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Aula 04 Direito Penal p/ TJDFT - Técnico Judiciário (Área Administrativa) - com videoaulas Professor: Renan Araujo Direito Penal ʹ TJDFT - (2015) TÉCNICO JUDICIÁRIO Teoria e exercícios comentados Prof. Renan Araujo ʹ Aula 04 Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 1 de 51 AULA 04: LEI DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA (LEI 8.429/92). SUMÁRIO PÁGINA Apresentação da aula e sumário 01 I ± Considerações Gerais 02 II ± Atos de Improbidade Administrativa em Espécie 07 III ± Das disposições Penais 18 Questões para praticar 22 Questões comentadas 30 Gabarito 51 Olá, meus amigos concurseiros! Na aula de hoje vamos estudar a Lei de Improbidade Administrativa. Trata-se de uma aula relativamente simples, mas muita atenção, porque alguns pontos podem confundir. Além disso, temos muitos posicionamentos jurisprudenciais importantes e questões do CESPE bem interessantes! Bons estudos! Prof. Renan Araujo Direito Penal ʹ TJDFT - (2015) TÉCNICO JUDICIÁRIO Teoria e exercícios comentados Prof. Renan Araujo ʹ Aula 04 Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 2 de 51 I ± CONSIDERAÇÕES GERAIS A Lei de Improbidade Administrativa veio à lume para dar ainda mais eficácia às previsões constitucionais relativas aos princípios norteadores da Administração Pública. Vejamos: Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) Sendo estes os princípios da Administração Pública, é dever dos agentes públicos velar pelo respeito a eles. Assim dispõe o art. 4° da Lei: Art. 4° Os agentes públicos de qualquer nível ou hierarquia são obrigados a velar pela estrita observância dos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade e publicidade no trato dos assuntos que lhe são afetos. Mas por que o princípiR�GD�³HILFLrQFLD´�QmR�HVWi�SUHYLVWR�QHVWH� artigo? Porque ele foi introduzido na Constituição pela EC n° 19/98, logo, posteriormente à publicação da Lei 8.429/92, mas por uma interpretação sistemática e constitucional, entende-se que este princípio, obviamente, também é de observância obrigatória pelos agentes públicos. Caso haja o descumprimento destes deveres, os agentes estarão sujeitos às penalidades previstas na Lei 8.429/92, que concretiza o disposto no §4° do art. 37 da Constituição. Vejam o que ele diz: § 4º - Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível. O Conceito de Administração Pública, para os efeitos desta Lei, é o mais amplo possível, abrangendo a administração direta e a indireta e Direito Penal ʹ TJDFT - (2015) TÉCNICO JUDICIÁRIO Teoria e exercícios comentados Prof. Renan Araujo ʹ Aula 04 Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 3 de 51 entidades particulares para as quais tenha sido destinado dinheiro público (grosso modo é isso). Vejamos: Art. 1° Os atos de improbidade praticados por qualquer agente público, servidor ou não, contra a administração direta, indireta ou fundacional de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios, de Território, de empresa incorporada ao patrimônio público ou de entidade para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra com mais de cinqüenta por cento do patrimônio ou da receita anual, serão punidos na forma desta lei. Parágrafo único. Estão também sujeitos às penalidades desta lei os atos de improbidade praticados contra o patrimônio de entidade que receba subvenção, benefício ou incentivo, fiscal ou creditício, de órgão público bem como daquelas para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra com menos de cinqüenta por cento do patrimônio ou da receita anual, limitando-se, nestes casos, a sanção patrimonial à repercussão do ilícito sobre a contribuição dos cofres públicos. E o que seria patrimônio público? O conceito de patrimônio público pode ser encontrado no art. 1°, § 1° da Lei 4.717/65 (Lei de Ação Popular). Vejamos: § 1º - Consideram-se patrimônio público para os fins referidos neste artigo, os bens e direitos de valor econômico, artístico, estético, histórico ou turístico. (Redação dada pela Lei nº 6.513, de 1977) Já sabemos o que é administração pública, para os fins da Lei de Improbidade Administrativa, bem como sabemos qual é a abrangência do conceito de patrimônio público, precisamos saber qual é o conceito de ³DJHQWH�S~EOLFR´�SDUD�RV�ILQV�GD�/HL���������� Assim como na esfera penal, o conceito de agente público aqui é bem amplo, de forma a abarcar pessoas que exerçam função na administração pública, ainda que transitoriamente ou sem remuneração. Vejamos o que dispõe o art. 2° do CP: Direito Penal ʹ TJDFT - (2015) TÉCNICO JUDICIÁRIO Teoria e exercícios comentados Prof. Renan Araujo ʹ Aula 04 Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 4 de 51 Art. 2° Reputa-se agente público, para os efeitos desta lei, todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas entidades mencionadas no artigo anterior. Somente o agente público pode praticar ato de improbidade? Errado. O particular também poderá praticar atos de improbidade, previstos na Lei 8.429/92, quando CONCORRER PARA A PRÁTICA DO ATO de improbidade ou DELE SE BENEFICIAR. Nos termos do art. 3° da Lei: Art. 3° As disposições desta lei são aplicáveis, no que couber, àquele que, mesmo não sendo agente público, induza ou concorra para a prática do ato de improbidade ou dele se beneficie sob qualquer forma direta ou indireta. Quando, em decorrência do ato de improbidade administrativa, o agente público tiver se enriquecimento ilicitamente, deverá perder, em favor do Estado, os bens e valores acrescidos ilicitamente ao seu patrimônio. Nos termos do art. 6° da Lei: Art. 6° No caso de enriquecimento ilícito, perderá o agente público ou terceiro beneficiário os bens ou valores acrescidos ao seu patrimônio. Para garantir que o ressarcimento do dano causado ao erário seja total, ou para garantir que o agente (ou o terceiro) perderá todos os bens e valores que teve acrescidos ilicitamente, poderá ser DECRETADA A INDISPONIBILIDADE DOS BENS DO INDICIADO. Vejamos o que dispõe o art. 7° da Lei: Art. 7° Quando o ato de improbidade causar lesão ao patrimônio público ou ensejar enriquecimento ilícito, caberá a autoridade administrativa responsável pelo inquérito representar ao Ministério Público, para a indisponibilidade dos bens do indiciado. Direito Penal ʹ TJDFT - (2015) TÉCNICO JUDICIÁRIO Teoria e exercícios comentados Prof. Renan Araujo ʹ Aula 04 Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 5 de 51 Parágrafo único. A indisponibilidade a que se refere o caput deste artigo recairá sobre bens que assegurem o integral ressarcimento do dano, ou sobre o acréscimo patrimonial resultante doenriquecimento ilícito. CUIDADO! A autoridade poderá representar ao MP para que este REQUEIRA AO JUDICIÁRIO a indisponibilidade dos bens do indiciado. Não pode o MP decretar a indisponibilidade dos bens do acusado. Mas e se aquele que lesou o erário ou se enriqueceu ilicitamente morrer? Nesse caso, as penalidades relativas à obrigatoriedade de ressarcimento do dano, ou perdimento dos valores auferidos ilicitamente SE ESTENDE aos herdeiros, NOS LIMITES DA HERANÇA: Art. 8° O sucessor daquele que causar lesão ao patrimônio público ou se enriquecer ilicitamente está sujeito às cominações desta lei até o limite do valor da herança. Isso NÃO VIOLA O PRINCÍPIO DA INTRANSCENDÊNCIA DA PENA, pois esse é um princípio de natureza PENAL. As sanções previstas na Lei de Improbidade Administrativa não possuem natureza penal, possuindo natureza civil e, em alguns casos, política. Além disso, TXHP�³UHVSRQGHUi´�SHOD�SHQDOLGDGH�p�R�SDWULP{QLR�GR�IDOHFLGR��H� não propriamente o herdeiro. Se não for transferido nenhum patrimônio (não houver herança), não haverá responsabilização. Somente as condutas dolosas configuram ato de improbidade administrativa? Em regra, sim. Entretanto, a Lei admite a responsabilização do agente que age COM CULPA (mesmo sem dolo), no caso de atos que CAUSEM PREJUÍZO AO ERÁRIO (estão previstos no art. 10, que será estudado mais à frente. Vejamos o que dispõe o art. 5° da Lei: Direito Penal ʹ TJDFT - (2015) TÉCNICO JUDICIÁRIO Teoria e exercícios comentados Prof. Renan Araujo ʹ Aula 04 Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 6 de 51 Art. 5° Ocorrendo lesão ao patrimônio público por ação ou omissão, dolosa ou culposa, do agente ou de terceiro, dar-se-á o integral ressarcimento do dano. Embora a questão tenha levantado alguma discussão, o fato é que a jurisprudência se solidificou neste sentido, confirmando a interpretação do texto legal, no sentido de que somente os atos de improbidade que causam prejuízo ao erário admitem a forma culposa. Nos demais, exige- se o dolo. Vejamos: (...) 