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Eletricidade Ba´sica Notas de aula da disciplina F´ısica III-ICEN-CUR-UFMT Prof. Dr. Rosevaldo de Oliveira 16 de Dezembro de 2010 Conteu´do 1 Ferramentas Matema´ticas 1 1.1 Coodenadas Curvil´ıneas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1 1.2 Campos Vetoriais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3 1.2.1 Teorema da Divergeˆncia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3 1.2.2 Integrais de Linha . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4 1.2.3 Teorema de Stokes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4 2 Lei de Coulomb e o Campo Ele´trico 5 2.1 Lei de Coulomb . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5 2.2 Campo Ele´trico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5 2.3 Teorema da divergeˆncia e a 1◦ Equac¸a˜o de Maxwell . . . . . . . . . . . . . . . . . 6 3 Energia Potencial e Potencial Ele´trico 8 3.1 Trabalho realizado sobre uma carga pontual q num campo gerado por uma carga Q 8 3.2 Forc¸a conservativa: Energia Potencial Ele´trica de uma carga pontual . . . . . . . 9 3.3 Potencial Ele´trico de uma carga pontual . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10 3.4 Energia potencial de um sistema de part´ıculas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11 3.5 A 1◦ Equac¸a˜o de Maxwell e o potencial ele´trico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11 3.6 Lista de Exerc´ıcios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12 4 Meios Diele´tricos e Capacitores 15 4.1 Material Diele´trico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15 4.2 Capacitores Planos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16 4.3 Energia Elestrosta´tica Armazenada em Capacitores . . . . . . . . . . . . . . . . . 17 4.4 Condic¸o˜es de Fronteiras em Diele´trico-Diele´trico . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19 5 Condutores Meta´licos 20 5.1 Materiais condutores e a lei de Ohm . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20 5.2 Corrente e Resisteˆncia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20 5.3 Condic¸o˜es de Fronteiras em condutores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22 6 Campo Magne´tico e Materiais Magne´ticos 24 6.1 Forc¸a Magne´tica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24 6.2 Forc¸a de Lorentz . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24 6.3 Forc¸a Magne´tica sobre uma Corrente . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24 6.4 Lei de Biot e Savart . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24 6.5 Materiais Magne´ticos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25 6.5.1 Classificac¸a˜o dos Materiais Magne´ticos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25 i 7 Equac¸o˜es de Maxwell 29 7.1 Equac¸o˜es de Maxwell em um Meio Qualquer . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29 7.2 As Equac¸o˜es de Maxwell na Forma Integral . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29 7.3 Lei de Faraday . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30 7.4 Lei de Ampe`re . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30 7.4.1 Corrente nula e Campo Ele´trico varia´vel . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31 7.4.2 Campo Ele´trico constante ou nulo e Corrente ele´trica na˜o nula . . . . . . 31 7.4.3 Campo Ele´trico varia´vel e Corrente ele´trica na˜o nula . . . . . . . . . . . . 31 8 Ondas Eletromagne´ticas 33 9 Circuitos 34 9.1 Elementos ba´sicos de um circuitos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34 9.2 Circuito de corrente cont´ınua . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34 9.3 Transientes em Circuitos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34 9.4 Circuitos de corrente alternada . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34 9.5 Sistemas Polifa´sicos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34 9.6 Harmoˆnicos em circuitos e Se´rie de Fourier . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34 ii Cap´ıtulo 1 Ferramentas Matema´ticas 1.1 Coodenadas Curvil´ıneas Consideramos um espac¸o vetorial 3-D (tridimensional), e as bases canoˆnicas deste espac¸o sa˜o os vetores bases ıˆ, ˆkˆ. Portanto um vetor ~r pode ser escrito em termos desta base como ~r = xˆı + yˆ + zkˆ (1.1) Em um sistema de coordenadas curvil´ınea estas componentes sa˜o func¸o˜es de outras varia´veis x = x(u1, u2, u3),y = y(u1, u2, u3) e z = z(u1, u2, u3). E desta forma um elemento diferencial do vetor ~r torna-se d~r = ∂~r ∂u1 du1 + ∂~r ∂u2 du2 + ∂~r ∂u3 du3 (1.2) Definamos as novas bases da seguinte forma ∂~r ∂ui∣∣∣ ∂~r∂ui ∣∣∣ ≡ eˆi (1.3) Os coeficientes de Lame` sa˜o definidos por hi = ∣∣∣∣ ∂~r∂ui ∣∣∣∣ (1.4) E usando os resultados acima podemos escrever a equac¸a˜o (1.5) como d~r = hiduieˆi (1.5) O elemento de linha diferencial ds2 = d~r · d~r em termos das coordenadas curvil´ıleas e´ dado por ds2 = h2i du 2 i = h 2 1du 2 1 + h 2 2du 2 2 + h 2 3du 2 3 (1.6) O elemento de volume e´ dado por 1 dV = |d~r1 · [d~r2 × d~r3]| (1.7) dV = |(h1du1eˆ1) · [(h2du2eˆ2)× (h3du3eˆ3)] (1.8) dV = h1h2h3du1du2du3 (1.9) dV = Jdu1du2du3 (1.10) onde o jacobiano da transformac¸a˜o e´ definido por J = h1h2h3. O gradiente de uma func¸a˜o escalar ϕ em cordenadas curvil´ınea e´ dado por ~∇ϕ = ( eˆi hi ∂ ∂ui ) ϕ (1.11) O divergente de uma func¸a˜o vetorial ~F e´ dado por ~∇ · ~F = 1 