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Laqueadura Menor 15 anos_20121101

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UNIVERSIDADE	
  FEDERAL	
  DE	
  MATO	
  GROSSO	
  
Discente	
  	
  	
  	
  :	
  Moacir	
  José	
  Outeiro	
  Pinto	
  
Curso	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  :	
  Bacharelado	
  em	
  Direito	
  /	
  Turma:	
  1o	
  ano	
  -­‐	
  Noturno	
  2012	
  
Disciplina	
  :	
  Direito	
  Civil	
  I	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  Data	
  	
  	
  	
  :	
  	
  01/11/2012	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  
	
  
Discente:	
  Moacir	
  José	
  Outeiro	
  Pinto-­‐	
  UFMT	
  –	
  E-­‐mail:	
  moacirjop@superig.com.br	
  Cel:	
  (65	
  )	
  9643-­‐8266	
  –	
  Cuiabá	
  -­‐	
  MT	
   1	
  
	
  
ESTUDO	
  E	
  COMENTÁRIOS	
  À	
  DECISÃO	
  	
  
	
  
Disponível	
  em:	
  	
  http://ultimainstancia.uol.com.br/conteudo/noticias/56045/tj-­‐
rs+autoriza+laqueadura+em+adolescente+de+15+anos+portadora+de+doenca+men
tal.shtml;	
  acessado	
  em	
  27	
  out	
  2012.	
  
	
  
JUSTIÇA	
  AUTORIZA	
  LAQUEADURA	
  EM	
  ADOLESCENTE	
  DE	
  15	
  ANOS	
  
PORTADORA	
  DE	
  DOENÇA	
  MENTAL	
  
	
  
• Pinto,	
   Moacir	
   José	
   Outeiro;	
   Discente	
   da	
   Faculdade	
   de	
   Direito	
   da	
   UFMT	
   –	
  
Turma	
   2012	
   –	
   Período	
   Noturno	
   –	
   Disciplina:	
   Direito	
   Civil	
   I	
   ;	
   e-­‐mail:	
  
moacirjop@superig.com.br	
  	
  
	
  
O	
  FATO:	
  	
  O	
  TJ-­‐RS	
  (Tribunal	
  de	
  Justiça	
  do	
  Rio	
  Grande	
  do	
  Sul)	
  autorizou	
  a	
  realização	
  de	
  
laqueadura	
   tubária	
  em	
  uma	
  adolescente	
  de	
  15	
  anos,	
  portadora	
  de	
  doença	
  mental,	
  
após	
   o	
   nascimento	
   do	
   seu	
   primeiro	
   filho.	
   Segundos	
   os	
   laudos	
   psiquiátricos,	
   a	
  
adolescente	
  não	
  tem	
  qualquer	
  discernimento,	
  sendo	
  necessária	
  a	
  laqueadura	
  tubária	
  
para	
   que	
   não	
   volte	
   a	
   engravidar.	
  	
   O	
   procedimento	
   foi	
  	
   indicado	
   como	
   a	
   única	
  
alternativa	
  para	
  o	
  seu	
  caso,	
  pois	
  	
  a	
  autora	
  não	
  consegue	
  utilizar	
  contraceptivos	
  orais	
  
ou	
  injetáveis	
  e	
  o	
  DIU	
  é	
  contra	
  indicado	
  pela	
  situação	
  de	
  promiscuidade.	
  (	
  Da	
  Redação	
  
do	
  sítio	
  www.ultimainstancia.uol.com.br,	
  2012	
  )	
  	
  
COMENTÁRIO:	
   A	
  presente	
  decisão	
  do	
  TJ-­‐RS	
  através	
  de	
  Acordão,	
  datado	
  de	
  22	
  
mar	
  2012	
  sobre	
  a	
  Apelação	
  Nº	
  70047036728,	
  decerto	
  foi	
  tomada	
  por	
  
observância	
   criteriosa	
  na	
  prudência	
   jurídica	
  a	
  que	
   todos	
  os	
   conflitos	
  
jurídicos	
   devem	
   ser	
   submetidos,	
   procurando	
   estabelecer	
   relação	
  
direta	
  não	
  tão	
  somente	
  sobre	
  o	
  pedido	
  do	
  requerente,	
  mas	
  também	
  
com	
  os	
  efeitos	
  materiais	
  a	
  que	
  uma	
  decisão	
  pode	
  disseminar	
  no	
  meio	
  
social,	
   jurídico	
  e	
  principalmente	
  nos	
  veios	
   jurisprudenciais	
  da	
   justiça	
  
brasileira.	
  
	
   Considerar	
   que	
   todos	
   os	
   adolescentes	
   no	
   Brasil,	
   em	
   especial	
  
aqueles	
   convivas	
   em	
   lares	
   humildes	
   e	
   sem	
   sustentação	
   social	
   e	
  
cultural	
   possuem	
  educação	
   familiar	
   digna	
  para	
   formação	
  humana,	
   é	
  
aceitar	
   a	
   falsa	
   realidade	
   de	
   um	
   país	
   estabilizado	
   no	
   processo	
  
socioeducacional	
  e	
  sociocultural	
  de	
  seu	
  povo,	
  ficando	
  em	
  destaque	
  as	
  
próprias	
  crianças	
  e	
  adolescentes,	
  em	
  especial	
  aquelas	
  com	
  deficiência	
  
mental,	
  que	
  sofrem	
  a	
  marginalidade	
  da	
   segregação	
  social,	
  e	
  quando	
  
mais	
   grave	
   porém	
   não	
   difícil,	
   a	
   	
   própria	
   segregação	
   familiar,	
   tanto	
  
para	
  o	
  convívio	
  fraterno,	
  quanto	
  a	
  saúde	
  e	
  bem	
  estar.	
  
