Buscar

Introdução ao Estudo da Economia

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 30 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 30 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 30 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA ECONOMIA
Apresentação.
	Entre as muitas formas de estudarmos a sociedade, uma procura observar como as pessoas agem individual e coletivamente, para se suprirem dos bens que atendam suas necessidades. Esse é o mundo da economia. Nele, a primeira constatação é a de que os bens são sempre insuficientes para atender nossas necessidades. As necessidades humanas são permanentes e os fins que perseguimos dependem sempre de bens que estão fora de nós mesmos. O “eu” e o “nós”, ou seja, o sujeito individual e o coletivo retiram do ambiente os fatores que os tornam íntegros em relação a si mesmos e os impelem para os misteriosos desígnios dos fins humanos.
	Na medida em que a necessidade é uma constante da condição humana, tudo indica que somos “iguais”. Mas, à medida em que as diferenças biogenéticas, pessoais, grupais, comunitárias e nacionais nos fazem “eus” e “nós” diversamente dotados de bens, passamos a ser “diferentes” em nossas necessidades (e em nossas relações sociais). Esse o crucial problema de nossa época. Crucial, não porque só agora existam diferenças na acumulação de recursos em torno de indivíduos, grupos ou classes sociais (e, em perspectiva mundial, em torno das nações) mas porque nossa época se “conscientizou” (para julgar o jargão em voga) de que a distribuição de bens (e consequentemente de recursos) anda muito injusta para ser aceita com razoável naturalidade. A moderna tecnologia cibernetizada (e portanto automatizada, auto-reprodutora, retroalimentadora, etc) amplia o fosso entre os que tem “muito” e os que tem “muito pouco”. É assim que os recursos vão se acumulando de um lado e a falta de recursos de outro. É preciso agirmos com rapidez, corrigindo excessivas acumulações de recursos e/ou de necessidades. 
	Numa sociedade como a brasileira em que os vergonhosos indicadores sociais não encontram nenhuma justificativa frente ao invejável potencial econômico do País, o fosso entre abastados e miseráveis torna-se ainda mais visível. Isto nos desacredita além fronteiras e nos coloca na condição de “interlocutores menores” nas discussões internacionais. Uma nação que não avança na resolução de suas desigualdades sociais internas logicamente não consegue exprimir confiabilidade e credibilidade ao posicionar-se frente às pendências análogas externas. 
	Esse trabalho, despretencioso em termos de profundidade analítica, é uma coletânea de textos, conceitos e manifestações didáticas de vários autores da literatura econômica, notadamente os mais conhecidos e adotados em nossos cursos de Introdução à Economia, e tem como único objetivo “facilitar” a compreensão dos conteúdos básicos dessa disciplina. Trata-se, portanto, de um trabalho de pesquisa bibliográfica sem pretensão de originalidade ou ineditismo. Bom proveito.
O que é “uma economia”
	Às vezes falamos da “economia brasileira” ou “mexicana” ou “européia”, etc. O que isso quer dizer? – Referimo-nos a um conjunto de mercados, inter-relacionados entre si – incluídos os mercados de trabalho, de bens de capital, de ativos financeiros etc. – organizados de forma livre, centralizada, planificada ou mista. Incluem-se também atividades alheias ao mercado, como as administrações públicas, as instituições sem fim lucrativo (hospitais, escolas, instituições de beneficência) e, evidentemente, as unidades elementares (famílias e empresas), com frequência associadas (sindicatos, associações patronais etc.).
 O Conceito de Economia
A expressão Economia tem origem nas palavras gregas oikos, que significa: casa, fortuna, riqueza, etc. e nomos que pode ser traduzida por: lei, regra, administração, etc. Não é por outra razão que Santo Tomás de Aquino (1227-1274) um dos maiores gênios da idade média e o maior filósofo da Igreja, dizia que ecônomos eram aqueles que administravam os bens, as rendas e as despesas da casa ou do lar. Ainda hoje encontramos pessoas encarregadas da administração de certos estabelecimentos da Igreja, isto é, os ecônomos dos colégios e conventos religiosos.
	A complexa teia das relações sociais e a multiplicidade dos fatores condicionantes da atividade econômica dificultam, de certa forma, a formulação de uma definição abrangente para a economia. Além disso, a economia é fortemente influenciada por diferentes concepções político-ideológicas, algumas até conflitantes entre si. Consequentemente, cada corrente de pensamento econômico enxerga a realidade sob ângulos diferenciados, a partir dos quais elabora suas concepções, estabelece seus conceitos e formata seus modelos. Ressalte-se, ainda, que ao longo do tempo as instituições econômicas e as concepções político-ideológicas se modificam aumentando a complexidade do processo econômico. Surgem daí novas preocupações e, em decorrência, o conceito de economia evolui adaptando-se às novas interpretações da realidade.
 Até o ano de 1615, esta área do conhecimento era intitulada simplesmente de Economia, nome ainda preferido pela maioria dos estudiosos dessa ciência. Foi o mercantilista francês Antoine de Montcherétien (1576-1621) que acrescentou a palavra Política à expressão Economia, em seu célebre livro Traité d’Economie Politique, no qual afirmou que -“a ciência da aquisição da riqueza é comum ao estado e à família”. Da Antiguidade ao Renascimento, as questões econômicas de maior relevância eram os sistemas da posse territorial, a servidão, a arrecadação de tributos, a organização das primeiras corporações (dos artificia e das fraternitates), a concessão de mercados, o comércio inter-regional, a cunhagem e o emprego de moedas. Até chegar ao tratado de Montcherétien cada uma dessas questões era tratada sob os ângulos da política, da filosofia e do direito canônico.
As dimensões da economia, enquanto ramo do conhecimento, só se alargaram com a maior complexidade assumida pelas questões econômicas, após o Renascimento, com o desenvolvimento dos novos Estados-nações mercantilistas (Espanha, Portugal, Inglaterra, França e Alemanha). Nesse período, os pensadores pós-renascentistas definiam a economia como ramo do conhecimento essencialmente voltado para a administração do Estado, sob o objetivo central de promover seu fortalecimento. Justificava-se, assim, a adjetivação – economia política.
No século XVIII, novas concepções se desenvolveram. A preocupação central já não era com o fortalecimento do Estado, mas com a riqueza das nações. Duas importantes obras foram publicadas e, com elas, abriu-se uma nova era no estudo da economia: a era clássica. A primeira foi Tableau économique, de François Quesnay, publicada em 1758. A Segunda, An inquiry into the nature and causes of the wealth of nations, de Adam Smith, publicada em 1776. 
Quesnay fundamentou seu pensamento em levantamentos quantitativos. Seu interesse, porém, ia além da quantificação. Ele queria demonstrar como se formava a riqueza e como ela se distribuia entre as classes sociais. 
Smith fundamentou-se em axiomas filosóficos. Contudo, a riqueza das nações não foi o objeto de suas primeiras preocupações acadêmicas. Já em 1759, através de seu livro Theory of moral sentiments, os sentimentos morais, as paixões originais da natureza humana, a busca da aprovação social e as razões maiores da acumulação e da conservação da fortuna material alicerçaram os pressupostos de sua descrição da ordem econômica, fundamentada nas leis que regem a formação, a acumulação, a distribuição e o consumo da riqueza. Esse polinômio foi a base do conceito clássico de economia. A maior parte dos economistas clássicos, que viveram na transição dos séculos XVIII e XIX, definiram a economia partindo destes quatro fluxos.
A ênfase no processo de acumulação capitalista e nos mecanismos de repartição dos esforços sociais de produção desaguou na proposta socialista. O binômio produção-distribuição (entendendo-se distribuição no sentido de processo repartitivo ou, mais simplesmente, como repartição) é a base a partir da qual a perspectiva socialista construiu sua concepção sobre a matéria de que seocupa a economia. Os pontos básicos dessa perspectiva foram assim fixados por Oskar Lange (In: Moderna economia política):
As necessidades econômicas dos homens, embora primitivamente originadas das biológicas, são um produto da vida social em comum, e dependem, assim, do grau de desenvolvimento da sociedade humana;
A atividade que consiste em adaptar os recursos e as forças da natureza com a finalidade de satisfazer às necessidades humanas é designada pelo termo Produção. Trata-se de uma atividade consciente e intencional, fundamentada no Trabalho;
A produção é um ato social que envolve divisão do trabalho. O trabalho de um homem é apenas uma parte do trabalho social (trabalho combinado e associado de todos os membros da sociedade) cujo produto é representado pelos bens que servem, direta ou indiretamente, para satisfazer às necessidades humanas;
A realização completa desse processo social inclui, por fim, a distribuição ou repartição do produto social do trabalho. A repartição reveste-se também de caráter social. É, por sua natureza, um ato social, que assume diferentes formas, de acordo com os graus de desenvolvimento da sociedade. Karl Marx (In: Introdução à crítica da economia política) acentuou que “as relações e os modos de distribuição aparecem simplesmente como o anverso da produção. A estrutura da distribuição é determinada pela estrutura de produção”.
Conclusivamente: enquanto as relações de produção dependem do nível histórico das forças produtivas, isto é, da atuação social do homem no trato com a natureza, as relações de distribuição dependem das relações de produção. A maneira como se opera a distribuição dos produtos na sociedade é determinada pela maneira como os homens participam do processo de produção. 
