Buscar

Direito Internacional

Prévia do material em texto

Direito – FAI
2º Termo/1º Bimestre
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO
Gustavo Gibertone Minatel 0916/13
DIREITO INTERNACIONAL
INTRODUÇÃO
Enquanto a globalização continua a expandir horizontes e as sociedades estão se tornando cada vez mais interdependentes e interligadas, o Direito Internacional e suas aplicações em toda a região tornam-se cruciais para garantir que o sistema funcione da maneira mais justa possível.
De acordo com o Preâmbulo da Carta das Nações Unidas - carta magna da ONU - o objetivo do direito internacional é “estabelecer condições sob as quais a justiça e o respeito às obrigações decorrentes de tratados e de outras fontes do direito internacional possam ser mantidos”.
DEFINIÇÃO
O direito internacional define as responsabilidades legais dos Estados e entes privados em suas condutas uns com os outros. Seu domínio abrange uma ampla gama de questões de interesse internacional como os direitos humanos, o desarmamento, a criminalidade internacional, os refugiados, a migração, problemas de nacionalidade, o tratamento dos prisioneiros, o uso da força e a conduta de guerra, comercio internacional, acordos multilaterais (mistos) entre outros. Ele também regula os bens comuns globais, como o meio ambiente, o desenvolvimento sustentável, as águas internacionais, o espaço sideral, as comunicações e o comércio mundial.
DESENVOLVIMENTO
Direito Internacional Público X Direito Internacional Privado
Apesar de muito tênue o entendimento entre as diferenças do direito internacional público e o direito internacional privado, inclusive grandes divergências perante os doutrinadores, não se pode confundir esses dois temas, que muitas vezes podem tratar de temas completamente diversos. Em relação à definição teórica das duas ciências, o direito internacional público reúne o conjunto de normas aplicáveis nas relações entre Estados soberanos, enquanto que o direito internacional privado define as questões relacionadas a particulares que tenham interesses em mais de um país. No direito público internacional, os sujeitos de direito serão basicamente os Estados e também as Organizações Internacionais, enquanto que no direito privado internacional as relações jurídicas permeiam entre os particulares, mesmo nos casos onde o Estado ou Organização Internacional se situe em meio a um determinado negócio e/ou caso pertinente ao entorno jurídico, porém, há controvérsias de opiniões doutrinárias nesta afirmação.
A principal corrente de pensamento entre os doutrinadores dá ênfase a natureza da personalidade envolvida na relação jurídica, ou seja, baseia-se nas partes que compõem a relação jurídica, construindo um Direito Público como aquele que regula situações jurídicas figurando em uma parte o próprio Estado e com outros Estados, tornando o Direito Privado aquele que regulamenta situações jurídicas onde o Estado ou qualquer outra organização de cunho público seja parte ou então equiparado a um particular.
Resumidamente, o direito internacional público vai regulamentar então, situações entre entes soberanos e públicos, enquanto que o direito internacional privado vai tratar de situações entre entes particulares, ou ainda que públicos, que figurem e/ou exerçam o papel na condição de particulares.
	
