ao local e ao tempo em que se calcula ter começado a evolução do ser humano.
Naquela época remota, as árvores escasseavam na paisagem africana, obrigando os nossos ancestrais a descer ao chão e caminhar longas distâncias em busca da sobrevivência – tarefa difícil para uma mulher realizar sozinha com uma criança a tiracolo. “A necessidade, então, fez que nos uníssemos em casais e desenvolvêssemos a capacidade de permanecer juntos, como pares, ao menos pelo tempo necessário para a criação dos filhos”, argumenta Helen, lembrando que nenhuma outra espécie realiza um investimento em paternidade tão prolongado.
A psicobiologia sustenta que a fim de favorecer a durabilidade da união dos casais, de modo a garantir melhores condições de sobrevivência para a prole, a natureza teria promovido mutações fixadas paulatinamente ao longo da evolução genética, informa o psicólogo Ailton Amélio da Silva, coordenador do curso de Pós-Graduação sobre Seleção de Parceiros – Flerte, Namoro e Casamento do Departamento de Psicologia experimental da Universidade de São Paulo (USP) “Uma dessas primeiras modificações foi a eliminação dos sistemas de cio na mulher”, observa ao discorrer sobre o enfoque psicobiológico. O desaparecimento de muitos desses sinais, como o cheiro característico provocado por uma substancia chamada feromônio, de presença muito sutil na mulher, permitiu a transformação da prática sexual e algo mais do que mero instinto de reprodução “Ao não estar disponível para relação sexual apenas na época propícia à reprodução, como acontece com a maioria dos animais, o homem transformou o sexo numa atividade constante e geradora de vínculo”, sintetiza Ailton. Segundo o psicólogo, a própria escolha de parceiros parece seguir alguns padrões que, embora não definidos geneticamente, repetem-se em quase todo o mundo. Um estudo realizado pelo psicólogo americano David M. Bussem em 37 culturas diferentes constatou que, em todas elas, homens e mulheres procuram um parceiro compreensivo, gentil, atencioso e inteligente – exatamente nessa ordem de prioridade. Em seguida, as mulheres estudadas valorizam mais a capacidade econômica do homem, traduzida em qualidades como dinamismo e perspectivas financeiras. Já o homem anseia por beleza – um requisito que, no fundo, está ligado a características relativas também a capacidade reprodutiva como juventude, saúde e os chamados sinais de gênero (no caso, seios e quadris acentuados).
Firmemente calcada nas teorias evolucionistas, essa interpretação do amor como uma necessidade de mergulhar machos e fêmeas na longa parceria indispensável à criação dos filhos tem seu ponto frágil na ocorrência do amor romântico também entre homossexuais. Mais uma vez a resposta pode estar na genética, já que se alguns estudos recentes têm apontado o homossexualismo como decorrente de uma mutação genética verificada ainda no inicio da gestação – uma mutação deletéria por não favorecer a reprodução. À principio, o hipotálamo é feminino e só no terceiro ou quarto mês da gravidez é que vai ou não ser transformado em masculino”, registra o médico Ernesto Dataviano, da Unicamp “Pode ser, então, que o homossexualismo se manifeste ainda nessa fase do desenvolvimento”, arisca considerado uma pesquisa recentemente realizada por Simon Levay, neurologista e biólogo americano do Salk Lake Institute, de La Jolla, na Califórnia. Após examinar os cérebros de 35 homens, 19 dos quais homossexuais, Lê Vay constatou que os últimos possuíam os 8 hipotálamos de duas a quatro vezes menores do que o normal, o que poderia ser a chave tanto para seu comportamento sexual quanto emocional.
A objeção da paixão entre homossexuais não oferece maiores dificuldades teóricas, a julgar pelos argumentos do sociólogo John Alan Lee, da Universidade de Toronto, no Canadá. A paixão e o amor possuem tantas sutilezas quanto as cores existentes no universo, compara Lee, lembrando que o olho humano só capta as três cores primárias – amarelo, vermelho e azul. No entanto, a estimulação de certos receptores cerebrais permite ao homem perceber cerca de milhões de combinações de cores.
Lee classifica essa rica gama de possibilidades em três grupos, que denomina de eros, storge e ludus. O primeiro, inspirado no deus grego do amor. Eros seria característico das pessoas seguras não possessivas, que consideram a sexualidade importante e são capazes de profundidade e intensidade nos relacionamentos afetivos. Por sua vez, os casais do tipo storge – palavra de origem grega sem equivalente em português – teriam a amizade como ponto de partida que valorizam, sobretudo a confiança recíproca, a solidariedade e o desenvolvimento de atividades em comum. Exatamente o oposto do tipo ludus– do latim, lazer, jogo – que faz da troca de parceiros e da superficialidade suas características mais marcantes. Como acontecem com as cores, estes três padrões um tanto arbitrários são apenas o básico. Pela analogia das cores, as variações possíveis são praticamente incontáveis como convém a fatos culturais e biológicos tão mágicos quanto à paixão e amor.
ATIVIDADE 1 - Listar os aspectos biológicos e etológicos relacionados com comportamento sexual humano abordados no texto “A química da paixão”.
INTRODUÇÃO AO BEM ESTAR ANIMAL
DIREITOS DOS ANIMAIS E BEM ESTAR ANIMAL – QUAL A DIFERENÇA?
