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Aula 04 Direito Penal

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Aula 04
Direito Penal p/ TJDFT - Técnico Judiciário (Área Administrativa) - com videoaulas
Professor: Renan Araujo
 
Direito Penal ʹ TJDFT - (2015) 
TÉCNICO JUDICIÁRIO 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Renan Araujo ʹ Aula 04 
 
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AULA 04: LEI DE IMPROBIDADE 
ADMINISTRATIVA (LEI 8.429/92). 
 
SUMÁRIO PÁGINA 
Apresentação da aula e sumário 01 
I ± Considerações Gerais 02 
II ± Atos de Improbidade Administrativa em 
Espécie 
07 
III ± Das disposições Penais 18 
Questões para praticar 22 
Questões comentadas 30 
Gabarito 51 
 
Olá, meus amigos concurseiros! 
 
Na aula de hoje vamos estudar a Lei de Improbidade 
Administrativa. 
Trata-se de uma aula relativamente simples, mas muita 
atenção, porque alguns pontos podem confundir. 
Além disso, temos muitos posicionamentos jurisprudenciais 
importantes e questões do CESPE bem interessantes! 
 
Bons estudos! 
Prof. Renan Araujo 
 
 
 
 
 
 
 
Direito Penal ʹ TJDFT - (2015) 
TÉCNICO JUDICIÁRIO 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Renan Araujo ʹ Aula 04 
 
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I ± CONSIDERAÇÕES GERAIS 
 
A Lei de Improbidade Administrativa veio à lume para dar ainda mais 
eficácia às previsões constitucionais relativas aos princípios norteadores 
da Administração Pública. Vejamos: 
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da 
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos 
princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência 
e, também, ao seguinte: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) 
 
Sendo estes os princípios da Administração Pública, é dever dos 
agentes públicos velar pelo respeito a eles. Assim dispõe o art. 4° da Lei: 
Art. 4° Os agentes públicos de qualquer nível ou hierarquia são obrigados a 
velar pela estrita observância dos princípios de legalidade, impessoalidade, 
moralidade e publicidade no trato dos assuntos que lhe são afetos. 
 
Mas por que o princípiR�GD�³HILFLrQFLD´�QmR�HVWi�SUHYLVWR�QHVWH�
artigo? Porque ele foi introduzido na Constituição pela EC n° 19/98, logo, 
posteriormente à publicação da Lei 8.429/92, mas por uma interpretação 
sistemática e constitucional, entende-se que este princípio, obviamente, 
também é de observância obrigatória pelos agentes públicos. 
Caso haja o descumprimento destes deveres, os agentes estarão 
sujeitos às penalidades previstas na Lei 8.429/92, que concretiza o 
disposto no §4° do art. 37 da Constituição. Vejam o que ele diz: 
§ 4º - Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos 
direitos políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o 
ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo 
da ação penal cabível. 
 
O Conceito de Administração Pública, para os efeitos desta Lei, é o 
mais amplo possível, abrangendo a administração direta e a indireta e 
 
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Teoria e exercícios comentados 
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entidades particulares para as quais tenha sido destinado dinheiro público 
(grosso modo é isso). Vejamos: 
Art. 1° Os atos de improbidade praticados por qualquer agente público, 
servidor ou não, contra a administração direta, indireta ou fundacional de 
qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos 
Municípios, de Território, de empresa incorporada ao patrimônio público ou de 
entidade para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra 
com mais de cinqüenta por cento do patrimônio ou da receita anual, serão 
punidos na forma desta lei. 
Parágrafo único. Estão também sujeitos às penalidades desta lei os atos de 
improbidade praticados contra o patrimônio de entidade que receba 
subvenção, benefício ou incentivo, fiscal ou creditício, de órgão público bem 
como daquelas para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou 
concorra com menos de cinqüenta por cento do patrimônio ou da receita 
anual, limitando-se, nestes casos, a sanção patrimonial à repercussão do 
ilícito sobre a contribuição dos cofres públicos. 
 
E o que seria patrimônio público? O conceito de patrimônio 
público pode ser encontrado no art. 1°, § 1° da Lei 4.717/65 (Lei de Ação 
Popular). Vejamos: 
§ 1º - Consideram-se patrimônio público para os fins referidos neste artigo, 
os bens e direitos de valor econômico, artístico, estético, histórico ou 
turístico. (Redação dada pela Lei nº 6.513, de 1977) 
 
Já sabemos o que é administração pública, para os fins da Lei de 
Improbidade Administrativa, bem como sabemos qual é a abrangência do 
conceito de patrimônio público, precisamos saber qual é o conceito de 
³DJHQWH�S~EOLFR´�SDUD�RV�ILQV�GD�/HL���������� 
Assim como na esfera penal, o conceito de agente público aqui é bem 
amplo, de forma a abarcar pessoas que exerçam função na administração 
pública, ainda que transitoriamente ou sem remuneração. Vejamos o que 
dispõe o art. 2° do CP: 
 
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Art. 2° Reputa-se agente público, para os efeitos desta lei, todo aquele que 
exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, 
nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura 
ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas entidades mencionadas 
no artigo anterior. 
 
Somente o agente público pode praticar ato de improbidade? 
Errado. O particular também poderá praticar atos de improbidade, 
previstos na Lei 8.429/92, quando CONCORRER PARA A PRÁTICA DO 
ATO de improbidade ou DELE SE BENEFICIAR. Nos termos do art. 3° 
da Lei: 
Art. 3° As disposições desta lei são aplicáveis, no que couber, àquele que, 
mesmo não sendo agente público, induza ou concorra para a prática do ato 
de improbidade ou dele se beneficie sob qualquer forma direta ou indireta. 
 
Quando, em decorrência do ato de improbidade administrativa, o 
agente público tiver se enriquecimento ilicitamente, deverá perder, em 
favor do Estado, os bens e valores acrescidos ilicitamente ao seu 
patrimônio. Nos termos do art. 6° da Lei: 
Art. 6° No caso de enriquecimento ilícito, perderá o agente público ou terceiro 
beneficiário os bens ou valores acrescidos ao seu patrimônio. 
 
Para garantir que o ressarcimento do dano causado ao erário seja 
total, ou para garantir que o agente (ou o terceiro) perderá todos os bens 
e valores que teve acrescidos ilicitamente, poderá ser DECRETADA A 
INDISPONIBILIDADE DOS BENS DO INDICIADO. Vejamos o que 
dispõe o art. 7° da Lei: 
Art. 7° Quando o ato de improbidade causar lesão ao patrimônio público ou 
ensejar enriquecimento ilícito, caberá a autoridade administrativa responsável 
pelo inquérito representar ao Ministério Público, para a indisponibilidade dos 
bens do indiciado. 
 
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Parágrafo único. A indisponibilidade a que se refere o caput deste artigo 
recairá sobre bens que assegurem o integral ressarcimento do dano, ou sobre 
o acréscimo patrimonial resultante doenriquecimento ilícito. 
 
 CUIDADO! A autoridade poderá representar ao MP para que este 
REQUEIRA AO JUDICIÁRIO a indisponibilidade dos bens do indiciado. 
Não pode o MP decretar a indisponibilidade dos bens do acusado. 
 
Mas e se aquele que lesou o erário ou se enriqueceu 
ilicitamente morrer? Nesse caso, as penalidades relativas à 
obrigatoriedade de ressarcimento do dano, ou perdimento dos valores 
auferidos ilicitamente SE ESTENDE aos herdeiros, NOS LIMITES DA 
HERANÇA: 
Art. 8° O sucessor daquele que causar lesão ao patrimônio público ou se 
enriquecer ilicitamente está sujeito às cominações desta lei até o limite do 
valor da herança. 
 
 Isso NÃO VIOLA O PRINCÍPIO DA INTRANSCENDÊNCIA DA 
PENA, pois esse é um princípio de natureza PENAL. As sanções 
previstas na Lei de Improbidade Administrativa não possuem natureza 
penal, possuindo natureza civil e, em alguns casos, política. Além disso, 
TXHP�³UHVSRQGHUi´�SHOD�SHQDOLGDGH�p�R�SDWULP{QLR�GR�IDOHFLGR��H�
não propriamente o herdeiro. Se não for transferido nenhum 
patrimônio (não houver herança), não haverá responsabilização. 
 
Somente as condutas dolosas configuram ato de improbidade 
administrativa? Em regra, sim. Entretanto, a Lei admite a 
responsabilização do agente que age COM CULPA (mesmo sem 
dolo), no caso de atos que CAUSEM PREJUÍZO AO ERÁRIO (estão 
previstos no art. 10, que será estudado mais à frente. Vejamos o que 
dispõe o art. 5° da Lei: 
 
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Art. 5° Ocorrendo lesão ao patrimônio público por ação ou omissão, dolosa 
ou culposa, do agente ou de terceiro, dar-se-á o integral ressarcimento do 
dano. 
 
