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TCC Pronto Elisangela Maranhao e Rejane Almeida

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Prévia do material em texto

FACULDADE MARANHENSE SÃO JOSE DOS COCAIS-FMSJC 
BACHARELADO EM DIREITO 
 
 
REJANE ALMEIDA DA SILVA 
ELISÂNGELA CAVALCANTE LEMOS MARANHÃO 
 
 
 
 
 
 
 
 
ASSÉDIO MORAL COLATERAL À LUZ DOS TRT’S 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
TIMON - MA 
2016 
 
 
 
REJANE ALMEIDA DA SILVA 
ELISÂNGELA CAVALCANTE LEMOS MARANHÃO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ASSÉDIO MORAL COLATERAL À LUZ DOS TRT’S 
 
 
Trabalho de conclusão curso apresentado ao 
curso Graduação em Bacharelado em Direito, 
da Faculdade São José dos Cocais-FMSJC, 
como requisito parcial para obtenção do título 
Bacharel em Direito. 
Orientador (a): Profa. Msc. Débora Gomes 
Galvão 
 
 
 
 
 
 
 
 TIMON - MA 
 2016 
 
 
 
REJANE ALMEIDA DA SILVA 
ELISÂNGELA CAVALCANTE LEMOS MARANHÃO 
 
 
ASSÉDIO MORAL COLATERAL À LUZ DOS TRT’S 
 
Trabalho de conclusão curso apresentado ao 
curso Graduação em Bacharelado em Direito, 
da Faculdade São José dos Cocais-FMSJC, 
como requisito parcial para obtenção do título 
Bacharel em Direito. 
 
Aprovada em: _______/__________/______________. 
 
BANCA EXAMINADORA 
 
_________________________________________________ 
Orientador (a): Profa. Msc. Débora Gomes Galvão 
 
 
 
_________________________________________________ 
Examinador(a) 
 
 
_________________________________________________ 
Examinador(a) 
 
 
 
 
 
 
 TIMON - MA 
 2016 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Em primeiro lugar a Deus, pela paciência, 
sabedoria e força durante todo este curso. A 
nossa família, nossos filhos, por ser nosso 
abrigo, e inspiração em todos os momentos.
 
7 
 
RESUMO 
Tanto o direito como a sociedade evoluem a medida que o surgimento de fatos 
ainda não imaginados caracterizam-se e precisam ser solucionados, tendo por base 
a Constituição Federal de 1988, que é a norma originária de todos os direitos e 
obrigações.A temática defendida nesta monografia, fez uma análise lógica entre o 
patrimônio mais importante da norma constitucional, qual seja, o ser 
humano,levando em consideração sua honra, que por muito tempo não foi 
considerada como bem de grande valor. O fato é que, sendo a dignidade da pessoa 
humana fundamento constitucional, o assédio moral,que atinge diretamente a 
pessoa, precisa e deve ser visto com um olhar mais justo.O assédio moral 
atualmente se divide em várias modalidades, destas, aqui em destaque encontra-se 
o colateral/horizontal, assédio este praticado entre pares, não deixando é claro de 
falar das outras modalidades que, de igual modo, também são vistas como 
novidade, quais sejam, o assédio moral vertical descendente e o assédio moral 
misto, todas estas modalidades de assédio encontraram e ainda encontram 
resistência pelos aplicadores da lei, alegando estes em alguns casos que só existiria 
assédio moral, quando o fato fosse praticado por superior em relação a 
subordinado.Além das divergências doutrinárias e jurisprudenciais, o assédio moral 
ainda não é uma conduta tipificada de forma específica, tornando assim, ainda mais 
difícil a sua reparação que, de forma generalizada é irrisória, desvalorizando assim 
não a honra mais a pessoa humana.Por fim, mesmo com poucos avanços, o assédio 
moral tem crescido expressivamente e principalmente EME ambientes onde há a 
relação cotidiana entre pessoas. Neste sentido, ressalte-se que a Lei 13.185/15, 
retrata muito bem o assédio moral colateral, contudo não é ampla o suficiente por 
nela restringiu sujeitos e ambientes que configurariam as práticas de assédio, 
devendo por tanto o legislador trabalhar para legislar isonomicamente sobre esta 
temática. 
 
Palavras-chave: Assédio Moral. Pessoa Humana. Modalidades. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
8 
 
ABSTRACT 
Both the law and society evolve as the emergence of facts yet unimagined 
characterized and need to be addressed, based on the Federal Constitution of 1988, 
which is the norm originating from all rights and obligations. The theme defended this 
thesis, made a logical analysis of the most important asset of the constitutional norm, 
that is, the human being, taking into account their honor, which for a long time was 
not considered as good of great value. The fact is that, with the dignity of the human 
person constitutional basis, bullying, which directly affects the person, accurate and 
should be viewed with a fairer look. Bullying is currently divided into several forms, 
these, here highlighted is the side / horizontal, harassment this practiced peer, 
leaving of course to speak of other modalities, likewise, are also seen as a novelty, 
namely, the downward vertical bullying and mixed bullying, all these harassment 
modalities met and still meet resistance by law enforcers, claiming these in some 
cases only exist bullying, when the fact was practiced by higher than in subordinate. 
In addition to the doctrinal and jurisprudential differences, bullying is not a typed 
conduct a specific way, thus making it even more difficult to repair that, across the 
board is negligible, thus depreciating not honor more the human person. Finally, 
even with little progress, bullying has grown significantly and especially EME 
environments where there is the everyday relationship between people. In this sense, 
it is worth mentioning that the Law 13,185 / 15, portrays very well the side bullying, 
but it is not wide enough for it restricted subjects and environments that would shape 
the harassment practices and should both the legislative work to legislate 
isonomicamente on this theme. 
 
 
Keywords: Bullying. Human Person. Modalities. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
9 
 
SUMÁRIO 
 
INTRODUÇÃO ..................................................................................................... ... 07 
1 ASSÉDIO MORAL ............................................................................................ ... 11 
2 MODALIDADES DO ASSÉDIO MORAL . ....................................................... ... 16 
2.1 Da Lei 13.185/15 (Lei do Bullyng)....................................................................... 18 
3 ANÁLISE JURISPRUDENCIAL DO ASSÉDIO MORAL 
NA ATUALIDADE ................................................................................................ ... 28 
3.1 Procedimentos Metodológicos............................................................................ 34 
CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................. ... 36 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................... ... 41 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
7 
 
INTRODUÇÃO 
 
O presente trabalho acadêmico tem por objetivo apresentar a temática do 
Assédio Moral, bem como sua tipificação e compreensão segundo alguns 
doutrinadores, destacar a sua caracterização a fim de tornar claro o entendimento do 
leitor em saber o que realmente se materializa como assédio, assédio moral e suas 
modalidades. 
A justificativa primordial deste, encontra-se na apresentação do assédio moral 
e as práticas que dele se originam, em sua forma e contexto existencial,tanto no 
que se refere a análise subjetiva, como também a análise objetiva, seja o que a 
norma constitucional inicialmente protege, e o que de fato proíbe tal norma. 
Não deixando é claro, de apresentar uma visão lógica de preceitos 
fundamentais que protegem o indivíduo enquanto pessoas detentora de direitos e 
deveres. 
Em se tratando dos direitos tanto constitucional como as leis 
infraconstitucionais que apresentam as tipificações qualificações e proibições 
próprias, proteções que objetivam coibir tais práticas assediadoras, que são 
infelizmente visualizadas e apresentadas neste trabalho, como ainda, vista em 
julgados aqui destacados. 
No que se refere ao assédio moral, a sua conceituação, descoberta e 
exaustiva exemplificação deixando claro e compreensível a sua origem e 
desencadeamento psíquico e jurídico. 
Para tanto, apresenta-se o assédio moral como sendo, não mais uma prática 
que só se aceitava, quando da existência de subordinação da vítima em relação a 
seu superior, ou seja,o assédio moral, tem no contexto atual se dividido em, vertical; 
superior em relação subordinado, horizontal; subordinado em relação a seu(s) par 
(es). 
É de suma importância, entender que só quem pode sofrer assédio moral, é a 
pessoa humana, não sendo possível em qualquer hipótese, configurar-se assédio 
moral contra pessoa jurídica seja qual for a modalidade. No entanto, em se tratando 
de responsabilidade,a pessoa jurídica poderá ser punida caso se comprove a inércia 
ou a participação direta daqueles que diretamente a dirijam. 
No que se refere à conceituação o assédio moral ganhou destaque nos 
últimos anos, por estar se tornando causa de afastamento de trabalho, bem como de 
8 
 
reivindicações indenizatórias. Em outros tempos, só se falava em assédio com foco 
no sexual hoje o foco moral do assédio e suas práticas, o crescimento é esse tipo de 
conduta, se dá pela disseminação do conhecimento sobre o tema e assim não mais 
se sujeitarem às práticas contidas no assédio moral. 
Para se chegar a compreensão e aceitação da existência de assédio moral foi 
necessária a busca por explicações mais que jurídicas, ou seja, a ciência psicológica 
contribuiu consideravelmente para que os requisitos necessários entre causa e 
consequência fossem facilmente demonstrados. Através de estudos que por sua vez 
foram exaustivos e conclusivos, o que levou ao embasamento jurídico, para que hoje 
fosse concebido o assédio moral, ou seja, o dano não seria necessariamente físico, 
porém, suas maiores conseqüências se dariam no psicológico da vítima, tendo por 
consequência danos diretamente ligados ao físico como por exemplo, problemas 
de saúde como; hipertensão, problemas cardiovasculares obesidade, anorexia entre 
outros. No que diz respeito aos danos psicológicos os prejuízos são ainda mais 
graves, podendo levar um quadro depressivo até mesmo irreversível,, mas o fato é 
que por se considerar uma consequência mais gravosa, alguns aspectos subjetivos, 
devem ser e são observados para que se constate de fato assédio moral. 
 Vale ressaltar primeiro a existência da figura do assediado e do assediador, 
as investidas devem possuir a intenção de causar constrangimento, mas, o fato mais 
relevante, é a continuidade das práticas , que não precisam ser necessariamente 
diárias mas tão somente, um período considerável de tempo. Uma única atitude, de 
forma isolada, não caracteriza o assédio moral. 
Quanto às pessoas, o que caracteriza o assediador é a aço negativa, que 
pode ser desde um desprezo à uma constante humilhação da vítima. 
Quanto aos tipos de assediadores, alguns autores apresentam a figura do 
tirano, do fingido, do cruel entre outros, que em suma possuem um único objetivo, a 
escolha de uma vítima, para descarregar suas frustrações e sentir-se o “poderoso”, 
o “melhor”, 
Já no que se refere a modalidade aqui apresentada qual seja, assédio moral 
colateral/ horizontal ainda quem sabe informar, que a prática do assédio moral aqui 
demonstrada caracteriza-se não somente se praticada por s individual ou assédio 
moral colateral caracteriza-se pelo fato de suas práticas partirem somente de 
pessoas ocupantes de cargo em terceiro escalão, sendo também considera a 
existência do assedio moral colateral, se praticado por pessoas de alto escalão, a 
9 
 