h1h2h3 [ ∂(h2h3F1) ∂u1 + ∂(h1h3F2) ∂u2 + ∂(h1h2F3) ∂u3 ] (1.12) O rotacional de um campo vetorial ~F e´ dado por ~∇× ~F = ∣∣∣∣∣∣ ıˆ ˆ kˆ ∂ ∂x ∂ ∂y ∂ ∂z Fx Fy Fz ∣∣∣∣∣∣ = ∣∣∣∣∣∣ h1eˆ1 h2eˆ2 h3eˆ3 ∂ ∂u1 ∂ ∂u2 ∂ ∂u3 h1F1 h2F2 h3F3 ∣∣∣∣∣∣ (1.13) O Laplaciano pode ser demonstrado como sendo a seguinte expressa˜o ~∇2ϕ = 1 h1h2h3 [ ∂ ∂u1 ( h2h3 h1 ∂ϕ ∂u1 ) + ∂ ∂u2 ( h1h3 h2 ∂ϕ ∂u2 ) + ∂ ∂u3 ( h1h2 h3 ∂ϕ ∂u3 )] (1.14) Figura 1.1: Sistema de coordenadas esfe´ricas Aplicac¸a˜o: Coordenadas esfe´ricas As coordenadas sa˜o limitadas r ≥ 0, 0 ≤ θ ≤ pi e 0 ≤ φ ≤ 2pi. Como mostrado na figura ao lado podemos realizar a seguite decomposic¸a˜o x = r sin(θ) cos(φ) (1.15) y = r sin(θ) cos(φ) (1.16) z = r cos(θ) (1.17) As coordenadas curvil´ıneas sa˜o definidas u1 = r u2 = θ u3 = φ (1.18) Os coeficientes de Lame` sa˜o calculados h1 = 1 h2 = r h3 = r sin(θ) (1.19) O elemento de linha e´ portanto dado por ds2 = dr2 + r2dθ2 + r2 sin2(θ)dφ2 (1.20) O elemento de volume e´ dado pela seguinte expressa˜o dV = r2 sin(θ)dr dθ dφ (1.21) 2 1.2 Campos Vetoriais 1.2.1 Teorema da Divergeˆncia Fluxo de campos vetoriais 1. O fluxo de um vetor ~v por uma superf´ıcie de a´rea A e´ definido como sendo o produto escalar entre o vetor ~v e o vetor a´rea ~A = Anˆ, onde o vetor a´rea e´ formado pelo produto do valor da a´rea pelo vetor unita´rio perpendicular a superf´ıcie. Calcule o fluxo do vetor ~v = 3ˆı + 8ˆ + 6kˆ pela superf´ıcie ~A = 10ˆı, isto e´, esta superf´ıcie esta´ no plano z − y. Observac¸o˜es: O fluxo de um vetor ~v sobre uma superf´ıcie fechada e´ dado por Φ = ∮ ~v · d~a, se Φ > 0 dizemos que o vetor esta´ “saindo”da superf´ıcie fechada e se Φ < 0 dizemos que o vetor esta´ entrando na superf´ıcie. Se o fluxo e´ zero Φ = 0 isto significa que a mesma quandidade vetorial que “entra sai”. Teoria O fluxo do vetor ~v(x, y, z) = f1(x, y, z)ˆı + f2(x, y, z)ˆ + f3(x, y, z)kˆ sobre um cubo unita´rio centrado na origem do sistema cartesiano (x, y, z). Precisamos calcular a seguinte integral de fluxo Φ = ∮ ~v · d~a (1.22) Φ = ∮ ( f1(x, y,z)ˆı + f2(x, y, z)ˆ + f3(x, y, z)kˆ ) · [ daxykˆ + daxz ˆ + dayz ıˆ ] Φ = ∮ f3(x, y, z)daxy + ∮ f2(x, y, z)daxz + ∮ f1(x, y, z)dayz Φ = Φxy +Φxz +Φyz Onde Φxy e´ o fluxo do vetor ~v(x, y, z) atrave´s das paredes do cubo em z = 0 e z = 1 e e´ dada por Φxy = ∮ f3(x, y, z)daxy (1.23) Φxy = ∫ 1 0 ∫ 1 0 [f3(x, y, z = 1)− f3(x, y, z = 0)]dxdy (1.24) o mesmo acontece para os fluxos atrave´s das outras paredes Φxz = ∫ 1 0 ∫ 1 0 [f2(x, y, z = 1)− f2(x, y, z = 0)]dxdz (1.25) Φyz = ∫ 1 0 ∫ 1 0 [f1(x, y, z = 1)− f1(x, y, z = 0)]dydz (1.26) 2. Calcule o fluxo do vetor ~v(x, y, z) = xˆı+yˆ+zkˆ sobre um cubo unita´rio centrado na origem do sistema cartesiano (x, y, z). 3. Calcule o fluxo do vetor ~v(x, y, z) = x2yz ıˆ+y2xzˆ+z2xykˆ sobre um cubo unita´rio centrado na origem do sistema cartesiano (x, y, z). 3 Teorema da divergeˆncia Pelo teorema da divergeˆncia sabemos que o fluxo de um vetor ~v(x, y, z) = f1(x, y, z)ˆı + f2(x, y, z)ˆ+f3(x, y, z)kˆ sobre uma superf´ıcie fechada tambe´m pode ser calculado por uma integral de volume dada por Φ = ∫ ∫ ∫ ~∇ · ~v(x, y, z)dxdydz (1.27) onde ~∇ · ~v(x, y, z) = ∂f1(x, y, z) ∂x + ∂f2(x, y, z) ∂y + ∂f3(x, y, z) ∂z . 4. Calcule os fluxos usando a integral de volume dos problemas 2 e 3. 1.2.2 Integrais de Linha O trabalho ou a energia para movimentar uma part´ıcula de um ponto inicial Pi ate´ o ponto final Pf seguindo uma curva C sob a ac¸a˜o de uma forc¸a ~F e´ dado por W = lim N→∞ N∑ k=1 ~F · ~∆l = ∫ Pf Pi ~F · ~dl (1.28) Quando a curva e´ fechada, ela comec¸a e termina no mesmo ponto, e o trabalho e´ nulo (zero). Denotamos o campo com esta caracter´ıstica como sendo um campo conservativo∮ C ~F · ~dl = 0 (1.29) 1.2.3 Teorema de Stokes 4 Cap´ıtulo 2 Lei de Coulomb e o Campo Ele´trico 2.1 Lei de Coulomb Documentos de cerca de 600 a.c. mostram evideˆncias que os gregos ja´ conheciam a eletrici- dade esta´tica. O termo eletricidade foi criado pelos gregos, no latin “electrum” significa “aˆmbar amarelo”. Provavelmente os gregos gastaram muitas horas de lazer esfregando pequenos pedac¸os de aˆmbar em suas roupas e observando como ele atra´ıa penugem. O principal interesse dos gre- gos na˜o era a f´ısica experimental, portanto na˜o deram continuidade nos avanc¸os em eletricidade. Somente no se´culo XVII um coronel da a´rea de engenharia do exe´rcito franceˆs, coronel Charles Coulomb, elaborou uma se´rie de experimentos usando balanc¸a de torc¸a˜o sens´ıvel, inventada por ele mesmo, para determinar a forc¸a ele´trica de forma quantitativa. E seus resultados podem ser sintetizados na expressa˜o abaixo F = k Qq r2 (2.1) onde a constante ele´trica k = 14pi� , no va´cuo � = �0 = 8, 854 × 10−12 Fm conhecida como a permissividade do va´cuo, e portanto no va´cuo a constante ele´trica torna-se k ' 9× 109Nm2 C2 . As cargas podem assumir valores positivos e negativos, as cargas de mesmo sinal se repelem e as de sinal contra´rio se atraem. 