Embora a questão tenha levantado alguma discussão, o fato é que a 
jurisprudência se solidificou neste sentido, confirmando a interpretação do 
texto legal, no sentido de que somente os atos de improbidade que 
causam prejuízo ao erário admitem a forma culposa. Nos demais, exige-
se o dolo. 
Vejamos: 
 
 
 
(...) 2. A configuração dos atos de improbidade administrativa previstos no art. 
10 da Lei de Improbidade Administrativa (atos de improbidade administrativa 
que causam prejuízo ao erário), à luz da atual jurisprudência do STJ, exige a 
presença do efetivo dano ao erário (critério objetivo) e, ao menos, culpa, o 
mesmo não ocorrendo com os tipos previstos nos arts. 9º e 11 da mesma Lei 
(enriquecimento ilícito e atos de improbidade administrativa que atentam 
contra os princípios da administração pública), os quais se prendem ao 
elemento volitivo do agente (critério subjetivo), exigindo-se o dolo. 
(...) 
(AgRg no AREsp 374.913/BA, Rel. Ministro OG FERNANDES, SEGUNDA TURMA, julgado 
em 27/03/2014, DJe 11/04/2014) 
 
CUIDADO! Como disse, em regra somente se pune a conduta dolosa. 
Apenas no caso de prejuízo ao erário é que a responsabilização ocorrerá 
independentemente de dolo, mas deve haver pelo menos culpa. Não há, 
em hipótese alguma, responsabilização objetiva, ou seja, sem que 
haja ao menos dolo ou culpa. 
 
Assim: 
 
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Vejamos, agora, os atos de improbidade administrativa, previstos 
expressamente na Lei 8.429/92. 
 
II ± ATOS DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA EM ESPÉCIE 
 
Improbidade é sinônimo de desonestidade, ato que infringe a 
moralidade administrativa, a boa-fé, as normas de conduta esperadas 
pela sociedade em relação à administração pública. 
Os atos de improbidade administrativa podem ser de três tipos: 
 
 ATOS QUE IMPORTAM EM ENRIQUECIMENTO ILÍCITO ± São atos 
que podem ou não trazer algum prejuízo ao erário (Prejuízo à 
administração pública sempre há, nem que seja prejuízo apenas à 
moralidade administrativa), mas que NECESSARIAMENTE importam 
 
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em aumento patrimonial de um agente público ou terceiro que 
tenha concorrido para a prática do ato ou tenha dele se 
beneficiado. 
 ATOS QUE CAUSAM PREJUÍZO AO ERÁRIO ± São atos que, 
ainda que não gerem enriquecimento ilícito a ninguém, 
NECESSARIAMENTE causam prejuízo ao erário. 
 ATOS QUE ATENTAM CONTRA OS PRINCÍPIOS DA 
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ± São atos que podem ou não causar 
enriquecimento ilícito ou lesão ao erário, mas que NECESSARIAMENTE 
atentam contra os princípios da administração pública. 
 
Vamos analisar, agora, cada uma destas espécies: 
 
A) Atos que importam em enriquecimento ilícito 
 
Os atos que importam enriquecimento ilícito são aqueles previstos no 
art. 9° da Lei, e geram algum tipo de vantagem financeira indevida para o 
agente público ou para o particular (que concorra para o crime ou dele se 
beneficie), sendo praticados em detrimento daquelas entidades previstas 
no art. 1° da Lei. 
Para a caracterização destes atos como atos de improbidade 
administrativa, é necessário que o agente tenha agido com DOLO, 
ou seja, com a INTENÇÃO de obter vantagem patrimonial em 
detrimento das boas práticas na administração pública. 
É necessário, ainda, que haja UM NEXO DE CAUSALIDADE entre a 
conduta do agente e a vantagem obtida por este. São eles: 
Art. 9° Constitui ato de improbidade administrativa importando 
enriquecimento ilícito auferir qualquer tipo de vantagem patrimonial 
indevida em razão do exercício de cargo, mandato, função, emprego ou 
atividade nas entidades mencionadas no art. 1° desta lei, e notadamente: 
 
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I - receber, para si ou para outrem, dinheiro, bem móvel ou imóvel, ou 
qualquer outra vantagem econômica, direta ou indireta, a título de comissão, 
percentagem, gratificação ou presente de quem tenha interesse, direto ou 
indireto, que possa ser atingido ou amparado por ação ou omissão decorrente 
das atribuições do agente público; 
II - perceber vantagem econômica, direta ou indireta, para facilitar a 
aquisição, permuta ou locação de bem móvel ou imóvel, ou a contratação de 
serviços pelas entidades referidas no art. 1° por preço superior ao valor de 
mercado; 
III - perceber vantagem econômica, direta ou indireta, para facilitar a 
alienação, permuta ou locação de bem público ou o fornecimento de serviço 
por ente estatal por preço inferior ao valor de mercado; 
IV - utilizar, em obra ou serviço particular, veículos, máquinas, equipamentos 
ou material de qualquer natureza, de propriedade ou à disposição de 
qualquer das entidades mencionadas no art. 1° desta lei, bem como o 
trabalho de servidores públicos, empregados ou terceiros contratados por 
essas entidades; 
V - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indireta, 
para tolerar a exploração ou a prática de jogos de azar, de lenocínio, de 
narcotráfico, de contrabando, de usura ou de qualquer outra atividade ilícita, 
ou aceitar promessa de tal vantagem; 
VI - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indireta, 
para fazer declaração falsa sobre medição ou avaliação em obras públicas ou 
qualquer outro serviço, ou sobre quantidade, peso,medida, qualidade ou 
característica de mercadorias ou bens fornecidos a qualquer das entidades 
mencionadas no art. 1º desta lei; 
VII - adquirir, para si ou para outrem, no exercício de mandato, cargo, 
emprego ou função pública, bens de qualquer natureza cujo valor seja 
desproporcional à evolução do patrimônio ou à renda do agente público; 
VIII - aceitar emprego, comissão ou exercer atividade de consultoria ou 
assessoramento para pessoa física ou jurídica que tenha interesse suscetível 
de ser atingido ou amparado por ação ou omissão decorrente das atribuições 
do agente público, durante a atividade; 
 
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IX - perceber vantagem econômica para intermediar a liberação ou aplicação 
de verba pública de qualquer natureza; 
X - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou 
indiretamente, para omitir ato de ofício, providência ou declaração a que 
esteja obrigado; 
XI - incorporar, por qualquer forma, ao seu patrimônio bens, rendas, verbas 
ou valores integrantes do acervo patrimonial das entidades mencionadas no 
art. 1° desta lei; 
XII - usar, em proveito próprio, bens, rendas, verbas ou valores integrantes 
do acervo patrimonial das entidades mencionadas no art. 1° desta lei. 
 
Percebam que várias destas condutas estão previstas no Código 
Penal como CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA. 
Entretanto, pelo princípio da independência das esferas, as 
sanções penais podem ser aplicadas CUMULATIVAMENTE com as 
sanções previstas na Lei de Improbidade. 
Mas quais são as penalidades, previstas na Lei 8.429/92, 
aplicáveis àqueles que praticarem/concorrerem/se beneficiarem 
de uma destas condutas? As penalidades para os atos de improbidade 
que importam em enriquecimento ilícito estão previstas no art. 12, I da 
Lei: 
Art. 12. Independentemente das sanções penais, civis e 
administrativas previstas na legislação específica, está o responsável pelo 
ato de improbidade sujeito às seguintes cominações, que podem ser 
aplicadas isolada ou cumulativamente, de acordo com a gravidade do 
fato: (Redação dada pela Lei nº 12.120, de 2009). 
I - na hipótese do art. 9°, perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente 
ao patrimônio, ressarcimento integral do dano, quando houver, perda da 
função pública, suspensão dos direitos políticos de oito a dez anos, 
pagamento de multa civil de até três vezes o valor do acréscimo patrimonial 
e proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou 
incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por 
 
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intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de 
dez anos; 
 
Assim, as penas são: 
 
9 Perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente 
9 Ressarcimento integral do dano (quando houver) 
9 Perda da função pública; 
9 Suspensão dos direitos políticos de 08 a 10 anos 
9 Multa civil de até TRÊS VEZES O ACRÉSCIMO 
PATRIMONIAL 
9 Proibição de contratar com o Poder Público ou receber 
benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou 
indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da 
qual seja sócio majoritário, pelo prazo de dez anos. 
 
