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FISIOLOGIA DO SISTEMA DIGESTORIO

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SISTEMA DIGESTÓRIO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
INTRODUÇÃO 
O trato alimentar abastece o corpo com suprimento 
contínuo de água, eletrólitos, vitaminas e nutrientes. 
Isso requer (1) movimentação do alimento pelo trato 
alimentar; (2) secreção de soluções digestivas e 
digestão dos alimentos; (3) absorção de água, diversos 
eletrólitos, vitaminas e produtos da digestão; (4) 
circulação de sangue pelos órgãos gastrointestinais 
para transporte das substâncias absorvidas; e (5) 
controle de todas essas funções pelos sistemas 
nervoso e hormonal locais. 
A composição sistema digestório são pelos órgãos da 
boca, faringe, esôfago, estômago, intestino delgado, 
intestino grosso e ânus. Além disso, está ligado a 
glândulas que lançam sua secreção no interior do 
tubo digestório, são elas: glândulas salivares, pâncreas, 
fígado e vesícula biliar. 
1. Fenômenos mecânicos 
• Trituração: redução do tamanho da partícula 
• Deglutição: passagem do bolo alimentar para o 
esôfago 
• Peristaltismo: movimento ondulatório que 
empurra o bolo alimentar. 
 
2. Fenômenos químicos 
• Insalivação: ocorre na boca e é a primeira digestão 
• Quimificação: ocorre no estômago e é a segunda 
digestão 
• Quilificaçao: ocorre no intestino delgado e é a 
terceira digestão 
 
CAVIDADE ORAL 
Também chamada de boca ou cavidade bucal, é 
formada pelas bochechas, palatos duro e mole e língua. 
• Responsável pela entrada do alimento no 
corpo. 
• Umidificação do alimento pela saliva. 
 
 
• Mastigação. 
• Digestão mecânica e química. 
 
Dividida em duas grandes partes: vestíbulo e cavidade 
bucal propriamente dita 
• Vestíbulo: espaço limitado externamente pelo 
lábio e bochechas e, internamente, pela 
gengiva e dentes 
• Cavidade bucal propriamente dita: espaço 
entre os arcos dentários e limitado pelo palato 
(duro e mole) e pela língua 
O palato duro, juntamente com o palato mole 
(posteriormente e mais muscular), separa a cavidade 
nasal da cavidade oral, e é uma estrutura fibromuscular 
móvel que está fixado à margem posterior do palato 
duro e tem como função importante de obliterar o 
istmo faríngeo durante o processo de deglutição e 
fonação. Ele emite 3 projeções cônicas: uma mediana 
(úvula – no céu da boca), lateral anterior (arco 
palatoglosso) e lateral posterior (músculo 
palatofaríngeo). 
A cavidade oral é revestida por epitélio estratificado 
pavimentoso e a modificação do tamanho e da forma 
da cavidade oral e a movimentação do alimento 
ocorrem graças ao músculo estriado esquelético. 
A digestão mecânica na boca resulta da mastigação, em 
que o alimento é manipulado pela língua, triturado 
pelos dentes e misturado com saliva. Duas enzimas, a 
amilase salivar e a lipase lingual, contribuem para a 
digestão química na boca. A amilase salivar, que é 
secretada pelas glândulas salivares, inicia a degradação 
do amido. Já a lipase lingual é secretada pelas 
glândulas linguais na língua e se torna ativa no 
ambiente ácido do estômago e, assim, começa a 
funcionar após o alimento ser deglutido. Ela cliva os 
triglicerídios (óleos e gorduras) em ácidos graxos e 
diglicerídios. 
• Na boca ocorre principalmente a digestão do 
amido (1º digestão) 
• A saliva é composta por água, sais minerais, 
mucina e amilase. pH: 7,0 (neutro) 
• Mucina: glicoproteína que deixa a saliva viscosa 
• Amilase: transforma o amido em maltase. É uma 
digestão parcial do amido; atividade enzimática 
máxima em pH 7,0. 
 
 
 
CAVIDADE ORAL - DENTES 
Os dentes são estruturas cônicas, duras, fixadas nos 
alvéolos da mandíbula e maxila e são importantes no 
processo de trituração, mastigação e assistência à fala. 
Os decíduos primários, os dentes de leite, geralmente, 
nas crianças têm 20 deles e começa a descida 
aproximadamente do sexto mês e tende a trocar com 
6-7 anos. Já os dentes permanentes são 32 no total. 
Em relação aos dentes permanentes, dos 32, 8 são 
incisivos, 4 caninos (incisivos laterais), 8 pré-molares e 
12 molares. 
Os dentes são adaptados, engenhosamente, para a 
mastigação. Os anteriores (incisivos) possibilitam a 
ação de cortar, e os posteriores (molares), ação de 
trituração. A mastigação é importante para a digestão 
de todos os alimentos, ou seja, triturar o alimento em 
partículas bem pequenas que previne escoriação do 
trato gastrointestinal e facilita o transporte do 
alimento, do estômago ao intestino delgado e para os 
sucessivos segmentos do intestino. 
• Dentes: trituração. Diminui o tamanho da 
partícula para facilitar a ação enzimática. 
 
CAVIDADE ORAL – GLÂNDULAS 
Há pequenas glândulas salivares espalhadas no tecido 
conjuntivo da cavidade oral, inclusive na língua, mas 
elas secretam somente 5% da produção diária. A maior 
parte da saliva é gerada por três grandes pares de 
glândulas salivares: as parótidas, as submandibulares e 
as sublinguais. 
• Glândulas parótidas: possuem uma forma 
achatada e estão situadas abaixo e na frente da 
orelha, e o ducto de cada glândula desemboca 
em frente ao segundo molar superior. Elas são 
responsáveis por 30% da saliva. São constituídas 
somente por células serosas e assim são 
glândulas exócrinas acinosas compostas serosas. 
• Glândulas submandibulares são ovoides e estão 
sob o assoalho da boca, com os ductos abrindo-
se ao lado do frênulo da língua. Produzem 60% 
da saliva. 
• Glândulas sublinguais (2-3g) possuem forma de 
amêndoa e estão sob o assoalho da boca, 
anteriormente às submandibulares, e seus 
ductos abrem-se nos ductos destas glândulas ou 
junto a eles. Secretam cerca de 5% da saliva. 
 