2. A configuração dos atos de improbidade administrativa previstos no art. 10 da Lei de Improbidade Administrativa (atos de improbidade administrativa que causam prejuízo ao erário), à luz da atual jurisprudência do STJ, exige a presença do efetivo dano ao erário (critério objetivo) e, ao menos, culpa, o mesmo não ocorrendo com os tipos previstos nos arts. 9º e 11 da mesma Lei (enriquecimento ilícito e atos de improbidade administrativa que atentam contra os princípios da administração pública), os quais se prendem ao elemento volitivo do agente (critério subjetivo), exigindo-se o dolo. (...) (AgRg no AREsp 374.913/BA, Rel. Ministro OG FERNANDES, SEGUNDA TURMA, julgado em 27/03/2014, DJe 11/04/2014) CUIDADO! Como disse, em regra somente se pune a conduta dolosa. Apenas no caso de prejuízo ao erário é que a responsabilização ocorrerá independentemente de dolo, mas deve haver pelo menos culpa. Não há, em hipótese alguma, responsabilização objetiva, ou seja, sem que haja ao menos dolo ou culpa. Assim: Direito Penal ʹ TJDFT - (2015) TÉCNICO JUDICIÁRIO Teoria e exercícios comentados Prof. Renan Araujo ʹ Aula 04 Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 7 de 51 Vejamos, agora, os atos de improbidade administrativa, previstos expressamente na Lei 8.429/92. II ± ATOS DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA EM ESPÉCIE Improbidade é sinônimo de desonestidade, ato que infringe a moralidade administrativa, a boa-fé, as normas de conduta esperadas pela sociedade em relação à administração pública. Os atos de improbidade administrativa podem ser de três tipos: ATOS QUE IMPORTAM EM ENRIQUECIMENTO ILÍCITO ± São atos que podem ou não trazer algum prejuízo ao erário (Prejuízo à administração pública sempre há, nem que seja prejuízo apenas à moralidade administrativa), mas que NECESSARIAMENTE importam Direito Penal ʹ TJDFT - (2015) TÉCNICO JUDICIÁRIO Teoria e exercícios comentados Prof. Renan Araujo ʹ Aula 04 Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 8 de 51 em aumento patrimonial de um agente público ou terceiro que tenha concorrido para a prática do ato ou tenha dele se beneficiado. ATOS QUE CAUSAM PREJUÍZO AO ERÁRIO ± São atos que, ainda que não gerem enriquecimento ilícito a ninguém, NECESSARIAMENTE causam prejuízo ao erário. ATOS QUE ATENTAM CONTRA OS PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ± São atos que podem ou não causar enriquecimento ilícito ou lesão ao erário, mas que NECESSARIAMENTE atentam contra os princípios da administração pública. Vamos analisar, agora, cada uma destas espécies: A) Atos que importam em enriquecimento ilícito Os atos que importam enriquecimento ilícito são aqueles previstos no art. 9° da Lei, e geram algum tipo de vantagem financeira indevida para o agente público ou para o particular (que concorra para o crime ou dele se beneficie), sendo praticados em detrimento daquelas entidades previstas no art. 1° da Lei. Para a caracterização destes atos como atos de improbidade administrativa, é necessário que o agente tenha agido com DOLO, ou seja, com a INTENÇÃO de obter vantagem patrimonial em detrimento das boas práticas na administração pública. É necessário, ainda, que haja UM NEXO DE CAUSALIDADE entre a conduta do agente e a vantagem obtida por este. São eles: Art. 9° Constitui ato de improbidade administrativa importando enriquecimento ilícito auferir qualquer tipo de vantagem patrimonial indevida em razão do exercício de cargo, mandato, função, emprego ou atividade nas entidades mencionadas no art. 1° desta lei, e notadamente: Direito Penal ʹ TJDFT - (2015) TÉCNICO JUDICIÁRIO Teoria e exercícios comentados Prof. Renan Araujo ʹ Aula 04 Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 9 de 51 I - receber, para si ou para outrem, dinheiro, bem móvel ou imóvel, ou qualquer outra vantagem econômica, direta ou indireta, a título de comissão, percentagem, gratificação ou presente de quem tenha interesse, direto ou indireto, que possa ser atingido ou amparado por ação ou omissão decorrente das atribuições do agente público; II - perceber vantagem econômica, direta ou indireta, para facilitar a aquisição, permuta ou locação de bem móvel ou imóvel, ou a contratação de serviços pelas entidades referidas no art. 1° por preço superior ao valor de mercado; III - perceber vantagem econômica, direta ou indireta, para facilitar a alienação, permuta ou locação de bem público ou o fornecimento de serviço por ente estatal por preço inferior ao valor de mercado; IV - utilizar, em obra ou serviço particular, veículos, máquinas, equipamentos ou material de qualquer natureza, de propriedade ou à disposição de qualquer das entidades mencionadas no art. 1° desta lei, bem como o trabalho de servidores públicos, empregados ou terceiros contratados por essas entidades; V - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indireta, para tolerar a exploração ou a prática de jogos de azar, de lenocínio, de narcotráfico, de contrabando, de usura ou de qualquer outra atividade ilícita, ou aceitar promessa de tal vantagem; VI - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indireta, para fazer declaração falsa sobre medição ou avaliação em obras públicas ou qualquer outro serviço, ou sobre quantidade, peso,medida, qualidade ou característica de mercadorias ou bens fornecidos a qualquer das entidades mencionadas no art. 1º desta lei; VII - adquirir, para si ou para outrem, no exercício de mandato, cargo, emprego ou função pública, bens de qualquer natureza cujo valor seja desproporcional à evolução do patrimônio ou à renda do agente público; VIII - aceitar emprego, comissão ou exercer atividade de consultoria ou assessoramento para pessoa física ou jurídica que tenha interesse suscetível de ser atingido ou amparado por ação ou omissão decorrente das atribuições do agente público, durante a atividade; Direito Penal ʹ TJDFT - (2015) TÉCNICO JUDICIÁRIO Teoria e exercícios comentados Prof. Renan Araujo ʹ Aula 04 Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 10 de 51 IX - perceber vantagem econômica para intermediar a liberação ou aplicação de verba pública de qualquer natureza; X - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indiretamente, para omitir ato de ofício, providência ou declaração a que esteja obrigado; XI - incorporar, por qualquer forma, ao seu patrimônio bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial das entidades mencionadas no art. 1° desta lei; XII - usar, em proveito próprio, bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial das entidades mencionadas no art. 1° desta lei. Percebam que várias destas condutas estão previstas no Código Penal como CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA. Entretanto, pelo princípio da independência das esferas, as sanções penais podem ser aplicadas CUMULATIVAMENTE com as sanções previstas na Lei de Improbidade. Mas quais são as penalidades, previstas na Lei 8.429/92, aplicáveis àqueles que praticarem/concorrerem/se beneficiarem de uma destas condutas? As penalidades para os atos de improbidade que importam em enriquecimento ilícito estão previstas no art. 12, I da Lei: Art. 12. Independentemente das sanções penais, civis e administrativas previstas na legislação específica, está o responsável pelo ato de improbidade sujeito às seguintes cominações, que podem ser aplicadas isolada ou cumulativamente, de acordo com a gravidade do fato: (Redação dada pela Lei nº 12.120, de 2009). I - na hipótese do art. 9°, perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio, ressarcimento integral do dano, quando houver, perda da função pública, suspensão dos direitos políticos de oito a dez anos, pagamento de multa civil de até três vezes o valor do acréscimo patrimonial e proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por Direito Penal ʹ TJDFT - (2015) TÉCNICO JUDICIÁRIO Teoria e exercícios comentados Prof. Renan Araujo ʹ Aula 04 Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 11 de 51 intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de dez anos; Assim, as penas são: 9 Perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente 9 Ressarcimento integral do dano (quando houver) 9 Perda da função pública; 9 Suspensão dos direitos políticos de 08 a 10 anos 9 Multa civil de até TRÊS VEZES O ACRÉSCIMO PATRIMONIAL 9 Proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de dez anos. CUIDADO! Conforme grifei pra vocês, estas penas podem ser aplicadas ISOLADAMENTE ou CUMULATIVAMENTE. Mas qual o critério? O critério para se aplicar uma delas ou várias delas será a GRAVIDADE DO FATO. Além disso, conforme já disse, a aplicação destas penalidades NÃO IMPEDE A APLICAÇÃO DE OUTRAS PENALIDADES nas esferas civil, penal e administrativa. B) Atos de Improbidade administrativa que causam prejuízo ao erário São quinze condutas