 CUIDADO! Conforme grifei pra vocês, estas penas podem ser 
aplicadas ISOLADAMENTE ou CUMULATIVAMENTE. Mas qual o 
critério? O critério para se aplicar uma delas ou várias delas será a 
GRAVIDADE DO FATO. 
Além disso, conforme já disse, a aplicação destas penalidades NÃO 
IMPEDE A APLICAÇÃO DE OUTRAS PENALIDADES nas esferas civil, 
penal e administrativa. 
 
B) Atos de Improbidade administrativa que causam prejuízo 
ao erário 
 
São quinze condutas tipificadas, consistentes em ação ou omissa, 
dolosa OU CULPOSA, que gerem algum prejuízo econômico ao 
patrimônio público. 
 
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Há necessidade de que haja prejuízo concreto aos cofres 
públicos, EMBORA A LEI NÃO EXIJA QUE O AGENTE TENHA 
AUFERIDO ALGUMA VANTAGEM. 
Vejamos quais são estes atos: 
Art. 10. Constitui ato de improbidade administrativa que causa lesão ao 
erário qualquer ação ou omissão, dolosa ou culposa, que enseje perda 
patrimonial, desvio, apropriação, malbaratamento ou dilapidação dos bens 
ou haveres das entidades referidas no art. 1º desta lei, e notadamente: 
I - facilitar ou concorrer por qualquer forma para a incorporação ao 
patrimônio particular, de pessoa física ou jurídica, de bens, rendas, verbas ou 
valores integrantes do acervo patrimonial das entidades mencionadas no art. 
1º desta lei; 
II - permitir ou concorrer para que pessoa física ou jurídica privada utilize 
bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial das 
entidades mencionadas no art. 1º desta lei, sem a observância das 
formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à espécie; 
III - doar à pessoa física ou jurídica bem como ao ente despersonalizado, 
ainda que de fins educativos ou assistências, bens, rendas, verbas ou valores 
do patrimônio de qualquer das entidades mencionadas no art. 1º desta lei, 
sem observância das formalidades legais e regulamentares aplicáveis à 
espécie; 
IV - permitir ou facilitar a alienação, permuta ou locação de bem integrante 
do patrimônio de qualquer das entidades referidas no art. 1º desta lei, ou 
ainda a prestação de serviço por parte delas, por preço inferior ao de 
mercado; 
V - permitir ou facilitar a aquisição, permuta ou locação de bem ou serviço 
por preço superior ao de mercado; 
VI - realizar operação financeira sem observância das normas legais e 
regulamentares ou aceitar garantia insuficiente ou inidônea; 
VII - conceder benefício administrativo ou fiscal sem a observância das 
formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à espécie; 
 
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VIII - frustrar a licitude de processo licitatório ou dispensá-lo indevidamente; 
IX - ordenar ou permitir a realização de despesas não autorizadas em lei ou 
regulamento; 
X - agir negligentemente na arrecadação de tributo ou renda, bem como no 
que diz respeito à conservação do patrimônio público; 
XI - liberar verba pública sem a estrita observância das normas pertinentes 
ou influir de qualquer forma para a sua aplicação irregular; 
XII - permitir, facilitar ou concorrer para que terceiro se enriqueça 
ilicitamente; 
XIII - permitir que se utilize, em obra ou serviço particular, veículos, 
máquinas, equipamentos ou material de qualquer natureza, de propriedade 
ou à disposição de qualquer das entidades mencionadas no art. 1° desta lei, 
bem como o trabalho de servidor público, empregados ou terceiros 
contratados por essas entidades. 
XIV ± celebrar contrato ou outro instrumento que tenha por objeto a 
prestação de serviços públicos por meio da gestão associada sem observar as 
formalidades previstas na lei; (Incluído pela Lei nº 11.107, de 2005) 
XV ± celebrar contrato de rateio de consórcio público sem suficiente e préviadotação orçamentária, ou sem observar as formalidades previstas na lei. 
(Incluído pela Lei nº 11.107, de 2005) 
 
Como disse, diferentemente do artigo anterior, aqui há a 
possibilidade de responsabilização do agente que age COM CULPA, 
ainda que não aja dolo de praticar qualquer destas condutas. 
Em qualquer caso, no entanto, deverá haver nexo de causalidade 
entre a conduta do agente e o resultado ocorrido (prejuízo ao erário). 
As penalidades previstas para este tipo de conduta estão 
estabelecidas no art. 12, II da Lei: 
Art. 12. Independentemente das sanções penais, civis e administrativas 
previstas na legislação específica, está o responsável pelo ato de improbidade 
 
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sujeito às seguintes cominações, que podem ser aplicadas isolada ou 
cumulativamente, de acordo com a gravidade do fato: (Redação dada pela Lei nº 
12.120, de 2009). 
(...) 
II - na hipótese do art. 10, ressarcimento integral do dano, perda dos bens 
ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio, se concorrer esta 
circunstância, perda da função pública, suspensão dos direitos políticos de 
cinco a oito anos, pagamento de multa civil de até duas vezes o valor do 
dano e proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou 
incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por 
intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de 
cinco anos; 
 
Portanto, aqui as penas são: 
 
9 Perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente (quando 
houver) 
9 Ressarcimento integral do dano 
9 Perda da função pública 
9 Suspensão dos direitos políticos de 05 a 08 anos 
9 Multa civil de até DUAS VEZES O VALOR DO DANO 
9 Proibição de contratar com o Poder Público ou receber 
benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou 
indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da 
qual seja sócio majoritário, pelo prazo de CINCO anos. 
 
Percebam que os itens que estão grifados em negrito são os que 
mudam em relação aos atos de improbidade administrativa que 
importam em enriquecimento ilícito. 
 
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Aqui as penalidades SÃO MAIS BRANDAS! Gravem isso! Infelizmente 
não há macete! O macete é gravar essas diferenças! 
 
C) Atos de improbidade administrativa que atentam contra os 
princípios da administração 
 
Os atos de improbidade que atentam contra os princípios da 
administração pública são aqueles que, EMBORA NÃO TENHA HAVIDO 
ENRIQUECIMENTO ILÍCITO OU PREJUÍZO AO ERÁRIO, violam 
preceitos atinentes à administração pública. 
São condutas comissivas ou omissivas, NECESSARIAMENTE 
DOLOSAS (aqui não se admite a forma culposa). 
Tratam-se de condutas SUBSIDIÁRIAS, ou seja, serão aplicadas 
QUANDO O ATO NÃO CAUSAR PREJUÍZO AO ERÁRIO, NÃO 
IMPORTAR EM ENRIQUECIMENTO ILÍCITO, ou ainda, NÃO 
ESTIVER PREVISTO NUMA DAS HIPÓTESES DOS ARTIGOS 
ANTERIORES. 
Vejamos quais são estes casos: 
Art. 11. Constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os 
princípios da administração pública qualquer ação ou omissão que viole os 
deveres de honestidade, imparcialidade, legalidade, e lealdade às instituições, 
e notadamente: 
I - praticar ato visando fim proibido em lei ou regulamento ou diverso 
daquele previsto, na regra de competência; 
II - retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício; 
III - revelar fato ou circunstância de que tem ciência em razão das 
atribuições e que deva permanecer em segredo; 
IV - negar publicidade aos atos oficiais; 
V - frustrar a licitude de concurso público; 
VI - deixar de prestar contas quando esteja obrigado a fazê-lo; 
 
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VII - revelar ou permitir que chegue ao conhecimento de terceiro, antes da 
respectiva divulgação oficial, teor de medida política ou econômica capaz de 
afetar o preço de mercadoria, bem ou serviço. 
 
Vejam que estas condutas PODEM GERAR PREJUÍZO AO ERÁRIO ou 
gerar ENRIQUECIMENTO ILÍCITO DO AGENTE. No entanto, para a sua 
caracterização como atos de improbidade, ISSO É 
DESNECESSÁRIO! 
Caso o agente pratique uma destas condutas, as penalidades 
previstas são: 
Art. 12. Independentemente das sanções penais, civis e administrativas 
previstas na legislação específica, está o responsável pelo ato de improbidade 
sujeito às seguintes cominações, que podem ser aplicadas isolada ou 
cumulativamente, de acordo com a gravidade do fato: (Redação dada pela Lei nº 
12.120, de 2009). 
(...) 
III - na hipótese do art. 11, ressarcimento integral do dano, se houver, perda 
da função pública, suspensão dos direitos políticos de três a cinco anos, 
pagamento de multa civil de até cem vezes o valor da remuneração percebida 
pelo agente e proibição de contratar com o Poder Público ou receber 
benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda 
que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo 
prazo de três anos. 
 
Vamos esmiuçar isto! 
 