2.2 Campo Ele´trico Dada uma regia˜o do espac¸o, podemos associar a cada ponto uma grandeza escalar ou vetorial. Se associarmos a cada ponto do espac¸o uma grandeza escalar, enta˜o acabamos de definir um campo escalar. Exemplos de campos escalares sa˜o campos de temperatura, de pressa˜o, de densidade. Quando associamos a cada ponto do espac¸o uma grandeza vetorial, temos enta˜o um campo vetorial. Exemplos de campos vetoriais sa˜o campos de forc¸a, campos de velocidade e campos de acelerac¸a˜o. O campo ele´trico e´ definido como ~E = k Q r2 eˆr (2.2) este e´ o campo ele´trico causado por uma carga fonte Q. Se inserirmos uma carga de prova q numa distaˆncia r da carga fonte, isto e´, estamos colocando uma carga de prova q no campo ele´trico criado pela carga Q, o valor da forc¸a ele´trica sera´ dado pela seguinte expressa˜o ~F = q ~E (2.3) 5 2.3 Teorema da divergeˆncia e a 1◦ Equac¸a˜o de Maxwell A primeira equac¸a˜o de Maxwell e´ dada por ~∇ · ~D = ρ (2.4) onde ~D e´ a induc¸a˜o ele´trica e ρ a densidade de carga. A relac¸a˜o entre a induc¸a˜o ele´trica e o campo ele´trico e´ dada por ~D = �0 ~E + ~P (2.5) onde ~P e´ a polarizac¸a˜o do meio e �0 e´ a permissividade do va´cuo. Para meios lineares podemos relacionar a polarizac¸a˜o com o campo ele´trico ~P = χe�0 ~E (2.6) onde χe e´ a grandeza adimensional chamada susceptibilidade ele´trica do material. No va´cuo χe = 0 portanto ~D = �0 ~E e a primeira equac¸a˜o de Maxwell e´ dada por ~∇ · ~E = ρ �0 (2.7) Pelo teorema da divergeˆncia o fluxo do vetor ~D pode ser escrito tanto como uma integral de superf´ıcie quanto em termos de uma integral de volume Φ = ∮ S ~D · d~a = ∫ V (~∇ · ~D) dV (2.8) Superf´ıcies esfericamente sime´trica Tomamos uma superf´ıcie esfericamente sime´trica em relac¸a˜o a uma distribuic¸a˜o de carga centrada na origem de um sistema de refereˆncia, o fluxo do campo ele´trico sobre esta superf´ıcie e´ dado por Φ = ∮ S ~E · d~a = ∫ V (~∇ · ~E) dV (2.9) por suposic¸a˜o ~E esta´ orientado na mesma direc¸a˜o de d~a com no mesmo sentido, enta˜o o produto escalar da´ |E||da| como |E| e´ constante sobre a superf´ıcie, enta˜o a integral de superf´ıcie nos fornece ∮ S ~E · d~a = |g|4pir2 igualando com o outro lado obtemos Φ = |E|4pir2 = ∫ V ( ρ(r) �0 ) dV (2.10) |E|4pir2 = Q �0 (2.11) onde Q = ∫ V ρ(r)) dV e´ a carga ele´trica contida no volume interno a` superf´ıcie. Portanto o campo ele´trico |E| = Q 4pi�0r2 E a forc¸a ele´trica sobre um corpo de carga q nesta superf´ıcie S e´ encontrada por |F | = q|E|. 6 Aplicac¸o˜es 1. Calcule a forc¸a ele´trica sobre um corpo de carga q fora da distribuic¸a˜o de carga, isto e´, com r > R onde R e´ o raio de uma distribuic¸a˜o esfe´rica de carga de carga Q. A densidade de carga e´ constante ρ(r) = QV , onde V e´ o volume da esfera carregada. 2. Calcule a forc¸a ele´trica sobre um corpo de carga q dentro da distribuic¸a˜o de carga, isto e´, com r < R onde R e´ o raio de uma distribuic¸a˜o esfe´rica de carga de carga Q. A densidade de carga e´ constante ρ(r) = QV , onde V e´ o volume da esfera carregada. 7 Cap´ıtulo 3 Energia Potencial e Potencial Ele´trico 3.1 Trabalho realizado sobre uma carga pontual q num campo gerado por uma carga Q O campo ele´trico devido uma carga pontual e´ dado por ~E = Q 4pi�0 eˆr r2 (3.1) como mostra a Figura-1. Uma carga q colocada em um ponto r neste campo sofrera´ uma forc¸a dada por ~F = q ~E(r) (3.2) O trabalho realizado para deslocar esta carga q de r1 ate´ r2 e´ dado por W12 = ∫ P2 P1 ~F · d~s (3.3) se tertarmos deslocar a carga na direc¸a˜o do campo, nosso dispeˆndio de energia torna-se negativo. E lembrando que a integral acima e´ uma integral de linha. 1. Dado o campo na˜o uniforme ~E = yˆı + xˆ + 2k determinemos o trabalho para levar 2C de B(1,0,1) ate´ A(0.8,0.6,1) ao longo do arco mais curto do c´ırculo x2 + y2 = 1. Soluc¸a˜o: W12 = ∫ P2 P1 ~F · d~s (3.4) = ∫ A B [2(yˆı + xˆ + 2k)] · [dxˆı + dyˆ + dzkˆ] = 2 ∫ 0.8 1 ydx+ 2 ∫ 0.6 0 ydy + 4 ∫ 1 1 dz = 2 ∫ 0.8 1 √ 1− x2 dx+ 2 ∫ 0.6 0 √ 1− y2dy = 0.96J 8 Podemos resolver integrais de linha por interme´dio de parametrizac¸o˜es W12 = ∫ P2 P1 ~F · d~s (3.5) = ∫ P2 P1 [ ~F · d~s dt ] dt (3.6) (3.7) Alguns exemplos de parametrizac¸a˜o sa˜o x = t y = √ 1− t2 (3.8) x = cos(t) y = sin(t) (3.9) 3.2 Forc¸a conservativa: Energia Potencial Ele´trica de uma carga pontual Para o caso da forc¸a ele´trica gerado por uma part´ıcula pontual sabemos que e´ conservativa ~∇× ~F = 0 (3.10) e assim podemos escrever ~F como ~F = −~∇U (3.11) onde U = U(x, y, z) e´ a energia potencial ele´trica. Sabemos que estetipo de forc¸a representa um campo conservativo, enta˜o e´ va´lido o seguinte teorema ∫ P2 P1 ~F · d~s = − [U(P2)− U(P1)] (3.12) neste caso estamos considerando que o deslocamento esta´ no mesmo sentido da forc¸a. Para determinar U usaremos o caso de uma part´ıcula pontual q, se afastando da carga geradora do campo Q. Com r2 > r1 W12 = ∫ P2 P1 ~F · d~s (3.13) W12 = ∫ P2 P1 [q ~E(r)eˆr] · [dr eˆr] W12 = ∫ r2 r1 q Q 4pi�0 r2 dr W12 = − qQ 4pi�0 r ∣∣∣∣r2 r1 W12 = U1 − U2 = −∆U (3.14) Portanto a energia potencial de uma part´ıcula pontual e´ definida como U(r) = qQ 4pi�0 r (3.15) 9 Se ao inve´s de afastarmos a carga de prova q da carga fonte Q, aproximarmos da carga de prova, isto e´ r2 < r1, obteremos o seguinte resultado W12 = ∫ P2 P1 ~F · d~s (3.16) W12 = ∫ P2 P1 [q ~E(r)eˆr] · [−dr eˆr] W12 = − ∫ r2 r1 q Q 4pi�0 r2 dr W12 = qQ 4pi�0 r ∣∣∣∣r2 r1 (3.17) W12 = U2 − U1 (3.18) e assim identificamos a energia potencial ele´tron U(r) ≡ qQ4pi�0 r E assim temos que o trabalho e´ igual a W12 = U2 − U1 = ∆U (3.19) S´ıntese: Note que quando estamos afastando da carga fonte o trabalho e´ W12 = U1 −U2 = −∆U e quando estamos se aproximando da carga fonte trabalho e´ W12 = U2 − U1 = ∆U . 