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SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO .......................................................................... Erro! Indicador não definido. 2 PREVISÃO DE DEMANDA ................................................................................................... 21 LISTA DE EXERCÍCIOS 1 ....................................................................................................... 25 3 FUNÇÕES DE ESTOQUE .................................................................................................... 27 4 CUSTOS DE ESTOQUES .................................................................................................... 30 LISTA DE EXERCÍCIOS 2 ....................................................................................................... 33 5 ELEMENTOS DA CURVA DENTE DE SERRA .................................................................... 34 LISTA DE EXERCÍCIOS 3 ....................................................................................................... 34 6 CURVA ABC ......................................................................................................................... 36 LISTA DE EXERCÍCIOS 4 ....................................................................................................... 38 7 LOTE ECONÔMICO ............................................................................................................. 39 LISTA DE EXERCÍCIOS 5 ....................................................................................................... 41 8 SISTEMA DE CONTROLE E AVALIAÇÃO DE ESTOQUES ................................................ 43 LISTA DE EXERCÍCIOS 6 ....................................................................................................... 47 9 REFERÊNCIAS .................................................................................................................... 51 2 1 INTRODUÇÃO Os gerentes de produção usualmente têm uma atitude ambivalente em relação a estoques. Por um lado, eles são custosos e algumas vezes empatam considerável quantidade de capital. Também são arriscados porque itens mantidos em estoque podem deteriorar de forma a ficar obsoletos ou apenas perder-se e, alem disso, ocupam espaço valioso na produção. Por outro lado, proporcionam alguma segurança em um ambiente complexo e incerto. Sabendo disso, mantêm-se itens em estoque, para o caso de consumidores ou programas de produção os demandar; sendo uma garantia reconfortante contra o inesperado. Certamente quando um cliente procura um fornecedor concorrente só porque um item esta em falta no estoque, ou quando, no caso, um grande projeto esta parado esperando somente por uma pequena peça, o valor dos estoques parece inquestionável. Este e o dilema do gerenciamento de estoque: apesar dos custos e de outras desvantagens associadas a manutenção de estoques, eles de fato facilitam a acomodação entre fornecimento e demanda. De fato, existem somente porque o fornecimento e a demanda não estão em harmonia um com o outro. Figura 1 – Uma definição de planejamento e controle de estoque 3 OBJETIVOS: · O papel, a posição e os tipos de estoques na produção; · A decisão de quantidade de pedido e os custos de estoques; · Abordagens de tipo lote econômico de compra (LEC) ou lote econômico (LE) · A decisão do instante de pedido de reabastecimento para sistemas de revisão periódica e continua; · Decisões de controle de estoque, classificações de estoques, medidas de estoque e sistemas de controle de estoque. Que é estoque? Estoque é definido aqui como a acumulação armazenada de recursos materiais em um sistema de transformação. Algumas vezes, estoque também e usado para descrever qualquer recurso armazenado. Assim, um banco teria um "estoque" de pessoal, um "estoque" de caixas eletrônicos (ATMs - automatic teller machines), mesmo um "estoque" de agencias de varejo. Todavia, apesar desses recursos de transformação serem tecnicamente considerados "estoques", porque não são obtidos sempre que um consumidor faz uma solicitação ao banco, eles não são o que normalmente se quer dizer com o termo estoque. Normalmente, usamos o termo para nos referirmos a recursos de entrada transformados. Assim, uma empresa de manufatura manterá estoques de materiais, um escritório de assessoria tributaria manterá estoques de informações e um parque temático manterá estoques de consumidores (quando são consumidores que estão sendo processados, nós nos referimos a "estoques" deles como "filas" - a idéia é a mesma, mas "filas" e considerado um termo mais delicado). Todas as operações mantêm estoques!! Se você andar por qualquer operação produtiva, verá diversos tipos de materiais armazenados. A Tabela 1 da alguns exemplos para diversas operações. Todavia, há diferenças entre os exemplos de estoque dados na Tabela 1. Alguns são relativamente triviais para a produção em questão: por exemplo, os materiais de limpeza que são armazenados em uma fábrica de televisores são muito menos importantes do que os estoques de aço, plástico e componentes, que também são mantidos. O valor dos materiais de limpeza mantidos pela fábrica será consideravelmente menor do que o valor do aço, dos plásticos e dos componentes. 4 Operação Exemplos de estoque mantidos em operações Hotel Itens de alimentação, itens de toalete, materiais de limpeza. Hospital Gaze, instrumentos, sangue, alimentos, drogas, materiais de limpeza. Loja de varejo Coisas a serem vendidas, materiais de embrulho. Armazém Coisas armazenadas, materiais de embalagem. Distribuidor de Autopeças Autopeças em pontos de distribuição autopeças locais. Manufatura de Componentes Matéria-prima, semi-acabados, televisores acabados, televisor materiais de limpeza. Metais preciosos Materiais (ouro, platina etc.) esperando serem processados, material completamente refinado. Tabela 1 - Exemplos de estoques mantidos em operações. O valor de estoques Talvez a mais obvia diferença entre as operações na Tabela 1 e o valor dos estoques que elas mantém. Em algumas, o valor dos estoques e relativamente pequeno, comparado com os custos dos insumos totais da operação. Em outras, ele será muito mais alto, especialmente onde armazenagem e o principal propósito da operação. Neste exemplo, o valor dos bens mantidos no armazém e provavelmente muito alto, comparado com seus gastos do dia-a-dia em coisas como custos de mão- de-obra, de locação e operacionais. Algumas vezes, o valor dos estoques pode ser tão alto que não é nem mesmo incluído nos demonstrativos financeiros gerais da organização; isso seria verdade, por exemplo, em refinarias de metais preciosos. Por que existe estoque? Não importa o que está sendo armazenado como estoque, ou onde ele esta posicionado na operação; ele existira porque existe uma diferença de ritmo ou de taxa entre fornecimento e demanda. Se o fornecimento de qualquer item ocorresse exatamente quando fosse demandado, o item nunca seria estocado. Uma analogia comum e a do tanque de água mostrado na Figura 2. Se, no tempo, a taxa de fornecimento de água ao tanque difere da taxa de demanda, um tanque de água (estoque) será necessário, se e pretendido que o fornecimento seja mantido. Quando a taxa de fornecimento excede a taxa de demanda, o estoque aumenta; quando a taxa de demanda excede a taxa de fornecimento o estoque diminui. 5 O ponto é ressaltar que se uma operação pode fazer esforços para casar as taxas de fornecimento e de demanda, acontecerá umaredução em seus níveis de estoque. Figura 2 - O estoque é criado para compensar diferenças de ritmo entre fornecimento e demanda. Tipos de estoques As várias razões para o desequilíbrio entre a taxa de fornecimento e de demanda em diferentes pontos de qualquer operação levam a diferentes tipos de estoque. Há quatro tipos de estoque: estoque isolador, estoque de ciclo, estoque de antecipação e estoque de canal. ESTOQUE ISOLADOR O estoque isolador também e chamado de estoque de segurança. Seu propósito e compensar as incertezas inerentes a fornecimento e demanda. Por exemplo, uma operação de varejo nunca pode prever a demanda perfeitamente, mesmo quando tenha boa idéia de qual o mais provável nível de demanda. Ela vai encomendar bens de seus fornecedores de modo que sempre haja certa quantidade da maioria dos itens em estoque. ESTOQUE DE CICLO O estoque de ciclo ocorre porque um ou mais estágios na operação não podem fornecer todos os itens que produzem simultaneamente. Por exemplo, suponhamos uma padaria que faz três tipos de pães, todos igualmente populares entre seus consumidores. Devido à natureza dos processos de Taxa de fornecimentoTaxa de fornecimento do processo de entradado processo de entrada Taxa de demandaTaxa de demanda do processo de saídado processo de saída EstoqueEstoque Processo de entrada ProcessoProcesso dede entradaentrada Processo de saída ProcessoProcesso de saídade saída EstoqueEstoqueEstoque 6 misturar e assar somente um tipo de pão pode ser produzido por vez. O padeiro teria que produzir