“Direitos do Animais” é um movimento de defesa e proteção dos animais como seres vivos e possuidores de direitos;
“Bem Estar Animal” é uma ciência que busca aliar a vida animal sob domínio da espécie humana.
QUESTÕES RELACIONADAS
Oposição:
Direitos dos Animais x Bem Estar Animal.
Tratamento diferenciado:
Animais Domésticos x Animais de Produção.
DIREITOS DOS ANIMAIS
 É um movimento de defesa e proteção dos animais que reivindica, em geral, o exercício de direitos e de tratamento humano aos animais, especialmente para que não sejam considerados propriedade ou recurso natural, nem legalmente, nem moralmente.
 Em 1978, em uma reunião da UNESCO em Bruxelas (Bélgica) foi aprovada a Declaração Universal dos Direitos dos Animais, já ratificada pelo Brasil.
DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS DOS ANIMAIS
1º) Todos os animais nascem iguais perante a vida e têm os mesmos direitos à existência;
2º) O homem, como espécie animal, não pode exterminar os outros animais ou explorá-los violando esse direito;
3º) Nenhum animal será submetido nem a maus tratos nem a atos cruéis. Se for necessário matar um animal, ele deve de ser morto instantaneamente, sem dor e de modo a não provocar-lhe angústia.
6º) Todo o animal que o homem escolheu para seu companheiro tem direito a uma duração de vida conforme a sua longevidade natural. O abandono de um animal é um ato cruel e degradante.
9º) Quando o animal é criado para alimentação, ele deve de ser alimentado, alojado, transportado e morto sem que disso resulte para ele nem ansiedade nem dor.
QUESTÕES RELACIONADAS
Animais Silvestres:
Comércio ilegal e tráfico de animais;
Normas para criação em cativeiro;
Normas para zoológicos;
Proibição de animais em jaulas e gaiolas;
Listas de espécies sob ameaça de extinção;
Proibição da caça de determinadas espécies.
Animais de Espetáculos:
Restrição a rodeios e touradas;
Proibição do uso de animais em circos e outros divertimentos públicos.
Animais Domésticos:
Denúncias contra maus tratos de animais;
Campanhas de castração;
Centros e abrigos de animais;
Associações de proteção de animais;
Campanhas de doação de animais;
Direito a tratamento de saúde animal;
Normas para uso de animais de força e tração;
Normas para uso em pesquisas e práticas didático-científicas.
Animais de Produção:
Abolicionismo e vegetarianismo (consumo de carne);
Produção orgânica.
NORMAS DE PROTEÇÃO DOS ANIMAIS
Lei de Crimes Ambientais (Lei Federal nº 9.605, de 1998):
Matar um animal da fauna silvestre, mesmo para se alimentar, era crime inafiançável.
Matar animais continua sendo crime. No entanto, para saciar a fome do agente ou da sua família, a lei descriminaliza o abate.
Maus tratos contra animais domésticos e domesticados era contravenção.
Além dos maus tratos, o abuso contra estes animais, bem como aos nativos ou exóticos, passa a ser crime.
Não havia disposições claras relativas a experiências realizadas com animais.
Experiências dolorosas ou cruéis em animal vivo, ainda que para fins didáticos ou científicos, são consideradas crimes, quando existirem recursos alternativos.
Lei de Crimes Ambientais (Lei Federal nº 9.605, de 1998) Dos Crimes contra a Fauna:
Art. 29. Matar, perseguir, caçar, apanhar, utilizar espécimes da fauna silvestre, nativos ou em rota migratória, sem a devida permissão, licença ou autorização da autoridade competente, ou em desacordo com a obtida: Pena - detenção de seis meses a um ano, e multa.
Art. 32. Praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais silvestres, domésticos ou domesticados, nativos ou exóticos: Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.
§1º. Incorre nas mesmas penas quem realiza experiência dolorosa ou cruel em animal vivo, ainda que para fins didáticos ou científicos, quando existirem recursos alternativos.
§2º. A pena é aumentada de um sexto a um terço, se ocorre morte do animal.
BEM ESTAR ANIMAL
 É uma ciência chamada de Bem-Estar Animal (BEA), cujo objetivo geral é conhecer, avaliar e garantir as condições para satisfação das necessidades básicas dos animais que passam a viver, por diferentes motivos, sob o domínio do homem.
 Enquanto ciência, o BEA preocupa-se com o desenvolvimento de pesquisas para embasar leis, normas e acordos que garantam o cumprimento e o respeito a condições sadias e qualidade de vida dos animais.
AS BASES DO BEM-ESTAR ANIMAL
QUESTÕES RELACIONADAS
Técnicas de reprodução;
Normas para criação (manejo adequado);
Recomendações quanto à alimentação;
 Recomendações quanto ao tratamento;
Normas para produção de alimentos;
Normas sobre utilização de animais;
Transporte;
Abate.
5 LIBERDADES
Todo animal deve:
1) Ser livres de Medo e Estresse;
2) Ser livres de Fome e Sede;
3) Ser livres de Desconforto;
4) Ser livres de Dor e Doenças;
5) Ter liberdade para expressar seu Comportamento Natural.
