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2 - FISIOLOGIA DA NUTRIÇÃO

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FISIOLOGIA APLICADA
À 
NUTRIÇÃO
TIPOS FUNCIONAIS DE 
MOVIMENTOS NO TRATO 
GASTRINTESTINAL
• No trato gastrintestinal ocorrem dois tipos 
básicos de movimentos:
• (1) MOVIMENTOS PROPULSIVOS, que fazem 
com que o alimento se mova para adiante ao 
longo do trato digestivo, numa velocidade 
apropriada para a digestão e a absorção.
• (2) MOVIMENTO DE MISTURA, que 
permanentemente mantêm o conteúdo 
intestinal misturado por completo.
Movimento Propulsivo
Peristaltismo
• O movimento propulsivo básico do trato 
gastrintestinal é o PERISTALTISMO.
• Um anel contrátil surge ao redor do intestino 
e, depois, move-se para adiante.
• Exemplo deste movimento seria um tubo de 
pasta de dente, quando se comprime o tubo, a 
pasta de dente ela sai do tubo para frente.
• O estímulo habitual para o peristaltismo é a DISTENSÃO DO 
INTESTINO.
• Isto é, se grande quantidade de alimento se acumula em 
qualquer ponto do intestino, o estiramento da parede 
intestinal estimula o sistema nervoso entérico, e 2 a 3 cm 
acima desse ponto surge um anel contrátil que inicia um 
movimento peristáltico.
• Este complexo padrão do peristaltismo não ocorre na 
ausência do plexo mientérico.
• Por isso, tal padrão é com freqüência chamado de REFLEXO 
MIENTÉRICO ou, simplesmente, REFLEXO PERISTÁLTICO.
• O reflexo peristáltico, associado à direção anal do movimento 
peristáltico, é denominado “LEI DO INTESTINO”.
Movimentos de Mistura
• Os movimentos de mistura são muito 
diferentes nas diversas partes do tubo 
alimentar.
• Em algumas áreas, as próprias contrações 
peristálticas causam a maior parte da mistura.
• Quando a progressão do conteúdo intestinal 
é bloqueada por um esfíncter, o que faz com 
que a onda peristáltica só possa então 
misturar o conteúdo intestinal, ao invés de 
impulsioná-lo para frente.
• Outras vezes, ocorrem “CONTRAÇÕES 
CONSTRITIVAS LOCAIS” a intervalos de poucos 
centímetros na parede intestinal.
• Essas CONSTRIÇÕES geralmente duram 
apenas alguns segundos; do então ocorrem 
novas constrições em outros pontos do 
intestino, dessa maneira “segmentando” o 
conteúdo aqui e ali.
• Esses movimentos peristálticos e constritivos 
se modificam em diferentes partes do trato 
gastrintestinal, de modo a produzir propulsão 
e mistura adequadas.
Deglutição
• Em geral, a deglutição pode ser dividida em 
• (1) numa etapa voluntária, que dá início ao 
processo de deglutição;
• (2) numa etapa faríngea, que é involuntária e 
que consiste na passagem do alimento 
através da faringe para o esôfago ;
• (3) numa etapa esofágica, outra fase 
involuntária que promove a passagem do 
alimento do esôfago para o estômago.
Etapa Voluntária da Deglutição
• Quando o alimento está pronto para ser 
deglutido, é “voluntariamente” comprimido 
ou empurrado para trás, até a faringe, como 
conseqüência da pressão que a língua exerce 
para cima e para trás contra o palato.
• Daí em diante, o processo da deglutição passa 
a ser totalmente ou quase totalmente 
automático e , em geral, não pode ser 
interrompido.
Etapa Faríngea da Deglutição
• À medida que o bolo alimentar entra na parte 
posterior da boca e na faringe, ele estimula as 
ÁREAS RECEPTORAS DA DEGLUTIÇÃO, 
situadas ao redor da abertura da faringe, 
principalmente nos pilares das tonsilas, e 
impulsos provenientes dessas áreas dirigem-
se ao tronco cerebral para dar início a uma 
série de contrações automáticas da 
musculatura da faringe, da seguinte forma:
• 1) O palato mole é empurrado para cima, 
fechando a parte posterior as narinas.
• 2) As pregas palatofaríngeas, situadas de cada 
lado da faringe, são puxadas medialmente e 
aproximam-se uma da outra, dessa maneira, 
essas pregas formam uma fenda sagital 
através da qual o alimento tem que passar 
para a faringe posterior.