3.3 Potencial Ele´trico de uma carga pontual O potencial ele´trico de uma carga q inserida num campo gerado por uma carga Q e´ definido como a energia ele´trica por unidade de carga V (r) ≡ U(r) q (3.20) V (r) = Q 4pi�0 r ou V (r) = kQ r (3.21) E podemos facilmente verificar que o trabalho para afastar uma carga q de uma carga fonte Q e´ dado por W12 = U1 − U2 = q(V1 − V2) = −q∆V (3.22) E o trabalho para aproximar uma carga q de uma carga fonte Q e´ W12 = U2 − U1 = q(V2 − V1) = q∆V (3.23) Exemplo: Cosideraremos dois casos distintos, o primeiro caso o produto das cargas e´ positivo qQ > 0 e no segundo caso o produto das cargas e´ negativos qQ < 0. • Analisaremos primeiramente o caso qQ > 0, e definamos a carga de teste seja q = 2C enquanto que a carga fonte possua Q = 5 C, a distaˆncia inicial entre as cargas e´ de r1 = km e a distaˆncia final sendo de r2 = 2km. Portanto o trabalho realizado de deslocar a carga q da posic¸a˜o r1 para r2 e´ 10 W12 = q(V1 − V2) = 2 ( k5 k − k5 2k ) (3.24) W12 = 10J − 5J (3.25) W12 = 5J (3.26) Importante: Portanto quando estamos lidando cam cargas de mesmo sinal, quando elas esta˜o pro´ximas a energia potencial e´ maior do que quando elas esta˜o mais afastadas. • No caso quando o produto das cargas e´ negativo qQ < 0, isto e´, quando as cargas possuem sinais diferentes a situac¸a˜o e´ diferente. Consideremos que as cargas sejam Q = +5C e q = −2C, e deslocaremos afastando a carga teste q da carga fonte. Indo de r1 = k para r2 = 2k. Assim teremos W12 = q(V1 − V2) = −2 ( k5 k − k5 2k ) (3.27) W12 = −10J + 5J (3.28) W12 = −5J (3.29) Importante: Quando as cargas esta˜o pro´ximas a energia potencial e´ mais negativa U(r1 = k) = −10J e quando as cargas esta˜o mais afastadas a energia potencial e´ menos negativa U(r2 = 2k) = −5J 3.4 Energia potencial de um sistema de part´ıculas 3.5 A 1◦ Equac¸a˜o de Maxwell e o potencial ele´trico Como ja´ vimos a 1◦ Equac¸a˜o de Maxwell e´ dada por ~∇ ~E = ρ �0 (3.30) E sabemos que ~F = −~∇U (3.31) q ~E = −~∇U (3.32) ~E = −~∇(U q ) (3.33) ~E = −~∇V (3.34) Substituindo (3.34) na (3.30) obtemos ~∇ · (−~∇V ) = ρ �0 (3.35) ∇2V = − ρ �0 (3.36) onde ∇2 e´ o operador Laplaciano, que em coordenadas cartesianas e´ definido por ∇2 = ∂ 2 ∂x2 + ∂2 ∂y2 + ∂2 ∂z2 (3.37) 11 3.6 Lista de Exerc´ıcios 1. Calcule o trabalho realizado ao deslocar uma carga de 4 C de B(1,0,0) ate´ A(0,2,0) ao longo do caminho y = 2− x , z = 0 no campo (a) ~E = 5ˆı V/m (b) ~E = 5xˆı V/m (c) ~E = 5xˆı + 5yˆ V/m R: 20J, 10J, -30J 2. Determine o trabalho realizado pelo campo ele´trico ~E = 6xyˆı + 3x2 ˆ V/m para deslocar uma carga de 2 C de A(0,0) ate´ B(1,1) sobre a curva y = x2. Verifique se a forc¸a e´ conservativa. 3. Prove que o trabalho e´ igual a variac¸a˜o da energia cine´tica W12 = mvf 2 2 − mvi 2 2 (3.38) 4. Usando o resultado do exerc´ıcio anterior, encontre a velocidade final de uma carga q = −2µC saindo da posic¸a˜o r1 = 4×10−8m com velocidade inicial vi = 0 e indo para a posic¸a˜o r2 = 2× 10−8m. O valor da carga geradora do campo e´ Q = +3µC. Veja a Figura-1. A velocidade e´ maior que a velocidade da luz? 5. Encontre a velocidade final do exerc´ıcio anterior usando a energia cine´tica relativ´ıstica K = mc2 1√ 1− v2 c2 − 1 (3.39) 6. A Figura-2 mostra um sistema de cargas, onde sa˜o dados: Q1 = 4µC, Q2 = 8µC e Q3 = −2µC (a) Determine a energia potencial ele´trica do sistema de carga mostrado na Figura-2 (b) Determine o potencial ele´trico do sistema de carga mostrado na Figura-2 no ponto P. 7. Junto ao solo, a ce´u aberto, o campo ele´trico da terra e´ E = 150N/C, dirigido para baixo. Uma esfera tendo massa m = 5g possui carga q = 4µC. Despreze os efeitos do ar. Determine a acelerac¸a˜o da queda da esfera. 8. Calcule o potencial e o campo ele´trico num ponto P acima do plano de um anel isolante uniformemente carregado. 9. Calcule o potencial o campo ele´trico num ponto P acima do plano de um disco circular isolante uniformemente carregado. 10. Calcule o potencial o campo ele´trico devido uma casca esfe´rica uniformemente carregada. 11. Qual o significado f´ısico das superf´ıcies equipotenciais? 12. Qual o significado f´ısico do gradiente do potencial? 12 13. Demostre que o potencial ele´trico e o campo ele´trico de um dipolo ele´trico para grandes distaˆncias sa˜o dados por V = ql cos θ 4pi�0r2 (3.40) ~E = ql 4pi�0r3 (2 cos θ eˆr + sin θ eˆθ) 14. Um dipolo ele´trico localizado na origem no espac¸o livre possui um momento de dipolo ~p = 3ˆı− 2ˆ + k nC.m. (a) Determine V em A(2,3,4) (b) Determine V em r = 2.5, θ = 30◦ e φ = 40◦. R: 0.230V e 1.973V 13 Figura-1 Figura-2 14 Cap´ıtulo 4 Meios Diele´tricos e Capacitores 4.1 Material Diele´trico Em um meio diele´trico linear homogeˆneo e isotro´pico ~P = �0χ~E (4.1) onde χ e´ a susceptibilidade diele´trica do meio. Inserindo a equac¸a˜o (4.1) na equac¸a˜o (7.1), obteremos o seguinte resultado ~D = �0 ~E + �0χ~E = �0 (1 + χ)︸ ︷︷ ︸ κ ~E (4.2) ~D = �0κ~E (4.3) onde κ e´ a constante diele´trica do meio. Ainda podemos definir a permitividade do material como sendo � = �0κ (4.4) Agora podemos expressar a induc¸a˜o ele´trica em termos do campo ele´trico em um meio linear, homogeˆneo e isotro´pico como ~D = � ~E (4.5) As propriedades de linearidade, homogeneidade e isotropicidade de um material, podem ser alteradas sob certas condic¸o˜es tais como a variac¸a˜o da temperatura, pressa˜o, radiac¸a˜o bem como a variac¸a˜o do campo ele´trico externo. Em um material diele´trico: • Se a permitividade � na˜o depende do campo, o material e´ linear . • Se a permitividade � na˜o depende das