cada tipo de pão em fornadas (ou "lotes", como algumas vezes são conhecidos), como mostra a Figura 3 abaixo. As fornadas devem ser grandes o bastante para satisfazer a demanda de cada tipo de pão entre os momentos em que cada fornada esta pronta para venda. Portanto, mesmo quando a demanda seja estabelecida e previsível, como na Figura 3, haverá sempre algum estoque para compensar o fornecimento irregular de cada tipo de pão. ESTOQUE DE ANTECIPAÇÃO O estoque de antecipação pode ser usado para compensar diferenças de ritmo de fornecimento e demanda. Um dos exemplos pode ser de, em vez de fazer chocolate somente quando necessário, produzi-lo ao longo do ano à frente da demanda e colocado em estoque até que fosse necessário. ESTOQUES NO CANAL (DE DISTRIBUIÇÃO) Estoques no canal existem porque o material não pode ser transportado instantaneamente entre o ponto de fornecimento e o ponto de demanda. Se uma loja de varejo encomenda itens em consignação de um de seus fornecedores, o fornecedor vai alocar estoque para a loja de varejo em seu próprio armazém, embalá-lo, carregá-lo em seus caminhões, transportá-lo para seu destino, e descarregá-lo no estoque do varejista. Desde o momento em que o estoque é alocado (e, portanto, esta indisponível para qualquer outro consumidor), até o momento em que se torna disponível para a loja de varejo, ele e dito no canal de distribuição. Todo estoque, portanto, em transito, e estoque no canal. Figura 3 Estoque de ciclo em uma padaria. ENTREGA A ENTREGA B ENTREGA C ENTREGA A ENTREGA B ENTREGA C PRODUZ A PRODUZ A PRODUZ B PRODUZ B PRODUZ C PRODUZ C PRODUZ A PRODUZ A PRODUZ B PRODUZ B PRODUZ C PRODUZ C Tempo Ní ve l d e e sto qu e 7 Posição do estoque. Não somente há diversas razões para o desequilíbrio entre fornecimento e demanda; poderia também haver diversos pontos nos quais esse desequilíbrio poderia existir entre diferentes estágios na produção. A Figura 4 ilustra diferentes níveis de complexidade de relacionamentos de estoque dentro de uma operação. Talvez o nível mais simples seja o sistema de estoque de estágio simples, como na loja de varejo, que somente tem um estoque de bens para gerenciar. Uma operação de distribuição de autopeças terá um depósito central, que contém estoque, e vários pontos de distribuição locais, que também contém estoques dos mesmos itens. Numa fábrica de televisores, como em muitas produções de itens padronizados, há três tipos de estoque. Os estoques de componentes e matérias-primas (algumas vezes chamados de estoques de insumos) recebem bens dos fornecedores da operação; as matérias-primas e os componentes percorrem seu caminho ao longo dos vários do processo de produção, mas passam tempo considerável como material em processo (WIP - work in progress) antes de finalmente atingir o estoque de produtos acabados. Este e o sistema de multi-estágios. Decisões de estoque Em cada ponto no sistema de estoque (de qualquer tipo: estagio singular dois estágios, ou multi-estagios) os gerentes de produção precisam gerir as tarefas do dia-a-dia dos sistemas. Pedidos de itens de estoque serão recebidos dos consumidores internos e externos; os itens serão despachados e a demanda vai gradualmente exaurir o estoque. Serão necessárias colocações de pedidos para reposição de estoques, entregas vão chegar e requerer armazenamento. No gerenciamento do sistema, os gerentes de produção estão envolvidos em três principais tipos de decisões: Operação de vendas OperaçãoOperação dede vendasvendas EstoqueEstoqueEstoque Fornecedores SISTEMA DE ESTOQUE DE ESTÁGIO SIMPLES Fornecedores Depósito central Distribuição Ponto de distribuição local Operação de vendas SISTEMA DE ESTOQUE DE DOIS ESTÁGIOS Estoques de entrada Estágio 1 Estágio 2 Estágio 3 Estoque em processo WIP Estoque em processo WIP Estoque de bens acabados Fornecedores SISTEMA DE ESTOQUE MULTIESTÁGIOS 8 Figura 4 - Sistemas de estoque (a) de estágio simples, (b) de dois estágios, (c) de multiestagios, (d) multiescalonado. Quanto pedir? Cada vez que um pedido de reabastecimento e colocado, de que tamanho ele deve ser? (Algumas vezes, isso e chamado de decisão de volume de ressuprimento.) Quando pedir? Em que momento, ou em que nível de estoque o pedido de reabastecimento deveria ser colocado? (Algumas vezes, isso e chamado de decisão de momento de reposição) Como controlar o sistema. Que procedimentos e rotinas devem ser implantados para ajudar a tomar essas decisões? Diferentes prioridades deveriam ser atribuídas a diferentes itens do estoque? Como a informação sobre estoque deveria ser armazenada? DECISÃO DE VOLUME DE RESSUPRIMENTO – QUANTO PEDIR? Para ilustrar essa decisão, consideremos uma situação domestica simples. Provavelmente, o estoque mais comum com que lidamos em nossas vidas domestica e o de comida e provisões que mantemos em nosso apartamento ou casa. No gerenciamento desse estoque, implicitamente tomamos decisões de quantidade a pedir, isto e, quanto comprar em cada momento. Na tomada dessas decisões, equilibramos dois conjuntos de custos: o custo associado com sair para comprar os itens de comida e os custos associados com a manutenção dos estoques. SISTEMA DE ESTOQUE MULTIESCALONADO Produtores de fio (fiações) Manufatura de tecidos (tecelagens) Manufatura de roups (confecções) Armazéns regionais Lojas de varejo 9 Uma opção seria manter muito pouco ou nenhum estoque de comida e comprar cada item somente quando fosse necessário. A vantagem dessa abordagem e que nunca teríamos que levantar a grande quantidade de dinheiro necessária para fazer as principais compras, gastando somente quando necessário. Todavia, essa abordagem envolveria sair paracomprar provisões três ou quatro vezes por dia. Os custos em termos de nosso tempo e inconveniência geral provavelmente fariam desta uma proposição não atraente. No extremo oposto, podemos fazer uma ida ao supermercado local a cada poucos meses e comprar todas as provisões de que vamos precisar até a próxima compra. A vantagem disso e que os tempos e os custos em fazer as compras são incorridos muito pouco freqüentemente. A principal desvantagem e que teríamos que gastar muito dinheiro cada vez que a viagem fosse feita - dinheiro esse que poderia estar no banco rendendo juros. Outra desvantagem seria que os custos de armazenar essas grandes quantidades de comida também seriam altos. Temos que investir em armários extras e num freezer muito grande. Em algum lugar entre esses extremos estará à estratégia de pedidos que minimizara os custos totais e o esforço envolvido na compra de comida. Custos de estoque Exatamente o mesmo princípio da situação domestica aplicam-se as decisões de pedidos comerciais. Na tomada de decisão de quanto comprar os gerentes de produção primeiro tentam identificar os custos que serão afetados por sua decisão. Alguns custos são relevantes. · Custo de colocação do pedido. Cada vez que um pedido é colocado para reabastecer estoque, são necessárias algumas transações que incorrem em custos para a empresa. Essas incluem as tarefas de escritório de preparo do pedido e de toda a documentação associada com isso, o arranjo para que se faça a entrega, o arranjo de pagar o fornecedor pela entrega e os custos gerais de manter todas as informações para fazer isso. · Custos de desconto de preços. Em muitas indústrias, os fornecedores oferecem descontos sobre o preço normal de compra para grandes quantidades; alternativamente, eles podem impor custos extras para pequenos pedidos. · Custos de falta de estoque. Se errarmos na decisão de quantidade de pedido e ficarmos sem estoque, haverá custos incorridos por nos, pela falha no fornecimento a nossos consumidores. 10 · Custos de capital de giro. Logo que colocamos um pedido de reabastecimento, os fornecedores vão demandar pagamento por seus bens. Quando fornecermos para nossos próprios consumidores, vamos, por nossa vez, demandar pagamento. Todavia, haverá provavelmente um lapso de tempo entre pagar nossos fornecedores e receber pagamento de nossos consumidores. Durante esse tempo, temos que ter os fundos para os custos de manter os estoques. Isso é chamado capital de giro, de que precisamos para girar o estoque. Os custos associados a ele são os juros, que pagamos ao banco por empréstimos, ou os custos de oportunidade, de não reinvestirmos em outros lugares. · Custos de armazenagem. Estes são os custos associados a armazenagem física dos bens. Locação, climatização e iluminação do armazém podem ser caros, especialmente quando são requeridas condições especiais, como baixa temperatura ou armazenagem de alta segurança. · Custos de obsolescência. Se escolhemos uma política de pedidos que envolve pedidos de muito grandes quantidades, o que significara que os itens estocados permanecerão longo tempo armazenados, existe o risco de que esses itens possam tornar-se obsoletos (no caso de uma mudança na moda, por exemplo) ou deteriorar-se com a idade (no caso da maioria dos alimentos, por exemplo). · Custos de ineficiência de produção. De acordo com as filosofias do just in time, altos níveis