9 Ressarcimento integral do dano (quando houver) 
9 Perda da função pública 
9 Suspensão dos direitos políticos de 03 a 05 anos 
9 Multa civil de até CEM VEZES O VALOR DA REMUNERAÇÃO 
PERCEBIDA PELO AGENTE 
9 Proibição de contratar com o Poder Público ou receber 
benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou 
 
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indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da 
qual seja sócio majoritário, pelo prazo de TRÊS anos 
 
9 A gradação de penalidades é: 
1 ± Atos que geram enriquecimento ilícito 
2 ± Atos que geram prejuízo ao erário 
3 ± Atos que atentam contra os princípios da administração pública 
 
Se você se lembrarem disso, fica mais fácil correlacionar cada 
penalidade a cada uma das condutas. 
9 O que varia nas penalidades são: 
1 ± Ressarcimento do dano e perda dos bens e valores 
obtidos ilicitamente ± Essa é fácil. No caso de prejuízo ao erário, 
o ressarcimento é obrigatório (prejuízo ressarcimento). No 
enriquecimento ilícito, o obrigatório é a perda dos bens e valores, 
sendo facultativo o ressarcimento, pois pode não ter havido prejuízo 
ao erário (enriquecimento ilícito perda de bens e valores). 
No terceiro caso (atos que atentam contra os princípios da 
administração pública), o ressarcimento é facultativo, e a PERDA 
DOS BENS E VALORES OBTIDOS ILICITAMENTE NÃO ESTÁ 
PREVISTA NA LEI. Entretanto, muito embora não esteja previsto 
na lei, quando um ato destes gerar enriquecimento ilícito poderá ser 
enquadrado na previsão genérica do art. 9°, X da Lei: 
X - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou 
indiretamente, para omitir ato de ofício, providência ou declaração a que 
esteja obrigado; 
 
 
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2 ± Período de suspensão dos direitos políticos ± Pode ser de 
08 a 10, 05 a 08 e 03 a 05 anos. Percebam que as penalidades vão 
diminuindo conforme a sequência em que os atos estão previstos 
na lei. Assim, do mais grave para o menos grave: 
ATOS QUE GERAM ENRIQUECIMENTO ILÍCITO CAUSAM 
PREJUÍZO AO ERÁRIO ATENTAM CONTRA OS PRINCÍPIOS 
DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
3 ± Período de proibição de contratar com o poder público ± 
Também varia de acordo com a natureza da infração, da mais grave 
para a menos grave, podendo ser 10, 05 ou 03 anos. 
4 ± Multa civil ± As duas primeiras (condutas mais graves) 
possuem multa de três o VALOR AUFERIDO ILICITAMENTE 
(PROVEITO DO ATO) e duas vezes O PREJUÍZO CAUSADO 
(respectivamente). No terceiro caso, o parâmetro muda, e passa 
a não ser mais nada relacionado com o fato, e sim a 
REMUNERAÇÃO DO AGENTE (pois não houve dano nem 
enriquecimento ilícito, lembram?). A multa, nesse caso, será de 
100 vezes! 
9 A fixação da penalidade se dá com base na gravidade do 
fato. A gravidade do fato é igual a 
PROVEITO OBTIDO + EXTENSÃO DO DANO CAUSADO 
 
III ± DAS DISPOSIÇÕES PENAIS 
 
As disposições exclusivamente penais da Lei de Improbidade 
Administrativa são poucas, havendo previsão, apenas, de um tipo penal. 
Vejamos: 
 
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Art. 19. Constitui crime a representação por ato de improbidade contra 
agente público ou terceiro beneficiário, quando o autor da denúncia o sabe 
inocente. 
Pena: detenção de seis a dez meses e multa. 
Parágrafo único. Além da sanção penal, o denunciante está sujeito a 
indenizar o denunciado pelos danos materiais, morais ou à imagem que 
houver provocado. 
 
Este crime é especial em relação ao crime de denunciação 
caluniosa, previsto no CP. Vejamos: 
Art. 339. Dar causa à instauração de investigação policial, de processo 
judicial, instauração de investigação administrativa, inquérito civil ou ação de 
improbidade administrativa contra alguém, imputando-lhe crime de que o 
sabe inocente: (Redação dada pela Lei nº 10.028, de 2000) 
 
Porém, qual se aplica? Entende-se que o art. 339, por possuir 
redação dada pela Lei 10.028/00, logo, sendo lei mais nova, se aplica. 
Assim, caso o agente pratique este fato, responderá por denunciação 
caluniosa. 
O art. 20 estabelece que as penalidades de perda da função pública e 
suspensão dos direitos políticos somente poderão ser efetivadas após o 
trânsito em julgado da sentença condenatória. Vejamos: 
Art. 20. A perda da função pública e a suspensão dos direitos políticos só se 
efetivam com o trânsito em julgado da sentença condenatória. 
Parágrafo único. A autoridade judicial ou administrativa competente poderá 
determinar o afastamento do agente público do exercício do cargo, emprego 
ou função, sem prejuízo da remuneração, quando a medida se fizer 
necessária à instrução processual. 
 
 
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Porém, DURANTE O PROCESSO, poderá ser determinado o 
afastamento do agente público, de forma a não prejudicar a instrução do 
processo, quando necessário. 
Entretanto, a aplicação de QUALQUER DAS PENALIDADES 
PREVISTAS NA LEI NÃO DEPENDE da efetiva ocorrência de dano 
ao patrimônio público (somente a penalidade de ressarcimento), 
bem como não dependem de rejeição ou aprovação de contas pelo 
Tribunal de Contas competente (quando for o caso). Vejam o que diz o 
art. 21 da Lei: 
Art. 21. A aplicação das sanções previstas nesta lei independe: 
I - da efetiva ocorrência de dano ao patrimônio público, salvo quanto à pena 
de ressarcimento; (Redação dada pela Lei nº 12.120, de 2009). 
II - da aprovação ou rejeição das contas pelo órgão de controle interno ou 
pelo Tribunal ou Conselho de Contas. 
 
Para a apuração dos atos previstos na Lei, poderá o MP requisitar a 
instauração de Inquérito Policial ou procedimento administrativo. Nos 
termos do art. 22 da Lei: 
Art. 22. Para apurar qualquer ilícito previsto nesta lei, o Ministério Público, de 
ofício, a requerimento de autoridade administrativa ou mediante 
representação formulada de acordo com o disposto no art. 14, poderá 
requisitar a instauração de inquérito policial ou procedimento administrativo. 
 
A) Prescrição 
 
O art. 23 da Lei prevê os prazos de prescrição para o ajuizamento 
das ações com vistas à aplicação das sanções previstas na Lei: 
Art. 23. As ações destinadas a levar a efeitos as sanções previstas nesta lei 
podem ser propostas: 
I - até cinco anos após o término do exercício de mandato, de cargo em 
comissão ou de função de confiança; 
 
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II - dentro do prazo prescricional previsto em lei específica para faltas 
disciplinares puníveis com demissão a bem do serviço público, nos casos de 
exercício de cargo efetivo ou emprego. 
 
Assim, se o agente: 
x PRATICOU O ATO QUANDO EM EXERCÍCIO DE CARGO EM 
CONFIANÇA, EXERCÍCIO DE MANDATO OU CARGO EM COMISSÃO 
PRAZO: 05 anos após o término do mandato, exercício do cargo ou 
função de confiança 
x PRATICOU O ATO QUANDO EM EXERCÍCIO DE CARGO 
EFETIVO ou EMPREGO PÚBLICO Prescreve no mesmo prazo que 
as penas puníveis com DEMISSÃO, previstas na Lei específica do 
servidor. 
 
 CUIDADO! A penalidade consistente no RESSARCIMENTO 
DOS DANOS CAUSADOS AO ERÁRIO É IMPRESCRITÍVEL, por 
expressa previsão constitucional. Vejamos o que diz o art. 37, §5° da 
Constituição: 
§ 5º - A lei estabelecerá os prazos de prescrição para ilícitos praticados por 
qualquer agente, servidor ou não, que causem prejuízos ao erário, 
ressalvadas as respectivas ações de ressarcimento. 
 
Vejam que a CRFB/88 estabelece que a Lei deva prever os prazos de 
prescrição para os ilícitos praticados pelos agentes, MAS PROÍBE O 
ESTABELECIMENTO DE PRAZO DE PRESCRIÇÃO PARA A AÇÃO QUE 
VISE AO RESSARCIMENTO DO DANO. 
 
Bons estudos! 
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01 - (CESPE - 2008 - OAB-SP - EXAME DE ORDEM - 2 - PRIMEIRA 
FASE) 
Não configura sanção constitucionalmente prevista para os atos de 
improbidade administrativa 
A) a suspensão por mais de trinta dias, sem percepção de vencimentos. 
B) a suspensão dos direitos políticos. 
C) o ressarcimento ao erário. 
D) a perda da função pública. 
 