coordenadas, o material e´ homogeˆneo. • E se a permitividade � na˜o depende da direc¸a˜o, o material e´ isotro´pico. 15 Para materiais anisotro´picos, cada componente cartesiana retangular do vetor D e´ uma combinac¸a˜o linear das treˆs componentes de E, neste caso temos que DxDy Dz = �11 �12 �13�21 �22 �23 �31 �32 �33 ExEy Ez (4.6) Exemplo: Para um dado material anisotro´pico temos que DxDy Dz = 4�0 �0 �0�0 4�0 �0 �0 �0 4�0 ExEy Ez (4.7) Calcule a induc¸a˜o ele´trica para o campo ele´trico ~E = 10ˆı + 10ˆ ( V m ) (4.8) Obtemos que a induc¸a˜o e´ dada por ~D = 50�0ˆı + 50�0 ˆ + 20�0kˆ (4.9) 4.2 Capacitores Planos Figura 4.1: Capacitorplano preen- chido com um material diele´trico A figura abaixo mostra um capacitor preenchido por um ma- terial diele´trico. Aplicando a lei de Gauss entre uma das placas∮ ~D · d~s = Q (4.10) obtemos que a induc¸a˜o ele´trica e´ dada por ~D = Q A (4.11) onde A e´ a a´rea das placas separadas por uma distaˆncia d. Fazendo uso da equac¸a˜o (4.5),podemos determinar o valor do campo ele´trico entre as placas enta˜o e´ dado por ~E = Q �0κA (4.12) A diferenc¸a de potencial entre as placas e´ dada por V = V+ − V− = ∫ − + ~E · d~l V = E d (4.13) Substituindo (4.12) em (4.13) obtemos o potencial entre as placas 16 V = Qd �0κA (4.14) Agora que possu´ımos o valor do potencial entre as placas do capacitor podemos calcular a capacitaˆncia, isto e´ C = Q V (4.15) C = κ ( �0A d ) (4.16) Abaixo a tabela mostra alguns valores da costante diele´trica Exemplo: Um capacitor de placas paralelas com a´rea de A = 0, 01m2 e separado por uma distaˆncia de d = 0, 005m preenchido com porcelana. A permitividade do va´cuo e´ por �0 = 8, 854× 10−12F/m. Sua capacitaˆncia e´ dada por C = κ ( �0A d ) C = 6, 5× ( 8, 854× 10−12 × 0, 01 0, 005 ) C = 1, 15102× 10−10F (4.17) Sob uma diferenc¸a de potencial de 200 Volts, a carga armazenada e´ dada por Q = C V Q = 1, 15102× 10−10 × 200 (4.18) Q = 2, 30204C (4.19) 4.3 Energia Elestrosta´tica Armazenada em Capacitores A energia necessa´ria para deslocar um elemento de carga dq do infinito ate´ as placas e´ dada por 17 dU = V dq = q C dq (4.20) A energia total armazenada no capacitor com carga final Q e´ dada por U = ∫ Q 0 du (4.21) U = Q2 2C (4.22) Exemplo: Um capacitor de 150µF e´ usado em uma caˆmara fotogra´fica para armazenar energia. Suponha que o capacitor foi carregado a 200 V. Qual e´ o valor da energia armazenada neste capacitor ? U = 1 2 CV 2 = 1 2 (150× 10−6F )(200)2 = 3J (4.23) Esta energia e´ usada para acender a laˆmpada do flash em 1/1000 de segundos, a poteˆncia e´ enta˜o de 3000 Watts. Exemplo: No caso de um capacitor plano a energia eletrosta´tica armazenada e´ dada por U = 1 2 �0 ( V d )2 (Ad) (4.24) E a densidade pode ser escrita como u = 1 2 �0E 2 (4.25) esta e´ a densidade de energia armazenada no campo ele´trico. 18 4.4 Condic¸o˜es de Fronteiras em Diele´trico-Diele´trico As induc¸a˜o ele´trica na fronteita entre dois materiais diele´tricos sa˜o representadas na figura abaixo. Observe que as induc¸o˜es possui duas componentes, uma normal da superf´ıcie de fronteira DN e outra tangencial Dt. As condic¸o˜es de fronteiras sa˜o as seguintes Dt1 Dt2 = κ1 κ2 (4.26) DN1 = DN2 (4.27) κ e´ a constante diele´trica dos meios. Exerc´ıcios 1. Demonstre que a capacitaˆncia de um capacitor de placas paralelas planas no va´cuo e´ dado por C0 = �0A d (4.28) 2. Demostre que a capacitaˆncia de um capacitor de placas paralelas planas em um meio qualquer e´ encontrada pela simples multiplicac¸a˜o da capacitaˆncia no va´cuo pela constante diele´trica. 3. Demostre que capacitaˆncia de um capacitor esfe´rico meta´lico e´ dado por C = 4pi�0R1R2 R2 −R1 (4.29) 4. A superf´ıcie da terra e a ionosfera pode ser aproximada por um capacitor de placas paralelas com cargas de 1000000C separadas por uma distaˆncia de 10 km, numa difernc¸a de potencial de 300000 V. Calcule a capacitaˆncia e o campo ele´trico. Qual a a´rea A da base da nuvem? A constante diele´trica do ar e´ κ = 1, 00059. 5. Demostre que a energia armazenada no capacitor e´ dada por U volume = 1 2 �0E 2 (4.30) 6. Explique porque a diferenc¸a de potencial cai quando colocamos um diele´trico entre as placas de um capacitor. 19 Cap´ıtulo 5 Condutores Meta´licos 5.1 Materiais condutores e a lei de Ohm A figura abaixo mostra a estrutura de bandas de energia em treˆs diferentes materiais observe que apenas o material condutor na˜o possui banda proibida. Para uma grande variedade de materiais isotro´picos, l´ıquidos e so´lidos (na˜o gases) e´ valido a lei de Ohm 5.2 Corrente e Resisteˆncia A corrente ele´trica e´ o movimento de cargas positivas E e´ definida por I = lim ∆t→0 ∆Q ∆t ≡ dQ dt (5.1) ou, tambe´m atrave´s do vetor densidade de corrente ~J I = ∫ S ~J · d~s (5.2) 20 e, em geral ~J = ρ~v (5.3) onde ρ e´ a densidade de carga e ~v a velocidade das cargas. Devido a conservac¸a˜o da carga temos que ~∇ ~J + ∂ρ ∂t = 0 (5.4) que e´ a equac¸a˜o da continuidade. Considere um fio de comprimento L, e a´rea A, conforme mostrado na figura abaixo. ~J = σ ~E (5.5) Inicialmente vamos supor que ~J e ~E sa˜o uniformes, enta˜o I = ∫ S ~J · d~s = JA (5.6) e a diferenc¸a de potencial sera´ dada por Vab = ∫ b a ~E · d~l = EL (5.7) assim J = I A = σE = σ V L (5.8) ou V = LI σA (5.9) E definimos a resisteˆncia da seguinte maneira V = RI, enta˜o a resisteˆncia de um conduto com estas caracter´ısticas e´ dado por R = L σA (5.10) 21 5.3 Condic¸o˜es de Fronteiras em condutores A intensidade do campo ele´trico dentro do condutor e´ zero, caso contra´rio ter´ıamos uma corrente e consequentemente uma resisteˆncia e dissipac¸a˜o numa condic¸a˜o estaciona´ria. A figura abaixo mostra a induc¸a˜o ele´trica num ponto sobre a superf´ıcie do condutor. As condic¸o˜es de fronteiras desejadas para a fronteira de um condutor com o espac¸o livre sa˜o Dt = Et = 0 (5.11) DN = �0EN = ρs (5.12) onde ρs e´ a densidade superficial de carga sobre a superf´ıcie do condutor. Exerc´ıcios 1. Dada a densidade de corrente ~J = −104 sin(2x e−2y )ˆı+104 cos(2x e−2y )ˆ kA/m2. Determine a corrente total que atravessa o plano y=1 na direc¸a˜o ˆ na regia˜o 0 < x < 1, 0 < z < 2. 