saber, de chefes ou chefe contra aquele que se encontre no mesmo nível 
hierárquico. 
 Há ainda a forma de prática coletiva, mais grave ainda, onde, vários 
operários podem praticar contra uma única vitima. As práticas contidas no assédio 
moral bem como as do assedio moral horizontal são as mesmas, bem como os sues 
resultados, tendo tão somente a colateralidade como que as diferenciam. 
Em se tratando de entendimento jurisprudencial, já houve casos onde Juiz 
entendeu que o chefe por saber as práticas de assédio moral praticada por seus 
subordinados e nada fez para contê-las, foi considerado como colateral e não como 
um superior hierárquico, respondendo assim com os outros envolvidos no fato. 
Em suma o direito tem sido um instrumento poderoso, tanto na prevenção 
como na repressão às práticas assediadoras, motivo pelo qual tem-se hoje a 
possibilidade de análise “lato sensu” de causa e consequência, para melhor garantir 
o direito inerente à pessoa humana. 
Contudo vale ressaltar que, atualmente no Brasil Ainda não há uma proteção 
legal específica em âmbito Federal, tendo somente em vigor no momento a Lei 
13185 de 2015 a (Lei do Bullying), que trata de forma bem específica, condutas que 
caracterizam assédio moral, mas, que restringe seu alcance, sendo tão somente 
aplicada nos casos e situações em que esta apresenta no seu corpo jurídico. 
Entretanto existem grandes cidades como São Paulo, legislação estadual que versa 
sobre o assédio moral, visando coibir o assediador das práticas de condutas típicas 
do assédio moral, bem como, fazendo com que este seja penalizado por seus atos. 
O presente trabalho tem como objetivo final ter transmitido claramente o 
conceito, as definições, as modalidades e as características que diferem os vários 
tipos de assédio moral, como ainda expressar o que versa a Constituição Federal e 
as leis infraconstitucionais sobre os fatos e danos que advém de tais práticas. 
O procedimento metodológico utilizado neste trabalho acadêmico foi a bibliográfica 
com o método qualitativo, pois teve como mecanismos de estudo: pesquisas 
doutrinárias, artigos acadêmicos, fontes do Constituição Federal de 1988,, 
Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT), Código de Direito Civil brasileiro, e 
Jurisprudência relacionadas ao tema. 
 Dessa forma, foi utilizado o método qualitativo, pois foram realizadas 
pesquisas que apresentamos no texto monográfico informando os objetivos de 
forma clara e bem como apresentando comparativos entre o que se constatava e o 
10 
 
que hoje se configura como assédio moral. a pesquisa foi realizada entre doutrinas 
e, códigos e jurisprudência nacionais sobre o tema. 
 Diante disso, essa pesquisa científica visa esclarecer toda a problemática 
que se verifica desde o descobrimento do que tem por assédio moral até o 
entendimento atual dos tribunais que, no decorrer dos anos tem ampliado o seu 
entendimento sobre esta problemática. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
11 
 
1 ASSÉDIO MORAL 
 
Neste capitulo, trabalharemos o Assédio Moral, de forma a apresentar uma 
conceituação aprofundada, bem como, será abordado o surgimento do que hoje se 
compreende como sendo assédio moral, ainda será abordada, a classificação e 
ramificações deste.Para tanto, Inicialmente, cabe conceituar o que é assédio para 
partir da raiz da conduta, qual seja, insistência importuna, junto de alguém, com 
perguntas, propostas, pretensões etc. (dicionário Novo Aurélio) ou “insistência 
impertinente, perseguição, sugestão ou pretensão constante em relação a alguém 
(Dicionário Houaiss). Sendo, portanto, um comportamento ou comportamentos 
direcionados a alguém, com determinada intenção.(FIORELLI, 2015, p. 9-10) 
O Assédio moral é o resultado de um estudo cientifico realizado inicialmente 
por Heiz Leymann e seu grupo de trabalho, através de entrevistas com pessoas, 
onde foram analisados certos fatos ocorridos no ambiente de trabalho seus efeitos 
na saúde de cada uma delas. 
 
[...] consiste em manobras hostis freqüentes e repetidas no local de 
trabalho, visando sistematicamente uma pessoa, provem de um 
conflito que degenera. É uma forma particularmente grave de stress 
psicossocial. (HIRIGOYEN, 2002b, p.77) 
 
Assedio Moral é a imposição ao trabalhador a situação humilhante e 
constrangedora, de forma continuada, no ambiente de trabalho. 
Heiz Leymann, psicólogo alemão, introduziu o conceito de mobbing, 
caracterizando no inicio dos anos 1980, o assédio moral no âmbito das empresas. 
Mobbing vem do verbo to mob, que significa perseguir atacar, maltratar etc. 
 O assédio moral nada mais é que um conjunto de ações que visam depreciar 
de forma sistemática a vítima, com o principal objetivo de causar desequilíbrio 
emocional e ou psíquico na vitima, que passa a ser refém do modo por sofrer 
perseguição de forma injustificada. (SOUZA, 2011, p.31) 
Aquele que sofre com as práticas do assédio moral sente-se humilhado, 
infernizado, desvalorizado, incapaz. Sendo o objetivo do assediador alcançado o 
assediado, inicia um processo de questionamento intrapessoal, onde passa a não 
mais se ver em condições iguais aos seus pares, começa a não mais acreditar em 
12 
 
si, causando um grande tormento no íntimo do assediado por este não saber ou não 
estar preparado para sofrer tais situações. (SOUZA, 23011, p 32) 
 A vítima assediada passa por prejuízos por vezes irreparáveis, isso porque 
pode ser lesada gravemente em três pontos primordiais a uma pessoa, quais sejam: 
a intimidade, a imagem e a honra. (SOUZA, 23011, p 32) 
 
Quando se humilha de forma intencional, com a desculpa de “chamar atenção 
da vítima, sendo isto feito de forma pública, em meio aos colegas ou clientes, causa 
dano à imagem da vítima”. 
São inúmeras as situações que causam constrangimento, a exigência de 
cumprimento de metas e a exposição ao ridículo daquele que não as atinge, causa 
dano à honra. Para o assediador não há limites, pois a sua intenção deve ser 
satisfeita a qualquer custo, pois este pratica o assédio com a legítima intenção de 
causar dano à vítima, para satisfação do ego ou tão somente escolhe um 
subordinado para praticar o assédio, para que pelos outros seja temido e sinta a 
sensação de imperatividade. 
 Hoje com a disseminação do conhecimento as pessoas estão mais alertas, a 
respeito do tema “Assédio Moral”, motivo pelo qual, as práticas estão cada vez mais 
disfarçadas de “advertências” ou outro mecanismo que possa ser justificado para o 
assediador atingir de forma indireta o assediado. 
O assédio moral caracteriza-se por vários tipos de agressores um dos tais 
seria o tipo tirano que adotam posturas perversas com seus subordinados. Estes 
submetem seus subordinados ao extremo sob pena de serem chamados de trouxas, 
fracos, incompetentes e pessoas sem capacidade para nada. (SOUZA, 23011, p 51-
53) 
 
Para o Ministério Público do Trabalho da 2ª Região 
 
Assédio Moral, não possui necessariamente uma conotação sexual, 
pode-se caracterizar através de condutas abusivas e reiteradas de 
origem ou interna à empresa ou instituição, que se manifestam 
particular, mediante comportamentos, palavras, atos intimidatórios, 
gestos, maneiras de organizar o trabalho ou escritos unilaterais que, 
tenham por objeto ou possam danificar a personalidade, à dignidade 
ou integridade física ou psíquica de um trabalhador no desempenho 
de suas funções, colocando em perigo seu emprego ou criando um 
ambiente intimidatório, hostil, degradante ou ofensivo. 
13 
 
 
O subordinado ou vítima, se submete a tais práticas, por se ver em um 
mercado de trabalho complicado, e suporta a tirania para manter-se no local de 
trabalho, mesmo que desmotivado, tão somente para não perder o meio de sustento 
e dignidade que este vê no trabalho. 
E um processo que pode ser irreversível de destruição das relações de 
trabalho e humanos, pois se de cima parte a tirania, de baixo parte o total 
desestímulo que as vítimas passam a ter por não saber como lidar com a situação. 
Um dos maiores motivos que o assediador busca é estimular o assediado a 
pedir demissão para o superior ou estimulador do assédio, se a vítima não aguentar 
é porque não merece o emprego e, portanto deve reconhecer sua incapacidade e 
pedir a sua demissão. (SOUZA, 23011, p 37-38) 
 