UNIVERSIDADE	
  FEDERAL	
  DE	
  MATO	
  GROSSO	
  
Discente	
  	
  	
  	
  :	
  Moacir	
  José	
  Outeiro	
  Pinto	
  
Curso	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  :	
  Bacharelado	
  em	
  Direito	
  /	
  Turma:	
  1o	
  ano	
  -­‐	
  Noturno	
  2012	
  
Disciplina	
  :	
  Direito	
  Civil	
  I	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  Data	
  	
  	
  	
  :	
  	
  01/11/2012	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  
	
  
Discente:	
  Moacir	
  José	
  Outeiro	
  Pinto-­‐	
  UFMT	
  –	
  E-­‐mail:	
  moacirjop@superig.com.br	
  Cel:	
  (65	
  )	
  9643-­‐8266	
  –	
  Cuiabá	
  -­‐	
  MT	
   2	
  
	
   	
  
	
   Com	
  agravo,	
  o	
  Acordão	
  em	
  epígrafe,	
  tipifica	
  a	
  situação	
  jurídica	
  
da	
   adolescente	
   no	
   que	
   diz	
   respeito	
   a	
   sua	
   real	
   condição	
   de	
  
absolutamente	
   incapaz	
   prevista	
   no	
  Art.	
   3º,	
   Inciso	
   I	
   e	
   II	
   do	
   CC-­‐02,	
   in	
  
verbis,	
  também	
  aplicam-­‐se	
  na	
  decisão	
  a	
  observância	
  nos	
  arts.	
  3º	
  e	
  4º	
  
em	
  seus	
  caputs,	
  e	
  inciso	
  (a)	
  do	
  §	
  único	
  do	
  art.	
  4º	
  ,	
  todos	
  do	
  ECA	
  –	
  90.	
  
A	
   IMPROCEDÊNCIA	
   DA	
   PETIÇÃO	
   INICIAL:	
  Em	
  primeira	
   instância,	
   a	
   juíza	
  de	
  Direito	
  
Vanessa	
   Lima	
  Medeiros,	
   da	
   1ª	
  Vara	
   Judicial	
   da	
   Comarca	
   de	
  Giruá	
   julgou	
   o	
   pedido	
  
improcedente.	
  	
  (	
  Da	
  Redação	
  do	
  sítio	
  www.ultimainstancia.uol.com.br,	
  2012	
  )	
  	
  
COMENTÁRIO:	
  	
   A	
   Propositura	
   inicial	
   para	
   2a	
   Instância,	
   foi	
   protocolada	
   na	
   1a	
  
Vara	
   Judicial	
   da	
   Comarca	
   de	
   Giruá	
   na	
   data	
   de	
   29/11/2011	
   sob	
   o	
  
número	
   100/1.11.0001683-­‐9	
   transcorrendo	
   sob	
   segredo	
   de	
   justiça,	
  
tendo	
  como	
  advogado	
  a	
  defensoria	
  pública	
  do	
  Estado	
  do	
  Rio	
  Grande	
  
do	
  Sul.	
  Estando	
  sob	
  segredo	
  de	
  justiça,	
  	
  o	
  presente	
  processo	
  limita-­‐se	
  
seu	
  acesso	
  público,	
  o	
  que	
  no	
  entanto	
  ao	
  consultar	
  o	
  Site	
  do	
  TJ-­‐RS,	
  foi	
  
de	
  fácil	
  acesso	
  a	
  decisão	
  da	
  Exma.	
  Sra.	
  Juíza	
  de	
  Direito	
  Vanessa	
  Lima	
  
Medeiros,	
   conforme	
   a	
   seguir,	
   em	
   pontos	
   que	
   destacam-­‐se	
   no	
  
fundamento	
  da	
  decisão	
  que	
  indefere	
  o	
  pedido	
  inicial:	
  (	
  Pode-­‐se	
  obter	
  
na	
  íntegra	
  a	
  presente	
  decisão	
  junto	
  ao	
  sitio	
  www.tjrs.jus.br	
  )	
  
	
   	
   	
   Antes	
   porém,	
   	
   vale	
   ressaltar	
   que	
   o	
   transcorrer	
   da	
  
fundamentação	
   desta	
   decisão,	
   a	
   Exma.	
   Sra	
   Juiza	
   de	
  Direito	
   Vanessa	
  
Lima	
  Medeiros,	
  usou	
  por	
  analogia	
  a	
  apelação	
  civil	
  nº	
   	
  70010573723,	
  
julgado	
  em	
  30	
  mar	
  2005,	
  entendimento	
  este	
  esposado	
  pelo	
  eminente	
  
Desembargador	
   José	
   Carlos	
   Teixeira	
   Giorgis,	
   além	
   de	
   em	
   dado	
  
período	
   do	
   textofundamentativo,	
   apresentar	
   dizeres	
   pontuais	
   do	
  
autor	
  Luiz	
  Fernando	
  Calil	
  Freitas	
  (	
  in	
  Direitos	
  Fundamentais	
  ,	
  Limites	
  e	
  
restrições	
   ,	
   Ed.	
   Livraria	
   do	
   Advogado,	
   Porto	
   Alegre,	
   2007,	
   p.	
   45	
   ),	
  
pautando	
   a	
   questão	
   da	
   inconstitucionalidade	
   em	
   decisões	
   que	
  	
  
inflijam	
  Direitos	
  Fundamentais	
  previsto	
  na	
  CFB.	
  	
  	
  
	
   	
   Em	
  Destaque,	
  vistos	
  da	
  Decisão:	
   	
  
	
   	
   (…)	
  A	
  seriedade	
  da	
  medida	
  postulada	
   implica	
  ofensa	
  aos	
  
direitos	
  fundamentais,	
  que	
  estão	
  constitucionalmente	
  protegidos,	
  
uma	
  vez	
  que	
  concedida	
  a	
  autorização	
  para	
  realização	
  da	
  cirurgia,	
  
tal	
   procedimento	
   será	
   definitivo	
   e	
   irreversível.	
   A	
   imposição	
   de	
  
submissão	
   à	
   cirurgia	
   importaria	
   lesão	
   à	
   dignidade	
   da	
   pessoa	
  
humana,	
  aos	
  direitos	
  de	
  liberdade,	
  de	
  igualdade	
  e	
  de	
  intimidade,	
  
já	
  que	
  o	
  resultado	
  almejado	
  pode	
  ser	
  alcançado	
  através	
  de	
  	
  
UNIVERSIDADE	
  FEDERAL	
  DE	
  MATO	
  GROSSO	
  
Discente	
  	
  	
  	
  :	
  Moacir	
  José	
  Outeiro	
  Pinto	
  
Curso	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  :	
  Bacharelado	
  em	
  Direito	
  /	
  Turma:	
  1o	
  ano	
  -­‐	
  Noturno	
  2012	
  
Disciplina	
  :	
  Direito	
  Civil	
  I	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  Data	
  	
  	
  	
  :	
  	
  01/11/2012	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  
	
  
Discente:	
  Moacir	
  José	
  Outeiro	
  Pinto-­‐	
  UFMT	
  –	
  E-­‐mail:	
  moacirjop@superig.com.br	
  Cel:	
  (65	
  )	
  9643-­‐8266	
  –	
  Cuiabá	
  -­‐	
  MT	
   3	
  