de estoque nos impedem de ver a completa extensão de problemas dentro da produção. Podemos dividir todos esses custos associados com estoques em dois grupos. As primeiras três categorias são custos que usualmente decrescem à medida que o tamanho do pedido é aumentado. As outras categorias de custos usualmente crescem à medida que o tamanho do pedido é aumentado. PERFIS DE ESTOQUE Um perfil de estoque e uma representação visual do nível de estoque ao longo do tempo. A Figura 5 mostra um perfil de estoque simplificado para um item particular de estoque em uma operação de varejo. Sempre que um pedido e colocado, Q itens são pedidos. O pedido de reabastecimento chega em um lote instantaneamente. A demanda do item e, então, fixa e perfeitamente previsível a taxa de D unidades por mês. Quando a demanda acabou com o estoque de itens, outro pedido de Q itens chega instantaneamente e assim por diante. Sob essas circunstâncias: 11 O estoque médio = Q/2 O intervalo de tempo entre entregas Q/D A freqüência de entregas = ao recíproco do intervalo de tempo = D/Q Figura 5 - Perfis de estoque ilustram a variação nos níveis de estoque. FÓRMULA DO LOTE ECONÔMICO DE COMPRA A abordagem mais comum para decidir quanto de um particular item pedir, quando o estoque precisa de reabastecimento, e chamada abordagem do lote econômico de compra. Essencialmente, essa abordagem tenta encontrar o melhor equilíbrio entre as vantagens e as desvantagens de manter estoque. Por exemplo, a Figura 6 mostra duas políticas de quantidade de pedido alternativas para um item. O Plano A, representado pela linha contínua, envolve pedidos em quantidades de 400 por vez. A demanda neste caso ocorre a uma taxa de 1.000 unidades por ano. O Plano B, representado pela linha pontilhada, considera pedidos de reabastecimento menores, mas mais freqüentes. Dessa vez, somente 100 são pedidos por vez, com pedidos sendo colocados com freqüência quatro vezes maior. Todavia, o estoque médio para o plano B e um quarto do plano A. Q/D Entregas instantâneas à taxa de D/Q por período Demanda fixa e previsível (D) Declividade = taxa de demanda Estoque médio = Q/2 Tempo Ní ve l d e e sto qu e 12 Figura 6 – Dois planos alternativos de estoque com diferentes quantidades de pedido Para descobrir se qualquer um desses planos, ou se outro plano, minimiza os custos totais de estocagem do item, precisamos de mais informações: o custo total de manutenção de uma unidade em estoque por um período de tempo (C,) e os custos totais de colocação de um pedido (CE). Genericamente, custos de manutenção de estoques são levados em conta incluindo: - Custos de capital empatado; - Custos de armazenagem; - Custos do risco de obsolescência. Os custos de pedido são calculados levando-se em conta: - Custos de colocação do pedido (incluindo transporte de itens dos fornecedores, se relevante); - Custos de descontos no preço. Neste caso, o custo de manutenção de estoque e R$ 1 por item por ano e o custo de colocação de um pedido e de R$ 20 por pedido. Podemos agora calcular os custos totais de manutenção e os custos de pedido para qualquer plano de pedido particular, como segue. Custos de manutenção = Custo de manutenção/unidade x estoque médio = Cb x Q/2 Custos de pedido = Custo de pedido x numero de pedidos por período = Cp x D/Q Assim, custo total, Ct = CeQ/2+ CpD/Q Podemos agora calcular os custos de adotar planos com diferentes quantidades de pedido. Estes são ilustrados na Tabela 3. Tempo Nív el d e e sto qu e Plano A Q=400 DEMANDA (d) = 1.000 itens por ano Estoque médio para o Plano A = 200 Estoque médio para o plano B = 50 Plano B Q= 100 0,1 ano 100 400 13 Como esperávamos, com baixos valores de Q, os custos de manutenção de estoque são baixos, mas os custos de colocação de pedidos são altos, porque os pedidos têm que ser colocados muito freqüentemente. À medida que Q cresce, os custos de manutenção de estoque crescem, mas o custo de colocaçãode pedidos decresce. Inicialmente, os decréscimos nos custos de pedidos são maiores do que os aumentos nos custos de manutenção, e o custo total caem. Depois de um ponto, todavia, o decréscimo nos custos de pedidos e mais lento, enquanto o crescimento dos custos de manutenção permanece constante e o custo total começa a crescer. Neste caso, a quantidade de pedidos Q, que minimiza a soma dos custos de manutenção e de pedido, e 200. Esta quantidade de pedidos "ótima" é chamada quantidade econômica de pedido (lote econômico de compra). Graficamente, isso é ilustrado na Figura 7. Quantidade de pedidos (Q) Custos de manutenção (0,5QxCe) Custos de pedidos [(D/Q)xCp)] Custo total 50 25 20x20=400 425 100 50 10x20=200 250 150 75 6,7x20=134 209 200 100 5x20=100 200* 250 125 4x20=80 205 300 150 3,3x20=66 216 350 175 2,9x20=58 233 400 200 2,5x20=50 250 Tabela 3 Custos de adoção de planos com diferentes quantidades de pedidos. * Custo mínimo total 14 Figura 7 Representação gráfica da quantidade econômica de pedido. DECISÃO SOBRE O TEMPO – QUANDO COLOCAR O PEDIDO? Quando assumimos que os pedidos chegavam instantaneamente e que a demanda era constante e previsível, a decisão de quando colocar um pedido de reabastecimento era evidente. Um pedido seria colocado logo que o nível de estoque atingisse zero. Ele chegaria instantaneamente e evitaria qualquer ocorrência de falta de estoque. Se os pedidos de reabastecimento não chegam instantaneamente, mas há um lapso entre o pedido sendo colocado e chegando ao estoque, podemos calcular o momento de pedido de reabastecimento como mostrado na Figura 8. O lead time para um pedido chegar neste caso é de duas semanas, assim o ponto de ressuprimento e o ponto no qual o estoque vai cair para zero menos o Iead time do pedido. Alternativamente, podemos definir o ponto em termos do nível que o estoque terá atingido quando um pedido de reabastecimento tiver que ser colocado. Neste caso, isso ocorre no nível de ressuprimento de 200 itens. 0 50 100 150 200 250 300 350 400 450 50 100 150 200 250 300 350 400 Q u an tid ad e d e p ed id o s C u s to s C u s to s d e m a n u te n ç ã o ( 0 ,5 Q x C e ) C u s to to ta l C u s to s d e p e d id o s 15 Figura 8 - O nível de ressuprimento e o ponto de ressuprimento são derivados do lead time de pedido e da taxa de demanda. Todavia, isso presume que tanto a demanda como o Iead time de pedido são perfeitamente previsíveis. Na maioria dos casos, e claro que isso não e assim. E provável que tanto a demanda como o Iead time de pedido variem. Nessas circunstancias, e necessário fazer pedidos de reabastecimento um pouco antes do que ocorreria no caso de uma situação puramente determinística. Isso resulta, em média, em algum estoque ainda presente quando os pedidos de reabastecimento chegam. Isso é estoque isolador ou estoque de segurança (s). Quanto mais cedo o pedido de reabastecimento for colocado, mais alto será o nível esperado de estoque de segurança (s) quando o pedido de reabastecimento chegar. Entretanto, devido à variabilidade tanto do lead time de pedido (t) como da taxa de demanda (d), algumas vezes haverá um estoque de segurança mais alto que a media e outras vezes haverá um mais baixo. A principal consideração no estabelecimento de estoque de segurança não e tanto o nível médio de estoque quando um pedido de reabastecimento chega, mas que o estoque não vai faltar antes de chegar o pedido de reabastecimento. Tempo N ív el d e es to qu e 1 2 3 4 5 6 7 8 Demanda (D) = 100 itens por semana Nível de ressuprimento Ponto de ressuprimento 100 200 300 400 Lead time do pedido 16 A estatística-chave no cálculo de quanto estoque de segurança permitir é a distribuição de probabilidade que mostra o uso no Iead time A distribuição do "uso no lead time" e uma combinação de distribuições que descreve a variação do lead time e a taxa de demanda durante o lead time. Se o estoque de segurança e estabelecido abaixo do menor limite dessa distribuição, haverá faltas a cada ciclo de reabastecimento. Se o estoque de segurança e estabelecido acima do limite superior de distribuição, não há chance de faltas ocorrerem. Usualmente, o estoque de segurança e estabelecido para dar uma probabilidade predeterminada de que a falta de estoque não ocorrerá. REVISÕES CONTÍNUAS E PERIÓDICAS Decisão de instante de reabastecimento é freqüentemente chamada de abordagem de revisão contínua. Isso porque, para tomar decisões dessa forma, os gerentes de produção precisam continuamente rever os níveis de estoque de cada item e então colocar um pedido, quando o nível de estoque atinge o nível de ressuprimento. A virtude dessa abordagem é que, apesar de o ritmo de pedidos poder ser irregular (dependendo da variação na taxa de demanda), o tamanho do pedido (Q) e constante e pode ser estabelecido no lote econômico de compra ótima. Todavia, checar continuamente os níveis de estoque pode consumir tempo, especialmente quando há muitas retiradas de estoque comparadas com o nível médio de estoque. Uma abordagem alternativa e muito mais simples, mas que sacrifica o uso de uma quantidade de pedido fixa (e portanto possivelmente ótima), é chamada abordagem de revisões periódicas. Aqui, em vez de pedir em um nível de ressuprimento predeterminado, a abordagem periódica pede em intervalos de tempo regulares e fixos. Assim, o nível de estoque de um item poderia ser checado, por exemplo, no final de cada mês, e um pedido de reabastecimento poderia ser colocado para elevar o nível de estoque até um nível predeterminado. Esse nível e calculado para cobrir a demanda entre os pedidos de reabastecimento sendo feitos e o pedido de reabastecimento chegando. SISTEMAS DE CONTROLE E ANÁLISE DE ESTOQUES Uma visão probabilística de demanda e de lead time, ainda são simplificados comparados com a complexidade do gerenciamento de estoque real. Lidar com muitos milhares de itens estocados, fornecidos por muitas centenas de fornecedores, com possivelmente dezenas de milhares de consumidores individuais, torna a tarefa de operações complexa e dinâmica. Para controlar tal complexidade, os gerentes de produção têm que fazer duas coisas. 