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Capítulo 12: Competição monopolística e oligopólio 191 CAPÍTULO 12 COMPETIÇÃO MONOPOLÍSTICA E OLIGOPÓLIO OBSERVAÇÕES PARA O PROFESSOR O Capítulo 12 apresenta sete modelos distintos: competição monopolística, Cournot-Nash, Stackelberg, Bertrand, jogo não cooperativo, curva de demanda quebrada e liderança de preço. Os estudantes que se defrontem com esse material pela primeira vez podem sentir-se perdidos diante de tantos modelos; por essa razão, pode ser interessante concentrar as aulas nos modelos básicos — competição monopolística, Cournot-Nash, jogo não cooperativo e liderança de preço. Na introdução do capítulo, é importante relembrar os principais resultados dos modelos de competição perfeita e monopólio. Ao apresentar a competição monopolística, deve-se ressaltar a razão pela qual os lucros positivos incentivam a entrada de novas empresas no mercado, além de enfatizar as semelhanças e diferenças entre esse modelo e os modelos de competição perfeita e monopólio. No final da Seção 12.1, o exemplo referente à competição entre marcas nos mercados de refrigerantes e de café propicia ótimo material para discussão em sala de aula sobre os custos e benefícios da existência de uma ampla gama de marcas e produtos entre os quais escolher. Na conclusão do capítulo são abordados dois tópicos sobre os quais a maioria dos estudantes tem algum tipo de opinião formada: a Opep e “A cartelização do esporte interuniversitário” (Exemplo 12.5). O modelo de duopólio de Cournot-Nash pode parecer, aos olhos dos estudantes, uma drástica mudança em relação aos mundos da competição perfeita ou do monopólio. Para entender a lógica desse modelo, é fundamental que os estudantes saibam interpretar adequadamente as funções de reação. É importante enfatizar que, no gráfico das funções de reação, ambos os eixos medem quantidades (veja a Figura 12.4). Depois que os estudantes tiverem entendido o conceito de função de reação, eles serão capazes de compreender as hipóteses, o raciocínio e os resultados dos modelos de Cournot-Nash, Stackelberg e Bertrand. Mesmo que eles não consigam entender a derivação algébrica do equilíbrio de Cournot-Nash, é importante mostrar, na Figura 12.5, as representações do equilíbrio de competição perfeita, do equilíbrio de Cournot-Nash e do equilíbrio de coalizão (ou monopólio). A Figura 12.5 pode dar a falsa impressão de que as curvas de reação dos duopolistas são sempre simétricas; é interessante, por isso, discutir o Exercício (2), que mostra que, com estruturas de custos diferentes, as curvas de reação são assimétricas. Os conceitos de equilíbrio de Nash, matriz de payoffs e dilema dos prisioneiros são apresentados neste capítulo e discutidos em maior detalhe no Capítulo 13. Se o Capítulo 13 estiver no programa do curso, pode ser interessante adiar a discussão da Seção 12.5, usando-a como uma ponte entre a teoria do oligopólio e a teoria dos jogos. A discussão sobre jogos não cooperativos é bastante intuitiva, mas alguns estudantes demoram algum tempo para interpretar as matrizes de payoff. O Exemplo 12.3, “A Procter & Gamble e o dilema dos prisioneiros”, fornece uma ótima representação dos problemas enfrentados pelas empresas dos Estados Unidos na determinação de preços em mercados estrangeiros. A seção 12.5 trata da rigidez de preço e da liderança de preço. A análise da rigidez de preço deve revelar-se fácil para os estudantes que entenderam o conceito de curva de receita marginal quebrada, discutido em capítulos anteriores. Alguns estudantes, porém, podem encontrar dificuldades para interpretar a Figura 12.7. Por essa razão, é recomendável derivar tal figura com cuidado, procedendo da seguinte forma: (1) discuta a idéia de curva de demanda quebrada; (2) adicione uma curva de RMg quebrada; (3) adicione uma curva de CMg; e (4) derive o nível de produção que maximiza os lucros. Capítulo 12: Competição monopolística e oligopólio 192 QUESTÕES PARA REVISÃO 1. Quais são as características de um mercado monopolisticamente competitivo? O que ocorre com o preço e a quantidade de equilíbrio em tal mercado quando uma empresa lança um produto novo e melhor? As duas principais características de um mercado monopolisticamente competitivo são: (1) as empresas competem pela venda de produtos diferenciados que são altamente, mas não perfeitamente, substituíveis, e (2) há livre entrada e saída do mercado. Quando uma nova empresa entra em um mercado monopolisticamente competitivo (buscando lucros positivos), a curva da demanda para cada uma das empresas estabelecidas se desloca para dentro, reduzindo, então, o preço e a quantidade recebida por elas. Assim sendo, a introdução de um novo produto por uma empresa reduzirá o preço recebido e a quantidade vendida dos produtos já existentes. 2. Por que a curva da demanda da empresa é mais plana do que a curva da demanda total do mercado em uma competição monopolística? Suponhamos que uma empresa monopolisticamente competitiva esteja obtendo lucros no curto prazo. O que poderá ocorrer com sua curva da demanda no longo prazo? A inclinação da curva de demanda da empresa é uma função da elasticidade da demanda pelo produto da empresa. A elasticidade da curva da demanda da empresa é maior do que a elasticidade da demanda do mercado porque é mais fácil para os consumidores optarem por consumir um produto altamente substituível de outra empresa do que optarem por consumir um outro produto totalmente diferente. O lucro no curto prazo induz outras empresas a entrarem no mercado; à medida que as empresas entram, as curvas da receita marginal e da demanda da empresa estabelecida se deslocam para dentro, reduzindo a quantidade que maximiza os lucros. Finalmente, os lucros caem a zero, não havendo incentivos para mais empresas entrarem. 3. Alguns especialistas têm argumentado que no mercado há um número demasiadamente grande de marcas de cereais matinais. Apresente um argumento favorável a esse ponto de vista. Apresente um argumento contrário a esse ponto de vista. Argumento a favor: A existência de muitas marcas de um único produto sinaliza excesso de capacidade, implicando um nível de produção menor do que aquele que minimizaria o custo médio. Argumento contra: Os consumidores valorizam a liberdade de escolher entre uma grande variedade de produtos concorrentes. (Observação: Em 1972, a Comissão Federal do Comércio entrou com uma ação contra a Kellogg, a General Mills e a General Foods. Essas empresas foram acusadas de tentar refrear a entrada de outras empresas no mercado de cereais ao lançarem, através de pesadas campanhas publicitárias, 150 marcas entre 1950 e 1970, expulsando os produtos dos concorrentes das prateleiras dos supermercados. Esse caso foi finalmente arquivado em 1982.) 4. Por que o equilíbrio de Cournot é estável (isto é, por que as empresas não teriam estímulo algum para alterar seus respectivos níveis de produção após alcançarem o equilíbrio)? Mesmo que não possam fazer uma coalizão, por que as empresas não adotam níveis de Capítulo 12: Competição monopolística e oligopólio 193 produção capazes de maximizar seus lucros em conjunto (isto é, o nível de produção pelo qual optariam caso pudessem fazer uma coalizão)? O equilíbrio de Cournot é estável porque cada empresa produz a quantidade que maximiza seus lucros, dadas as quantidades que seus concorrentes estão produzindo. Se todas as empresas se comportarem dessa forma, nenhuma empresa terá incentivo para mudar sua produção. Sem a coalizão, as empresas acham difícil concordar tacitamente na redução da produção. Uma vez que uma empresa reduz sua produção, as outras empresas têm um incentivo para aumentar sua produção e seus lucros às custas da empresa que está limitando suas vendas. 