	
  
	
   outros	
  meios	
  menos	
   invasivos,	
   não	
   sendo	
   a	
  medida	
   pleiteada	
   a	
  
única	
  maneira	
  de	
  controlar	
  os	
  impulsos	
  sexuais	
  da	
  autora.	
  Sinale-­‐
se	
  que	
  embora	
  a	
  autora	
   seja	
  portadora	
  de	
  doença	
  mental,	
   esta	
  
ainda	
   não	
   se	
   encontra	
   interditada,	
   sendo	
   plenamente	
   capaz,	
  
segundo	
  o	
  ordenamento	
  civil	
  pátrio,	
  de	
  gerir,	
  por	
  si	
  só,	
  os	
  atos	
  da	
  
vida	
  civil,	
  não	
  necessitando	
  de	
  autorização	
  judicial	
  para	
  tanto.	
  E,	
  
mesmo	
   que	
   	
   assim	
   não	
   fosse,	
   entendo	
   que	
   tal	
   procedimento	
   é	
  
desproporcional	
   para	
   atingir	
   o	
   fim	
   colimado,	
   dada	
   a	
   sua	
  
irreversibilidade	
  (…)	
  
	
   	
   (…)	
  eis	
  que	
  há	
  medidas	
  que	
  alcançam	
  resultado	
   igual	
  ou	
  
semelhante	
   e	
   que	
   consubstanciam	
   restrição	
   menos	
   gravosa	
   ao	
  
direito	
   à	
   liberdade,	
   direitos	
   da	
   personalidade	
   e	
   à	
   dignidade	
   da	
  
pessoa	
  humana	
  (…)	
  	
  
	
   	
   (…)	
  E	
  concluiu,	
  taxativamente,	
  que	
  inexiste	
  norma	
  jurídica	
  
com	
  densidade	
  normativa	
  suficiente	
  que	
  autorize	
  a	
  esterilização	
  
de	
   absolutamente	
   incapazes,	
   vez	
   que	
   o	
   art.	
   10,	
   §6º	
   da	
   Lei	
   nº	
  
9263/96	
  ainda	
  carece	
  de	
   regulamentação...	
  E,	
  a	
   rigor,	
  mais	
  não	
  
precisaria	
   ser	
   dito	
   para	
   desacolher	
   a	
   pretensão	
   recursal.	
   De	
  
qualquer	
   sorte,	
   é	
   oportuno	
   destacar	
   que	
   o	
   art.	
   5º	
   da	
   Carta	
  
Magna	
   garante	
   o	
   respeito	
   ao	
   princípio	
   da	
   dignidade	
   da	
   pessoa	
  
humana	
  (art.	
  1º,	
  inc.	
  III,	
  CFB)	
  (…)	
  
	
   	
   (…)	
   Em	
   decorrência	
   do	
   dever	
   de	
   proteção,	
   estabelece-­‐se	
  
uma	
  dupla	
  vinculação	
  dos	
  poderes	
  públicos:	
  no	
  sentido	
  negativo,	
  
a	
  vinculação	
  se	
  dá	
  em	
  termos	
  de	
  vedar	
  toda	
  e	
  qualquer	
  atuação	
  
dos	
   poderes	
   constituídos	
   que	
   importe	
   afronta	
   aos	
   direitos	
  
fundamentais,	
   sob	
   pena	
   de	
   inconstitucionalidade	
   por	
   ação;	
   no	
  
sentido	
   positivo,	
   a	
   vinculação	
   obriga	
   os	
   poderes	
   constituídos	
   a	
  
realizarem	
   tarefas	
   de	
   concretização	
   e	
   efetivação	
   dos	
   direitos	
  
fundamentais,	
   sob	
   pena	
   de	
   inconstitucionalidade	
   por	
   omissão	
  
(grifei).	
   Portanto,	
   mostra-­‐se	
   inviável	
   o	
   deferimento	
   da	
   tutela	
  
pleiteada,	
  por	
  afronta	
  direta	
  ao	
  direito	
  à	
   liberdade	
  e	
   intimidade	
  
da	
   interditada,	
   configurando,	
   como	
   já	
   disse,	
   um	
   tratamento	
  
degradante	
  (…)	
  	
  
	
   	
   (…)	
  É	
  que	
  os	
  direitos	
  fundamentais	
  devem	
  ser	
  analisados	
  
sob	
  o	
  prisma	
  de	
  direitos	
  relativos	
  	
  e	
  não	
  absolutos	
  ,	
  admitindo-­‐se	
  
eventual	
   restrição,	
   quando	
   ponderada	
   pelo	
   princípio	
   da	
  
proporcionalidade...	
   E,	
   no	
   presente	
   caso,	
   a	
   esterilização,	
  
mediante	
   realização	
   da	
   cirurgia	
   de	
   laqueadura	
   tubária,	
   que	
   é	
  
procedimento	
   cirúrgico	
   irreversível,	
   constitui	
   meio	
  
desproporcional	
   para	
   alcançar	
   o	
   fim	
   desejado,	
   que	
   seria	
   a	
  
preservação	
  moral	
  da	
  interditada	
  (…)	
  	
  
	
   	
   (…)	
  Por	
  todas	
  essas	
  motivações,	
  e,	
  porque	
  não	
  vislumbro	
  
a	
   presença	
   de	
   requisitos	
   que	
   autorizem,	
   INDEFIRO	
   o	
   pleito	
   de	
  
autorização	
   para	
   laqueadura	
   tubária,	
   postulado	
   na	
   inicial.	
  
Outrossim,	
  DEFIRO	
  o	
  benefício	
  da	
  assistência	
   judiciária	
  gratuita.	
  
