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Complexo de Édipo

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COMPLEXO DE ÉDIPO
Um dos conceitos freudianos mais populares é o do complexo de Édipo, baseado na tragédia grega de Sófocles, Édipo rei, é fundamental para concepção da teoria psicanalítica.
A
 
IDEIA DO COMPLEXO DE ÉDIPO FOI desenvolvida por Sigmund f
Freud perto da virada do século 20. Ele se baseou em sua experiência clinica, em autoanalise e na tragédia grega de Sófocles, Édipo Rei, denominando Complexo de Édipo a preferencia velada do filho pela figura materna, acompanhada de uma aversão pelo pai. De acordo com a mitologia grega, Édipo mata Laio sem saber que ele era seu pai e casa-se com Jocasta. Quando se descobre que ela é sua mãe, ele fura seus próprios olhos e Jocasta se mata.
A primeira menção ao Complexo de Édipo foi feita por Freud em outubro de 1897, em mais uma de suas cartas ao seu amigo Wilhelm Fliess, na qual anuncia o pressentimento de que em breve descobriria origem da moralidade. Ele apresenta um sonho que se refere a sentimentos “supercarinhosos” para com sua filha mais velha Mathilde. No sonho, Hella era o nome da filha. Ele encerra a interpretação do sonho dizendo que “o sonho, é claro, mostra a realização do meu desejo de encontrar um pai que seja causador da neurose e, desse modo, por fim às duvidas que ainda persistem em mim sobre esse assunto.” Em outro trecho, diz que “(...) o poder de dominação de Édipo Rei torna-se inteligível(...). O mito grego salienta uma compulsão que todos reconhecem por terem percebido em si mesmos marcas da sua existência.”
Foi somente em 1910 que Freud utilizou a expressão Complexo de Édipo para sua teoria que, de maneira geral, aborda sentimentos contraditórios de amor e hostilidade pelos genitores durante a infância. Suas descobertas foram fundamentais para o desenvolvimento da teoria psicanalítica.
O Édipo seria um fenômeno universal, aconteceria em todo ser humano, em qualquer cultura, e tem no tabu do incesto seu principal postulado. Segundo estudos de antropólogos, a estrutura triangular elaborada no Complexo de Édipo, o tabu do incesto, é notória e está presente em diversas culturas.
Para grande parte dos estudiosos, o Complexo de Édipo é primordial para a compreensão do ser humano como um todo e fundamental para a teoria psicanalítica porque permite a compreensão de muitas psicopatologias.
No Édipo mais comum, descrito de forma simplista até mesmo em revistas populares, o menino se apaixona pela mãe. Quando sofre a ameaça de ser “castrado” pelo pai, desiste dela e passa a se identificar com a figura paterna.
Segundo Freud, o desenvolvimento da criança é dividido em fases. Primeiramente, ocorre a chamada fase oral, quando a criança focaliza seu desejo e prazer no seio materno e na ingestão dos alimentos. Em seguida, ocorre a fase anal, quando o prazer e o desejo tem como foco as excreções e as fezes. Por último, ocorre a fase fálica, quando o desejo e o prazer são focalizados nos órgãos genitais.
Na fase fálica, surge o Complexo de Édipo, também chamado por Freud de Complexo Nuclear das Neuroses. O menino focaliza seus desejo e prazer na figura materna e a menina na figura do pai. Nessa fase, a criança passa a distinguir as diferenças entre os sexos, masculino e feminino, e geralmente fixa sua atenção nas pessoas do sexo oposto no ambiente familiar.
O menino faz de seu pai um ideal em que ele próprio gostaria de se transformar. O vinculo com a mãe é nutrido pelo desejo, em quando o vínculo com o pai tem como base um sentimento de amor produzido pela identificação com o ideal. O menino fica incomodado com a presença paterna, que barra seu impulso sexual pela mãe. Nessa etapa, o pai passa a se apresentar sob duas imagens diferentes: amado como um ideal, odiado como um rival. No Complexo de Édipo invertido, o pai é observado de três formas diferentes: como ideal, objeto de ódio como rival e objeto sexual desejável.
O Complexo de Édipo é muito importante porque caracteriza a diferenciação do sujeito em relação aos pais. A criança percebe que os pais pertencem a uma realidade cultural e que não podem se dedicar somente a ela porque possuem outros compromissos. Ela também começa a perceber que o pai pertence à mãe e por isso dirige sentimentos hostis a ele. A figura do pai representa a inserção da criança na cultura.
Para Freud, o triângulo entre pai, mãe e o ser que nasce constitui o centro do conflito humano e ocorre entre os três e cinco anos de idade por meio de manifestações afetivas e objetivas. É a partir dessa fase que o individuo irá estruturar e organizar o seu vir a ser, sobretudo em relação à diferenciação entre os sexos e seu posicionamento diante da angustia da “castração.”
A teoria freudiana trata de investimentos afetivos que fazemos durante os nossos primeiros anos de vida que nos auxiliam a estabelecer o investimento no outro e os vínculos afetivos. O medo da castração dá inicio a um período de latência, pois retrai os investimentos. É somente na entrada da adolescência que passamos a investir novamente e procuramos por novos objetos. 
No período de latência, o menino desiste da mãe e a menina do pai, por medo da “castração”. Dessa forma, o interesse sexual permanece meio adormecido. É nessa etapa que surgem os famosos clubes do Bolinha e da Luluzinha. As meninas implicam com os meninos e os garotos tem profunda aversão as garotas. Essa etapa é muito importante, porque nela estará sendo construído o superego, que representa todas as normas e leis que as pessoas devem seguir. As crianças aprendem a não agir por impulsos violentos e a obedecer às regras da civilização e as convenções da cultura e da sociedade, entre as quais o tabu do incesto é a fundamental. 
Os intensos sentimentos edipianos ressurgem na adolescência, período em que os jovens costumam ser rebeldes e realizam experiências com sua identidade sexual.
A dissolução do Complexo de Édipo desempenha papel importante na estruturação da personalidade e na orientação do desejo humano, além de ser a principal temática de referência no que diz respeito às psicopatologias. Do mesmo modo, é uma chave importante para se pensar a passagem do biológico ao cultural.
No geral, as pessoas que não conseguem superar o Complexo de Édipo se tornam imaturas, incapazes de progredir, dependentes, incapazes de controlar seus impulsos. Alguns estudos afirmam que as adversidades de um Complexo de Édipo mal-resolvido são transmitidas de uma geração à outra. Dessa forma, pessoas que tiveram relacionamentos difíceis com o pai ou a mãe, ou com ambos, quando adultos, terão dificuldades em assumir o papel paterno ou materno.
Artigo retirado da revista Psicanálise-Grandes Temas da Psicanálise

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