5. No modelo de Stackelberg, a empresa que determina sua produção em primeiro lugar possui uma vantagem. Expliquea razão. Segundo o modelo de Stackelberg, a empresa com liderança de preço possui vantagem porque a segunda empresa deve aceitar o nível elevado de produção da líder como fixo e produzir uma quantidade menor. Se a segunda empresa decide produzir uma quantidade maior, isso leva a uma redução no preço e no próprio lucro. A primeira empresa sabe que a segunda não terá escolha a não ser produzir uma menor quantidade a fim de maximizar seus lucros e, assim, a primeira é capaz de capturar uma parte maior dos lucros do setor. 6. O que os modelos de Cournot e de Bertrand têm em comum? E em que diferem? Ambos são modelos oligopolistas, nos quais as empresas produzem um produto homogêneo. No modelo de Cournot, cada empresa supõe que a concorrência não mudará a quantidade produzida. No modelo de Bertrand, cada empresa supõe que a concorrência não mudará o preço que já foi estabelecido. Em ambos os modelos, cada empresa supõe algum aspecto do comportamento da concorrência como fixo (seja quantidade ou preço) quando toma uma decisão. A diferença entre eles é que no modelo de Bertrand as empresas param de produzir quando o preço é igual ao custo marginal, enquanto no modelo de Cournot as empresas produzem mais que a produção de monopólio, mas menos que a produção competitiva. 7. Explique o significado do equilíbrio de Nash quando as empresas se encontram competindo em termos de preço. Por que o equilíbrio é estável? Por que as empresas não elevam seus preços ao nível capaz de maximizar seus lucros em conjunto? O equilíbrio de Nash, numa competição de preço, ocorre quando cada empresa escolhe seu preço, supondo que o preço de seu concorrente seja fixo. No equilíbrio, cada empresa faz o melhor possível, condicionado aos preços de seus concorrentes. O equilíbrio é estável porque as empresas estão maximizando os lucros e nenhuma delas possui incentivo para elevar ou reduzir seu preço. As empresas nem sempre entram em acordo: é difícil de se fazer cumprir o acordo feito em um cartel porque cada empresa possui um incentivo para burlar esse acordo. Ao diminuir o preço, a empresa que burla o acordo pode aumentar sua participação no mercado e seus lucros. Outra razão para as empresas não entrarem em acordo é que isso viola as leis antitruste. Em particular, a fixação de preços viola a Seção 1 da Lei Sherman. É claro que há tentativas de se contornar a legislação antitruste por meio do acordo tácito. Capítulo 12: Competição monopolística e oligopólio 194 8. A curva de demanda quebrada descreve a estabilidade de preços. Explique o funcionamento do modelo. Quais são suas limitações? Por que ocorre a estabilidade de preços nos mercados oligopolistas? De acordo com o modelo da curva de demanda quebrada, cada empresa se defronta com uma curva de demanda que é quebrada ao preço corrente. Se uma empresa aumenta seus preços, a maioria dos consumidores passa a adquirir produtos do concorrente. Esse raciocínio implica uma demanda altamente elástica para aumentos de preço. Se a empresa, entretanto, diminui seus preços, os concorrentes também reduzem seus preços. Isso implica uma curva de demanda mais inelástica para reduções de preço do que para aumentos de preço. Essa quebra na curva de demanda implica uma descontinuidade na curva da receita marginal, tal que apenas grandes variações no custo marginal levam a variações no preço. Apesar de conseguir reproduzir o fenômeno da rigidez de preço, esse modelo não explica como o preço rígido é determinado. A origem do preço rígido é explicada por outros modelos, tal como o desejo das empresas de evitar competição de preços mutuamente destrutiva. 9. Por que a liderança de preços às vezes ocorre nos mercados oligopolistas? Explique de que modo uma empresa com liderança de preço determina aquele que maximizará os lucros. Dado que as empresas não podem combinar seus preços explicitamente, elas utilizam meios implícitos. Uma forma de coalizão implícita é seguir a empresa com liderança de preço. Esta, em geral a empresa dominante do setor, determina o preço que maximiza seus lucros calculando a curva de demanda com que ela se defronta: ela subtrai, da demanda de mercado, a quantidade ofertada por todas as outras empresas para cada preço, e o resultado é a sua curva de demanda. A empresa líder escolhe a quantidade que iguala sua receita marginal a seu custo marginal. O preço de mercado é o preço ao qual é vendida a quantidade que maximiza os lucros da empresa líder. A esse preço, as seguidoras abastecem o resto do mercado. 10. Por que o cartel da Opep (do petróleo) teve sucesso na elevação substancial de seus preços, enquanto o cartel da Cipec (do cobre) não conseguiu êxito? Quais condições se fazem necessárias para que a cartelização seja bem-sucedida? Quais os problemas organizacionais que um cartel precisa ser capaz de superar? O sucesso da cartelização requer duas condições: a demanda deve ser inelástica e o cartel deve ser capaz de controlar a maior parte da oferta. A Opep foi bem- sucedida no curto prazo porque a demanda e a oferta de petróleo no curto prazo eram inelásticas. A Cipec não foi bem-sucedida porque tanto a oferta dos não membros da Cipec quanto a demanda eram altamente sensíveis ao preço. Um cartel se defronta com dois problemas organizacionais: o acordo com relação ao preço e a divisão do mercado entre os membros do cartel; e o monitoramento e cumprimento do acordo. Capítulo 12: Competição monopolística e oligopólio 195 EXERCÍCIOS 1. Suponhamos que, após uma fusão, todas as empresas de um setor monopolisticamente competitivo se tornem parte de uma mesma grande empresa. Será que a nova companhia produziria a mesma quantidade de marcas diferentes? Será que ela produziria apenas uma marca? Explique. A competição monopolística é definida pela diferenciação dos produtos. Cada empresa aufere lucro econômico ao distinguir uma marca das demais. Essa distinção pode derivar de diferenças reais no produto ou simplesmente de diferenças na estratégia de propaganda. Caso essas concorrentes se fundissem em uma só empresa, o monopolista resultante não produziria tantas marcas diferentes como no mercado anterior, dado que um grau excessivo de competição entre as marcas seria mutuamente destrutivo. Entretanto, não é provável que apenas uma marca seja produzida após a fusão. A produção com diversas marcas e com preços e características diferentes é uma forma de dividir o mercado em grupos de consumidores caracterizados por diferentes elasticidades de preço, o que pode, também, estimular a demanda como um todo. 2. Consideremos duas empresas que se defrontam com a curva da demanda P = 50 - 5Q, onde Q = Q1 + Q2. As funções de custo da empresa são C1(Q1) = 20 + 10Q1 e C2(Q2) = 10 + 12Q2. a. Suponhamos que as duas empresas tenham entrado no setor. Qual será o nível de produção conjunta capaz de maximizar os lucros? Qual quantidade cada empresa produzirá? De que forma sua resposta seria modificada se as empresas não tivessem entrado no setor? Dados: P = 50 - 5Q onde Q = Q1 + Q2 C1(Q1) = 20 + 10Q1 C2(Q2) = 10 + 12Q2 Se ambas as empresas tiverem entrado no mercado e praticarem a coalizão, elas se defrontarão com uma curva de receita marginal com o dobro de inclinação da curva de demanda: RMg = 50 - 10Q Capítulo 12: Competição monopolística e oligopólio 196 Igualando a receita marginal ao custo marginal (o custo marginal da Empresa 1, dado que este é menor do que o da Empresa 2) para determinar a quantidade que maximiza os lucros, Q: RMg = CMg 50 - 10Q = 10, ou Q = 4 Inserindo Q = 4 na função de demanda para