Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
2/22/2016 1 História Natural das doenças Níveis de Prevenção Prof. Dra. Rosana Leal do Prado Objetivo: Conceituar Epidemiologia e descrever aspectos da história natural das doenças, níveis de prevenção, bem como sua aplicação ao trabalho em saúde. “epidemiologia” deriva do grego (epi = sobre; demos = população, povo; logos = estudo). EPIDEMIOLOGIA, HISTÓRIA NATURAL DAS DOENÇAS E NÍVEIS DE PREVENÇÃO Portanto, em sua etimologia, significa “estudo do que ocorre em uma população”. O QUE É EPIDEMIOLOGIA? Qual seu significado? Epidemias Doenças crônicas-degenerativas Agravos à integridade física Para a Associação Internacional de Epidemiologia, criada em 1954, a Epidemiologia tem como objeto o “estudo de fatores que determinam a freqüência e a distribuição das doenças nas coletividades humanas” (ALMEIDA FILHO e ROUQUAYROL, 1992) O Dicionário de Epidemiologia de John Last a define como “o estudo da distribuição e dos determinantes de estados ou eventos relacionados à saúde, em populações específicas, e a aplicação desse estudo para o controle de problemas de saúde” (LAST, 1995) EPIDEMIOLOGIA - DEFINIÇÃO Ciência que estuda o processo saúde-doença na sociedade, analisando a distribuição populacional e os fatores determinantes das enfermidades, danos à saúde e eventos associados à saúde coletiva, propondo medidas específicas de prevenção, controle ou erradicação de doenças e fornecendo indicadores que sirvam de suporte ao planejamento, administração e avaliação das ações de saúde. EPIDEMIOLOGIA - DEFINIÇÃO População Humana 2/22/2016 2 • Informar a situação de Saúde da população: principais problemas de saúde; • Propor estratégias que melhorem o nível de saúde das pessoas que compõem essa comunidade; • Identificar fatores etiológicos das enfermidades; • Avaliar o impacto de ações propostas para alterar a situação encontrada (Ex: testar eficácia das vacinas); OBJETIVOS PROCESSO SAUDE-DOENÇA Fonte: * Adaptado de Vaughan & Morrow(1992). HISTÓRIA NATURAL DAS DOENÇAS Doença/Saúde Saúde: ausência de doença Doença: falha ou perturbação da Saúde? Indivíduo Sadio Morte Doença Clínica Cura Alterações subclínicas SUSCETÍVEL MEIO AMBIENTE AGENTE CAUSADOR Formação do Estímulo patológico no meio ambiente- resposta do homem ao estímulo- alterações que levam a um defeito, invalidez, recuperação ou morte Para se prevenir doenças necessita-se da compreensão da história natural das doenças Estrutura Epidemiológica 2/22/2016 3 Padrões de Progressão das Doenças 1- Sem alcançar limite clínico: hepatites 2- Evolução Crônica: períodos assintomático e outros com sinais/sintomas 3- Aguda: fatal 4- Aguda: clinicamente evidente (sinais e sintomas)- infecciosas 5- Evolução Crônica: progride para o êxito letal após anos- doenças cardiovasculares e degenerativas Classifique em: a,b,c,d,e HISTÓRIA NATURAL DAS DOENÇAS Aparecimento e o progresso da doença no organismo Epidemiologia: estuda processo saúde-doença: CONHECER O PROCESSO PARA INTERROMPÊ-LO! Estágios ou Períodos da História Natural das Doenças HISTÓRIA NATURAL DAS DOENÇAS PERÍODO PRÉ-PATOGÊNESE ou PRÉ PATOLÓGICO FASE DA SUSCETIBILIDADE: Condições que favorecem o aparecimento da doença; Presença de fatores de risco; É possível prevenir???? PERÍODO PRÉ-PATOGÊNESE ou PRÉ PATOLÓGICA INDIVÍDUO MÍNIMO RISCO MÁXIMO RISCO Dependem de vários fatores e do indivíduo (pré condições genéticas:para determinadas doenças, estilo de vida) FATORES SOCIAIS: Socioeconômicos (baixa renda: parasitoses, desnutrição), Sociopolíticos (acesso à informação), Socioculturais (hábitos culturais, crendices) e Psicossociais (ausência de relações parentais estáveis, promiscuidade) FATORES AMBIENTAIS: Fatores que mantêm relações interativas com o agente causador e o indivíduo Ambiente físico: solo, topografia, agentes hídricos, agentes químicos e físicos (industrialização, alimentos c/ agrotóxicos, conservantes) Ambiente humano: uso de medicamentos (gestação-má formação), comportamento das pessoas (dieta, sedentarismo) (ETIOLOGI A) MULTIFATORIALIDADE: ABORDAGEM SISTÊMICA Infarto: Colesterol elevado, diabetes, hipertensão, tipo de personalidade, predisposição genética, ocupação, tipo dealimentação, urbanização, sexo, idade, consumo de cigarros, classe social. FATORES DE RISCO PARA ESSE AGRAVO A SAÚDE: 2/22/2016 4 PERÍODO DE PATOGÊNESE ou PATOLÓGICO RECUPERAÇÃO DA SAÚDE/ RESTABELECIMENTO FÍSICO PERÍODO DE PATOGÊNESE ou PATOLÓGICO Instalação da doença no homem -Interação estímulo-suscetível (fatores para que ocorra a doença estão presentes: alimentos ricos em colesterol: infarto) - Alterações histológicas, bioquímicas, fisiológicas (fase