Buscar

PONTO I Teoria Geral do Fato Jurídico

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 10 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 10 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 10 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Material de Apoio da Disciplina de Direito Civil II 
Câmpus Frederico Westphalen/RS 
Profª. Bárbara De Cezaro 
 
 
 
 
 
 
 
PONTO I 
 
 
 
 
1. A necessidade do direito 
 
O ser humano é um ser social, que sente a necessidade de viver em sociedade. 
O direito somente existe na sociedade. O direito está presente em toda a sociedade. 
O direto é essencial ao ser humano, como integrante da sociedade. Se o homem pudesse viver 
só não necessitaria do direito. 
O homem é pretensioso por natureza. O ser humano pretende tudo para si. Mas, se fosse 
permitido cada um agir de acordo com seu livre arbítrio, guiado pelo egoísmo e ambição, seria 
intolerável a vida em sociedade. 
À medida em que o indivíduo amplia o círculo de seu relacionamento (colegas de aula, 
clubes, comunidades religiosas), aumentam, também, as pressões condicionantes, que procuram 
moldar a sua personalidade, de acordo com os padrões da sociedade. 
Os diversos processos de adaptação social (religião, moral, política, educação, etiqueta), 
constituem instrumentos valiosos de controle comportamental e social. 
Porém, a não observância dessas regras de comportamento acarreta, apenas, a autopunição, ou 
a perda do nível de padrão social. Daí a necessidade de normas gerais e abstratas (normas 
jurídicas), impostas coercitivamente sob pena de sanção. 
 
BIBLIOGRAFIA: 
CÓDIGO CIVIL 
CARLOS ROBERTO GONÇALVES. Direito Civil Brasileiro. Saraiva, Vol. I 
MARCOS BERNARDES DE MELO. Plano da Existência – Vol. I 
MARIA HELENA DINIZ. Curso de Direito Civil Brasileiro, Saraiva, Vol. I 
SILVIO RODRIGUES. Direito Civil, Saraiva. Volume 1 e 2 
 
TEORIA GERAL DO FATO JURÍDICO 
Considerações iniciais 
 
 
 
 
 
 
Ex.: No passado, era comum o patrão, ao despedir o empregado, dar-lhe certo prazo para 
que ele arranjasse novo emprego. Todavia, se não o fizesse, não sofreria nenhuma 
consequência. Não passava de uma obrigação moral. Porém, com o passar do tempo, tornou-se 
obrigação legal. 
 
 
 
2. O mundo fático e o mundo jurídico 
 
No cotidiano, - no dia-a-dia - os fatos vão se sucedendo, naturalmente. A vida é uma sucessão 
de fatos (fatos humanos e fatos da natureza). 
A pétala, que murcha e cai; 
O estelionatário que arma seu próximo golpe; 
O negócio cumprido e o negócio não cumprido; 
O acidente de trânsito. Enfim, são tantas as situações, sendo que poucas delas chegam aos 
tribunais, enquanto outras sequer são percebidas ou são resolvidas amigavelmente. 
 
Os fatos, em geral, podem ocorrer: 
 
(a) Com a participação humana (pescar, construir uma casa, adquirir uma casa, matar 
alguém); 
(b) sem a participação humana (anoitecer, amanhecer, ventar, tempestade, terremoto, 
maremoto, tsunami, decurso de tempo, concepção, nascimento e morte de alguém, etc). 
 
Conceito fato: considera-se fato todo e qualquer acontecimento natural ou humano. 
 
Em resumo, os fatos podem ser classificados como fenômenos e condutas, assim: 
(a) fenômenos são os fatos da natureza; 
(b) condutas são os fatos humanos (ações ou omissões). 
 
Moral 
Direito 
 
 
Todos os fatos, naturais ou humanos, formam o mundo dos fatos. 
Os fenômenos e as condutas, na sua maioria, passam despercebidos e não interessam ao 
direito. 
Alguns fatos (fenômenos ou condutas), por interessarem ao Direito, são levados à Justiça. 
Outros – que constitui a grande maioria – por não interessarem ao Direito, passam 
despercebidos. 
 