17 Primeiro, eles tem que discriminar os diferentes itens estocados, de modo que possa aplicar um grau de controle a cada item, que seja adequado a sua importância. Segundo, precisam investir em um sistema de processamento de informação que possa lidar com seus particulares conjuntos de circunstancias de controle de estoque. Prioridades de estoque - o sistema ABC Em qualquer estoque que contenha mais de um item, alguns itens serão mais importantes para a organização do que outros. Alguns itens, por exemplo, podem ter uma taxa de uso muito alta, de modo que, se faltassem, muitos consumidores ficariam desapontados. Outros itens podem ter valores particularmente altos, de modo que níveis de estoque excessivos seriam particularmente caros. Uma forma comum de discriminar diferentes itens de estoque e fazer uma lista deles, de acordo com suas movimentações de valor (sua taxa de uso multiplicada por seu valor individual). Os itens com movimentação de valor particularmente alta demandam controle cuidadoso, enquanto aqueles com baixas movimentações de valor não precisam ser controlados tão rigorosamente. Geralmente, uma pequena proporção dos itens totais contidos em estoque vão representar uma grande proporçãodo valor total em estoque. Este fenômeno e conhecido como lei de Pareto (nome da pessoa que o descreveu), algumas vezes referenciada como a regra 80/20. É chamada assim porque tipicamente 80% do valor do estoque de uma operação e responsável por somente 20% de todos os tipos de itens estocados. Aqui, a relação pode ser usada para classificar diferentes tipos de itens mantidos em estoque por sua movimentação de valor. Isso permite que os gerentes de estoque concentrem seus esforços no controle dos itens mais significativos do estoque. Itens classe A são aqueles 20% de itens de alto valor que representam cerca de 80% do valor total do estoque. Itens classe B são aqueles de valor médio, usualmente os seguintes 30% dos itens que representam cerca de 10% do valor total. Itens classe C são aqueles itens de baixo valor que, apesar de compreender cerca de 50% do total de tipos de itens estocados, provavelmente somente representam cerca de 10% do valor total de itens estocados. 18 SISTEMAS DE INFORMAÇÃO DE ESTOQUES A maioria dos estoques, de qualquer tamanho significativo, e gerenciada por sistemas computadorizados. O grande número de cálculos relativamente rotineiros envolvidos no controle de estoque presta-se bem a apoio computadorizado. Isso é especialmente verdade desde que a coleta de dados passou a ser feita de forma mais conveniente, através do uso de leitoras de código de barras e pontos de venda com registro das transações. Muitos sistemas comerciais de controle de estoque estão disponíveis, apesar de eles terem certas funções em comum. Essas incluem o seguinte: ATUALIZAR REGISTROS DE ESTOQUES Cada vez que uma transação acontece (como a venda de um item ou o movimento de um item do armazém para um caminhão, ou a entrega de um item no armazém), a posição, o status e, possivelmente, o valor do estoque terão sido mudados. Essa informação precisa de registro, de modo que os gerentes de produção possam determinar o status do estoque em qualquer momento. GERAR PEDIDOS As duas principais decisões que descrevemos anteriormente, quanto pedir e quando pedir, podem ambas ser feitas por um sistema computadorizado de controle de estoque. E provável que a primeira decisão, estabelecer quanto pedir (Q) seja tomada somente em intervalos muito pouco freqüentes. O sistema vai manter todas as informações da fórmula da quantidade econômica de pedido, mas pode periodicamente checar a demanda ou o lead time de pedido, ou qualquer outro parâmetro, para ver se mudaram significativamente, e recalcular Q de acordo com tais mudanças. A decisão de quando pedir, por outro lado, e muito mais um caso de rotina, que os sistemas de computador fazem de acordo com quaisquer regras de decisão que os gerentes de produção adotem: seja revisão contínua, seja revisão periódica. Alem disso, os sistemas podem automaticamente gerar qualquer documentação requerida, ou mesmo transmitir as informações de ressuprimentos através de um sistema eletrônico de intercâmbio de dados (EDI - electronic data interchange). GERAR REGISTROS DE ESTOQUES Os sistemas de controle de estoque podem gerar relatórios regulares de valor de estoque para os diferentes itens armazenados, que podem ajudar a gerencia a monitorar o desempenho do controle de estoque. De maneira similar, o desempenho do serviço ao consumidor assim como o numero de falta de estoque, ou o numero de pedidos incompletos, pode ser regularmente monitorado. Alguns 19 relatórios podem ser gerados excepcionalmente. Isto e, o relatório somente e gerado se alguma medida de desempenho se desvia dos limites aceitáveis. PREVISÃO Todas as decisões de estoque são baseadas na previsão da demanda futura. O sistema de controle de estoque pode comparar à demanda real com a prevista e ajustar à previsão a luz dos níveis atuais de demanda. Definição de Logística É o processo de planejar, implementar e controlar o fluxo e armazenagem de matérias-primas, produtos em processo, produtos acabados e informações do ponto de origem ao ponto de consumo de forma eficiente e eficaz conforme as necessidades dos clientes. (CLM, 1998) Valores que agrega à logística De lugar – Transporte De tempo – Estoques As atividades logística podem ser divididas em primárias e de apoio. - Primárias: transporte, estocagem e processamento de pedidos. - Apoio: armazenagem, manuseio, embalagem, obtenção, informações e programação. Subsistemas do sistema logístico: - Logística de Suprimento - Logística de Produção - Distribuição Física Objetivos de um sistema logístico Atingir: - Nível de serviço (maior possível – ser eficaz) - Custos totais (menores possíveis – ser eficiente) 20 1. PREVISÃO DE DEMANDA 1.1. Introdução A previsão de demanda é o ponto de partida direto ou indireto para praticamente todas as decisões organizacionais. Ela é um processo racional de busca de informações acerca do valor das vendas futuras de um item ou de um conjunto de itens. Tatno quanto possível ela deverá fornecer tamabém informações sobre qualidade e localização (lugar onde serão necessários) dos produtos no futuro. Prever a demanda é de responsabilidade de vendas e/ou marketing. As previsões não são perfeitas pois existem muitos fatores no ambiente empresarial que não podem ser previstos e controlados com segurança. Quanto maior o período coberto pelo planejamento, menor a precisão com que se pode contar. Mas uma previsão por mais imperfeita que seja, sempre é necessária. 1.2. Métodos de Previsão Os modelos de previsão que uma empresa pode adotar depende de uma série de fatores: - Horizonte de previsão - Disponibilidade de dados - Precisão necessária - Tamanho do orçamento para previsão - Disponibilidade de pessoal qualificado 1.3. Classificação dos métodos de previsão Os métodos de previsão classificam-se em métodos qualitativos e métodos quantitativos, estes por sua vez subdividem-se em métodos causais e séries temporais. 1.3.1. Métodos Qualitativos Os métodos qualitativos são baseados no julgamento, isto é, estimativas e opiniões e é utilizado quando não existem dados disponíveis. São eles: - Opiniões de Executivos; - Opinião da Força de Vendas; - Pesquisa junto a consumidores; - Método Delphi; - Analogia Histórica. 21 1.3.2. Métodos Causais Este método leva em conta o ambiente, segundo ele a ocorrência de um evento causa ou influencia outro evento. Utilizado para previsão a longo prazo. São eles: - Regressão Simples; - Regressão Múltipla; - Modelos de Entrada/Saída - Principais Indicadores. 