2. Seja ~J = 25r eˆr − 20r2+0.01 kˆ A/m2. (a) Determine a corrente total que atravessa o plano z = 0.2 na direc¸a˜o kˆ para r < 0.4. (b) Calcule ∂ρ∂t . (c) Determine a corrente total que deixa a superf´ıcie fechada definida por r = 0.01, r = 0.4, z = 0 e z = 0.2. (d) Mostre que o teorema da divergeˆncia e´ satisfeito para ~J e a superf´ıcie escolhida. 3. Uma densidade de corrente que atravessa um condutor retangulat e´ dada por ~J = 100xˆı na regia˜o 0 ≤ y ≤ 2 m e 0 ≥ z ≥ 2 m; para 0 > y > 2 m e 0 > z > 2 m a densidade de corrente e´ nula ~J = 0. (a) Determine a corrente total que atravessa a superf´ıcie x = 0 m na direc¸a˜o ıˆ. (b) Se a velocidade final da carga e´ 300 m/s em x=0 m determine a densidade de carga ρ neste ponto. 4. Uma densidade de corrente e´ dada em coordenadas cil´ındricas como ~J = 200z2kˆ na regia˜o 0 ≤ r ≤ 20 µm; para r ≥ 0 µm ~J = 0. (a) Determine a corrente total que atravessa a superf´ıcie z = 0.1 m na direc¸a˜o kˆ. (b) Se a velocidade final da carga e´ 2 × 104 m/s em z=0.1 m determine a densidade de carga ρ neste ponto. 5. Dado o potencial V = 100(x2−y2). Um ponto P (2,−1, 3) situado na fronteira do condutor- espac¸o livre. Determine V, ~E, e ~D e a densidade superficial de carga ρs e a equac¸a˜o da superf´ıcie do condutor. 22 6. Dado o potencial V = 100xy x2+4 volts no espac¸o livre, e um um ponto P (2, 3, 0) pertencente a superf´ıcie do condutor. Determine (a) Determine a equac¸a˜o da superf´ıcie do condutor (b) Determine o campo ele´trico ~E (c) Determine a induc¸a˜o ele´trica ~D (d) Determine a densidade superficial de carga ρs 7. Dado o potencial V = 30x2y2 volts no espac¸o livre, e um um ponto P (1, 2, 3) pertencente a superf´ıcie do condutor. Determine (a) Determine a equac¸a˜o da superf´ıcie do condutor (b) Determine o campo ele´trico ~E (c) Determine a induc¸a˜o ele´trica ~D (d) Determine a densidade superficial de carga ρs 8. Vamos considerar o campo ~E = 3y2z3ˆı + 6xyz3 ˆ+ 9xy2z2kˆ V/m no espac¸o livre e tambe´m que o ponto P (2, 1, 0) pertence a uma superf´ıcie condutora. Determine a densidade de carga da superf´ıcie e mostre que o potencial e´ V = −3xy2z3 V. 9. Em um condutor onde e´ va´lido a lei de Ohm e possui uma corrente dada por I = 200 sin(30t) A, e com resisteˆncia R = 20 Ω. (a) Calcule a poteˆncia no tempo de 20 segundos. (b) Qual o valor da energia dissipada num intervado de 0 s a` 10 s. 10. Uma lamina de um material diele´trico tem uma constante diele´trica de κ = 3, 8 e o vetor induc¸a˜o ele´trica e´ ~D = 8nC m2 . Determine ~E e ~P . 11. Cocamos uma lamina de Teflon na regia˜o 0µm ≤ x ≤ 2µm e consideramos o espac¸o livre onde x < 0µ m e x > 2µm. Fora do Teflon, ha´ um campo uniforme ~Eext = 230ˆı V m . Calcule ~D, ~E, ~P em qualquer ponto. 23 Cap´ıtulo 6 Campo Magne´tico e Materiais Magne´ticos 6.1 Forc¸a Magne´tica Uma part´ıcula de carga q se movimentando num campo de induc¸a˜o magne´tica ~B numa velocidade ~v sofre uma forc¸a magne´tica que e´ dada por ~F = q~v × ~B (6.1) onde × e´ um produto vetorial, a unidade de medida de ~B e´ o Tesla (T), que e´ 1T = NsCm . O campo magne´tico da Terra e´ 6×10−5T , ja´ no laborato´rio podemos atingir algumas centenas de Teslas ' 102. Exemplo: Considere uma carga q = 1C se movimentando com velocidade ~v = 2ˆı + ˆ + 5kˆ num campo de induc¸a˜o magne´tica ~B4ˆı + 8ˆ + 3kˆ. Calcule a forc¸a magne´tica sofrida pela part´ıcula. ~F = 2 ∣∣∣∣∣∣ ıˆ ˆ kˆ 2 3 5 4 8 3 ∣∣∣∣∣∣ = 2(9− 40)ˆı− 2(6− 20)ˆ + 2(16− 12)kˆ (6.2) ~F = −62ˆı + 28ˆ + 8kˆ (6.3) 6.2 Forc¸a de Lorentz No caso onde ale´m de um campo magne´tico ~B esta´ presente tambe´m um campo ele´trico ~E a forc¸a resultante sobre a part´ıcula carregada sera´ dada por ~F = q( ~E + ~v × ~B) (6.4) 6.3 Forc¸a Magne´tica sobre uma Corrente 6.4 Lei de Biot e Savart A lei de Biot e Savart e´ expressa 24 ~dB = µ0 4pi i~dl × eˆr r2 (6.5) 6.5 Materiais Magne´ticos As propriedades de certos materiais - o ferro, o n´ıquel, o cobalto e algumas de suas ligas e compostos - de adquirir um alto e permanente momento magne´tico, e´ de grande importaˆncia para aplicac¸o˜es tecnolo´gicas. As aplicac¸o˜es de materiais magne´ticos sa˜o muitas e fazem uso de quase todos os aspectos do comportamento magne´tico. Considerando um meio magne´tico linear, homogeˆneo e isotro´pico a magnetizac¸a˜o e´ escrito como ~M = χm ~H (6.6) Substituindo a expressa˜o (6.6) na (7.1) obtemos o seguinte resultado ~B = µ0( ~H + χm ~H) = µ0(1 + χm)︸ ︷︷ ︸ µ (6.7) (6.8) onde µ e´ a permeabilidade magne´tica. E a induc¸a˜o toma a seguinte forma ~B = µ ~H (6.9) fornece a relac¸a˜o entre a induc¸a˜o magne´tica ~B (unidade: Tesla) e o campo magne´tico ~H (unidade: A/m). Para o va´cuo a permeabilidade magne´tica µ = µ0 e´ uma constante com o valor de 4×10−7; para o ar, µ e´ um pouco maior que µ0 podendo ser admitida igual a µ0 nas aplicac¸o˜es pra´ticas. 