02 - (CESPE - 2008 - OAB-SP - EXAME DE ORDEM - 1 - PRIMEIRA 
FASE) 
Assinale a opção correta no que se refere à lei que dispõe sobre as 
sanções aplicáveis aos agentes públicos nos casos de enriquecimento 
ilícito no exercício de mandato, cargo, emprego ou função na 
administração pública direta, indireta ou fundacional. 
A) Os atos de improbidade administrativa somente serão punidos quando 
praticados por agentes públicos que sejam também servidores públicos. 
B) São três as espécies genéricas de improbidade administrativa: os atos 
de improbidade administrativa que importam enriquecimento ilícito, os 
que causam lesão ao erárioe os que atentam contra os princípios da 
administração pública. 
EXERCÍCIOS PARA PRATICAR 
 
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C) Reputam-se como agentes públicos para fins de sanção decorrente da 
prática de improbidade administrativa apenas os que exercem mandato, 
cargo, emprego ou função administrativa permanente e mediante 
remuneração. 
D) Caso o ato de improbidade configure também sanção penal ou 
disciplinar, não serão impostas ao ímprobo as sanções previstas na Lei de 
Improbidade Administrativa, para que não ocorra bis in idem, ou seja, 
dupla punição pelo mesmo fato. 
 
03 - (CESPE - 2011 - EBC - ANALISTA - ADVOCACIA) 
Os empregados públicos, regidos pelas normas trabalhistas, não se 
submetem aos preceitos contidos na lei de improbidade administrativa, 
por não serem agentes políticos nem constarem expressamente no rol de 
sujeitos ativos, previstos taxativamente na norma de regência 
 
 04 - (CESPE - 2010 - TRT - 21ª REGIÃO (RN) - ANALISTA 
JUDICIÁRIO - CONTABILIDADE) 
A lei considera atos de improbidade administrativa os que gerem 
enriquecimento ilícito, os que causem prejuízo ao erário e os que 
atentem contra os princípios da administração pública. 
 
05 - (CESPE - 2010 - TRT - 21ª REGIÃO (RN) - ANALISTA 
JUDICIÁRIO - CONTABILIDADE) 
São sujeitos ativos do ato de improbidade administrativa não apenas 
aqueles que exercem, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, 
mandato, cargo, emprego ou função na administração direta e indireta, 
mas, também, os terceiros que, mesmo não se qualificando como 
agentes públicos, concorram para a prática do ato de improbidade ou 
dele se beneficiem direta ou indiretamente. 
 
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06 - (CESPE - 2008 - TST - ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA 
JUDICIÁRIA) 
Considere-se que um servidor do TST esteja sendo submetido a processo 
administrativo disciplinar que apura o recebimento de vantagem 
econômica para que fosse adiado um ato que ele deveria praticar de 
ofício. Nessa situação, embora a conduta imputada ao servidor configure 
ato de improbidade administrativa, o referido processo administrativo 
não pode resultar em aplicação de pena de suspensão de direitos 
políticos. 
 
07 - (CESPE - 2011 - CORREIOS - ANALISTA DE CORREIOS - 
ADMINISTRADOR) 
A dispensa indevida de processo licitatório por agente público, além de 
causar prejuízo ao erário, constitui ato de improbidade administrativa 
que importa no enriquecimento ilícito daquele que o pratica. 
 
08 - (CESPE - 2010 - BRB - ESCRITURÁRIO) 
Os atos de improbidade administrativa importam suspensão dos direitos 
políticos, perda da função pública, indisponibilidade dos bens e 
ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei, com 
prejuízo da ação penal cabível. 
 
09 - (CESPE - 2010 - INSS - ENGENHEIRO CIVIL) 
Acerca das sanções aplicáveis aos agentes públicos nos casos de 
enriquecimento ilícito no exercício de cargo, emprego ou função da 
administração pública, julgue o próximo item. 
 
 
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As punições constantes da Lei de Improbidade Administrativa (Lei n.º 
8.429/1992) são aplicáveis a qualquer agente público, servidor ou não. 
 
10 - (CESPE - 2011 - TJ-ES - ANALISTA JUDICIÁRIO - DIREITO - 
ÁREA JUDICIÁRIA - ESPECÍFICOS) 
As sanções penais, civis e administrativas previstas em lei podem ser 
aplicadas aos responsáveis pelos atos de improbidade, de forma isolada 
ou cumulativa, de acordo com a gravidade do fato. 
 
11 - (CESPE - 2011 - TJ-ES - COMISSÁRIO DA INFÂNCIA E DA 
JUVENTUDE - ESPECÍFICOS) 
Considerando a Lei de Improbidade Administrativa, julgue os itens 
subsecutivos. 
Os atos de improbidade administrativa estão taxativamente previstos em 
lei, não sendo possível compreender que sua enumeração seja 
meramente exemplificativa. 
 
12 - (CESPE - 2011 - PC-ES - PERITO PAPILOSCÓPICO - 
ESPECÍFICOS) 
A autoridade judicial ou administrativa competente poderá determinar o 
afastamento do agente público do exercício do cargo, emprego ou 
função, sem prejuízo da remuneração, quando a medida se fizer 
necessária à instrução processual. 
 
13 - (CESPE - 2011 - PC-ES - PERITO PAPILOSCÓPICO - 
ESPECÍFICOS) 
 
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O agente público que deixa de prestar contas quando esteja obrigado a 
fazê-lo pratica ato de improbidade administrativa que atenta contra os 
princípios da administração pública. 
 
14 - (CESPE ± 2012 ± TC/DF ± AUDITOR DE CONTROLE EXTERNO) 
O agente público que colaborar com o retorno de recursos do erário que 
tenham sido enviados para o exterior terá a possibilidade de realizar um 
acordo ou transação com o Ministério Público, tendo em vista evitar a 
ação principal por improbidade administrativa. 
 
15 - (CESPE ± 2012 ± TC/DF ± AUDITOR DE CONTROLE EXTERNO) 
Apenas a autoridade administrativa competente poderá instaurar 
investigação destinada a apurar a prática de ato de improbidade, sendo 
vedada a representação da autoridade para que ocorra a instauração da 
investigação. 
 
16 - (CESPE ± 2012 ± TC/DF ± AUDITOR DE CONTROLE EXTERNO) 
A Lei de Improbidade Administrativa pune atos praticados contra a 
administração direta, indireta ou fundacional de qualquer dos poderes do 
DF, inclusive os realizados por aqueles que não sejam servidores públicos. 
 
17 - (CESPE ± 2013 ± MPU ± ANALISTA ± DIREITO) 
A perda da função pública é sanção aplicável àqueles que pratiquem atos 
de improbidade administrativa que importem enriquecimento ilícito ou 
que gerem lesão ao erário, mas não aos que pratiquem atos de 
improbidade que atentem contra os princípios da administração pública. 
 
18 - (CESPE ± 2013 ± MPU ± ANALISTA ± DIREITO) 
 
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A lei caracteriza como ato de improbidade administrativa que importa 
enriquecimento ilícito a conduta do servidor público que implique o uso, 
em proveito próprio, de bens, rendas, verbas ou valores integrantes do 
acervo patrimonial de órgãos e entidades da administração pública. 
 
19 - (CESPE ± 2013 ± CNJ ± ANALISTA JUDICIÁRIO ± ÁREA 
JUDICIÁRIA) 
Segundo jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça (STJ), o 
reconhecimento de ato de improbidade administrativa, nos moldes 
previstos pela Lei de Improbidade Administrativa (Lei n.º 8.429'1992), 
requer o exercício de função específica (administrativa), não se admitindo 
sua extensão à atividade judicante. 
 
20 - (CESPE ± 2013 ± TELEBRAS ± ADVOGADO) 
Em sede de improbidade administrativa, tem entendido o STJ, que a 
indisponibilidade dos bens é medida de cautela que visa a assegurar a 
indenização aos cofres públicos, sendo necessária, para respaldá-la, a 
existência de fortes indícios de responsabilidadena prática de ato de 
improbidade que cause dano ao erário (fumus boni iuris), sendo reputado 
implícito o periculum in mora. 
 
21 - (CESPE ± 2013 ± ANS ± ANALISTA ADMINISTRATIVO) 
Caso procedimento administrativo da ANS identifique a prática de ato de 
improbidade administrativa por um servidor da Agência, essa entidade 
não poderá ajuizar ação judicial de improbidade administrativa contra o 
referido servidor, uma vez que cabe exclusivamente ao Ministério Público 
propor esse tipo de ação. 
 
 
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22 - (CESPE ± 2013 ± MINISTÉRIO DA JUSTIÇA ± ANALISTA 
ADMINISTRATIVO) 
Julgue os itens subsecutivos, a respeito da improbidade administrativa. 
Conforme entendimento recente do STJ, é possível a decretação de 
indisponibilidade e sequestro de bens antes mesmo do recebimento da 
petição inicial da ação civil pública destinada a apurar a prática de ato de 
improbidade administrativa. 
 