1.3.3. Séries Temporais Método quantitativo que leva em conta o passado. Para curto prazo. São eles: - Média Móvel Simples; - Média Móvel Ponderada; - Média Ponderada Exponencial. MÉDIA MÓVEL SIMPLES: utilizada quando demanda não apresenta nenhuma característica sazonal e para horizonte de previsão curto. Exemplo: Conhecendo a demanda dos meses abaixo, calcule a previsão de vendas para o mês subsequente, considerando uma média de 5 meses. Meses JAN FEV MAR ABR MAI JUN Demanda 100 110 120 200 150 ? MÉDIA MÓVEL PONDERADA: Cada elemento é ponderado por um fator, no qual a soma de todos os pesos é igual a um. Semelhante a média móvel simples. Exemplo: Sendo fornecidos os dados de demanda da tabela a seguir. a. Determine uma previsão por média móvel ponderada, utilizando um peso de 0,40 para o período mais recente,0,30 para o período anterior, 0,20 para o que precede a este e 0,10 para o primeiro período. b. Se a demanda real para o período 6 é de 39 unidades, faça a previsão da demanda para o período 7, utilizando os mesmos pesos do item a. 22 Período Demanda 1 42 2 40 3 43 4 40 5 41 MÉDIA PONDERADA EXPONENCIAL: Dados pontuais mais recentes têm maior peso, com o peso declinado exponencialmente à medida que esses dados tornam-se ultrapassados. Alpha é a constante de ajuste, e determina o nível de ajuste e a velocidade de reação, para diferença entre as previsões e as ocorrências reais. Sua determinação é arbitrária (natureza do produto ou bom senso do gerente). Quanto maior o crescimento maior a taxa de reação. Exemplo: Demanda relativamente estável e a constante de ajuste igual a 0,05. Previsão para mês anterior (Ft-1) foi de 1050 unidades e que 1000 unidades foi a demanda real. A previsão para este mês será de: Ft = Ft-1 + constante (At-1 - Ft-1 ) Obs.: Quanto maior o valor da constante de ajuste, mais próximo segue a demanda real. Este método esta sempre acima ou abixo da demanda real. 1.3. Medida e Controle do Erro nas Previsões Erro de previsão é a diferença entre o valor da demanda prevista e ao que realmente ocorreu. São fontes de erros: - Falhas na inclusão de valores corretos; - Utilização de relacionamentos errados entre variáveis; - Emprego da linha de tendência errada; - Localização da demanda sazonal em pontos diferentes de onde ela ocorre; - Existência de algumas tendências seculares indeterminadas. O erro é medido através do desvio médio absoluto, variância e desvio padrão. 1.5. Horizonte da Previsão Longo Prazo: 2 a 10 anos Média Prazo: 1 a 2 anos Curto Prazo: Até um ano 23 1.6. Sazonalidade Uma indicação útil do grau de variação sazonal para um produto é o índice sazonal. Trata-se de uma estimativa de quanto a demanda, durante um determinado período, será maior ou menor que a demanda média do produto. Por exemplo, a demanda de trajes de banho pode ter uma média de 100 unidades por mês, mas em janeiro a média é de 175 e, em março de 35. O índice para a demanda de julho seria 1,75 e para setembro 0,35. A fórmula do índice sazonal é a seguinte: Índice sazonal = demanda média para o perído Demanda média para todos os períodos O período pode ser diário, semanal, mensal ou trimestral, dependendo da base para a sazonalidade. A demanda média para todos os períodos é um valor que neutraliza a sazonalidade e chama-se demanda desestacionalizada. Ex.: Um produto que tem uma base sazonal de demanda para cada trimestre apresentou nos últimos três anos os resultados mostrados no quadro abaixo. Não há tendência, mas observa-se uma sazonalidade definida. A demanda média para o trimestre é de 100 unidades. Calcule o índice sazonal para os 4 trimestres. ANO TRIMESTRE 1 2 3 4 Total 1 122 108 81 90 401 2 130 100 73 96 399 3 132 98 71 99 400 Média 128 102 75 95 400 24 A equação que serve para desenvolver índices sazonais também é útil para prever a demanda sazonal. Se uma empresa prevê a demanda média para todos os períodos, os índices sazonais podem ser utilizados para calcular as previsões sazonais. A equação reordenada ficaria assim: Demanda sazonal = (índice sazonal) x (demanda desestacionalizada) Ex.: A empresa do exemplo anterior prevê uma demanda anual para o próximo ano de 420 unidades. Calcule a previsão de vendas trimestrais. Resposta: Demanda média trimestral prevista = Demanda trimestral esperada = (índice sazonal) x (demanda trimestral prevista) Demanda esperada para o 1o Trimestre = Demanda esperada para o 2o Trimestre = Demanda esperada para o 3o Trimestre = Demanda esperada para o 4o Trimestre = Demanda Total Prevista = LISTA DE EXERCÍCIOS 1 1. Sabendo as vendas dos meses abaixo, calcule a previsão para o mês subsequente, considerando uma média de 4 meses. Meses Jan Fev Mar Abr Mai Vendas 30.000 32.000 31.500 31.750 30.800 2. Se a previsão para fevereiro fosse de 122 unidades e a demanda real de 130, qual seria a previsão para março, se a constante de ajuste tem valor 0,15? 3. Uma loja tem a seguinte tabulação de vendas. 25 Meses jun jul ago set Out Nov Vendas 87 90 100 107 113 123 Estabeleça a previsão para dezembro a. Pelo método da média móvel levando em consideração 4 meses; b. Pelo método da média móvel ponderada com os seguintes pesos em ordem decrescente 5%, 10%, 10%, 15%, 20%, 40%; c. Pelo método da média com ponderação exponencial com uma constante de ajuste de 0,8, sabendo que a previsão do mês anterior foi de 120 e a demanda foi de 123. 26 2. FUNÇÕES DOS ESTOQUES 2.1.Introdução Definição: Segundo Slack et al (1996) o estoque é a acumulação armazenada de recursos materiais em um sistema de transformação. Já segundo Moreira (1998) é quaisquer quantidades de bens físicos que sejam conservados, de forma improdutiva, por algum intervalo de tempo. Existem somente porque o fornecimento e a demanda não estão em harmonia um com o outro. Os estoques podem ser de: - Matérias-primas; - Peças e outros itens comprados de terceiros; - Peças e outros itens fabricados internamente; - Material em processo; - Produtos acabados. Além destes podem existir ainda a categoria de: - Estoque de distribuição; - Estoque em consignação; e - Provisão de materiais para manutenção, reparos e operações produtivas (MRO). Quanto maior o estoque menor será a taxa de retorno. Taxa de retorno = Lucro bruto antes da dedução do IR Capital Giro de estoque = Custo anual de mercadorias vendidas Estoque médio em valores monetários Cobertura de estoque = estoque médio (unidades) demanda (unidades) Acurácia = quantidade física x 100 quantidade teórica 27 Objetivos dos estoques: - Cobrir mudanças previstas no suprimento e na demanda; - Proteger contra incertezas; - Permitir produção ou compra econômicas; - Fornecer um nível satisfatório de serviço ao cliente ou consumidor. Fatores que afetam o estoque: - Sazonalidade e variação de demanda; - Diversidade ou variedade de produtos; - Tempo de vencimento ou período de vigência ou validade; - Tempo de produção. 2.2. Classificação dos estoques de acordo com as funções que desempenham Estoque de antecipação É aplicado para produtos com comportamento sazonal de demanda, isto é, usado quando as flutuações de demanda são significativas, mas relativamente previsíveis. Produzir ou comprar antes da demanda. Ex.: Fabricantes de sorvetes, ovos de Páscoa, calendários, roupas, etc. Estoque de flutuação ou Estoque de Segurança ou Isolador É o estoque mínimo que tem como objetivo compensar as incertezas inerentes a fornecimento e demanda. Serve para absorver variações não previstas. A função do estoque de segurança é proteger a empresa contra imprevistos na demanda e no suprimento. Atrasos na entrega de materiais e produtos ou aumentos inesperados no consumo podem gerar falta de produtos. Essas faltas, muitas vezes podem gerar perdas reais de vendas. Quanto maior é o objetivo de atender bem o cliente ou consumidor, maior é o cuidado que se deve terna definição do nível do estoque de segurança. 28 Estoque por tamanho de lote ou estoque de ciclo É aquele estoque que ocorre porque um ou mais estágios na operação não podem fornecer todos os itens. O estoque de ciclo existe quando os pedidos exigem um lote mínimo de produção ou venda normalmente maior que a quantidade para satisfazer uma demanda imediata. Essas condições podem estar vinculadas ao tamanho mínimo do lote em função da produção, do fornecimento ou do transporte. Ex. Produtos fabricados aos milhares. Estoque de transporte ou em trânsito ou no canal de distribuição É o estoque alocado para determinado cliente até o momento em que se torna disponível para o mesmo. Esse tipo de estoque corresponde à movimentação física de materiais e produtos. Materiais movimentando-se de um fornecedor até a planta, de uma operação para outra, de uma planta a um CD, do CD ao cliente. Existem 3 estágios de estoque em trânsito: suprimento, processamento interno e entrega do produto. A quantidade média de estoque em trânsito é: I = tA/365 onde: t é o tempo que o estoque fica em trânsito A é a demanda anual em unidades Estoque hedge ou de proteção Tem como objetivo proteger a empresa contra eventualidades que envolvem especulações de mercado relacionadas às greves, aumento de preços, situação econômica e política instáveis, ambiente inflacionário e imprevisível. 