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Crimes contra a Administração pública

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CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Para iniciarmos o trabalho, vamos fazer uma pequena explanação sobre o que é funcionário público.
FUNCIONÁRIO PÚBLICO
CONCEITO GERAL
“Considera-se funcionário público, todas as pessoas vinculadas ou não ao estado, que prestam serviço ao mesmo, de forma permanente ou ocasional, assalariado ou não. ”
“Equipara-se a funcionário público quem exerce cargo, emprego ou função em entidade paraestatal.”
CONCEITO PENAL
Para efeitos penais, conceituaremos a seguir o que é funcionário público, pois, aqui será diferente do que lhe conceitua o direito administrativo.
“Para o código penal, é funcionário público quem, embora transitoriamente ou sem remuneração, exerce cargo, emprego ou função pública. Para a caracterização, portanto, é desnecessária a permanência ou remuneração pelo estado.Além de cargo ou emprego, a lei penal menciona função pública,com o que quis deixar claro que basta o simples exercício de uma função pública para caracterizar, para os efeitos penais, o funcionário público.Assim, ainda que a pessoa não seja empregada nem tenha cargo no Estado, ela estará incluída no conceito penal de funcionário público, desde que exerça, de algum modo, função pública.“
CRIME PRÓPRIO
O crime praticado por funcionário público é próprio, porque só o funcionário público irá praticá-lo. Não sendo funcionário público, o crime praticado por particular, caracterizará crime comum.
TÍTULO XI
DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
CAPÍTULO I
DOS CRIMES PRATICADOS POR FUNCIONÁRIO PÚBLICO CONTRA A ADMINISTRRAÇÃO EM GERAL
PECULATO
Art. 312. Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, público ou particular, de que tem a posse em ração do cargo ou desviá-lo em proveito próprio ou alheio:
Pena – reclusão de dois a doze anos, e multa.
§1º aplica-se a mesma pena, se o funcionário público , embora não tenha a posse do dinheiro, valor ou bem, o subtrai, ou concorre para que seja subtraído em, proveito próprio ou alheio, valendo-se de facilidade que lhe proporciona a qualidade de funcionário.
PECULATO CULPOSO
§2º Se o funcionário concorre culposamente para o crime de outrem:
Pena – Detenção, de três meses a um ano.
			CASO DE EXTINÇÃO DE PUNIBILIDADE
§3º No caso do parágrafo anterior (se o funcionário cocorre culposamente para o crime de outrem), e a reparação do dano, se precede à sentença irrecorrível, extingue a punibilidade; se lhe é posterior, reduz de metade a pena imposta.
OBSERVAÇÃO:
O caput do art. 312 contém duas modalidades de peculato:
Peculato-apropriação: (1ª parte) apropriar-se o funcionário público de dinheiro,
Peculato-desvio: (2ª parte) ou desviá-lo em proveito próprio ou alheio.
PECULATO FURTO – está descrito no §1º;
PECULATO CULPOSO- está descrito no §2º ;
§3º Cuida-se tão somente a extinção da punibilidade pela reparação do dano.
Pode ser dinheiro, valor (títulos, apólices, ações,etc.) ou qualquer outro bem móvel.
É indiferente que o objeto material seja público ou particular, mas imprescindível que o agente, em razão do cargo tenha a posse dele;
A intenção de restituir não descaracteriza.
Na modalidade peculato-desvio ou peculato-apropriação, existe a figura do dolo, vontade livre e consciente de desviar ou apropriar-se.
No peculato culposo, a figura é a culpa, como diz o parágrafo.
CONCUSSÃO
Art. 316. Exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida.
ESCESSO DE EXALAÇÃO: §1º e 2º
OBSERVAÇÃO:
O núcleo previsto é EXIGIR, que tem o sentido de reclamar, demandar, impor, ordenar.A exigência deve ser para si (o agente) ou para outrem (terceira pessoa). 