FARINGE 
Quando o alimento é inicialmente ingerido, ele passa 
da boca para a faringe que é um tubo afunilado. A 
faringe é composta por músculo esquelético e 
revestida por túnica mucosa, é dividida em três partes: 
a parte nasal da faringe, a parte oral da faringe e a 
parte laríngea da faringe. A parte nasal da faringe atua 
apenas na respiração, mas as partes oral e laríngea da 
faringe têm funções digestórias e respiratórias. A 
comida engolida passa da boca para as partes oral e 
laríngea da faringe, as contrações musculares dessas 
áreas ajudam a impulsionar o alimento para o esôfago 
e, em seguida, para o estômago. 
A faringe é um órgão visceral mediano 
miomembranáceo que faz parte tanto sistema 
digestório, quanto do sistema respiratório. É dividida 
em três grandes porções: nasofaringe, orofaringe e 
laringofaringe. 
 
O processo de deglutição é complexo e vai transferindo 
o bolo alimentar da boca através da faringe até atingir 
esôfago e estomago. O alimento sólido é mastigado, 
misturado com a saliva e forma um bolo mais macio 
que se torna mais fácil de ser engolido, processo da 
deglutição. 
O processo da deglutição tem 3 estágios: 
voluntário – onde o bolo alimentar é comprimido conta 
o palato e empurrado para a boca para a parte oral da 
faringe, principalmente por movimentos do músculo 
da língua e do palato mole; 
involuntário – (é rápido) o palato mole acaba sendo 
elevado isolando a parte nasal da faringe das partes 
oral e laríngea (oclui a parte nasal), a faringe alarga-se 
e se encurta nesse mecanismo para receber o bolo 
alimentar, enquanto os músculos supra-hióide e o 
músculo faríngeo longitudinal se contraem elevando a 
laringe; 
involutario – contração sequencial dos três músculos 
constritores da faringe, criando uma peristalse que 
força a decida do bolo alimentar para o esôfago. 
 
 
ESÕFAGO 
É um tubo muscular de aproximadamente 25 cm de 
comprimento que se encontra posteriormente à 
traqueia. O esôfago começa na extremidade inferior da 
parte laríngea da faringe, passa pelo aspecto inferior 
do pescoço, e entra no mediastino anteriormente à 
coluna vertebral. Em seguida, perfura o diafragma 
através de uma abertura chamada hiato esofágico e 
termina na parte superior do estômago.ESTÔMAGO 
É um órgão em forma de bolsa que comunica com o 
esôfago por meio de uma região chamada cárdia e, 
com o estômago, por meio de uma região chamada 
piloro. É o local que ocorre a quimificação. 
PILORO: evita que o alimento fique pouco tempo 
fazendo quimificação. 
CARDIA: evita que o alimente volte para o esôfago. 
• A quimificação ocorre no estômago em pH 
ácido (+- 2,0) e consiste na transformação do 
bolo alimentar em uma pasta semilíquida 
denominada quimo. 
O estômago tem quatro regiões principais: a cárdia, o 
fundo gástrico, o corpo gástrico e a parte pilórica. 
 
A cárdia circunda a abertura do esôfago ao estômago. 
A porção arredondada superior e à esquerda da cárdia 
é o fundo gástrico. Inferior ao fundo gástrico está a 
grande parte central do estômago, o corpo gástrico. A 
parte pilórica pode ser dividida em três regiões. A 
primeira região, o antro pilórico, liga o corpo ao 
estômago. A segunda região, o canal pilórico, leva à 
terceira região, o piloro, que por sua vez se conecta ao 
duodeno. Quando o estômago está vazio, a túnica 
mucosa forma grandes rugas, as pregas gástricas, que 
podem ser vistas a olho nu. O piloro se comunica com 
o duodeno do intestino delgado por meio de um 
esfíncter de músculo liso chamado músculo esfíncter 
do piloro. A margem medial côncava do estômago é 
chamada curvatura menor; a margem lateral convexa 
é chamada curvatura maior. 
O estomago possui três tipos principais de células: 
• Células principais: produzem pepsinogênio e 
renina (enzima) – não confundir com a renina 
produzida pelos rins que é um hormônio. 
• Células parietais: produzem HCL bombeando 
H+ para a cavidade onde reagem com o Cl-. 
• Células glandulares: produzem hormônios 
gastrina e grilina. A gastrina estimula as células 
principais e parietais e, a grilina estimula o 
centro da fome no hipotálamo. 
O ácido clorídrico mantém o pH do interior do 
estômago entre 1,5, e 2,5 e, a pepsina, enzima mais 
potente do suco gástrico, é secretada na forma de 
pepsinogênio. Como este é inativo, não digere as 
células que o produzem. Por ação do ácido cloródrico, 
o pepsinogênio, ao ser lançado na luz do estômago, 
transforma-se em pepsina, enzima que catalisa a 
digestão de proteínas. 
 
 
A pepsina, ao catalizar a hidrólise de proteínas, 
promove o rompimento das ligações peptídicas que 
unem os aminoácidos. Como nem todas as ligações 
peptídicas são acessíveis à pepsina, muitas 
permanecem intactas. Portanto, o resultado do 
trabalho dessa enzima são oligopeptídeos e 
aminoácidos livres. 
 
AÇÃO DO HCl: bactericida, demineraliza o alimente, 
manutenção do pH (1,5-2,5), ativa o pepsinogênio. 
AÇÃO DA PEPSINA: digestão parcial da proteína, 
catalisa a conversão de pepsinogênio em pepsina. 
AÇÃO DA RENINA: coagula as proteínas do leite. 
 
 
➢ Digestão mecânica no estômago 
Alguns minutos depois de o alimento entrar no 
estômago, ondas de peristaltismo passam pelo 
estômago a cada 15 a 25s. Cada onda peristáltica move 
o conteúdo gástrico do corpo gástrico para baixo para 
dentro do antro pilórico, em um processo conhecido 
como propulsão. Como a maior parte das partículas de 
alimento no estômago inicialmente são grandes para 
passar através do estreito óstio pilórico, elas são 
forçadas para trás para o corpo gástrico, em um 
processo conhecido como retropulsão. Ocorre então 
outra rodada de propulsão, movendo as partículas de 
alimentos de volta para o antro pilórico. Se as 
partículas de alimento continuam sendo grandes para 
passar através do óstio pilórico, a retropulsão ocorre 
novamente e as partículas são comprimidas de volta 
para o corpo gástrico. Em seguida, ocorre ainda outra 
rodada adicional de propulsão, e o ciclo continua se 
repetindo. O resultado líquido destes movimentos é 
que o conteúdo gástrico é misturado ao suco gástrico, 
por fim sendo reduzido a um líquido chamado quimo. 
Uma vez que as partículas de alimento no quimo são 
suficientemente pequenas, elas podem passar através 
do óstio pilórico, em um fenômeno conhecido como 
esvaziamento gástrico. 
 
