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6 1 Prof./Profª Dr. Heron Gordilho BEM ESTAR ANIMAL E POSITIVISMO JURÍDICO Aula 6 2 ANTTOPOCENTRISMO MITIGADO Antropocentrismo intergeracional- fundada em argumentos éticos que apontam na direção da justiça entre as várias gerações visando assegurar a perpetuação da espécie humana com os mesmos ou superiores padrões de qualidade de vida de hoje. Antropocentrismo do bem-estar dos animais - incorpora um sentimento de bondade no relacionamento com os animais, principalmente os domésticos. 6 3 PETER SINGER 1975 – Animal Liberation Utilitarismo de Jeremy Bentham Princípios: Continuidade Histórica da Moralidade. Igual Consideração de Interesses Capacidade de sofrimento (senciencia) - condição necessária para um ser possuir interesse. 6 4 Reivindica a inclusão da natureza e dos animais em nosso círculo de moralidade. Muitas vezes temos deveres morais indiretos de respeito aos elementos naturais, mesmo contra nossos interesses. ANTROPOCENTRISMO ALARGADO/LIBERTAÇÃO ANIMAL 6 5 UTILITARISMO Existência de um único valor intrínseco, o prazer, e um único desvalor intrínseco, a dor, de modo que a relação custo/benefício de cada ação ou julgamento deve resultar sempre na maior quantidade de prazer possível em relação à dor ( Jeremy Bentham) 6 6 BETHAM (1789) “Chegará o dia em que o restante da criação animal venha a adquirir os direitos que nunca poderiam ter sido negados aos animais, a não ser pela mão da tirania. Os franceses já descobriram que a cor negra da pele não é razão para que um ser humano seja irremediavelmente abandonado aos caprichos do torturador. Haverá o dia que se reconheça que o número de pernas, a vilosidade da pele ou a terminação do osso sacro são razões igualmente insuficientes para abandonar um ser senciente ao mesmo destino. O que mais deveria traçar a linha instransponível? A faculdade da razão, ou, talvez, a capacidade do discurso? Mas um cavalo ou um cão adultos são incomparavelmente mais racionais e comunicativos de que um bebê de um dia, uma semana, ou até mesmo de um mês. Supondo, porém, que as coisas não fossem assim, que importância teria tal fato? A questão não é: eles podem raciocinar?, nem, eles podem falar?, mas, sim: eles podem sofrer?” 6 7 UTILITARISMO DE AÇÃO V UTILITARISMO DE REGRA No utilitarismo de ação o valor de uma ação deve ser julgado pelas conseqüências; O utilitarismo de regra não se importa muito com o resultado da ação, mas com as conseqüências positivas ou negativas da regra que a fundamenta, uma vez que ela deve ser obedecida por todos em iguais circunstâncias. 6 8 SENCIÊNCIA Muitas espécies – mormente os vertebrados, que são sencientes, isto é, dotados da capacidade de sofrer e de experimentar a felicidade – têm pelo menos o interesse de não sofrer 6 9 PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE HISTÓRICA Inclusão dos animais não humanos em nossa comunidade moral é uma questão de continuidade histórica, pois seus fundamentos são idênticos aos utilizados por outros movimentos de emancipação, como a luta pelos direitos civis dos negros e das mulheres 6 10 Reivindica a inclusão da natureza e dos animais em nosso círculo de moralidade. Muitas vezes temos deveres morais indiretos de respeito aos elementos naturais, mesmo contra nossos interesses. LIBERTAÇÃO ANIMAL 6 11 Singer defende a inclusão dos animais sencientes em nossa esfera de consideração moral sob o argumento de que não devemos lutar apenas pelos interesses humanos, mas também buscar a redução da quantidade total de sofrimento como um todo, aumentando, por conseguinte a quantidade do bem-estar geral do mundo LIBERTAÇÃO ANIMAL 6 12 BENESTARISMO ANIMAL Desde que os animais sejam mortos de uma forma que respeite seu interesse de não sentir dor, não há nada de errado em matar um animal para alimentar-se de sua carne 6 13 POSITIVISMO E MUDANÇA LEGISLATIVA 6 14 Allgemeines bürgerliches Gesetzbuch – ABGB - Art. 285a :Os animais não são coisas; eles são protegidos por leis especiais. BGB “ a eles se aplicam as normas vigentes para coisas, no que couber, salvo disposição em contrário” CÓDIGO CIVIL AUSTRÍACO 1988 6 15 Os animais não são coisas; eles são protegidos por leis especiais. A eles se aplicam as normas vigentes para coisas, no que couber, salvo disposição em contrário” CÓDIGO CIVIL ALEMÃO BGB 1990 6 16 641a, inciso II - Os animais não são coisas. 2. Salvo disposições contrárias, as disposições que se aplicam às coisas são também válidas para os animais. CÓDIGO CIVIL SUIÇO 2003 6 17 Artigo 2a 1. Animais não são coisas. 2. As disposições relativas às coisas são aplicáveis aos animais, com a devida observância das limitações, obrigações e princípios legais decorrentes de normas estatutários e não escritas, bem como da ordem pública e dos bons costumes CÓDIGO CIVIL HOLANDÊS 2011 6 18 Os animais são seres vivos sencientes. Exceto pela reserva de leis específicas que os protegem, os animais estão sujeitos ao regime de propriedade. CÓDIGO CIVIL FRANCES 2015 Lei 2015-177 6 19 «Art 201.º-B - Os animais são seres vivos dotados de sensibilidade e objeto de proteção jurídica em virtude da sua natureza. Art 201.º-C - A proteção jurídica dos animais opera por via das disposições do presente código e de legislação especial. Art 201.º-D - Na ausência de lei especial, são aplicáveis subsidiariamente aos animais as disposições relativas às coisas, desde que não sejam incompatíveis com a sua natureza. CÓDIGO CIVIL PORTUGUÊS 2016 6 20 Em 12 de dezembro de 2017, a Câmara Baixa do Parlamento espanhol aprovou, por unanimidade, mudanças em seu Código Civil, para que os animais sejam reconhecidos como seres vivos CÓDIGO CIVIL ESPANHOL 2017 6 21 Art 3º - os animais domésticos e silvestres possuem natureza jurídica sui generis, sendo sujeitos de direitos despersonificados, dos quais podem gozar e obter a tutela jurisdicional em caso de violação, sendo vedado o seu tratamento como coisa”. PL 6.799/2013 (Isnar) 6 22 Art. 2º-A. Os animais gozam de personalidade jurídica sui generis que os tornam sujeitos de direitos fundamentais em reconhecimento a sua condição de seres sencientes. Par único: São considerados direitos fundamentais a alimentação, a integridade física, a liberdade, dentre outros necessários à sobrevivência digna do animal”. PL 7.991/2014 (Padilha) 6 23 os animais não são mais classificados como coisas, mas enquadrados na categoria de bens móveis, ressalvado o disposto na legislação especial. PL 351/2015 (Anastasia)
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