Intimem-­‐se	
  (…)	
  	
  	
  
	
  
	
  
UNIVERSIDADE	
  FEDERAL	
  DE	
  MATO	
  GROSSO	
  
Discente	
  	
  	
  	
  :	
  Moacir	
  José	
  Outeiro	
  Pinto	
  
Curso	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  :	
  Bacharelado	
  em	
  Direito	
  /	
  Turma:	
  1o	
  ano	
  -­‐	
  Noturno	
  2012	
  
Disciplina	
  :	
  Direito	
  Civil	
  I	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  Data	
  	
  	
  	
  :	
  	
  01/11/2012	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  
	
  
Discente:	
  Moacir	
  José	
  Outeiro	
  Pinto-­‐	
  UFMT	
  –	
  E-­‐mail:	
  moacirjop@superig.com.br	
  Cel:	
  (65	
  )	
  9643-­‐8266	
  –	
  Cuiabá	
  -­‐	
  MT	
   4	
  
	
  
O	
  MOTIVO	
  DA	
  PETIÇÃO	
  INICIAL	
  E	
  RECURSAL	
  :	
  Segundo	
  a	
  família,	
  a	
  jovem	
  que	
  sofre	
  
de	
   distúrbios	
   psiquiátricos	
   sérios	
   e	
   irreversíveis,	
   não	
   adere	
   aos	
   tratamentos	
  
propostos,	
  salvo	
  quando	
  está	
  internada,	
  e	
  a	
  mãe	
  e	
  os	
  irmãos	
  não	
  têm	
  condições	
  de	
  
contê-­‐la	
   a	
   fim	
   de	
   evitar	
   uma	
   nova	
   gravidez.	
   .	
   (	
   Da	
   Redação	
   do	
   sítio	
  
www.ultimainstancia.uol.com.br,2012	
  )	
  	
  
COMENTÁRIO:	
  	
   A	
   petição	
   inicial,	
   muito	
   embora	
   não	
   possa	
   ser	
   acessada	
   por	
  
segredo	
   de	
   justiça,	
   claramente	
   é	
   estampada	
   em	
   ambas	
   decisões	
   ,	
  
tanto	
   de	
   1a	
   Instância,	
   quanto	
   de	
   2a	
   Instância,	
   o	
   que	
   a	
   família	
   da	
  
adolescente	
   se	
   vê	
   em	
   desespero	
   pela	
   dificuldade	
   de	
   “controlar”	
   as	
  
ações	
   da	
  menor,	
   seja	
   por	
   sua	
   condição	
   débil	
   no	
   que	
   diz	
   respeito	
   a	
  
mentalidade,	
   quanto	
   em	
   sua	
   condição	
   clínica	
   toxicológica,	
   uma	
   vez	
  
atestar-­‐se	
  o	
  fato	
  da	
  jovem	
  adolescente	
  também	
  ser	
  usuária	
  eventual	
  
de	
  drogas,	
  com	
  impulso	
  a	
  pratica	
  sexual	
  desenfreada,	
  o	
  que	
  culminou	
  
em	
   recente	
   gravidez	
   sem	
   identificação	
  de	
  ou	
  de	
   vários	
   homens	
  que	
  
possam	
  ter	
  mantido	
  relações	
  sexuais	
  com	
  a	
  Jovem	
  e	
  atestarem	
  como	
  
possíveis	
  pais.	
  
	
   	
   	
   Percebe-­‐se	
  também	
  que	
  antecipadamente	
  a	
  família	
  conseguiu	
  
atestados	
   profissionais	
   de	
   alta	
   relevância	
   clínica	
   sobre/da	
  	
  
adolescente	
   (	
   ginecologia,	
   obstrecia,	
   psiquiatria,	
   psicologia,	
   entre	
  
outros)	
  	
  que	
  caracterizam	
  totalmente	
  sua	
  total	
  incapacidade	
  absoluta,	
  
com	
  vias	
   legais	
  para	
   interdição,	
   	
  e	
   falta	
  de	
  discernimento	
  do	
  certo	
  e	
  
do	
  perigoso,	
  tanto	
  que	
  ,	
  segundo	
  as	
  alegações	
  familiares	
  e	
  clínicas,	
  a	
  
jovem	
  adolescente	
  não	
  possuindo	
  discernimento	
  plausível	
  à	
  conduta	
  
humana,	
   se	
   rebela,	
   se	
   recusa,	
   ou	
   não	
   toma	
   por	
   atenção	
   utilizar	
  
métodos	
   contraceptivos	
   de	
   menor	
   impacto	
   ao	
   corpo	
   humano,	
   não	
  
sendo	
  ainda	
  recomendado	
  o	
  uso	
  do	
  DIO,	
   face	
  a	
  sua	
  atividade	
  sexual	
  
impulsiva	
   que	
   pode	
   provocar	
   inicialmente	
   infecções	
   que	
  
comprometerão	
  sua	
  saúde.	
  
	
   	
   	
   Outrossim,	
   há	
   de	
   se	
   constatar	
   a	
   necessidade	
   de	
   se	
   evitar	
   a	
  
concepção	
  intra	
  uterina	
  (gravidez),	
  por	
  motivo	
  fático	
  e	
  constatado	
  da	
  
condição	
   mental	
   da	
   possível	
   genitora,	
   o	
   desamparo	
   do	
   nascituro	
   ,	
  
bem	
  como	
  a	
  possível	
  vivencia	
  em	
  um	
  Lar	
  humilde	
  e	
  desprovido	
  de	
  	
  
	
   	
   condições	
   sociais	
   que	
   possam	
   sustentar	
   com	
   carinho,	
   afeição	
   e	
  
educação	
   o	
   desenvolvimento	
   humano	
   de	
   direito	
   natural	
   e	
   civil	
   ao	
  
filho(a).	
  
UNIVERSIDADE	
  FEDERAL	
  DE	
  MATO	
  GROSSO	
  
Discente	
  	
  	
  	
  :	
  Moacir	
  José	
  Outeiro	
  Pinto	
  
Curso	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  :	
  Bacharelado	
  em	
  Direito	
  /	
  Turma:	
  1o	
  ano	
  -­‐	
  Noturno	
  2012	
  
Disciplina	
  :	
  Direito	
  Civil	
  I	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  Data	
  	
  	
  	
  :	
  	
  01/11/2012	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  
	
  
Discente:	
  Moacir	
  José	
  Outeiro	
  Pinto-­‐	
  UFMT	
  –	
  E-­‐mail:	
  moacirjop@superig.com.br	
  Cel:	
  (65	
  )	
  9643-­‐8266	
  –	
  Cuiabá	
  -­‐	
  MT	
   5	
  
	
   	
   	
   	
   	
   	
  
	
   	
   	
   Conforme	
   constatado	
   clinicamente,	
   a	
   única	
   solução	
   é	
   a	
  
“Laqueadura	
  Tubária”	
  da	
  Adolescente,	
  e	
  por	
  tratar-­‐se	
  de	
  um	
  conflito	
  
jurídico	
   diante	
   das	
   normas	
   sociais	
   e	
   legais,	
   apelou-­‐se	
   ao	
   poder	
  
judiciário	
  o	
  socorro	
  à	
  decisão.	
   	