• 3) As cordas vocais são fortemente 
aproximadas, e a laringe é puxada para cima e 
para frente pelos músculos do pescoço. Essa 
ação, combinada com a presença de 
ligamentos que impedem o movimento da 
epiglote para cima, faz com que esta se dobre 
para trás, recobrindo a abertura da laringe. 
Esses dois efeitos impedem a passagem do 
alimento para a traquéia.
epiglote se dobre para trás
• 4) O movimento da laringe para cima também 
traciona para cima a abertura do esôfago, 
alargando-a.
Ao mesmo tempo, os 3 a 4 cm superiores da 
parede muscular do esôfago, área 
denominada ESFÍNCTER ESOFÁGICO 
SUPERIOR ou ESFÍNCTER 
FARINGOESOFÁGICO,
relaxam-se, assim permitindo que o alimento 
se desloque fácil e livremente da porção 
posterior da faringe para a parte superior do 
esôfago.
• 5) Ao mesmo tempo em que a laringe é 
elevada e o esfíncter faringoesofágico se 
relaxa, uma contração varre toda a parede 
muscular da faringe, começando em sua parte 
superior e propagando-se para baixo como 
uma rápida onda peristáltica que passa pelas 
porções média e inferior da faringe e alcança o 
esôfago, impulsionando o alimento para este 
órgão.
Etapa Esofágica da Deglutição
• A principal função do esôfago é a de conduzir 
o alimento da faringe para o estômago, e 
seus movimentos são organizados 
especificamente para essa função.
• Normalmente o esôfago apresenta dois tipos 
de movimentos peristálticos “PERISTALTISMO 
PRIMÁRIO E PERISTALTISMO SECUNDÁRIO”.
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Peristaltismo Primário
É simplesmente a continuação da onda 
peristáltica que se inicia na faríngea da 
deglutição.
Essa onda percorre todo o trajeto da faringe 
até o estômago em aproximadamente 8 a 10 
segundos. 
Peristaltismo Secundário
• Se a onda peristáltica primária não consegue 
deslocar todo alimento para o estômago, 
surgem as ONDAS PERISTÁLTICAS 
SECUNDÁRIAS, resultante da distensão do 
estômago pelo alimento retido, que perduram 
até que todo o alimento tenha passado para 
o estômago.
ONDAS PERISTÁLTICAS SECUNDÁRIAS
Movimentos do Intestino
Delgado
• Como em outras partes do trato 
gastrintestinal, os movimentos do intestino 
delgado podem ser divididos em 
CONTRAÇOES DE MISTURA E CONTRAÇÕES 
PROPULSIVAS.
• Entretanto, em grande parte, essa separação é 
artificial, pois quase todos os movimentos do 
intestino delgado podem causar ao mesmos 
algum grau de mistura e de propulsão ao 
mesmo tempo. 
Contrações de Mistura
• Quando uma parte do intestino delgado é 
distendida pelo quimo, a distensão da parede 
intestinal produz contrações concêntricas 
localizadas, espaçadas a intervalos ao longo 
do intestino.
• O comprimento longitudinal de cada uma 
dessas contrações é de apenas 1 cm, de modo 
que cada grupo de contrações causa 
“segmentação” do intestino delgado. 
• Dividindo o intestino em segmentos 
espaçados que possuem o aspecto de uma 
cadeia de salsichas.
• Quando um grupo de contrações de 
segmentação se relaxa, surge um novo grupo, 
mas as novas contrações ocorrem em pontos 
situados entre as contrações anteriores.
• Essas contrações de segmentação 
“fragmentam” o quimo, em geral cerca de 
duas a três vezes por minuto, desse modo 
promovendo a mistura progressiva das 
partículas de alimentos sólidos com as 
secreções do intestino delgado.
Movimentos Propulsivos
• O quimo é impulsionado ao longo do intestino 
delgado por ONDAS PERISTÁLTICAS.
• Elas podem ocorrer em qualquer parte do 
intestino delgado e se deslocam em direção 
ao ânus com velocidade de 0.5 a 2 cm/s, 
muito mais rápida na porção proximal do 
intestino e muito mais lenta na porção na 
porção terminal do intestino.
• Entretanto, normalmente são muito fracas e 
em geral desaparecem após percorrerem 
apenas 3 a 5 cm.
• Assim, o movimento do quimo também é 
muito lento, tão lento, de fato, que o 
movimento efetivo do quimo ao longodo 
intestino delgado é, em condições normais, 
são necessária 3 a 5 horas para que o quimo 
se desloque do piloro até a válvula ileocecal.