Os neoclássicos sintetizaram os temas cruciais da economia em um novo trinômio: riqueza -pobreza - bem-estar, e anteciparam os fundamentos da conduta econômica do homem: a escassez de recursos diante de necessidades ilimitáveis. Os pontos fundamentais da abordagem neoclássica
sintetizados por Marshall (In: Principles of economics) foram os seguintes: 
As necessidades e os desejos humanos são de várias espécies. À medida em que o homem vai progredindo, essas necessidades crescem e se diversificam ao mesmo tempo em que surgem novos métodos capazes de satisfazê-las;
As mudanças nos estágios culturais das sociedades organizadas implicam maior quantidade e diversidade de utilidades econômicas (o que se denomina de bens);
A economia diz respeito, principalmente, aos motivos que afetam a condução do homem no trato com as questões que interferem em sua riqueza e nas condições materiais de seu bem-estar.
Aparentemente menos influenciada por sistemas ideológicos, uma tentativa mais recente (e também mais atraente) de caracterizar os fatos econômicos e de delimitar com maior nitidez os aspectos econômicos da vida social foi empreendida na primeira metade dos anos 30, em um ensaio de Lionel Robbins sobre a natureza e o significado da economia (An essay on the nature and significance of economic analisys)
A sistematização de Robbins não partiu, como a maior parte das que a antecederam, de categorias convencionais de fatos econômicos, como produção, distribuição, dispêndio, acumulação, riqueza e bem-estar. Os pontos em que se fixou foram os seguintes:
Multiplicidade de fins. Independentemente de sua classificação como econômicos ou não econômicos, são múltiplos os fins que a atividade humana procura alcançar;
Priorização de fins possíveis. Além de múltiplos, os fins possíveis, almejados pelo homem, tem importância diversa e podem ser classificados por ordem de prioridade, embora esta varie no tempo e no espaço e, respeitada a individualidade de cada um, possa também variar de indivíduo para indivíduo.
Limitação de meios. Os meios para alcançar a multiplicidade dos fins possíveis são limitados.
Emprego alternativo dos meios. Os meios têm usos alternativos e, por isso mesmo, podem ser mobilizados para os mais diversos fins.
Desta sistematização resultou um conceito de economia essencialmente vinculado ao fato econômico (escolha entre fins possíveis e meios escassos aplicáveis a usos alternativos). Robbins assim se manifestou: ”A economia é a ciência que estuda as formas de comportamento humano resultantes da relação existente entre as ilimitadas necessidades a satisfazer e os recursos que, embora escassos, se prestam a usos alternativos”.
Esse conjunto de elementos conceituais (meios escassos, fins alternativos e ilimitáveis, escolha e alocação) está presente na maior parte das recentes definições de economia. Vejamos algumas dessas definições:
- A economia é o estudo da organização social através da qual os homens satisfazem suas necessidades de bens e serviços escassos. (Umbreit, Hunt e Kinter)
- A economia é á ciência voltada para a administração dos escassos recursos das sociedades humanas: ela estuda as formas assumidas pelo comportamento humano na disposição onerosa do mundo exterior, decorrente da tensão entre desejos ilimitáveis e meios limitados.(Barre)
- Escolher a melhor forma de empregar recursos escassos para obter benefícios máximos: este é o problema básico de todas as sociedades economicamente organizadas. (Horsman)
- Economia é o estudo de como os homens e a sociedade decidem, com ou sem a utilização do dinheiro, empregar recursos produtivos escassos, que poderiam ter aplicações alternativas, para produzir diversas mercadorias ao longo do tempo e distribuí-las para consumo, agora e no futuro, entre diversas pessoas e grupos da sociedade. Ela analisa os custos e os benefícios da melhoria das configurações de alocação de recursos. (Paul Samuelson)
- Economia é a ciência social que se ocupa da administração de recursos escassos, assegurando a sua plena utilização e distribuição entre os seus possíveis usos para a satisfação de diferentes necessidades. (Tibor Scitovsky)
- Economia é a ciência que trata dos fenômenos sociais, decorrentes das atividades humanas na obtenção e dispêndio da riqueza. (Albert Meyers)
- Economia é a ciência que estuda como as pessoas escolhem entre usos alternativos para seus recursos escassos. (Walter Wessels)
- Economia é a ciência social que estuda como os indivíduos e as organizações na sociedade se empenham na produção, troca e consumo de bens e serviços; ou o estudo da alocação de recursos escassos para a satisfação das necessidades humanas. (Dominick Salvatore)
A Economia como Ciência Social
As ciências sociais ocupam-se dos diferentes aspectos do comportamento humano. Podem ser também caracterizadas como ciências do comportamento ou, alternativamente, como ciências humanas. Compreendem áreas distintas, à medida que se possam diferenciar, por sua natureza, os
diferentes aspectos da ação do homem com os quais cada uma delas se envolvem. Assim, a Sociologia ocupa-se das relações sociais e da organização estrutural da sociedade; a Ciência Política trata das relações entre a nação e o estado, das formas de governo e da condução dos negócios públicos; a Psicologia ocupa-se do comportamento do homem, de suas motivações, valores e estímulos; ao Direito cabe fixar, com a precisão ditada pelos usos, costumes e valores da sociedade, as normas que regularão os direitos e as obrigações individuais e sociais; etc. À Economia, que, como as demais áreas, abrange apenas uma fração das ciências sociais, compete o estudo da ação econômica do homem, envolvendo essencialmente o processo de produção, a geração e a apropriação da renda, o dispêndio e a acumulação.
A questão do método em economia
A palavra “Método” é de origem grega, significando procura, busca, pesquisa; sendo formada de metá (= por meio de , através de) e hódos (= caminho). Logo, seu sentido etimológico é de “caminho por meio do qual se descobre algo). O método pode ser definido, portanto, como “um conjunto adequado de meios e de processos utilizados na busca de alguma coisa”. É por isso que ele se opõe ao “acaso”,porque a pesquisa, por ele orientada, se faz de acordo com regras que são preestabelecidas. Não é por outro motivo que a Metodologia constitui uma parte da Lógica, dedicada que é ao estudo das formas particulares e práticas do pensamento.
	No estudo da economia, e construção de sua teoria, utiliza-se os mesmos métodos de raciocínio empregados em outras ciências. Basicamente, são dois os métodos de investigação científica: o dedutivo e o indutivo.
	O Método Dedutivo procura estabelecer uma série de pressupostos gerais, porém lógicos e coerentes entre si, a respeito do seu objeto de estudo para, a partir desses pressupostos gerais, chegar-se ao estudo do fato isolado, do detalhe. Em outras palavras, essa forma de investigação parte do geral para o particular.
	O Método Indutivo segue o caminho inverso, já que parte da observação direta de aspectos isolados da realidade. Uma vez compreendidos esses aspectos, e a partir do conhecimento fornecido por essas observações, procura-se estabelecer os princípios gerais que regem a matéria em estudo. Este método parte do particular para o geral.
	Apesar da diferença fundamental entre os dois métodos, eles não se excluem e podem ser usados simultaneamente pelo cientista nas diferentes fases do seu processo de investigação. Foi o que aconteceu com a teoria econômica. Os economistas clássicos ingleses do século XVIII usavam o método dedutivo em seu trabalho. É fácil imaginar a razão dessa escolha. Sendo a sociedade um corpo complexo, a utilização do método indutivo exigiria registros sistemáticos do comportamento dos agentes econômicos estatisticamente confiáveis, o que não era possível na época. Entretanto, a partir do final do século passado, foram introduzidas novas técnicas para a elaboração da teoria econômica. A razoável disponibilidade de dados numéricos sobre as atividades econômicas estimulou o uso da matemática e da estatística por parte dos economistas. Com isto, surgiu a Econometria, que é um método de investigação que visa, basicamente, confrontar a teoria econômica com a realidade através da análise de dados numéricos, para, com isso, reformular a teoria econômica quando os dados a desmentirem. Além disso, a econometria tem como objetivos formular hipóteses sobre o comportamento da realidade e estimular valores referentes aos agregados econômicos. A econometria, portanto, é um método dedutivo por excelência.
A divisão da Economia
A divisão da economia não é ponto pacífico entre os autores. A importância desse estudo justifica-se mais como uma forma de sistematização da análise econômica, em constante processo de evolução. 
Em 1821, o historiador, economista e filósofo inglês James Mill (1773-1836) propôs a divisão da economia em quatro partes: Produção, Repartição (ou Distribuição), Circulação (ou Troca) e Consumo. Jean Baptiste Say (1768-1832) um dos mais notáveis mestres da era clássica, assim definiu a economia em seu Traité d’economie politique, publicado em 1803: -“A economia política torna conhecida a natureza da riqueza; desse conhecimento de sua natureza deduz os meios de sua formação, revela a ordem de sua distribuição e examina os fenômenos envolvidos em sua distribuição, praticada através do consumo.” Atribui-se portanto a Say a divisão da economia em três partes: Produção, Repartição (na qual se inclui a Circulação) e Consumo.
De acordo com a classificação moderna, atualmente em voga, proposta pelo economista inglês J. R. Hicks, (in: Introdução ao Estudo da Economia) a economia divide-se em três partes: a Teoria Econômica, a Estatística Econômica e a Economia Aplicada.