6.5.1 Classificac¸a˜o dos Materiais Magne´ticos Os materiais magne´ticos podem ser agrupados em treˆs categorias; os diamagne´ticos (χm < 0), os paramagne´ticos (χm > 0) e os ferromagne´ticos (χm >> 0 ). • Diamagnetismo (χm < 0): Quando um material, tal como o bismuto, e´ colocado na pre- senc¸a de um campo magne´tico externo, a resultante da densidade do fluxo magne´tico dentro do material e´ reduzida drasticamente. Os momentos magne´ticos no interior do ma- terial sa˜o alinhados contra o campo externo. Neste sentido os materiais diamagne´ticos sa˜o caracterizados, tambe´m, pelo fato de que os a´tomos na˜o produzem um momento magne´tico permanente. Ou, mais exatamente, os efeitos das micro-correntes no interior de um dos a´tomos se anulam, tal que o momento magne´tico resultante no a´tomo e´ zero. Nessas cir- cunstaˆncias, quando aplicamos um campo magne´tico, pequenas correntes sa˜o produzidas no interior do a´tomo por induc¸a˜o magne´tica. De acordo com a lei de Lenz, essas correntes sa˜o tais que se opo˜em ao crescimento do campo externo. Enta˜o os momentos magne´ticos induzidos nos a´tomos sera˜o na direc¸a˜o oposta ao campo magne´tico aplicado. • Paramagnetismo (χm > 0): Quando um material, tal como a platina, e´ colocada na pre- senc¸a de um campo magne´tico externo, os momentos magne´ticos do material sa˜o alinhados com o campo externo, e o fluxo de campo dentro do material e´ aumentado. As linhas de campo magne´tico externo penetram no material se alinhando com a mesma direc¸a˜o do 25 campo. Em termos dos paraˆmetros magne´ticos, os materiais paramagne´ticos sa˜o carac- terizados pela magnetizac¸a˜o M na mesma direc¸a˜o de B. Os materiais paramagne´ticos sa˜o caracterizados, tambe´m, por a´tomos que teˆm um momento magne´tico permanente. Os mo- vimentos orbitais dos ele´trons e os spins produzem correntes circulares que sa˜o diferentes de zero. O paramagnetismo e´ completamente inexplicado em termos do eletromagnetismo cla´ssico. Se o a magnetizac¸a˜o dos materiais fossem atribu´ıdas somente aos ele´trons orbi- tando nos a´tomos, a partir da lei de Lenz poder´ıamos esperar que todos os materiais se comportariam como os diamagne´ticos na presenc¸a de campo externo. A origem do pa- ramagnetismo e´ o momento magne´tico constante associado com o spin eletroˆnico. Como na˜o existe um conceito cla´ssico equivalente ao spin (quaˆntico) podemos afirmar que este fenoˆmeno so´ pode ser explicado com a ajuda da teoria quaˆntica. • Ferromagnetismo (χm >> 0) : A propriedade peculiar dos materiais ferromagne´ticos tais como o ferro, n´ıquel e o cobalto e´ que a suscetibilidade magne´tica, a magnetizac¸a˜o e a permeabilidade na˜o sa˜o constantes mas dependem, para um particular material, de sua historia magne´tica e te´rmica passada. Todos os materiais ferromagne´ticos sa˜o fortemente paramagne´ticos, contudo, no sentido de que um campo externo aplicado pode aumen- tar sensivelmente a densidade de fluxo magne´tico no interior do material. Os materiais ferromagne´ticos teˆm a´tomos com momentos magne´ticos permanentes. Esses momentos magne´ticos esta˜o alinhados, mesmo em auseˆncia de um campo magne´tico externo. Entre- tanto a agitac¸a˜o te´rmica em temperaturas suficientemente elevadas transforma esse tipo de material em paramagne´tico. Nos materiais ferromagne´ticos, devido ao alinhamento dos momentos magne´ticos on interior do material, estes produzem um campo magne´tico, mesmo em auseˆncia de campo externo. A figura abaixo mostra a classificac¸a˜o dos materiais magne´ticos 26 Exerc´ıcios do Cap´ıtulo 6 Campo magne´tico e forc¸a 1. Dos treˆs vetores da equac¸a˜o ~F = q~v × ~B, que pares sa˜o sempre ortogonais entre si? e que pares podem formar qualquer aˆngulo entre si? 2. Um ele´tron que tem velocidade ~v = (2 × 106m/s)ˆı + (3 × 106m/s)ˆ penetra num campo magne´tico ~B = (0.030T )ˆı + (0.15T )ˆ. Determine o mo´dulo a direc¸a˜o e o sentido da forc¸a sobre o ele´tron. e = 1.6× 10−19C. 3. Uma carga q = 2C esta´ numa velocidade ~v = 4ˆı+5jˆ+6kˆ m/s numa regia˜o onde a induc¸a˜o magne´tica vale ~B = 3ˆı + 6ˆ + 2kˆ T. Calcule a forc¸a magne´tica sobre a part´ıcula. 4. Uma carga q = 2C e de massa 3 kg esta´ numa velocidade ~v = 4ˆı+5jˆ+6kˆ m/s numa regia˜o onde a induc¸a˜o magne´tica vale ~B = 3ˆı + 6ˆ + 2kˆ T e o campo ele´trico vale ~E = 10ˆı V/m e o campo gravitacional vale ~g = 20kˆm/s2. Calcule a forc¸a resultante sobre a part´ıcula. Dado forc¸a gravitacional ~F = m~g. 5. Uma part´ıcula de carga 2 C e de massa 2 kg esta´ numa velocidade ~v = 3ˆ m/s em uma induc¸a˜o magne´tica ~B = 2kˆ T. Qual o raio da o´rbita? 