• A atividade peristáltica do intestino delgado 
aumenta grandemente após uma refeição.
Movimento do Cólon
• As principais funções do cólon são:
• (1) absorção de água e eletrólitos existentes 
no quimo;
• (2) armazenamento da matéria fecal até que 
possa ser expelida.
• A metade proximal do cólon, está envolvida 
em grande parte com absorção, e a metade 
distal, com o armazenamento.
• Como não são necessários movimentos 
intensos para execução dessas funções, os 
movimentos do cólon são normalmente 
lentos.
• Porém, ainda que lentos, tais movimentos têm 
características semelhantes às do intestino 
delgado e também podem ser divididos em 
movimentos de mistura e movimentos 
propulsivos.
Defecação
• Na maioria das vezes, o reto não contém 
fezes.
• Isso resulta, em parte, do fato de que existe 
um débil esfíncter funcional a 
aproximadamente 20 centímetros do ânus, na 
junção entre o cólon sigmóide e o reto.
• Entretanto, quando um movimento de massa 
força a passagem das fezes para o reto, 
normalmente produz-se o desejo de defecar, 
incluindo a contração reflexa do reto e o 
relaxamento dos esfíncteres anais.
• Os sinais aferentes que chegam à medula 
espinhal produzem também outros efeitos, 
como fazer uma inspiração profunda, fechar a 
glote, contrair os músculos da parede 
abdominal para forçar para baixo o conteúdo 
fecal do cólon e, ao mesmo tempo, fazer com 
que o assoalho pélvico se estenda para baixo e 
puxe para fora o anel anal para expelir as 
fezes.
Funções Secretoras do Trato Digestivo
Mecanismo Básico da Secreção
pelas 
Células Glandulares
Secreção de Substâncias Orgânicas.
Secreção Diária de Sucos Intestinais
volume diário(ml) pH
Saliva 1.000 6,0-7,0
Secreção gástrica 1.500 1,0-3,5
Secreção pancreática 1.000 8,0-8,3
Bile 1.000 7,8
Secreção do intestino delgado 1.800 7,5-8,0
Secreção das glândulas de Brunner 200 8,0-8,9
Secreção do intestino grosso 200 7,5-8,0
TOTAL 6.700
Obs: Ácido < 6,0 para baixo
Base > 7,0 para cima
• Os princípios básicos da secreção pelas 
células glandulares são:
• 1. O material nutriente necessário para a 
formação de secreção tem que se difundir ou 
ser ativamente “transportado do capilar para 
a base da célula glandular”.
• 2. Várias mitocôndrias localizadas no interior 
da célula, próximas à sua base, utilizam 
energia oxidativa para formação de trifosfato 
de adenosina (ATP).
• 3. A energia do ATP, juntamente com os 
substratos apropriados, fornecidos pelas 
substâncias nutrientes, é então utilizada para 
a síntese das substâncias orgânicas; essa 
síntese ocorre quase inteiramente no retículo 
endoplasmático e no complexo de Golgi.
• Os ribossomas aderentes a esse retículo são 
especificamente responsáveis pela formação 
das proteínas que serão secretadas.
• 4. O material a ser secretado é transportado 
através dos túbulos do retículo 
endoplasmático, percorrendo, por cerca de 20 
minutos, todo o trajeto até as vesículas do 
complexo de Golgi, localizadas próximas às 
extremidades secretoras das células. 
• 5. No complexo de Golgi, as substâncias são 
modificadas, agregadas, concentradas e 
descarregadas no citoplasma sob a forma de 
vesículas secretoras, que são armazenadas 
nas extremidades apicais das células 
secretoras.
• 6. Essas vesículas permanecem armazenadas até que 
sinais controladores, nervosos ou hormonais, façam 
com que as células expulsem seu conteúdo vesicular 
através da superfície celular.
• Isto provavelmente ocorre da seguinte maneira:
• - o sinal controlador aumenta primeiro a 
permeabilidade da membrana celular ao cálcio, 
elemento que entra na célula e, por sua vez, leva 
muitas vesículas a se fundirem com a membrana 
celular e, em seguida, a se romperem para a 
superfície externa, lançando assim seu conteúdo 
para o exterior; esse processo é denominado
EXOCITOSE.
EXOCITOSE.
Secreção de Água e Eletrólitos
• Uma segunda condição para a secreção 
glandular é a presença de água e eletrólitos em 
quantidade suficiente para serem secretados 
junto com as substâncias orgânicas.