Ex.: simples olhar, um sorriso, um gesto de carinho, de cortesia, um relâmpago, etc. 
 
 Mundo dos Fatos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Todos os acontecimentos ocorrem no mundo dos fatos, sendo que apenas alguns deles 
ingressam no mundo jurídico, desde que previstos em lei. 
 
Alguns fatos, por serem relevantes na vida em sociedade, são disciplinados em lei, ao passo que 
outros, por serem irrelevantes, permanecem sem normatização, ou seja, sem previsão legal. 
(a) o mundo fático (todos os acontecimentos, naturais ou humanos) 
(b) o mundo jurídico (somente os fatos jurídicos, naturais ou humanos) 
 
Alguns fatos, pela sua relevância nas relações sociais, passam a interessar ao Direito e, então, 
são valorados e erigidos à categoria dos fatos jurídicos, passando a integrar o mundo jurídico. 
(quando o fato estiver previsto na norma). 
 
Então, todos os acontecimentos ocorrem no mundo dos fatos, sendo que apenas alguns deles 
ingressam no mundo jurídico. 
 
 Mundo Jurídico 
 
 
Exemplo: “A” necessita de pensão alimentícia, ao passo que seu parente “B” (pai, avô) tem 
possibilidade de pagar. A norma jurídica (CC, 1694) dispõe que os parentes podem exigir uns 
dos outros alimentos que necessitarem. Logo, a pretensão de “A” de exigir alimentos de “B” 
tem amparo legal. 
 
Todos devem respeito aos direitos fundamentais (vida, integridade física, honra), direitos 
fundamentais (a violação deste direito – constitui o denominado atos ilícitos), fixando 
penalidades para quem descumprir (indenização dos danos ou pena de prisão). 
 
 
O direito de exigir indenização denomina-se direito subjetivo. Logo o direito subjetivo nasce 
da incidência da norma sobre o fato nela previsto. O fato jurídico estará descrito, 
abstratamente, na norma (civil, penal, administrativa, etc.) 
 
Mas, para que seja judicialmente reconhecido um direito subjetivo, necessário é que se ofereça 
ao juiz a real dimensão da matéria fática posta à apreciação, a fim de que o juiz convença-se 
da existência das condições de incidência da norma que se busca aplicar no caso concreto. 
 
Somente os fatos que estiverem previstos e regulados pela norma jurídica interessam ao direito 
e podem ser considerados fatos jurídicos. Os demais são fatos não produzem qualquer 
consequência jurídica. 
Exemplos: 
a) Em regra, não cumprimentar uma pessoa não traz consequências (perda do amigo) 
Mas se o militar não cumprimentar seu superior, haverá consequência jurídica. 
b) O parentesco gera consequências jurídicas até determinado grau: 
Linha reta = sem limite; colateral = até 4º grau (CC, 1592); casamento = 3º grau (CC, 
1521) 
c) O nascimento de um ser humano com vida é considerado fato jurídico, que tem como 
consequência a aquisição de personalidade jurídica. 
d) O nascimento de um bezerro tem como consequência a aquisição da propriedade para o 
dono 
e) Ao atingir 18 anos de idade, a pessoa adquire a maioridade, cessa a incapacidade, etc. 
 
Logo, em meio a tantos fatos, somente alguns deles interessam ao direito, como fatos jurídicos. 
 
 
 
Em resumo: considera-se fato jurídico todo o acontecimento, natural o humano, 
juridicamente relevante, previsto na norma e apto a gerar os direitos subjetivos, dando 
origem à relação jurídica material, criando, modificando ou extinguindo direitos. 
A norma jurídica, por sua natureza geral e abstrata, prevê uma hipótese, recolhida do mundo 
dos fatos. Assim que surgir um fato, natural ou humano, previsto pela norma jurídica, 
interessará ao direito. 
No exato momento em que um fato ingressar no mundo jurídico, passará a denominar-se 
fato jurídico. A norma jurídica poderá jamais incidir, gerando o fato jurídico, enquanto não 
ocorrerem os fatos nela previstos. 
 