tipificadas, consistentes em ação ou omissa, dolosa OU CULPOSA, que gerem algum prejuízo econômico ao patrimônio público. Direito Penal ʹ TJDFT - (2015) TÉCNICO JUDICIÁRIO Teoria e exercícios comentados Prof. Renan Araujo ʹ Aula 04 Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 12 de 51 Há necessidade de que haja prejuízo concreto aos cofres públicos, EMBORA A LEI NÃO EXIJA QUE O AGENTE TENHA AUFERIDO ALGUMA VANTAGEM. Vejamos quais são estes atos: Art. 10. Constitui ato de improbidade administrativa que causa lesão ao erário qualquer ação ou omissão, dolosa ou culposa, que enseje perda patrimonial, desvio, apropriação, malbaratamento ou dilapidação dos bens ou haveres das entidades referidas no art. 1º desta lei, e notadamente: I - facilitar ou concorrer por qualquer forma para a incorporação ao patrimônio particular, de pessoa física ou jurídica, de bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial das entidades mencionadas no art. 1º desta lei; II - permitir ou concorrer para que pessoa física ou jurídica privada utilize bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial das entidades mencionadas no art. 1º desta lei, sem a observância das formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à espécie; III - doar à pessoa física ou jurídica bem como ao ente despersonalizado, ainda que de fins educativos ou assistências, bens, rendas, verbas ou valores do patrimônio de qualquer das entidades mencionadas no art. 1º desta lei, sem observância das formalidades legais e regulamentares aplicáveis à espécie; IV - permitir ou facilitar a alienação, permuta ou locação de bem integrante do patrimônio de qualquer das entidades referidas no art. 1º desta lei, ou ainda a prestação de serviço por parte delas, por preço inferior ao de mercado; V - permitir ou facilitar a aquisição, permuta ou locação de bem ou serviço por preço superior ao de mercado; VI - realizar operação financeira sem observância das normas legais e regulamentares ou aceitar garantia insuficiente ou inidônea; VII - conceder benefício administrativo ou fiscal sem a observância das formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à espécie; Direito Penal ʹ TJDFT - (2015) TÉCNICO JUDICIÁRIO Teoria e exercícios comentados Prof. Renan Araujo ʹ Aula 04 Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 13 de 51 VIII - frustrar a licitude de processo licitatório ou dispensá-lo indevidamente; IX - ordenar ou permitir a realização de despesas não autorizadas em lei ou regulamento; X - agir negligentemente na arrecadação de tributo ou renda, bem como no que diz respeito à conservação do patrimônio público; XI - liberar verba pública sem a estrita observância das normas pertinentes ou influir de qualquer forma para a sua aplicação irregular; XII - permitir, facilitar ou concorrer para que terceiro se enriqueça ilicitamente; XIII - permitir que se utilize, em obra ou serviço particular, veículos, máquinas, equipamentos ou material de qualquer natureza, de propriedade ou à disposição de qualquer das entidades mencionadas no art. 1° desta lei, bem como o trabalho de servidor público, empregados ou terceiros contratados por essas entidades. XIV ± celebrar contrato ou outro instrumento que tenha por objeto a prestação de serviços públicos por meio da gestão associada sem observar as formalidades previstas na lei; (Incluído pela Lei nº 11.107, de 2005) XV ± celebrar contrato de rateio de consórcio público sem suficiente e préviadotação orçamentária, ou sem observar as formalidades previstas na lei. (Incluído pela Lei nº 11.107, de 2005) Como disse, diferentemente do artigo anterior, aqui há a possibilidade de responsabilização do agente que age COM CULPA, ainda que não aja dolo de praticar qualquer destas condutas. Em qualquer caso, no entanto, deverá haver nexo de causalidade entre a conduta do agente e o resultado ocorrido (prejuízo ao erário). As penalidades previstas para este tipo de conduta estão estabelecidas no art. 12, II da Lei: Art. 12. Independentemente das sanções penais, civis e administrativas previstas na legislação específica, está o responsável pelo ato de improbidade Direito Penal ʹ TJDFT - (2015) TÉCNICO JUDICIÁRIO Teoria e exercícios comentados Prof. Renan Araujo ʹ Aula 04 Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 14 de 51 sujeito às seguintes cominações, que podem ser aplicadas isolada ou cumulativamente, de acordo com a gravidade do fato: (Redação dada pela Lei nº 12.120, de 2009). (...) II - na hipótese do art. 10, ressarcimento integral do dano, perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio, se concorrer esta circunstância, perda da função pública, suspensão dos direitos políticos de cinco a oito anos, pagamento de multa civil de até duas vezes o valor do dano e proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de cinco anos; Portanto, aqui as penas são: 9 Perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente (quando houver) 9 Ressarcimento integral do dano 9 Perda da função pública 9 Suspensão dos direitos políticos de 05 a 08 anos 9 Multa civil de até DUAS VEZES O VALOR DO DANO 9 Proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de CINCO anos. Percebam que os itens que estão grifados em negrito são os que mudam em relação aos atos de improbidade administrativa que importam em enriquecimento ilícito. Direito Penal ʹ TJDFT - (2015) TÉCNICO JUDICIÁRIO Teoria e exercícios comentados Prof. Renan Araujo ʹ Aula 04 Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 15 de 51 Aqui as penalidades SÃO MAIS BRANDAS! Gravem isso! Infelizmente não há macete! O macete é gravar essas diferenças! C) Atos de improbidade administrativa que atentam contra os princípios da administração Os atos de improbidade que atentam contra os princípios da administração pública são aqueles que, EMBORA NÃO TENHA HAVIDO ENRIQUECIMENTO ILÍCITO OU PREJUÍZO AO ERÁRIO, violam preceitos atinentes à administração pública. São condutas comissivas ou omissivas, NECESSARIAMENTE DOLOSAS (aqui não se admite a forma culposa). Tratam-se de condutas SUBSIDIÁRIAS, ou seja, serão aplicadas QUANDO O ATO NÃO CAUSAR PREJUÍZO AO ERÁRIO, NÃO IMPORTAR EM ENRIQUECIMENTO ILÍCITO, ou ainda, NÃO ESTIVER PREVISTO NUMA DAS HIPÓTESES DOS ARTIGOS ANTERIORES. Vejamos quais são estes casos: Art. 11. Constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da administração pública qualquer ação ou omissão que viole os deveres de honestidade, imparcialidade, legalidade, e lealdade às instituições, e notadamente: I - praticar ato visando fim proibido em lei ou regulamento ou diverso daquele previsto, na regra de competência; II - retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício; III - revelar fato ou circunstância de que tem ciência em razão das atribuições e que deva permanecer em segredo; IV - negar publicidade aos atos oficiais; V - frustrar a licitude de concurso público; VI - deixar de prestar contas quando esteja obrigado a fazê-lo; Direito Penal ʹ TJDFT - (2015) TÉCNICO JUDICIÁRIO Teoria e exercícios comentados Prof. Renan Araujo ʹ Aula 04 Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 16 de 51 VII - revelar ou permitir que chegue ao conhecimento de terceiro, antes da respectiva divulgação oficial, teor de medida política ou econômica capaz de afetar o preço de mercadoria, bem ou serviço. Vejam que estas condutas PODEM GERAR PREJUÍZO AO ERÁRIO ou gerar ENRIQUECIMENTO ILÍCITO DO AGENTE. No entanto, para a sua caracterização como atos de improbidade, ISSO É DESNECESSÁRIO! Caso o agente pratique uma destas condutas, as penalidades previstas são: Art. 12. Independentemente das sanções penais, civis e administrativas previstas na legislação específica, está o responsável pelo ato de improbidade sujeito às seguintes cominações, que podem ser aplicadas isolada ou cumulativamente, de acordo com a gravidade do fato: (Redação dada pela Lei nº 12.120, de 2009). (...) III - na hipótese do art. 11, ressarcimento integral do dano, se houver, perda da função pública, suspensão dos direitos políticos de três a cinco anos, pagamento de multa civil de até cem vezes o valor da remuneração percebida pelo agente e proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de três anos. Vamos esmiuçar isto! 9 Ressarcimento integral do dano (quando houver) 9 Perda da função pública 9 Suspensão dos direitos políticos de 03 a 05 anos 9 Multa civil de até CEM VEZES O VALOR DA REMUNERAÇÃO PERCEBIDA PELO AGENTE 9 Proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou Direito Penal ʹ TJDFT - (2015) TÉCNICO JUDICIÁRIO Teoria e exercícios comentados Prof. Renan Araujo ʹ Aula 04 Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 17 de 51 indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de TRÊS anos 9 A gradação de penalidades é: 1 ± Atos que geram enriquecimento ilícito 2 ± Atos que geram prejuízo ao erário 3 ± Atos que atentam contra os princípios da administração pública Se você se lembrarem disso, fica mais fácil correlacionar cada penalidade a cada uma das condutas. 