• Um mecanismo proposto para explicar a maneira 
pela qual a estimulação nervosa provoca a 
passagem de água e sais em profusão através das 
células glandulares, passagem essa que, ao 
mesmo tempo, carrega consigo as substâncias 
orgânicas através da borda secretora das células:
• 1. A estimulação nervosa exerce um efeito, 
específico sobre a porção basal da 
membrana celular, provocando o transporte 
ativo de íons cloro para o interior.
• 2. O aumento da eletronegatividade, 
induzindo no interior da célula pelo excesso 
de íons cloro, faz com que íons positivos 
também se movimentem para dentro da 
célula.
• 3.O excesso desses íons negativos e positivos 
no interior da célula cria uma força osmótica 
que puxa a água para dentro, aumentando 
assim a pressão hidrostática no interior da 
célula e produzindo aumento do volume da 
própria célula.
• 4. A pressão na célula resulta, então, em 
pequenas rupturas da borda secretora da 
célula; isto permite que água, eletrólitos e 
substâncias orgânicas saiam pela extremidade 
secretora da célula glandular e cheguem ao 
lume da glândula.
Propriedades Lubrificantes e Protetoras do
Muco e sua Importância no 
Trato Gastrintestinal
• O muco é uma secreção espessa composta 
principalmente de água, eletrólitos e uma 
mistura de vários glicoproteínas, as quais são 
formadas por grandes polissacarídios ligados a 
quantidades muito menores de proteínas.
• O muco é um excelente lubrificante e protetor 
da parede intestinal:
• 1º- O muco possui qualidades adesivas que o 
fazem fixar-se firmemente ao alimentos ou a 
outras partículas e, também, espalhar-se como 
uma delgada película sobre as superfícies.
• 2º- Tem massa suficiente para recobrir a 
parede do intestino e impedir o contato das 
partículas alimentares com a mucosa.
• 3º- O muco oferece baixa resistência ao 
deslizamento, de modo que as partículas 
podem escorregar sobre o epitélio com 
grande facilidade.
• 4º- O muco faz com que as partículas fecais 
se aglutinem entre si para formar as massas 
fecais que são expelidas durante a defecação.
• 5º- O muco é muito resistente à digestão 
pelas enzimas gastrintestinais.
• 6º- As glicoproteínas do muco têm 
propriedades ANFÓTERAS, o que significa que 
são capazes de tamponar pequenas 
quantidades de ácidos ou bases; além disso, o 
muco freqüentemente contém quantidades 
moderadas de íons bicarbonato, que 
neutralizam especificamente os ácidos.
O grupo carboxílico (-COOH) na molécula 
confere ao aminoácido uma característica 
ácida e o grupo amino (-NH2) uma 
característica básica. 
Por isso, os aminoácidos apresentam um 
caráter anfótero, ou seja, reagem tanto com 
ácidos como com bases formando sais 
orgânicos.
• Em resumo, o muco tem a capacidade de 
permitir o fácil deslizamento do alimento ao 
longo do tubo Gastrintestinal e, também, de 
evitar escoriações ou lesões químicas do 
epitélio.
A mucosa gástrica é recoberta por uma camada de muco, que a protege da agressão do suco 
gástrico, bastante corrosivo. Apesar de estarem protegidas por essa densa camada de muco, as 
células da mucosa estomacal são continuamente lesadas e mortas pela ação do suco gástrico.
Por isso, a mucosa está sempre sendo regenerada. Estima-se que nossa superfície estomacal 
seja totalmente reconstituída a cada três dias. Eventualmente ocorre desequilíbrioentre o 
ataque e a proteção, o que resulta em inflamação difusa da mucosa (gastrite) ou mesmo no 
aparecimento de feridas dolorosas que sangram (úlceras gástricas).
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Secreção de Saliva
• As principais glândulas da salivação são as 
parótidas, submandibulares e sublinguais; 
além disso, existem numerosas pequenas 
glândulas bucais.
• Em condições normais, a secreção diária de 
saliva é de aproximadamente 1.000 mililitros.
• A saliva contém dois tipos principais de 
secreção protéica:
• (1) uma secreção serosa que contém a 
PTIALINA, que é uma enzima para a digestão 
de amidos,
• (2) uma secreção MUCOSA contendo 
MUCINA, que tem funções de lubrificação e 
proteção das superfícies.
• As glândulas parótidas secretam, 
exclusivamente, o tipo seroso, 
• ao passo que as glândulas submandibulares e 
sublinguais secretam apenas muco.