	A Teoria Econômica subdivide-se em Macroeconomia e Microeconomia. A Macroeconomia estuda o nível agregado da atividade econômica, como o nível do produto total, o nível da renda nacional, o nível total de emprego e o nível geral de preços para a economia, vistos como um todo. A Microeconomia estuda o comportamento econômico das unidades de decisão individuais, como os consumidores, os possuidores de recursos e as firmas em uma economia de livre-empresa. Em outras palavras, poderíamos dizer que "quando a Economia focaliza os agentes individuais do processo, o dono individual do trabalho, do capital, ou da terra, ou quando focaliza o modo pelo qual um empresário típico organiza a terra, o trabalho e o capital em sua firma, chamamos ao estudo resultante de Microeconomia. Quando, porém, a economia abre suas lentes ao máximo para estudar não tanto o participante individual no processo de produção mas a atividade total de seus participantes, damos a esse estudo o nome de Macroeconomia". (Robert L. Heilbroner. In: Elementos de Macroeconomia).
	A Estatística Econômica apresenta-se com duas fases distintas: a primeira envolve a coleta, seleção e o exame dos dados econômicos, ou seja, das quantidades ou elementos conhecidos para a formação de um juízo. Contudo, uma vez que muitos dados e informações não são obtidos de forma satisfatória por ocasião da coleta de dados, a segunda fase envolve deduções e análises complementares realizadas por estimativas.
	A Economia Aplicada compreende os exemplos de fatos ou fenômenos contemporâneos que esclarecem as perguntas ou questões formuladas pelos economistas, formando, assim, um conjunto de novos conhecimentos que irá integrar-se à Teoria Econômica.
Necessidades e decisões
	Bernard Shaw definiu a economia como “a arte de tirar o máximo proveito da vida”. Ao aceitarmos essa opinião, admitimos que todos somos economistas: normalmente pretendemos obter o melhor, seja para nós seja para nossas famílias. Em geral, alcançamos certo êxito em conseguir este objetivo. A história demonstra que o progresso nos permitiu dispor hoje de uma quantidade de bens maior do que as gerações anteriores. Contudo, por mais reconfortante que seja a idéia de que o atual nível de vida é superior ao que existia, por exemplo há cem anos, essa constatação não nos faz desistir dos esforços para melhorar ainda mais nossas condições de bem-estar e de realização de nossos desejos. Porém, como nem todos esses desejos podem ser satisfeitos, isso obriga-nos a escolher, o que significa estabelecer prioridades.
Esse ato de escolha é uma conseqüência da comparação entre as necessidades (praticamente ilimitadas, visto que são constituídas por todas as coisas desejadas que nos faltam e que poderíamos obter nas condições atuais) e os recursos de que dispomos para satisfazê-las (limitados e escassos)
Se fosse possível produzir uma quantidade infinita de cada produto, ou se as necessidades humanas estivessem plenamente satisfeitas, não faria diferença se se produzisse uma quantidade excessiva de qualquer produto em particular. Tampouco haveria importância se o trabalho e as matérias primas fossem combinadas da mesma maneira.	Desde que todos pudessem ter tudo o que desejassem, não importaria a maneira pela qual os bens e as rendas fossem distribuídos entre diferentes indivíduos e famílias. Não haveria, então, bens econômicos, isto é, bens que são relativamente escassos, e dificilmente haveria necessidade de estudar-se Economia. Todos teriam acesso a tudo, com facilidade e sem restrições. O problema fundamental da economia, portanto, é a impossibilidade de se produzir bens e serviços em quantidades ilimitadas para satisfazer as necessidades humanas permanentemente ampliadas, pois os fatores de produção existem em quantidades limitadas. Este fato também é conhecido como lei da escassez. 
A idéia da escassez, apesar da grande relevância que tem em economia, às vezes não é bem compreendida. Trata-se, essencialmente, de um termo relativo e não deve ser confundido com "pequena quantidade". O fato de existir muito pouco de um bem não o torna escasso: - Ele também precisa ser desejável. Um bem é escasso se uma maior parte dele fizer com que alguém fique em melhor situação ou, o bem sendo gratuito, as pessoas quererem mais do que se dispõe. Caso contrário é um bem livre. Por exemplo: a areia do deserto é um bem livre, mas a areia na cidade (usadana construção civil) é um bem escasso. Felizmente, tremores de terra e homicídios são poucos (em pequena quantidade), porém não são escassos, uma vez que não há metas para as quais haja alguém que os desejem; grãos de cereais são imensamente numerosos mas, não obstante, ainda assim são escassos, dado que não há o suficiente para que todos consumissem todo o grão que consumiriam se pudessem tê-lo em quantidades ilimitadas, sem qualquer sacrifício. Escassez é, por conseguinte, a situação em que os recursos são insuficientes para atender a todos os desejos da população, e não deve ser confundida com pobreza. Até mesmo os mais ricos querem mais.	
Todos os problemas econômicos têm suas raízes na escassez e se esta desaparecesse, a economia desapareceria com ela. Se houvesse quantidades tais, de qualquer bem concebível, que pudéssemos ter tanto quanto desejássemos, não haveria problema de distribuição e "riqueza" e "pobreza" perderiam seu sentido. Não haveria, tampouco, problema algum de produção, uma vez que o desperdício deixaria de nos preocupar e não haveria qualquer sentido em "economizar", no sentido comum da palavra. Da mesma forma, não haveria necessidade de se poupar, nenhuma dificuldade quanto ao investimento de capitais e nenhuma preocupação quanto às finanças públicas 
	A escassez de recursos pode ser suavizada, mas não totalmente eliminada. Se eles aumentam, ampliando o conjunto de possibilidades de escolha, nunca farão em quantidade suficiente para satisfazer todos os nossos desejos. No limite, mesmo que se vivesse numa sociedade em que houvesse recursos em quantidade virtualmente ilimitada, ainda assim existiria o problema do tempo: a vida é limitada, e seria preciso distribuir sua duração entre ocupações alternativas. (Não se pode assistir, simultaneamente, a um filme e a uma peça de teatro.)
	Se a escassez de recursos (inclusive o tempo) nos obriga a tomar decisões selecionando alternativas, estas se enquadram dentro de um conjunto de oportunidades factíveis, e variam segundo a disponibilidade de recursos para o indivíduo que toma a decisão. Mas o princípio será o mesmo para todos: diante de uma alternativa, será preciso seguir um critério de seleção da opção.
	Tal critério de seleção pode consistir em seguir as regras do acaso – o costume, a intuição, etc. Mas, se o indivíduo quer um critério racional para escolher a melhor opção, deverá considerar uma ordem estável de preferências, com vistas a maximizar algumas variáveis como o bem-estar ou a satisfação. Sempre se escolherá em primeiro lugar aquilo que ocupa a posição mais elevada possível dentro de tal ordem, para passar depois, se o permitirem os recursos disponíveis, a satisfazer a preferência seguinte, e assim por diante. A racionalidade garante ao agente econômico um critério estável, a partir do qual ele decide sua atuação diante de cada situação. 
	Tudo isso se aplica não só ao agente individual, mas a qualquer entidade – família, empresa ou Estado – que realize uma escolha racional. Evidentemente, as preferências serão diferentes em cada caso. A passagem de um único indivíduo para uma unidade maior – um conjunto de indivíduos – pode dar origem a um conflito de interesses. As decisões, em última instância, são tomadas por indivíduos concretos, cujos objetivos podem estar em contradição com os objetivos de outras pessoas. Os acionistas de uma companhia, por exemplo, desejariam que toda atuação da empresa tivesse como objetivo maximizar os lucros. Contudo, a direção está em mãos de um administrador que pode desejar alcançar alguns objetivos diferentes, como aumentar sua utilidade ou fazer com que a empresa cresça. 
	Tão importante é o conceito de escolha que ele serve para definir a economia como sendo o estudo de alocação de recursos escassos diante de fins alternativos.
	Cada indivíduo possui capacidades e recursos distintos e deseja consumir bens diversificados. Por isso, a tendência natural, como evidencia a história, é entrar em contato com os outros para trocar aquilo que se possui em abundância por aquilo que não de tem, procurando assim o benefício mútuo através do intercâmbio. O intercâmbio é vantajoso porque ambas as partes saem ganhando, já que podem especializar-se na obtenção de uns poucos bens e aumentar sua eficiência (obter mais por unidade de esforço). Essa entrega de alguns bens em troca de outros pode ser feita diretamente (através de escambo), ou indiretamente, quando intervém o dinheiro. O aparecimento do dinheiro foi motivado pela ineficiência (em termos relativos) do escambo, que implica em consideráveis dificuldades em se buscar a pessoa que tenha o que se deseja e que ao mesmo tempo esteja precisando daquilo que se pode dar em troca.
	A tomada de decisões pode ser representada de maneira esquemática como a confluência de dois canais: um subjetivo, que depende de cada agente, e outro objetivo, dado pelas condições 
do ambiente.
 	 Agente		 Ambiente
			Necessidades			 Recursos
			 Desejos			 Bens
			 Preferências		 Oportunidades
			
 Escolha
 
 
	Segundo Robert A. Mundell, recursos são todas as coisas existentes, desejos são todas as coisas desejadas e bens são as coisas desejadas existentes. 