A intenção é gerar uma guerra entre a vítima e o assediador onde vencerá 
aquele que emocionalmente estiver mais preparado, sem falar na economia 
financeira, pois ao empregado que pede a demissão não paga multa rescisória, 
salvo justa causa da demissão. 
 Se no setor privado haveria esta economia para o empregador, nos órgãos 
públicos a questão do assédio moral é mais complexa. Isto porque a estabilidade do 
servidor público não permite que este seja demitido a bel prazer do chefe ou 
superior imediato. Diante desta situação, onde possivelmente subordinado e 
superior possuem estabilidade, a realidade é bem pior, pois livrar-se do assediador 
não é tarefa fácil. 
Passando ao estágio mais grave no meio do serviço público, onde se possível 
a vítima pode tentar uma transferência, ou ainda buscar afastamento médico, que de 
fato tem ocorrido muito, pois na maioria dos casos a transferência não é possível 
levando a vítima a sofrer com transtornos psicológicos ou até mesmo psíquicos, 
pelo acúmulo de sofrimento que tais práticas causam nas vítimas. (SOUZA, 23011, p 
38-39) 
 
Uma característica comum no assediador é a insensibilidade, qualquer tipo de 
fato não o faz sentir compaixão ou arrependimento. 
14 
 
 As chefias avassaladoras buscam atingir suas vítimas nas fraquezas e nos 
medos que estas demonstram ter, sendo os superiores incapazes de suscitar 
qualquer elogio ou qualidade que a vítima possua. 
 Para as vítimas só é possível a sensação de paz se o assediador não estiver 
por perto ou preferencialmente presente, o assediado sonha com as suas férias e 
mais ainda que estas não coincidam com as de seu superior, pois teriam ao invés de 
um, dois meses por ano de paz, sim porque o sofrimento vivido cotidianamente retira 
a paz deste não só no ambiente de trabalho como também no sua vida social e 
familiar. 
Resumidamente, em uma visão atual, há assédio moral nas seguintes 
modalidades: vertical ascendente, onde há uma relação superior de hierarquia, 
vertical descendente, onde há uma relação inferior de hierarquia e por fim, e não 
menos importante, o assédio moral colateral, que pode ser praticado por um ou 
vários agentes e direcionado a uma ou mais vítimas. (SOUZA, 23011, p 31-36) 
 
Assediar quer dizer; importunação, insistência junto de alguém para conseguir 
alguma coisa. 
Consoante preceitua o Código Civil aborda em seu artigo 186 da Lei 10.406 
“Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar 
direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato 
ilícito”.(BRASIL, 2002) 
Também se destaca o artigo 187 da Lei 10.406 “também comete ato elícitoo 
titular de um direito que, ao exercê-lo excede manifestamente os limites impostos 
pelo seu fim econômico ou social, pela boa fé ou pelos bons costumes.” (BRASIL, 
2002) 
E por fim a CLT em seu artigo 483 da Lei 5.452 (BRASIL, 1943), traz como 
uma das hipóteses da rescisão “falta grave” entende-se como sendo uma destas o 
assédio moral. Os motivos que ensejam a justa causa do empregador prevista no 
artigo supracitado são os seguintes: 
Exigir do empregado serviços superiores às suas forças, defesos por lei, 
contrários aos bons costumes, ou alheios ao contrato; 
Tratar o empregado com rigor excessivo; 
Submeter o empregado a perigo manifesto de mal considerável; 
Deixar de cumprir as obrigações do contrato de trabalho; 
15 
 
Praticar contra o empregado ou pessoas de sua família, ato lesivo da honra e 
boa fama; 
Ofender fisicamente o empregado ou pessoas de sua família, salvo em caso 
de legítima defesa própria ou de outrem; 
Reduzir unilateralmente o trabalho do empregado, sendo este por peça ou 
tarefa, de forma a afetar sensivelmente a sua remuneração. 
(http://www.guiatrabalhista.com.br) 
 
Em suma, o artigo citado, apresenta uma intenção primordial de proteger o 
empregado quando das praticas assediadoras do seu empregador, que poderá 
responder por qualquer das condutas acima descritas, caso sejam comprovadas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
16 
 
2 MODALIDADES DO ASSÉDIO MORAL 
 
Após a apresentação do Assédio Moral no capitulo anterior, suas 
características a práticas, passemos a diante com uma das modalidades do Assédio 
Moral, qual seja, o Assédio Moral Colateral ou Horizontal, sendo compreendido, 
como aquele praticado por uma pessoa que se encontra na mesma posição 
hierárquica ou seja, são pares, onde não há qualquer subordinação entre eles. 
Em outra ótica também pode ser chamado de comportamentos consistentes 
em brincadeiras maliciosas, gracejos, piadas, grosserias, gestos obscenos, 
menosprezos e outros mais. 
Embora seja uma nova visão no que se refere às modalidades de Assédio 
Moral, tem-se visualizado com frequência esta pratica, não só no ambiente de 
trabalho, mas também nos ambientesacadêmicos e familiar ou doméstico como 
citam alguns autores. 
O Assédio Moral Colateral, possui como características para o diagnóstico, os 
mesmos do assédio Moral “latu sensu” , de forma melhor explicitada no segmento do 
texto. 
A freqüência não se refere necessariamente à prática diária e contínua, na 
qual seja possível verificar de forma clara que há a prática de forma habitual, cabe 
destacar que o tempo é aspecto relativo a depender da conduta praticada e do dano 
causado. 
A duração também faz parte do diagnóstico, pois, está diretamente ligado à 
frequência , pois, atingir alguém em um momento isolado onde o autor possa estar 
abalado psicologicamente, não há que se falar em Assédio Moral. 
As práticas não precisam ser exatamente as mesmas, sejam de ação ou 
omissão, no entanto, a intenção deve ser a mesma e o dano deve ser objetivamente 
e subjetivamente observados. 
Uma conduta isolada não caracteriza Assédio Moral, seja este Colateral ou 
em outra modalidade, contudo, mesmo não sendo contínuo o constrangimento, 
deve-se analisar estritamente o caso concreto para só então, constatar ou não se 
houve a prática do Assédio e suas consequências, bem como a (as) vítima (s) 
atingidas. 
A intenção do assediador deve ser observada de forma objetiva. É essencial 
que o autor da conduta saiba o ele esta afazendo bem como o objetivo que este 
17 
 
deseja com suas práticas ao assediar a vítima, ou seja, o agente que sofre com o 
assédio moral não deve confundir casos esporádicos ou meras circunstancias com 
as práticas relacionadas com o Assédio Moral em qualquer de suas modalidades. Se 
mesmo após ser advertido de suas práticas o sujeito ativo não parar, mas 
simplesmente ignorar, pelo fato de não se importar com o resultado, o autor será 
neste caso visto como um potencial praticante do Assédio Moral. 
Diante disso, mesmo não tendo a intenção direta o autor poderá responder 
pela prática da conduta. Contudo, a intenção faz parte da análise objetiva dentro do 
caso concreto. Alguns aspectos subjetivos se exteriorizam na saúde física e psíquica 
do assediado, contudo para que haja a devida comprovação, se exige o dano real à 
saúde da vítima, observados os vários sintomas que decorem das práticas do 
Assédio Moral, em qualquer de suas modalidades. 
O sofrimento psíquico ou fator subjetivo do Assédio Moral Colateral, surge 
com as práticas continuas não necessariamente ininterruptas, intencionais por parte 
do assediador. Contudo é importante ressaltar que o Assédio Moral colateral não é 
uma doença, mas possui vários efeitos que consequentemente podem ocasionar 
dano à saúde física ou psíquica da vítima, por tanto a análise criteriosa é necessária, 
para que não se atribua ao assédio moral enfermidade já existente. 
O Assédio Moral Colateral ou Horizontal, embora seja praticado por uma 
pessoa do mesmo nível hierárquico, possui características idênticas às do Assédio 
Moral Vertical, quais sejam: deixar a vítima em um estado de submissão, mostrar à 
vítima que o agressor tem poder, manipular a verdade “falar e não afirmar o que 
anteriormente disse”, constranger a vítima, induzir a vítima a erros que por 
consequência trarão prejuízos à vítima e expor a vítima a ridículo diante de 
terceiro(s). 
Dentro do Assédio Moral Colateral é possível verificar que as praticas não 
ocorrem tão somente no ambiente de trabalho, sendo claramente observadas em 
outros ambientes como por exemplo, no meio acadêmico e familiar ou doméstico. 
Pratica o Assédio Moral Colateral aquele que, estando no mesmo nível 
hierárquico, dirige-se a (ao) seu par (es) com palavras, gestos, atitudes, ação ou 
omissão, nas quais queira intencionalmente colocar a(s) vitima(s) em condição de 
inferioridade, em situação vexatória, de igual modo exigir ou impedir que a vítima 
pratique algo. 
18 
 
Já no ambiente acadêmico/escolar as práticas constrangedoras hoje tão 
conhecidas como “Bullyng”, o que, nada mais é que o Assédio Moral Colateral 
praticado neste ambiente por colegas de convívio comum, com a intenção de causar 
vexame, desconforto social, moral e psicológico à vítima. 
O bullying também é assédio moral. Vem este nome do verbo to bully, que 
significa ser desumano, grosseiro, tirânico. Este termo era utilizado para se referir a 
tratamentos hostis com crianças, mais tarde passou-se a se referir não só quando se 
trata de crianças, mas também de adolescentes, no ambiente escolar , condomínio e 
outros ambientes de convivência social. 
 
2.1 DA LEI 13.185/15 ( LEI DO BULLYNG) 
 
É de grande relevância destacar a lei supracitada, visto que esta, é no 
momento, o único mecanismo jurídico voltado especificamente para o assédio moral, 
mais especificamente para a modalidade colateral. 
 
Lei nº 13.185, de 6 de novembro de 2015. (Lei do Bullyng). 
 