 
 
3. Direito potestativo 
 
O direito potestativo significa o poder de interferir na esfera jurídica de outrem, sem o seu 
consentimento. 
Potestade = poder, potência, potentado.Potestativo = revestido de poder, a faculdade que torna a resolução ou a execução contratual 
subordinada à vontade ou ao arbítrio de uma das partes. 
Exemplos: 
(a) poder de revogar uma procuração; 
(b) poder de pedir a anulação de um negócio 
O direito potestativo pode ser com prazo ou sem prazo. 
 
Exemplos: 
(a) revogar uma procuração (sem prazo); 
(b) pedir a anulação de um negócio jurídico (com prazo). 
Sempre que o direito potestativo tiver prazo para seu exercício, transcorrido esse 
prazo ele caducará. Caducar um direito significa cair (decair) = decadência. 
 
 
 
4. Direito subjetivo material 
 
O interesse do credor de uma prestação é considerado subordinante, ao passo que o interesse 
do devedor de uma prestação é considerado subordinado. 
O interesse subordinante (= crédito, haver) está na situação de prevalecer sobre o interesse 
subordinado (= débito, dívida), mediante uma sanção.O interesse subordinado equivale a 
uma obrigação. Logo, entende-se por obrigação a subordinação de um interesse a outro, por 
imposição legal. 
A todo o sujeito ativo (credor), titular de uma situação subordinante corresponde um sujeito 
passivo (devedor), titular de uma situação subordinada. 
 
Nem sempre ao interesse subordinante contrapõe-se uma obrigação 
Daí, o que se denomina direito potestativo. 
Ex.: o direito de pedir anulação de negócio jurídico viciado. 
Logo, o direito subjetivo material pode ser conceituado como sendo o poder atribuído à 
vontade de alguém para fazer valer seu interesse (subordinante), em conflito com interesse 
de outrem (subordinado). 
 
 
5. Direito objetivo 
 
O direito objetivo define-se como sendo um complexo de normas, impostas coercitivamente, 
destinado a regular o relacionamento entre as pessoas, disciplinando as condutas, na busca do 
equilíbrio e harmonia do grupo (norma agendi). 
 
Logo, não se pode falar em direito subjetivo sem fazer referência ao direito objetivo (conjunto 
de regras jurídicas, leis, etc). A incidência da norma jurídica sobre o fato (suporte fático) é que 
gera o direito subjetivo. 
 
 
 
 
 
 
 
6. Pretensão 
 
A pretensão representa a possibilidade de alguém exigir de outrem uma prestação de dar 
ou de fazer. 
O ato de exigir significa o exercício da pretensão. 
Nem todas as pretensões são tuteladas (amparadas) pelo direito. Entende-se por pretensão 
juridicamente tutelada aquela protegida pelo direito (prevista na norma). 
 
Pretensão é o poder do titular do direito subordinante (credor) de submeter o interesse do 
titular do direito subordinado (devedor) ao seu, exigindo o cumprimento de uma prestação. 
Logo, pretensão é o poder de exigir. 
Sempre que uma pretensão for juridicamente tutelada, denomina-se direito subjetivo. 
A pretensão de exigir é exercida através do agir. 
 
Como a ninguém é dado o poder de fazer justiça com as próprias mãos, havendo resistência 
de parte do devedor, nascerá para o titular do direito subjetivo material (privado) outro 
direito subjetivo (direito subjetivo público) de pedir (exigir) a proteção ou tutela do Estado, 
através do Poder Judiciário. 
Logo o credor (titular do interesse dominante ou titular do direito subjetivo material) age 
através da ação. 
Se a pretensão de exigir não for exercida dentro do prazo previsto em lei, ocorrerá a sua perda, 
pela prescrição ou pela decadência. 
 
 
 
 
GABARITOS DOS EXERCÍCIOS DO PONTO I – Entrega dia 09/08/2016 
01.O que significa um fato? 
..........................................................................................................................................................
..........................................................................................................................................................
..........................................................................................................................................................
............................................................................................................................................... 
02. Qual a distinção entre fenômeno e conduta? 
..........................................................................................................................................................
..........................................................................................................................................................
..........................................................................................................................................................
............................................................................................................................................... 
 