determinar o preço: P = 50 - 5Q P = 50 – 5*4 = $30 A questão agora é saber como as empresas dividirão a produção total de 4 entre elas. Como duas empresas têm diferentes funções de custo, não será ótimo para elasdividir a produção em partes iguais. A solução para maximizar os lucros seria a Empresa 1 produzir tudo, de modo que seu lucro fosse: 1 = (30)(4) - (20 + (10)(4)) = $60 O lucro da Empresa 2 seria: 2 = (30)(0) - (10 + (12)(0)) = -$10 O lucro total do setor seria: T = 1 + 2 = 60 - 10 = $50 • Se elas dividissem a produção igualmente, o lucro total seria $46 ($20 para a Empresa 1 e $26 para a Empresa 2). • Se a Empresa 2 preferisse obter um lucro de $26, em oposição aos $25, então a Empresa 1 teria de dar $1 à Empresa 2 e, ainda assim, obter um lucro de $24 (que seria maior do que os $20 que ganharia se dividissem a produção). • Note que, se a Empresa 2 produzisse tudo, então a receita marginal seria igual ao custo marginal, ou 12, e o lucro seria de 62,2. Nesse caso, a Empresa 1 teria um lucro de -20, e o lucro total do setor seria de 42,2. • Se a Empresa 1 fosse a única a entrar no mercado, seus lucros seriam de $60 e o da Empresa 2 seria 0. Se a Empresa 2 fosse a única a entrar no mercado, então, ela igualaria sua receita marginal a seu custo marginal para determinar a quantidade que maximiza os lucros: RMg = CMg 50 - 10Q2 = 12, ou Q2 = 3,8 Capítulo 12: Competição monopolística e oligopólio 197 Inserindo Q2 na equação de demanda para determinar o preço: P = 50 - 5Q P = 5 – 5*3,8 = $31 O lucro da Empresa 2 seria: 2 = (31)(3,8) - (10 + (12)(3,8)) = $62,20 b. Qual será a quantidade de produção de equilíbrio para cada empresa se elas atuarem de forma não cooperativa? Utilize o modelo de Cournot, desenhe as curvas de reação das empresas e mostre seu equilíbrio. Dados: P = 50 - 5Q onde Q = Q1 + Q2 C1(Q1) = 20 + 10Q1 C2(Q2) = 10 + 12Q2 No modelo de Cournot, a Empresa 1 considera a produção da Empresa 2 como fixa e maximiza seus lucros. A função de lucro derivada no item a se torna 1 = RT – CT 1 = P* Q1 – (20 + 10Q1) 1 = [50 – 5(Q1 + Q2) Q1 ] – (20 + 10Q1) 1 = (50 - 5Q1 - 5Q2 ) Q1 - (20 + 10Q1 ), ou = 40Q1 − 5Q1 2 − 5Q1Q2 − 20. Igualando a derivada da função de lucro em relação a Q1 para zero, obtemos a função de reação da Empresa 1: 1Q = 40−10 1Q - 5 2Q =0, or 1Q = 4 - Q2 2 . Similarmente, a função de reação da Empresa 2 é 1 2 3,8 . 2 Q Q = − Capítulo 12: Competição monopolística e oligopólio 198 Para encontrar o equilíbrio de Cournot, inserimos a função de reação da Empresa 2 na função de reação da Empresa 1: 1 1 1 1 4 3,8 , ou 2,8. 2 2 Q Q Q = − − = Inserindo o valor de Q1 na função de reação da Empresa 2, obtemos Q2 = 2,4. Inserindo os valores de Q1 e Q2 na função de demanda para determinar o preço de equilíbrio: P = 50 - 5Q P = 50 - 5(2,8+2,4) = $24. Os lucros das Empresas 1 e 2 são iguais a 1 = (24)(2,8) - (20 + (10)(2,8)) = 19,20 e 2 = (24)(2,4) - (10 + (12)(2,4)) = 18,80 c. Que valor a Empresa 1 deveria estar disposta a pagar pela aquisição da Empresa 2, uma vez que a coalizão é ilegal, mas não a aquisição do controle acionário? A fim de determinar quanto a Empresa 1 estaria disposta a pagar para adquirir a Empresa 2, devemos comparar os lucros obtidos pela Empresa 1 em uma situação de monopólio com os lucros obtidos em uma situação de oligopólio. A diferença entre os dois valores será o valor que a Empresa 1 estaria disposta a pagar pela Empresa 2. No item a, descobrimos que o lucro da Empresa 1 era de $60 quando a receita marginal foi igualada ao custo marginal. Isso era o que a empresa ganharia se fosse monopolista. No item b, descobrimos que o lucro da Empresa 1 era de $19,20. A Empresa 1, então, estaria disposta a pagar até $40,80 pela Empresa 2. Capítulo 12: Competição monopolística e oligopólio 199 3. Um monopolista pode produzir a um custo médio (e marginal) constante de CMe = CMg = $5. A empresa defronta-se com a curva da demanda Q = 53 - P. a. Calcule o preço e a quantidade capazes de maximizar os lucros desse monopolista. Calcule também os lucros do monopolista. O monopolista deve escolher a quantidade que maximiza seus lucros, onde: RMg = CMg Q = 53 – P => P = 53 – Q RMg = 53 – 2Q e CMg = 5 53 – 2Q = 5 Q = 24 Insira a quantidade que maximiza os lucros, Q = 24, na função de demanda para determinar o preço: 24 = 53 - P, ou P = $29. O lucro é igual a = RT - CT = (29)(24) - (5)(24) = $576. b. Suponhamos que uma segunda empresa entre no mercado, que Q1 seja a quantidade produzida pela primeira empresa e Q2 a da segunda. A demanda do mercado é dada por: Q = 53 - P Q1 + Q2 = 53 – P P = 53 – (Q1 + Q2) Supondo que a segunda empresa tenha custos iguais aos da primeira, escreva a expressão para obtenção dos lucros de cada uma delas como funções de Q1 e Q2. Quando a segunda empresa entra no mercado, o preço pode ser escrito como uma função da produção das duas empresas: P = 53 - Q1 - Q2. Podemos escrever as funções de lucros das duas empresas: Capítulo 12: Competição monopolística e oligopólio 200 c. Suponhamos (como no modelo de Cournot) que cada empresa escolha seu nível de produção que maximiza os lucros, presumindo que a produção de sua concorrente seja fixa. Descubra a “curva de reação” de cada empresa (ou seja, a regra que indica a produção desejada em termos da produção do concorrente). Sob a hipótese de Cournot, a Empresa 1 considera a produção da Empresa 2 constante ao maximizar seus lucros. Logo, a Empresa 1 escolhe Q1 para maximizar a função 1, dada em b, supondo Q2 constante. A derivada de 1 em relação a Q1 é Essa equação é a função de reação para a Empresa 1, que gera o nível de produção que maximiza o lucro, dada a produção constante da Empresa 2. Considerando que o problema seja simétrico, a função de reação para a Empresa 2 é d. Calcule o equilíbrio de Cournot (isto é, os valores de Q1 e Q2 para os quais cada empresa esteja fazendo o melhor que pode em função da quantidade produzida pela concorrente). Quais são o preço e a quantidade resultantes, bem como os lucros, de cada uma das empresas? Para calcular o nível de produção de cada empresa que resulta em um equilíbrio estacionário, resolvemos para os valores de Q1 e Q2 que satisfaçam ambas as funções de reação, inserindo a função de reação para a Empresa 2 na função de reação para a Empresa 1: Por simetria, Q2 = 16. Para determinar o preço, insira Q1 e Q2 na equação de demanda: P = 53 – (Q1 + Q2) P = 53 – Q1 – Q2 P = 53 - 16 - 16 = $21. Os lucros são dados por i = PQi - C(Qi) = i = (21)(16) - (5)(16) = $256 O lucro total do setor é 1 + 2 = $256 +$256 = $512. Capítulo 12: Competição monopolística e oligopólio 201 e. Suponhamos que haja N empresas no setor e que todas possuam o mesmo custo marginal constante, CMg = $5. Descubra o equilíbrio de Cournot. Qual quantidade cada empresa produzirá, qual será o preço de mercado e qual o lucro obtido por empresa? Além disso, mostre que, à medida que N se torna grande, o preço de mercado se aproxima do preço que prevaleceria na competição perfeita. Se há N empresas idênticas, então, o preço de mercado será P = 53 - Q Os lucros para a i-ésima empresa são dados por A condição (necessária) de primeira ordem para a maximização do lucro é dada por . Resolvendo para Qi, Se todas as empresas se defrontam com os mesmos custos, todas terão o mesmo nível de produção, isto é, Qi = Q*. Logo, Podemos inserir Q = NQ*, a produção total, na função de demanda: O lucro total é T = PQ - C(Q) = P(NQ*) - 5(NQ*) Ou Capítulo 12: Competição monopolística e oligopólio 202 Observe que, com N empresas, e que, à medida que N aumenta (N → ) Q = 48. Similarmente, com Em competição perfeita, sabemos que os lucros são iguaisa zero e o preço é igual ao custo marginal. Aqui, T = $0 e P = CMg = 5. Sendo assim, quando N se aproxima do infinito, esse mercado se aproxima de um mercado perfeitamente competitivo. 