INTESTINO DELGADO 
Tubo de cerca de 6,5m de comprimento e 2,5cm de 
diâmetro e dividido em duodeno e jejuno-íleo. A 
digestão no intestino delgado é realizada graças à ação 
em conjunto de três sucos digestivos: pancreático, 
biliar e entérico. Local da quilificação. 
O intestino delgado é dividido em três regiões: a 
primeira é o duodeno, o jejuno é a próxima parte e tem 
aproximadamente 1 m de comprimento e se estende 
até o íleo. 
 
A principal parte da digestão ocorre no intestino 
delgado, que se estende do piloro até a junção 
ileocólica (ileocecal), que se reúne com o intestino 
grosso. Os principais eventos da digestão e absorção 
ocorrem no intestino delgado, portanto sua estrutura 
é especialmente adaptada para essa função. Sua 
extensão fornece grande área de superfície para a 
digestão e absorção, sendo ainda muito aumentada 
pelas pregas circulares, vilosidades e microvilosidades. 
• O epitélio do intestino é simples colunar com 
microvilos (são chamados de enterócitos) e 
células caliciformes. O epitélio evagina-se nos 
vilos e invagina-se em glândulas tubulares simples 
retas, as glândulas intestinais (ou de Lieberkühn). 
Há ainda as células enteroendócrinas e, na base 
das glândulas, as células de Paneth. Possui uma 
lâmina própria de tecido conjuntivo frouxo e uma 
submucosa de tecido conjuntivo denso não 
modelado. 
• Na submucosa do duodeno há glândulas 
duodenais (ou de Brunner), que são glândulas 
tubulares ramificadas mucosas. Elas atravessam a 
camada mucosa e a lâmina própria abrindo seus 
ductos na base das glândulas de Lieberkuhn ou 
entre as vilosidades. 
 
INTESTINO DELGADO - DUODENO 
é a primeira porção do intestino delgado. Recebe este 
nome por ter seu comprimento aproximadamente 
igual à largura de doze dedos (25 centímetros). É a 
única porção do intestino delgado que é fixa. Não 
possui mesentério. Apresenta 4 Partes: 
• Parte Superior ou 1ª porção: origina-se no 
piloro e estende-se até o colo da vesícula biliar. 
• Parte Descendente ou 2ª porção: é 
desperitonizada e encontramos a chegada de 
dois Ductos: 
o Ducto Colédoco – provêm da vesícula 
biliar e do fígado (bile) 
o Ducto Pancreático – provêm do 
pâncreas (suco ou secreção 
pancreática). 
• Parte Horizontal ou 3ª porção 
• Parte Ascendente ou 4ª porção 
 
 
➢ Digestão mecânica no intestino delgado 
Há dois tipos de movimentos do intestino delgado, 
segmentações e um tipo de peristaltismo chamado 
complexo mioelétrico migratório e são controlados 
principalmente pelo plexo mioentérico. As 
segmentações são contrações que ocorrem em partes 
do intestino, elas misturam o quimo aos sucos 
digestórios e colocam as partículas de alimentos em 
contato com a túnica mucosa para serem absorvidos; 
Depois de a maior parte de uma refeição ter sido 
absorvida, o que diminui a distensão da parede do 
intestino delgado, a segmentação para, e o 
peristaltismo começa. O tipo de peristaltismo que 
ocorre no intestino delgado, é chamado complexo 
mioelétrico migratório (e para simplificar, CMM), ele 
inicia na parte inferior do estômago e empurra o quimo 
para a frente ao longo de um trecho do intestino 
delgado. O CMM desce lentamente pelo intestino 
delgado alcançando o final do íleo. Ao todo, o quimo 
permanece no intestino delgado por 3 a 5h. 
➢ Absorção no intestino delgado 
Todas as fases químicas e mecânicas da digestão, da 
boca ao intestino delgado, são controladas de modo a 
alterar os alimentos em formas que possam passar 
através das células epiteliais absortivas que revestem a 
túnica mucosa e entrar nos vasos sanguíneos e 
linfáticos subjacentes. Estas formas são os 
monossacarídios (glicose, frutose e galactose) a partir 
dos carboidratos; aminoácidos individuais, dipeptídios 
e tripeptídios a partir das proteínas; e ácidos graxos, 
glicerole monoglicerídios a partir dos triglicerídios. A 
passagem destes nutrientes digeridos do canal 
alimentar para o sangue ou linfa é chamado absorção. 
A absorção de materiais ocorre por meio da difusão, 
difusão facilitada, osmose e transporte ativo. 
Aproximadamente 90% de toda a absorção de 
nutrientes ocorre no intestino delgado; os outros 10% 
ocorrem no estômago e no intestino grosso. Qualquer 
material não digerido ou não absorvido que sobra no 
intestino delgado passa para o intestino grosso. 
➢ Digestão química no intestino delgado 
Na boca, a amilase salivar converte o amido em 
maltose, maltotriose e α-dextrina (fragmento de amido 
de cadeia curta ramificada com 5 a 10 unidades de 
glicose). No estômago, a pepsina converte as proteínas 
em peptídios, e as lipases lingual e gástrica convertem 
alguns triglicerídios em ácidos graxos, diglicerídios e 
monoglicerídios. Assim, o quimo que entra no intestino 
delgado contém carboidratos, proteínas e lipídios 
parcialmente digeridos. A conclusão da digestão dos 
carboidratos, proteínas e lipídios é um esforço coletivo 
do suco pancreático, bile e suco intestinal no intestino 
delgado. 
 
A digestão do quimo ocorre predominantemente 
no duodeno e nas primeiras porções do jejuno. No 
duodeno atua o suco pancreático, biliar e 
entérico. 
 
 
INTESTINO DELGADO – JEJUNO-ÍLEO 
JEJUNO: é a parte do intestino delgado que faz 
continuação ao duodeno, recebe este nome porque 
sempre que é aberto se apresenta vazio. É mais largo 
(aproximadamente 4 centímetros), sua parede é mais 
espessa, mais vascular e de cor mais forte que o íleo. 
ÍLEO: é o último segmento do intestino delgado que faz 
continuação ao jejuno. Recebe este nome por relação 
com osso ilíaco. É mais estreito e suas túnicas são mais 
finas e menos vascularizadas que o jejuno. 
Distalmente, o íleo desemboca no intestino grosso 
num orifício que recebe o nome de óstio ileocecal. 
Juntos, o jejuno e o íleo medem 6 a 7 metros de 
comprimento. A maior parte do jejuno situa-se no 
quadrante superior esquerdo, enquanto a maior parte 
do íleo situa-se no quadrante inferior direito. O jejuno 
e o íleo, ao contrário do duodeno, são móveis. No 
entanto, pode ser difícil distinguir entre o jejuno e 
o íleo, já que não há marcos anatômicos externos para 
guiar. 
 