 Recursos Bens Desejos
Economia Positiva e Economia Normativa
	Já vimos que a preocupação da economia está estreitamente ligada ao comportamento humano, pois estuda as relações entre as pessoas em uma sociedade enquanto trabalham com um propósito definido, que é a produção de bens e serviços. Por essa razão, a economia se alinha entre as ciências sociais e isto implica que os fatos econômicos estão sujeitos ao estudo e ao julgamento do cientista. Em outras palavras, o indivíduo que está estudando a economia de uma sociedade pode, depois de certo tempo, saber com razoável grau de precisão como se dá a produção, a distribuição e o consumo do produto do trabalho daquela sociedade. Entretanto, esse mesmo indivíduo pode julgar, por exemplo, que a distribuição e o consumo não estão se dando da maneira que ele julgaria justa, pois alguns indivíduos estariam recebendo e consumindo pouco, enquanto outros receberiam e consumiriam muito.
	É a partir desses dois aspectos, decorrentes das observações do cientista, que se pode analisar a teoria econômica sob dois ângulos distintos. O primeiro se preocupa com a realidade “como ela é” , procurando determinar os mecanismos que levam os indivíduos a cumprir seu propósito de produzir bens e serviços para o consumo da sociedade. Isto constitui a Economia Positiva. O segundo, que tem sua preocupação voltada para “como deveria ser” a atividade econômica, constitui a Economia Normativa. Pode-se deduzir facilmente que a economia normativa é bastante controvertida, porque o “deveria ser” pode variar de pessoa para pessoa.
	Como exemplo de análise Positiva (que pergunta o que é ou será verdade) poderíamos citar as seguintes indagações: - Quais serão as taxas de juros no próximo ano? - Qual será o valor do aumento de preço dos carros importados se a cota de importação aumentar? Quanto à análise Normativa (que questiona se algo é moralmente bom ou não) poderiamos exemplificar pelas perguntas: - Deve-se aprovar uma lei de redução de juros? - Deve-se impor uma cota sobre a importação de carros?
	Apesar dessa diferença de enfoque, os dois ângulos de análise da Teoria Econômica tem um ponto comum: precisam estabelecer esquemas teóricos que expliquem a realidade como ela é, pois a interferência e a modificação de uma determinada situação exige o seu conhecimento pleno.
Racionalidade e prioridades
	São rigorosamente limitados os bens que possuímos e as maneiras de aumentá-los. Em consequência,a todo bem ou serviço que obtemos, corresponde uma renúncia a outro que teria sido adquirido com trabalho ou dispêndio iguais. A escassez, como já vimos, força as pessoas a fazerem escolhas. Quando um bem é escasso elas são forçadas a escolher como desejam usá-lo. Por conseguinte, passa a haver uma troca: satisfazer mais uma necessidade implica satisfazer menos outra. Por exemplo, quando uma pessoa resolve economizar dinheiro, colocando-o numa caderneta de poupança, está trocando o ato de gastar hoje para ter mais para gastar futuramente. 
	A escolha econômica é feita de várias maneiras, dependendo do sistema econômico vigente. Em certas economias primitivas, a escolha é feita pelo chefe do grupo; em economias socialistas, a decisão é centralizada. Nas economias capitalistas, as decisões ou escolhas econômicas são individualizadas e feitas pelos consumidores e pelos produtores, através do poder aquisitivo que o dinheiro lhes confere. No mundo ocidental moderno, existe um sistema misto, onde, além do poder de escolha auferido pelo dinheiro, as decisões também são tomadas por delegação de poder, como pelos sindicatos, pelo governo, etc.
	A presunção da racionalidade da conduta humana é uma das mais importantes do pensamento econômico. Do ponto de vista da ciência econômica, entende-se por conduta racional que um indivíduo dotado de razão, a que se apresentam diferentes linhas de procedimento, tenta escolher aquela que lhe parece prometer o máximo de satisfação ou o mínimo de insatisfação. Por exemplo: em face de artigos da mesma qualidade (e conhecedor do fato) a preços diferentes, êle optará pelo mais barato. Da mesma forma, se lhe oferecem vários empregos, todos desagradáveis e de salário equivalente, ele se decidirá pelo que lhe parecer menos desagradável. (Se julgar ainda menos desagradável viver da caridade pública, preferirá não trabalhar.
	A “conduta racional", contudo, é influenciada por diversos fatores econômicos, sociais, políticos, culturais, etc. Assim, sendo a economia uma ciência social, ao analisar o comportamento de seus agentes o economista vê-se forçado a confiar, em grande parte, no método mais indireto da observação das atitudes humanas em sociedade. Em tais circunstâncias, ao pretendermos averiguar o efeito de uma causa única, temos que admitir, através de uma abstração mental, a influência de outras causas, que embora não nos interessem no momento, talvez concorram, poderosamente, para o resultado do fato sob observação. Por isso, os economistas empregam com frequência a expressão latina ceteris paribus (que significa: “permanecendo constantes os demais fatores”) reconhecendo que, na realidade, tais elementos jamais se mantêm "constantes". Por exemplo: segundo um princípio econômico, permanecendo constantes os demais fatores, o público comprará uma quantidade maior de certo produto a um preço mais baixo do que a um preço mais alto. O princípio é perfeitamente válido. Todavia, na expressão "permanecendo constantes os demais fatores" estão implícitas algumas presunções que se podem, ou não, observar na prática, tal sejam: 1) A renda do público continua a mesma; 2) As preferências não se modificaram; 3) Os preços das demais mercadorias conservam-se inalterados; 4) Não se descobriu substituto algum para o produto; 5) O público não acredita que a baixa de preço prenuncie a sua queda ainda mais acentuada; 6) O produto está (ou não) na moda; 7) O produto não depende do alto preço para possuir "valor de prestígio" (se o preço do caviar baixasse substancialmente, este deixaria de conferir certa "distinção" a quem o servisse e seria vendido apenas àqueles que realmente o apreciassem.)
As questões econômicas fundamentais
	Como os desejos e necessidades humanas são insaciáveis, a procura de bens e serviços pelo homem para satisfazer a tais desejos é infinita. Na realidade, a procura efetiva de bens e serviços é limitada pelo poder aquisitivo dos indivíduos; mas a procura potencial é, de fato, infinita. Sempre que possível, o homem tentará obter uma quantidade crescente de bens e serviços para satisfazer seus desejos. No entanto, como já vimos, os recursos ou fatores de produção existentes são limitados, criando-se, assim, uma escassez relativa de produção com respeito aos desejos. Torna-se necessário, então, que o homem crie um mecanismo pelo qual seja possível decidir o que produzir, como produzir e para quem produzir. Estas são, portanto, as três questões econômicas fundamentais.
	O que produzir, refere-se a espécies e quantidades dos bens e serviços a serem produzidos. A resposta a esta indagação deve considerar que, ao mesmo tempo em que se decide pela produção de um determinado bem, se estará decidindo pela não-produção de outro bem. Por que cana-de-açucar e não trigo? Por que canhões e não manteiga? (significando economia de guerra versus economia de paz). Assim, a terra destinada ao plantio de cana-de-açucar não poderá ser utilizada para a produção de alimentos. A contribuição da análise econômica à essas questão localiza-se no conhecimento das máximas possibilidades econômicas de produção estabelecidas pelas curvas de possibilidade de produção.
	Como produzir, refere-se à combinação dos vários recursos e técnicas que devem ser usadas na produção. Trata-se, então, de uma questão relacionada às possibilidades tecnológicas de produção. Competirá à sociedade como um todo a adoção de técnicas de produção que procurem combinar, da forma mais adequada possível, seus recursos humanos e patrimoniais. É importante levar em consideração que a absorção de tecnologias mecânicas não devem desperdiçar ou simplesmente desvalorizar o potencial humano. Por outro lado, a sociedade não deverá recusar o emprego de técnicas que possam significar aumento da eficiência produtiva.
	Para quem produzir, refere-se a como dividir o que foi produzido entre os consumidores na economia. Este é o problema social da distribuição dos bens pela comunidade e, por conseguinte, é a que merece maior atenção por parte da Política Econômica. A participação da sociedade na determinação do produto deve estender-se igualmente à determinação da distribuição mais justa dos bens, superando o desnível que se verifica em muitas regiões do planeta, quando uma grande escassez contrasta com a acumulação evidente em outros setores. É importante destacar que foi este desnível a causa que promoveu as lutas de classes sociais consubstanciadas nos acontecimentos mais importantes dos últimos tempos.
Sistemas Econômicos
O ser humano, desde o seu nascimento, já desenvolve uma atividade econômicas, que é a atividade de consumo. Como qualquer outro cidadão, o recém-nascido consome normalmente alimentos, roupas, moradia, transportes, remédios, serviços médicos, etc. Hoje, com os novos programas de assistência pré-natal à disposição das gestantes, até o indivíduo ainda em formação no ventre materno já pode ser considerado um consumidor em virtude dos serviços e medicamentos que são consumidos pelas futuras mães em benefício do feto que está se desenvolvendo. Assim, por muito tempo, durante toda a fase de crescimento físico e/ou amadurecimento intelectual, permanecemos somente como consumidores do produto do trabalho de outras pessoas. 