3R’s (para experimentação em laboratórios)
1) Redução: do número de animais utilizados;
2) Substituição (Replacement, em inglês): por outras alternativas sem animais.
3) Refinamento: alterando protocolos de experiências para diminuição de dor e sofrimento.
NORMAS DE BEM ESTAR ANIMAL
 Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento Instrução Normativa n. 56, de 2008 Estabelece Recomendações de Boas Práticas de Bem-Estar para Animais de Produção e de Interesse Econômico – REBEM, abrangendo os sistemas de produção e o transporte:
Proceder ao manejo cuidadoso e responsável nas várias etapas da vida do animal, desde o nascimento, criação e transporte;
Possuir conhecimentos básicos de comportamento animal a fim de proceder ao adequado manejo;
Proporcionar dieta satisfatória, apropriada e segura, adequada às diferentes fases da vida do animal;
Assegurar que as instalações sejam projetadas apropriadamente aos sistemas de produção das diferentes espécies de forma a garantir a proteção, a possibilidade de descanso e o bem-estar animal;
Manejar e transportar os animais de forma adequada para reduzir o estresse e evitar contusões e o sofrimento desnecessário;
Manter o ambiente de criação em condições higiênicas.
- Não se aplica a propriedades onde a criação destina-se à subsistência.
QUESTÕES
1) O mercado consumidor esta pronto para exigir produtos que respeitem o BEA?
2) O produtor esta preparado para produzir com base nos preceitos do BEA?
ÉTICA NA EXPERIMENTAÇÃO ANIMAL
CONSIDERAÇÕES GERAIS
Pesquisas e Ensinos em Modelos Animais;
Manual sobre cuidados e usos de animais de laboratório;
Usados em pesquisas desde o século V a.C;
Crescente a partir de 1800;
Necessidade de regulamentar - fins Científicos/ Didáticos;
Brasil – ATUAL - Ausência de lei específica que regulamente a pesquisa que utiliza modelos animais;
Única legislação existente - Normas Prática Didático-científica da Vivissecção de Animais Lei 6.638 de 08/05/1979 - Lei de Crimes Ambientais Lei 9.605 de 12/12/1998;
O Brasil não possui legislação que regule a criação e o uso de animais para pesquisa e ensino.
HISTÓRICO
1934 – 1ª Lei brasileira referente a experimentação animal.
Decreto 24.645 de 10/07/1934:
Reconhece como tutelados todos os animais existentes no país;
Predominância dos animais de grande porte;
Considerações de maus tratos.
ARTIGO 3° - MAUS TRATOS
I. Pratica ato de abuso ou crueldadeem qualquer animal.
II. Manter animais em locais anti-higiênicos ou que lhes impeçam a respiração, o movimento ou o descanso, ou os privem de ar ou luz.
IV. Golpear, ferir ou mutilar voluntariamente qualquer órgão ou tecido, exceto a castração, só para animais domésticos, ou as operações outras praticadas para o benefício exclusivo do animal e as exigidas para a defesa do homem ou no interesse da ciência.
V. Abandonar animal doente, ferido ou mutilado.
VI. Não dar morte rápida, livre de sofrimento prolongado a todo animal cujo o extermínio seja necessário para consumo ou não.
XX. Encerrar animais em locais ou em número total que não lhes seja permitido mover-se livremente ou deixá-los sem água e alimento mais de 12h.
XXVI. Despelar ou depenar animais vivos ou entregá-los vivos a alimentação de outros.
UM POUCO DE HISTÓRIA
Food, Drug, and Cosmetics Act (EUA- 1938):
Testes de efeitos adversos.
O Código de Nuremberg (1947):
Experimentação com Animais;
Riscos X Benefícios ;
Competência do Pesquisador;
Consentimento do Participante;
Metodologia Adequada;
Duração do Experimento.
Food, Drug, and Cosmetics Act (EUA- 1961):
Testes de eficácia.
PRÓS E CONTRAS
Semelhanças:
Anatômicas;
Fisiológicas;
Bioquímicas.
1665 -1ª Revista científica;
880 - 100 revistas;
1900 - 10.000 revistas;
2000 - 100.000 revistas.
TALIDOMIDA
1° caso de teratogênese em humano – 1956.
Testada em:
10 raças de ratos;
15 raças de camundongos;
11 linhagens de coelhos;
2 raças de cães;
3 raças de hamsters;
8 espécies de primatas;
Cobaias, porcos, gatos...
1962 - recall > 10.000 crianças defeituosas
CONTRAS
Diethylstilbestrol - estrógeno sintético - abortos e câncer;
Ticlopidina - anti-coagulante – trombocitopenia;
Rexar - antibiótico - infartos do miocárdio;
Celebrex - inibidor da COX-2 – hemorragias;
Zimeldine - ativador da serotonina - Síndrome de Guillain-Barre;
Enbrel - tratamento de artrite - infecções graves;
Accolate - tratamento da asma - síndrome de Dhurg-Strauss;
Cloramphenicol - antibiótico - anemia aplástica;
Dezenas de outros medicamentos.
OUTROS
Depo-Provera – contraceptivo;
Digitalis - problemas cardíacos;
Estreptomicina – antibiótico;
Corticosteróides – antiinflamatórios;
Penicilina – antibiótico;
Furosemide (Lasix) – diurético;
Dezenas de outros medicamentos.