  
O	
   AMPARO	
   LEGAL	
   DA	
   DECISÃO	
   DE	
   2ª	
   INSTÂNCIA:	
   De	
   acordo	
   com	
   o	
   processo,	
   o	
  
pedido	
  está	
  amparado	
  na	
  Lei	
  9.263/96,	
  	
  que	
  trata	
  do	
  planejamento	
  familiar	
  e	
  prevê	
  a	
  
possibilidade	
   de	
   esterilização	
   voluntária,	
  mediante	
   autorização	
   judicial,	
   no	
   caso	
   de	
  
pessoas	
   absolutamente	
   incapazes.	
   .	
   (	
   Da	
   Redação	
   sítio	
   do	
  
www.ultimainstancia.uol.com.br,	
  2012	
  )	
  	
  
COMENTÁRIO:	
  	
   A	
  princípio	
  a	
  Lei	
  9263/96	
  ,	
  segundo	
  constatado,	
  regula	
  o	
  §	
  7o	
  
do	
   art.	
   226	
   da	
   Constituição	
   Federal,	
   que	
   trata	
   do	
   planejamento	
  
familiar,	
  estabelece	
  penalidades	
  e	
  dá	
  outras	
  providências,	
  e	
  per	
  si,	
  em	
  
seu	
  art.	
  10o	
  §	
  6º	
  	
  prescreve	
  que	
  “A	
  esterilização	
  cirúrgica	
  em	
  pessoas	
  
absolutamente	
   incapazes	
   somente	
   poderá	
   ocorrer	
   mediante	
  
autorização	
   judicial,	
   regulamentada	
  na	
   forma	
  da	
   Lei”	
   ,	
   além	
  do	
  que	
  
demais	
   artigos	
   da	
  mesma	
   Lei	
   apresentam	
   substâncias	
   analógicas	
   ao	
  
referido	
  caso.	
  	
  
	
   	
   	
   Podemos	
  também	
  colocar	
  em	
  destaque,	
  e	
  acredito	
  seja	
  o	
  que	
  
auxiliou	
  a	
  decisão	
  da	
  2a	
  Instância,	
  o	
  próprio	
  Estatuto	
  da	
  Criança	
  e	
  do	
  
Adolescente	
   ,	
   que	
   em	
   contra-­‐partida	
   às	
   alegações	
   iniciais	
   do	
  
indeferimento	
  quanto	
  a	
   regulamentação	
  da	
   Lei	
   9263/96,	
  o	
  presente	
  
Estatuto	
  em	
  seus	
  arts.	
  3º	
  e	
  4º	
  e	
  seus	
  caputs,	
  e	
  inciso	
  (a)	
  do	
  §	
  único	
  do	
  
art.	
   4º	
   ,	
   todos	
   do	
   ECA	
   –	
   90,	
   prescrevem	
   claramente	
   os	
   direitos	
  
fundamentais	
  e	
  a	
  prioridade	
  a	
  que	
  estes	
   (	
  Crianças	
  e	
  Adolescentes	
   )	
  
estão	
  submetidos	
  nos	
  conflitos	
  judiciais	
  a	
  que	
  forem	
  inseridos.	
  	
  
	
   	
   	
   Neste	
   conflito	
   jurídico,	
   entende-­‐se	
   ,	
   também	
   coube	
   a	
  
aplicação	
   dos	
   Principais	
   Gerais	
   do	
   Direito,	
   conforme	
   prescrito	
   na	
  
LINDB	
   em	
   seu	
   art.	
   4o	
   ,	
   in	
   verbis,	
   	
   muito	
   além	
   daquilo	
   que	
   está	
  
positivado	
  no	
  arcabouço	
  Legal	
  do	
  País,	
  a	
  base	
  filosófica	
  e	
  sociológica	
  
do	
   Direito	
   dão	
   apoio	
   e	
   coerência,	
   e	
   respaldam	
   o	
   ideal	
   de	
   Justiça	
   ,	
  
onde	
  no	
  eventual	
  e	
  fatídico	
  entendimento	
  da	
  existência	
  da	
  lacuna	
  ou	
  
da	
   omissão	
   legal,	
   estes	
   princípios	
   sustentaram	
   a	
   decisão	
   do	
  
magistrados	
  de	
  2a	
  Instância.	
  
	
  
	
  
UNIVERSIDADE	
  FEDERAL	
  DE	
  MATO	
  GROSSO	
  
Discente	
  	
  	
  	
  :	
  Moacir	
  José	
  Outeiro	
  Pinto	
  
Curso	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  :	
  Bacharelado	
  em	
  Direito	
  /	
  Turma:	
  1o	
  ano	
  -­‐	
  Noturno	
  2012	
  
Disciplina:	
  Direito	
  Civil	
  I	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  Data	
  	
  	
  	
  :	
  	
  01/11/2012	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  
	
  
Discente:	
  Moacir	
  José	
  Outeiro	
  Pinto-­‐	
  UFMT	
  –	
  E-­‐mail:	
  moacirjop@superig.com.br	
  Cel:	
  (65	
  )	
  9643-­‐8266	
  –	
  Cuiabá	
  -­‐	
  MT	
   6	
  
	
  
FUNDAMENTO	
  DA	
  DECISÃO	
  DE	
  2ª	
  INSTÂNCIA:	
  ...No	
  entanto,	
  o	
  desembargador	
  Luiz	
  
Felipe	
  Brasil	
  Santos,	
  da	
  8ª	
  Câmara	
  Cível	
  do	
  TJ-­‐RS,	
  	
  votou	
  pela	
  procedência	
  do	
  pedido,	
  
alegando	
  que	
  caso	
  não	
  autorizada	
  a	
  laqueadura,	
  muito	
  em	
  breve	
  o	
  Judiciário	
  poderá	
  
estar	
  julgando	
  processos	
  de	
  destituição	
  de	
  poder	
  familiar	
  dos	
  filhos	
  da	
  adolescente,	
  
notoriamente	
   incapaz	
  de	
  exercer	
  a	
  maternidade	
  responsável.	
  O	
  magistrado,	
  relator	
  
do	
   processo,	
  	
   também	
   analisou	
   que	
   o	
   contexto	
   familiar	
   em	
   que	
   a	
   adolescente	
   se	
  
encontra	
   inserida	
   tem	
   um	
   longo	
   histórico	
   de	
   acompanhamento	
   pelo	
   Conselho	
  