03. O que se entende por mundo fático e mundo jurídico? 
..........................................................................................................................................................
..........................................................................................................................................................
..........................................................................................................................................................
............................................................................................................................................... 
 
04. O que se entende por direito potestativo? 
..........................................................................................................................................................
..........................................................................................................................................................
..........................................................................................................................................................
............................................................................................................................................... 
 
05. O que significa direito potestativo com prazo e sem prazo? 
..........................................................................................................................................................
..........................................................................................................................................................
..........................................................................................................................................................
............................................................................................................................................... 
 
06. O que se entende por direito subjetivo material? 
..........................................................................................................................................................
..........................................................................................................................................................
..........................................................................................................................................................
............................................................................................................................................... 
 
07. O titular de um direito subjetivo tem interesse subordinante ou subordinado? 
..........................................................................................................................................................
....................................................................................................................................................................................................................................................................................................................
............................................................................................................................................... 
 
 
08. O que se entende por direito objetivo? 
..........................................................................................................................................................
..........................................................................................................................................................
..........................................................................................................................................................
............................................................................................................................................... 
 
09. O que significa pretensão? 
..........................................................................................................................................................
..........................................................................................................................................................
..........................................................................................................................................................
............................................................................................................................................... 
 
10. Havendo resistência do devedor, diante da pretensão do credor, quais serão as 
consequências? 
..........................................................................................................................................................
..........................................................................................................................................................
..........................................................................................................................................................
............................................................................................................................................... 
 
 
 
 
 
 
11. Considere as expressões abaixo e assinale aquela que estiver relacionada com a relação 
jurídica material: 
a) Quando duas ou mais pessoas tiverem necessidades e interesses pelo mesmo bem; 
b) Poder titular do direito subordinante de submeter o interesse do titular do direito subordinado 
ao seu; 
c) Sempre que um dos sujeitos venha a manifestar vontade de impor o seu interesse 
subordinante ao interesse subordinado. 
d) O titular do interesse subordinante, tendo presente uma pretensão juridicamente titulada e 
resistida, provoca jurisdição, através da ação; 
e) A presença do titular de um interesse subordinante (credor) ou de titular de um interesse 
subordinado (devedor) num mesmo fato jurídico; 
f) O direito de invocar tutela jurisdicional do Estado/Juiz, a fim de compor o litígio. 
12. Considere as expressões abaixo e assinale aquela que estiver relacionada com o conceito de 
direito subjetivo material: 
g) Poder do titular do direito subordinante de submeter o interesse do titular do direito 
subordinado ao seu; 
h) Quando duas ou mais pessoas tiverem necessidade e interesse pelo mesmo bem; 
i) A presença do titular de um interesse subordinante (credor) ou de titular de um interesse 
subordinado (devedor) num mesmo fato jurídico; 
j) Sempre que um dos sujeitos venha a manifestar vontade de impor o seu interesse 
subordinante ao interesse subordinado. 
k) O titular do interesse subordinante, tendo presente uma pretensão juridicamente titulada e 
resistida, provoca jurisdição, através da ação; 
l) O direito de invocar a tutela jurisdicional do Estado/Juiz, a fim de compor litígio. 
13. Considere as expressões abaixo e assinale aquela que estiver relacionada como conceito de 
pretensão: 
m) Quando duas ou mais pessoas tiverem necessidade e interesse pelo mesmo bem; 
n) A presença do titular de um interesse subordinante (credor) ou de titular de um interesse 
subordinado (devedor) num mesmo fato jurídico; 
o) Poder do titular do direito subordinante de submeter o interesse do titular do direito 
subordinado ao seu 
p) Sempre que um dos sujeitos venha a manifestar vontade de impor o seu interesse 
subordinante ao interesse subordinado 
q) O titular do interesse subordinante, tendo presente uma pretensão juridicamente titulada e 
resistida, provoca jurisdição, através da ação; 
r) O direito de invocar a tutela jurisdicional do Estado/Juiz, a fim de compor litígio.

Continue navegando