CÂNCER
U$ 25 bilhões de dólares investidos em pesquisa com animais desde 1971.
Desde então a incidência aumentou em 6,3%
É a segunda maior causa de morte nos EUA.
QUAIS FORAM OS MAIORES PROGRESSOS?
1ª Guerra Mundial:
Gás mostarda reduzia violentamente os glóbulos brancos dos soldados tratamento para leucemias.
Observação Clínica:
Palpação das mamas reduz mastectomias.
Estudos Epidemiológicos:
Sedentarismo, consumo de alimentos gordurosos, poluição ambiental e cigarro.
OMS:
90% dos tipos de câncer são previníveis.
POR QUÊ?
Animais humanos e não humanos são diferentes anatômica, fisiológica e metabolicamente;
Não há modelo animal “perfeito” para o homem;
CÂNCER é na verdade um termo guarda-chuva para aproximadamente 200 doenças humanas diferentes. Algumas delas podem acometer outros animais, mas com características específicas.
HIV/AIDS
Somente estudos in vitro, clínicos e epidemiológicos realmente ajudaram no combate à AIDS:
Transmissão;
A replicação do HIV é muito rápida em seres humanos;
A eficácia do AZT foi demonstrada in vitro;
A terapia HAART (coquetel) foi concebida com modelos matemáticos e a eficácia, comprovada em pacientes.
WUTZLER & THUST (Antiviral Research, v.49,p.55-74, 2001):
Muitos anti-virais análogos de nucleosídeos induzem aberrações cromossomais (in vitro), são carcinogênicos para camundongos e ratos (AZT e ddC).
Aciclovir, ganciclovir e penciclovir induzem apoptose e danos em DNA.
Não há evidências conclusivas que esses fármacos tenham causado tumores em humanos.
O uso de análogos de nucleosídeos na terapia anti-viral permanece uma alternativa eficaz e segura, justificada pela avaliação risco/benefício.
HISTÓRICO
1941 – Decreto – lei 3688 – Reforça 1934:
 Prevê a pena para a prática de crueldade com animal.
Também para utilização de animais para fins didáticos ou científicos, que realiza em lugar público ou exposto, experiência dolorosa ou cruel em animal vivo.
ABRANGENTE – Sem especificidade para ensino e pesquisa!!
1979 – 1ª tentativa – Normas didático-científica da Vivissecção:
Lei 6638 – Entrou em vigor;
Não encontrou regulamentação.
1991 – Princípios Éticos na Experimentação Animal:
COBEA – O Colégio Brasileiro de Experimentação Animal é uma Sociedade Civil, de caráter científico-cultural, sem fins lucrativos, de duração indeterminada, com sede e foro na cidade de São Paulo, constituída por pesquisadores e técnicos interessados em experimentação animal.
12 artigos norteiam condutas.
CONDUTAS
Artigo I. É primordial manter postura de respeito ao animal, como ser vivo e pela contribuição científica que ele proporciona. 
Artigo II. Ter consciência de que a sensibilidade do animal é similar à humana no que se refere a dor, memória, angústia, instinto de sobrevivência, apenas lhes sendo impostas limitações para se salvaguardar das manobras experimentais e da dor que possam causar.
Artigo III. É de responsabilidade moral do experimentador a escolha de métodos e ações de experimentação animal.
Artigo IV. É relevante considerar a importância dos estudos realizados através de experimentação animal quanto a sua contribuição a saúde humana em animal, o desenvolvimento do conhecimento e o bem da sociedade.
Artigo V. Utilizar apenas animais em bom estado de saúde.
Artigo VI. Considerar a possibilidade de desenvolvimento de métodos alternativos, como modelos matemáticos, simulações computadorizadas, sistemas biológicos “in vitro”, utilizando-se o menor número possível de espécimes animais, se caracterizada como uma alternativa plausível.
Artigo VII. Utilizar animais através de métodos que previnam desconforto, angústia e dor, considerando que determinariam os mesmos quadros em seres humanos, salvo se demonstrados, cientificamente resultados contrários. 
Artigo VIII. Desenvolver procedimentos com animais, assegurando-lhes sedação, analgesia ou anestesia quando se confinar o desencadeamento de dor e angústia, rejeitando sob qualquer argumento ou justificativa, o uso de agentes químicos e/ou físicos paralisantes e não anestésicos.
Artigo IX. Se os procedimentos experimentais determinarem dor ou angústia nos animais, após o uso da pesquisa desenvolvida, aplicar método indolor para sacrifício imediato.
Artigo X. Dispor de alojamentos que propiciem condições adequadas de saúde e conforto, conforme as necessidades das espécies animais mantidas para experimentação ou docência. 
Artigo XI. Oferecer assistência de profissional qualificado para orientar e desenvolver atividades de transportes, acomodação, alimentação e atendimento de animais.
Artigo XII. Desenvolver trabalhos de capacitação específica de pesquisadores e funcionários envolvidos nos procedimentos com animais de experimentação, salientando aspectos de trato e uso humanitário com animais de laboratório.
LEI 9.605 – CRIMES AMBIENTAIS
Crime contra a Fauna:
Ato abusivo, maus tratos, ferir ou mutilar animais silvestres, domésticos ou domesticados.
PENA: Detenção (3 meses a 1 ano) + Multa.