6. Os campos magne´ticos sa˜o usados para curvar um feixe de ele´trons nos experimentos em f´ısica. Que campo magne´tico uniforme, aplicado perpendicularmente a um feixe de ele´trons numa velocidade de 1.3× 106m/s e´ nescessa´rio para fazer com que os ele´trons percorram uma trajeto´ria circular de raior = 0.35m? Forc¸a magne´tica sobre correntes 7. Um condutor transportando uma corrente de 5000A,do sul para o norte, sob o campo magne´tico da terra (60 × 10−6T ) que esta´ direcionado para o norte inclinado de 70◦ em relac¸a˜o ao fio. Determine o a forc¸a magne´tica do campo da terra sobre 100 metros deste fio. 8. Um fio de 1.8 metros transporta uma corrente de 13 A e faz um aˆngulo de 35◦ com o campo magne´tico B=1.5T. Calcule a forc¸a magne´tica sobre o fio. Dipolo magne´tico 9. Defina momento de dipo´lo magne´tico? 10. O momento de Dipolo magne´tico da terra e´ de 822J/T . Suponha que ele seja produzido por cargas fluindo no nu´cleo derretido da terra. Calcule a corrente geradas por estas cargas, supondo um raio de 3500 km. 11. Prove que o torque aplicado numa espira de a´rea ~A e´ dado por ~τ = ~m× ~B. Lei de Biot-Savart 12. Um fio de comprimento L = 8m esta´ transportando uma corrente de I = 6A. Qual o valor do campo magne´tico produzido por este fio com a = 2m de distaˆncia deste fio numa distaˆncia de b = 3 metros da base (altura). Veja a figura abaixo. 27 13. Encontre o campo magne´tico no ponto P (centro) da figura abaixo. Dado que as dimenso˜es a = 2m , b = 3m e a corrente I = 5A. 28 Cap´ıtulo 7 Equac¸o˜es de Maxwell 7.1 Equac¸o˜es de Maxwell em um Meio Qualquer Todos os fenoˆmenos ele´tricos e magne´ticos podem ser descritos por apenas 4 vetores, que sa˜o ~E : Campo Ele´trico ~D : Induc¸a˜o Ele´trica ~H : Campo Magne´tico ~B : Induc¸a˜o Magne´tica E estes vetores obdecem 4 equac¸o˜es diferenciais, conhecidas como Equac¸o˜es de Maxwell: ~∇× ~E = −∂ ~B ∂t (Lei de Faraday) ~∇ ~D = ρ (Lei de Gauss para a induc¸a˜o ele´trica) ~∇× ~H = ~J + ∂ ~D ∂t (Lei de Ampe`re) ~∇ ~B = 0 (Lei de Gauss para a induc¸a˜o Magne´tica) Os campos esta˜o relacionados com as induc¸o˜es atrave´s das seguintes equac¸o˜es (1) ~D = �0 ~E + ~P (2) ~B = µ0( ~H + ~M) �0 permitividade do va´cuo µ0 permeabilidade magne´tica do va´cuo ~P Polarizac¸a˜o do Meio ~M Magnetizac¸a˜o do Meio 7.2 As Equac¸o˜es de Maxwell na Forma Integral Para isto devemos utilizar os seguintes teoremas ∮ S ~F · d~s = ∫ v ~∇ · ~Fdv Teorema da Divergeˆncia (7.3)∮ C ~F · d~l = ∫ S ~∇× ~F · d~s Teorema de Stokes (7.4) Usando os dois teoremas acima podemos escrever as equac¸o˜es de Maxwell como 29 ∮ S ~D · d~s = Q Lei de Gauss para a Induc¸a˜o Ele´trica (7.5)∮ S ~B · d~s = 0 Lei de Gauss para a Induc¸a˜o Magne´tica (7.6)∮ C ~H · d~l = I + dφD dt Lei de Ampe`re (7.7)∮ C ~E · d~l = −dφB dt Lei de Faraday (7.8) 7.3 Lei de Faraday A lei de Faraday na forma diferencial e´ dada por ~∇× ~E = −∂ ~B ∂t (7.9) Na forma integral obtemos a diferenc¸a de potencial em um caminho fechado (ou forc¸a ele- tromotriz) e´ definida por fem = ∮ C ~E · d~l = − d dt ∫ S ~B · d~s = −dΦB dt (7.10) Vamos considerar que a induc¸a˜o magne´tica cresce exponencialmente com o tempo no interior de uma regia˜o cil´ındrica r < b, ~B = B0e ktkˆ (7.11) onde B0 e´ uma constante. Escolhemos um percurso circular r < a e a < b, no plano z = 0, ao longo do qual Eφ deve ser constante por causa da simetria, temos enta˜o fem = ∮ ~E · d~l = − ∫ ∂ ~B ∂t · d~s (7.12) fem = 2piaEφ = −kB0ektpia2 (7.13) Substituindo a por r onde r < b a intensidade do campo ele´trico e´ dado por ~E = −1 2 kB0e ktreˆφ (7.14) O mesmo resultado pode ser obtido a partir da equac¸a˜o ~∇× ~E = −∂ ~B ∂t (7.15) 7.4 Lei de Ampe`re A lei de Ampe`re na forma integral e´ dada por ∮ C ~H · d~l = I + dΦD dt (7.16) Vamos analisar treˆs faces distintas da lei de Ampe`re. 30 7.4.1 Corrente nula e Campo Ele´trico varia´vel Figura 7.1: Campo magne´tico gerado por um campo ele´trico varia´vel Neste caso estamos considerando que no interior do circuito C na˜o existe corrente, mas temos um campo que sua intensidade varia com o tempo. Neste caso a lei de Ampe`re fica da seguinte forma∮ C ~H · d~l = dΦD dt (7.17) Para simplificar os ca´lculos definamos o campo ele´trico como ~E = E(t)kˆ e um circuito de Ampe`re C no plano x-y, desta forma o fluxo da induc¸a˜o torna-se ΦD = ∫ S ~D · d~s = �0κE(t)pir2 (7.18) onde r e´ o raio da espira circular que esta´ no plano x-y. Resolvendo a integral de linha no circuito C, obtemos que ∮ C ~H · d~l = ( B µ ) 2pir (7.19) Sintetizando nossos resultados obtemos que B = �0µκr 2 dE dt (7.20) 7.4.2 Campo Ele´trico constante ou nulo e Corrente ele´trica na˜o nula Figura 7.2: A figura mostra um Campo magne´tico gerado por uma corrente ele´trica Neste caso temos uma corrente ele´trica passando por um fio, ena˜o temos campos ele´tricos variando no tempo. E a lei de Ampe`re torna- se neste caso ∮ C ~H · d~l = I (7.21) Uma aplicac¸a˜o simples e´ o ca´lculo do campo magne´tico fora do fio, e este pode ser facilmente calculado, e o resultado e´ B = µI 2pir (7.22) Pode ainda calcular o campo magne´tico dentro no interior do fio. 7.4.3 Campo Ele´trico varia´vel e Corrente ele´trica na˜o nula Figura 7.3: Circuito aberto Nesta situac¸a˜o temos um circuito aberto por um capacitor, e as- sim temos que levar em conta duas regio˜es distintas: no fio e entre os capacitores. Na regia˜o onde se encontra a corrente ele´trica (fio) o campo ja´ foi obtido na sec¸a˜o anterior e e´ dado por B = µI 2pir (7.23) 31 Na regia˜o entre os capacitores tambe´m ja´ encontremos o valor do campo e e´ dado por B = �0µκr 2 dE dt (7.24) Como a induc¸a˜o magne´tica precisa possuir a mesma intensidade, por comparac¸a˜o obtemos a “corrente deslocamento”, que e´ dada por Id = �0κr 2 dE dt (7.25) 32 Cap´ıtulo 8 Ondas Eletromagne´ticas 33 Cap´ıtulo 9 Circuitos 9.1 Elementos ba´sicos de um circuitos 9.2 Circuito de corrente cont´ınua 9.3 Transientes em Circuitos 9.4 Circuitos de corrente alternada 9.5 Sistemas Polifa´sicos 9.6 Harmoˆnicos em circuitos e Se´rie de Fourier 34
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