pré-clínica) - Sinais e sintomas (fase-estágio clínico) - Cura, defeitos permanentes, cronicidade, incapacidades ou morte. PERÍODO DE PATOGÊNESE ou PATOLÓGICO FASE PRÉ-CLÍNICA O organismo não tem sinais e sintomas: PODE SER DETECTADA POR EXAMES ou AVALIAÇÕES EX: HIPERTENSÃO: sem sintomas: doença silenciosa Rastreamento nos grupos que em que há maior probabilidade do ocorrer doença INTERVENÇÃO PRECOCE PERÍODO DE PATOGÊNESE ou PATOLÓGICO FASE CLÍNICA • Ao manifestar-se doença encontra-se em estágio avançado • Diversos graus de acometimento: leve, moderado ou grave • A percepção de sinais e sintomas-limiar clínico depende da doença, capacidade do observador, tecnologia empregada • Atuação nessa fase pode ser MERAMENTE CURATIVA e não mais preventiva Exemplo: cálculo renal: remoção cirúrgica curativo Prevenção de novos cálculos PERÍODO DE PATOGÊNESE ou PATOLÓGICO INCAPACIDADE RESIDUAL Doença não progrediu até a morte Não houve cura completa (não possui as mesmas condições anteriores) Sequelas Reabilitação de cunho psicológico, físico ou social EX: pós acidente automobilístico: paraplégico EX: pós 40 anos de tabagismo: falta de ar que não permite caminhar 2/22/2016 5 SAÚDE PÚBLICA EPIDEMIOLOGIA Orienta atuação, avalia, suporte científico PREVENÇÃO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE EPIDEMIOLOGIA Saúde Pública PREVENÇÃO SAÚDE PÚBLICA Evitar doenças, prolongar a vida, desenvolver saúde física e mental Saneamento básico, serviços médicos, tratamento preventivo de doenças ASSEGURAR PADRÃO DE VIDA ADEQUADO À MANUTENÇÃO DA SAÚDE Ação antecipada, prever antes que aconteça, interceptar ou anular a evolução de uma doença PREVENÇÃO Evitar o aparecimento do estágio seguinte da história natural das doenças Interromper o processo da doença que se instalou no organismo humano PREVENÇÃO Profissionais da área da saúde Ações educativas, decisão técnica, ação direta Estruturas socioeconômicas e políticas A BOA PREVENÇÃO DEPENDE: Níveis de Prevenção 2/22/2016 6 PREVENÇÃO PRIMÁRIA: Evitar a doença • Ações dirigidas para manutenção da Saúde Período Pré-Patológico EXEMPLOS: alongamento pré partida de futebol para prevenir lesões musculares, higienização bucal (escovação) MEDIDAS PREVENTIVAS PREVENÇÃO PRIMÁRIA 1° Nível Promoção à saúde 2° Nível Proteção Específica • Educação Sanitária • Alimentação adequada • Habitação adequada • Emprego e salários adequados • Condições para satisfazer necessidades básicas do indivíduo • Vacinação: rubéola • Exame Pré-Natal • Fluoretação da água • Eliminação de exposição a elementos carcinogênios • Quimioprofilaxia • Saúde Ocupacional Ex: Cessar Tabagismo/Atividade Física regular/Bons hábitos alimentares Uso de preservativos: HIV Mutirão da Saúde- Atividadesde Extensão PREVENÇÃO SECUNDÁRIA: Cura Doença em progressão Visam a prevenção da progressão das doenças Visa a prevenção de reincidências, de complicações, de sequelas e óbito. EX: Dieta e exercício em pessoas já infartadas para prevenir outro infarto Fase Patológica PREVENÇÃO SECUNDÁRIA 3° Nível Diagnóstico e tratamento precoce 4° Nível Limitação do Dano • Identificar o processo patológico no seu início, antes de aparecer os sintomas; • Procurar o bacilo da tuberculose em população de risco; • Exames periódicos: medir Pressão Arterial; • Isolamento p/ não propagar • Identificar a doença; • Limitar a extensão das lesões; • Retardar o aparecimento das complicações se não for possível evitá-las; • Evitar sequelas • Diabético 2/22/2016 7 Mutirão da Saúde- Atividades de Extensão PREVENÇÃO TERCIÁRIA: Reabilitação • Ações visam a fase final do processo • Desenvolvimento das capacidades residuais do indivíduo, cujo potencial foi reduzido pela doença • Atenuar a invalidez, promover o ajustamento do paciente a condições irremediáveis • Adaptação- Reduzir incapacidades • Ex: indivíduo com acidente vascular encefálico MEDIDAS PREVENTIVAS PREVENÇÃO TERCIÁRIA 5° Nível Reabilitação • Explorar as capacidades do indivíduo, após ter sido infectado pela doença; • Contribuir para que o indivíduo leve uma vida útil e produtiva; • Prover suporte físico, mental e social- reintegração da pessoa na família, sociedade e trabalho. MEDIDAS PREVENTIVAS Bibliografia Beaglehole, R et al. Epidemiologia Básica. 2 ed. São Paulo: Santos, 2007Pereira, MG. Epidemiologia: teoria e prática. 2 ed. Rio de Janeiro. Guanabara Koogan. 2003-2005. Bonita, R. Epidemiologia básica / R. Bonita, R. Beaglehole, T. Kjellström; [tradução e revisão científica Juraci A. Cesar]. - 2.ed. - São Paulo, Santos. 2010 213p. : il. Rouquayrol, MZ; Filho NA. Epidemiologia e Saúde. 6 edi. Rio de Janeiro: Medsi, 2003. (III, IV, VI) Prova do ENADE 2004
Compartilhar