 Forma direta (pelo próprio agente) ;
Forma indiretamente (por meio de pessoa interposta);
A exigência pode ser implícita ou explícita;
É indispensável que o funcionário faça a exigência em razão da função pública, ainda que fora da função ou antes de assumi-la;
A vantagem é indevida, considerando-se como tal, a vantagem ilícita, imediata ou futura, de natureza econômica ou patrimonial:
A vantagem deve beneficiar o próprio agente ou terceira pessoa.Caso a administração pública seja a beneficiada, o crime será outro, de excesso de exalação;
Note-se que a ação incriminadora é exigir e não receber. Assim a exigência consuma o crime o recebimento da vantagem exigida é mero exaurimento;
Consumação: Com a efetiva exigência, independentemente do recebimento da vantagem (crime formal).
Aparece a figura do dolo (vontade livre e consciente);
Figura qualificada- Parágrafo 2º.
CORRUPÇÃO PASSIVA
Art. 317. solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou aceitar promessa de tal vantagem:
Pena – Reclusão, de um a oito anos, e multa	.
§1º A pena é aumentada de um terço se, em conseqüência da vantagem ou promessa, o funcionário retarda ou deixa de praticar qualquer ato de ofício ou o pratica infringindo dever funcional.
§2º se o funcionário pratica, deixa de praticar ou retarda ato de ofício, com infração de dever funcional cedendo a pedido ou influência de outrem.
Pena – Detenção, de três meses a um ano, ou multa.
OBSERVAÇÃO:
Só o funcionário público (crime próprio), ainda que fora da função pública ou antes de assumi-la, pratica o crime em razão da função;
São três as ações previstas: solicitar (pedir); receber (aceitar); aceitar promessa (anuir,concordar com a proposta);
Pode ser solicitada direta ou indiretamente;
A solicitação, recebimento ou aceitação deve ser para a prática ou omissão de ato inerente a sua função.
Tipo subjetivo: O dolo
Consumação: Com a efetiva solicitação, recebimento ou aceitação;
Figura qualificada: se retarda ato de ofício, deixa de praticar qualquer ato de ofício (omite) ou pratica infringindo dever funcional (§1º);
 Pena - a do caput é aumentada de um terço.
Figura privilegiada: (§2º). O funcionário pratica, deixa de praticar ou retarda ato de ofício, faz atendendo pedido ou influência de outrem (não visa vantagem direta);
Pena – É alternativa; detenção, de três meses a um ano, ou multa.
CORRUPÇÃO ATIVA
Art.333. Oferecer ou promover vantagem indevida a funcionário público, para determiná-lo a praticar, omitir ou retardar ato de ofício.
Pena – Reclusão, de um a oito anos, e multa.
Parágrafo único. A pena é aumentada de um terço, se, em razão da vantagem ou da promessa, o funcionário retarda ou omite ato de ofício, ou pratica infringindo dever funcional. (Figura qualificada).
OBSERVAÇÃO:
Sujeito ativo – Qualquer pessoa;
As ações são: Oferecer, que tem o sentido de por a disposição, apresentar para que seja aceito; prometer, significa obrigar-se, comprometer-se, garantir dar alguma coisa.O objeto material é vantagem indevida;
Objeto material - É vantagem indevida;
O oferecimento ou promessa deve ser a funcionário público direta ou indiretamente, para determiná-lo a praticar, omitir ou retardar fato de ofício;
O ato que o agente visa pode ser legal ou ilegal, irregular ou não;
Note-se que não caracteriza o crime o oferecimento posterior à ação ou omissão, sem anterior promessa, pois, o crime é dar para que se faça ou omita e não dar porque se fez ou omitiu;
Também não haverá crime se o agente oferece ou promete a vantagem para livrar-se de ato ilegal do funcionário ou para que este pratique ato que não é de sua competência.
Tipo subjetivo – Dolo;
Consumação – Quando o oferecimento ou promessa chega ao conhecimento do funcionário, ainda que ele o recuse. É crime formal ou de mera conduta, que se consuma mesmo que o funcionário rechace o suborno.
PREVARICAÇÃO
Art. 319. Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício, ou praticá-lo contra disposição expressa em lei, para satisfazer interesse ousentimento pessoal:
Pena – Detenção, de três meses a um ano, e multa.