Ao atingirmos a maturidade biológica (ou chegamos à “idade de trabalhar”) deixamos de ser somente consumidores e passamos a desenvolver uma segunda atividade econômica: a atividade de produção. A partir desse momento nos tornamos elementos potencialmente ativos do sistema econômico e em condições de participar do processo de geração de bens e serviços que serão oferecidos à sociedade. 
	Produzir significa: transformar um bem em outro, dando-lhe maior ou outra utilidade. A produção é, de fato, a criação de utilidades. A sua finalidade última é, portanto, a satisfação das necessidades humanas. Ao criar utilidade, a produção prepara os objetos destinados ao consumo, determina a maneira de consumir e suscita novos desejos de consumir. Assim, é capaz de condicionar o modo peloqual o homem pode atender às suas necessidades. Os processos de produção estão condicionados ao sistema econômico em vigor e à disponibilidade de meios e/ou recursos humanos, materiais, técnicos e administrativos que podem ser alocados. 
	Nas sociedades modernas, onde é produzido um grande número de bens e serviços, podemos observar que o consumo de uma pessoa é composto por bens e serviços produzidos em áreas de atividade econômica diferentes daquela em que exerce seu trabalho. Um operário que trabalhe numa metalúrgica, por exemplo, produz chapas de aço, mas necessita de alimentos, roupas, casa, transporte, etc. Entretanto, na economia em que este operário vive, é permitido que ele troque sua força de trabalho (um fator de produção que concorre para a produção das chapas de aço) por um salário que lhe permita adquirir os bens e serviços de que necessita. Isto ocorre em razão do funcionamento daquilo que chamamos de Sistema Econômico.
A noção de Sistema Econômico é praticamente recente, já que fora completamente desconhecida dos chamados clássicos. Explica-se: os clássicos, baseados na existência de leis imutáveis e ignorantes de que o meio econômico é válido para uma certa época histórica, acreditavam que o sistema, ou antes, a “situação” por eles defendida, seria una e perene. Não puderam perceber que o sistema econômico era uma resultante de combinações de elementos, dentre os quais estão as relações de produção (que dominam e dirigem os indivíduos pelas regras jurídicas, costumeiras, morais e usuais) e as forças materiais de produção (decorrentes das técnicas dominantes no momento). Daí sua dinâmica; sua mutabilidade. Assim, verificamos que o passado preparou o presente tanto quanto este está preparando o futuro. A realidade histórica prepara o pensamento econômico, político, moral, religioso, jurídico e artístico de cada época.
	Podemos, pois, definir Sistema Econômico como sendo “a reunião dos diversos elementos participantes da produção de bens e serviços que satisfazem as necessidades da sociedade, organizados não apenas do ponto de vista econômico, mas também social, jurídico, institucional, etc”. É importante ressaltar que os elementos integrantes de um sistema econômico não são apenas pessoas, mas todos os chamados fatores de produção. Podemos, ainda, entender o Sistema Econômico como “a forma pela qual a sociedade se organiza, visando solucionar os seus problemas de produção, circulação e distribuição de riqueza”. 
As leis econômicas são objetivas, isto é, existem independentemente de nossa vontade e refletem os processos reais do desenvolvimento econômico. Contudo, cada modo de produção possui uma lei econômica fundamental que lhe é inerente e que determina os seus aspectos principais. A produção de bens que o homem utiliza para a satisfação de suas necessidades constitui a base da vida social.
A história da humanidade conheceu cinco modos de produção (ou sistemas econômicos) com características e períodos de vigência bem definidos: Três deles esgotaram-se em etapas que se iniciaram nas sociedades tribais primitivas chegando ao período feudal. Constituíram-se nos Sistemas Pré-contemporâneos: Comunal-primitivo; Escravista e Feudal. Dois outros chegaram e permanecem ativos em nossos dias. São os Sistemas Contemporâneos: Capitalista e Socialista. 
	Os sistemas econômicos contemporâneos, conquanto tenham os mesmos problemas a resolver, podem diferir bastante entre si, em função do substrato político, social ou legal sobre que assentam. 
O sistema Capitalista (ou: de Livre Iniciativa Empresarial) é o tipo de sociedade econômica caracterizada pela propriedade privada dos fatores de produção e pela iniciativa privada, guiada por fins de lucro, a dirigir a produção. De outro lado no sistema Socialista (ou: de Planificação Central) as decisões são tomadas através de um sistema centralizado de planificação e toda a atividade produtiva é controlada pelo Estado. Hoje, entretanto, alguns países adotam um sistema misto de livre empresa e intervenção governamental. Todos esses sistemas são resultado da evolução por que passaram as formas de organização da atividade econômica, em busca do sistema ideal de eficiência produtiva aliada a uma eficiência distributiva da produção. Esse ciclo evolutivo, iniciado por um sistema em que prevalecia a tradição e autoridade, passa pelo mercantilismo, pelo liberalismo que antecedeu a concepção socialista e prossegue rumo a uma combinação que elimine as idéias radicais das duas formas de organização prevalecentes nas economias modernas. As características mais representativas desses sistemas são as seguintes:
Sistema de produção comunal-primitivo (características)
Instrumentos de trabalho extremamente rudimentares e baixíssimo nível de produtividade do trabalho;
Inexistência da propriedade privada sobre os meios de produção e conseqüente inexistência de classes sociais;
Propriedade coletiva dos meios de produção, trabalho coletivo e distribuição igualitária dos bens produzidos;
Divisão natural do trabalho, isto é, por sexo e idade.
Em síntese, a lei econômica fundamental do modo de produção comunal-primitivo consiste na luta permanente para assegurar a sobrevivência dos membros da comunidade, mediante a posse coletiva dos meios de produção, o trabalho coletivo e a distribuição igualitária dos bens produzidos através da utilização de instrumentos de trabalho extremamente rudimentares.
Sistema de produção escravista (características)
	Com a desagregação da comunidade primitiva, em decorrência basicamente do avanço tecnológico e do aumento da produtividade do trabalho, surge e se desenvolve o modo de produção escravista.
- Propriedade privada dos senhores de escravos sobre os meios de produção, bem como so-
 bre os próprios trabalhadores (escravos);
- Produtividade do trabalho relativamente elevada, permitindo ao trabalhador criar um sobre
 produto que é apropriado pelo senhor de escravos (sobreproduto é a produção que ultrapas
 sa aquela necessária à sobrevivência do trabalhador). O sobreproduto é criado pelo sobre-
 trabalho, que é a fração do tempo trabalhado alem daquele necessário à produção do míni-
 mo de que o trabalhador necessita para sua sobrevivência;
- Divisão social do trabalho, entre a cidade e o campo, entre pastores e agricultores, entre 
 artesãos, entre o trabalho manual e o trabalho intelectual, etc.,
- Produção destinada essencialmente ao consumo local; 
O escravismo caracterizou a vida econômica e social da chamada Antigüidade Clássica. As antigas civilizações da Grécia, Egito, Babilônia, Roma, Índia, China e outras desenvolveram-se à base do trabalho escravo. Quando as relações escravistas de produção esgotaram suas potencialidades de desenvolvimento tornando-se incapazes de manterem o desenvolvimento das forças produtivas, iniciou-se a desagregação do trabalho escravo e as novas relações de produção, então surgidas, ensejaram maior liberdade das forças produtivas em comparação com as condições vigentes anteriormente. Surge assim o modo de produção feudal.
Sistema de produção feudal (características)
- Propriedade privada dos senhores feudais sobre os meios de produção;
- Divisão da sociedade em duas classes sociais antagônicas: senhores feudais (donos das ter-
 ras) e servos da gleba (camponeses); 
 - Produção destinada essencialmente ao consumo local.
 - Crescente divisão social do trabalho;
 - Propriedade incompleta dos senhores feudais sobre os servos da gleba. Estes, embora este-
 jam vinculados ao feudo, já dispõem de mais liberdade, possuem instrumentos de trabalho 
 e outros bens próprios;
 A lei econômica fundamental da sociedade feudal é o pagamento da renda da terra pelos camponeses aos senhores feudais em trabalho gratuito, em produto ou em dinheiro. 
 Ao esgotar suas potencialidades, as relações feudais de produção cederam lugar às relações capitalistas de produção.Sistema capitalista (ou de livre iniciativa empresarial) 
Neste sistema impera a propriedade privada dos meios de produção, ao lado da livre iniciativa de se decidir sobre o que e quanto produzir e consumir. As atividades econômicas são dirigidas e controladas unicamente por empresas privadas, que competem entre si. Daí a alcunha de “economia de mercado”, porque na sociedade capitalista tudo se transforma em mercadoria, inclusive a força do trabalho. 
O trabalhador, diferentemente do que ocorre nas sociedades escravista e feudal, já não é mais um escravo, nem servo da gleba. Ele é livre para vender sua força de trabalho ao capitalista que lhe fizer a melhor oferta, isto é, lhe pagar o melhor salário. 
As empresas, por sua vez, estão dispostas a oferecer seus produtos à medida que houver possibilidades efetivas de obtenção de lucros. A perspectiva do lucro resume-se, portanto, à oferta de bens no mercado. Essa oferta se orienta pela demanda (ou procura) de bens que supram as necessidades dos indivíduos. É de se supor, então, que o livre jogo da oferta e da procura, em que impera a livre concorrência, é fundamental para a sustentabilidade da atividade econômica. Nestas circunstâncias, a intervenção do Estado seria perturbadora e prejudicial. Assim, ao estado competiria zelar pelo livre funcionamento do mecanismo dos preços e do mercado, sem interferir em nenhum aspecto da produção. 