 
 
INTESTINO GROSSO 
É a parte terminal do canal alimentar, com 
aproximadamente 1,5 m de comprimento e 6,5 cm de 
diâmetro em seres humanos vivos e cadáveres, se 
estende do íleo ao ânus. Está ligado à parede posterior 
do abdome por seu mesocolo, que é uma camada 
dupla de peritônio. Estruturalmente, as quatro 
principais regiões do intestino grosso são o ceco, o 
colo, o reto e o canal anal. É o local de absorção de 
água, tanto a ingerida quanto a das secreções 
digestivas. 
 
• Ceco: segmento de maior calibre, que se 
comunica com o íleo. Para impedir o refluxo do 
material proveniente do intestino delgado, existe 
uma válvula localizada na junção do íleo com o 
ceco – Válvula Ileocecal (ileocólica). No fundo do 
ceco, encontramos o Apêndice Vermiforme. 
 
 
 
• Colo: segmento que se prolonga do ceco até o 
ânus. 
• Colo Ascendente: é a segunda parte do intestino 
grosso. Passa para cima do lado direito do abdome 
a partir do ceco para o lobo direito do fígado, onde 
se curva para a esquerda na flexura direita do colo 
(flexura hepática). 
• Colo Transverso: é a parte mais larga e mais móvel 
do intestino grosso. Ele cruza o abdome a partir da 
flexura direita do colo até a flexura esquerda do 
colo, onde curva-se inferiormente para tornar-se 
colo descendente. A flexura esquerda do colo 
(flexura esplênica), normalmente mais superior, 
mais aguda e menos móvel do que a flexura direita 
do colo. 
https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/jejuno
https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/ileo
 
• Colo Descendente – passa retroperitonealmente a 
partir da flexura esquerda do colo para a fossa 
ilíaca esquerda, onde ele é contínuo com o colo 
sigmoide. 
• Colo Sigmoide – é caracterizado pela sua alça em 
forma de “S”, de comprimento variável. O colo 
sigmoide une o colo descendente ao reto. A 
terminação das tênias do colo, aproximadamente 
a 15 cm do ânus, indica a junção reto-sigmoide. 
 
O reto recebe este nome por ser quase retilíneo. Este 
segmento do intestino grosso termina ao perfurar o 
diafragma da pelve (músculos levantadores do ânus) 
passando a se chamar de canal anal. O canal anal 
apesar de bastante curto (3 centímetros de 
comprimento) é importante por apresentar algumas 
formações essenciais para o funcionamento intestinal, 
das quais citamos os esfíncteres anais. O esfíncter anal 
interno é o mais profundo, e resulta de um 
espessamento de fibras musculares lisas circulares, 
sendo consequentemente involuntário. O esfíncter 
anal externo é constituído por fibras musculares 
estriadas que se dispõem circularmente em torno do 
esfíncter anal interno, sendo este voluntário. Ambos os 
esfíncteres devem relaxar antes que a defecação possa 
ocorrer. 
 
O intestino grosso apresenta algumas diferenças em 
relação ao intestino delgado: o calibre, as tênias, os 
haustos e os apêndices epiploicos. 
• As tênias do cólon (fitas longitudinais) são três 
faixas de aproximadamente 1 centímetro de 
largura e que percorrem o intestino grosso em 
toda sua extensão. São mais evidentes no ceco 
e no cólon ascendente. 
• Os haustos do cólon (saculações) são 
abaulamentos ampulares separados por sulcos 
transversais. 
• Os apêndices epiploicos são pequenos 
pingentes amarelados constituídos por tecido 
conjuntivo rico em gordura. Aparecem 
principalmente no cólon sigmoide. 
 
+ Numerosas bactérias vivem em mutualismo no 
intestino grosso. Seu trabalho consiste em dissolver os 
restos alimentícios não assimiláveis, reforçar o 
movimento intestinal e proteger o organismo contra 
bactérias estranhas, geradoras de enfermidades. 
Também produzem vitamina K e B e, transforma os 
pigmentos biliares em estercobilina. 
 
➢ Digestão mecânica no intestino grosso 
A passagem do quimo do íleo para o ceco é controlada 
pela ação do óstio ileal. Normalmente, este óstio 
permanece parcialmente fechado, de modo que a 
passagem do quimo para o ceco geralmente ocorre de 
modo lento. 
+ O hormônio gastrina também relaxa o óstio. 
Os movimentos do colo começam quando substâncias 
passam pelo óstio ileal. Como o quimo se move pelo 
intestino delgado a uma velocidade razoavelmente 
constante, o tempo necessário para uma refeição 
passar para o colo é determinado pelo tempo de 
esvaziamento gástrico. Conforme o alimento passa 
pelo óstio ileal, enche o ceco e acumula-se no colo 
ascendente. 
Um movimento característico do intestino grosso é a 
agitação das saculações do colo. Neste processo, as 
saculações do colo permanecem relaxadas e são 
distendidas enquanto se enchem. Quando a distensão 
alcança um determinado ponto, as paredes se 
contraem e espremem o conteúdo para a próxima 
saculação do colo. O peristaltismo também ocorre, 
embora em um ritmo mais lento do que nas partes 
mais proximais do canal alimentar. Um último tipo de 
movimento é o peristaltismo em massa, uma forte 
onda peristáltica que leva rapidamente o conteúdo do 
colo para o reto. Como os alimentos no estômago 
iniciam o reflexo gastrocólico no colo, o peristaltismo 
em massa geralmente ocorre 3 ou 4 vezes/dia, durante 
ou imediatamente após uma refeição. 
➢ Digestão química no intestino grosso 
A fase final da digestão ocorre no colo por meio da ação 
das bactérias que habitam o lúmen. O muco é 
secretado pelas glândulas do intestino grosso, mas não 
são secretadas enzimas. O quimo é preparado para a 
eliminação pela ação de bactérias, que fermentam 
quailquer carboidrato restante e liberam hidrogênio, 
dióxido de carbono e gases metano. Estes gases 
contribuem para os flatos no colo, denominada 
flatulênciaquando é excessiva. As bactérias também 
convertem qualquer proteína restante em 
aminoácidos e fragmentam os aminoácidos em 
substâncias mais simples. As bactérias também 
decompõem a bilirrubina em pigmentos mais simples, 
incluindo a estercobilina. 
➢ Absorção e formação de fezes no intestino grosso 
Até agora o quimo permaneceu no intestino grosso por 
3 a 10 h, tornou-se semissólido por causa da absorção 
de água e agora é chamado fezes. Quimicamente, as 
fezes consistem em água, sais inorgânicos, células 
epiteliais da túnica mucosa do canal alimentar, 
bactérias, produtos da decomposição bacteriana, 
materiais digeridos e não absorvidos e partes não 
digeríveis de alimentos – como fibras vegetais, 
principalmente a celulose, que não são digeridas nem 
absorvidas. Embora 90% de toda a absorção de água 
ocorra no intestino delgado, o intestino grosso absorve 
o suficiente para torná-lo um órgão importante na 
manutenção de equilíbrio hídrico do corpo. O intestino 
grosso também absorve íons, incluindo sódio e cloreto, 
e algumas vitaminas, como D e K. 
➢ Movimentos de mistura — "haustrações" 
Da mesma maneira que os movimentos de 
segmentação ocorrem no intestino delgado, grandes 
constrições circulares ocorrem no intestino grosso. A 
cada uma dessas constrições, extensão de cerca de 2,5 
centímetros de músculo circular se contrai, às vezes 
constringindo o lúmen do cólon até quase oclusão. Ao 
mesmo tempo, o músculo longitudinal do cólon, que se 
reúne em três faixas longitudinais, denominadas tênias 
cólicas, se contrai. Essas contrações combinadas de 
faixas circulares e longitudinais de músculos fazem 
com que a porção não estimulada do intestino grosso 
se infle em sacos denominados haustrações. Cada 
haustração, normalmente, atinge a intensidade 
máxima em cerca de 30 segundos e desaparece nos 
próximos 60 segundos. Às vezes, elas ainda se movem 
lentamente na direção do ânus, durante a contração, 
em especial no ceco e no cólon ascendente e, assim, 
contribuem com alguma propulsão do conteúdo 
colônico para adiante. 
 