4. Este exercício é uma continuação do anterior. Voltemos às duas empresas que possuem os mesmos custos médio e marginal constantes, CMe = CMg = 5, e se defrontam com a curva da demanda do mercado Q1 + Q2 = 53 - P. Agora utilizaremos o modelo de Stackelberg para analisar o que ocorrerá caso uma das empresas tome sua decisão de produção antes da outra. a. Suponhamos que a Empresa 1 tenha a liderança de Stackelberg (isto é, tome a decisão de produção antes da Empresa 2). Identifique as curvas de reação que informam a cada empresa quanto deverá produzir em função da produção de sua concorrente. Capítulo 12: Competição monopolística e oligopólio 203 A Empresa 1, a líder de Stackelberg, escolherá a produção, Q1, para maximizar seus lucros, sujeita à função de reação da Empresa 2: max 1 = PQ1 - C(Q1) sujeito a Insira o valor de Q2 na função de demanda e, depois de resolver para P: P = 53 – (Q1 + Q2) P = 53 – [Q1 + (24 – Q1/2)] P = 53 – Q1 – (24 – Q1/2) Insira o valor de P na função de lucro: Para determinar a quantidade que maximiza os lucros, obtemos a derivada da função de lucro em relação a Q1: Iguale essa expressão a 0 para determinar a quantidade que maximiza os lucros: 53 - 2Q1 - 24 + Q1 - 5 = 0, ou Q1 = 24 Inserindo Q1 = 24 na função de reação da Empresa 2 obtemos Q2: Insira os valores de Q1 e Q2 na equação de demanda para determinar o preço: P = 53 - 24 - 12 = $17 Capítulo 12: Competição monopolística e oligopólio 204 O lucro de cada empresa é igual à receita total menos o custo total, ou 1 = (17)(24) - (5)(24) = $288 e 2 = (17)(12) - (5)(12) = $144 O lucro total do setor, T = 1 + 2 = $288 + $144 = $432 Em comparação com o equilíbrio de Cournot, a produção total aumentou de 32 para 36, o preço caiu de $21 para $17, e os lucros totais caíram de $512 para $432. Os lucros da Empresa 1 cresceram de $256 para $288, enquanto os lucros da Empresa 2 diminuíram bruscamente de $256 para $144. b. Qual quantidade cada empresa produzirá e quais serão seus respectivos lucros? Se cada empresa acreditar que é uma líder de Stackelberg, enquanto a outra empresa é uma seguidora de Cournot, ambas irão produzir inicialmente 24 unidades, de modo que a produção total será de 48 unidades. O preço de mercado cairá para $5, igual ao custo marginal. É impossível especificar exatamente onde será o novo ponto de equilíbrio, pois nenhum ponto é estável quando ambas as empresas estão tentando ser a líder de Stackelberg. 5. Duas empresas competem pela venda de aparelhos idênticos. Elas escolhem suas quantidades produzidas Q1 e Q2 simultaneamente e se defrontam com a seguinte curva da demanda P = 30 - Q onde Q = Q1 + Q2. Até recentemente, ambas as empresas tinham custo marginal igual a zero. Restrições ambientais recentes aumentaram o custo marginal da Empresa 2 para $15. O custo marginal da Empresa 1 continua a ser zero. Como resultado, o preço de mercado vai subir para o nível de monopólio. Verdadeiro ou falso? Verdadeiro. Se apenas uma empresa estivesse nesse mercado, ela cobraria um preço de $15 por unidade. A receita marginal para esse monopolista seria RMg = 30 - 2Q A maximização do lucro implica RMg = CMg, ou 30 - 2Q = 0, Q = 15, (utilizando a curva de demanda) P = 15. A situação atual é um jogo de Cournot, onde os custos marginais da Empresa 1 são zero e os da Empresa 2 são 15. Precisamos encontrar as funções de reação de cada empresa. A receita da Empresa 1 é e sua receita marginal é dada por: 21230 QQRMg −−= Capítulo 12: Competição monopolística e oligopólio 205 A maximização do lucro implica RMg1 = CMg1 ou que é a função de reação da Empresa 1. A função de receita da Empresa 2 é simétrica à da Empresa 1 e, consequentemente, 212 230 QQRMg −−= A maximização do lucro implica RMg2 = CMg2, ou que é a função de reação da Empresa 2. O equilíbrio de Cournot ocorre na interseção das funções de reação. Inserindo o valor de Q1 na função de reação da Empresa 2, obtemos: 2 2 7,5 0,5(15 ). 2 Q Q = − − Logo, Q2 = 0 e Q1=15. P = 30 – (Q1 + Q2) = 15, que é o preço de monopólio. Resposta: Verdadeiro 6. Suponhamos que duas empresas idênticas produzam aparelhos e que elas sejam as únicas no mercado. Seus custos são dados por C1 = 60Q1 e C2 = 60Q2, onde Q1 é a quantidade produzida pela Empresa 1 e Q2 a quantidade produzida pela Empresa 2. O preço é determinado pela seguinte curva da demanda: P = 300 - Q onde Q = Q1 + Q2 a. Descubra o equilíbrio de Cournot-Nash. Calcule o lucro de cada uma das empresas nesse equilíbrio. Para determinar o equilíbrio de Cournot-Nash, primeiro calculamos a função de reação de cada empresa e, depois, resolvemos preço, quantidade e lucro. O lucro da Empresa 1, RT1 - CT1, é igual a 1 = 300Q1 − Q1 2 − Q1Q2 − 60Q1 = 240Q1 − Q1 2 − Q1Q2 . Logo, Capítulo 12: Competição monopolística e oligopólio 206 1 1Q = 240− 2 1Q − 2Q . Igualando a zero e resolvendo para Q1 em função de Q2: Q1 = 120 – 0,5Q2 Essa é a função de reação da Empresa 1. Dado que a Empresa 2 possui a mesma estrutura de custos, sua função de reação é Q2 = 120 – 0,5Q1 Inserindo o valor de Q2 na função de reação da Empresa 1, e resolvendo para Q1, obtemos Q1 = 120 - (0,5)(120 – 0,5Q1), ou Q1 = 80 Por simetria, Q2 = 80 Inserindo Q1 e Q2 na equação de demanda para determinar o preço que maximiza o lucro: P = 300 - 80 - 80 = $140 Inserindo os valores para preço e quantidade na função de lucro, 1 = (140)(80) - (60)(80) = $6.400 e 2 = (140)(80) - (60)(80) = $6.400. Logo, o lucro é de $6.400 para ambas as empresas no equilíbrio de Cournot-Nash. b. Suponhamos que as duas empresas formem um cartel para a maximização dos lucros de ambas. Quantos aparelhos serão produzidos? Calcule o lucro de cada empresa. Dado que a curva de demanda é (P = 300 – Q), a curva da receita marginal é (RMg = 300 - 2Q). O lucro será maximizado ao encontrar o nível de produção em que a receita marginal é igual ao custo marginal.: 300-2Q=60 Q=120 Quando a produção for 120, o preço será igual a 180, baseado na curva da demanda. Como o custo marginal é idêntico para ambas as empresas, elas dividirão a produção igualmente entre si para produzir 60 unidades cada. O lucro de cada uma será: 1 = (180)(60) - (60)(60) = $7.200 Uma outra forma de resolver esse problema, e chegar ao mesmo resultado, seria usar a função de lucro para cada empresa do item a e estabelecer Q = Q1 = Q2. c. Suponhamos que a Empresa 1 seja a única empresa no setor. De que forma a produção do mercado e o lucro da Empresa 1 difeririam dos valores encontrados no item b? Capítulo 12: Competição monopolística e oligopólio 207 Se a Empresa 1 fosse a única, ela produziria até o ponto em que a receita marginal fosse igual ao custo marginal, conforme visto no item b. Nesse caso, a Empresa 1 produziria todas as 120 unidades e obteria um lucro de $14.400. d. Voltando ao duopólio do item b, suponhamos que a Empresa 1 respeite o acordo, mas a Empresa 2 burle-o e aumente sua produção. Quantos aparelhos serão produzidos pela Empresa 2? Quais serão os lucros de cada empresa? Supondo que, pelo acordo, elas devam dividir o mercado igualmente, a Empresa 1 produz 60 aparelhos. A Empresa 2 burla o acordo e produz o nível que maximiza seu lucro, dado que Q1 = 60. Inserindo Q1 = 60 na função de reação da Empresa 2: Q2 = 120− 60 2 = 90. A produção total do setor, QT, é igual a Q1 mais Q2: QT = 60 + 90 = 150. Inserindo QT na equação de demanda para determinar o preço: P = 300 - 150 = $150 Inserindo Q1, Q2, e P na função de lucro:1 = (150)(60) - (60)(60) = $5.400 e 2 = (150)(90) - (60)(90) = $8.100. A Empresa 2, burlando o acordo, aumentou seus lucros às custas da Empresa 1. 