• A saliva tem pH entre 6,0 e 7,0, faixa favorável 
para a ação digestiva da ptialina. enzima para 
a digestão de amidos,
Secreção Esofágica
• As secreções esofágicas são de caráter inteiramente 
mucóide e basicamente proporcionam lubrificação 
para a deglutição.
• O corpo principal do esôfago é revestido por muitas 
glândulas mucosas simples; mas na extremidade 
gástrica, e em menor extensão na porção inicial do 
esôfago, existem muitas glândulas mucosas 
composta.
• O muco secretado pelas glândulas composta 
próximas à junção esofagogástrica protege a parede 
esofágica da digestão por sucos gástricos que 
freqüentem refluem do estômago para a porção 
inferior do esôfago.
Secreção Gástrica
• Além das células secretoras de muco que 
revestem toda a superfície do estômago, a 
gástrica tem dois tipos importantes de 
glândulas tubulares:
• as GLÂNDULAS OXÍNTICAS(ou GÁSTRICAS) 
• e as GLÂNDULAS PILÓRICAS.
• As glândulas oxínticas (produtoras de ácido) 
secretam ácido clorídrico, pepsinogênio, fator 
intrínseco e muco.
• As glândulas pilóricas,secretam principalmente 
muco para a proteção da mucosa pilórica, mas 
também algum pepsinogênio e, muito Hormônio 
gastrina.
• Milhões de glândulas oxínticas ficam localizadas nas 
superfícies internas do corpo do estômago, que 
compreende os 80% proximais do estômago.
• As glândulas pilóricas ficam localizadas na porção 
antral do estômago. 
Mecanismo Básico da Secreção
de
Ácido Clorídrico
• Quando estimuladas, as células Parietais das glândulas 
Oxínticas, secretam uma solução ácida contendo cerca de 
160 milimoles de ácido clorídrico por litro.
• O pH desse ácido é de aproximadamente 0,8, indicando sua 
extrema acidez.
• Nesse pH, a concentração de íons hidrogênio é cerca de 3 
milhões de vezes maior que a do sangue arterial.
• E para concentrar tão tremendamente os íons hidrogênio, são 
exigidas mais de 1.500 calorias de energia por litro de suco 
gástrico.
Regulação da Secreção de 
Pepsinogênio
• A regulação da secreção de PEPSINOGÊNIO é 
bem menos complexa que a da secreção de 
ácido; ocorre em resposta a dois tipos de 
sinais:
• (1) estimulação das células pépticas pela 
ACETILCOLINA liberada pelos nervos vagos ou 
outros nervos entéricos e;
• (2) estimulação da secreção péptica em 
resposta à presença de ácido no estômago.
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Inibição da secreção gástrica pelo excesso 
de ácido, através de mecanismo de 
feedback
• Quando a acidez dos sucos gástrico aumenta, fazendo o pH 
cair para menos de 3,0, o mecanismo de estimulação da 
secreção gástrica envolvendo a gastrina fica bloqueado, pois 
o excesso de ácido inibe a secreção de gastrina pelas 
glândulas pilóricas.
• Isto, obviamente, protege o estômago contra a acidez 
excessiva, que promoveria ulceração PÉPTICA.
• Além desse efeito protetor, o mecanismo de FEEDBACK 
também é importante na manutenção do pH ideal para o 
funcionamento das enzimas pépticas implicadas no processo 
digestivo, que é um pH em torno de 3,0.
Secreção Pancreática
• O pâncreas, localizado paralelamente e abaixo do 
estômago, é uma grande glândula composta, com 
uma estrutura interna semelhante à glândula 
salivares.
• As enzimas digestivas são secretadas pelos ácinos 
pancreáticos, e grande volume de bicarbonato de 
sódio.
• O suco pancreático é secretado mais 
abundantemente em resposta à presença de quimo 
nas porções superiores do intestino delgado, e as 
características do suco pancreático são 
determinadas, em parte, pelos tipos de alimentos 
existentes no quimo
Secreção de Bile pelo Fígado e 
Funções da Árvore Biliar
• Uma das muitas funções do fígado é a de 
secretar bile.
• A bile tem duas importantes funções:
• 1ª - desempenha papel muito importante da 
digestão e absorção das gorduras, não porque 
existam na bile quaisquer enzimas capazes de 
digerir as gorduras, mas porque os ÁCINOS 
BILIARES presentes na bile fazem duas coisas:
• (1) ajudam a emulsificar as grandes partículas 
de gordura do alimento em numerosas 
pequenas partículas que podem ser atacadas 
pela LIPASE secretada no suco pancreático,
• (2) ajudam a transportar os produtos finais da 
digestão da gordura até a mucosa intestinal e 
auxiliam essa mucosa a absorvê-los. 