➢ Reflexo de defecação 
Os movimentos peristálticos em massa empurram o 
material fecal do colo sigmoide para o reto. A distensão 
resultante da parede retal estimula os receptores de 
estiramento, que iniciam um reflexo de defecação que 
resulta na defecação. O reflexo de defecação ocorre do 
seguinte modo: em resposta à distensão da parede 
retal, os receptores enviam impulsos nervosos 
sensitivos para a medula espinal sacral. Impulsos 
motores da medula viajam ao longo dos nervos 
parassimpáticos de volta para o colo descendente, colo 
sigmoide, reto e ânus. A contração resultante dos 
músculos longitudinais retais encurta o reto, 
aumentando assim a pressão em seu interior. Esta 
pressão, junto com contrações voluntárias do 
diafragma e dos músculos abdominais, além do 
estímulo parassimpático, abrem o músculo esfíncter 
interno do ânus. 
Se a defecação não ocorrer, as fezes voltam para o colo 
sigmoide até que a próxima onda de peristaltismo em 
massa estimule os receptores de estiramento, 
novamente produzindo a vontade de defecar. Em 
crianças, o reflexo de defecação provoca esvaziamento 
automático do reto, porque o controle voluntário do 
músculo esfíncter externo do ânus ainda não se 
desenvolveu. O número de defecações em um 
determinado período de tempo depende de vários 
fatores, como a dieta, a saúde e o estresse. 
+ A variação normal de atividade intestinal vai de 2 ou 
3 defecações por dia a 3 ou 4 defecações por semana. 
A diarreia é um aumento da frequência, do volume e 
do teor de líquido das fezes causado por aumento na 
motilidade e diminuição na absorção pelos intestinos. 
Quando o quimo passa muito rapidamente pelo 
intestino delgado e as fezes passam muito 
rapidamente pelo intestino grosso, não há tempo 
suficiente para a absorção. 
A constipação intestinal se refere à defecação 
infrequente ou difícil causada pela diminuição da 
motilidade do intestino. Como as fezes permanecem 
no colo por períodos prolongados, ocorre uma 
absorção excessiva de água, e as fezes tornam-¬se 
ressecadas e duras. 
 
ÓRGAOS ANEXOS 
 
PÂNCREAS: glândula situada atrás do estômago; 
produz suco pancreático que é lançado no duodeno. 
Sua parte exócrina produz suco digestivo e, a parte 
endócrina, hormônios (insulina e glucagon). O suco 
pancreático: 
• Possui pH entre 7,8-8,2 
• É rico em enzimas e bicarbonato que serve 
para neutralizar a acidez do quimo no intestino 
delgado 
• Sem ele, impede a secreção de DNAse, RNAse 
e lipase. 
• Composição: água, sais minerais, bicarbonato 
de sódio (NaHCo3) e enzimas (tripsina, 
quimiotripsina, amilase, lipase e nuclease) 
• Ação: (no duodeno) alcaliniza o quimo e 
promove a digestão em pH básico (7,0) 
• Possui amilase pancreática que fragmenta o 
amido em moléculas de maltose 
• Possui lípase pancreática que hidrolisa as 
moléculas de um tipo de gordura – os 
triacilgliceróis, originando glicerol e álcool. 
• As nucleases atuam sobre os ácidos nucléicos, 
separando seus nucleotídeos. 
• Na luz do duodeno, o tripsinogênio entra em 
contato com a enteroquinase, enzima 
secretada pelas células da mucosa intestinal, 
convertendo-se em tripsina, que por sua vez 
contribui para a conversão do precursor 
inativo quimiotripsinogênio em 
quimiotripsina, enzima ativa. 
 
 
 
• A tripsina e a quimiotripsina hidrolisam 
polipeptídios, transformando-os em 
oligopeptídeos. A pepsina, a tripsina e a 
quimiotripsina rompem ligações peptídicas 
específicas ao longo das cadeias de 
aminoácidos. 
FÍGADO: é a maior glândula do corpo humano e situa-
se à direita do estômago. Produz bile que se acumula 
em um órgão ovóide, situado sob o fígado, chamado de 
vesícula biliar. Quando o quimo chega ao duodeno, a 
vesícula biliar se contrai e lança a bile no duodeno 
através do canal colédoco. O fígado também possui 
outras funções, como: 
• Transforma glicose em glicogênio 
• Acumula glicogênio e vitaminas 
• Hemocaterese: destrói células mortas 
aproveitando seus resíduos 
• Desintoxica o organismo 
• Produz proteínas do plasma sanguíneo 
• As disfunções do fígado interferem na 
produção de bile interferindo na digestão de 
gordura e eliminação de toxinas. 
 
 
Bilis: 
• Composição: água, sais minerais, bilirrubina, 
biliverdina, colesterol e bicarbonato de sódio 
(NaHCo3). 
• Funções: ação detergente, emulsificando ou 
emulsionando as gorduras (fragmentando suas 
gotas em milhares de microgotículas); 
neutraliza o HCl do quimo 
• O pH oscila entre 8,0 e 8,5. 
 