9 O que varia nas penalidades são: 1 ± Ressarcimento do dano e perda dos bens e valores obtidos ilicitamente ± Essa é fácil. No caso de prejuízo ao erário, o ressarcimento é obrigatório (prejuízo ressarcimento). No enriquecimento ilícito, o obrigatório é a perda dos bens e valores, sendo facultativo o ressarcimento, pois pode não ter havido prejuízo ao erário (enriquecimento ilícito perda de bens e valores). No terceiro caso (atos que atentam contra os princípios da administração pública), o ressarcimento é facultativo, e a PERDA DOS BENS E VALORES OBTIDOS ILICITAMENTE NÃO ESTÁ PREVISTA NA LEI. Entretanto, muito embora não esteja previsto na lei, quando um ato destes gerar enriquecimento ilícito poderá ser enquadrado na previsão genérica do art. 9°, X da Lei: X - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indiretamente, para omitir ato de ofício, providência ou declaração a que esteja obrigado; Direito Penal ʹ TJDFT - (2015) TÉCNICO JUDICIÁRIO Teoria e exercícios comentados Prof. Renan Araujo ʹ Aula 04 Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.brPágina 18 de 51 2 ± Período de suspensão dos direitos políticos ± Pode ser de 08 a 10, 05 a 08 e 03 a 05 anos. Percebam que as penalidades vão diminuindo conforme a sequência em que os atos estão previstos na lei. Assim, do mais grave para o menos grave: ATOS QUE GERAM ENRIQUECIMENTO ILÍCITO CAUSAM PREJUÍZO AO ERÁRIO ATENTAM CONTRA OS PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 3 ± Período de proibição de contratar com o poder público ± Também varia de acordo com a natureza da infração, da mais grave para a menos grave, podendo ser 10, 05 ou 03 anos. 4 ± Multa civil ± As duas primeiras (condutas mais graves) possuem multa de três o VALOR AUFERIDO ILICITAMENTE (PROVEITO DO ATO) e duas vezes O PREJUÍZO CAUSADO (respectivamente). No terceiro caso, o parâmetro muda, e passa a não ser mais nada relacionado com o fato, e sim a REMUNERAÇÃO DO AGENTE (pois não houve dano nem enriquecimento ilícito, lembram?). A multa, nesse caso, será de 100 vezes! 9 A fixação da penalidade se dá com base na gravidade do fato. A gravidade do fato é igual a PROVEITO OBTIDO + EXTENSÃO DO DANO CAUSADO III ± DAS DISPOSIÇÕES PENAIS As disposições exclusivamente penais da Lei de Improbidade Administrativa são poucas, havendo previsão, apenas, de um tipo penal. Vejamos: Direito Penal ʹ TJDFT - (2015) TÉCNICO JUDICIÁRIO Teoria e exercícios comentados Prof. Renan Araujo ʹ Aula 04 Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 19 de 51 Art. 19. Constitui crime a representação por ato de improbidade contra agente público ou terceiro beneficiário, quando o autor da denúncia o sabe inocente. Pena: detenção de seis a dez meses e multa. Parágrafo único. Além da sanção penal, o denunciante está sujeito a indenizar o denunciado pelos danos materiais, morais ou à imagem que houver provocado. Este crime é especial em relação ao crime de denunciação caluniosa, previsto no CP. Vejamos: Art. 339. Dar causa à instauração de investigação policial, de processo judicial, instauração de investigação administrativa, inquérito civil ou ação de improbidade administrativa contra alguém, imputando-lhe crime de que o sabe inocente: (Redação dada pela Lei nº 10.028, de 2000) Porém, qual se aplica? Entende-se que o art. 339, por possuir redação dada pela Lei 10.028/00, logo, sendo lei mais nova, se aplica. Assim, caso o agente pratique este fato, responderá por denunciação caluniosa. O art. 20 estabelece que as penalidades de perda da função pública e suspensão dos direitos políticos somente poderão ser efetivadas após o trânsito em julgado da sentença condenatória. Vejamos: Art. 20. A perda da função pública e a suspensão dos direitos políticos só se efetivam com o trânsito em julgado da sentença condenatória. Parágrafo único. A autoridade judicial ou administrativa competente poderá determinar o afastamento do agente público do exercício do cargo, emprego ou função, sem prejuízo da remuneração, quando a medida se fizer necessária à instrução processual. Direito Penal ʹ TJDFT - (2015) TÉCNICO JUDICIÁRIO Teoria e exercícios comentados Prof. Renan Araujo ʹ Aula 04 Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 20 de 51 Porém, DURANTE O PROCESSO, poderá ser determinado o afastamento do agente público, de forma a não prejudicar a instrução do processo, quando necessário. Entretanto, a aplicação de QUALQUER DAS PENALIDADES PREVISTAS NA LEI NÃO DEPENDE da efetiva ocorrência de dano ao patrimônio público (somente a penalidade de ressarcimento), bem como não dependem de rejeição ou aprovação de contas pelo Tribunal de Contas competente (quando for o caso). Vejam o que diz o art. 21 da Lei: Art. 21. A aplicação das sanções previstas nesta lei independe: I - da efetiva ocorrência de dano ao patrimônio público, salvo quanto à pena de ressarcimento; (Redação dada pela Lei nº 12.120, de 2009). II - da aprovação ou rejeição das contas pelo órgão de controle interno ou pelo Tribunal ou Conselho de Contas. Para a apuração dos atos previstos na Lei, poderá o MP requisitar a instauração de Inquérito Policial ou procedimento administrativo. Nos termos do art. 22 da Lei: Art. 22. Para apurar qualquer ilícito previsto nesta lei, o Ministério Público, de ofício, a requerimento de autoridade administrativa ou mediante representação formulada de acordo com o disposto no art. 14, poderá requisitar a instauração de inquérito policial ou procedimento administrativo. A) Prescrição O art. 23 da Lei prevê os prazos de prescrição para o ajuizamento das ações com vistas à aplicação das sanções previstas na Lei: Art. 23. As ações destinadas a levar a efeitos as sanções previstas nesta lei podem ser propostas: I - até cinco anos após o término do exercício de mandato, de cargo em comissão ou de função de confiança; Direito Penal ʹ TJDFT - (2015) TÉCNICO JUDICIÁRIO Teoria e exercícios comentados Prof. Renan Araujo ʹ Aula 04 Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 21 de 51 II - dentro do prazo prescricional previsto em lei específica para faltas disciplinares puníveis com demissão a bem do serviço público, nos casos de exercício de cargo efetivo ou emprego. Assim, se o agente: x PRATICOU O ATO QUANDO EM EXERCÍCIO DE CARGO EM CONFIANÇA, EXERCÍCIO DE MANDATO OU CARGO EM COMISSÃO PRAZO: 05 anos após o término do mandato, exercício do cargo ou função de confiança x PRATICOU O ATO QUANDO EM EXERCÍCIO DE CARGO EFETIVO ou EMPREGO PÚBLICO Prescreve no mesmo prazo que as penas puníveis com DEMISSÃO, previstas na Lei específica do servidor. CUIDADO! A penalidade consistente no RESSARCIMENTO DOS DANOS CAUSADOS AO ERÁRIO É IMPRESCRITÍVEL, por expressa previsão constitucional. Vejamos o que diz o art. 37, §5° da Constituição: § 5º - A lei estabelecerá os prazos de prescrição para ilícitos praticados por qualquer agente, servidor ou não, que causem prejuízos ao erário, ressalvadas as respectivas ações de ressarcimento. Vejam que a CRFB/88 estabelece que a Lei deva prever os prazos de prescrição para os ilícitos praticados pelos agentes, MAS PROÍBE O ESTABELECIMENTO DE PRAZO DE PRESCRIÇÃO PARA A AÇÃO QUE VISE AO RESSARCIMENTO DO DANO. Bons estudos! Prof. Renan Araujo Direito Penal ʹ TJDFT - (2015) TÉCNICO JUDICIÁRIO Teoria e exercícios comentados Prof. Renan Araujo ʹ Aula 04 Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 22 de 51 01 - (CESPE - 2008 - OAB-SP - EXAME DE ORDEM - 2 - PRIMEIRA FASE) Não configura sanção constitucionalmente prevista para os atos de improbidade administrativa A) a suspensão por mais de trinta dias, sem percepção de vencimentos. B) a suspensão dos direitos políticos. C) o ressarcimento ao erário. D) a perda da função pública. 