Tutelar,	
   em	
   razão	
   da	
   vulnerabilidade	
   social.	
   "Não	
   podemos	
   negar	
   a	
   providência	
  
jurisdicional	
   que	
   nos	
   é	
   reclamada.	
   Não	
   pode	
   o	
   Judiciário	
   permitir	
   que	
   essa	
   jovem,	
  
doente	
   mental,	
   inserida	
   num	
   contexto	
   familiar	
   completamente	
   comprometido	
   e	
  
vulnerável,	
  esteja	
  sujeita	
  a	
  repetidas	
  gestações,	
  trazendo	
  ao	
  mundo	
  crianças	
  fadadas	
  
aos	
  abandono,	
   sem	
   falar	
  nos	
   riscos	
  à	
  própria	
   saúde	
  da	
  gestante,	
  que	
  por	
   todas	
  as	
  
suas	
   limitações,	
  sequer	
  adere	
  ao	
  pré-­‐natal",	
  	
  afirmou	
  o	
  magistrado.	
   .	
   (	
  Da	
  Redação	
  
do	
  sítio	
  www.ultimainstancia.uol.com.br,	
  2012	
  )	
  	
  
COMENTÁRIO:	
  	
   (	
  vide	
  anexo	
  2,	
  “Acordão	
  da	
  Apelação	
  70047036728”	
  ).	
  
	
   	
   	
   A	
  exemplo	
  do	
  indeferimento	
  provido	
  na	
  1a	
   Instância,	
  a	
  seguir	
  
destacamos	
   alguns	
   trechos	
   da	
   decisão	
   de	
   2a	
   Instância,	
   o	
   que	
  
notoriamente	
   pode-­‐se	
   perceber	
   os	
   contrapontos	
   entre	
   ambas	
  
decisões	
  ,	
  principalmente	
  no	
  que	
  se	
  refere	
  a	
  termos	
  Constitucionais	
  e	
  
Princípios	
   Gerais	
   do	
   Direito,	
   o	
   que	
   em	
   1a	
   Instância	
   praticamente	
  
tomou-­‐se	
  como	
  fundamento	
  a	
  positivação	
  do	
  Direito	
  em	
  forma	
  de	
  Lei	
  	
  
“ipsi	
   literis”	
   com	
   interpretação	
   fria	
   e	
   sem	
   sopesar	
   questões	
  
puramente	
   de	
   Direitos	
   em	
   sua	
   Totalidade,	
   o	
   que	
   entendo	
   que	
   se	
  
houvesse	
  o	
  mínimo	
  “olhar”	
  do	
  Direito	
  em	
  âmbito	
  Social	
  e	
  Filosófico	
  ,	
  
observando	
   os	
   princípio	
   gerais	
   que	
   norteiam	
   a	
   preventiva	
   justiça,	
   e	
  
seu	
   modo	
   pluralista,	
   com	
   certeza	
   não	
   haveria	
   a	
   necessidade	
   da	
  
apelação.	
  
	
   	
   	
   Deste	
   modo,	
   destacam-­‐se	
   a	
   seguir	
   os	
   devidos	
   trechos	
  
decisivos	
  do	
  respectivo	
  Acordão:	
  	
  
(RELATÓRIO)	
  
	
  
DES.	
  LUIZ	
  FELIPE	
  BRASIL	
  SANTOS	
  (RELATOR)	
  
(...) AO CONTRÁRIO DO AFIRMADO NA SENTENÇA, HÁ 
INDICAÇÃO MÉDICA EXPRESSA PARA A 
LAQUEADURA, COMO ÚNICA ALTERNATIVA PARA O 
SEU CASO, POIS NÃO CONSEGUE UTILIZAR 
CONTRACEPTIVOS ORAIS OU INJETÁVEIS E O DIU É 
UNIVERSIDADE	
  FEDERAL	
  DE	
  MATO	
  GROSSO	
  
Discente	
  	
  	
  	
  :	
  Moacir	
  José	
  Outeiro	
  Pinto	
  
Curso	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  :	
  Bacharelado	
  em	
  Direito	
  /	
  Turma:	
  1o	
  ano	
  -­‐	
  Noturno	
  2012	
  
Disciplina	
  :	
  Direito	
  Civil	
  I	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  Data	
  	
  	
  	
  :	
  	
  01/11/2012	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  
	
  
Discente:	
  Moacir	
  José	
  Outeiro	
  Pinto-­‐	
  UFMT	
  –	
  E-­‐mail:	
  moacirjop@superig.com.br	
  Cel:	
  (65	
  )	
  9643-­‐8266	
  –	
  Cuiabá	
  -­‐	
  MT	
   7	
  
 
CONTRAINDICADO PELA SITUAÇÃO DE 
PROMISCUIDADE; (5) SE NÃO FOR REALIZADO O 
PROCEDIMENTO, A AUTORA VOLTARÁ A 
ENGRAVIDAR SUCESSIVAMENTE E SEUS FILHOS 
FICARÃO AO DESAMPARO, POIS PADECE DE 
ENFERMIDADE PSIQUIÁTRICA IRREVERSÍVEL; (6) SUA 
SITUAÇÃO SE INSERE PERFEITAMENTE NA PREVISÃO 
LEGAL DO §6º DO ART. 10 DA LEI 9263/96. PEDE 
PROVIMENTO (...)	
  
	
  
(VOTOS)	
  
	
  
DES.	
  LUIZ	
  FELIPE	
  BRASIL	
  SANTOS	
  (RELATOR)	
  
Tem	
  razão	
  a	
  apelante.	
  	
  
O	
   caso	
   dos	
   autos	
   se	
   insere	
   perfeitamente	
   na	
   hipótese	
  
prevista	
   no	
   §	
   6º	
   do	
   art.	
   10	
   da	
   Lei	
   9263/96,	
   que	
   rege	
   o	
  
planejamento	
   familiar,	
   uma	
   vez	
   que	
   prevê	
   a	
   necessidade	
   de	
  
autorização	
   judicial	
   para	
   os	
   casos	
   de	
   esterilização	
   cirúrgica	
   de	
  
absolutamente	
  incapazes.	
  
A	
  menor	
  ANGÉLICA	
  sofre	
  de	
  distúrbios	
  psiquiátricos	
  sérios	
  
e	
  irreversíveis	
  (CID	
  10	
  F19,	
  F29	
  e	
  F79),	
  não	
  adere	
  aos	
  tratamentos	
  
propostos,	
   salvo	
   quando	
   está	
   internada	
   e	
   a	
   família	
   não	
   tem	
  
condições	
  de	
  contê-­‐la	
  a	
  fim	
  de	
  evitar	
  uma	
  nova	
  gravidez.	
  (...)	
  	