• 2ª - A bile serve como meio de excreção de 
vários importantes produtos de degradação 
presentes no sangue.
• Entre estes, incluem-se principalmente a 
BILIRRUBINA, um produto final da destruição 
de hemoglobina, e o excesso do COLESTEROL 
SINTETIZADOS pelos HEPATÓCITOS.
Secreções do Intestino Delgado
• Um conjunto de glândulas mucosas composta, denominadas 
GLÂNDULAS DE BRUNNER.
• Essas glândulas secretam muco alcalino em resposta a:
• (1) estímulos táteis ou estímulos irritantes da mucosa;
• (2) estimulação vagal, que causa secreção concomitante ao 
aumento da secreção gástrica;
• (3) Hormônios gastrintestinal, principalmente a SECRETINA.
• A função do muco secretado pelas glândulas de Brunner é a 
de proteger a parede duodenal da digestão pelo suco 
gástrico, e sua rápida e intensa resposta frente a estímulos 
irritante é particularmente adequada a esse fim.
Secreções do Intestino Grosso
• A mucosa do intestino grosso, como a do intestino delgado, 
apresenta muitas criptas de Lieberkühn ;mas nesta mucosa, 
ao contrário do que ocorre na mucosa do intestino delgado, 
não existe vilosidade.
• Em vez disso, são revestidas quase totalmente por células 
mucosas que secretam apenas muco.
• Por isso, a secreção preponderante no intestino grosso é o 
muco.
• O muco do intestino grosso obviamente protege a parede 
contra escoriações; além disso proporciona o meio aderente 
para manter unida a matéria fecal e protege a parede 
intestinal da grande atividade bacteriana que ocorre no 
interior das fezes.
criptas de Lieberkühn
Secreção de Água e Eletrólitos em 
Resposta à Irritação
• Sempre que um segmento do intestino grosso 
sofre irritação intensa, como ocorre quando a 
infecção bacteriana se torna muito intensa 
durante uma ENTERITE, a mucosa secreta grande 
quantidade de água e eletrólitos, além da 
solução viscosa normal de muco alcalino.
• Tal secreção dilui os fatores irritantes e causa o 
rápido movimento das fezes em direção ao ânus.
• O resultado habitual é a DIARRÉIA, que promove 
uma recuperação mais precoce da doença.
DIGESTÃO E ABSORÇÃO NO TRATO 
DIGESTIVO 
DISTÚRBIOS GASTRINTESTINAIS
Digestão dos Carboidratos
• Na dieta humana normal só existem três 
fontes principais de carboidratos.
(1) Elas são a SACAROSE, o dissacarídio 
conhecido como açúcar de cana;
(2) LACTOSE, um dissacarídios do leite;
(3) AMIDOS, grandes polissacarídios presentes 
em quase todos os alimentos, principalmente 
nos grãos
• Na digestão os AMIDOS são inicialmente 
hidrolisados até MALTOSE, um dissacarídio, 
ou até outros pequenospolímeros da 
GLICOSE.
• Estes, então, juntamente com os outros 
principais dissacarídios,LACTOSE e SACAROSE, 
são hidrolisados até os monossacarídios 
GLICOSE, GALACTOSE E FRUTOSE.
• A hidrólise do AMIDO começa na boca sob a 
influência da ENZIMA PTIALINA, secretada 
principalmente na saliva produzida pela 
GLÂNDULA PARÓTIDA.
• O ácido clorídrico do estômago provoca uma 
pequena quantidade adicional de hidrólise.
• Finalmente, a maior parte da hidrólise ocorre 
na porção superior do intestino delgado sob a 
influência da ENZIMA AMILASE 
PANCREÁTICA.
• Quatro enzimas “LACTOSE, SACAROSE, 
MALTASE E DEXTRINASE”, para a 
decomposição de DISSACARÍDIOS e de 
pequenos POLÍMEROS da GLICOSE, estão 
localizados nas microvilosidades da borda em 
escova das células epiteliais.
• Os dissacarídios e outros pequenos polímeros 
são digeridos até monossacarídios à medida 
que entram em contato ou se difundem para 
as microvilosidades.
• Os produtos da DIGESTÃO , os 
monossacarídios GLICOSE, GALACTOSE E 
FRUTOSE são, então, imediatamente 
absorvidos pelo SANGUE PORTA.