Art. 1o Fica instituído o Programa de Combate à Intimidação Sistemática 
(Bullying) em todo o território nacional. 
§ 1o No contexto e para os fins desta Lei, considera-se intimidação 
sistemática (bullying) todo ato de violência física ou psicológica, intencional 
e repetitivo que ocorre sem motivação evidente, praticado por indivíduo ou 
grupo, contra uma ou mais pessoas, com o objetivo de intimidá-la ou agredi-
la, causando dor e angústia à vítima, em uma relação de desequilíbrio de 
poder entre as partes envolvidas. 
 
Como se verifica neste parágrafo, a descrição do que a lei apresenta como 
bullyng, nada,maisé que o próprio asseio moral definido de forma clara, tanto as 
violências por este vindas a ser vividas como também, as conseqüências 
decorrentes destes. 
 
§ 2o O Programa instituído no caput poderá fundamentar as ações do 
Ministério da Educação e das Secretarias Estaduais e Municipais de 
Educação, bem como de outros órgãos, aos quais a matéria diz respeito. 
Art. 2o Caracteriza-se a intimidação sistemática (bullying) quando há 
violência física ou psicológica em atos de intimidação, humilhação ou 
discriminação e, ainda: 
I - ataques físicos; 
II - insultos pessoais; 
III - comentários sistemáticos e apelidos pejorativos; 
IV - ameaças por quaisquer meios; 
V - grafites depreciativos; 
VI - expressões preconceituosas; 
VII - isolamento social consciente e premeditado; 
19 
 
VIII - pilhérias. 
Analisando agora o parágrafo acima descrito, constata-se que estas práticas 
podem ser vivenciadas em qualquer modalidade de assédio moral. 
 
Parágrafo único. Há intimidação sistemática na rede mundial de 
computadores (bullying), quando se usarem os instrumentos que lhe são 
próprios para depreciar, incitar a violência, adulterar fotos e dados pessoais 
com o intuito de criar meios de constrangimento psicossocial. 
Art. 3o A intimidação sistemática (bullying) pode ser classificada, conforme 
as ações praticadas, como: 
I - verbal: insultar, xingar e apelidar pejorativamente; 
II - moral: difamar, caluniar, disseminar rumores; 
III - sexual: assediar, induzir e/ou abusar; 
IV - social: ignorar, isolar e excluir; 
V - psicológica: perseguir, amedrontar, aterrorizar, intimidar, dominar, 
manipular, chantagear e infernizar; 
VI - físico: socar, chutar, bater; 
VII - material: furtar, roubar, destruir pertences de outrem; 
VIII - virtual: depreciar, enviar mensagens intrusivas da intimidade, enviar ou 
adulterar fotos e dados pessoais que resultem em sofrimento ou com o 
intuito de criar meios de constrangimento psicológico e social. 
 
Em se tratando do art. 3° desta lei, vale destacar que a agressão física é aqui 
descrita como bullyng, trazendo em seu texto que bater, socar e chutar seria 
meramente um assédio moral. 
Art. 4o Constituem objetivos do Programa referido no caput do art. 1o: 
I - prevenir e combater a prática da intimidação sistemática (bullying) em 
toda a sociedade; 
II - capacitar docentes e equipes pedagógicas para a implementação das 
ações de discussão, prevenção, orientação e solução do problema; 
III - implementar e disseminar campanhas de educação, conscientização e 
informação; 
IV - instituir práticas de conduta e orientação de pais, familiares e 
responsáveis diante da identificação de vítimas e agressores; 
V - dar assistência psicológica, social e jurídica às vítimas e aos agressores; 
VI - integrar os meios de comunicação de massa com as escolas e a 
sociedade, como forma de identificação e conscientização do problema e 
forma de preveni-lo e combatê-lo; 
VII - promover a cidadania, a capacidade empática e o respeito a terceiros, 
nos marcos de uma cultura de paz e tolerância mútua; 
VIII - evitar, tanto quanto possível, a punição dos agressores, privilegiando 
mecanismos e instrumentos alternativos que promovam a efetiva 
responsabilização e a mudança de comportamento hostil; 
IX - promover medidas de conscientização, prevenção e combate a todos os 
tipos de violência, com ênfase nas práticas recorrentes de intimidação 
sistemática (bullying), ou constrangimento físico e psicológico, cometidas 
por alunos, professores e outros profissionais integrantes de escola e de 
comunidade escolar....” 
 
É clara e descrição da prática do bullyng, se bem observado, verifica-se, que 
o conceito de assédio moral abrange o conceito do bullyng, pois ambos definem 
condutas semelhantes, com a única diferença, relacionada à vítima e ao ambiente 
onde se pratica em especial o bullyng. 
A lei n. 11.185/ 2015, conceitua de forma enfática, que, os atos de violência 
tutelados por ela, são; a violência física, ou psicológica, intencional e frequente sem 
20 
 
evidente motivação praticada de forma singular ou coletiva a uma ou mais pessoas, 
tendo por objetivo a intimidação; causando dor e angústia à vítima, apresentando 
desequilíbrio entre as partes envolvidas. 
Em seu art. 1°,§2º, trás consigo a prática da humilhação ou discriminação, 
complementado por outras ações tais como; ataques físicos, apelidos pejorativos, 
expressões preconceituosas entre outros. 
A lei implementou ainda o ciberbullyng, que por sua vez é praticado através 
das redes sociais, objetivando constranger psicossocialmente pelos meios 
cibernéticos. 
A sistemática da lei em relação ao bullyng, trás uma ampla classificação 
abordando os campos; moral, verba, sexual, social, psicológico, físico, material e 
virtual. Neste sentido, descreve o verbo a ser praticado em cada campo abordado 
pela classificação sistemática da lei. 
Os objetivos consagrados na lei são os de; prevenir; capacitar; implementar 
políticas de prevenção; oferecer assistência psicológica, social, e jurídica às vítimas; 
integrar os meios de comunicação com os objetivos de conscientização da 
sociedade, afim de prevenir e combater o bullyng, promovendo a cidadania a paz e 
a tolerância mútua. 
Contudo, a lei trás no seu corpo normativo, mais precisamente em seu art. 4°, 
VIII, o condão de evitar uma punição severa, a lei busca somente uma 
responsabilização, que por se tratar de prática executada por inimputável, recairá 
sobre o seu responsável. 
E por fim atribui deveres aos estabelecimentos nela capitulados, como 
também aos Estados e Municípios que devem bimestralmente publicar ocorrência de 
bullyng. E ainda possibilita aos entes federados firmar convênio e estabelecer 
parcerias para implementação, execução, e diretrizes do Programa objetivado pela 
lei. 
Como o Assédio Moral passou a ser mais observado no ambiente de trabalho, 
neste caso, inicialmente só se admitia que o assédio moral fosse juridicamente 
tipificado se praticado por um superior hierárquico, pois, não se admitia a existência 
de assédio moral sem a relação de subordinação.(LEI 13.185/15). 
 
 
 
21 
 
 
E por fim e não menos importante o Assédio Moral Colateral no ambiente 
familiar ou doméstico. Neste, se detém mais comumente as práticas do Assédio 
Moral Colateral, contudo e o menos debatido juridicamente. Em ótica profunda as 
práticas onde se caracterizam o assédio moral, passou se ramificar em várias 
modalidades que variam de acordo com o(s) agente(s) ativo e passivo, bem como o 
ambiente onde se verifica as práticas. 
No ambiente de trabalho, há vários perfis de chefes, “tiranos” como exemplo: 
o sádico, que tem prazer em causar sofrimento; o autoritário, que possui desvio de 
comportamento grave, e quer causar o sofrimento que um dia sentiu; o arrogante, 
conhecido por se achar sempre o dono da razão; o medroso, que sabe que por sua 
ignorância não conseguirá atingir o nível de conhecimento de seu subordinado, este 
tipo, por não ter capacidade e saber que em nada se destaca, por sua 
incompetência cobra excessivamente, com frases do tipo: não me traga problema e 
sim a solução. (SOUZA, 23011, p 31-32) 
Como consequência a todas as formas possíveis e inesperadas de assedio 
moral, pode-se verificar no campo psicológico o medo, abatimento, insônia, 
ansiedade, perda de memória, insegurança, tristeza, impotência, síndrome do 
pânico, depressão, fadiga, apático, fragilidade emocional, falta de apetite, isolamento 
e distúrbio neurodigestivo. No que tange ao físico; problemas digestivos, dores de 
cabeça, dermatites, queda de cabelo, mau habito, taquicardia e até mesmo o 
desenvolvimento de câncer. Mas o pior de todos estes e saber que a situação 
estrema que leva ao suicídio. (SOUZA,23011, p 60) 
Mas agora, como pode ser comprovado pela vítima o assédio moral sofrido, 
tendo em vista que o assediador de forma alguma quer ser penalizado? A resposta é 
complexa, no entanto é possível sim, provar o quem tem vivido enquanto vítima, 
hoje o meio mais usado é o gravador, seja este secreto ou usado em um aparelho 
celular, isto porque as pessoas que presenciam o assédio, não vão colocar 
“pescoço” à forca pelos outros, são raros os casos em que alguém se dispõe a 
testemunhar. 
A Constituição Federal de 1988, trouxe como base garantias inerentes à 
pessoa humana, o que revela o caráter protetor da norma constitucional, exemplo 
disso encontra-se em seu artigo 5°,I,CF, onde coloca todos em um patamar de 
igualdade, artigo 5° III, fala que ninguém será submetido a tortura nem a tratamento 
22 
 