7. Suponhamos que duas empresas concorrentes, A e B, produzam uma mercadoria homogênea. Ambas têm um custo marginal de CMg = $50. Descreva o que aconteceria com a produção e com o preço em cada uma das seguintes situações se as empresas estiverem em (i) equilíbrio de Cournot, (ii) equilíbrio de coalizão, e (iii) equilíbrio de Bertrand. a. Como a empresa A precisa aumentar os salários, seu CMg aumenta para $80. (i) No equilíbrio de Cournot você deve considerar o efeito sobre as funções de reação, como ilustrado na figura 12.4 do texto. Quando o custo marginal da empresa A aumenta, sua função de reação se desloca para dentro. A quantidade produzida pela empresa A diminuirá e a quantidade produzida pela empresa B aumentará. A quantidade total produzida tenderá a diminuir e o preço, a aumentar. (ii) No equilíbrio de coalizão, as duas empresas se comportarão como um monopolista. Quando o custo marginal da empresa A aumentar, esta reduzirá sua produção. Isso fará com que o preço suba e leve a empresa B a aumentar sua produção. O preço será maior e a quantidade total produzida será menor. (iii) Dado que o produto é homogêneo, ambas produzirão no nível em que o preço é igual ao custo marginal. A Empresa A aumentará o preço para $80 e a empresa B manterá seu preço em $50. Supondo que a empresa B possa produzir uma quantidade suficientemente elevada, elas suprirão todo o mercado. b. O custo marginal de ambas as empresas aumenta. (i) Novamente, observe a Figura 12.4. O aumento no custo marginal de ambas as empresas deslocará suas funções de reação para dentro. Ambas as empresas diminuirão a quantidade produzida e o preço aumentará. Capítulo 12: Competição monopolística e oligopólio 208 (ii) Quando o custo marginal aumentar, ambas as empresas produzirão menos e o preço aumentará, como no caso do monopólio. (iii) Como nos casos acima, o preço aumentará e a quantidade produzida diminuirá. c. A curva da demanda desloca-se para a direita. (i) Este é o oposto do item b do caso anterior. Aqui, ambas as funções de reação se deslocarão para fora e ambas as empresas produzirão uma quantidade maior. O preço tenderá a aumentar. (ii) Ambas as empresas aumentarão a quantidade produzida à medida que a demanda e a receita marginal aumentarem. O preço também tenderá a aumentar. (iii) Ambas as empresas ofertarão mais. Dado que o custo marginal é constante, o preço não mudará. 8. Imaginemos que o setor aéreo consista em apenas duas empresas: American e Texas Air Corp. Suponhamos que ambas as empresas possuam idênticas funções de custo, sendo, C(q) = 40q. Suponhamos também que a curva da demanda do setor seja P = 100 - Q e que cada empresa espere que a outra se comporte conforme um concorrente Cournot. a. Calcule o equilíbrio de Cournot-Nash para cada empresa, supondo que cada uma opte pelo nível de produção que maximiza os lucros quando considera fixa a quantidade produzida pela empresa rival. Quais serão os lucros de cada empresa? Para determinar o equilíbrio de Cournot-Nash, primeiro calculamos a função de reação para cada empresa, depois, resolvemos preço, quantidade e lucro. O lucro da Texas Air, 1, é igual à receita total menos o custo total: 1 = (100 - Q1 - Q2)Q1 - 40Q1, ou A derivada de 1 em relação a Q1 é Igualando a derivada a zero e resolvendo para Q1 em função de Q2 obtemos a função de reação da Texas Air: Q1 = 30 – 0,5Q2. Como a American tem a mesma estrutura de custos, sua função de reação é Q2 = 30 – 0,5Q1. Inserindo Q2 na função de reação da Texas Air, Q1 = 30 – 0,5(30 – 0,5Q1) = 20. Por simetria, Q2 = 20. A produção do setor, QT, é Q1 mais Q2, ou Capítulo 12: Competição monopolística e oligopólio 209 QT = 20 + 20 = 40. Inserindo a produção do setor na equação de demanda, obtemos P = 60. Inserindo Q1, Q2 e P na função de lucro, obtemos 1 = 2 = 60(20) -20 2 - (20)(20) = $400 para ambas as empresas no equilíbrio de Cournot-Nash. b. Qual seria a quantidade de equilíbrio se a Texas Air possuísse custos médio e marginal constantes e iguais a $25, e a American tivesse custos médio e marginal constantes e iguais a $40? Resolvendo para a função de reação sob essa nova estrutura de custos, calculamos que o lucro da Texas Air é igual a A derivada do lucro em relação a Q1 é Igualando a derivada a zero e resolvendo para Q1 em função de Q2, Q1 = 37,5 – 0,5Q2. Esta é a função de reação da Texas Air. Dado que a American possui a mesma estrutura de custos, como no item a, sua função de reação é a mesma de antes: Q2 = 30 – 0,5Q1. Para determinar Q1, insira Q2 na função de reação da Texas Air e resolva Q1: Q1 = 37,5 - (0,5)(30 – 0,5Q1) = 30. A Texas Air descobre que é lucrativo aumentar a produção em resposta a uma diminuição na sua estrutura de custos. Para determinar Q2, insira Q1 na função de reação da American: Q2 = 30 - (0,5)(37,5 – 0,5Q2) = 15. A American diminuiu ligeiramente sua produção em resposta ao aumento da produção da Texas Air. A quantidade total, QT, é Q1 + Q2, ou QT = 30 + 15 = 45. Comparando com o item a, a quantidade de equilíbrio aumentou ligeiramente. c. Supondo que ambas as empresas tenham a função de custo original, C(q) = 40q, qual valor a Texas Air estaria disposta a investir para reduzir seu custo marginal de 40 para 25, imaginando que a American não faria o mesmo? Qual valor a American estaria disposta a despender para reduzir seu custo marginal para 25, supondo que a Capítulo 12: Competição monopolística e oligopólio 210 Texas Air continue com custo marginal igual a 25 independentemente do que a American possa fazer? Lembre-se de que os lucros para ambas as empresas eram de $400 sob a estrutura de custos original. Com os custos médio e marginal constantes e iguais a 25, o lucro da Texas Air será de (55)(30) - (25)(30) = $900. A diferença no lucro é de $500. Logo, a Texas Air deveria estar disposta a investir até $500 para diminuir seus custos de 40 para 25 por unidade (supondo que a American não faça o mesmo). Para determinar quanto a American estaria disposta a gastar para reduzir seus custos médios, devemos calcular a diferença entre os lucros, supondo que o custo médio da Texas Air é de 25. Primeiro, sem o investimento, os lucros da American seriam: (55)(15) - (40)(15) = $225. Em segundo lugar, com o investimento de ambas as empresas, a função de reação seria: Q1 = 37,5 – 0,5Q2 e Q2 = 37,5 – 0,5Q1. Para determinar Q1, insira Q2 na primeira função de reação e resolva Q1: Q1 = 37,5 - (0,5)(37,5 – 0,5Q1) = 25. Inserindo Q1 na segunda função de reação para determinar Q2: Q2 = 37,5 – 0,5(37,5 – 0,5Q2) = 25. Inserindo a produção do setor na equação de demanda para determinar o preço: P = 100 - 50 = $50. Os lucros da American se Q1 = Q2 = 25 (quando ambas as empresas possuem CMg = CMe = 25) são 2 = (100 - 25 - 25)(25) - (25)(25) = $625. Logo, a diferença no lucro com e sem o investimento redutor de custos para a American é de $400. A American deveria estar disposta a investir até $400 para reduzir seu custo marginal para 25 se a Texas Air também possuir custos marginais de 25. 