Digestão das Gorduras
• As gorduras mais comuns da dieta são as 
gorduras neutras, também conhecidas como 
TRIGLICERÍDIOS; cada molécula de 
triglicerídios é composta de um núcleo glicerol 
e de três ácidos graxos.
• Na dieta habitual há também pequenas 
quantidades de FOSFOLIPÍDIOS, COLESTEROL 
e ÉSTERES DO COLESTEROL.
• Os fosfolipídios e os ésteres do colesterol 
contêm ácidos graxos, e, portanto, podem ser 
considerados gorduras.
• O colesterol, por outro lado, é um composto 
esterol que não contém ácidos graxos, mas 
apresenta algumas das características físicas e 
químicas das gorduras; além disso, é derivado 
de gorduras, e metabolizado do modo 
semelhante ao delas.
• Por isso, o colesterol é considerado, sob o 
ponto de vista dietético, como gordura.
• Embora pequena quantidade de gordura 
possa ser digerida no estômago sob a 
influência da lípase gástrica, 95 a 99% de toda 
a digestão da gordura ocorrem no intestino 
delgado, principalmente pela ação da LIPASE 
PANCRÁTICA.
Digestão das Proteínas
• As proteínas da dieta são quase totalmente 
provenientes das carnes e vegetais, sendo 
digeridas principalmente no estômago e na 
porção superior do intestino delgado.
• A digestão das proteínas começa no 
estômago, com a enzima PEPSINA 
decompondo as proteínas em PROTEOSES, 
PEPTONAS e grandes POLIPEPTÍDIOS.
• Quando o alimento foi adequadamente 
mastigado e não é ingerido em quantidade 
excessiva de cada vez, cerca de 98% das 
proteínas transformam-se, por fim, em 
aminoácidos, sendo os 2% restantes 
excretados nas fezes. 
Mecanismos Básicos da Absorção
• A absorção através da mucosa gastrintestinal 
ocorre por TRANSPORTE ATIVO e por 
DIFUSÃO, como acontece em outras 
membranas.
• O transporte ativo fornece energia para 
deslocar uma substância através de uma 
membrana.
• Portanto, a substância pode ser deslocada 
contra um gradiente de concentração ou um 
potencial elétrico.
• Por outro lado, o termo DIFUSÃO significa 
simplesmente transporte de substância 
através da membrana como conseqüência do 
movimento molecular em OBEDIÊNCIA a, e 
não contra, um gradiente eletroquímico.
Absorção no Intestino Delgado
• Normalmente, as substâncias absorvidas a 
cada dia pelo intestino delgado consistem em 
várias centenas de gramas de carboidratos, 
100 ou mais gramas de gordura,
• 50 a 100 gramas de aminoácidos,
• 50 a 100 gramas de íons, 
• e sete a oito litros de água.
• Entretanto, a capacidade de absorção do 
INTESTINO DELGADO normalmente é muito 
maior do que essa:
• Até vários quilogramas de carboidratos por 
dia,
• 500 gramas de gordura por dia;
• 500 a 700 gramas de aminoácidos por dia;
• 20 ou mais litros de água por dia.
• Além disso, O INTESTINO GROSSO ainda pode 
absorver mais água e íons, embora não possa 
absorver quase nenhum nutriente.
Absorção de Água
• A água é inteiramente transportada através da 
membrana intestinal pelo processo de 
DIFUSÃO, passando principalmente através de 
grandes poros de 0,7 a 1,5 nanômetro, 
situados entre as células epiteliais intestinais.
• A água se difunde tão rapidamente através 
da membrana intestinal que acompanha de 
maneira quase instantânea as substâncias 
transportadas para a circulação.
• Assim, à medida que os íons e os nutrientes 
são absorvidos, é também absorvidos um 
equivalente isosmótico de água.
• Desta forma, não apenas os íons e os 
nutrientes são quase totalmente absorvidos 
antes de o quimo passar pelo intestino 
delgado, mas também cerca de 80% da água.
Absorção dos Íons
• A cada dia, são secretados 20 a 30 gramas de 
sódio para os intestinos juntamente com as 
diversas secreções digestivas.
• A maioria das pessoas ingere outros cinco a 
oito gramas de sódio por dia.
• Combinadas essas duas quantidades, o 
intestino delgado absorve 25 a 35 gramas de 
sódio existente no corpo.
Absorção de Nutrientes
• Praticamente todos os carboidratos são 
absorvidos por transporte ativo sob a forma 
de monossacarídios, menos de um por cento 
é absorvido sob a forma de dissacarídios, e 
quase nunca ocorre absorção de carboidratos 
de grande porte.