Em resumo: neste sistema, a decisão sobre “que e quanto produzir” é tomada pelos consumidores e produtores; a decisão sobre o “como produzir” é determinada pela competição entre os produtores, em busca de maior produtividade e redução dos custos e a questão sobre “como distribuir” é solucionada pela capacidade de aquisição dos bens produzidos, isto é, cada indivíduo irá apossar-se da quantidade de bens e serviços que a sua disponibilidade de recursos financeiros permitir.
O capitalismo deu-se em duas etapas: 
a) Capitalismo pré-monopolista: Período de desenvolvimento do capitalismo em que existiu
 a livre concorrência. Essa etapa predominou até os últimos anos do século XIX.
b) Capitalismo monopolista: Fase em que a livre concorrência passou a ser substituída
 pelo monopólio imperialista, capitaneado por grandes corporações multinacionais.
Sistema Socialista (ou de planificação central da economia) 
Por este sistema, as respostas às questões básicas competem ao Estado, que se encarregaria de direcionar e controlar o processo produtivo através de empresas públicas. Este direcionamento e controle far-se-ia com base nos interesses coletivos, que prevaleceriam sobre os individuais. Desaparecem, segundo esta ordem econômica, a propriedade privada dos meios de produção e a instituição do lucro. A meta não é obtenção de lucros, mas proporcionar o máximo de bem-estar geral. Todos os meios de produção seriam socializados, isto é, de propriedade coletiva, administrada pelo Estado.
Um complexo sistema de planificação determinaria “o que produzir” prioritariamente. Todas as possibilidades de produção seriam equacionadas e utilizadas de forma a obter um aproveitamento integral de todos os recursos na solução do problema “como produzir”. A questão “para quem produzir”, que traz em si o problema da distribuição da renda, seria solucionada pela quantidade e qualidade do trabalho executado, independentemente das necessidades do trabalhador. O Estado se encarregaria de proporcionar, a preços baixos ou gratuitamente, os serviços básicos relacionados à saúde, educação, transporte e moradia, assegurando a todos o direito inalienável ao trabalho. A participação ativa de todos os trabalhadores no processo econômico substituiria a competição entre as unidades produtivas, no sentido prevalecente no regime de livre iniciativa. 
	Atualmente, já não se nota o funcionamento pleno de formas puras de economia de mercado ou de economias socialistas. A intervenção do Estado se processa até mesmo em economias tipicamente capitalistas. Da mesma forma, em economias socialistas existem certas formas camufladas de propriedade privada da terra. Assim, alguns países adotam um sistema misto de livre empresa e intervenção governamental que busca uma combinação que elimine as idéias radicais das duas formas de organização prevalecentes nas economias modernas. 
Observa-se, nos sistemas mistos, a coexistência entre o setor público e o setor privado. Muitos aspectos da economia são controlados pelo Estado, mediante leis, decretos, regulamentos, portarias, etc. Através de criação de empresas ou de subsídios, controle de créditos, incentivos fiscais e outras formas, o Estado praticamente decide “o que e quanto produzir” em vários setores da economia. O “como produzir” se dá primordialmente no setor privado, atendendo aos ditames da concorrência. A questão “para quem produzir” é respondida, de modo geral, pelo livre mecanismo dos preços, porém o Estado se encarrega de proporcionar alimentação, ensino, hospitalização, assistência jurídica e outros serviços às camadas inferiores de renda. Além disso, o Estado controla certos preços e impõe determinados padrões de remuneração (salário mínimo, por exemplo) e recolhimentos compulsórios (os encargos sociais de uma folha de pagamentos, por exemplo).
Em que pesem as diferenças entre os sistemas econômicos contemporâneos, existem algumas características comuns a todos eles. Tais características, que constituem a “roupagem” dos sistemas econômicos, compreendem: 
a- Descompasso entre necessidades ilimitadas e recursos escassos;
 b- Aplicação dos conceitos de possibilidades de produção, rendimentos decrescentes e 
 custos de oportunidade;
Divisão e a especialização do trabalho; 
Uso da moeda;
Medição da atividade econômica como instrumento de planejamento e ação econômica.
Representação esquemática de um sistema econômico
O esquema gráfico que reproduzimos a seguir está apresentado no livro “Introdução à Economia” dos Professores Antonio Barros de Castro e Carlos Lessa, e representa, de forma objetiva, a estrutura de um Sistema Econômico (em versão simplificada) mostrando os seus diversos componentes e as relações de interdependência que existem entre eles. 
 TR 
 TECNO LOGIA
 OR RN K ÇÃO
 GA DU
 NI PRO
 ZADORES DA 
 UNIDADES
 PRODUTORAS
 RENDAS APARELHO PRODUTIVO PRODUTOS
Remuneração Setor Primário Bens materiais
do Trabalho Fluxo Nominal Setor Secundário Fluxo Real e 
Juros 
Lucros Setor Terciário Serviços
etc.
 D A
 E T
 M R
 AE
 N D A MERCADO O F 
Acompanhando a simbologia esquemática desse gráfico, detalharemos a seguir cada elemento e/ou ação participante da dinâmica de funcionamento de um sistema econômico, notadamente o que se refere à estrutura dos seus componentes, bem como aos processos de geração e destinação dos fluxos de produtos e rendas. 
Os Fatores de Produção
	Fatores de Produção (ou recursos de produção) são os elementos indispensáveis para a concretização da atividade de produção. “São constituídos pelas dádivas da natureza, pela população economicamente mobilizável, pelas diferentes categorias de capital e pelas capacidades tecnológicas e empresarial”. São eles: Recursos Naturais (ou Terra), Capital, Trabalho, Tecnologia e Empresariedade. Tradicionalmente, apenas os três primeiros eram considerados fatores de produção. Com as crescentes exigências de eficácia qualitativa e quantitativa (produtividade) impostos à produção pelos padrões de consumo da sociedade contemporânea, a tecnologia (aqui encarada não somente como um “método” de trabalho mas como uma ferramenta de agilização dos processos de produção e de padronização e identidade do produto), bem como a capacidade empresarial, (capacidade de “organizar” a produção otimizando a utilização dos outros fatores) passaram a ter importância crescente na viabilização da atividade produtiva e, conseqüentemente, assumiram a condição de indispensabilidade que caracteriza os fatores de produção.
Os Recursos Naturais
	Recursos Naturais são os elementos da natureza (matérias primas) incorporáveis às atividades econômicas. É importante que se atente ao seguinte: Somente os elementos naturais acessíveis às atividades econômicas constituem os Recursos Naturais. Logo, o seu volume depende, entre outros fatores da evolução tecnológica e do ambiente social (nível cultural) da sociedade (ou dos setores da sociedade que tem acesso a certas qualificações profissionais ou técnicas). Podemos então concluir: A natureza é um conceito estático, porque é o que é independente da vontade humana. O estoque de recursos naturais, por sua vez, é um conceito dinâmico pois depende da vontade, da capacidade e, conseqüentemente, dos recursos sociais e culturais de que dispõe a sociedade (ou certos grupos mais favorecidos que a compõem). Assim, os recursos naturais à disposição do homem são: 
Solo: Aproveitamento econômico da superfície terrestre. Os fatores limitantes são: profundidade, saturação, drenagem, fertilidade e relevo. No Brasil, cerca de 4,5 milhões de quilômetros quadrados (mais de 50% do território nacional) se prestam a atividades agrícolas. 
Subsolo: Camada interior da terra onde se situam os lençóis de água subterrânea, jazidas minerais, de petróleo e de gás natural. Os fatores limitantes são: acessibilidade, conhecimento geológico, tamanho e qualidade das reservas. O Brasil é um dos países mais privilegiados em termos de riquezas de subsolo. Contudo, a extração bruta anual da maior parte dos minerais exploráveis é inferior a 1% das reservas medidas.
Águas: Oceanos, mares, lagos, rios e córregos. O aproveitamento econômico é condicionado por fatores como: navegabilidade, potabilidade, propriedades físico-químicas e potencialidades para fins hidrelétricos e de irrigação. O Brasil dispõe de uma faixa litorânea de proporções continentais e de 9 grandes bacias hidrográficas. Contudo, somente 23% do potencial hidrelétrico está sendo explorado.
Pluviosidade e Clima: Pluviosidade (chuvas), temperatura e dinâmica das massas de ar (ventos). O aproveitamento econômico é condicionado a fatores como: ocorrência, intensidade e regularidade de chuvas, intensidade e variações de temperatura, movimento e intensidade das massas de ar, regularidade dos ciclos sazonais. No Brasil existe regularidade de chuva e clima em mais de 50% do território. O clima só é extremamente seco em menos de 1% da área do País (pequenas áreas do semi-árido onde as secas predominam por onze meses: Paraíba, Pernambuco e norte da Bahia).