 
 
 
 
 
 
FASES DA DIGESTÃO 
Fase cefálica 
 Durante a fase cefálica da digestão, o olfato, a 
visão, o pensamento ou o gosto inicial da comida 
ativam centros neurais no córtex cerebral, no 
hipotálamo e no tronco encefálico. O tronco encefálico 
então ativa os nervos faciaia (NC VII), glossofaríngeo 
(NC IX) e vago (NC X). Os nervos facial e glossofaríngeo 
estimulam as glândulas salivares a secretar saliva, 
enquanto o nervo vago estimula as glândulas gástricas 
a secretar suco gástrico. A finalidade da fase cefálica da 
digestão é preparar a boca e o estômago para o 
alimento que está prestes a ser ingerido. 
Fase gástrica 
O alimento distende o estômago e estimula os 
receptores de estiramento em suas paredes. Os 
quimiorreceptores no estômago monitoram o pH do 
quimo no estômago. Quando as paredes do estômago 
são distendidas ou o pH aumenta porque proteínas 
entraram no estômago e tamponaram um pouco do 
seu ácido, os receptores de estiramento e 
quimiorreceptores são ativados, e um ciclo de 
feedback negativo neural é acionado. Dos receptores 
de estiramento e quimiorreceptores, os impulsos 
nervosos se propagam para o plexo submucoso, onde 
ativam neurônios parassimpáticos e entéricos. Os 
impulsos nervosos resultantes causam ondas de 
peristaltismo e continuam estimulandoo fluxo de suco 
gástrico das glândulas gástricas. As ondas peristálticas 
misturam os alimentos com o suco gástrico e quando 
as ondas se tornam fortes o suficiente, uma pequena 
quantidade de quimo passa pelo esvaziamento gástrico 
para o duodeno. O pH do quimo do estômago cai 
(torna-se mais ácido) e a distensão das paredes do 
estômago diminui, porque o quimo passou para o 
intestino delgado, suprimindo a secreção de suco 
gástrico. 
A secreção gástrica durante a fase gástrica é regulada 
pelo hormônio gastrina. Quando é liberada, a gastrina 
entra na corrente sanguínea, percorre todo o corpo e 
chega a seus órgãos alvo no sistema digestório. 
A gastrina estimula as glândulas gástricas a secretar 
grandes quantidades de suco gástrico. Ela também 
reforça a contração do esfíncter esofágico inferior para 
impedir o refluxo do quimo ácido para o esôfago, 
aumenta a motilidade do estômago e relaxa o músculo 
esfíncter do piloro, que promove o esvaziamento 
gástrico. A secreção de gastrina é inibida quando o pH 
do suco gástrico cai abaixo de 2,0 e é estimulada 
quando o pH aumenta. Este mecanismo de feedback 
negativo ajuda a proporcionar o baixo pH ideal para o 
funcionamento da pepsina, a matar microrganismos e 
a desnaturar proteínas no estômago. 
 
 
Reação de neutralização: 
 NaHCo3 + HCl NaCl +CO2 + H2O 
 
Fase intestinal 
A fase intestinal da digestão começa quando o 
alimento entra no intestino delgado. Ao contrário dos 
reflexos iniciados durante as fases cefálica e gástrica, 
que estimulam a atividade de secreção e motilidade do 
estômago, os reflexos que ocorrem durante a fase 
intestinal têm efeitos inibitórios que retardam a saída 
do quimo do estômago. Isso impede que o duodeno 
seja sobrecarregado com mais quimo do que pode 
suportar. Além disso, as respostas que ocorrem 
durante a fase intestinal promovem a digestão 
continuada dos alimentos que chegaram ao intestino 
delgado. Estas atividades são reguladas por 
mecanismos neurais e hormonais: 
O mecanismo neural é realizado pelos receptores de 
estiramento da parede duodenal que enviam impulsos 
nervosos para o bulbo, onde inibem o estímulo 
parassimpático e estimulam os nervos simpáticos que 
inervam o estômago. Como resultado, a motilidade 
gástrica é inibida e há um aumento na contração do 
músculo esfíncter do piloro, o que diminui o 
esvaziamento gástrico. 
Já, o mecanismo hormonal é realizado por dois 
hormônios principais secretados pelo intestino 
delgado: a colecistocinina e a secretina. A 
colecistocinina (CCK) é secretada pelas células CCK das 
glândulas intestinais no intestino delgado em resposta 
ao quimo contendo aminoácidos de proteínas 
parcialmente digeridas e ácidos graxos de triglicerídios 
parcialmente digeridos. A CCK possui diversas funções, 
entre elas: 
• estimula a secreção de suco pancreático; 
• provoca a contração da parede da vesícula 
biliar; 
• provoca o relaxamento do esfíncter da ampola 
hepatopancreática, que possibilita que o suco 
pancreático e a bile fluam para o duodeno; 
• retarda o esvaziamento gástrico por meio da 
promoção da contração do músculo esfíncter 
do piloro; 
• produz saciedade pela ativação do hipotálamo 
no encéfalo; 
• promove o crescimento normal e manutenção 
do pâncreas; 
• e incrementa os efeitos da secretina. 
A secretina estimula o fluxo de suco pancreático que é 
rico em íons bicarbonato (HCO3–) para tamponar o 
quimo ácido que entra no duodeno a partir do 
estômago. Além disso: 
• inibe a secreção de suco gástrico; 
• promove o crescimento normal e a 
manutenção do pâncreas; 
• e incrementa os efeitos da CCK. 
 
CONTROLE NEURAL DA FUNÇÃO 
GASTROINTESTINAL — SISTEMA 
NERVOSO ENTÉRICO 
O trato gastrointestinal tem um sistema nervoso 
próprio, denominado sistema nervoso entérico, 
localizado, inteiramente, na parede intestinal, 
começando no esôfago e se estendendo até o ânus. O 
número de neurônios, nesse sistema entérico, é de 
aproximadamente 100 milhões, quase a mesma 
quantidade existente em toda a medula espinhal. Esse 
sistema nervoso entérico, bastante desenvolvido, é 
especialmente importante no controle dos 
movimentos e da secreção gastrointestinal. 
É composto, basicamente, por dois plexos, (1) o plexo 
externo, disposto entre as camadas musculares 
longitudinal e circular, denominado plexo mioentérico 
ou plexo de Auerbach e (2) plexo interno, denominado 
plexo suhmu- coso ou plexo de Meissner, localizado na 
submucosa. 
 