• A maioria das proteínas é absorvida através 
das membranas luminais das células 
epiteliais do intestino sob a forma 
dipeptídios, tripeptídios e de alguns 
aminoácidos livres. T14/09
Absorção no Intestino Grosso
Formação das Fezes
• A cada dia, aproximadamente 1500 ml de 
quimo passam pela válvula ileocecal e 
chegam ao intestino grosso.
• A maior parte da água e dos eletrólitos do 
quimo é absorvida no cólon, deixando ser 
excretados nas fezes apenas 50 a 200 ml de 
líquido.
• A maior parte da absorção no intestino grosso 
ocorre na metade proximal do cólon, o que 
confere a essa porção o nome de CÓLON 
ABSORTIVO, enquanto a porção distal do 
cólon funciona principalmente para 
armazenamento, sendo por isso denominada 
CÓLON DE ARMAZENAMENTO.
• As fezes normalmente são compostas por 
cerca de três quartos de água e um quarto de 
matéria sólida; desta aproximadamente: 
• 30% são bactérias mortas,
• 10 a 20 % são matéria inorgânica,
• 2 a 3% são proteínas 
• e 30% são resíduos alimentares não digeridos 
• e constituintes secos dos sucos digestivos,
• como pigmentos biliares e células epiteliais 
descamadas.
• A cor marrom das fezes é causada pela 
ESTERCOBILINA e pela UROBILINA, que são 
derivados da BILIRRUBINA.
• O ODOR é causado principalmente pelos 
produtos da ação bacteriana, estes variam de 
uma pessoa para outra, dependendo da flora 
bacteriana do cólon de cada pessoa e do tipo 
de alimento ingerido.
• Entre os produtos odoríferos incluem-se: o 
INDOL,O ESCATOL, OS MERCAPTANOS E O 
SULFETO DE HIDROGÊNIO.
DISTÚRBIOS GASTRINTESTINAIS
Gastrite
• O termo gastrite significa inflamação da 
mucosa gástrica.
• A inflamação da gastrite pode ser apenas 
superficial e, portanto, não muito prejudicial, 
ou pode penetrar profundamente na mucosa 
gástrica, em muitos casos crônicos causando 
atrofia quase completa da mucosa gástrica.
• Em alguns casos, a gastrite pode ser muito 
aguda e grave, com escoriação ulcerativa da 
mucosa gástrica pelas secreções pépticas do 
próprio estômago.
Úlcera Péptica
• Uma úlcera péptica é uma área escoriada da 
mucosa, causada pela ação digestiva do suco 
gástrico.
• As úlceras pépticas freqüentemente ocorrem 
ao longo da pequena curvatura na 
extremidade antral do estômago ou, mais 
raramente, na extremidade inferior do 
esôfago, onde muitas vezes há refluxo dos 
sucos gástricos.
Constipação
• A constipação consiste no movimento 
vagaroso das fezes ao longo dointestino 
grosso, geralmente associada a grandes 
quantidades de fezes secas e endurecidas no 
cólon descendente, que ai se acumulam em 
razão do longo tempo disponível para a 
absorção de líquido.
• Uma causa freqüente da constipação são os 
hábitos intestinais irregulares, desenvolvidos 
por toda uma vida de inibição dos reflexos 
normais da defecação.
Diarréia
• A diarréia, que é o inverso da constipação, 
resulta do rápido deslocamento da matéria 
fecal ao longo do intestino grosso.
• A principal causa da diarréia são as infecções 
do trato gastrintestinal, denominadas 
ENTERITES.
Vômito
• O vômito é o meio pelo qual a porção 
superior do trato digestivo se livra de seu 
conteúdo quando o tubo digestivo sofre 
irritação, distensão ou mesmo excitação 
excessivas.
• Os estímulos que causam o vômito podem 
originar-se em qualquer parte do trato 
digestivo, embora a distensão ou a irritação 
do duodeno forneçam o estímulo mais forte.
Gases no Trato Digestivo
(Flatulência)
• Os gases podem penetrar no trato digestivo 
vindos de três fontes:
• (1) do AR deglutido
• (2) dos GASES liberados como resultado da 
ação bacteriana
• (3) por difusão de gases do sangue para o 
trato gastrintestinal.
• OBS:
No estômago, a maioria dos gases é 
composta de nitrogênio e oxigênio derivados 
do ar deglutido; grande parte desses gases é 
expelida por eructações.

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