02 - (CESPE - 2008 - OAB-SP - EXAME DE ORDEM - 1 - PRIMEIRA FASE) Assinale a opção correta no que se refere à lei que dispõe sobre as sanções aplicáveis aos agentes públicos nos casos de enriquecimento ilícito no exercício de mandato, cargo, emprego ou função na administração pública direta, indireta ou fundacional. A) Os atos de improbidade administrativa somente serão punidos quando praticados por agentes públicos que sejam também servidores públicos. B) São três as espécies genéricas de improbidade administrativa: os atos de improbidade administrativa que importam enriquecimento ilícito, os que causam lesão ao erárioe os que atentam contra os princípios da administração pública. EXERCÍCIOS PARA PRATICAR Direito Penal ʹ TJDFT - (2015) TÉCNICO JUDICIÁRIO Teoria e exercícios comentados Prof. Renan Araujo ʹ Aula 04 Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 23 de 51 C) Reputam-se como agentes públicos para fins de sanção decorrente da prática de improbidade administrativa apenas os que exercem mandato, cargo, emprego ou função administrativa permanente e mediante remuneração. D) Caso o ato de improbidade configure também sanção penal ou disciplinar, não serão impostas ao ímprobo as sanções previstas na Lei de Improbidade Administrativa, para que não ocorra bis in idem, ou seja, dupla punição pelo mesmo fato. 03 - (CESPE - 2011 - EBC - ANALISTA - ADVOCACIA) Os empregados públicos, regidos pelas normas trabalhistas, não se submetem aos preceitos contidos na lei de improbidade administrativa, por não serem agentes políticos nem constarem expressamente no rol de sujeitos ativos, previstos taxativamente na norma de regência 04 - (CESPE - 2010 - TRT - 21ª REGIÃO (RN) - ANALISTA JUDICIÁRIO - CONTABILIDADE) A lei considera atos de improbidade administrativa os que gerem enriquecimento ilícito, os que causem prejuízo ao erário e os que atentem contra os princípios da administração pública. 05 - (CESPE - 2010 - TRT - 21ª REGIÃO (RN) - ANALISTA JUDICIÁRIO - CONTABILIDADE) São sujeitos ativos do ato de improbidade administrativa não apenas aqueles que exercem, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, mandato, cargo, emprego ou função na administração direta e indireta, mas, também, os terceiros que, mesmo não se qualificando como agentes públicos, concorram para a prática do ato de improbidade ou dele se beneficiem direta ou indiretamente. Direito Penal ʹ TJDFT - (2015) TÉCNICO JUDICIÁRIO Teoria e exercícios comentados Prof. Renan Araujo ʹ Aula 04 Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 24 de 51 06 - (CESPE - 2008 - TST - ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA JUDICIÁRIA) Considere-se que um servidor do TST esteja sendo submetido a processo administrativo disciplinar que apura o recebimento de vantagem econômica para que fosse adiado um ato que ele deveria praticar de ofício. Nessa situação, embora a conduta imputada ao servidor configure ato de improbidade administrativa, o referido processo administrativo não pode resultar em aplicação de pena de suspensão de direitos políticos. 07 - (CESPE - 2011 - CORREIOS - ANALISTA DE CORREIOS - ADMINISTRADOR) A dispensa indevida de processo licitatório por agente público, além de causar prejuízo ao erário, constitui ato de improbidade administrativa que importa no enriquecimento ilícito daquele que o pratica. 08 - (CESPE - 2010 - BRB - ESCRITURÁRIO) Os atos de improbidade administrativa importam suspensão dos direitos políticos, perda da função pública, indisponibilidade dos bens e ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei, com prejuízo da ação penal cabível. 09 - (CESPE - 2010 - INSS - ENGENHEIRO CIVIL) Acerca das sanções aplicáveis aos agentes públicos nos casos de enriquecimento ilícito no exercício de cargo, emprego ou função da administração pública, julgue o próximo item. Direito Penal ʹ TJDFT - (2015) TÉCNICO JUDICIÁRIO Teoria e exercícios comentados Prof. Renan Araujo ʹ Aula 04 Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 25 de 51 As punições constantes da Lei de Improbidade Administrativa (Lei n.º 8.429/1992) são aplicáveis a qualquer agente público, servidor ou não. 10 - (CESPE - 2011 - TJ-ES - ANALISTA JUDICIÁRIO - DIREITO - ÁREA JUDICIÁRIA - ESPECÍFICOS) As sanções penais, civis e administrativas previstas em lei podem ser aplicadas aos responsáveis pelos atos de improbidade, de forma isolada ou cumulativa, de acordo com a gravidade do fato. 11 - (CESPE - 2011 - TJ-ES - COMISSÁRIO DA INFÂNCIA E DA JUVENTUDE - ESPECÍFICOS) Considerando a Lei de Improbidade Administrativa, julgue os itens subsecutivos. Os atos de improbidade administrativa estão taxativamente previstos em lei, não sendo possível compreender que sua enumeração seja meramente exemplificativa. 12 - (CESPE - 2011 - PC-ES - PERITO PAPILOSCÓPICO - ESPECÍFICOS) A autoridade judicial ou administrativa competente poderá determinar o afastamento do agente público do exercício do cargo, emprego ou função, sem prejuízo da remuneração, quando a medida se fizer necessária à instrução processual. 13 - (CESPE - 2011 - PC-ES - PERITO PAPILOSCÓPICO - ESPECÍFICOS) Direito Penal ʹ TJDFT - (2015) TÉCNICO JUDICIÁRIO Teoria e exercícios comentados Prof. Renan Araujo ʹ Aula 04 Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 26 de 51 O agente público que deixa de prestar contas quando esteja obrigado a fazê-lo pratica ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da administração pública. 14 - (CESPE ± 2012 ± TC/DF ± AUDITOR DE CONTROLE EXTERNO) O agente público que colaborar com o retorno de recursos do erário que tenham sido enviados para o exterior terá a possibilidade de realizar um acordo ou transação com o Ministério Público, tendo em vista evitar a ação principal por improbidade administrativa. 15 - (CESPE ± 2012 ± TC/DF ± AUDITOR DE CONTROLE EXTERNO) Apenas a autoridade administrativa competente poderá instaurar investigação destinada a apurar a prática de ato de improbidade, sendo vedada a representação da autoridade para que ocorra a instauração da investigação. 16 - (CESPE ± 2012 ± TC/DF ± AUDITOR DE CONTROLE EXTERNO) A Lei de Improbidade Administrativa pune atos praticados contra a administração direta, indireta ou fundacional de qualquer dos poderes do DF, inclusive os realizados por aqueles que não sejam servidores públicos. 17 - (CESPE ± 2013 ± MPU ± ANALISTA ± DIREITO) A perda da função pública é sanção aplicável àqueles que pratiquem atos de improbidade administrativa que importem enriquecimento ilícito ou que gerem lesão ao erário, mas não aos que pratiquem atos de improbidade que atentem contra os princípios da administração pública. 18 - (CESPE ± 2013 ± MPU ± ANALISTA ± DIREITO) Direito Penal ʹ TJDFT - (2015) TÉCNICO JUDICIÁRIO Teoria e exercícios comentados Prof. Renan Araujo ʹ Aula 04 Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 27 de 51 A lei caracteriza como ato de improbidade administrativa que importa enriquecimento ilícito a conduta do servidor público que implique o uso, em proveito próprio, de bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial de órgãos e entidades da administração pública. 19 - (CESPE ± 2013 ± CNJ ± ANALISTA JUDICIÁRIO ± ÁREA JUDICIÁRIA) Segundo jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça (STJ), o reconhecimento de ato de improbidade administrativa, nos moldes previstos pela Lei de Improbidade Administrativa (Lei n.º 8.429'1992), requer o exercício de função específica (administrativa), não se admitindo sua extensão à atividade judicante. 20 - (CESPE ± 2013 ± TELEBRAS ± ADVOGADO) Em sede de improbidade administrativa, tem entendido o STJ, que a indisponibilidade dos bens é medida de cautela que visa a assegurar a indenização aos cofres públicos, sendo necessária, para respaldá-la, a existência de fortes indícios de responsabilidadena prática de ato de improbidade que cause dano ao erário (fumus boni iuris), sendo reputado implícito o periculum in mora. 21 - (CESPE ± 2013 ± ANS ± ANALISTA ADMINISTRATIVO) Caso procedimento administrativo da ANS identifique a prática de ato de improbidade administrativa por um servidor da Agência, essa entidade não poderá ajuizar ação judicial de improbidade administrativa contra o referido servidor, uma vez que cabe exclusivamente ao Ministério Público propor esse tipo de ação. Direito Penal ʹ TJDFT - (2015) TÉCNICO JUDICIÁRIO Teoria e exercícios comentados Prof. Renan Araujo ʹ Aula 04 Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 28 de 51 22 - (CESPE ± 2013 ± MINISTÉRIO DA JUSTIÇA ± ANALISTA ADMINISTRATIVO) Julgue os itens subsecutivos, a respeito da improbidade administrativa. Conforme entendimento recente do STJ, é possível a decretação de indisponibilidade e sequestro de bens antes mesmo do recebimento da petição inicial da ação civil pública destinada a apurar a prática de ato de improbidade administrativa. 23 - (CESPE ± 2013 ± MINISTÉRIO DA JUSTIÇA ± ANALISTA ADMINISTRATIVO) Julgue os itens subsecutivos, a respeito da improbidade administrativa. A Lei de Improbidade Administrativa é aplicável a qualquer agente público que seja servidor estatutário vinculado às pessoas jurídicas de direito público, não abrangendo os empregados públicos vinculados à administração indireta. 24 - (CESPE ± 2013 ± ANTT ± ESPECIALISTA EM REGULAÇÃO/DIREITO) Com referência à Lei de Improbidade Administrativa, julgue o próximo item. A aplicação das sanções por improbidade administrativa independe da aprovação ou rejeição das contas pelo órgão de controle interno ou pelo tribunal ou conselho de contas. 