23 - (CESPE ± 2013 ± MINISTÉRIO DA JUSTIÇA ± ANALISTA 
ADMINISTRATIVO) 
Julgue os itens subsecutivos, a respeito da improbidade administrativa. 
A Lei de Improbidade Administrativa é aplicável a qualquer agente público 
que seja servidor estatutário vinculado às pessoas jurídicas de direito 
público, não abrangendo os empregados públicos vinculados à 
administração indireta. 
 
24 - (CESPE ± 2013 ± ANTT ± ESPECIALISTA EM 
REGULAÇÃO/DIREITO) 
Com referência à Lei de Improbidade Administrativa, julgue o próximo 
item. 
A aplicação das sanções por improbidade administrativa independe da 
aprovação ou rejeição das contas pelo órgão de controle interno ou pelo 
tribunal ou conselho de contas. 
 
25 - (CESPE ± 2013 ± DPE/DF ± DEFENSOR PÚBLICO) 
Julgue os itens subsecutivos, referentes ao controle da administração 
pública. 
 
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A decretação de indisponibilidade de bens em decorrência da apuração de 
atos de improbidade administrativa deve limitar-se à constrição dos bens 
necessários ao ressarcimento integral do dano, não atingindo os bens 
adquiridos antes do suposto ato de improbidade 
 
26 - (CESPE ± 2013 ± PG/DF ± PROCURADOR) 
Presidente de autarquia estadual que deixar de prestar as contas anuais 
devidas responderá, desde que comprovada a sua má-fé e a existência de 
dano ao erário, pelo cometimento de ato de improbidade atentatório aos 
princípios da administração pública. 
 
27 - (CESPE ± 2014 ± TCDF ± ACE) 
Com base na Lei de Improbidade Administrativa, bem como nos crimes 
previstos na Lei de Licitações e nos crimes contra as finanças públicas, 
julgue os itens que se seguem. 
Considere que José tenha representado contra um servidor público por 
ato de improbidade mesmo sabendo ser ele inocente. Nesse caso, além 
da sanção penal, José estará sujeito a indenizar o referido servidor pelos 
danos materiais, morais ou à imagem que houver provocado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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QUESTÕES COMENTADAS 
 
01 - (CESPE - 2008 - OAB-SP - EXAME DE ORDEM - 2 - PRIMEIRA 
FASE) 
Não configura sanção constitucionalmente prevista para os atos 
de improbidade administrativa 
A) a suspensão por mais de trinta dias, sem percepção de 
vencimentos. 
B) a suspensão dos direitos políticos. 
C) o ressarcimento ao erário. 
D) a perda da função pública. 
COMENTÁRIOS: As sanções previstas na Lei de Improbidade 
Administrativa são diversas, e estão previstas no art. 12 da Lei. Vejamos: 
Art. 12. Independentemente das sanções penais, civis e administrativas 
previstas na legislação específica, está o responsável pelo ato de improbidade 
sujeito às seguintes cominações, que podem ser aplicadas isolada ou 
cumulativamente, de acordo com a gravidade do fato: (Redação dada pela Lei nº 
12.120, de 2009). 
I - na hipótese do art. 9°, perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente 
ao patrimônio, ressarcimento integral do dano, quando houver, perda da 
função pública, suspensão dos direitos políticos de oito a dez anos, 
pagamento de multa civil de até três vezes o valor do acréscimo patrimonial 
e proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou 
incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por 
intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de 
dez anos; 
II - na hipótese do art. 10, ressarcimento integral do dano, perda dos bens 
ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio, se concorrer esta 
circunstância, perda da função pública, suspensão dos direitos políticos de 
cinco a oito anos, pagamento de multa civil de até duas vezes o valor do 
dano e proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou 
incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por 
intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de 
cinco anos; 
III - na hipótese do art. 11, ressarcimento integral do dano, se houver, perda 
da função pública, suspensão dos direitos políticos de três a cinco anos, 
pagamento de multa civil de até cem vezes o valor da remuneração percebida 
 
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pelo agente e proibição de contratar com o Poder Público ou receber 
benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda 
que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo 
prazo de três anos. 
 
Entretanto, nem todas estas penas estão previstas na Constituição. A 
Constituição previu algumas penalidades a serem aplicadas em caso de 
ato de improbidade. Vejamos o que diz o §4° do art. 37 da Constituição: 
§ 4º - Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos 
direitos políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o 
ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo 
da ação penal cabível. 
 
Assim, a alternativa que contém uma penalidade não prevista na 
Constituição é a letra A. 
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A. 
 
02 - (CESPE - 2008 - OAB-SP - EXAME DE ORDEM - 1 - PRIMEIRA 
FASE) 
Assinale a opção correta no que se refere à lei que dispõe sobre 
as sanções aplicáveis aos agentes públicos nos casos de 
enriquecimento ilícito no exercício de mandato, cargo, emprego 
ou função na administração pública direta, indireta ou 
fundacional. 
A) Os atos de improbidade administrativa somente serão punidos 
quando praticados por agentes públicos que sejam também 
servidores públicos. 
ERRADA: Os atos de improbidade podem ser praticados por agentes 
públicos, servidores ou não, bem como por particulares, nos termos do 
art. 2° e 3° da Lei 8.429/92: 
 
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Art. 2° Reputa-se agente público, para os efeitos desta lei, todo aquele que 
exerce, ainda que transitoriamente ousem remuneração, por eleição, 
nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura 
ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas entidades mencionadas 
no artigo anterior. 
Art. 3° As disposições desta lei são aplicáveis, no que couber, àquele que, 
mesmo não sendo agente público, induza ou concorra para a prática do ato 
de improbidade ou dele se beneficie sob qualquer forma direta ou indireta. 
 
B) São três as espécies genéricas de improbidade administrativa: 
os atos de improbidade administrativa que importam 
enriquecimento ilícito, os que causam lesão ao erário e os que 
atentam contra os princípios da administração pública. 
CORRETA: Nos termos dos arts. 9°, 10 e 11 da Lei 8.429/92, os atos de 
improbidade administrativa podem ser os que geram enriquecimento 
ilícito, os que causam prejuízo ao erário e os que atentam contra os 
princípios da administração pública; 
C) Reputam-se como agentes públicos para fins de sanção 
decorrente da prática de improbidade administrativa apenas os 
que exercem mandato, cargo, emprego ou função administrativa 
permanente e mediante remuneração. 
ERRADA: Para os fins de aplicação da Lei de Improbidade, considera-se o 
conceito mais amplo possível de funcionário público, nos termos do art. 
2° da Lei. Vejamos: 
Art. 2° Reputa-se agente público, para os efeitos desta lei, todo aquele que 
exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, 
nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura 
ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas entidades mencionadas 
no artigo anterior. 
 
D) Caso o ato de improbidade configure também sanção penal ou 
disciplinar, não serão impostas ao ímprobo as sanções previstas 
na Lei de Improbidade Administrativa, para que não ocorra bis in 
idem, ou seja, dupla punição pelo mesmo fato. 
 
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ERRADA: As sanções previstas na Lei de Improbidade administrativa são 
aplicadas INDEPENDENTEMENTE DAS SANÇÕES PENAIS, CIVIS E 
ADMINISTRATIVAS, nos termos do art. 12 da Lei: 
Art. 12. Independentemente das sanções penais, civis e administrativas 
previstas na legislação específica, está o responsável pelo ato de improbidade 
sujeito às seguintes cominações, que podem ser aplicadas isolada ou 
cumulativamente, de acordo com a gravidade do fato: (Redação dada pela Lei nº 
12.120, de 2009). 
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B. 
 
03 - (CESPE - 2011 - EBC - ANALISTA - ADVOCACIA) 
Os empregados públicos, regidos pelas normas trabalhistas, não 
se submetem aos preceitos contidos na lei de improbidade 
administrativa, por não serem agentes políticos nem constarem 
expressamente no rol de sujeitos ativos, previstos taxativamente 
na norma de regência 
COMENTÁRIOS: Para os fins de aplicação da Lei de Improbidade, 
considera-se o conceito mais amplo possível de funcionário público, nos 
termos do art. 2° da Lei. Vejamos: 
Art. 2° Reputa-se agente público, para os efeitos desta lei, todo aquele que 
exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, 
nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura 
ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas entidades mencionadas 
no artigo anterior. 
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA. 
 
04 - (CESPE - 2010 - TRT - 21ª REGIÃO (RN) - ANALISTA 
JUDICIÁRIO - CONTABILIDADE) 
A lei considera atos de improbidade administrativa os que gerem 
enriquecimento ilícito, os que causem prejuízo ao erário e os que 
atentem contra os princípios da administração pública. 
 