degradante, artigo 5°X, onde se garante entre outros a inviolabilidade, a honra, a 
imagem, assegurado o direito à indenização. (BRASIL, 1988) 
Todos esses incisos vem a proteger a dignidade da pessoa humana que é o 
maior bem a ser velado no texto constitucional. 
Contudo esta lei só se referiu a determinado grupo de pessoas, o que não é 
foco deste trabalho. Pois o Assédio Moral hoje se estabelece em inúmeros 
ambientes que a Lei não trata. 
Do dano moral parte Tartuce (2015) sendo este instituto relativamente novo 
nosso ordenamento jurídico, inserido no texto constitucional de 1988, artigo 5º,V e X. 
Para a doutrina brasileira em posição majoritária o dano moral é a lesão ao 
direito relacionados à personalidade. Ao dano sofrido se atribui um valor tendo por 
base a dor, sofrimento ou constrangimentos causados, não necessariamente um 
preço, por que o objeto principal nada mais é que a atenuar o sofrimento mostrando 
ao ofendido que o agressor foi penalizado, por isso se aplica no caso a reparação e 
não ressarcimento. Interessante frisar que o objeto da reparação ao dano moral não 
possui como escopo o acréscimo patrimonial para a vítima, pois suafinalidade é 
compensar o sofrimento suportado por esta. É válido acrescentar que esta 
reparação não sofre qualquer incidência tributária visto que nesse sentido a sua 
finalidade não é o acréscimo patrimonial. (TARTUCE,2015, p.485) 
Fique claro que o dano moral não se constata obrigatoriamente com a 
presença dos sentimentos humanos negativos ou mesmo dor e sofrimento, visto que 
a pessoa jurídica também pode sofrer dano moral que não possui qualquer 
sentimento ou se quer sente dor. 
Quanto ao entendimento Superior Tribunal de Justiça sempre que se 
demonstra a ocorrência de ofensa injusta à dignidade da pessoa humana dispensa-
se a comprovação de dor e/ou sofrimento para configuração do dano moral, a 
reparação neste caso, não está ligada a demonstração de dor tendo sua 
consequência in re ipsa a conduta no caso atinge diretamente a dignidade do ser 
humano o sentimento que traduz sofrimento da vítima se verifica nas situações 
vividas por esta. (TARTUCE,2015, p.486) 
Para Tartuce (2014, p. 486-487) há uma classificação qual seja: 
 
Quanto ao sentido da categoria: de dano moral em sentido próprio nada 
mais é que o sentimento da própria pessoa e (dano moral in natura) dano 
este que causa tristeza, dor, humilhação, amargura, vexame e depressão; 
23 
 
dano moral em sentido impróprio ou amplo: qualquer lesão aos direitos da 
personalidade sendo por exemplo deste a opção sexual. Não necessitando 
nesse sentido a concretização dos sentimentos em si; quanto à 
necessidade ou não de prova: do dano moral provado ou subjetivo, 
majoritariamente o dano necessita ser comprovado pela vítima sendo desta 
o ônus de provar. O dano moral objetivo ou presumido in re ipsa não precisa 
de prova exemplo de um caso em que a morte de um ente familiar, lesão 
estética, lesão a direito fundamental contido no texto constitucional; quando 
a pessoa atingida dano moral direto: atingindo a própria pessoa ou a sua 
honra objetiva auto estima ou subjetiva, repercussão social da honra; dano 
moral indireto ou ricochete atingi outra pessoa de forma reflexa tendo como 
exemplo lesão a personalidade do morto. 
 
Natureza jurídica da indenização por danos morais. 
Na atualidade a três correntes; a primeira entende que, a indenização por 
danos morais tem o mero intuito reparatório ou compensatório sem qualquer caráter 
disciplinar ou pedagógico. 
Essa tese encontra-se superada na jurisprudência, pois a indenização deve 
ser encarada como algo que vai além da reparação; a segunda corrente entende 
que a indenização tem um caráter punitivo e disciplinador tese adotada pelos 
Estados Unidos da América com conceito de “punitivesdamages” esta, contudo não 
vinha sendo bem aceita pela jurisprudência brasileira, pois nela se identifica perigos 
na sua aplicação. Entretanto, nos últimos tempos, tem-se acrescido o número de 
adeptos a essa teoria; a terceira corrente entende que o caráter do dano moral de 
forma principal é o reparatório de forma acessória um caráter disciplinar visando 
coibir novas práticas.Quanto aos critérios quantitativos para tabelamento do dano 
moral, primeiro analisa-se a lesão de forma específica, em se tratando de morte 
onde haja previsão legal de por exemplo, a indenização de trinta salários mínimos 
vê-seque, pessoas com sentimentos diferentes receberam o mesmo valor de forma 
isonômica. Segundo, não haveria um tabelamento, pois havendo vida cláusula geral 
de tutela da pessoa humana, não há que se falar em máximo mínimo, mas no ideal 
para amenizar o sofrimento, a título de reparação. (TARTUCE,2015, p.497) 
Para analisar a quantificação, o magistrado deve observar com equidade a 
extensão do dano, as condições socioeconômicas e culturais dos envolvidos e as 
condições psicológicas das partes, grau de culpa do agente, de terceiro ou da 
vítima; critérios estes retirados do Código Civil em seus artigos 944 e 945, como na 
jurisprudência dominante dos tribunais superiores. (TARTUCE,2015, p.494) 
No que tange à Norma Constitucional à dignidade da pessoa humana 
constitui um dos fundamentos precípuos elencado no art.1º,III, CF/1988. 
24 
 
O principal escopo deste inciso é proteger contra os tratamentos cruéis e 
degradantes onde deve se respeitar um conjunto mínimo de direitos e garantias 
fundamentais da pessoa humana. (BITENCOURT,2008,p.65) 
O princípio da isonomia entenda-se, igualdade, colocar todos em situação 
igual perante a Lei, portanto não deverá ocorrer tratamento desigual, salvo quando a 
desigualdade seja para causar equidade, entenda-se tratar os desiguais na medida 
de suas desigualdades. (BITENCOURT,2008,p.66) 
O princípio da legalidade afirma que só a lei cria direitos e obrigações, 
fazendo um paralelo quanto a prática do assédio moral, existem assediadores que 
passam por cima até mesmo desde o princípio obrigando a vítima a fazer ou deixar 
de fazer algo tão somente para fazer a esta incorrer na ilegalidade. 
A vedação contra a tortura, também protege a pessoa humana contra esta 
não somente na forma física como também psicológica entenda-se aqui, o assédio 
moral direto Lei da Tortura (Lei 9455/97): 
 
I- primeiro constranger alguém com emprego de violência ou grave ameaça 
causando-lhe sofrimento físico ou mental em sua linha de provocar ação ou 
omissão de natureza criminosa HC em razão de discriminação racial ou 
religiosa. 
II- ensino segundo ele tem alguém sob sua guarda poder autoridade com 
emprego de violência ou grave ameaça a intenso sofrimento físico ou 
mental como forma de aplicar castigo pessoal ou medida de caráter 
preventivo página 67 68. (BRASIL, 1997) 
 
Quanto à indenização por dano moral a Constituição Federal em seu artigo 5º, 
V, assegura essa indenização de forma complementar a súmula 37 doSuperior 
Tribunal de Justiça entende que, a indenização por dano moral e material são 
cumuláveis, visto que, uma se refere à esfera patrimonial e outra refere-se a pessoa 
em si, seja esta física ou jurídica.(BRASIL, 1998) 
Em se tratando da liberdade de profissão temos que no artigo 5º,XIII, CF, o 
Estado não deve criar obstáculos para o exercício da profissão, outros princípios que 
são apontados diante da prática do assédio moral é o princípio do devido processo 
legal, do contraditório e ampla defesa, esses resguardados no texto constitucional o 
artigo 5º, LV, devendo por sua vez ser esgotado e não mitigado. (BRASIL, 1998). 
(BITENCOURT,2008,p.85) 
Claro que em se tratando de assédio moral a vários princípios que são 
claramente desrespeitados, quando da prática de tal conduta qual seja a de denegrir 
e causar dor e dano à vítima, sendo a saúde também dever do Estado, a redução e 
25 
 
o risco a doenças, entenda-se doenças de for de forma ampla, seja esta física ou 
psíquica mesmo sendo dever do Estado, este deve criar mecanismos de coibir 
qualquer meios que cause dano á pessoa, após muitos casos de assédio moral o 
legislador por meio do poder conferido passou a resguardar as vítimas do assédio 
moral nos ambientes escolares desportivos através da lei do bullying 
.(FIORELLI,FIORELLI,MALHADOS JUNIOR,2015,p.29) 
O Assédio Moral quanto a sua tipologia; segue várias formas, cada uma 
possui características específicas que se definem a partir de dois pontos essenciais, 
intenção e motivo que podem ser claros ou ocultos, nesse sentido, são ou podem 
ser desconhecidos até mesmo pelo assediador. .(FIORELLI,FIORELLI,MALHADOS 
JUNIOR,2015,p.29) 
É estranho pensar que alguém possa assediar outro sem motivos aparentes, 
neste caso parte da personalidade do assediador, é como se fosse um instrumento 
natural de crueldade que este possui e precisa exercer sobre suas vítimas, desde os 
motivos, os mais conhecidos destacam-se a conquista ou manutenção do poder, em 
se tratando de conquistar o poder o assédio moral horizontal ou colateral é bem 
presente pois para o assediador, é crucial mostrar a qualquer custo que ele é 
melhor que os outros e para que isso seja reconhecido pelo seu chefe imediato ao 
seu superior não mede as consequências para disputar espaço, outro motivo bem 
relevante a incompatibilidade emocional, melhor compreendido como um choque 
entre personalidades, no ambiente doméstico é bastante comum um dos cônjuges 
que vive a criar brigas por qualquer motivo, tão somente para que não haja um 
ambiente harmônico e com isso causar conflitos e desestimular a sua vítima através 
do assédio moral. .(FIORELLI,FIORELLI,MALHADOS JUNIOR,2015,p.30-31) 
Vale ressaltar também que a obtenção de vantagem econômica é atualmente 
um dos causadores do assédio moral em sua modalidade horizontal; é muito 
frequente quando se visa causar a um colega um rebaixamento em sua e 
“produção” entenda-se rendimento no ambiente, para com isso extrair vantagem 
para si. .(FIORELLI,FIORELLI,MALHADOS JUNIOR,2015,p.32) 
 Quanto ao local de origem do assédio moral seja, o leque é bem amplo, em 
qualquer de suas modalidades pode ser exógeno, onde assediador e assediado 
pertencem a organizações diferentes, um exemplo neste caso, é o cliente especial 
de uma organização ou empresa onde a vítima por medo de perder o cliente se 
26 
 