9. A demanda de lâmpadas pode ser representada por Q = 100 - P, onde Q é medido em milhões de caixas vendidas e P é o preço de cada caixa. Há dois produtores de lâmpadas, as empresas Everglow e Dimlit. Elas possuem idênticas funções de custo: Q = QE + QD. a. Incapazes de reconhecer o potencial existente para a coalizão, as duas empresas atuam como concorrentes perfeitos no curto prazo. Quais são os valores de equilíbrio para QE, QD e P? Quais são os lucros de cada empresa? Capítulo 12: Competição monopolística e oligopólio 211 Dado que a função de custo total é ,a curva de custo marginal para cada empresa é ii QCMg +=10 . No curto prazo, as empresas, que atuam como concorrentes perfeitos, determinam seu nível ótimo de produção considerando fixo o preço e igualando-o ao custo marginal. Há duas maneiras de se resolver esse problema. Uma é igualar o preço ao custo marginal para cada empresa tal que: Dado que agora temos duas equações e duas incógnitas, podemos resolver Q1 e Q2. Resolva a segunda equação para Q2 a fim de obter e insira na outra equação para obter A solução é: Q1=30, Q2=30 e P=40. Você pode verificar que P=CMg para cada empresa. O lucro é a receita total menos o custo total ou milhões 450$)30*30*5,030*10(30*40 =+−= . A outra maneira de se resolver esse problema e se chegar à mesma solução é determinar a curva de oferta do mercado somando as curvas de custos marginais, tal que QM=2P-20 seja a oferta de mercado. Igualando a oferta à demanda obtemos a quantidade de 60 no mercado ou de 30 por empresa, dado que estas são idênticas. b. A alta administração de ambas as empresas foi substituída. Cada um dos novos administradores reconhece, independentemente, a natureza oligopolista do setor de lâmpadas e se comporta conforme o modelo de Cournot. Quais são os valores de equilíbrio para QE, QD e P? Quais são os lucros de cada empresa? Para determinar o equilíbrio de Cournot-Nash, primeiro calculamos a função de reação para cada empresa, depois, resolvemos preço, quantidade e lucro. Os lucros da Everglow são iguais a RTE - CTE, ou ( ) ( )2 2100 10 0,5 90 1,5 .E E D E E E E E E DQ Q Q Q Q Q Q Q Q = − − − + = − − A derivada do lucro em relação a QE é Capítulo 12: Competição monopolística e oligopólio 212 Para determinar a função de reação da Everglow, iguale a derivada dos lucros em relação a QE a zero e resolva QE: 90 - 3QE - QD = 0, ou Como a Dimlit tem a mesma estrutura de custos, sua função de reação é Inserindo QD na função de reação da Everglow, e resolvendo QE: 90 90 3 3 3 90 30 3 22,5. E E E E E Q Q Q Q Q − − = = − + = Por simetria, QD = 22,5, e a produção total do setor é 45. Inserindo a produção do setor na equação de demanda, obtemos P: 45 = 100 - P, ou P = $55. Inserindo a produção total do setor e P na função de lucro: 22,5*55 (10*22,5 0,5*22,5*22,5) $759.375 milhõesi = − + = c. Suponhamos que o administrador da Everglow imagine, corretamente, que a Dimlit esteja se comportando conforme o modelo de Cournot e, portanto, a Everglow apresente o modelo de Stackelberg. Quais são os valores de equilíbrio para QE, QD e P? Quais são os lucros de cada empresa? Lembre-se de que a função de lucro da Everglow é: ( ) ( )2 100 10 0,5 . E E D E E E Q Q Q Q Q = − − − + Se a Everglow determinar sua quantidade primeiro, conhecendo a função de reação da Dimlit , podemos determinar a função de reação da Everglow inserindo QD em sua função de lucro. Obtemos Capítulo 12: Competição monopolística e oligopólio 213 Para determinar a quantidade que maximiza os lucros, derive o lucro em relação a QE, iguale a derivada a zero e resolva QE: 7 60 0 ou 25,7 3 E E E E Q , .Q Q = − = = Substituindo na função de reação da Dimlit, obtemos 25,7 30 21,4. 3 DQ = − = A produção total do setor é 47,1 e P = $52,90. O lucro da Everglow é de $772,29 milhões. O lucro da Dimlit é de $689,08 milhões. d. Se os administradores das duas empresas decidirem entrar em acordo, quais serão os valores de equilíbrio para QE, QD e P? Quais serão os lucros de cada empresa? Se as empresas dividirem o mercado igualmente, o custo total do setor será ; portanto, TQCMg +=10 . A receita total é ; portanto, TQRMg 2100 −= . Para determinar a quantidade que maximiza os lucros, estabeleça RMg = CMg e resolva QT: Isso significa que QE = QD = 15. Inserindo QT na equação de demanda para determinar o preço: P = 100 - 30 = $70. O lucro de cada empresa é igual à receita total menos o custo total: milhões 50,787$ 2 15 )15)(10()15)(70( 2 = +−=i . 10. Duas empresas produzem estofamentos de pele de carneiro para bancos de automóveis: Western Where (WW) e B.B.B. Sheep (BBBS). A função de custo de cada empresa é dada por: C (q) = 30q + 1,5q 2 A demanda de mercado para esses estofamentos é representada pela equação de demanda inversa: P = 300 - 3Q, onde Q = q1 + q2 , quantidade total produzida. a. Se cada empresa age para maximizar seus lucros e estima que a produção de seu concorrente esteja determinada (isto é, que as empresas se comportam como oligopolistas de Cournot), quais são as quantidades de equilíbrio que cada empresa seleciona? Qual é a quantidade total produzida e qual é o preço de mercado? Quais são os lucros de cada empresa? Temos a função de custo de cada empresa C(q) = 30q + 1,5q 2 e a função de demanda do mercado P = 300 - 3Q , onde a produção total Q é a soma da produção de cada empresa q1 e q2. Obtemos as funções de reação para ambas as Capítulo 12: Competição monopolística e oligopólio 214 empresas igualando a receita marginal ao custo marginal (alternativamente, você pode montar a função de lucro para cada empresa e derivar em relação à quantidade produzida por aquela empresa): R1 = P q1 = (300 - 3(q1 + q2)) q1 = 300q1 - 3q1 2 - 3q1q2. RMg1 = 300 - 6q1 - 3q2 CMg1 = 30 + 3q1 300 - 6q1 - 3q2 = 30 + 3q1 q1 = 30 - (1/3)q2. Por simetria, a função de reação da BBBS será: q2 = 30 - (1/3)q1. O equilíbrio de Cournot ocorre na interseção dessas duas funções de reação, dada por: q1 = q2 = 22,5. Logo, Q = q1 + q2 = 45 P = 300 - 3(45) = $165. O lucro de ambas as empresas será igual e dado por: R - C = (165) (22,5) - (30(22,5) + 1,5(22,5 2 ) = $2278,13 b. Os administradores da WW e da BBBS acreditam que podem melhorar seus resultados fazendo um acordo. Se as duas empresas fizerem um acordo, qual será a quantidade total produzida que maximizará o lucro? Qual será o preço do setor? Qual será a quantidade produzida e o lucro para cada uma das empresas? Se as empresas puderem entrar em acordo, elas deverão produzir, cada uma, metade da quantidade que maximiza os lucros totais do setor (isto é, metade dos lucros do monopólio). Se, por outro lado, elas tiverem funções de custo diferentes, então não seria bom para elas dividir a produção de monopólio. O lucro conjunto será (300-3Q)Q - 2(30(Q/2) + 1,5(Q/2) 2 ) = 270Q - 3,75Q 2 e será maximizado em Q = 36. Você pode chegar a essa quantidade derivando a função de lucro acima em relação a Q, igualando a condição de primeira ordem resultante a zero e, depois, resolvendo Q. Logo, teremos q1 = q2 = 36 / 2 = 18 e P = 300 - 3(36) = $192. O lucro de cada empresa será 18(192) - (30(18) + 1,5(18 2 )) = $2.430. c. Os administradores das empresas percebem que acordos explícitos são ilegais. Cada uma precisa decidir por conta própria se produz a quantidade de Cournot ou a quantidade que um cartel produziria. Para ajudar na tomada de decisão, o administrador da WW construiu uma matriz de payoff como a apresentada a seguir. Preencha cada quadro com o lucro da WW e o lucro da BBBS. A partir dessa matriz de payoff, quais as quantidades que cada empresa está inclinada a produzir? Capítulo 12: Competição monopolística e oligopólio 215 Se a WW produzir no nível de Cournot (22,5) e a BBBS produzir no nível de acordo (18), então: Q = q1 + q2 = 22,5 + 18 = 40,5 P = 300 -3(40,5) = $178,5. O lucro da WW = 22,5(178,5) - (30(22,5) + 1,5(22,5 2 )) = $2581,88. O lucro da BBBS = 18(178,5) - (30(18) + 1,5(18 2 )) = $2187. O único equilíbrio de Nash nesse setor, dada a seguinte matriz de payoff, caracteriza-se por ambas as empresas produzirem no nível de Cournot. Dado que as empresas podem acabar em qualquer uma das células da matriz, uma delas sempre terá um incentivo para mudar o nível de produção a fim deaumentar o lucro. Por exemplo, se a WW for Cournot e BBBS for cartel, a BBBS terá um incentivo para mudar para cartel e aumentar seus lucros. (Observação: este não é apenas um equilíbrio de Nash, mas também um equilíbrio em