29 3. CUSTOS DE ESTOQUE 3.1. Custo de aquisição Esse custo está relacionado aos custos de pedir e obter o material e se dividem em custos fixos e variáveis. Os principais custos de aquisição, fixos e variáveis, são os seguintes: - administrativos, relacionados à colocação do pedido (requisições, fax, telefone, serviços de computadores, correios e salários dos funcionários); - inspeções; - movimentações diversas (deslocamento de funcionários para efetuar compras urgentes); - descontos que ocorrem eventualmente na compra de volumes altos. Custo de aquisição = custo unitário do pedido x quantidade de pedidos por período 3.2. Custo do item ou custo unitário ou de compra (p) É o custo de comprar uma unidade do item e de qualquer outro custo direto associado com trazê-lo até a fábrica (transporte, seguro, taxas de alfândega). Se o item é fabricado internamente, o custo inclui material direto, mão-de-obra direta e os custos indiretos de fabricação. 3.3. Custo de manuseio e manutenção (Cm) Também conhecido como custo de estocagem é o custo de se manter uma unidade de dada mercadoria em estoque por um tempo determinado, geralmente um ano. Envolve os custos de armazenagem, custos de capital e custos de risco. Os riscos de se manter um estoque são obsolescência, danos, pequenos furtos e deterioração do estoque. Bertaglia (2003) apresenta em seu livro os custos de manutenção e de espaço para armazenagem separadamente conforme consta abaixo: Custos de manutenção de estoques ou custo de estocagem Associados à existência do estoque desde o momento de sua obtenção até o seu consumo, esses são custos que se acumulam quando se armazenam itens físicos. Custo de manutenção = custo de manutenção por unidade x estoque médio 30 Custo de espaço para armazenagem Corresponde ao custo do espaço físico necessário para armazenar o material, que pode ser alugado ou próprio. Seus componentes estão associados ao valor operacional do armazém ou aluguel, recursos utilizados na movimentação e armazenagem, pessoas necessárias, energia elétrica, ar- condicionado, água e outros. 3.4. Custo de armazenagem O armazenamento do estoque requer espaço, colaboradores e equipamentos. À medida que aumenta o estoque, aumentam também seus custos. 3.5. Custo de pedido ou custos de preparação (Cp) É o custo de se encomendar a mercadoria, no caso de que seja comprada externamente. O custo da emissão de um pedido não depende da quantidade pedida. Entretanto, o custo anual com pedidos depende do número de pedidos emitidos nesse período. 3.6. Custo de falta de estoque ou escassez (Cf) A falta de estoque, em geral, traz consequências econômicas sérias para a empresa e provoca um impacto externo e interno. As faltas de estoque podem ser reduzidas pela manutenção de um estoque extra, para proteger a empresa dessas ocasiões em que a demanda, durante o tempo de ciclo, é maior que a prevista. 3.7. Custo Total Segundo Bertaglia (2003) o custo total de estoque é representado pela soma dos custos de aquisição e os custos de manutenção de estoques. Além destes custos pode-se levantar outros como (BERTAGLIA, 2003): - Custo de oportunidade ou custo de capital - Custo de risco: relacionado basicamente à obsolescência do material. - Custo de serviço: diretamente associado ao volume de estoque. É uma parte importante do custo de manutenção dos estoques e se relaciona à proteção dos estoques contra roubos, incêndios e 31 outras características que possam danificar o produto ou de alguma forma inutilizá-los em quantidade e qualidade. 3.8. Demonstrativos financeiros e o estoque Os dois principais demonstrativos financeiros são o Balanço Patrimonial e a Conta Resultado. No balanço patrimonial os estoques se encontram no ativo que é algo que tem valor e do qual se espera que traga benefícios às operações futuras da empresa. Quando o estoque é comprado na forma de matéria-prima, ele é registrado como um ativo. Quando entra na produção, ele passa a ser registrado como estoque de produtos em processo e, quando é processado, seu valor aumenta pela quantia de mão-de-obra direta a ele aplicada e pelos custos indiretos de produção atribuídos ao seu processamento. Diz-se que o material absorve os custos indiretos de produção. Os produtos prontos para serem vendidos só se transformam em receita quando efetivamente forem vendidos. Entretanto, as despesas em que a empresa incorre para sua produção devem ser pagas. Isso levanta outra questão financeira: as empresas devem ter o dinheiro para pagar suas contas. O caixa é gerado pelas vendas e o fluxo de caixa de uma empresa deve ser suficiente para que as contas sejam pagas, à medida que forem vencendo. As empresas desenvolvem demonstrativos financeiros indicativos dos fluxos de caixa da organização. Qualquer falta de caixa deve ser sanada, talvez por meio de empréstimos ou de alguma outra forma. Esse tipo de análise se chama análise de fluxo de caixa. De um ponto de vista financeiro, o estoque é um ativo e representa um dinheiro preso, que não pode ser utilizado para outros propósitos. A área de finanças deseja o menor estoque possível e precisa de alguma mensuração do nível do estoque. O investimento total em estoque é uma boa medida, mas em si mesmo não se relacionas às vendas. Duas medidas que efetivamente se relacionam com as vendas são as taxas de conversão de estoque (giro de estoque) e o período de suprimento. Uma medida conveniente para saber se os estoques estão sendo utilizados com eficiência é a taxa de giro de estoque. 32 Período de suprimento é uma mensuração do número equivalente de dias de estoque disponível, com base na utilização. A equação para o cálculo do período de suprimento é a seguinte: Período de suprimento = estoque disponível / Média de utilização diária LISTA DE EXERCICIOS 2 Questões: 1. Por que os estoques, apesar do processo de melhoria operacionalque tem ocorrido nos últimos anos ainda continuam a ser considerados críticos em muitas organizações? 2. Quais os fatores que podem restringir as possibilidades de redução de estoques? 3. O que é custo de oportunidade? 4. Defina taxa de oportunidade. 5. Por que ao analisar uma decisão de curto prazo de produzir ou não uma quantidade excedente para ser incorporada ao estoque deve-se considerar apenas os custos variáveis da produção? 6. Quais são os cuidados adicionais que devem ser tomados com relação à mensuração do valor do estoque sobre o qual incidirá a taxa de oportunidade? 7. Quanto mais próximo o estoque estiver do consumidor, maior será seu valor, e consequentemente, maior será o seu custo de oportunidade. Explique à afirmativa. 8. Defina custo de venda perdida. 9. O que é MUC (Margem de Contribuição Unitária)? 10. Defina custo de excesso e custo de falta. 11. Qual a relação entre o custo do excesso e o custo da falta? 12. O que permite o modelo estratégico de lucro e quando ele é usado? 13. O que acarretará a redução do estoque nos indicadores financeiros da empresa? 33 4. ELEMENTOS DA CURVA DENTE DE SERRA A Curva dente de serra é um gráfico que mostra a evolução da quantidade em estoque de um item ao longo do tempo. LISTA DE EXERCÍCIOS 3 1. Se o custo anual das mercadorias vendidas é da ordem de R$ 1.000.000,00 e o estoque médio é de R$ 500.000,00, o giro de estoque será de? 2. Qual será a taxa de giro de estoque se o custo anual de mercadorias vendidas é de R$ 24.000.000,00 e o estoque médio é de R$ 6.000.000,00? 3. Ainda levando em conta os dados do exercício anterior, qual seria a redução no estoque se o giro de estoque crescesse para 12 vezes por ano? E se o custo de estocagem corresponde a 25% do estoque médio, de quanto será a economia? 4. Uma empresa tem 9.000 unidades disponíveis e utiliza anualmente 48.000 unidades. Há 240 dias de trabalho no ano. Quanto é o período de suprimento? 5. A remessa de produtos de um fornecedor fica em trânsito por dez dias. Se a demanda anual é de 5200 unidades, qual é a média do estoque anual em trânsito? Quantidade em estoque Tempo t1 t2 TE Ponto de nova encomenda Declividade = taxa de demanda (consumo do estoque) TE = Tempo de espera ou de aquisição ou lead time t1 = data de pedido da mercadoria t2 = data da entrega de mercadoria 34 6. Uma empresa mantém um estoque anual médio de R$ 2.000.000,00. Se a empresa estima que o custo de capital é de 10%, os custos de armazenagem são de 7% e os custos de risco são da ordem de 6%, quanto custa anualmente manter esse estoque? 7. Uma empresa está utilizando uma transportadora para entregar mercadorias a um grande cliente. A demanda anual é de R$ 4.000.000,00 e o tempo médio de trânsito é de 20 dias. Outra transportadora promete entregar em 16 dias. Qual é a redução do estoque em trânsito? 8. Um floricultor mantém um estoque médio de R$ 10.000,00 em flores colhidas. As flores requerem armazenamento especial e são altamente perecíveis. O floricultor estima o custo de capital em 10%, o custo de armazenamento em 25% e os custos de risco em 50%. Qual é o custo anual de manutenção? 9. Os salários anuais do setor de compras são de R$ 75.000,00, as despesas operacionais para o departamento são de R$ 25.000,00 e os custos de inspeção e recebimento são de R$ 30,00 por pedido. Se o departamento de compras emite 10.000 pedidos por ano, qual é o custo médio com pedidos? Qual é o custo anual com pedidos? 