Flora e Fauna: Recursos vegetais cultivados ou naturais (extrativos) do solo e do espaço submerso, bem como de animais vertebrados e invertebrados. O aproveitamento desses recursos são condicionados pela forma de exploração (predatória) que pode levá-los à extinção. Na flora brasileira existem 1.144 espécies de madeiras exploráveis, 1.839 espécies vegetais com potencialidades farmacológicas, 706 espécies próprias para a alimentação humana, 489 para animais, 251 espécies para exploração de fibras e 585 para celulose. A fauna, por sua vez, apresenta 600 espécies de mamíferos, 1580 de aves, 395 de répteis, 331 de anfíbios e 1.500 espécies de peixes de água doce.
Fatores Extraplanetários: Compreende recursos naturais existentes fora do espaço terrestre e que se prestam a exploração econômica do homem. Energia solar, espaço cósmico para emissão de ondas e sinais de som e imagem, ambiente interplanetário para experiências científicas, etc. No Brasil, a energia solar é aproveitável durante quase todo o ano.
O Capital
Capital é todo bem empregado pelo homem para, através do trabalho, possibilitar a obtenção de outros bens. Por exemplo: o machado, o arco e flecha, e a canoa foram as primeiras ocorrências de “fator Capital”, ou seja os mais remotos componentes do estoque físico de meios de produção de que dispõe qualquer sociedade. 
Com o passar do tempo, o fator capital evoluiu das formas primitivas, ganhando complexidade e aumentando a eficiência do trabalho humano. O acervo de capital de uma nação moderna é, pois, o conjunto de suas instalações industriais, infra-estrutura energética e de telecomunicações, infra-estrutura e equipamentos de transporte, infra-estrutura e equipamentos agropecuários, Infra-estrutura social (escolas, hospitais equipamentos de lazer, etc.) máquinas e ferramentas em geral, etc. As categorias em que se distribuem os diversos tipos de capital são as seguintes:
Infra-estrutura econômica: Sistemas de energia (geração, transmissão e distribuição), telecomunicações (equipamentos instalados e satélites em operação) e transportes (ferrovias, rodovias, aeroportos, hidrovias e estruturas portuárias. 
Infra-estrutura social: Sistemas instalados de saneamento básico, abastecimento e potabilização de água, educação e cultura, segurança, saúde, esportes e lazer.
3- Construções e edificações: Prédios públicos, fábricas, estabelecimentos comerciais, etc.
4- Equipamentos de transporte: Locomotivas e vagões, embarcações, aeronaves, cami-
 nhões, ônibus e utilitários.
5- Máquinas, equipamentos, instrumentos e ferramentas: Utilizadas em atividades extrati-
 vas, industriais, de construção civil e de prestação de serviços.
6- Agrocapitais: Culturas permanentes implantadas, plantéis animais de reprodução, tração 
 e produção leiteira, Instalações rurais (currais, cercas poços, aguadas e açudes), edifica
 ções rurais, implementos, equipamentos e ferramentas rurais.
Essas diferentes categorias de capital acumuladas pela sociedade resultam de um dos mais importantes fluxos econômicos: o de investimento. Conceitualmente, Formação de capital e investimento são expressões sinônimas. Ambas significam a adição ao aparelho de produção da economia de novos estoques de riquezas efetivamente destinadas a produzir novas riquezas. Neste sentido, a formação bruta de capital (ou investimento bruto) se dá pela destinação de uma parcela do esforço de produção à acumulação de novos bens de produção. Isto implica em uma renúncia social (diferimento de consumo) em benefício do processo de acumulação. 
	Contudo, o estoque de capital da sociedade só aumenta efetivamente se a adição de novos capitais for superior à depreciação (processo pelo qual os bens de capital depreciam-se pelo uso, pela ação do tempo e pela obsolescência técnica). Desta forma, todos os anos parte do estoque de capital é desmobilizado e descartado quando a sua vidaútil, ou eficácia produtiva, se extinguem (sucatas de máquinas, equipamentos e transportes; erradicação de culturas permanentes; descarte de animais de tração, reprodução e produção leiteira; demolições e reformas de instalações prediais; máquinas e equipamentos substituídos por obsolescência, etc.). Assim, subtraindo dos investimentos brutos o valor correspondente às depreciações definimos a formação líquida do capital , que corresponde ao investimento líquido da economia.
Com a evolução e a sofisticação do estoque de capital dos povos, as camadas menos “qualificadas” da população vão se distanciando da possibilidade de dominar os recursos de que a sociedade dispõe, entrando, assim, num processo de marginalização. Em compensação, as camadas mais integradas vão aumentando sua integração. A marginalização e a integração social são, pois, cada uma para seu lado, processos cumulativos.
O Trabalho 
	À ação humana que dá dinamismo aos recursos naturais, suprindo assim as necessidades humanas, denomina-se Trabalho. Assim, o trabalho se caracteriza como sendo a ocupação do homem em atividades de exploração direta da natureza ou na transformação de seus componentes; bem como na prestação de serviços habilitados e específicos, objetivando a satisfação de necessidades pessoais, coletivas ou empresariais. 
	O trabalho é uma condição específica do homem e, desde suas formais mais elementares, está associado a certo nível de desenvolvimento dos instrumentos utilizados e da divisão da atividade produtiva entre os diversos membros de um agrupamento social. Assim, o trabalho assumiu formas particulares nos diversos modos de produção que surgiram ao longo da história da humanidade. Na comunidade primitiva, teve caráter solidário e coletivo, ao passo que, nas sociedades de classes (escravista, feudal e capitalista) se tornou “alienado”, como afirmam os marxistas. Trabalho “alienado” seria aquele cujo produtor não é seu proprietário, nem dos produtos por ele criados, pois estes são apropriados pelo capitalista, senhor dos meios de produção e, momentaneamente, proprietário da própria força de trabalho do operário.
	Marx, assim como Adam Smith e David Ricardo, considerava que o valor de toda mercadoria é determinado pela quantidade de trabalho socialmente necessário para produzi-la. A força de trabalho constitui-se em mercadoria cujo valor é determinado pelos meios necessários à subsistência do trabalhador (alimentos, roupas, moradia, transporte, etc). Assim, se o trabalhador deve produzir não apenas o valor correspondente ao que lhe é pago pelo “patrão” na forma de salário, mas também um valor a mais, um valor excedente sem contrapartida que será distribuído sob a forma de lucro entre aos proprietários do capital (industriais, comerciantes, latifundiários, banqueiros, etc.), está acontecendo então a forma mais desonesta de exploração capitalista. Essa taxa de expropriação do valor do trabalho operário foi denominada por Marx como Mais-valia.
Observando-se os aspectos ocupacionais da população, identificamos dois setores importantes entre os quais podemos dividir as crianças e os adultos de uma sociedade: O Setor Produtivo (ou setor ativo; ou população economicamente mobilizável; ou ainda a população em “idade” de trabalhar) que se constitui no potencial de mão de obra do sistema e o Setor Dependente; (ou população economicamente não mobilizável) constituído pela fração da população que ainda não ingressou no mercado de trabalho (pré-produtiva) ou que dele já se retirou (pós-produtiva). A delimitação da “idade de trabalhar” varia conforme a realidade social, cultural, econômica, etc., de cada povo. Não existe consenso nesta questão de faixa etária produtiva, que geralmente oscila entre os limites de 14 e 60 anos de idade. Nos países desenvolvidos a fase produtiva supera facilmente os 70 anos de idade.
Subtraindo-se do contingente em “idade de trabalhar” as pessoas que se dedicam a atividades domésticas (não remuneradas) e os estudantes, chegamos à População Economicamente Ativa, que é aquela voltada efetivamente ao mercado de trabalho. Neste seguimento estão os trabalhadores “qualificados” (cujas funções não podem ser exercidas sem aprendizado específico, e os “não qualificados” (ocupam funções que não exigem aprendizado especial). A população economicamente ativa pode estar Ocupada (os que estão exercendo atividade profissional empregatícia bem como os autônomos atuantes em atividades legalmente regulamentadas) ou Desempregada (trabalhadores que circunstancial ou voluntariamente estão afastados do trabalho). 
O desemprego pode ser Voluntário, quando é decorrente da livre opção dos atingidos, ou Involuntário que independe da vontade do atingido e acontece em função de fatores sociais, culturais, econômicos, geofísicos e conjunturais. Neste sub-grupo, os principais tipos de desemprego são o Estrutural, o Friccional e o Disfarçado.
O Desemprego Estrutural ocorre pela falta de estrutura do mercado de trabalho para absorver a mão-de-obra disponível. Isto geralmente se verifica em virtude de desequilíbrios entre o contingente de mão-de-obra especializada e as carências reais do mercado de trabalho, pela desqualificação profissional da presumida clientela ou, ainda, por mudanças nas tecnologias de produção decorrentes de mecanização e/ou automação da produção. (Desemprego tecnológico). 
O Desemprego Friccional (ou temporário) apresenta-se em duas formas distintas. A primeira, denominada Desemprego Parcial, acontece em virtude da rotatividade “natural” da mão-de-obra, como o que se verifica no setor comercial após os períodos de consumismo acirrado (festividades tradicionais de final de ano, por exemplo); ou o dos bóias-frias cuja ocupação está condicionada a etapas bem definidas das atividades agrícolas. A segunda, denominada de Desemprego Sazonal, é decorrente de variações climáticas (ou sazonais) que impõem limitações ao desenvolvimento de muitas atividades. Este tipo de desemprego é mais visível nos países onde as estações do ano são bem definidas.