O plexo mioentérico controla quase todos os 
movimentos gastrointestinais, e o plexo submucoso 
controla, basicamente, a secreção gastrointestinal e o 
fluxo sanguíneo local. Consiste, em sua maior parte, na 
cadeia linear de muitos neurônios interconectados que 
se estende por todo o comprimento do trato 
gastrointestinal. Como o plexo mioentérico se estende 
por toda a extensão da parede intestinal localizada 
entre as camadas longitudinal e circular do músculo 
liso intestinal, ele participa, principalmente, no 
controle da atividade muscular por todo o intestino. 
Quando esse plexo é estimulado, seus principais 
efeitos são: 
• aumento da contração tônica, ou “tônus”, da 
parede intestinal; 
• aumento da intensidade das contrações 
rítmicas; 
• ligeiro aumento no ritmo da contração; 
• e aumento na velocidade de condução das 
ondas excitatórias, ao longo da parede do 
intestino, causando o movimento mais rápido 
das ondas peristálticas intestinais. 
No entanto, o plexo mioentérico não deve ser 
considerado inteiramente excitatório, porque alguns 
de seus neurônios são inibitórios; 
Em contraste com o plexo mioentérico, o plexo 
submucoso está, basicamente, envolvido com a função 
de controle na parede interna de cada diminuto 
segmento do intestino. Por exemplo, muitos sinais 
sensoriais se originam do epitélio gastrointestinal e são 
integrados no plexo submucoso, para ajudar a 
controlar a secreção intestinal local, a absorção local e 
a contração local do músculo submucoso, que causa 
graus variados de dobramento da mucosa 
gastrointestinal. 
O peristaltismo é apenas fraco ou não ocorre nas 
regiões do trato gastrointestinal em que exista 
ausência congênita do plexo mioentérico. Também, 
fica bastante deprimido ou completamente 
bloqueado, em todo o intestino, quando a pessoa é 
tratada com atropina para bloquear a ação dos 
terminais nervosos colinérgicos do plexo mioentérico. 
Portanto, o peristaltismo efetivo requer o plexo 
mioentérico ativo. 
 
 
MOTILIDADE INTESTINAL 
Motilidade: refere-se à contração e relaxamento das 
paredes e esfíncteres gastrintestinais e tem como 
funções (a) propelir o alimento, ingerido na boca, em 
direção ao reto, numa velocidade que é controlada 
para otimizar a digestão e absorção (movimento 
propulsivo) e (b) misturar o alimento com as secreções 
gastrintestinais, maximizando a exposição dos 
alimentos às enzimas digestivas. 
A motilidade (figura 4) é determinada pelas 
propriedades da musculatura lisa do TGI e modificada 
por estímulos químicos a partir dos nervos e 
hormônios. Dá-se pela contração dos músculos 
“circular” que se estende ao redor do tubo 
gastrintestinal e promovem a diminuição do seu 
diâmetro e “longitudinal” que se estende 
longitudinalmente pelo TGI e promovem o seu 
encurtamento. 
 
 
PAPEL DO SISTEMA DIGESTÓRIO NO 
EQUILÍBRIO HIDROELETROLÍTICO E 
ÁCIDO BASE. 
Equilíbrio hidroeletrolítico: diariamente cerca de 9 
litros de água transitam entre o lúmen do tubo 
digestório e os capilares sanguíneos. Assim, alterações 
na função digestória podem alterar a quantidade de 
líquido eliminada do organismo. Além da água, vários 
eletrólitos como Na+, K+, Cl- e HCO3- também são 
transportados nos dois sentidos, sendo absorvidos 
(lúmen do tubo → capilares) ou secretados (célula da 
parede do TGI → lúmen do tubo) (Figura 1). 
https://felipe7898.wixsite.com/aprendendofisiologia/funcoes-e-estrutura-digestorioEquilíbrio ácido-base: embora o sistema digestório 
não seja o principal órgão responsável por regular o 
equilíbrio ácido-base, ele contribui para a conservação 
e eliminação de ácidos e bases e, em situações 
patológicas, isso pode ter efeito significativo sobre o 
balanço entre ácidos e bases do organismo. 
➢ Equilíbrio hídrico 
Os líquidos corporais são encontrados em dois 
“compartimentos” principais – intracelular e 
extracelular. Cerca de dois terços do líquido corporal 
constituem o líquido intracelular (LIC), também 
chamado citosol, o líquido dentro das células. O outro 
terço, chamado de líquido extracelular (LEC), se 
encontra fora das células e inclui todos os líquidos 
corporais. Cerca de 80% do LEC é o líquido intersticial, 
que ocupa os espaços microscópicos entre as células 
nos tecidos, e os outros 20% do LEC são o plasma, a 
porção líquida do sangue. 
+ Outros líquidos extracelulares que estão agrupados 
com o líquido intersticial incluem a linfa nos vasos 
linfáticos; o líquido cerebrospinal no sistema nervoso; 
o líquido sinovial nas articulações; o humor aquoso e o 
humor vítreo; a endolinfa e a perilinfa das orelhas e os 
líquidos pleural, pericárdico e peritoneal entre as 
túnicas serosas. 
O corpo encontra-se em equilíbrio hídrico quando as 
quantidades necessárias de água e de solutos estão 
presentes e se encontram em proporções corretas 
entre os vários compartimentos. A água é, sem dúvida, 
o maior componente individual do corpo, constituindo 
cerca de 45 a 75% da massa corporal total, 
dependendo do sexo e da idade. 
Os processos de filtração, reabsorção, difusão e 
osmose permitem uma troca contínua de água e de 
solutos entre os compartimentos de líquido do corpo. 
Como a maior parte dos solutos nos líquidos corporais 
são eletrólitos, compostos inorgânicos que se 
dissociam em íons, o equilíbrio hídrico está relacionado 
intimamente com o equilíbrio eletrolítico. Uma vez que 
a ingestão de água e de eletrólitos raramente ocorre 
exatamente nas mesmas proporções em que eles se 
encontram nos líquidos corporais. 
O corpo pode ganhar água por ingestão e pela síntese 
metabólica. As principais fontes de água corporal são 
os líquidos ingeridos e os alimentos úmidos absorvidos 
no sistema digestório. A outra fonte de água é a água 
metabólica, que é produzida no corpo principalmente 
quando o oxigênio recebe elétrons durante a 
respiração aeróbica e, em menor volume, durante as 
reações de síntese por desidratação. 
Quando a perda de água é maior do que o ganho ocorre 
a desidratação que é a diminuição do volume e 
aumento da osmolaridade dos líquidos corporais, 
estimulando a sede. No entanto, quando a massa 
corporal diminui cerca de 2% devido a uma perda de 
líquidos, ocorre desidratação moderada. A diminuição 
no volume sanguíneo faz com que a pressão sanguínea 
também diminua. Essa mudança estimula uma cadeia 
de processos metabólicos, como: 
• liberação de renina pelos rins, que promove a 
formação de angiotensina II 
• estimulação do centro da sede no hipotálamo 
pelo aumento da concentração de 
angiotensina II e pelo aumento da 
osmolaridade sanguínea 
Como resultado, a sensação de sede aumenta, o que 
em geral faz com que a ingestão de líquidos aumente 
(se houver líquido) e o volume normal de líquido 
retorne ao normal, e quando ocorre sudorese 
abundante ou perda de líquidos causada por diarreia 
ou vômitos, é prudente começar a reposição de 
líquidos corporais por intermédio da ingestão de 
líquidos antes mesmo de a sensação de sede aparecer. 
Em se tratando da regulação da perda de água e de 
solutos, é importante lembrar da osmose que ocorre 
em nosso organismo. A Osmose é o processo em que a 
água se move, sem gasto de energia pela célula, do 
meio menos concentrado para o mais concentrado 
através de uma membrana seletivamente permeável. 
E, geralmente esses meios são concentrações de sódio 
e de cloro. Além disso, o principal fator que determina 
a osmolaridade dos líquidos corporais é o volume de 
perda urinária de água contendo esses sais. 
Como a nossa dieta diária contém um teor altamente 
variável de Cloreto de Sódio (NaCl), a excreção urinária 
de íons sódio (Na+) e de íons cloro (Cl–) também deve 
variar para que a homeostasia seja mantida e, por isso, 
variações hormonais regulam a perda urinária desses 
íons, que, por sua vez, afeta o volume de sangue. 
Os três hormônios mais importantes que regulam a 
reabsorção renal de Na + e de Cl – (e, desse modo, os 
íons perdidos na urina) são a angiotensina II, a 
aldosterona e o peptídio natriurético atrial (PNA). 
Quando seu corpo está desidratado, a angiotensina II e 
a aldosterona promovem a reabsorção urinária de Na 
+ e de Cl – (e de água por osmose com os eletrólitos), 
conservando o volume de líquidos corporais pela 
redução de sua perda urinária. Já o PNA, promove a 
natriurese que é a elevação da excreção urinária de 
Na+ (e de Cl –), que é seguida pela excreção de água, 
diminuindo o volume sanguíneo. 
Mas o principal hormônio que regula a perda de água 
é o hormônio antidiurético (HAD). Esse hormônio é 
também conhecido como vasopressina, e além de 
estimular o mecanismo de sede e o aumento da 
osmolaridade dos líquidos corporais, promove a 
inserção de proteínas que formam canais de água 
(aquaporina 2) nas membranas apicais das células 
principais nos túbulos coletores dos rins. Como 
resultado, a permeabilidade dessas células para a água 
aumenta. 
 