Experimentação Animal:
Incorre em mesma pena que realiza experiência dolosa ou cruel em animal vivo, ainda p fins didáticos ou científicos quando existirem recursos alternativos;
PENA: Aumenta 1/6 a 1/3 – morte do animal.
SITUAÇÃO ATUAL
Tramitação na Câmara dos Deputados - 8 anos;
 Única Aplicável - Crimes Ambientais;
Criação de Comissões de Ética;
Adoção de princípios Éticos (COBEA);
Educação dos profissionais.
SITUAÇÃO MUNDIAL
EUA – 70% escolas médicas não utilizam / ensino - Havard, Columbia, Stanford...
Inglaterra e Alemanha – Aboliram totalmente;
Itália – de 2000 a 2001 + de 1/3 das universidades.
Métodos alternativos:
DISCUSSÃO MUNDIAL
Pesquisadores X Sociedades Protetoras;Abolição total do uso de animais X Utilização Criteriosa – 3Rs.
3 Rs – EXPERIMENTAÇÃO ANIMAL
REPLACE
Substituição do uso de animais por métodos alternativos – teste “in vitro”, modelos matemáticos, cultura de células e ou tecidos, simulação de computador.
REDUCE
-Redução do número de pesquisas realizadas em modelos animais, redução do número de animais utilizados nas pesquisas e aumento na qualidade do tratamento estatístico.
REFINE
Refinamento das técnicas utilizadas visando minorar a dor e o sofrimento dos animais, incluindo cuidados de analgesia e assepsia nos períodos pré, trans e pós-operatórios.
CRITÉRIOS NORMATIVOS
Critérios normativos mínimos para pesquisas que usam animais:
Definir objetivos legítimos para a pesquisa em animais;
Impor limites à dor e sofrimento;
Garantir tratamento humanitário;
Avaliar previamente o projeto por um comitê independente;
Fiscalizar instalações e procedimentos;
Garantir a responsabilização pública.
COMPORTAMENTO CANINO
ORIGEM DO CÃO
Domesticação - 14 mil anos atrás (Razões ??);
Teorias:
Homem adotou filhotes de lobos e com isso a seleção natural favoreceu os menos agressivos e mais aptos a pedir comida;
Cão se domesticou sozinho, vivendo do lixo deixado pelo homem.
Seleção natural: capacidade de comer perto do ser humano (COPPINGER, 2002).
RAÇAS E APTIDÕES
1as raças surgiram com um mínimo de intervenção humana;
Ambiente teve um papel importante na formação de algumas raças;
Escolha e criação para fins específicos (caça ou guarda);
Século XIX - fundação dos 1os clubes de cães acelerou a seleção artificial e incentivou a criação de novas raças.
RAÇAS: PERGUNTAS QUE EVITAM “PROBLEMAS”
Eu quero ter um cão?
Eu posso ter um cão?
Para que serve este cachorro?
De que tamanho ele vai ficar?
Como é o meu dia a dia?
Qual é o seu temperamento?
Temperamento x Comportamento;
Para que eu quero este cachorro? 
Raças da Moda!!!
CÃES DE “COMPANHIA”
Lhasa Apso;
Lulu da Pomerânia;
Pinscher;
Poodle;
 Schnauzer;
TERRIERS
Yorkshire;
Airedale;
Scottish;
Bull;
Westie;
Jack Russel. 
CÃES DE CAÇA
Teckel;
Cocker;
Basset;
Pointer;
Labrador;
Golden Retriever;
Bloodhound;
Beagle. 
CÃES PASTORES
Border Collie;
Pastor Australiano;
Kuvasz;
Briard;
Shetland;
Collie. 
CÃES DE GUARDA
Pastor Alemão;
Dobermann;
Rottweiller;
Chow chow;
Fila Brasileiro;
Akita.
DIFERENÇAS ENTRE EDUCAÇÃO E ADESTRAMENTO
CÃES DE TRENÓ
ADESTRAMENTO PARA TRABALHO E/OU ESPORTE: PONTOS IMPORTANTES
Temperamento do filhote deve ser condizente com a função pretendida;
Observar os pais em ação pode ser uma boa pista do desempenho dos filhotes;
Respeitar sempre os limites do animal;
Respeitar seus limites como treinador;
Treinar, treinar e treinar (SEMPRE).
CARACTERÍSTICAS DO COMPORTAMENTO CANINO
“MARCAS” CANINAS
Memória primitiva – cavar, latir, uivar, rosnar, territorialismo etc.;
Lobos - vida em matilha numerosa;
Cães - nossa casa é o seu território; nossa família sua matilha;
Desenvolvimento corporal e mental – 8 até 18 meses.
FASES
Respeitar as fases do desenvolvimento físico e mental do animal:
Fase Pré-Natal;
Estágio Neonatal – nascimento até 13 dias;
Estágio Transicional – 13 a 19 dias;
Período de Socialização – 12 semanas até a maturidade sexual;
Estágio Adulto – a partir da maturidade sexual;
Cão Idoso.
DESENVOLVIMENTO PRÉ –NATAL
PONTO IMPORTANTE
O ambiente pode influenciar o comportamento antes mesmo do nascimento.