O Desemprego Disfarçado, ou Subemprego; ou ainda Setor Informal, é aquele geralmente decorrente da falta de oportunidades de ocupação no setor da economia formal. Dele fazem parte os biscateiros em geral, que não podem ser tachados de desocupados mas desenvolvem suas atividades na informalidade, sem regras definidas ou normas estabelecidas. O exemplo mais visível deste setor é a proliferação de ambulantes nas grandes cidades, que por falta de outras alternativas de trabalho terminam causando sérios prejuízos ao fisco e aos estabelecimentos comerciais legalmente estabelecidos. Hoje já se observa que grande parte dos chamados “biscateiros” atuam, também, no setor formal do mercado de trabalho. Neste caso, a atividade informal tornou-se uma forma alternativa de complementação de renda que está se proliferando em decorrência do baixo nível 
salarial da grande maioria da população brasileira.
Tecnologia (ou capacitação tecnológica)
Conceituada como fator de produção, a Tecnologia, (ou capacitação tecnológica) é constituída pelo conjunto de conhecimentos e habilidades que dão sustentação ao processo de produção, envolvendo desde os conhecimentos acumulados sobre as fontes de energia empregadas, passando pelas formas de extração de reservas naturais, pelo seu processamento, transformação e reciclagem, até chegar à configuração e ao desempenho dos produtos finais resultantes. Trata-se, assim, de um fator de produção que envolve todo o processo produtivo, em todas suas etapas. O conceito de tecnologia é sintetizado pelos franceses na expressão savoir faire (saber fazer) e pela expressão inglesa know-how (como fazer). O conjunto dos conhecimentos e habilidades de saber fazer e como fazer é transmitido de geração a geração. A capacidade tecnológica é um dos mais expressivos acervos da herança cultural das nações.
Convencionalmente, as habilidades e conhecimentos que abrangem esse fator de produção são agrupáveis em três grandes categorias:Capacitação para atividades de pesquisa e desenvolvimento (P&D): Compreende habilidades e conhecimentos para atividades de pesquisa básica e aplicada, desenvolvendo processos e produtos (trabalho de cientistas e pesquisadores). Envolve capacidades para gerar, armazenar, processar, interpretar, integrar e fundir conhecimentos técnico-científicos. Fundamentalmente, resulta em invenções.
Capacitação para desenvolver e implantar novos projetos: Traduz-se por conhecimentos e habilidades para implantar projetos de novos processos e de novos produtos. Envolve habilidades para acessar as tecnologias de última geração, adaptando-as, quando necessário, às exigências operacionais e/ou circunstanciais. É aí que se dá a passagem da invenção à inovação (diferenciação clássica de Schumpeter). 
Capacitação para operar as atividades de produção: Traduz-se por capacidades associadas à operação do processo produtivo. Envolve habilidades para operar as atividades de produção propriamente ditas (planejamento, manutenção e controle de produção, otimização de processos, aperfeiçoamento de layout e controle de qualidade).
As fases mais marcantes da evolução tecnológica foram as seguintes: 
Aplicação do vapor como força motriz. (Fins do século XVIII até o final do século XIX); 
Substituição do vapor pelo motor a combustão ou elétrico. (Fins do século XIX até o final da 2ª Guerra Mundial).
Incorporação da fissão nuclear às fontes de energia e da eletrônica aos processos e produtos. (A partir da década de 40) 
Incorporação em larga escala de tecnologias intensivas de informação e informatização computadorizadas. (A partir da década de 50) 
A Empresariedade (ou capacitação empresarial)
	À Empresariedade (ou capacidade empresarial) compete a mobilização, a aglutinação e a combinação dos demais fatores de produção. É através dela que os recursos disponíveis são reunidos, organizados e acionados para o exercício de atividades produtivas. Por esse motivo, a empresariedade é definida por muitos autores como sendo a energia mobilizadora da economia. A carência de espírito empresarial retarda movimentos inovadores e inibe o processo de crescimento econômico. Em contrapartida, nações dotadas de energia empreendedora mobilizam as potencialidades existentes, desenvolvem esforços de complementação de suas deficiências naturais e emergem em pouco tempo como potências competitivas.
Harvey Leibenstein (economista norte-americano) destacou um conjunto de qualificações que identificam os agentes dotados de capacidade empresarial. As principais são as seguintes:
Ter visão estratégica, orientada para o futuro, capaz de antever novas realidades e seus desdobramentos.
Ter baixa aversão aos riscos inerentes ao ambiente de negócios.
Ter espírito inovador, quebrando paradigmas, abrindo novas fronteiras, propondo novas soluções para satisfazer às ilimitáveis necessidades humanas. 
Ter sensibilidade para farejar oportunidades de investimento ou de reunir e processar informações que os levam a descobri-las.
Ter energia suficiente para implantar projetos de empreendimento, animando tantos investidores quantos sejam necessários para sua execução.
Ter acesso aos outros quatro fatores de produção, bem como capacidade para combiná-los e motivá-los, levando adiante os projetos implantados.
Ter a capacidade de organizar o empreendimento, adquirindo ou contratando os fatores necessários, transferindo subsequentemente a gestores competentes a coordenação permanente das operações.
 
As Unidades Produtoras
As instituições onde são organizados e combinados os fatores de produção são denominadas Unidades Produtoras. Uma fábrica de automóveis, um banco e uma fazenda são exemplos de unidades produtoras, pois em cada uma delas os fatores (Recursos Naturais, Capital Trabalho, Tecnologia e Empresariedade) estão integrados de forma a resultar na produção de algum bem ou serviço. Assim, verificamos que as atividades produtivas de uma sociedade contemporânea distribuem-se por inúmeras unidades produtoras, que se utilizam de processos produtivos dos mais simples aos mais complexos visando a obtenção de determinados bens e/ou serviços.
O Aparelho Produtivo
No sistema econômico de uma nação, encontramos um grande e diversificado número de unidades produtoras, cada qual organizando os fatores de produção para a obtenção de um determinado produto ou para a prestação de um serviço. Este universo de unidades produtoras constitui o que denominamos de Aparelho Produtivo. O aparelho produtivo de um país é, portanto, a capacidade produtiva instalada que se materializa através da geração de bens e serviços do sistema econômico. Entretanto, apesar da diversidade de objetivos das inúmeras unidades produtoras, podemos classificá-las de acordo com as características fundamentais de sua produção. Utilizando este critério, veremos que as unidades produtoras podem ser agrupadas em três setores básicos.
Setor Primário: constituído pelas unidades produtoras que utilizam intensamente os recursos naturais e não introduzem transformações substanciais em seus produtos (o beneficiamento de certos produtos agrícolas, como o arroz que é descascado e polido, constitui um caso de transformação que não altera substancialmente o produto). Neste setor estão as unidades produtoras que desenvolvem atividades agrícolas, pecuárias e extrativas, sejam minerais, animais ou vegetais.
Setor Secundário: constituído pelas unidades produtoras dedicadas às atividades industriais, através das quais os bens são transformados e adquirem nova feição e/ou características. Neste setor há uma intensa utilização do fator de produção capital, sob a forma de máquinas e equipamentos. Indústrias de automóveis, de refrigerantes, de roupas e de móveis são exemplos de unidades produtoras incluídas no setor secundário.
Setor Terciário: este setor se diferencia dos outros pelo fato de seu produto não ser tangível, concreto, embora seja de grande importância no sistema econômico. É composto pelas unidades produtoras que prestam serviços, como os bancos, as escolas, as empresas de transporte, hospitais, o comércio, etc.
Podemos ter uma idéia do grau de desenvolvimento de um país se observarmos a importância relativa dos três setores em seu sistema econômico. Uma economia em que o setor primário ocupa maior peso revela, quase sempre, um nível de desenvolvimento não satisfatório, enquanto aquelas em que o setor secundário é preponderante apresentam maior grau de desenvolvimento.
Os fluxos do Sistema Econômico
Durante o processo de produção, as unidades produtoras remuneram os fatores por elas utilizados: pagam salários aos seus trabalhadores, aluguel pelas instalações que ocupam, juros pelos financiamentos obtidos e distribuem lucros aos seus proprietários. A remuneração recebida pelos proprietários dos fatores de produção lhes possibilita adquirir os bens e os serviços de que necessitam. Este é um aspecto fundamental do sistema econômico, e que garante sua eficiência: as unidades produtoras, ao mesmo tempo em que produzem bens e serviços, remuneram os fatores de produção por elas utilizados, permitindo que as pessoas adquiram bens e serviços produzidos por todas as outras unidades produtoras.
Uma pessoa que trabalha numa fábrica de roupas, por exemplo, não vai adquirir apenas o produto de seu trabalho (as roupas) com o salário que recebe. Precisa, também, comprar alimentos, alugar ou comprar uma casa, tomar condução, etc. É através da remuneração de sua força de trabalho (fator de produção que concorreu para a produção das roupas) que ela poderá adquirir as coisas de que necessita para viver. Pode-se dizer, portanto, que num sistema econômico existem dois fluxos: 
Fluxo Real: formado pelos bens e serviços produzidos no sistema econômico, que também recebe o nome de Produto.
Fluxo Nominal: (ou fluxo monetário) formado pelo pagamento que os fatores de produção recebem durante o processo produtivo, também denominado Renda.
O destino dos

Continue navegando