➢ Equilíbrio ácido-base 
Com base na nossa discussão até aqui, deve estar claro 
que vários íons desempenham papéis diferentes que 
ajudam a manter a homeostasia. Um desafio 
homeostático importante é a manutenção da 
concentração de H+ (pH) dos líquidos corporais em um 
nível adequado. A manutenção do equilíbrio 
acidobásico é de importância crítica para a função 
celular normal. Por exemplo, o formato tridimensional 
de todas as proteínas do corpo, que permite que elas 
realizem funções específicas, é bastante sensível a 
mudanças no pH. 
Em um indivíduo saudável, vários mecanismos ajudam 
a manter o pH do sangue arterial sistêmico entre 7,35 
e 7,45. Como as reações metabólicas produzem 
frequentemente um excesso considerável de H+, a 
ausência de qualquer mecanismo para a retirada de H+ 
faria com que os níveis de H+ nos líquidos corporais 
aumentassem até um nível letal. A homeostasia da 
concentração de H+ dentro de uma faixa estreita é 
essencial para a sobrevivência. Por isso, a remoção de 
H+ dos líquidos corporais e sua eliminação 
subsequente pelo corpo são de extrema importância e 
dependem de três mecanismos principais: 
• Sistemas tampão: Os tampões agem 
rapidamente para ligar temporariamente o H+, 
removendo o excesso altamente reativo de H+ 
da solução. Assim, os tampões aumentam o pH 
dos líquidos corporais, porém não removem o 
H+ do sangue. 
• Expiração de dióxido de carbono: 
Aumentando a frequência e a profundidade 
respiratórias, mais dióxido de carbono pode 
ser exalado. Em alguns minutos isso reduz os 
níveis de ácido carbônico no sangue, o que 
eleva o pH sanguíneo (reduz os níveis 
sanguíneos de H+). 
• Excreção renal de H+: O mecanismo mais 
lento, porém o único modo de eliminar outros 
ácidos além do ácido carbônico, é por sua 
excreção pela urina. 
 
Como já foi dito, a faixa normal de pH do sangue 
arterial sistêmico é entre 7,35 (= 45 nEq de H + /litro) e 
7,45 (= 35 nEq de H + /litro). Quando o pH sanguíneo 
se encontra abaixo de 7,35 é dito que ocorreu uma 
acidose ou acidemia. Mas quando o pH sanguíneo se 
encontra acima de 7,45 é dito que ocorreu uma 
alcalose ou alcalemia. 
O principal efeito fisiológico da acidose é a depressão 
do SNC causada pela depressão da transmissão 
sináptica. Se o pH do sangue arterial sistêmico for 
menor do que 7, a depressão do sistema nervoso é tão 
intensa que o indivíduo fica desorientado, comatoso epode morrer. Pacientes com acidose grave geralmente 
morrem enquanto estão em coma. Um efeito 
importante da alcalose, por sua vez, é a excitabilidade 
excessiva tanto do SNC quanto dos nervos periféricos. 
Uma modificação no pH sanguíneo que leve à acidose 
ou à alcalose pode ser contrabalanceada pela 
compensação, a resposta fisiológica a um desequilíbrio 
acidobásico que age para normalizar o pH do sangue 
arterial. A compensação pode ser: 
• Completa: se o pH retornar aos valores 
normais, 
• ou parcial: se o pH do sangue arterial sistêmico 
ainda ficar abaixo de 7,35 ou acima de 7,45 
Se um indivíduo apresentar alterações no pH 
sanguíneo por causas metabólicas, a hiperventilação 
ou a hipoventilação podem ajudar a retornar o pH para 
a faixa da normalidade; esse tipo de compensação, 
chamada de compensação respiratória, ocorre em 
alguns minutos e alcança seu máximo em algumas 
horas. Entretanto, se um indivíduo apresentar 
alteração do pH sanguíneo por causas respiratórias, 
então a compensação renal – modificações na secreção 
de H + e na reabsorção de HCO3 – pelos túbulos renais 
– pode ajudar a reverter a mudança. A compensação 
renal pode começar em alguns minutos, mas ela leva 
dias para alcançar sua eficiência máxima.

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