ESTÁGIO NEONATAL
NASCIMENTO E LACTAÇÃO
Comportamento materno – proteção;
Comportamento dos filhotes – sobrevivência;
Cuidados do proprietário:
Higiene do local;
Ambiência (temperatura, umidade etc.);
Alimento de boa qualidade;
Água à vontade;
Abrigo (“predadores” e barulho excessivo) – risco de IMPRINTING na mãe e nos filhotes!!!!;
Manipulação Precoce – sempre de forma segura!
PERÍODO TRANSICIONAL
13 -19 DIAS
Final da 2ª semana = fase transicional do desenvolvimento neurológico e comportamental;
Completa dependência da mãe independência relativa;
Padrões comportamentais adultos começam a surgir;
Esta fase inicia-se com a abertura dos olhos e canal auditivo.
PERÍODO DE SOCIALIZAÇÃO
19 DIAS – 12 SEMANAS
Desmame com 4 a 6 semanas;
Separação ideal = 60 dias (filhotes comendo alimento sólido);
8 a 9 semanas = atraídos pelos odores de urina e fezes; passam a “evitar” sujar o local onde dormem e se alimentam;
Fase de rápido desenvolvimento dos padrões sociais.
Importância:
Fase IMPORTANTÍSSIMA!
Acontecimentos nesta fase, irão determinar um padrão geral que afetará quase tudo na sua vida;
Ao final deste período, o cão terá formado padrões de resposta às principais influências em qualquer tipo situação.
Recapitulando
Final da Fase de Transição = o filhote já se desenvolveu de maneira suficiente para poder começar a interagir com outros indivíduos;
Durante a Fase de Socialização = o cão desenvolve ligações consigo e com outras espécies que tenha contato – ou não;
Também desenvolve habilidade de localização e ligação de local, assim como adaptação à estímulos do ambiente (criação de hábitos).
19 DIAS – 12 SEMANAS
Embora brinque sozinho, a maior parte das brincadeiras são sociais:
Mordeduras;
Latidos;
Perseguições;
Agarrões;
Montas (em especial nos machos)...
PERÍODO JUVENIL E IDADE ADULTA
CRESCIMENTO E ADOLESCÊNCIA
Definição do seu papel dentro da matilha;
Jogos e brincadeiras (dominância, agressividade simulada, cabo-de-guerra etc.);
SOCIALIZAÇÃO – evitar o efeito “bolha”.
Uma fase de descobertas:
Limites do corpo;
Limites do território;
Limites do “dono”.
3 – 12 / 18 MESES
Juvenil = se estende do final do período de socialização até a maturidade sexual (VIDE GRÁFICOS);
Capacidades de aprendizados básicas = totalmente desenvolvidas;
Aumento na exploração ambiental e de objetos.
Geralmente é a fase que se diminui as chances de novos contatos sociais;
Diminui a velocidade de aprendizagem com cerca de 4 meses, pois o anterior começa a interferir no novo (VÍCIOS);
4 a 6 meses = machos começam a demonstrar maior atração por fêmeas no cio;
Idade Adulta = inicia-se na puberdade (7 meses em machos e 6 meses para fêmeas);
Socialmente maduros = 18 meses;
Totalmente maduros = 2 anos.
MATURIDADE E VELHICE
Papéis dentro da matilha já bem definidos (OU NÃO!!!);
Agravamento de problemas instalados nas fases anteriores;
Maior dificuldade para se retirar velhas manias (principalmente manias do “DONO”);
Paz e tranquilidade.
“PROBLEMAS” COMPORTAMENTAIS
Maior fonte de problemas – falta de entendimento do comportamento básico canino.
NOÇÕES DE EDUCAÇÃO POR REFORÇO POSITIVO
PRINCÍPIOS
Cão obedece para receber algo e não para evitar “ganhar” algo;
Condicionamento;
Repetição;
Linguagem corporal;
Tom de voz;
Pulso firme SIM;
Violência NÃO;
Cães são HACKERS!!!
EQUIPAMENTOS
Brinquedos;
Petiscos;
Carinho – você deve ser o maior “petisco” do seu cão!!!
GUARDA RESPONSÁVEL
SOLUÇÕES PARA OS PROBLEMAS
Campanhas de esterilização nas grandes cidades;
Carrocinha NÃO!!!
Kit “caca”;
Campanhas de adoção;
“O seu espaço termina onde começa o do próximo”;
Entidades: Clube das Pulgas; Amigo Bicho etc.
Cães na guia e enforcador (se necessário);
Focinheiras;
Cinto de segurança;
Esclarecimento e busca de informações antes de se comprar um filhote;
Juntar os dejetos ao passear;
Placas de advertência nos muros e grades e Respeito ao próximo e ao seu animal!!!!
AQUISIÇÃO – ETAPAS IMPORTANTES
1° PASSO – DECISÃO
Principal causa de abandono é a falta de conhecimento do que se pode esperar ou do que se quer quando se cria e treina um filhote de cão. 
PERGUNTAS QUE MINIMIZAM OU EVITAM “PROBLEMAS”
Vou ter um cachorro para que?
Posso ter um cão?
Estilo de vida compatível?
Comprado ou adotado?
Quanto custa manter?
Será que posso ter a raça que eu quero?
A família está de acordo?
Tenho “espaço” e tempo?
Gosto realmente de cachorro?