10. Uma empresa fabrica e vende um produto sazonal. Com base na previsão de vendas a seguir, calcule um plano de nivelamento da produção, estoque finais trimestrais e estoques médios trimestrais. Suponha que o estoque médio trimestral é a média entre o estoque inicial e o estoque final do trimestre. Se os custos de manutenção do estoque são de R$ 2,00 por unidade por trimestre, qual é o custo anual da manutenção desse estoque de antecipação? Os estoques finais e iniciais correspondem a 0. 1o Trim. 2o Trim. 3o Trim. 4o Trim. Total Vendas 1.000 2.000 3.000 2.000 Produção Estoque Final Estoque Médio Custo do estoque 35 5. Curva ABC O princípio da curva ABC ou 80-20 foi observado por Vilfredo Pareto, na Itália, no final do século passado, num estudo de renda e riqueza, segundo o qual, uma parcela apreciável da renda concentrava-se nas mãos de uma parcela reduzida da população, numa proporção de aproximadamente 80% e 20% respectivamente. Na administração esse princípio tem tido larga aplicação pela constatação de que a maior parte das vendas é gerada por relativamente poucos itens da linha comercial da empresa, ou seja, 80% das vendas provêm de 20% dos itens da linha de produtos. Embora esta não seja uma relação exata para toda firma, é verdade que há uma desproporção entre o valor de vendas e o número de itens. Em termos de suprimento de matéria prima pode-se construir uma curva análoga, ou seja, que 20% dos insumos correspondem a 80% da despesa de compras. 5.1. Conceituação É um critério de classificação utilizado para distinguir a importância de cada item do estoque segundo o valor do investimento feito nele. Observa-se empiricamente que uma pequena parte dos itens é responsável pela maior parte dos investimentos. (Regra 80/20) Lei de Pareto referenciada como regra 80/20 (tipicamente 80% do valor do estoque de uma operação é responsável por somente 20% de todos os tipos de itens estocados). 5.2. Planejamento, Aplicação e Montagem Os itens são classificados em: - Itens Classe A: são aqueles 20% de itens de alto valor que representam cerca de 80% do valor do estoque. São os itens mais importantes, que devem receber atenção especial. - Itens Classe B: são aqueles de valor médio, usualmente os seguintes 30% dos itens que representam cerca de 10% do valor total. 36 - Itens Classe C: são aqueles itens de baixo valor que, apesar de compreender cerca de 50% do total de tipos de itens estocados, provavelmente representam cerca de 10% do valor total de itens estocados. Procedimento de classificação: - Coleta de dados: identificação do item, à quantidade consumida ou projetada para o período e valor unitário; - Para cada item, determinar o investimento anual (preço unitário x consumo anual) que ele acarreta; - Ordenar os itens, do maior para o menor investimento; - Calcular a porcentagem que cada item representa no investimento total e, em seguida, as porcentagens acumuladas; - Fazer a divisão em classes A, B e C. OBS.: Após a identificação dos itens, há a necessidade de focar esforços de gerenciamento nos itens classe A. Elaborar estratégias para reduzir os custos dos itens A é fundamental para a redução de custos. Portanto, é essencial rever as funções relacionadas a compras, transportes, armazenagem e produção. Alguns exemplos importantes que atuam estrategicamente nesses itens são: - centralização da área de compras no caso de materiais comprados, aproveitando sinergias e aumento do poder de negociação; - alianças com fornecedores e clientes; - análise de eficiência e possíveis perdas na cadeia de abastecimento, seja no transporte, armazenagem ou produção. 37 LISTA DE EXERCÍCIOS 4 1. A empresa IGU Eletrodomésticosdeseja determinar, através da Curva ABC, nas proporções 20/30/50, respectivamente, os itens de seu estoque sobre os quais deve existir um maior controle. Para tal, realizou uma pesquisa cujos dados resumidos são apresentados na tabela a seguir. Qual os produtos que são classe A e sua respectiva porcentagem no valor total do investimento? Item no estoque Preço Unitário (R$) Consumo anual (unidade) Item no estoque Preço Unitário (R$) Consumo anual (unidade) 1 2 5.000 6 8 100 2 5 3.500 7 25 125 3 4 2.000 8 30 40 4 10 50 9 3 1700 5 20 100 10 8 200 2. (ENC2000 questão 32) A empresa LCL Brinquedos deseja determinar, através da curva ABC, nas proporções 20/30/50, respectivamente, os itens de seu estoque sobre os quais deve existir um maior controle. Para tal, realizou uma pesquisa cujos dados resumidos são apresentados na tabela a seguir. Item do Estoque Preço Unitário (R$) Consumo Anual (unid) Item do Estoque Preço Unitário (R$) Consumo Anual (unid) 1 4 5.000 6 8 100 2 3 10.000 7 20 1.200 3 5 3.000 8 15 500 4 10 400 9 20 130 5 6 700 10 3 270 Utilizando o critério de ordenação do valor do consumo anual (preço unitário x consumo anual),os itens do estoque considerados classe A e a percentagem efetiva da classe A no valor total do estoque, respectivamente,são: (A) 1 e 2; 45,91%. (B) 1 e 7; 40,40%. (C) 2 e 7; 49,58%. 38 (D) 1, 2 e 3; 59,68%. (E) 1, 2 e 7; 67,95%. DEMANDA DEPENDENTE X DEMANDA INDEPENDENTE Padrões básicos de consumo de um item ao longo do tempo. A demanda de um item é independente se ela depender das condições de mercado e está fora do controle imediato da empresa. Devido a demanda independente ser incerta, unidades-extras devem ser mantidas no estoque. Ex.: Produtos acabados e peças e outros materiais de reposição. Os sistemas de controle de estoques utilizados para demanda independente (REPOSIÇÃO DE MERCADORIA) podem ser: - Lote econômico de compra (LEC) ou Lote econômico de fabricação (LEF) - Sistema de Revisão Contínua ou Sistema Q - Sistema de Reposição Periódica ou Sistema P A demanda de um item é dependente se o seu consumo puder ser programado internamente. São usados na produção interna de outros itens e dependem da previsão de consumo dos itens de demanda independente. Ex.: Matérias-primas componentes dos produtos e peças para montagem. O sistema de controle de estoques utilizado para demanda dependente (REQUISIÇÃO DE MERCADORIA) é o MRP. 6. LOTE ECONÔMICO 6.1. Lote econômico de compra É a quantidade de pedidos que minimiza a soma dos custos de manutenção e de pedido. Foi concebido para a gestão de itens comprados fora da empresa. É utilizado para itens da demanda independente, isto é para produtos acabados e peças e outros materiais de reposição. LEC = 2CpD Cm 39 Onde: D - demanda anual da mercadoria em unidades Cp - Custo de pedir Cm - Custo de manter uma unidade em estoque em um ano Cp = Custo do pedido x número de pedido por período Cm = Custo unitário de manutenção x estoque médio Ct = Cm + Cp Qm = Estoque médio; Qc = Quantidade de compra; Qres = Estoque reserva Qm = Qc + Qres 2 Quanto comprar é definido pela forma do LEC, levando em consideração que o preço unitário da mercadoria, o custo para fazer o Pedido e o custo unitário de manutenção são constantes Quando comprar pode ser definida pela seguinte fórmula: (Taxa de consumo) x (Tempo de espera) Levando em consideração que a taxa de consumo e o tempo de espera são constante e o estoque de reserva jamais é tocado. Ex.: Se a taxa de consumo de um item é de 200 unidades por dia, e o tempo de espera é de 12 dias, enquanto se espera pela mercadoria serão consumidas 2400 unidades, logo o pedido deverá ser feito quando o estoque remanescente atingir as 2400 unidades. 6.2. Lote econômico de compra com falta de estoque 6.3. Lote econômico de fabricação É a quantidade de fabricação que minimiza a soma dos custos de manutenção e de fabricação. É uma adaptação da teoria LEC para a empresa que fabrica o item internamente dentro do sistema de produção intermitente por lotes. LEF = 2CfabD Cm 40 No LEF pode-se considerar três casos: V > D, V = D e V < D. LISTA DE EXERCÍCIOS 5 1. A empresa Janz utiliza 10.000 unidades de um item por ano. Seu custo de pedir é de R$ 144,00 por pedido e o custo de manter cada unidade em estoque é de R$2,00 por ano. Objetivando minimizar seu custo total de estoque, a empresa deverá comprar quantas unidades? 2. Qual a diferença entre LEC (Lote Econômico de Compra) e LEF (Lote Econômico de Fabricação)? 3. Suponha que a Empresa FLN utilize 4.000 unidades de um item por ano. Seu custo de pedir é de R$ 40,00 e o custo de manter cada unidade em estoque é de R$ 2,00 por ano. Objetivando minimizar seu custo total de estoque, quantas unidades a empresa deve comprar? 4. Sabendo que a taxa de consumo por determinado item é de 400 unidades por dia e o tempo de espera é de 6 dias. Quando o pedido deverá ser acionado pela empresa? 5. Sabendo que a demanda anual por determinado item é de 1000 unidades, e que em um ano são realizados 20 pedidos, cada qual custa R$ 4,00. O custo unitário de manutenção é de R$ 2,00. Sabendo se que o estoque médio é igual a 40 unidades, calcule quantas unidades a empresa deverá comprar em cada lote para minimizar o custo total de estoque? 