sujeita a situações inimagináveis. .(FIORELLI,FIORELLI,MALHADOS 
JUNIOR,2015,p.53) 
Já o assédio moral endógeno, assediado e assediador fazem parte da mesma 
organização não necessariamente do mesmo setor dentro da organização, nesse 
caso verifica-se a incidência tanto na modalidade colateral horizontal quanto na 
vertical, falando especificamente do assédio moral horizontal ou colateral ambos 
vítima e assediador são colegas de trabalho os motivos para que eu corro assédio 
nesta modalidade são vários alguns dos mais comuns são o ciúme profissional 
disputa por cargos promoções inveja e claro o prazer daquele que tem por 
satisfação de seu ego causar sofrimento a outro E para isso se utiliza de vários 
meios. .(FIORELLI,FIORELLI,MALHADOS JUNIOR,2015,p.36-37) 
Exemplificando de forma mais clara, o assédio moral horizontal pode ocorrer 
tanto em relação entre indivíduos de forma individual, como de grupo para indivíduos 
sendo este último mais poderoso quanto aos seus resultados visto que, a pressão 
causada de vários assediadores a uma só vítima é bem maior para Guedes (2005, 
p. 27) 
Caracterize as esse tipo de assédio da seguinte forma reticências a ação 
discriminatória é desencadeada pelos próprios colegas de idêntico grau de 
hierarquia os fatores reparáveis por esse tipo de perversão moral são a 
competição a preferência pessoal do Chefe por ventura gozada pela vítima 
a inveja o racismo a xenofobia os motivos políticos reticências a vítima pode 
ser golpeada tanto individual como coletivamente. 
 
O assédio moral horizontal ocorre também por origem extra relação de 
trabalho, este fato se deve às relações fora do ambiente de trabalho, onde os 
empregados passam a ter devido à integração havida entre este no ambiente de 
trabalho; o interessante é que de repente inicia-se a disputa por direção, chefia, 
melhor e posição na empresa. 
Neste sentido qual seria o papel da empresa? 
Se tomar conhecimento das práticas do assédio moral, deve agir de maneira 
enérgica, exemplar, de forma justa contornar a situação, mostrar neutralidade, 
melhor dizendo, não deve tomar partido. (SOUZA,2011,p.145) 
No entanto, se for do interesse do superior causar dano ao subordinado, este, 
vai se manter omisso, tendo contudo que arcar com as consequências de sua 
omissão. A atuação da empresa pode causar efeitos inesperados, tais como: criar 
sensação de protecionismo de um em relação ao outro, (vítima e assediador) frisar 
27 
 
para os outros colaboradores os aspectos que não foram visualizados, buscar o 
equilíbrio entre os envolvidos de modo que se estimule o assediado a não recuar, e 
conquistar seu espaço. 
Este deve ser justo e com isso buscar o reconhecimento dos outros 
colaboradores, a opinião dos superiores é ponto chave para se conceber ou não o 
assédio moral e por fim e não menos importante pode a intervenção abusiva ou 
equivocada do superior reduzir o espírito de equipe. 
Para Fiorelli, Fiorellie e Malhados Júnior as pessoas impossibilitadas de 
neutralizar determinado problema podem praticar um mecanismo de defesa 
inconsistente e coletivo, eventualmente desencadeado por um único indivíduo que 
iniciou o processo de assédio moral por vários motivos particulares conscientes ou 
não. Assim, a equipe desloca suas energias para o alvo que se apresente vulnerável 
ou contra o qual existam ressentimentos, oriundos de outras situações em que reúne 
características tais que se torna preferível em relação a qualquer dos outros, por sua 
crença religiosa, comportamento emotivo, pedantismo, histórico de sucesso ou de 
insucesso etc.(FIORELLI,FIORELLI,MALHADOS JUNIOR,2015,p.38-39) 
Após se escolher o alvo inicia-se de forma individual ou coletiva as práticas 
assediadoras,que vão se acentuando pouco a pouco. Um assédio com 
características peculiares e o assédio moral misto, na mesma linha do assédio moral 
horizontal, este visto em especial nos chefes de família seja pai ou mãe que unem-
se a um ou mais dos filhos para assediar outro membro da família o desejo principal 
é excluir aquele que está incomodando.. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
28 
 
3 ANÁLISE JURISPRUDENCIAL DO ASSÉDIO MORAL NA ATUALIDADE 
 
Seguindo com o estudo e apresentação mais exemplificada do Assédio Moral 
Colateral/ Horizontal, vejamos alguns casos reaisextraídos do livro “Assédio Moral- 
Uma Visão Disciplinar ”-Editora LEAP-2011. Em meio a alguns casos em que se 
verifica o assédio moral em suas modalidades pode-se destacar os seguintes casos. 
 Celso, gerente de uma empresa, ao relacionar-se com um de seu 
subordinado de nome Elaor que por sua vez era contador, e tinha por função 
controlar os custos da frota de veículo da empresa. 
Sendo Elaor competente, desenvolveu um sistema de gestão dos custos que 
registrava e identificava os gastos com cada veículo, o sistema também era capaz 
de realizar outras tarefas. 
Diante deste cenário, Elaor, irritava Celso com os seus relatórios, que por sua 
vez, eram pormenorizados. Com o passar do tempo, Celso, não tinha mais interesse 
em ouvir as apresentações dos resultados alcançados por Elaor,que eram 
apresentados mensalmente. Por isso, de forma inconsciente, passou a constranger 
o seu subordinado, reduzindo-lhe os espaços virtuais e físicos e limitando as 
exposições de Elaor. Por conta disso, cansado da postura adotada por Celso, Elaor 
exasperou-se diante do não reconhecimento de seu trabalho e valoração de seu 
trabalho. 
Neste caso, verifica-se a incompatibilidade emocional, que causou disputa por 
espaço e por sua vez, o real assédio moral que Celso, passara a exercer contra 
Elaor. 
Em outro caso, é possível a constatação do assédio moral exógeno, onde o 
assediador não pertence aos quadros funcionais da organização a qual o assediado 
faz parte. Vejamos: Galdiere, um grande e único fornecedor de certo produto de 
complexa obtenção. Tendo este por seu principal objetivo, acrescer sua margem de 
lucros passa a ver Wilson, gerente de suprimento de computadores com maus 
olhos. (FIORELLI,FIORELLI,MALHADOS JUNIOR,2015,p.33) 
Wilson, por sua vez, era um excelente negociador, que buscava sempre os 
melhores preços. Contudo ao passar do tempo, Galdiere, passa não ter mais 
sucesso em seus argumentos econômicos e desloca sua insatisfação para Wilson, 
que é homossexual introspectivo e tímido, características que o tornava menos 
29 
 
eficiente que Galdiere que descarregava suas frustrações em Wilson, que passou a 
retrair-se a fim de fugir de tudo, prejudicando o seu próprio desempenho. 
Outro caso bem parecido é o de Denilson, pessoa que tão somente a sua 
presença era capaz de gerar inquietação nos colaboradores de uma empresa, no 
caso em tela, Denilson, era um cliente VIP de determinado banco, este por sua vez, 
usava de formas extremas de comportamento para causar constrangimento em uma 
funcionária específica do banco, no caso, Fátima. 
Dentre as formas constrangedoras que este utilizava para transtornar Fátima, 
Denilson, gostava de fazer questionamentos repetitivos, pedir verificação de 
informações desnecessárias e mesmo marcando horário, sempre atrasava-se afim 
de ter motivos para contender com esta. (FIORELLI,FIORELLI,MALHADOS 
JUNIOR,2015,p.33-34) 
No início do tratamento assediador de Denilson, Fátima, não considerava a 
possibilidade de ser tal comportamento proposital, visto que se tratava de um cliente 
especial do banco, no entanto a medida que Fátima atendia este cliente, passou a 
perceber que se tratava de algo pessoa, ou seja, Denilson realmente tinha a 
intenção de atingi-la.(FIORELLI,FIORELLI,MALHADOS JUNIOR,2015,p.33-34) 
Após um ano tentando se esquivar de atender Denilson, o gerente do banco 
passou a fazê-lo, momento em que o cliente simplesmente deixou de comparecer 
pessoalmente ao banco, mantendo tão somente a sua conta na agência bancária. 
Neste caso ficou clara a intenção de Denílson em manter o assédio moral se 
não tivesse sido feita a mudança no atendimento deste, que sem motivo aparente 
tinha prazer em constranger Fátima. 
Outro caso bem interessante é o caso de Neide, técnica em edificações, foi 
forçada a deixar a empresa em que esta prestava seus serviços, pelo fato de seus 
colegas do sexo oposto passarem a não mais admitirem a presença de Neide. 
Os colaboradores, com o comportamento de rejeição para com Neide, 
passaram a criar inúmeras situações com a intenção de causar grande 
constrangimento a Neide, que por não suportar a forma como vinha sendo tratada 
pediu demissão da empresa. (FIORELLI,FIORELLI,MALHADOS JUNIOR,2015,p.37) 
No caso em tela, ocorreu o assédio moral colateral/horizontal de forma 
coletiva, ou seja, a forma mais gravosa de se assediar moralmente alguém. 
Para a prática do assédio em relação a Neide, os seus pares, se utilizavam de 
brincadeiras de mal gosto, restringiam fatos e informações, continuamente. Quando 
30 
 
questionados o por quê de tais praticas, estes, respondiam que nada tinham contra 
ela, tão somente, ela é que não se integrava com os demais. Para Guedes (2005, p. 
27): 
Caracteriza-se este tipo de assédio da seguinte forma:[...] a ação 
discriminatória é desencadeada pelos próprios colegas de idêntico grau na 
escala hierárquica. Os fatores responsáveis por este tipo de perversão 
moral são a competição, a preferência pessoal do chefe por ventura gozada 
peal vítima, a inveja, o racismo, a xenofobia emotivos políticos[...]a vítima 
pode ser golpeada tanto individual como coletivamente”. 
 