estratégias dominantes.) Matriz de payoff para os lucros BBBS (Lucro da WW, lucro da BBBS) Produz q de Cournot Produz q de cartel WW Produz q de Cournot 2278,2278 2582,2187 Produz q de cartel 2187,2582 2430,2430 d. Suponhamos que a WW possa determinar seu nível de produção antes que a BBBS o faça. Quanto a WW produzirá? Quanto a BBBS produzirá? Qual o preço de mercado e qual o lucro de cada empresa? A WW obterá melhores resultados por determinar sua produção primeiro? Explique a razão. A WW é capaz, agora, de determinar primeiro a quantidade. A WW sabe que a BBBS escolherá a quantidade q2 que será sua melhor resposta a q1 ou: Os lucros da WW serão: 2 1 1 1 1 2 1 1 1 2 1 1 1 2 2 1 1 1 1 2 1 1 (300 3 3 ) (30 1,5 ) 270 4,5 3 1 270 4,5 3 (30 ) 3 180 3,5 . Pq C q q q q q q q q q q q q q q q = − = − − − + = − − = − − − = − A maximização do lucro implica: Capítulo 12: Competição monopolística e oligopólio 216 q1 = 180− 7q1 = 0. Isso resulta em q1=25,7 e q2=21,4. O preço de equilíbrio e os lucros serão, então: P = 200 - 2(q1 + q2) = 200 - 2(25,7 + 21,4) = $158,57 1 = (158,57) (25,7) - (30) (25,7) – 1,5*25,7 2 = $2313,51 2 = (158,57) (21,4) - (30) (21,4) – 1,5*21,4 2 = $2064,46. A WW consegue se beneficiar da vantagem de ser a primeira a se mover comprometendo-se a produzir uma grande quantidade. Dado que a empresa 2 se move depois que a empresa 1 já selecionou seu nível de produção, a empresa 2 pode apenas reagir à decisão de produção da empresa 1. Se a empresa 1, atuando como líder, produzir seu nível de Cournot, a empresa 2, atuando como seguidora, também produzirá seu nível de Cournot. Conseqüentemente, a empresa 1 não pode estar pior como uma líder do que está no jogo de Cournot. Quando a empresa 1 produz mais do que no equilíbrio de Cournot, a empresa 2 produz menos, elevando os lucros da empresa 1. 11. Duas empresas concorrem escolhendo o preço. Suas funções de demanda são: Q1 = 20 - P1 + P2 e Q2 = 20 + P1 - P2 onde P1 e P2 são, respectivamente, os preços que cada empresa cobra, e Q1 e Q2, as demandas resultantes. Observe que a demanda de cada mercadoria depende apenas da diferença entre os preços; se as duas empresas entrarem em acordo e determinarem o mesmo preço, poderão torná-lo tão alto quanto desejarem e, assim, obter lucros infinitamente grandes. Os custos marginais são zero. a. Suponhamos que as duas empresas determinem seus preços simultaneamente. Descubra o equilíbrio de Nash. Para cada empresa, quais serão, respectivamente, o preço, a quantidade vendida e os lucros? (Dica: faça a maximização do lucro de cada empresa em relação a seu preço.) Para determinar o equilíbrio de Nash, primeiro calculamos a função de reação para cada empresa, depois, resolvemos o preço. Com custo marginal igual a zero, o lucro da Empresa 1 é: A receita marginal é a inclinação da função de receita total (neste caso, é a inclinação da função de lucro porque o custo total é igual a zero): RMg1 = 20 - 2P1 + P2. Ao preço que maximiza os lucros, RMg1 = 0. Logo, Essa é a função de reação da Empresa 1. Por ser a Empresa 2 simétrica à Empresa 1, sua função de reação é Inserindo a função de reação da Empresa 2 na função de reação da Empresa 1: Capítulo 12: Competição monopolística e oligopólio 217 Por simetria, P2 = $20. Para determinar a quantidade produzida por cada empresa, insira P1 e P2 nas funções de demandas: Q1 = 20 - 20 + 20 = 20 e Q2 = 20 + 20 - 20 = 20. Os lucros da Empresa 1 são P1Q1 = $400, e, por simetria, os lucros da Empresa 2 são, também, $400. b. Suponhamos que a Empresa 1 determine seu preço em primeiro lugar e somente depois a Empresa 2 estabeleça o seu. Qual preço cada uma das empresas utilizará? Qual quantidade cada empresa venderá? Qual será o lucro de cada empresa? Se a Empresa 1 determinar seu preço primeiro, ela levará em consideração a função de reação da Empresa 2. A função de lucro da Empresa 1 é: Para determinar o preço que maximiza os lucros, calcule a derivada do lucro em relação ao preço: Iguale essa expressão a zero para determinar o preço que maximiza os lucros: 30 - P1 = 0, ou P1 = $30. Insira P1 na função de reação da Empresa 2 para determinar P2: A esses preços, Q1 = 20 - 30 + 25 = 15 e Q2 = 20 + 30 - 25 = 25. Os lucros são 1 = (30)(15) = $450 e 2 = (25)(25) = $625. Se a Empresa 1 deve determinar seu preço primeiro, a Empresa 2 é capaz de cobrar um preço inferior ao cobrado pela Empresa 1 e, portanto, ganhar uma fatia maior do mercado. c. Suponhamos que você seja uma dessas empresas e que haja três maneiras possíveis de jogar essa partida: (i) ambas as empresas determinam seus preços simultaneamente; (ii) você determina seu preço em primeiro lugar; (iii) seu concorrente determina o preço em primeiro lugar. Se você pudesse escolher entre as alternativas anteriores, qual seria sua opção? Justifique. Capítulo 12: Competição monopolística e oligopólio 218 Sua primeira escolha seria (iii), e sua segunda escolha seria (ii). (Compare os lucros de Nash do item a, $400, com os lucros do item b, $450 e $625.) A partir das funções de reação, sabemos que a empresa líder de preços provoca um aumento de preço para a empresa seguidora. Por ser capaz de se mover depois, entretanto, a seguidora aumenta seu preço para um nível abaixo do preço da empresa líder e, conseqüentemente, obtém uma maior parcela de mercado. Ambas as empresas desfrutam do aumento dos lucros , mas a empresa seguidora faz melhor negócio. 12. O modelo da empresa dominante pode nos ajudar a compreender o comportamento de alguns cartéis. Vamos aplicar esse modelo ao cartel de petróleo da Opep. Utilizaremos curvas isoelásticas para descrever a demanda mundial, W, e a oferta competitiva (não proveniente do cartel), S. Estimativas razoáveis para as elasticidades de preço da demanda mundial e da oferta não proveniente do cartel são, respectivamente, -1/2 e 1/2. Então, expressando W e S em termos de milhões de barris por dia (mb/d), podemos escrever: e . Observe que a demanda líquida da Opep é obtida por meio de D = W - S. a. Desenhe as curvas da demanda mundial, W, da oferta não-Opep, S, da demanda líquida da Opep, D, e a curva da receita marginal da Opep. Para fins de aproximação, suponha que o custo de produção da Opep seja zero. Indique no diagrama o preço ideal da Opep, o nível de produção ideal da Opep e a produção não-Opep. Depois, mostre no diagrama de que forma serão deslocadas as diversas curvas e de que maneira o preço ótimo da Opep será alterado se a oferta não-Opep se tornar mais cara devido ao esgotamento de suas reservas de petróleo. A curva da demanda líquida da Opep, D, é: A curva da receita marginal da Opep parte do mesmo ponto no eixo vertical que sua curva da demanda líquida e é duas vezes mais inclinada. A produção ótima da Opep ocorre onde RMg = 0 (dado que se supõe que o custo de produção seja igual a zero), e o preço ótimo da Opep, na figura a seguir, é dado pela curva da demanda líquida ao nível de produção QOPEP. A produção não-Opep é dada pela curva da oferta não-Opep ao preço de P*. Observe que, nas duas figuras seguintes, as curvas de demanda e oferta deveriam ser não-lineares. Elas foram desenhadas de forma linear para facilitar a interpretação. Capítulo 12: Competição monopolística e oligopólio 219 Preço Quantidade RMg D = W - S S QW DW QNão-OPEP P* QOPEP Em seguida, suponha que o petróleo não-Opep se torne mais caro. Então, a curva de oferta S se desloca para S*. Issomuda a curva da demanda líquida da Opep de D para D*, o que, por sua vez, gera uma nova curva da receita marginal, RMg*, um novo nível ótimo de produção da Opep de , e um novo preço, mais elevado, de P**. A esse novo preço, a produção não-Opep é *Q OPEPNão− .. Observe que as curvas devem ser desenhadas com cuidado