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COMENTÁRIOS: Os atos de improbidade administrativa podem ser de 
três tipos: 
 ATOS QUE IMPORTAM EM ENRIQUECIMENTO ILÍCITO ± São 
atos que podem ou não trazer algum prejuízo ao erário (Prejuízo à 
administração pública sempre há, nem que seja prejuízo apenas à 
moralidade administrativa), mas que NECESSARIAMENTE importam em 
aumento patrimonial de um agente público ou terceiro que tenha 
concorrido para a prática do ato ou tenha dele se beneficiado; 
 ATOS QUE CAUSAM PREJUÍZO AO ERÁRIO ± São atos que, 
ainda que não gerem enriquecimento ilícito a ninguém, 
NECESSARIAMENTE causam prejuízo ao erário; 
 ATOS QUE ATENTAM CONTRA OS PRINCÍPIOS DA 
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ± São atos que podem ou não causar 
enriquecimento ilícito ou lesão ao erário, mas que NECESSARIAMENTE 
atentam contra os princípios da administração pública. 
Esses atos estão previstos, respectivamente, nos arts. 9°, 10 e 11 da Lei 
de Improbidade Administrativa. 
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ CORRETA. 
 
05 - (CESPE - 2010 - TRT - 21ª REGIÃO (RN) - ANALISTA 
JUDICIÁRIO - CONTABILIDADE) 
São sujeitos ativos do ato de improbidade administrativa não 
apenas aqueles que exercem, ainda que transitoriamente ou sem 
remuneração, mandato, cargo, emprego ou função na 
administração direta e indireta, mas, também, os terceiros que, 
mesmo não se qualificando como agentes públicos, concorram 
para a prática do ato de improbidade ou dele se beneficiem direta 
ou indiretamente. 
COMENTÁRIOS: Os atos de improbidade podem ser praticados por 
agentes públicos, servidores ou não, bem como por particulares, nos 
termos do art. 2° e 3° da Lei 8.429/92: 
Art. 2° Reputa-se agente público, para os efeitos desta lei, todo aquele que 
exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, 
nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura 
 
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ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas entidades mencionadas 
no artigo anterior. 
Art. 3° As disposições desta lei são aplicáveis, no que couber, àquele que, 
mesmo não sendo agente público, induza ou concorra para a prática do ato 
de improbidade ou dele se beneficie sob qualquer forma direta ou indireta. 
 
Dessa forma, fica claro que particular também pode praticar atos de 
improbidade administrativa, desde que: 
x Concorra para a prática de um dos atos; 
x Se beneficie, direta ou indiretamente, dele; 
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ CORRETA. 
 
06 - (CESPE - 2008 - TST - ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA 
JUDICIÁRIA) 
Considere-se que um servidor do TST esteja sendo submetido a 
processo administrativo disciplinar que apura o recebimento de 
vantagem econômica para que fosse adiado um ato que ele 
deveria praticar de ofício. Nessa situação, embora a conduta 
imputada ao servidor configure ato de improbidade 
administrativa, o referido processo administrativo não pode 
resultar em aplicação de pena de suspensão de direitos políticos. 
COMENTÁRIOS: Embora a penalidade de suspensão de direitos políticos 
esteja prevista na Lei para TODOS OS TIPOS de atos de improbidade 
administrativa, ela é uma penalidade que só se efetiva após o trânsito 
em julgado de sentença condenatória, nos termos do art. 20 da Lei: 
Art. 20. A perda da função pública e a suspensão dos direitos políticos só se 
efetivam com o trânsito em julgado da sentença condenatória. 
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ CORRETA. 
 
 
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07 - (CESPE - 2011 - CORREIOS - ANALISTA DE CORREIOS - 
ADMINISTRADOR) 
A dispensa indevida de processo licitatório por agente público, 
além de causar prejuízo ao erário, constitui ato de improbidade 
administrativa que importa no enriquecimento ilícito daquele que 
o pratica. 
COMENTÁRIOS: A dispensa indevida de processo licitatório está 
prevista apenas no art. 10, VIII da Lei, vejamos: 
Art. 10. Constitui ato de improbidade administrativa que causa lesão ao 
erário qualquer ação ou omissão, dolosa ou culposa, que enseje perda 
patrimonial, desvio, apropriação, malbaratamento ou dilapidação dos bens ou 
haveres das entidades referidas no art. 1º desta lei, e notadamente: 
(...) 
VIII - frustrar a licitude de processo licitatório ou dispensá-lo indevidamente; 
O art. 10 prevê as condutas que causam prejuízo ao erário. 
Não há, contudo, previsão desta conduta como conduta que gere 
enriquecimento ilícito, embora isso possa ocorrer. 
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA. 
 
08 - (CESPE - 2010 - BRB - ESCRITURÁRIO) 
Os atos de improbidade administrativa importam suspensão dos 
direitos políticos, perda da função pública, indisponibilidade dos 
bens e ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas 
em lei, com prejuízo da ação penal cabível. 
COMENTÁRIOS: De fato, os atos de improbidade administrativa 
importam em todas as penalidades citadas na questão, por expressa 
previsão na Lei 8.429/92 e por determinação do próprio art. 37, § 4° da 
Constituição. Vejamos: 
§ 4º - Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos 
direitos políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o 
 
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ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo 
da ação penal cabível. 
Porém, percebam que a aplicação destas penalidades NÃO IMPEDE a 
aplicação de sanções de natureza penal, e a questão firma 
ERRADAMENTE, que a aplicação destas penalidades se dará COM 
prejuízo das sanções penais. 
Portanto, a afirmativa está errada. 
 
09 - (CESPE - 2010 - INSS - ENGENHEIRO CIVIL) 
Acerca das sanções aplicáveis aos agentes públicos nos casos de 
enriquecimento ilícito no exercício de cargo, emprego ou função 
da administração pública, julgue o próximo item. 
As punições constantes da Lei de Improbidade Administrativa 
(Lei n.º 8.429/1992) são aplicáveis a qualquer agente público, 
servidor ou não. 
COMENTÁRIOS: Os atos de improbidade podem ser praticados por 
agentes públicos, servidores ou não, bem como por particulares, nos 
termos do art. 2° e 3° da Lei 8.429/92: 
Art. 2° Reputa-se agente público, para os efeitos desta lei, todo aquele que 
exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, 
nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura 
ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas entidades mencionadas 
no artigo anterior. 
Art. 3° As disposições desta lei são aplicáveis, no que couber, àquele que, 
mesmo não sendo agente público, induza ou concorra para a prática do ato 
de improbidade ou dele se beneficie sob qualquer forma direta ou indireta. 
 
Dessa forma, fica claro que particular também pode praticar atos de 
improbidade administrativa, desde que: 
x Concorra para a prática de um dos atos; 
x Se beneficie, direta ou indiretamente, dele; 
 
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Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ CORRETA. 
 
10 - (CESPE - 2011 - TJ-ES - ANALISTA JUDICIÁRIO - DIREITO - 
ÁREA JUDICIÁRIA - ESPECÍFICOS) 
As sanções penais, civis e administrativas previstas em lei podem 
ser aplicadas aos responsáveis pelos atos de improbidade, de 
forma isolada ou cumulativa, de acordo com a gravidade do fato. 
COMENTÁRIOS: A fixação das penalidades se dá de acordo com a 
gravidade do fato, conforme se pode extrair do que dispõem os arts. 9°, 
10 e 11 da Lei. A Banca considerou a questão como correta, mas 
entendo que a questão está errada, pois a Lei prevê que as penas 
COMINADAS NA LEI serão fixadas isolada ou cumulativamente, de 
acordo com a gravidade do fato (art.12 da Lei), sem prejuízo das 
sanções penais, civis e administrativas (cuja forma de fixação não foi 
estabelecida por esta Lei). 
Assim, fica o meu registro. 
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ CORRETA. 
 
11 - (CESPE - 2011 - TJ-ES - COMISSÁRIO DA INFÂNCIA E DA 
JUVENTUDE - ESPECÍFICOS) 
Considerando a Lei de Improbidade Administrativa, julgue os 
itens subsecutivos. 
Os atos de improbidade administrativa estão taxativamente 
previstos em lei, não sendo possível compreender que sua 
enumeração seja meramente exemplificativa. 
COMENTÁRIOS: Isto não é pacífico! Boa parte da Doutrina entende que 
se trata de rol taxativo, não sendo possível a sua ampliação sem que 
haja previsão legal, por violação ao princípio da legalidade. 
 