Organizações Internacionais
Conceitua-se como organização internacional uma associação voluntária (depende da vontade de seus membros) de sujeitos de direito internacional público (quase sempre Estados), constituída mediante ato internacional (tratado, declaração, convenção), dotada de regulamento interno e próprio e órgãos de direção próprios, cuja finalidade é atingir os objetivos comuns determinados por seus membros constituintes. A Organização das Nações Unidas (ONU) é o principal exemplo de organização internacional. Atualmente tem 193 estados-membros e muitos outros observadores. Também podemos citar a Organização dos Estados Americanos (OEA) e, ainda, a Organização Mundial do Comércio (OMC).
As organizações internacionais, uma vez constituídas, adquirem personalidade internacional independente da de seus membros constituintes, podendo, portanto, adquirir direitos e contrair obrigações em seu nome e por sua conta, inclusive por intermédio da celebração de tratados com outras organizações internacionais e com Estados, nos termos do seu ato constitutivo. 
Organização das Nações Unidas
Considerado como a maior e mais estruturada organização internacional do mundo, a ONU ou somente NU, foi criada na Conferência de San Francisco (Conferência das Nações Unidas sobre a Organização Internacional) em 24 de outubro de 1945 após o horror causado pelas duas grandes guerras. A ONU contava a princípio com 51 estados membros. Atualmente ela conta com 193 Estados soberanos e com diversos organismos autônomos, sendo constituída por seis órgãos principais e vinculados a ONU apenas por acordos especiais, além de programas que atuam nas mais diversas áreas, da saúde à aviação. Os seis órgãos principais são:
Assembleia Geral – órgão deliberativo máximo que tem como atribuições principais discutir, iniciar estudos e deliberar sobre qualquer questão que afete a paz e segurança em qualquer âmbito.
Segurança - receber e apreciar os relatórios do Conselho de Segurança e demais órgãos da ONU e eleger membros do Conselho de Segurança, do Conselho Econômico e Social e do Conselho de Tutela.
Conselho de Segurança – embora outros conselhos possam deliberar sobre questões de segurança, este é o único que toma as decisões que os países membros são obrigados a cumprir. 
Conselho Econômico e Social – coordena o trabalho econômico e social da ONU e das demais instituições integrantes.
Conselho de Tutela – esse conselho foi criado com o propósito de auxiliar os territórios sob tutela da ONU a constituir governos próprios e, após anos de atuação, foi extinto em 1994 quando Palau (no Pacífico), o último território sob tutela da ONU, tornou-se um Estado soberano.
Corte Internacional de Justiça (Tribunal de Haia) – órgão jurídico máximo da ONU que através de convenções ou costumes internacionais, princípios gerais de direito reconhecidos pelas nações civilizadas, jurisprudência e pareceres ou mesmo através de acordos; tem o poder de decisão sobre qualquer litígio internacional, seja ele parte integrante de seu estatuto ou solicitado por qualquer país membro ou não membro (apenas países, não indivíduos), desde que, no último caso, obedeça alguns critérios.
Secretariado – presta serviços a outros órgãos da ONU e administra os programas e políticas que elaboram.
Fontes do Direito Internacional Público e do Direito Internacional Privado 
“Não há ordem hierárquica entre as fontes de direito internacional público, diferentemente do que ocorre em diversos direitos internos e no direito internacional privado, quando há ordem hierárquica imperando.”
Fontes do Direito Internacional Público
Denominam-se fontes do direito internacional público os modos pelos quais a norma jurídica se manifesta, isto é, os fatos e atos que produzem uma norma jurídica internacional.
As fontes do direito internacional encontram-se nomeadas no art. 38 do Estatuto da Corte Internacional de Justiça (Tribunal de Haia). Elas podem ser, tanto fontes materiais quanto fontes formais. De acordo com doutrinadores e juristas, as principais são:
Os tratados ou convenções internacionais: é um meio pelo qual sujeitos de direito internacional – principalmente os Estados nacionais soberanos e as organizações internacionais – estipulam direitos e obrigações entre si.
O costume: a prática social reiterada e obrigatória. Trata-se, em geral, de regras não escritas, introduzidas pelo uso continuado e com o consentimento tácito de todas as pessoas que as admitiram como norma de conduta. O costume é, evidentemente, considerado como obrigatório e sua violação acarreta uma responsabilidade jurídica.
Os princípios gerais de direito (comuns às nações civilizadas): o direito internacional acata certos princípios reconhecidos pela generalidade dos Estadosnacionais como obrigatórios. Alguns exemplos são o princípio da não agressão, o da coexistência pacífica, o da boa fé, entre outros.
A jurisprudência: designa o conjunto das decisões sobre interpretações das leis feitas pelos tribunais de uma determinada jurisdição, no caso do direito internacional, a jurisprudência está relativa, principalmente, às decisões do Tribunal de Haia.
As deliberações das organizações internacionais: as decisões mais importantes no seio de uma organização internacional (tratado, resolução, declaração etc.) somente obrigam a totalidade dos Estados-membros quando tomadas por unanimidade; quando majoritárias, obrigam apenas os que com ela consentiram, salvo em contrário no estatuto de cada organização.
Fontes do Direito Internacional Privado
Apesar da denominação, o Direito Internacional Privado tem a natureza de direito interno, pois estar-se a determinar qual o ordenamento jurídico aplicável a solução dos litígios decorrentes de relações jurídicas de direito privado com conexão internacional. É, por via de consequência, composto, na maior parte, por leis nacionais (internas), adequadas às peculiaridades de cada ordenamento jurídico em cada localidade específica.
CONCLUSÃO
Pretendeu-se, no presente trabalho, apresentar de forma ampla e objetiva as principais diferenças entre o Direito Internacional Público e Privado, juntamente com suas definições teóricas e embasamentos doutrinário. Mostrar como é relativamente complexo a diferença dos dois âmbitos estudados, dependendo muitas vezes da linha doutrinária adotada ou prisma de visão para tal avaliação. 
Entender também que esse ramo do direito é imensamente vasto, complexo e volátil, devido ao fato da necessidade dos países de seguirem o movimento mundial do comércio, das finanças, das alianças, da política, etc; ficando claro que na sociedade moderna, o caminho buscado pela civilização será de paz e de uniformização internacional.
 As pesquisas foram realizadas de modo lato sensu e tiveram como ferramenta básica a internet, livros doutrinários, artigos científicos e apostilas.
	