para reproduzir tal resultado, e que, uma vez mais, foram desenhadas de forma linear para facilitar a interpretação. Preço QuantidadeRMg D = W - S S QW DW QNão-OPEP P* QOPEP S* P** RMg* D* = W* - S* Q*Não-OPEP Q*D b. Calcule o preço ótimo da Opep (que maximiza os lucros). (Dica: como o custo de produção da Opep é zero, apenas escreva a expressão da receita da Opep e depois descubra o preço capaz de maximizá-la.) Capítulo 12: Competição monopolística e oligopólio 220 Dado que os custos são iguais a zero, a Opep escolherá um preço que maximize sua receita total: Max = PQ = P(W - S) Para determinar o preço que maximiza os lucros, obtemos a derivada da função de lucro em relação ao preço e igualamos a zero: Resolvendo P, c. Suponhamos que os países consumidores de petróleo estejam dispostos a se unir, formando um cartel de ‘compradores’, com vistas a obter poder de monopsônio. O que poderíamos afirmar, e o que não poderíamos afirmar, a respeito do impacto que tal fato teria sobre os preços? Se os países consumidores de petróleo se unissem em um cartel de compradores, o mercado passaria a se caracterizar pelo confronto entre um monopólio (Opep) e um monopsônio (o cartel de compradores), não apresentando, assim, curvas de oferta ou de demanda bem definidas. Nessa situação, pode-se esperar que o preço caia para um nível abaixo do preço de monopólio, pois o poder de monopsônio dos compradores tende a compensar o poder de monopólio dos ofertantes. Entretanto, a teoria econômica não é capaz de determinar com precisão o preço de equilíbrio resultante desse monopólio bilateral, que depende da capacidade de barganha das duas partes, além de fatores como as elasticidades de oferta e demanda. 13. Suponhamos que o mercado para tênis conte com uma empresa dominante e cinco empresas menores. A demanda do mercado é Q = 400 – 2P. A empresa dominante tem um custo marginal constante de 20. Cada uma das empresas menores tem um custo marginal CMg = 20 + 5q. a. Confirme se a curva da oferta total para as cinco empresas menores é QG = P – 20. A curva da oferta total para as cinco empresas é encontrada por meio da soma horizontal das cinco curvas de custo marginal, ou, em outras palavras, adicionando-se a quantidade que cada empresa oferece por determinado preço. Reescreva a curva de custo marginal como se segue: CMg = 20 + 5q = P 5q = P – 20 q = P/5 – 4 Como as empresas são idênticas, a curva da oferta é cinco vezes a oferta de uma empresa por determinado preço: Qf = 5( P 5 − 4)= P − 20 b. Calcule a curva da demanda da empresa dominante. A curva da demanda da empresa dominante é dada pela diferença entre a demanda do mercado e a curva da oferta total das cinco empresas. QD = 400 − 2P − (P − 20) = 420 − 3P Capítulo 12: Competição monopolística e oligopólio 221 c. Calcule a quantidade e o preço que maximizam os lucros para a empresa dominante, bem como a quantidade produzida e o preço cobrado pelas empresas menores. A empresa dominante estabelecerá uma receita marginal igual ao custo marginal. A curva da receita marginal pode ser encontrada lembrando-se que ela tem duas vezes a inclinação da curva da demanda linear, que é mostrada a seguir: QD = 420 – 3P P = 140 – 1/3QD RMg = 140 – 2/3QD Agora, podemos igualar a receita marginal ao custo marginal para encontrar a quantidade produzida pela empresa dominante e o preço estipulado por ela. RMg = 140 – 2/3QD = 20 = CMg Q = 180 P = 80. Cada empresa menor estabelecerá o mesmo preço que a dominante e a produção total das cinco empresas será Qf = P − 20 = 60. Cada uma das empresas produzirá 12 unidades. d. Suponhamos que haja dez empresas menores, em vez de cinco. Como isso altera os resultados? Precisamos encontrar a curva da oferta das empresas, a curva da demanda e a curva da receita marginal da empresa dominante, como foi feito anteriormente. A nova curva da oferta total das empresas seria Qf = 2P − 40. A nova curva da demanda da empresa dominante seria QD = 440 − 4P. A nova curva da receita marginal da empresa dominante seria RMg = 110 – Q/2 A empresa dominante produziria no ponto em que a receita marginal fosse igual ao custo marginal, o que ocorre em 180 unidades. Substituindo a quantidade de 180 na curva de demanda enfrentada pela empresa dominante, obtém-se um preço de $65. Substituindo o preço de $65 na curva da oferta das empresas menores, obtém-se uma quantidade ofertada de 90, resultando em uma produção de 9 unidades em cada empresa. A participação no mercado da empresa dominante cairia de 75% para 67%. e. Suponhamos que ainda haja cinco empresas menores, mas que cada uma consiga reduzir seu custo marginal para CMg = 20 + 2q. Como isso altera os resultados? Novamente deve-se usar o mesmo método utilizado nos itens anteriores dessa questão. Reescreva a curva do custo marginal das cinco empresas para obter q = P 2 −10. A nova curva da oferta total das empresas será cinco vezes a curva da oferta individual de cada empresa, que é exatamente a curva do custo marginal: Qf = 5 2 P − 50. A nova curva de demanda da empresa dominante é encontrada ao subtrair-se a curva de oferta das empresas menores da curva de demanda do mercado, ou seja, QD = 450 − 4.5P.. A nova curva da receita marginal da empresa dominante é CMg = 100 – 2Q/4,5 A empresa dominante produziria 180 unidades, o preço seria de $60 e cada empresa menor produziria 20 unidades. A participação da empresa dominante no mercado cairia de 75% para 64%. Capítulo 12: Competição monopolística e oligopólio 222 14. Um cartel de plantadores de limão consiste em quatro plantações. Suas funções de custo total são expressas por meio das seguintes equações: 2 11 520 QCT += 2 22 325 QCT += 2 33 415 QCT += 2 44 620 QCT += CT é medido em centenas de dólares, Q é medido em caixas recolhidas e despachadas. a. Faça uma tabulação com os custos total, médio e marginal para cada empresa, com níveis de produção variando entre 1 e 5 caixas por mês (isto é, para as quantidades de 1, 2, 3, 4 e 5 caixas). As tabelas a seguir mostram os custos médio, total e marginal para cada empresa. Empresa 1 Empresa 2 Unidades CT CMe CMg CT CMe CMg 0 20 __ __ 25 __ __ 1 25 25 5 28 28 3 2 40 20 15 37 18,5 9 3 65 21,67 25 52 17,3 15 4 100 25 35 73 18,25 21 5 145 29 45 100 20 27 Empresa 3 Empresa 4 Unidades CT CMe CMg CT CMe CMg 0 15 __ __ 20 __ __ 1 19 19 4 26 26 6 2 31 15,5 12 44 22 18 3 51 17 20 74 24,67 30 4 79 19,75 28 116 29 42 5 115 23 36 170 34 54 b. Se o cartel decidisse despachar 10 caixas por mês e determinasse um preço de $25 por caixa, de que forma tal produção poderia ser alocada entre as empresas? O cartel deveria alocar a produção de modo que fosse alcançado o menor custo marginal para cada unidade, isto é, Unidade Alocada Empresa Escolhida CMg 1 2 3 2 3 4 3 1 5 4 4 6 5 2 9 6 3 12 7 1 15 8 2 15 Capítulo 12: Competição monopolística e oligopólio 223 9 4 18 10 3 20 Logo, as Empresas 1 e 4 produziriam 2 unidades cada e as Empresas 2 e 3 produziriam 3 unidades cada. c. A esse nível de despachos, qual das empresas poderia ficar mais tentada a burlar o acordo? Entre elas haveria alguma que não teria estímulos para burlar o acordo? Para esse nível de produção, a empresa que apresenta o menor custo marginal de produção de uma unidade além de sua quota é a Empresa 2, cujo custo marginal de produção da quarta unidade é CMg = 21.Cabe notar, além disso, que CMg = 21 é inferior ao preço de $25. Para todas as demais empresas, uma unidade adicional apresenta custo marginal igual ou superior a $25. Logo, a Empresa 2 tem um maior incentivo para burlar o acordo, ao passo que as Empresas 3 e 4 não têm nenhum incentivo e a Empresa 1 é indiferente entre respeitar e burlar o acordo.
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