  
(...)	
   Há	
   nos	
   autos	
   parecer	
   conjunto	
   (fls.	
   13/16)	
   dos	
  
profissionais	
   que	
   atendem	
   a	
   menina	
   (psiquiatra,	
   psicóloga	
   e	
  
fisioterapeuta)	
   indicando	
   a	
   laqueadura	
   tubária	
   como	
   a	
   melhor	
  
alternativa	
  para	
  evitar	
  novas	
  gestações	
  (...)	
  
(...)	
   Na	
   mesma	
   linha	
   a	
   conclusão	
   do	
   laudo	
   da	
   obstetra	
  
Cínara	
   De	
   Oliveira	
   Kopacek	
   Gonçalves,	
   lançada	
   nos	
   seguintes	
  
termos	
  (fl.	
  11):	
  
	
  
“Se	
  mesmo	
  as	
  medicações	
  essenciais	
  para	
  a	
  sua	
  saúde	
  mental	
  ela	
  
não	
  usa,	
  concluo	
  que	
  contraceptivos	
  orais	
  ou	
  injetáveis	
  também	
  
estão	
   fora	
  de	
  questão,	
  o	
  uso	
  de	
  DIU	
   (dispositivo	
   intra-­‐uterino)	
  
está	
  contra	
  indicado	
  em	
  situações	
  de	
  promiscuidade	
  e	
  de	
  risco	
  de	
  
infecções	
   pélvicas,	
   os	
   quais	
   não	
   estão	
   descartados,	
   o	
   uso	
   de	
  
preservativos	
   necessita	
   de	
   aceitação	
   pelo	
   parceiro,	
   o	
   qual	
  
ninguém	
  sabe	
  quem	
  é.	
   Sem	
  mais	
  a	
  acrescentar,	
   chego	
  a	
  que	
   se	
  
não	
   for	
   realizada	
   laqueadura	
   tubária	
   na	
   paciente	
   ela	
   tornará	
   a	
  
engravidar	
   em	
   pouco	
   tempo,	
   e	
   com	
   sua	
   patologia	
   psiquiátrica	
  
irreversível	
  os	
  seusfilhos	
  estarão	
  à	
  margem	
  da	
  sociedade”.	
  	
  
	
  	
  
(...)	
   Não	
   podemos	
   negar	
   a	
   providência	
   jurisdicional	
   que	
  
nos	
  é	
  reclamada.	
  Não	
  pode	
  o	
  Judiciário	
  permitir	
  que	
  essa	
  jovem,	
  
doente	
  mental,	
  inserida	
  num	
  contexto	
  familiar	
  completamente	
  	
  
UNIVERSIDADE	
  FEDERAL	
  DE	
  MATO	
  GROSSO	
  
Discente	
  	
  	
  	
  :	
  Moacir	
  José	
  Outeiro	
  Pinto	
  
Curso	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  :	
  Bacharelado	
  em	
  Direito	
  /	
  Turma:	
  1o	
  ano	
  -­‐	
  Noturno	
  2012	
  
Disciplina	
  :	
  Direito	
  Civil	
  I	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  Data	
  	
  	
  	
  :	
  	
  01/11/2012	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  
	
  
Discente:	
  Moacir	
  José	
  Outeiro	
  Pinto-­‐	
  UFMT	
  –	
  E-­‐mail:	
  moacirjop@superig.com.br	
  Cel:	
  (65	
  )	
  9643-­‐8266	
  –	
  Cuiabá	
  -­‐	
  MT	
   8	
  
	
  
comprometido	
  e	
  vulnerável,	
  esteja	
  sujeita	
  e	
  repetidas	
  gestações,	
  
trazendo	
  ao	
  mundo	
  crianças	
  fadadas	
  ao	
  abandono,	
  sem	
  falar	
  nos	
  	
  
risco	
   à	
   própria	
   saúde	
   da	
   gestante,	
   que	
   por	
   todas	
   as	
   suas	
  
limitações,	
  sequer	
  adere	
  ao	
  pré-­‐natal	
  (...)	
  	
  
(...)	
   Ora,	
   que	
   dignidade	
   há	
   na	
   procriação	
   involuntária	
   e	
  
irracional	
   que	
   despeja	
   crianças	
   indesejadas	
   no	
   mundo,	
   sem	
  
envolvimento	
   por	
   parte	
   dos	
   genitores	
   e	
   sem	
   condições	
   para	
   o	
  
exercício	
  da	
  parentalidade	
  responsável?	
  
É	
  uma	
  medida	
  extrema,	
  sem	
  dúvida,	
  mas	
  que	
  visa	
  evitar	
  
um	
   mal	
   maior,	
   qual	
   seja,	
   o	
   nascimento	
   de	
   bebês	
   fadados	
   ao	
  
abandono	
  e	
  à	
  negligência.	
  Nada	
  mais	
  triste.	
  
Por	
   tudo	
   isso	
   é	
  que	
  DOU	
  PROVIMENTO	
  à	
  apelação	
  para	
  
autorizar	
  a	
  laqueadura	
  tubária	
  e	
  ser	
  realizada	
  pelo	
  SUS	
  na	
  menor	
  
ANGÉLICA	
  N.	
  R.	
  (...)	
  	
  
	
  
DES.	
  RICARDO	
  MOREIRA	
  LINS	
  PASTL	
  (REVISOR)	
  
Examinando	
  os	
  autos,	
  consigno	
  a	
  complexidade	
  do	
  tema,	
  
que	
   reclama	
   reflexão	
   frente	
   a	
   cada	
   caso	
   concreto	
  que	
  bate	
   nas	
  
portas	
  do	
  Poder	
  Judiciário	
  (...)	
  
(...)	
  estou	
  acompanhando	
  o	
  voto	
  do	
  eminente	
  Relator,	
  na	
  
medida	
   em	
   que	
   o	
   quadro	
   de	
   saúde	
   física	
   e	
   mental	
   da	
  
adolescente,	
   que	
   é	
   portadora	
   de	
   patologias	
   psíquicas	
   e	
   usuária	
  
de	
   drogas	
   e	
   álcool,	
   é	
   grave	
   e	
   sem	
   perspectiva	
   de	
   melhora,	
  
recusando-­‐se	
   ainda	
   Angélica	
   a	
   aderir	
   ao	
   tratamento	
  
medicamentoso	
  (...)	
  	