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
DOLINGER, Jacob. Direito Internacional Privado: Parte Geral. 5ª edição. Editora 
Renovar, Rio de Janeiro - RJ, 1997. 
FARINELI, Jéssica Ramos. Direito Internacional. Disponível em: <http://www.infoescola.com/direito/direito-internacional/>. Acesso em: 10 set. 2013.
GUTIER, Murillo Sapia. Introdução ao Direito Internacional Público. Uberaba, MG. 2011. Disponível em: <http://murillogutier.com.br/wp-content/uploads/2012/02/INTRODU%C3%87%C3%83O-AO-DIREITO-INTERNACIONAL-MURILLO-SAPIA-GUTIER.pdf>. Acesso em: 11 set. 2013.
MARA, Tânia. Direito Internacional Privado x Direito Internacional Público. Disponível em: <http://www.webestudante.com.br/we/index.php?option=com_content&view=article&id=28:direito-internacional-privado-x-publico&catid=15:internacional&Itemid=79>. Acesso em: 10 set. 2013.
OEA. Direito Internacional. Disponível em: <http://www.oas.org/pt/topicos/direito_internacional.asp>. Acesso em: 7 set. 2013.
ONUBR, Nações Unidas do Brasil. A ONU e o Direito Internacional. Disponível em: <http://www.onu.org.br/a-onu-em-acao/a-onu-e-o-direito-internacional/>. Acesso em: 6 set. 2013.
ONU, Nações Unidas. O Preâmbulo. Carta das Nações Unidas. Disponível em: <http://www.un.org/spanish/Depts/dpi/portugues/charter/preamble.htm>. Acesso em: 12 set. 2013.
REZEK, Francisco. Direito Internacional Público. Curso Elementar 11. Ed. São Paulo. Saraiva, 2008.
RIBEIRO, Juliana. Apostila de Direito Internacional I. Disponível em: <http://www.professorajuliana.adv.br/web/materialdeapoio/apostilas/Apostila%20Dir%20Internacional%20I.pdf>. Acesso em: 10 set. 2013.
SANTIAGO, Emerson. Direito Internacional Público x Direito Internacional Privado. Disponível em: <http://www.infoescola.com/direito/direito-internacional-publico-x-direito-internacional-privado/>. Acesso em: 11 set. 2013.
SILVA, Ricardo Perlingeiro Mendes da. Apostila de Direito Internacional – 1.2 – Diferença entre Direito Internacional Público ePrivado. Disponível em: <http://www.scribd.com/doc/51543185/4/Diferenca-entre-Direito-Internacional-Publico-e-Privado>. Acesso em: 11 set. 2013.
WIERZCHÓN, Silvana Aparecida. Resumo de Direito Internacional Privado. 16 maio 2008. Disponível em: <http://www.artigonal.com/direito-artigos/resumo-de-direito-internacional-privado-388750.html>. Acesso em: 12 set. 2013.

Continue navegando