6. Sabendo que a demanda anual por determinada mercadoria é de 2000 unidades, e que em um ano são realizados 48 pedidos (4 pedido mês) e que essa empresa possui uma pessoa responsável pelas compras que recebe um salário de R$ 500,00 mensais, mas deve ser lembrado que a empresa gasta para manter esse cargo com encargos mensalmente R$ 400,00. A empresa sabe que a função de compras gasta mensalmente R$ 20,00 com telefone, fax e internet e que é gasto com infra-estrutura o valor de R$ 10,00 mensalmente. O custo para manter o estoque é igual a R$ 4000,00. Calcule o LEC. 7. Sabendo que a demanda anual é de 400 unidades. Seu custo de fabricação é de R$ 2000,00. O Custo de manter é igual a R$ 1000,00. Calcule o LEF? 41 8. A empresa VendeMais vende um produto cuja demanda anual é de 40.000 unidades. O custo de emissão de um pedido de compra, também chamado de custo de obtenção, é de R$ 30,00 por pedido. Os custos anuais de manutenção de estoques, também conhecidos como custos de carregamento (carrying costs) , são de R$0,30 por unidade. Sabendo-se que os custos independentes para esse item são de R$ 50,00 por ano, calcular o custo total decorrente de se manter os estoques para lotes (Q) de 2500, 2600, 2700, 2800, 2900, 3000, 3100 e 3200 unidades. 9. Calcular o LEC do exercício anterior 10. Calcular o custo total para um lote de 2.828,43 unidades/pedido e outro de 2830 unidades/pedido e comparar a variação de custos. 11. Uma peça é estampada a uma velocidade (cadência de fabricação) de 500 unidades/hora em uma prensa convencional. Essa mesma peça é utilizada na montagem do produto final em outro processo produtivo, onde sua demanda é de 10 unidades/hora. Qual deve ser a programação da prensa e o lote de fabricação? 12. O que aconteceria se, no exercício anterior, a velocidade do outro processo passasse de 10 unidades/hora para 500 unidades/hora?13. Sendo V a velocidade com que a peça é fabricada e D a demanda, se D > V, quanto a empresa deverá comprar de terceiros? 14. Uma empresa manufatureira produz uma peça usinada que é utilizada na fabricação de seu produto final, cuja demanda mensal é de 2500 unidades. A peça é fabricada a um custo unitário de R$ 1,50 em um centro de usinagem CNC a uma cadência de 300 unidade por hora. O custo de programação do centro de usinagem para a fabricação da peça é estimado em R$ 25,00 por preparação. Os demais custos de emissão da ordem de fabricação são estimados em R$ 8,00 por ordem. A empresa trabalha em média 20 dias por mês em um único turno de 8 horas. O custo do capital imobilizado em estoque é de 2,5% ao mês, e os custos mensais de armazenagem são de R$ 0,10 por unidade. Determine o LEF. 15. Determinar os custos totais decorrentes da manutenção de estoques, considerando além dos dados do exercício anterior, custos independentes nulos e LEF igual a 1.125,14 unidades/lote; 1.130 unidades/lote e 1.120 unidades/lote. 42 7. SISTEMAS DE CONTROLE E AVALIAÇÃO DE ESTOQUES 7.1. Sistemas de controle de estoques para demanda independente 7.1.1. Sistema duas gavetas Sistema mais simples de controle de estoques. É recomendável para os itens Classe C. 7.1.2. Sistema dos máximos – mínimos Também conhecido como sistema de quantidade fixa ou sistema de revisão contínua ou sistema Q. Sistema no qual a quantidade de pedido permanece constante mas o tempo entre os pedidos varia. Tenta determinar o ponto específico no qual um pedido será feito (ponto de pedido) e o tamanho desse pedido. O estoque de reserva é desnecessário neste caso. Esse sistema consiste basicamente em: - Determinação dos consumos previstos para o item desejado; - Fixação do período de consumo previsto; - Cálculo do ponto de pedido em função do tempo de reposição do item pelo fornecedor; - Cálculos dos estoques mínimos e máximos; e - Cálculos dos lotes de compra. 7.1.3. Sistema de revisões periódicas - Sistema de Reposição Periódica ou Sistema P Período de tempo fixo. Sistema no qual o período de tempo entre pedidos permanece constante mas a quantidade do pedido varia. Considera um estoque mínimo ou de segurança que deve ser dimensionado para previnir consumo acima do normal e os atrasos de entrega. 7.2. Sistemas de controle de estoques para demanda dependente: MRP e MRP II 7.2.1. MRP – MATERIAL REQUERIMENT PLANNING (Planejamento das Necessidades de Material) É uma técnica para converter a previsão de demanda de um item de demanda independente em uma programação das necessidades das partes componentes do item. (Moreira, 1998) É um sistema de controle de estoques para itens de demanda dependente. 43 A demanda de um item é dependente se o seu consumo puder ser programado internamente. São usados na produção interna de outros itens e dependem da previsão de consumo dos itens de demanda independente. Ex.: Matérias-primas componentes dos produtos e peças para montagem. O sistema MRP é alimentado com dados provenientes da lista de materiais, do plano mestre de produção e dos relatórios de controle de estoques para permitir o controle de estoques dos componentes e a sua programação. A lista de materiais de um produto final é uma relação dos componentes desse produto, estruturada por níveis. É ela que estabelece quantas unidades de cada componente são necessárias para a produção de uma unidade do produto final. Este sistema é alimentado por informações provenientes de: - Lista de Materiais (Árvore de estrutura do produto); - Plano Mestre de Produção; - Relatórios de Controle de Estoques. Com essas informações o MRP realiza o controle dos estoques dos itens de demanda dependente (componentes, insumos, matérias-primas) e sua programação. 7.2.2. MRP II - MANUFACTURING RESOURCES PLANNING (Planejamento dos recursos da manufatura) Incorporam, além dos materiais (matéria-prima, componentes) também mão-de-obra e equipamentos. É uma técnica mais recente, utilizando software especializado. Aplicável a empresas já racionalizadas em termos produtivos e operacionais. Visa o cumprimento de prazos e a redução de estoques. Não avalia as restrições de capacidade de produção. Isso é feito à parte, reciclando o processo se necessário. A intenção inicial do MRPII era planejar e monitorar todos os recursos da empresa – produção, MKT, finanças e engenharia – através de um sistema fechado que gerava análises financeiras. A segunda intenção era estimular o sistema de produção. Esse sistema permite a todos trabalhar com um mesmo plano, usando os mesmos números, sendo capaz de simular um plano e testar estratégias alternativas. O software MRPII é composto por vários módulos e leva até 18 meses para ser instalado. (Chase, et. al, 2000:516) 44 7.3. Métodos de Avaliação de Estoque 7.3.1. Custo Médio Para se calcular o custo médio, multiplica-se a quantidade recebida do item pelo seu custo unitário. Esse custo é recalculado cada vez que um novo lote do item é comprado. Se o preço se mantém, o custo médio não sofre variações. A tabela seguinte mostra o comportamento do custo médio. Data Qtidade Qtidade Acumulada Custo Unitário (R$) Custo Total (R$) Custo Acumulado Estoque Inicial 31/10/02 100 100 7,00 700,00 700,00 Compra 15/12/02 200 300 8,00 1.600,00 2.300,00 Compra 23/12/02 150 450 8,00 1.200,00 3.500,00 Total 450 3.500,00 7.3.2 PEPS (Primeiro a Entrar, Primeiro a Sair) Proveniente da abreviação inglesa FIFO (First In, First Out), esse método corresponde à valorização dos itens de estoques com base no estoque mais antigo. Fisicamente, o primeiro lote a entrar deve ser o primeiro a ser consumido. Esse processo é importante para os itens que apresentam períodos de validade pequenos. Os ingredientes para alimentos são controlados por esse método no que diz respeito à transferência física de estoque. A valorização dos estoques por meio desse método corresponde à multiplicação da quantidade comprada pelo custo de compra do item quando recebido, conforme demostra a seguinte tabela: Data Unidades Custo Unitário (R$) Custo Total (R$) Compra A 10/01/03 100 5,00 500,00 Compra B 15/10/03 100 5,50 550,00 Compra C 01/11/03 100 5,75 575,00 Balanço Final 300 1.625,00 45 Quando os itens são consumidos ou vendidos, o custo mais antigo é aquele que deve ser utilizado. Considerando que sejam consumidas 260 unidades do estoque apresentado anteriormente, o balanço final se comportará conforme a tabela seguinte: Data Unidades Custo Unitário (R$) Custo Total (R$) Balanço Inicial 300 1.625,00 Consumo 25/01/03 100 5,00 500,00 Consumo 27/10/03 100 5,50 550,00 Consumo 12/11/03 60 5,75 345,00 Consumo Total 260 1.395,00 Balanço Final 40 5,75 230,00 Esse método de custeio assume que os primeiros itens comprados são os primeiros a serem consumidos ou vendido. Cada vez que ocorre um recebimento, quantidade e custo alimentam os controles do PEPS, e cada vez que são vendidos ou consumidos, esses registros são removidos. Se a quantidade a ser consumida ou vendida for maior do que o lote correspondente, então será usado o custo do próximo lote. Esse processo se repetirá até que a quantidade envolvida na transação seja completada. 7.3.3. UEPS (Ultimo que Entra, Primeiro que sai) Proveniente da abreviação inglesa LIFO (Last In, First Out). Na movimentação dos itens em estoque assume que os itens que
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