CHEGADA EM CASA
Equipamentosnecessários;
Ambiente familiar – desejado ou não;
Nova matilha – nova ordem social;
Escolha do local do “cachorro”: WC; Comida e água; Cama (de preferência uma que não seja a do dono!);
Rotina ou falta dela;
Limites!!!
IMPORTANTE
Noções de saúde, treinamento e cuidados gerais são essenciais, mas, noções de comportamento são importantes para se identificar o que é esperado e o que é anormal ou indica doença.
BASES COMPORTAMENTAIS DO FELINO DOMÉSTICO
1° PASSO – DECISÃO
Principal causa de abandono é a falta de conhecimento do que se pode esperar ou do que se quer quando se cria um gato.
PERGUNTAS QUE MINIMIZAM OU EVITAM “PROBLEMAS”
Vou ter um gato para quê?
Posso ter um gato?
Estilo de vida compatível?
Comprado ou adotado?
Quanto custa manter?
Será que posso ter a raça que eu quero?
A família está de acordo?
Tenho “espaço” e tempo?
Gosto realmente de gato?
IMPORTANTE
Noções de saúde, manejo e cuidados gerais são essenciais, mas, noções de comportamento são importantes para se identificar o que é esperado e o que é anormal ou indica doença
DESENVOLVIMENTO FELINO.
Gatos passam pelos mesmos estágios de desenvolvimento dos cães, embora os períodos sejam mais curtos e de difícil definição;
O cronograma de desenvolvimento pode ser variável entre os indivíduos, com base não só em fatores genéticos, mas também em fatores maternos, ambientais (manejo e instalações) e diferenças sexuais;
5 ESTÁGIOS
Pré-natal = antes do nascimento;
Neonatal = 1ª semana de vida;
Transicional = 2ª semana de vida;
Período de Socialização = 3ª semana até 7 a 9 semanas;
Período Juvenil = termina com aproximadamente 6 a 12 meses (maturidade sexual);
Adulto = a partir da maturidade sexual.
DESENVOLVIMENTO PRÉ-NATAL
PONTO IMPORTANTE
O ambiente pode influenciar o comportamento antes mesmo do nascimento.
JOFFE 1965:
Fêmeas de ratos prenhes + estímulos estressantes (medo constante) = filhotes + reativos e emotivos;
Fêmeas emotivas = filhotes emotivos;
Distúrbios de aprendizagem associados á estresse durante último terço de gestação;
Estresse durante a prenhez = alterações no comportamento reprodutivo dos descendentes quando adultos;
Cães e gatos = provavelmente mesmos efeitos!!!
Evitar estresse, pelo menos, durante o 1/3 final de gestação;
Ambiente confortável, seguro e com contato social positivo, provavelmente facilitará o desenvolvimento emocional dos descendentes.
PERÍODO NEONATAL
1ª semana de vida;
Amamentação e sono;
Dependência total da mãe;
Filhotes buscam o calor – não conseguem regular a temperatura até cerca de 3 semanas;
Regulação completa = adulto: com 7 semanas.
PERÍODO TRANSICIONAL
2ª semana de vida;
Surgimento da locomoção e desenvolvimento sensorial:
Dentes: 2 semanas;
Olfato: presente no nascimento e totalmente maduro após 3 semanas;
Audição: presente no 5ºdia; orientação por sons com 2 semanas; = adulto com 1 mês.
Auto-higiene (boca e patas):Surge entre a 2ª e 3ª semana de vida.
Visão: Abertura dos olhos = 7 a 10 dias; Orientação visual e o acompanhamento não se desenvolvem até a 3ª semana; Desvio de obstáculos = 4 a 5 semanas; Acuidade visual completa = 3 a 4 meses de idade.
PERÍODO DE SOCIALIZAÇÃO
IMPORTANTE!
Inicia-se na 3ª semana e vai até 7 a 9 semanas;
Inter-relações com diferentes animais e pessoas;
Manipulação precoce e contínua.
FASE JUVENIL E MATURIDADE
Juvenil:
Continua até a maturidade sexual;
Fêmeas:
Maturidade sexual depende da raça, ambiente e genética;
Geralmente 5 a 9 meses de idade;
1ºciclo estral = 4 meses em alguns gatos;
Guarda responsável.
Machos:
Apesar de estarem maduros p/ espermatogênese com 5 meses, o acasalamento e a maturidade sexual não são observados até cerca de 9 a 12 meses.
LINGUAGEM CORPORAL
O corpo fala!
Quando um cachorro abana sua cauda, todo mundo entende que ele está sendo amigável (na maioria dos casos);
Quando um gato abana sua cauda - cuidado para não interpretar errado sua intenção;
O gato é um hábil comunicador através da linguagem corporal e conduta;
Algumas vezes, a linguagem corporal do seu gato pode ser tão sutil que não será notada;
A mais leve alteração na posição de seu bigode ou abano de sua cauda pode significar muitas coisas.
O QUE O GATO ESTÁ REALMENTE “PENSANDO”?