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No entanto, o STJ possui alguns julgados decidindo que se trata de 
enumeração meramente exemplificativa, em razão da utilização, nos 
DUWLJRV�TXH�FLWDP�DV�FRQGXWDV��GR� WHUPR�³QRWDGDPHQWH´��R�TXH�GDULD�D�
entender que se tratam de hipóteses mais frequentes, que não excluem 
outras semelhantes. 
A Banca adotou essa corrente. 
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA. 
 
12 - (CESPE - 2011 - PC-ES - PERITO PAPILOSCÓPICO - 
ESPECÍFICOS) 
A autoridade judicial ou administrativa competente poderá 
determinar o afastamento do agente público do exercício do 
cargo, emprego ou função, sem prejuízo da remuneração, quando 
a medida se fizer necessária à instrução processual. 
COMENTÁRIOS: DURANTE O PROCESSO, poderá ser determinado o 
afastamento do agente público, de forma a não prejudicar a instrução do 
processo, quando necessário. Nos termos do art. 20, § único da Lei. 
Parágrafo único. A autoridade judicial ou administrativa competente poderá 
determinar o afastamento do agente público do exercício do cargo, emprego 
ou função, sem prejuízo da remuneração, quando a medida se fizer 
necessária à instrução processual. 
Esse afastamento se dá sem prejuízo da remuneração, ou seja, o agente 
permanece recebendo seus vencimentos no período do afastamento. 
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ CORRETA. 
 
13 - (CESPE - 2011 - PC-ES - PERITO PAPILOSCÓPICO - 
ESPECÍFICOS) 
 
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O agente público que deixa de prestar contas quando esteja 
obrigado a fazê-lo pratica ato de improbidade administrativa que 
atenta contra os princípios da administração pública. 
COMENTÁRIOS: Esta conduta está prevista no art. 11, VI da Lei 
8.429/92. Vejamos: 
Art. 11. Constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os 
princípios da administração pública qualquer ação ou omissão que viole os 
deveres de honestidade, imparcialidade, legalidade, e lealdade às instituições, 
e notadamente: 
(...) 
VI - deixar de prestar contas quando estejaobrigado a fazê-lo; 
Este artigo prevê os atos de improbidade administrativa que atentam 
contra os princípios da administração pública, ainda que não causem 
prejuízo ao erário ou enriquecimento ilícito. 
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ CORRETA. 
 
14 - (CESPE ± 2012 ± TC/DF ± AUDITOR DE CONTROLE EXTERNO) 
O agente público que colaborar com o retorno de recursos do 
erário que tenham sido enviados para o exterior terá a 
possibilidade de realizar um acordo ou transação com o Ministério 
Público, tendo em vista evitar a ação principal por improbidade 
administrativa. 
COMENTÁRIOS: O item está errado, pois em se tratando de improbidade 
administrativa não se admite a realização de qualquer acordo ou 
transação penal: 
Art. 17. A ação principal, que terá o rito ordinário, será proposta pelo 
Ministério Público ou pela pessoa jurídica interessada, dentro de trinta dias da 
efetivação da medida cautelar. 
§ 1º É vedada a transação, acordo ou conciliação nas ações de que trata o 
caput. 
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA. 
 
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15 - (CESPE ± 2012 ± TC/DF ± AUDITOR DE CONTROLE EXTERNO) 
Apenas a autoridade administrativa competente poderá instaurar 
investigação destinada a apurar a prática de ato de improbidade, 
sendo vedada a representação da autoridade para que ocorra a 
instauração da investigação. 
COMENTÁRIOS: O item está errado, pois além de a autoridade 
administrativa poder instaurar investigação, ela também pode representar 
ao MP, nos termos do art. 22 da Lei: 
Art. 22. Para apurar qualquer ilícito previsto nesta lei, o Ministério Público, de 
ofício, a requerimento de autoridade administrativa ou mediante 
representação formulada de acordo com o disposto no art. 14, poderá 
requisitar a instauração de inquérito policial ou procedimento administrativo. 
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA. 
 
16 - (CESPE ± 2012 ± TC/DF ± AUDITOR DE CONTROLE EXTERNO) 
A Lei de Improbidade Administrativa pune atos praticados contra 
a administração direta, indireta ou fundacional de qualquer dos 
poderes do DF, inclusive os realizados por aqueles que não sejam 
servidores públicos. 
COMENTÁRIOS: O item está correto. A lei de improbidade administrativa 
se aplica aos atos praticados contra a administração direta, indireta, 
funcional de qualquer dos poderes de qualquer dos entes (inclusive do 
DF), ainda que praticados por particulares. Vejamos: 
Art. 1° Os atos de improbidade praticados por qualquer agente público, 
servidor ou não, contra a administração direta, indireta ou fundacional de 
qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos 
Municípios, de Território, de empresa incorporada ao patrimônio público ou de 
entidade para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra 
com mais de cinqüenta por cento do patrimônio ou da receita anual, serão 
punidos na forma desta lei. 
(...) 
 
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Art. 3° As disposições desta lei são aplicáveis, no que couber, àquele que, 
mesmo não sendo agente público, induza ou concorra para a prática do ato 
de improbidade ou dele se beneficie sob qualquer forma direta ou indireta. 
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ CORRETA. 
 
17 - (CESPE ± 2013 ± MPU ± ANALISTA ± DIREITO) 
A perda da função pública é sanção aplicável àqueles que 
pratiquem atos de improbidade administrativa que importem 
enriquecimento ilícito ou que gerem lesão ao erário, mas não aos 
que pratiquem atos de improbidade que atentem contra os 
princípios da administração pública. 
COMENTÁRIOS: O item está errado, pois a perda da função pública 
também é aplicável àqueles que pratiquem atos de improbidade 
administrativa que atentam contra os princípios da administração pública. 
Vejamos: 
Art. 11. Constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra 
os princípios da administração pública qualquer ação ou omissão que 
viole os deveres de honestidade, imparcialidade, legalidade, e lealdade às 
instituições, e notadamente: 
(...) 
Art. 12. Independentemente das sanções penais, civis e administrativas 
previstas na legislação específica, está o responsável pelo ato de improbidade 
sujeito às seguintes cominações, que podem ser aplicadas isolada ou 
cumulativamente, de acordo com a gravidade do fato: (Redação dada 
pela Lei nº 12.120, de 2009). 
(...) 
III - na hipótese do art. 11, ressarcimento integral do dano, se 
houver, perda da função pública, suspensão dos direitos políticos de três 
a cinco anos, pagamento de multa civil de até cem vezes o valor da 
remuneração percebida pelo agente e proibição de contratar com o Poder 
Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou 
indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio 
majoritário, pelo prazo de três anos. 
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA. 
 
 
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18 - (CESPE ± 2013 ± MPU ± ANALISTA ± DIREITO) 
A lei caracteriza como ato de improbidade administrativa que 
importa enriquecimento ilícito a conduta do servidor público que 
implique o uso, em proveito próprio, de bens, rendas, verbas ou 
valores integrantes do acervo patrimonial de órgãos e entidades 
da administração pública. 
COMENTÁRIOS: O item está correto, conforme prevê o art. 9º, XII da 
Lei 8.429/92: 
Art. 9° Constitui ato de improbidade administrativa importando 
enriquecimento ilícito auferir qualquer tipo de vantagem patrimonial indevida 
em razão do exercício de cargo, mandato, função, emprego ou atividade nas 
entidades mencionadas no art. 1° desta lei, e notadamente: 
(...) 
XII - usar, em proveito próprio, bens, rendas, verbas ou valores integrantes 
do acervo patrimonial das entidades mencionadas no art. 1° desta lei. 
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ CORRETA. 
 
19 - (CESPE ± 2013 ± CNJ ± ANALISTA JUDICIÁRIO ± ÁREA 
JUDICIÁRIA) 
Segundo jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça (STJ), o 
reconhecimento de ato de improbidade administrativa, nos moldes 
previstos pela Lei de Improbidade Administrativa (Lei n.º 
8.429'1992), requer o exercício de função específica 
(administrativa), não se admitindo sua extensão à atividade 
judicante. 
COMENTÁRIOS: O STJ firmou entendimento no sentido de que a lei de 
improbidade administrativa se aplica inclusive ao Poder Judiciário, mesmo 
quando no exercício de sua atividade judicante (e não apenas 
administrativa), como, por exemplo, na hipótese de Juiz que, 
dolosamente, atua numa causa mesmo possuindo nela algum interesse 
 
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(seria ato que atenta contra a moralidade), conforme se pode extrair do 
julgamento do RESP 1249531. 
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA. 
 
20 - (CESPE ± 2013 ± TELEBRAS ± ADVOGADO) 
Em sede de improbidade administrativa, tem entendido o STJ, que 
a indisponibilidade dos bens é medida de cautela que visa a 
assegurar a indenização aos cofres públicos, sendo necessária, 
para respaldá-la, a existência de fortes indícios

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