OBSERVAÇÃO:
Só funcionário público comete (crime próprio);
Modalidades previstas: retardar, indevidamente, atrasa praticando ato em tempo útil ou excedendo os prazos legais; deixa de praticar, indevidamente ato de ofício; pratica contra disposição expressa em lei;
O funcionário pratica o ato, embora haja expresso mandamento legal em contrário;
Na prevaricação, a conduta é para satisfazer interesse próprio ou sentimento pessoal (de natureza material ou moral), finalidade que marca o dispositivo e o diferencia de outros delitos contra a administração pública.
Na corrupção passiva privilegiada, ele sede a pedido ou influência de outrem.
Consumação – Com o efetivo retardamento, omissão ou prática;
Figura qualificada – No caso de ocupante de cargo em comissão, função de direção ou assessoramento.(vide §2º do art. 327 do CP).
RESISTÊNCIA
Art. 329. Opor-se a execução de ato legal, mediante violência ou ameaça a funcionário competente para executá-lo ou a quem lhe esteja prestando auxílio:
Pena - Detenção, de dois meses a dois anos.
§1º Se o ato, em razão da resistência, não se executa:
Pena – reclusão, de um a três anos.
§2º As penas deste artigo são aplicáveis sem prejuízo das correspondentes à violência.
OBSERVAÇÃO:
SÃO PRESSUPOSTOS DOS DELITOS:
 1- Ato legal- A ilegalidade do ato do funcionário público torna legítima a resistência e afasta a tipicidade do comportamento;
2- Funcionário competente- O executor do ato tem que ter efetiva competência funcional. Essa qualidade estende-se ao particular que o assiste, em sua presença;
O núcleo é opor-se o mesmo que resistir;
O agente resiste à execução de ato ilegal, isto é, ato que está executado no momento. Para a configuração do delito é necessário que a oposição seja mediante violência ou ameaça a funcionário (ou quem lhe esteja prestando auxílio);
Não caracteriza a resistência passiva, a simples desobediência, Simples impropérios não caracteriza;
Figura qualificada: O parágrafo 1º.(se o ato em razão da resistência não se executa).
DESOBEDIÊNCIA
Art. 330. Desobedecer a ordem legal de funcionário público
Pena – Detenção de quinze dias a seis meses, e multa.
Conduta: desobedecer a ordem legal a funcionário público;
Trata-se de ordem e não de um pedido ou solicitação, tem que ser a ordem para fazer ou deixar de fazer alguma coisa.
A ordem tem que ser direta e expressamente ao agente;
A ordem pode até ser injusta, mas não pode ser ilegal;
A ordem é de funcionário público, tem que ter competência funcional.
DESACATO
Art.331 desacatar funcionário público no exercício da função ou em razão dela.
Pena –Detenção, de seis meses a dois anos, ou multa.
OBSERVAÇÃO
Desacatar traz o sentido de ofender, menosprezar, humilhar...;
Pode ser palavras injuriosas, difamatórias ou caluniosas, vias de fato, agressão física, ameaças, gestos obscenos etc.;
É indispensável que o desacato seja contra funcionário público, no exercício da função, dentro o fora da sede ou da repartição;
Tem que ser praticado na presença do funcionário ou, ao menos, de forma que este tome conhecimento direto da ofensa;
Não haverá crime se o funcionário deu causa ao desacato, será retorsão ou justa repulsa.
Tipo subjetivo: É o dolo, consciente na vontade livre e consciente de proferir palavra ou praticar ato injusto. Predomina o entendimento que a exalação(ou cólera) e a embriaguez excluem o elemento subjetivo.Na doutrina tradicional é o “dolo específico”.Inexiste forma culposa.
DÚVIDAS DURANTE A REALIZÃO DO TRABALHO
1- Entender a diferença nítida da concussão e da corrupção passiva, pois, a conduta está no verbo solicitar, receber ou aceitar (corrupção passiva) e no verbo exigir (concussão). 
2- Outro ponto de dificuldade para caracterizar o fato, esta na conduta entre prevaricação (satisfazer interesse ou sentimento pessoal), enquanto na corrupção passiva privilegiada a conduta (ceder a pedido ou pedido de outrem).
3- encontrar conceito esclarecedor de funcionário público, não o conceito penal que foi mais fácil.

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