25 - (CESPE ± 2013 ± DPE/DF ± DEFENSOR PÚBLICO) Julgue os itens subsecutivos, referentes ao controle da administração pública. Direito Penal ʹ TJDFT - (2015) TÉCNICO JUDICIÁRIO Teoria e exercícios comentados Prof. Renan Araujo ʹ Aula 04 Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 29 de 51 A decretação de indisponibilidade de bens em decorrência da apuração de atos de improbidade administrativa deve limitar-se à constrição dos bens necessários ao ressarcimento integral do dano, não atingindo os bens adquiridos antes do suposto ato de improbidade 26 - (CESPE ± 2013 ± PG/DF ± PROCURADOR) Presidente de autarquia estadual que deixar de prestar as contas anuais devidas responderá, desde que comprovada a sua má-fé e a existência de dano ao erário, pelo cometimento de ato de improbidade atentatório aos princípios da administração pública. 27 - (CESPE ± 2014 ± TCDF ± ACE) Com base na Lei de Improbidade Administrativa, bem como nos crimes previstos na Lei de Licitações e nos crimes contra as finanças públicas, julgue os itens que se seguem. Considere que José tenha representado contra um servidor público por ato de improbidade mesmo sabendo ser ele inocente. Nesse caso, além da sanção penal, José estará sujeito a indenizar o referido servidor pelos danos materiais, morais ou à imagem que houver provocado. Direito Penal ʹ TJDFT - (2015) TÉCNICO JUDICIÁRIO Teoria e exercícios comentados Prof. Renan Araujo ʹ Aula 04 Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 30 de 51 QUESTÕES COMENTADAS 01 - (CESPE - 2008 - OAB-SP - EXAME DE ORDEM - 2 - PRIMEIRA FASE) Não configura sanção constitucionalmente prevista para os atos de improbidade administrativa A) a suspensão por mais de trinta dias, sem percepção de vencimentos. B) a suspensão dos direitos políticos. C) o ressarcimento ao erário. D) a perda da função pública. COMENTÁRIOS: As sanções previstas na Lei de Improbidade Administrativa são diversas, e estão previstas no art. 12 da Lei. Vejamos: Art. 12. Independentemente das sanções penais, civis e administrativas previstas na legislação específica, está o responsável pelo ato de improbidade sujeito às seguintes cominações, que podem ser aplicadas isolada ou cumulativamente, de acordo com a gravidade do fato: (Redação dada pela Lei nº 12.120, de 2009). I - na hipótese do art. 9°, perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio, ressarcimento integral do dano, quando houver, perda da função pública, suspensão dos direitos políticos de oito a dez anos, pagamento de multa civil de até três vezes o valor do acréscimo patrimonial e proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de dez anos; II - na hipótese do art. 10, ressarcimento integral do dano, perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio, se concorrer esta circunstância, perda da função pública, suspensão dos direitos políticos de cinco a oito anos, pagamento de multa civil de até duas vezes o valor do dano e proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de cinco anos; III - na hipótese do art. 11, ressarcimento integral do dano, se houver, perda da função pública, suspensão dos direitos políticos de três a cinco anos, pagamento de multa civil de até cem vezes o valor da remuneração percebida Direito Penal ʹ TJDFT - (2015) TÉCNICO JUDICIÁRIO Teoria e exercícios comentados Prof. Renan Araujo ʹ Aula 04 Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 31 de 51 pelo agente e proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de três anos. Entretanto, nem todas estas penas estão previstas na Constituição. A Constituição previu algumas penalidades a serem aplicadas em caso de ato de improbidade. Vejamos o que diz o §4° do art. 37 da Constituição: § 4º - Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível. Assim, a alternativa que contém uma penalidade não prevista na Constituição é a letra A. Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A. 02 - (CESPE - 2008 - OAB-SP - EXAME DE ORDEM - 1 - PRIMEIRA FASE) Assinale a opção correta no que se refere à lei que dispõe sobre as sanções aplicáveis aos agentes públicos nos casos de enriquecimento ilícito no exercício de mandato, cargo, emprego ou função na administração pública direta, indireta ou fundacional. A) Os atos de improbidade administrativa somente serão punidos quando praticados por agentes públicos que sejam também servidores públicos. ERRADA: Os atos de improbidade podem ser praticados por agentes públicos, servidores ou não, bem como por particulares, nos termos do art. 2° e 3° da Lei 8.429/92: Direito Penal ʹ TJDFT - (2015) TÉCNICO JUDICIÁRIO Teoria e exercícios comentados Prof. Renan Araujo ʹ Aula 04 Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 32 de 51 Art. 2° Reputa-se agente público, para os efeitos desta lei, todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ousem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas entidades mencionadas no artigo anterior. Art. 3° As disposições desta lei são aplicáveis, no que couber, àquele que, mesmo não sendo agente público, induza ou concorra para a prática do ato de improbidade ou dele se beneficie sob qualquer forma direta ou indireta. B) São três as espécies genéricas de improbidade administrativa: os atos de improbidade administrativa que importam enriquecimento ilícito, os que causam lesão ao erário e os que atentam contra os princípios da administração pública. CORRETA: Nos termos dos arts. 9°, 10 e 11 da Lei 8.429/92, os atos de improbidade administrativa podem ser os que geram enriquecimento ilícito, os que causam prejuízo ao erário e os que atentam contra os princípios da administração pública; C) Reputam-se como agentes públicos para fins de sanção decorrente da prática de improbidade administrativa apenas os que exercem mandato, cargo, emprego ou função administrativa permanente e mediante remuneração. ERRADA: Para os fins de aplicação da Lei de Improbidade, considera-se o conceito mais amplo possível de funcionário público, nos termos do art. 2° da Lei. Vejamos: Art. 2° Reputa-se agente público, para os efeitos desta lei, todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas entidades mencionadas no artigo anterior. D) Caso o ato de improbidade configure também sanção penal ou disciplinar, não serão impostas ao ímprobo as sanções previstas na Lei de Improbidade Administrativa, para que não ocorra bis in idem, ou seja, dupla punição pelo mesmo fato. Direito Penal ʹ TJDFT - (2015) TÉCNICO JUDICIÁRIO Teoria e exercícios comentados Prof. Renan Araujo ʹ Aula 04 Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 33 de 51 ERRADA: As sanções previstas na Lei de Improbidade administrativa são aplicadas INDEPENDENTEMENTE DAS SANÇÕES PENAIS, CIVIS E ADMINISTRATIVAS, nos termos do art. 12 da Lei: Art. 12. Independentemente das sanções penais, civis e administrativas previstas na legislação específica, está o responsável pelo ato de improbidade sujeito às seguintes cominações, que podem ser aplicadas isolada ou cumulativamente, de acordo com a gravidade do fato: (Redação dada pela Lei nº 12.120, de 2009). Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B. 03 - (CESPE - 2011 - EBC - ANALISTA - ADVOCACIA) Os empregados públicos, regidos pelas normas trabalhistas, não se submetem aos preceitos contidos na lei de improbidade administrativa, por não serem agentes políticos nem constarem expressamente no rol de sujeitos ativos, previstos taxativamente na norma de regência COMENTÁRIOS: Para os fins de aplicação da Lei de Improbidade, considera-se o conceito mais amplo possível de funcionário público, nos termos do art. 2° da Lei. Vejamos: Art. 2° Reputa-se agente público, para os efeitos desta lei, todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas entidades mencionadas no artigo anterior. Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA. 04 - (CESPE - 2010 - TRT - 21ª REGIÃO (RN) - ANALISTA JUDICIÁRIO - CONTABILIDADE) A lei considera atos de improbidade administrativa os que gerem enriquecimento ilícito, os que causem prejuízo ao erário e os que atentem contra os princípios da administração pública. Direito Penal ʹ TJDFT - (2015) TÉCNICO JUDICIÁRIO Teoria e exercícios comentados Prof. Renan Araujo ʹ Aula 04 Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 34 de 51 COMENTÁRIOS: Os atos de improbidade administrativa podem ser de três tipos: ATOS QUE IMPORTAM EM ENRIQUECIMENTO ILÍCITO ± São atos que podem ou não trazer algum prejuízo ao erário (Prejuízo à administração pública sempre há, nem que seja prejuízo apenas à moralidade administrativa), mas que NECESSARIAMENTE importam em aumento patrimonial de um agente público ou terceiro que tenha concorrido para a prática do ato ou tenha dele se beneficiado; ATOS QUE CAUSAM PREJUÍZO AO ERÁRIO ± São atos que, ainda que não gerem enriquecimento ilícito a ninguém, NECESSARIAMENTE causam prejuízo ao erário; ATOS QUE ATENTAM CONTRA OS PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ± São atos que podem ou não causar enriquecimento ilícito ou lesão ao erário, mas que NECESSARIAMENTE atentam contra os princípios da administração pública. Esses atos estão previstos, respectivamente, nos arts. 9°, 10 e 11 da Lei de Improbidade Administrativa. Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ CORRETA. 05 - (CESPE - 2010 - TRT - 21ª REGIÃO (RN) - ANALISTA JUDICIÁRIO - CONTABILIDADE) São sujeitos ativos do ato de improbidade administrativa não apenas aqueles que exercem, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, mandato, cargo, emprego ou função na administração direta e indireta, mas, também, os terceiros que, mesmo não se qualificando como agentes públicos, concorram para a prática do ato de improbidade ou dele se beneficiem direta ou indiretamente. COMENTÁRIOS: Os atos de improbidade podem ser praticados por agentes públicos, servidores ou não, bem como por particulares, nos termos do art. 2° e 3° da Lei 8.429/92: Art. 2° Reputa-se agente público, para os efeitos desta lei, todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura Direito Penal ʹ TJDFT - (2015) TÉCNICO JUDICIÁRIO Teoria e exercícios comentados Prof. Renan Araujo ʹ Aula 04 Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 35 de 51 ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas entidades mencionadas no artigo anterior. Art. 3° As disposições desta lei são aplicáveis, no que couber, àquele que, mesmo não sendo agente público, induza ou concorra para a prática do ato de improbidade ou dele se beneficie sob qualquer forma direta ou indireta. Dessa forma, fica claro que particular também pode praticar atos de improbidade administrativa, desde que: x Concorra para a prática de um dos atos; x Se beneficie, direta ou indiretamente, dele; Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ CORRETA. 06 - (CESPE - 2008 - TST - ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA JUDICIÁRIA) Considere-se que um servidor do TST esteja sendo submetido a processo administrativo disciplinar que apura o recebimento de vantagem econômica para que fosse adiado um ato que ele deveria praticar de ofício. Nessa situação, embora a conduta imputada ao servidor configure ato de improbidade administrativa, o referido processo administrativo não pode resultar em aplicação de pena de suspensão de direitos políticos. COMENTÁRIOS: Embora a penalidade de suspensão de direitos políticos esteja prevista na Lei para TODOS OS TIPOS de atos de improbidade administrativa, ela é uma penalidade que só se efetiva após o trânsito em julgado de sentença condenatória, nos termos do art. 20 da Lei: Art. 20. A perda da função pública e a suspensão dos direitos políticos só se efetivam com o trânsito em julgado da sentença condenatória. Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ CORRETA. Direito Penal ʹ TJDFT - (2015) TÉCNICO JUDICIÁRIO Teoria e exercícios comentados Prof. Renan Araujo ʹ Aula 04Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 36 de 51 07 - (CESPE - 2011 - CORREIOS - ANALISTA DE CORREIOS - ADMINISTRADOR) A dispensa indevida de processo licitatório por agente público, além de causar prejuízo ao erário, constitui ato de improbidade administrativa que importa no enriquecimento ilícito daquele que o pratica. COMENTÁRIOS: A dispensa indevida de processo licitatório está prevista apenas no art. 10, VIII da Lei, vejamos: Art. 10. Constitui ato de improbidade administrativa que causa lesão ao erário qualquer ação ou omissão, dolosa ou culposa, que enseje perda patrimonial, desvio, apropriação, malbaratamento ou dilapidação dos bens ou haveres das entidades referidas no art. 1º desta lei, e notadamente: (...) VIII - frustrar a licitude de processo licitatório ou dispensá-lo indevidamente; O art. 10 prevê as condutas que causam prejuízo ao erário. Não há, contudo, previsão desta conduta como conduta que gere enriquecimento ilícito, embora isso possa ocorrer. Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA. 08 - (CESPE - 2010 - BRB - ESCRITURÁRIO) Os atos de improbidade administrativa importam suspensão dos direitos políticos, perda da função pública, indisponibilidade dos bens e ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei, com prejuízo da ação penal cabível. COMENTÁRIOS: De fato, os atos de improbidade administrativa importam em todas as penalidades citadas na questão, por expressa previsão na Lei 8.429/92 e por determinação do próprio art. 37, § 4° da Constituição. Vejamos: § 4º - Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o Direito Penal ʹ TJDFT - (2015) TÉCNICO JUDICIÁRIO Teoria e exercícios comentados Prof. Renan Araujo ʹ Aula 04 Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 37 de 51 ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível. Porém, percebam que a aplicação destas penalidades NÃO IMPEDE a aplicação de sanções de natureza penal, e a questão firma ERRADAMENTE, que a aplicação destas penalidades se dará COM prejuízo das sanções penais. Portanto, a afirmativa está errada. 09 - (CESPE - 2010 - INSS - ENGENHEIRO CIVIL) Acerca das sanções aplicáveis aos agentes públicos nos casos de enriquecimento ilícito no exercício de cargo, emprego ou função da administração pública, julgue o próximo item. As punições constantes da Lei de Improbidade Administrativa (Lei n.º 8.429/1992) são aplicáveis a qualquer agente público, servidor ou não. COMENTÁRIOS: Os atos de improbidade podem ser praticados por agentes públicos, servidores ou não, bem como por particulares, nos termos do art. 2° e 3° da Lei 8.429/92: Art. 2° Reputa-se agente público, para os efeitos desta lei, todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas entidades mencionadas no artigo anterior. Art. 3° As disposições desta lei são aplicáveis, no que couber, àquele que, mesmo não sendo agente público, induza ou concorra para a prática do ato de improbidade ou dele se beneficie sob qualquer forma direta ou indireta. Dessa forma, fica claro que particular também pode praticar atos de improbidade administrativa, desde que: x Concorra para a prática de um dos atos; x Se beneficie, direta ou indiretamente, dele; Direito Penal ʹ TJDFT - (2015) TÉCNICO JUDICIÁRIO Teoria e exercícios comentados Prof. Renan Araujo ʹ Aula 04 Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 38 de 51 Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ CORRETA. 10 - (CESPE - 2011 - TJ-ES - ANALISTA JUDICIÁRIO - DIREITO - ÁREA JUDICIÁRIA - ESPECÍFICOS) As sanções penais, civis e administrativas previstas em lei podem ser aplicadas aos responsáveis pelos atos de improbidade, de forma isolada ou cumulativa, de acordo com a gravidade do fato. COMENTÁRIOS: A fixação das penalidades se dá de acordo com a gravidade do fato, conforme se pode extrair do que dispõem os arts. 9°, 10 e 11 da Lei. A Banca considerou a questão como correta, mas entendo que a questão está errada, pois a Lei prevê que as penas COMINADAS NA LEI serão fixadas isolada ou cumulativamente, de acordo com a gravidade do fato (art.12 da Lei), sem prejuízo das sanções penais, civis e administrativas (cuja forma de fixação não foi estabelecida por esta Lei). Assim, fica o meu registro. Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ CORRETA. 11 - (CESPE - 2011 - TJ-ES - COMISSÁRIO DA INFÂNCIA E DA JUVENTUDE - ESPECÍFICOS) Considerando a Lei de Improbidade Administrativa, julgue os itens subsecutivos. Os atos de improbidade administrativa estão taxativamente previstos em lei, não sendo possível compreender que sua enumeração seja meramente exemplificativa. COMENTÁRIOS: Isto não é pacífico! Boa parte da Doutrina entende que se trata de rol taxativo, não sendo possível a sua ampliação sem que haja previsão legal, por violação ao princípio da legalidade. Direito Penal ʹ TJDFT - (2015) TÉCNICO JUDICIÁRIO Teoria e exercícios comentados Prof. Renan Araujo ʹ Aula 04 Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 39 de 51 No entanto, o STJ possui alguns julgados decidindo que se trata de enumeração meramente exemplificativa, em razão da utilização, nos DUWLJRV�TXH�FLWDP�DV�FRQGXWDV��GR� WHUPR�³QRWDGDPHQWH´��R�TXH�GDULD�D� entender que se tratam de hipóteses mais frequentes, que não excluem outras semelhantes. A Banca adotou essa corrente. Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA. 12 - (CESPE - 2011 - PC-ES - PERITO PAPILOSCÓPICO - ESPECÍFICOS) A autoridade judicial ou administrativa competente poderá determinar o afastamento do agente público do exercício do cargo, emprego ou função, sem prejuízo da remuneração, quando a medida se fizer necessária à instrução processual. COMENTÁRIOS: DURANTE O PROCESSO, poderá ser determinado o afastamento do agente público, de forma a não prejudicar a instrução do processo, quando necessário. Nos termos do art. 20, § único da Lei. Parágrafo único. A autoridade judicial ou administrativa competente poderá determinar o afastamento do agente público do exercício do cargo, emprego ou função, sem prejuízo da remuneração, quando a medida se fizer necessária à instrução processual. Esse afastamento se dá sem prejuízo da remuneração, ou seja, o agente permanece recebendo seus vencimentos no período do afastamento. Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ CORRETA. 13 - (CESPE - 2011 - PC-ES - PERITO PAPILOSCÓPICO - ESPECÍFICOS) Direito Penal ʹ TJDFT - (2015) TÉCNICO JUDICIÁRIO Teoria e exercícios comentados Prof. Renan Araujo ʹ Aula 04 Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 40 de 51 O agente público que deixa de prestar contas quando esteja obrigado a fazê-lo pratica ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da administração pública. COMENTÁRIOS: Esta conduta está prevista no art. 11, VI da Lei 8.429/92. Vejamos: Art. 11. Constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da administração pública qualquer ação ou omissão que viole os deveres de honestidade, imparcialidade, legalidade, e lealdade às instituições, e notadamente: (...) VI - deixar de prestar contas quando estejaobrigado a fazê-lo; Este artigo prevê os atos de improbidade administrativa que atentam contra os princípios da administração pública, ainda que não causem prejuízo ao erário ou enriquecimento ilícito. Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ CORRETA. 14 - (CESPE ± 2012 ± TC/DF ± AUDITOR DE CONTROLE EXTERNO) O agente público que colaborar com o retorno de recursos do erário que tenham sido enviados para o exterior terá a possibilidade de realizar um acordo ou transação com o Ministério Público, tendo em vista evitar a ação principal por improbidade administrativa. COMENTÁRIOS: O item está errado, pois em se tratando de improbidade administrativa não se admite a realização de qualquer acordo ou transação penal: Art. 17. A ação principal, que terá o rito ordinário, será proposta pelo Ministério Público ou pela pessoa jurídica interessada, dentro de trinta dias da efetivação da medida cautelar. § 1º É vedada a transação, acordo ou conciliação nas ações de que trata o caput. Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA. Direito Penal ʹ TJDFT - (2015) TÉCNICO JUDICIÁRIO Teoria e exercícios comentados Prof. Renan Araujo ʹ Aula 04 Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 41 de 51 15 - (CESPE ± 2012 ± TC/DF ± AUDITOR DE CONTROLE EXTERNO) Apenas a autoridade administrativa competente poderá instaurar investigação destinada a apurar a prática de ato de improbidade, sendo vedada a representação da autoridade para que ocorra a instauração da investigação. COMENTÁRIOS: O item está errado, pois além de a autoridade administrativa poder instaurar investigação, ela também pode representar ao MP, nos termos do art. 22 da Lei: Art. 22. Para apurar qualquer ilícito previsto nesta lei, o Ministério Público, de ofício, a requerimento de autoridade administrativa ou mediante representação formulada de acordo com o disposto no art. 14, poderá requisitar a instauração de inquérito policial ou procedimento administrativo. Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA. 16 - (CESPE ± 2012 ± TC/DF ± AUDITOR DE CONTROLE EXTERNO) A Lei de Improbidade Administrativa pune atos praticados contra a administração direta, indireta ou fundacional de qualquer dos poderes do DF, inclusive os realizados por aqueles que não sejam servidores públicos. COMENTÁRIOS: O item está correto. A lei de improbidade administrativa se aplica aos atos praticados contra a administração direta, indireta, funcional de qualquer dos poderes de qualquer dos entes (inclusive do DF), ainda que praticados por particulares. Vejamos: Art. 1° Os atos de improbidade praticados por qualquer agente público, servidor ou não, contra a administração direta, indireta ou fundacional de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios, de Território, de empresa incorporada ao patrimônio público ou de entidade para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra com mais de cinqüenta por cento do patrimônio ou da receita anual, serão punidos na forma desta lei. (...) Direito Penal ʹ TJDFT - (2015) TÉCNICO JUDICIÁRIO Teoria e exercícios comentados Prof. Renan Araujo ʹ Aula 04 Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 42 de 51 Art. 3° As disposições desta lei são aplicáveis, no que couber, àquele que, mesmo não sendo agente público, induza ou concorra para a prática do ato de improbidade ou dele se beneficie sob qualquer forma direta ou indireta. Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ CORRETA. 17 - (CESPE ± 2013 ± MPU ± ANALISTA ± DIREITO) A perda da função pública é sanção aplicável àqueles que pratiquem atos de improbidade administrativa que importem enriquecimento ilícito ou que gerem lesão ao erário, mas não aos que pratiquem atos de improbidade que atentem contra os princípios da administração pública. COMENTÁRIOS: O item está errado, pois a perda da função pública também é aplicável àqueles que pratiquem atos de improbidade administrativa que atentam contra os princípios da administração pública. Vejamos: Art. 11. Constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da administração pública qualquer ação ou omissão que viole os deveres de honestidade, imparcialidade, legalidade, e lealdade às instituições, e notadamente: (...) Art. 12. Independentemente das sanções penais, civis e administrativas previstas na legislação específica, está o responsável pelo ato de improbidade sujeito às seguintes cominações, que podem ser aplicadas isolada ou cumulativamente, de acordo com a gravidade do fato: (Redação dada pela Lei nº 12.120, de 2009). (...) III - na hipótese do art. 11, ressarcimento integral do dano, se houver, perda da função pública, suspensão dos direitos políticos de três a cinco anos, pagamento de multa civil de até cem vezes o valor da remuneração percebida pelo agente e proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de três anos. Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA. Direito Penal ʹ TJDFT - (2015) TÉCNICO JUDICIÁRIO Teoria e exercícios comentados Prof. Renan Araujo ʹ Aula 04 Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 43 de 51 18 - (CESPE ± 2013 ± MPU ± ANALISTA ± DIREITO) A lei caracteriza como ato de improbidade administrativa que importa enriquecimento ilícito a conduta do servidor público que implique o uso, em proveito próprio, de bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial de órgãos e entidades da administração pública. COMENTÁRIOS: O item está correto, conforme prevê o art. 9º, XII da Lei 8.429/92: Art. 9° Constitui ato de improbidade administrativa importando enriquecimento ilícito auferir qualquer tipo de vantagem patrimonial indevida em razão do exercício de cargo, mandato, função, emprego ou atividade nas entidades mencionadas no art. 1° desta lei, e notadamente: (...) XII - usar, em proveito próprio, bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial das entidades mencionadas no art. 1° desta lei. Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ CORRETA. 19 - (CESPE ± 2013 ± CNJ ± ANALISTA JUDICIÁRIO ± ÁREA JUDICIÁRIA) Segundo jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça (STJ), o reconhecimento de ato de improbidade administrativa, nos moldes previstos pela Lei de Improbidade Administrativa (Lei n.º 8.429'1992), requer o exercício de função específica (administrativa), não se admitindo sua extensão à atividade judicante. COMENTÁRIOS: O STJ firmou entendimento no sentido de que a lei de improbidade administrativa se aplica inclusive ao Poder Judiciário, mesmo quando no exercício de sua atividade judicante (e não apenas administrativa), como, por exemplo, na hipótese de Juiz que, dolosamente, atua numa causa mesmo possuindo nela algum interesse Direito Penal ʹ TJDFT - (2015) TÉCNICO JUDICIÁRIO Teoria e exercícios comentados Prof. Renan Araujo ʹ Aula 04 Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 44 de 51 (seria ato que atenta contra a moralidade), conforme se pode extrair do julgamento do RESP 1249531. Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA. 20 - (CESPE ± 2013 ± TELEBRAS ± ADVOGADO) Em sede de improbidade administrativa, tem entendido o STJ, que a indisponibilidade dos bens é medida de cautela que visa a assegurar a indenização aos cofres públicos, sendo necessária, para respaldá-la, a existência de fortes indícios
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