PATRULHAMENTO DO TERRITÓRIO
1. Orelhas em pé indicam curiosidade;
2. A cauda proporciona equilíbrio;
3. Bigode na medida da largura;
4. As glândulas sebáceas secretam uma substância oleosa com um odor distinto;
5. Patas plantadas no chão de maneira firme e confiante;
6. As almofadas das patas atuam como amortecedores de choque.
PRONTO PARA A AÇÃO
1. A cauda atua como um contrapeso quando o centro da gravidade se desloca para a frente;
2. Pelagem do corpo na posição assentada e lisa indica confiança;
3. Orelhas para frente mostram determinação;
4. Pupilas dilatadas indicam excitação;
5. Expressão concentrada;
6. Pernas traseiras dobradas, prontas para ação.
RELAXADO E CONTENTE
1. Cada fio do bigode é utilizado para percepção sensória;
2. O olhar direto demonstra confiança;
3. Cauda na posição relaxada, voltada para baixo;
4. Olhos oblíquos indicam contentamento;
5. Receptores olfativos;
6. Ouvidos sempre atentos.
AGRESSIVIDADE FELINA
INTRODUÇÃO
Algumas formas de agressividade fazem parte do comportamento natural do gato, como:
Agressão contra outros gatos estranhos que invadam seu território;
Uma mãe gata defendendo seus filhotes de intrusos.
GATOS NERVOSOS
Pode ser por causa genética (efeito raça); – experiência traumática anterior ou:
Gatos que até 8 semanas de vida não tiveram muito contato com humanos ou outros animais (imprinting).
AGRESSÃO CONTRA PESSOAS – MOTIVAÇÃO
Não é comum, normalmente quando ocorre é devido a:
Dor: Quando sente dor o gato não gosta de ser tocado ou incomodado.
Reação ao toque: alguns gatos arranham ou mordem a mão de quem os acaricia, porque se sentem vulneráveis quando relaxam;
Ao relaxar, surge a sensação de insegurança e medo e reagem com agressão;
Após agredir, eles pulam rápido para o chão e se lambem para se acalmar.
TRATAMENTO
Gato mais “velho” - gato mais calmo (geralmente);
Agressividade ao toque - é preciso ajudar o seu gato a se sentir mais seguro quando tocado;
Sente com ele num momento bem calmo, silencioso e sem interrupções;
Faça carinhos curtos e pare antes que ele reaja;
Recompense com comida e palavras, de forma relaxada e calma;
Nunca castigue, para não reforçar a idéia de medo e ameaça ao toque!
AGRESSIVIDADE REDIRECIONADA
Ocasionalmente - os gatos podem agir com agressividade sem razão aparente, "atacando" seus donos quando estes passam por ele ou tentam ter acesso a um parte específica da casa;
Comum em gatos “solitários”;
Gatos que vivem com outros animais geralmente não têm esse problema;
Gatos são predadores!
Felinos são máquinas de caçar perfeitas;
Mesmo doméstico - instinto de caça muito apurado;
Excelente percepção de movimento - olhos e ouvidos bem preparados para captar movimentos;
Quanto mais rápido o movimento, mais o instinto de caça é estimulado;
Comportamento “desfigurado” - fazer com que o animal gaste suas energias com brinquedos próprios para gatos, lugares para escalar, brincando de esconder petiscos para ele encontrar, etc.
ABORDAGEM – AGRESSIVIDADE ENTRE GATOS FAMILIARES
Normalmente não há problemas em se possuir mais de um gato;
Algumas dicas importantes para manter a harmonia doméstica:
Quando introduzir um gato novo em local onde já vive outro, nos primeiros dias, não os apresente logo. Deixe-os separados. Aos poucos irão percebendo que há outro animal na casa, sentirão seu cheiro e não serão pegos de surpresa;
Você pode pegar tolhas e cobertores com o cheiro do novo gato e colocar para o mais velho cheirar;
Tenha muita paciência nos primeiros dias, quando os gatos ainda estarão se conhecendo.
É mais fácil introduzir um filhote do que um gato adulto, num local onde já haja um gato adulto;
Muitas vezes o mais velho assume o papelde pai ou mãe, tomando conta do mais novo;
Cortar as unhas deles antes de apresentá-los;
Grandes amizades começam com muita agitação e pequenos desentendimentos.
Não os deixe a sós, até ter certeza de que se acostumaram um com o outro;
Se for necessário deixá-los sozinhos, deixe-os separados;
Imparcialidade – trate-os com igual atenção e carinho, evitando que sintam ciúmes;
ABORDAGEM – AGRESIVIDADE ENTRE ANIMAIS FAMILIARES
Ao contrário da crença popular, cães e gatos podem se tornar amigos, desde que se siga o mesmo processo de ajuste;
Quando começarem a se conhecer e ficar no mesmo local, ofereça comida a eles ou alguma outra “recompensa”, para que associem a presença do outro com algo bom (reforço positivo).
CASOS EXTRAS
Algumas vezes, mesmo gatos que sempre se deram bem por anos podem começar a ter problemas de relacionamento;
É preciso avaliar o que mudou na rotina deles, para encontrar e resolver o problema.
DEMARCANDO O TERRITÓRIO
Os gatos demarcam o território se apoiando no objeto que pretendem marcar e com a cauda tremendo, esguicham a urina para trás;
Não é um jato como quando estão esvaziando a bexiga;
Ele arranha os sofás e cadeiras dentro de casa para que suas marcas sejam vistas por todos; Mesmo fêmeas e machos castrados podem lançar jatos de urina.

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