Em demonstração de mais um caso, vale ressaltar o que viveu Liziane, uma 
mulher muito atraente, que chefiava o setor de marketing de determinada 
organização prestadora de serviços. Ocorre que, com o passar do tempo, Liziane 
passou a ser hostilizada pelo fato desta obter certas benesses da parte de seu 
superior hierárquico, Liziane tinha seus atrasos tolerados, passava longos períodos 
no toalete, usava maquiagem extravagante e possuía uma postura de símbolo 
sexual entre outras coisas, o excesso de vaidade que Liziane expressava causava 
insatisfação em seus pares. 
Para assediar moralmente Liziane, seus colegas, passaram a isolar aquela, a 
deixando sem companhia para almoçar, não a comunicando sobre reuniões e nem 
mesmo a convidando para confraternizações entre outras práticas. 
Neste caso, a vítima era tratada com desdém e indiferença por parte de seus 
pares,que afirmavam que tudo não passava de uma visão negativa da parte de 
Liziane para com aqueles. (FIORELLI,FIORELLI,MALHADOS JUNIOR,2015,p.39) 
Outros casos interessantes são: 
 
A jovem Eleonor pela primeira vez teve a oportunidade de substituir uma 
professora efetiva em classe de alunos de primeiro ano do curso 
fundamental, em escola de alto nível de qualidade de ensino. Ela chegou 
para ocupar o lugar da professora Celina que se ausentava em licença 
maternidade. Muito experiente e carismática, adorada palas crianças, Celina 
mostrava-se hábil em conciliar a disciplina com ensino. Era daquelas raras 
pessoas que alternam com sabedoria “a mão que bate com a mão que 
afaga”, fazendo com que esta não fosse ofuscada por aquela e vice-versa. 
Eleonor, extremamente preocupada em substituir Celina à altura, não 
conseguiu se impor perante a classe. Crianças são assim. As ações de 
assédio moral começaram com assobios fortuitos, bolinhas de papel vindas 
não se sabe de onde e agravaram-se até que a jovem percebeu-se na antes 
sala do inferno. 
Foram três meses de sofrimento, até que o diretor fez uma visita surpresa: 
abriu a porta, olhou calmamente o cenário e fechou-a. Eleonor foi chamada 
à sua sala logo após a aula, para constatar que havia perdido aquela 
oportunidade. Os alunos venceram. 
(FIORELLI,FIORELLI,MALHADOS JUNIOR,2015,p.41) 
 
31 
 
Este caso teve por desfecho o retorno de Celina e contorno por ela do 
comportamento da turma, que em pouco tempo voltou a comportar-se como antes. 
Após analisar casos reais apresentados em doutrina, passemos a 
acompanhar julgados envolvendo o assédio moral e suas modalidades, bem como, 
os destaques que este tribunalfez em sua sentença sobre o tema assédio moral. 
 
ASSÉDIO MORAL OU GESTÃO INJURIOSA- ENTIDADE FILANTROPICA- 
IDENIZAÇÃO POR DANO MORAL- Seja como assédio moral ou gestão 
injuriosa, o tratamento despótico é incompatível com a dignidade da pessoa, 
com a valorização do trabalho humano e a função social da atividade 
geradora de bens e serviços, assegurados pela Constituição Federal ( 
art.1º,III e IV, art. 5º, XIII, art. 170, caput e III). Nem sempre os objetivos 
econômicos estão na raiz da opressão no ambiente de trabalho, originando-
se no tratamento tirânico, por vezes, em disputas por prestígio ou 
simplesmente pelo exercício abusivo do poder, tanto assim que vem 
crescendo os casos de assédio moral no âmbito do serviço público e no 
chamado terceiro setor (entidades filantrópicas, ONGs etc.). A pesquisadora 
francesa MARIE-FRANCEHIRIGOYEN (2000) alerta que “ A frequência do 
assédio moral nas associações, sobretudo as filantrópicas, mostra bem que 
o fenômeno não está ligado somente a critérios econômicos, rentabilidade 
ou concorrência de mercado, mas muito mais a uma vontade de exercer o 
poder. Estes lugares em que os técnicos da comunicação e da filantropia 
deveriam trabalhar em harmonia estão imersos em coisas não faladas, em 
sentimentos velados, mas também as vezes em cinismo”. Provadas as 
agressões verbais por superior, resta caracterizado atentado à dignidade e 
integridade moral do empregado, de que resulta a obrigação de indenizar 
(art. 5º,V e X, CF; 186 e 927 do NCC) . (TRT 2º R.-RO 01965-2003-004-02-
00- (20060653889)- 4ºT. Rel.p/o Ac. Juiz Ricardo Artur Costa e Trigueiros- 
DOESP 01.09.2006). 
 
A seguir, constata-se no julgado do TRT-RO, que o tribunal sentenciou caso 
de assédio moral horizontal, onde a vítima não apresentava se quer condições de 
manter-se na atividade laborativa, por conseqüência so assédio moral sofrido. 
 
PROC. Nº TRT – 00097 00 - 62. 2009 .5.06.0 011(RO) 
E MENTA: DIREITO DO TRABALHO. RECURSO ORDINÁRIO. ASSÉDIO 
MORAL. I - Há comunicação conflitual no local de trabalho entre colegas ou 
entre superior e subordinado. A pessoa atacada é posta na condição de 
debilidade, sendo agredida direta ou indiretamente por uma ou mais 
pessoas, de forma sistemática, geralmente por um período de tempo 
relativamente longo, tendo por objetivo sua exclusão do mundo do trabalho, 
consistindo num processo que é visto pela vítima como discriminatório. 
Assim, não logrou êxito, todavia, o demandante, em comprovar que teve de 
suportar restrições e humilhações durante meses somados ao isolamento 
ou banimento de atividades corriqueiras e que, daí, tenham advindo 
sequelas psicológicas, por culpa da empresa. II - Apelo a que se nega 
provimento. 
Feitas as considerações acima e analisando o conjunto probatório existente 
nos autos, concluo tal qual o MM. Juízo de 1º grau que a 
hipótese, aparentemente, revela a ocorrência e assédio moral horizontal, 
ou seja, quando a conduta agressiva é praticada pelos próprios colegas de 
trabalho. A expressão acima não foi utilizada aleatoriamente. É que emerge 
dos autos, do conjunto probatório, que os atos não foram praticados de 
forma repetitiva e freqüente por parte do Sr. Fernando Duarte. De mais a 
mais, conclui-se, sem maiores esforços, que o recorrente teve um grande 
32 
 
entrevero com o aludido senhor, o que restou insustentável o desempenho 
de suas atividades no mesmo setor. 
 
No recurso supramencionado reclamante na exordial alegou ter sofrido 
assédio moral horizontal, ou seja, praticado por seus colegas de trabalho, no caso o 
reclamante requereu responsabilização por parte do empregador, o que não foi 
deferido, motivo pelo qual o reclamante recorreu da decisão por meio de recurso 
ordinário, que por sua vez não foi provido, neste caso, não se comprovou qualquer 
participação direta ou indireta da reclamada, que, ao tomar conhecimento dos fatos, 
tomou medidas enérgicas utilizando do seu poder diretivo para de imediato resolver 
o caso. Portanto, não só intenção como a tomada de decisões em resolver seus 
problemas evitando que novas reclamações ou fatos dessa natureza viessem a 
persistir na empresa. 
Diante da narrativa dos fatos na exordial e o julgamento do recurso 
supramencionado o tribunal entendeu que não havia culpa que caracterizasse a 
responsabilização da empresa no caso em tela, tão somente assédio moral 
horizontal. 
Seguidamente julgado abaixo mencionado, trás consigo, não só a matéria do 
assédio moral horizontal, mas também, a conduta omissiva do empregador. 
 
“PROCESSO TRT - RO - 0105400-03.2009.5.18.0053 
RECURSO DE REVISTA - INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS - 
ASSÉDIO MORAL - OFENSAS PROFERIDAS SISTEMATICAMENTE POR 
COLEGAS DE TRABALHO - OMISSÃO DO EMPREGADOR - 
CARACTERIZAÇÃO. A Corte regional concluiu caracterizado o assedio 
moral em face do sofrimento psicológico experimentado pelo autor em 
decorrência do tratamento depreciativo e pejorativo que lhe era dispensado 
pelos colegas de trabalho, respaldado pela conduta omissiva do superior 
hierárquico. A conclusão regional baseou-se na prova colhida, de forma 
que, para alcançar a conclusão a que pretende a reclamada, no sentido de 
que o reclamante não sofreu ofensa a direitos personalíssimos em seu 
ambiente laboral ou não efetuou reclamações ou queixas sobre os insultos 
sofridos, seria necessário o revolvimento do acervo probatório, o que é 
vedado nesta Instância, nos termos do entendimento consubstanciado na 
Súmula nº 126 do TST.Recurso de revista não conhecido. 
Vistos, relatados e discutidos estes autos de Recurso de Revista nº TST-
RR-725-28.2012.5.09.0863, em que é Recorrente EDITORA E GRÁFICA 
PARANÁ PRESS S.A. e Recorrido ANDERSON ALVES PEREIRA”. 
 