  	
  
(...)	
   bem	
   como	
   à	
   conclusão	
   de	
   que	
   "a	
   paciente	
   não	
  
percebe	
   a	
   relação	
   de	
   causa	
   e	
   efeito	
   de	
   seus	
   comportamentos"	
  
(fls.	
   10	
   e	
   14),	
   sufragam	
   o	
   entendimento	
   de	
   que	
   a	
   laqueadura	
  
tubária	
   é	
   medida	
   necessária	
   para	
   conter	
   o	
   agravamento	
   da	
  
situação	
   e	
   evitar	
   que	
   crianças	
   já	
   sabidamente	
   desamparadas	
  
sejam	
  geradas.	
  
Aspecto	
   de	
   maior	
   relevância	
   e	
   digno	
   de	
   nota	
   é	
   que	
   a	
  
opção	
   pelo	
   procedimento	
   cirúrgico	
   como	
  método	
   contraceptivo	
  
não	
  advém	
  de	
  opinião	
  pessoal	
  da	
  mãe	
  de	
  Angélica,	
  mas,	
  isso	
  sim,	
  
de	
   profissionais	
   responsáveis	
   pelos	
   tratamentos	
   ministrados	
   à	
  
adolescente	
   (ginecologista,	
   psiquiatra,	
   psicóloga	
   e	
   terapeuta	
  
ocupacional,	
   fls.	
   10/11	
   e	
   13/15),	
   não	
   podendo	
   esse	
  
posicionamento	
   técnico	
   ser	
   ignorado	
   em	
   detrimento	
   de	
  
elucubrações	
  teóricas	
  a	
  respeito	
  de	
  violações,	
  em	
  tese,	
  ao	
  direito	
  
à	
   intimidade,	
   à	
   liberdade	
   e	
   suposto	
   resguardo	
   à	
   sua	
   dignidade,	
  
quando,	
   em	
   verdade,	
   as	
   reiteradas	
   gestações	
   é	
   que	
   a	
   colocam	
  
em	
  risco	
  (...)	
  
(...)	
   Todavia,	
   aqui,	
   a	
   situação	
   retratada,	
   que	
   há	
   tempos	
  
vem	
  sendo	
  acompanhada	
  por	
  experts,	
  recomenda	
  a	
  utilização	
  do	
  
método	
  ante	
  a	
  gritante	
  ausência	
  de	
  perspectivas	
  e	
  até	
  mesmo	
  de	
  	
  
UNIVERSIDADE	
  FEDERAL	
  DE	
  MATO	
  GROSSO	
  
Discente	
  	
  	
  	
  :	
  Moacir	
  José	
  Outeiro	
  Pinto	
  
Curso	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  :	
  Bacharelado	
  em	
  Direito	
  /	
  Turma:	
  1o	
  ano	
  -­‐	
  Noturno	
  2012	
  
Disciplina	
  :	
  Direito	
  Civil	
  I	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  Data	
  	
  	
  	
  :	
  	
  01/11/2012	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  
	
  
Discente:	
  Moacir	
  José	
  Outeiro	
  Pinto-­‐	
  UFMT	
  –	
  E-­‐mail:	
  moacirjop@superig.com.br	
  Cel:	
  (65	
  )	
  9643-­‐8266	
  –	
  Cuiabá	
  -­‐	
  MT	
   9	
  
	
  
esperanças	
   acerca	
   da	
  melhora	
   do	
   quadro	
   psíquico	
   de	
   Angélica,	
  
que	
  nem	
  com	
  internação	
  psiquiátrica	
  consegue	
  manter-­‐se	
  lúcida	
  
e	
  ter	
  ciência	
  da	
  consequência	
  de	
  seus	
  atos.	
  
Impera	
   sopesar	
   ainda	
   a	
   alta	
   probabilidade	
   de	
   os	
  
concepturos	
  não	
  terem	
  chances	
  mínimas	
  de	
  conviver	
  dignamente	
  
na	
  sua	
  família	
  natural,	
  até	
  porque	
  nem	
  se	
  tem	
  conhecimento	
  da	
  
identidade	
  dos	
  companheiros	
  de	
  Angélica.	
  (...)	
  	
  
(...)	
  Assim,	
  mesmo	
  que	
  o	
  art.	
  10,	
  §	
  6°,	
  da	
  Lei	
  n°	
  9.263/96	
  
ainda	
  não	
  tenha	
  sido	
  regulamentado,	
  na	
  compreensão	
  de	
  que	
  a	
  
vida	
   é	
  mais	
   rica	
   do	
   que	
   a	
   lei,	
   e	
  muito	
  mais	
   dinâmica	
   do	
   que	
   o	
  
processo	
  de	
  edição	
  das	
  normas,	
  deve	
  o	
  julgador	
  enfrentar	
  o	
  caso	
  
concreto,	
  encontrar	
  uma	
  solução,	
  não	
  podendo	
  se	
  evadir	
  de	
  seu	
  
mister	
  (...)	
  	
  
(...	
   )	
   Para	
   encerrar,	
   registro	
   que	
   evidentemente	
   não	
   se	
  
está	
   aqui	
   a	
   tolher	
   o	
   direito	
   de	
   constituir	
   família,	
   mas,	
  
diversamente,	
   reconhecendo	
   a	
   patente	
   incapacidade	
   de	
   a	
  
adolescente	
  gerar	
  filhos	
  e	
  responsabilizar-­‐se	
  por	
  eles	
  (...)	
  	
  
(...)	
   Portanto,	
   sopesando	
   as	
   peculiaridades	
   do	
   caso	
  
concreto,	
  subscrevo	
  a	
   lúcida	
   fundamentação	
  contida	
  no	
  voto	
  do	
  
nobre	
  Relator,	
  para	
  dar	
  provimento	
  do	
  apelo.DES.	
  RUI	
  PORTANOVA	
  (PRESIDENTE)	
  
De	
  acordo	
  com	
  o(a)	
  Relator(a).	
  
	
  
FIM	
  
	
  
ANEXOS:	
  
1	
  –	
  Texto	
  da	
  Redação	
  do	
  Sítio:	
  www.ultimainstancia.uol.com.br	
  	
  
2	
  –	
  Acordão	
  da	
  Apelação	
  70047036728	
  –	
  TJ-­‐RS	
  
Cuiabá, 27 de Outubro de 2012. 
 
MOACIR JOSÉ OUTEIRO PINTO 
RA 201211211022

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