Dando prosseguimento, vamos trabalhar agora um julgado que igualmente 
apresenta omissão do empregador, neste julgado a recorrente, na Reclamação 
Trabalhista foi condenado por se omitir diante do assédio moral horizontal praticado 
contra o recorrido, motivo pelo qual veio o recorrente interpor recurso de revista, 
33 
 
que não foi reconhecido, alegou o relator que por ter obrigação de evitar e tomar 
medidas administrativas para punir os assediadores não o fez, a empresa deveria 
pagar a indenização pleiteada. 
Conforme fora alegada na inicial, a vítima do assédio, teve afetada sua honra 
na esfera íntima, devidamente comprovado e confirmada pelas testemunhas, o 
relator utilizou-se do artigo 932, III do Código Civil onde empregador responde 
objetivamente pelos atos daqueles que fazem parte do seu corpo de preposto. 
O art. 932 do Código Civil brasileiro, só ratifica a responsabilidade do 
empregador quando de sua conduta omissiva. 
 
“Art. 932. São também responsáveis pela reparação civil: 
...III - o empregador ou comitente, por seus empregados, serviçais e 
prepostos, no exercício do trabalho que lhes competir, ou em razão dele;” 
 
E finalizando a análise dos julgados, atentemos para o contexto deste, que, 
em seus autos apresenta o assédio moral colateral praticado na administração 
pública. 
 
“E M E N T A 
CIVIL E ADMINISTRATIVO. ASSÉDIO MORAL. SERVIÇO PÚBLICO. 
SITUAÇÕES RECORRENTES DE VIOLAÇÃO AOS DIREITOS DE 
PERSONALIDADE DA SERVIDORA PRATICADA POR OUTROS 
COLEGAS DE TRABALHO. NEXO DE CAUSALIDADE. 
RESPONSABILIDADE EM INDENIZAR. 
1. O assédio moral, no serviço público, configura-se por violência pessoal, 
moral e psicológica praticada entre colegas de mesma ou superior 
hierarquia, com a submissão da vítima a reiteradas situações de 
constrangimento, de incômodo e humilhações, de forma repetitiva e 
prolongada durante a jornada de trabalho e no exercício de suas funções. 
2. No caso, resta configurado o assédio moral, tendo em vista se tratar de 
conduta reiterada, de nítida exposição da servidora a situações humilhantes 
e degradantes em ambientede trabalho, violadoras, inclusive, do Código de 
Ética Profissional dos Servidores Públicos (Decreto nº 1.171/1994), com 
danos à sua integridade psíquica, consoante relatório da própria Comissão 
de Readaptação Funcional da Subsecretaria de Saúde, Segurança e 
Previdência dos Servidores da Secretaria de Administração Pública do 
Governo do Distrito Federal. 
3. Negou-se provimento à apelação. Sentença mantida. 
Código de Verificação: 2014ACO2AM1BRYU5XYM6CBSIAEF 
GABINETE DO DESEMBARGADOR FLAVIO ROSTIROLA. 
Fls.: “Apelação 20120111346890APC” 
 
Após analisar julgados os envolvendo pessoa jurídica direito privado, 
passamos ao julgado onde a parte reclamada é pessoa jurídica de direito público, 
vejamos: 
 Consoante se depreende dos fatos alegados na exordial, bem como na 
apelação, a autora, que por sua vez, é servidora pública, alega estar depressiva em 
34 
 
estágio grave,fato teve início na conduta de seus colegas de trabalho, que a 
trataram com desrespeito, chegando até mesmo a atingi-la fisicamente com 
aparelho celular arremessado contra esta, o assédios e deu de forma contínua, 
motivo pelo qual a vítima foi submetida por seus superiores que a direcionaram a 
fazer uma triagem, objetivando se constatar que a servidora realmente não poderia 
manter-se no ambiente laborativo do qual fazia parte. Após a triagem constatou-se 
que realmente a servidor estava traumatizada com as condutas praticadas contra ela 
por seus colegas de trabalho. Contudo o seu órgão empregador nada fez para que 
cessar condutas. 
Na apelação, de forma exime-se da culpa, o recorrente alegou que a 
servidora já sofria com problemas psicológicos, o que não se comprovou. Ao 
analisar o recurso o relator claramente observa, que a recorrente não nega a 
existência dos fatos, ficando assim os fatos incontroversos. Não havendo, portanto 
como se descaracterizar o dano e o nexo, bem como, não se pode deixar de 
reconhecer que o recorrente nada fez para apurar ou evitar as condutas 
assediadoras praticadas contra a servidora. 
Em suma o acórdão proferido reafirmou a sentença que concedeu a vítima o 
direito de ser indenizada pelo dano sofrido. 
 
3.1 Procedimentos metodológicos 
 
Para a realização deste trabalho acadêmico utilizou-se a metodologia 
qualitativa, com a delimitação do tema entre estudos doutrinários e jurisprudenciais, 
para tanto cabe destacar o que se entende por metodologia qualitativa vejamos: 1. 
Pesquisa Qualitativa A metodologia de pesquisa, para Minayo (2003, p. 16-18) é o 
caminho do pensamento a ser seguido. Ocupa um lugar central na teoria e trata-se 
basicamente do conjunto de técnicas a ser adotada para construir uma realidade. A 
pesquisa é assim, a atividade básica da ciência na sua construção da realidade. A 
pesquisa qualitativa, no entanto, trata-se de uma atividade da ciência, que visa a 
construção da realidade, mas que se preocupa com as ciências sociais em um nível 
de realidade que não pode ser quantificado, trabalhando com o universo de crenças, 
valores, significados e outros construto profundos das relações que não podem ser 
reduzidos à operacionalização de variáveis. Godoy (1995, p.58) explicita algumas 
características principais de uma pesquisa qualitativa, o qual embasam também este 
35 
 
trabalho: considera o ambiente como fonte direta dos dados e o pesquisador como 
instrumento chave; possui caráter descritivo; o processo é o foco principal de 
abordagem e não o resultado ou o produto; a análise dos dados foi realizada de 
forma intuitiva e indutivamente pelo pesquisador; não requereu o uso de técnicas e 
métodos estatísticos; e, por fim, teve como preocupação maior a interpretação de 
fenômenos e a atribuição de resultados. 
Diante de tal método, buscamos a resposta para o seguinte questionamento: 
No direito brasileiro, o assédio moral colateral na atualidade é aceito pelos tribunais? 
Deste modo, a hipótese consiste na averiguação se há ou não a aceitação da 
modalidade colateral do assédio. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
36 
 
 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
Após estudo aprofundado do assédio moral e suas diversas conceituações, 
entendemos ser válido parabenizar os estudiosos que se dedicaram a análise 
profunda do que se entende por assédio moral, claro que demorou muito para que 
se compreendesse esta prática, como ainda o porquê de seus elementos 
constitutivos. 
 Embora o conceito de assédio moral tenha demorado muito para ser 
introduzido no meio científico é de grande valia destacar o psicólogo alemão Heiz 
Leymann que se dedicou profundamente ao estudo do assédio moral, bem como 
tudo que envolve suas causas, sinais e consequências, levando ao surgimento 
concreto de diagnóstico até então não compreendido. 
 Após o diagnóstico que traz consigo assédio moral como raiz de várias 
consequências psíquicas e físicas, este passa a ter uma classificação que por muito 
tempo manteve-se tão somente no assédio moral clássico ou seja, só se 
caracterizava assédio moral se este fosse praticado por superior hierárquico 
desconsiderando qualquer prática que não fosse por este realizada, mesmo sendo 
as práticas idênticas, a mudança do sujeito ativo definiria a existência ou não do 
assédio moral. 
 Como o direito evolui, foi este que passou a apresentar o assédio moral com 
figuras diferentes nos pólos ativos e passivos das práticas assediadoras, a ciência 
psicológica trouxe um conceito relacionado às condutas e o direito apresentou as 
práticas como seus resultados, constatados por agentes que não os do assédio 
moral clássico. 
 Passa-se então a comprovação que o assédio moral pode ser praticado por 
qualquer pessoa em qualquer grau de hierarquia e em qualquer ambiente, essa 
inovação deve-se ao crescimento dos casos envolvendo as práticas e 
consequências do assédio moral em ambientes distintos por pessoas nos diversos 
níveis de hierarquia. 
 Este estudo tem sido tão crescente, que o assédio moral hoje pode ser 
praticado ou sofrido de forma individual ou coletiva, isso prova da evolução do 
entendimento jurídico dado por doutrinadores e jurisprudência, vindo a garantir 
direitos e proteger os sujeitos em qualquer relação, seja um grupo ou mesmo na 
família 
37 
 
A princípio saímos do assédio moral vertical onde só o superior hierárquico 
pode ser o sujeito ativo e passamos para a modalidade colateral onde subordinados 
praticam o assédio moral contra seus pares, neste caso, pessoas do mesmo nível 
hierárquico assediam pessoa ou grupo determinado. 
 Seguidamente, passou-se a visualizar o assédio moral descendente onde se 
inverte o assédio moral clássico, neste, a (s) ou às vítimas encontrou é o superior 
hierárquico que sofrerá as práticas de forma individual ou coletiva. 
 Cada modalidade de assédio moral apresenta as mesmas práticas com 
intenções similares, a variação vai ocorrer nos resultados, psíquicos e científicos 
resultantes do assédio moral, isso pelo fato da vítima desencadear de modo destino 
e específico. Para alguns, basta tão somente um apelido, para outro a humilhação e 
para os sujeitos mais fortes, uma soma de situações e práticas para que só então 
este viesse a sofrer os danos do assédio moral. 
 A grande maioria dos casos de assédio moral apresenta a consequência 
psicológica na vítima, esta, passa a agir das mais diversas formas, alguns por 
exemplo, tornam-se introspectivos, outros isolam-se, outros tornam-se agressivos, 
perdem a produtividade, ficam emotivos, havendo ainda vários outros resultados 
prejudiciais decorrentes do assédio moral, agravando-se caso não tratados ou 
diagnosticados tempo. 
Em se tratando

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