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Concurso de Crimes

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CONCURSO DE CRIMES:
CONCURSO MATERIAL;
Há concurso material ou real de crimes quando o agente por meio de mais de uma conduta, isto é, quando realizado mais de um comportamento, praticar mais de um crime, idêntico ou não. Ex. Pedro mata Cláudio, depois comete lesões corporais em Alfredo, por último, realiza o crime de calúnia contra Maria. Foram três condutas, três os fatos; por isso, três os crimes. Um homicídio, uma lesão corporal e uma calúnia. O concurso real deriva da existência de condutas distintas, isoladas, separadas, autônomas. São fatos diferentes; por isso, crimes diferentes, ainda que realizados em momentos próximos.
APLICAÇÃO DA PENA: Deverá o juiz individualizar todas as penas e por último somá-las;
CONCURSO FORMAL;
O concurso formal, também chamado concurso ideal, vai acontecer quando o agente, com apenas uma conduta, uma ação em sentido estrito, ou uma omissão, consegue realizar dois ou mais crimes. Em outras palavras, aqui há apenas um comportamento, um fazer ou um não fazer, uma só atitude, mas serão dois ou mais os fatos tipificados no CP., como por exemplo, dois ou três homicídios provocados por um único agir, um só atuar do sujeito ativo do crime. Como na seguinte situação: João provoca a explosão de uma bomba dentro de uma sala de aula, causando a morte de 25 estudantes. Há um único comportamento humano, uma só conduta, que dá causa, todavia, a 25 resultados morte de alguém. São 25 homicídios causados por um única ação, stricto sensu.
Ex. atropelamento de pessoas por um veículo que invade o ponto de ônibus. Uma só conduta que causa várias lesões corporais culposa em diversas pessoas.
REQUISITOS: Unidade de conduta e pluralidade de crimes.
PODE SER: homogênio e heterogêneo.
HOMOGÊNIO: quando os crimes praticados são definidos na mesma norma legal, contra vários sujeitos passivos, como no exemplo da explosão e morte de várias pessoas. 
	HETEROGÊNEO: se os crimes estiverem definidos em normas diversas.
CONCURSO FORMAL PERFEITO:
É a primeira parte do art. 70 do CP.
Aplicação da pena: deve individualizar os crimes, com as agravantes e atenuantes. Depois aumentar uma delas (a mais grave ou qualquer uma delas de idênticas) em 1/6 a ½. A pena não poderá exceder ao cúmulo material. Ex. Homicídio e lesões corporais leves. Neste caso a pena deverá ser somada.
CONCURSO FORMAL IMPERFEITO:
Desígnios autônomos – dolo para cada crime. O agente deve idealizar os crimes e praticá-los com uma única conduta.
Há autonomia de desígnios se o agente, ao acionar o mecanismo de disparo da bomba instalada no escritório, tinha a vontade de, com a explosão, matar os dois sócios da empresa que estavam presentes naquela sala. Era intenção do agente alcançar a morte de ambos. Terá havido conduta que dê causa a duas mortes, dois homicídios, que resultaram de desígnios autônomos, de desejos autônomos.
CRIME CONTINUADO;
No crime continuado, em vez de cumular as penas dos vários crimes, manda a lei seja aplicada a pena de um dos crimes, a mais grave, se diversas, aumentada, todavia, de 1/6 a 2/3. Vê-se que a punição é mais severa que a do concurso formal.
Para existir crime continuado, será necessário que:
O agente realize mais de uma conduta;
Sejam praticados mais de um crime;
Os crimes sejam da mesma espécie;
Exista um nexo de continuidade entre os crimes, que se materialize por meio de certa homogeneidade ou uniformidade de suas circunstancias de natureza objetiva;
Explicando: por meio de mais de um comportamento, mais de uma ação ou omissão, o agente realiza mais de um crime. Esses crimes devem ser da mesma espécie, existindo entre eles um nexo de continuação. Importa responder, então, a essas duas questões: o que são crimes da mesma espécie? O que é nexo de continuação?
1) CRIMES DA MESMA ESPÉCIE:
Contra o mesmo tipo penal (tipo fundamental com suas circunstâncias) ou contra o mesmo bem jurídico?
Damásio diz que é o que consta no mesmo tipo penal. 
Outros entendem ser contra o mesmo bem jurídico. Ex. crimes contra o patrimônio (art. 155 a 180).
2) NEXO DE CONTINUAÇÃO: 
Para haver crime continuado, é preciso que, além de se tratar de crimes da mesma espécie, exista entre eles nexo de continuação. 
Essa continuidade deverá ser verificada com base na análise das seguintes circunstâncias: tempo, lugar, maneira de execução e outras condições assemelhadas, que deverão guardar, entre si, certa homogeneidade.
CONDIÇÕES TEMPO:
Os crimes devem situar-se proximamente no tempo. Não se deve estabelecer critérios rígidos, fixando prazo máximo entre um e outro crime – por exemplo, um mês, dois meses ou três meses,- mas analisar essa circunstância em conjunto com as demais, de lugar e, principalmente, de forma de execução, para se verificar a caracterização da continuidade.
LUGAR:
Também aqui não se devem definir critérios rígidos como: no mesmo bairro, na mesma cidade, ou apenas em cidades limítrofes. Outra vez se deve analisar essa circunstância em conjunto com as demais, para se encontrar o nexo seqüencial.
MANEIRA DE EXECUÇÃO:
Deve ser assemelhadas o modus operandi. Não será assemelhado se, por exemplo, houver dois furtos, um em um bar e durante o dia e outro à noite, usando-se destreza.
CRIME CONTINUADO A BENS PERSONALÍSSIMOS (Crime continuado Específico).
Antes da reforma de 1984 não se aplicava a continuidade delitiva nos crimes contra a vida, adotando-se posteriormente a corrente minoritária, entendendo que a lei não distingue entre bens pessoais e patrimoniais e também não exige unidade de desígnios, não cabendo o intérprete fazê-lo. 
Assim, a partir de 1984 passou-se a regular no § único do art. 71 a continuidade delitiva contra “bens personalíssimos”.
O crime continuado específico prevê a necessidade de três requisitos que devem ocorrer simultaneamente:
REQUISITOS: 
contra vítimas diferentes – se o crime for praticado contra a mesma vítima, haverá também continuidade delitiva, mas não se caracterizará a exceção do § ú. E a sanção será a do caput do art. 71.
Com violência ou grave ameaça à pessoa: Mesmo que o crime seja contra vítimas diferentes, se não houver violência contra a pessoa, não haverá a continuidade específica.
Somente em crimes dolosos: se a ação criminosa for praticada contra vítimas diferentes, com violência à pessoa, mas não for produto de uma conduta dolosa, não estará caracterizada a exceção.
Assim serão aplicados os crimes continuados em geral:
se o crime é cometido contra a mesma vítima, com ou sem violência ou grave ameaça, aplicar-se-á apenas uma pena, se idênticas, ou a mais grave, se diversas, aumentada, em qualquer caso, de um sexto a dois terços;
se os crimes são dolosos, contra vítimas diferentes, cometidos com violência ou grave ameaça, aplicar-se-á apenas uma das penas, se idênticas, ou a mais grave, se diversas, aumentada, em qualquer caso, até o triplo, com atenção a culpabilidade, antecedentes, conduta social, personalidade, motivos e circunstâncias do crime.
DOSIMETRIA DA PENA NO CONCURSO DE CRIMES:
concurso material – soma-se a pena;
concurso formal próprio: exasperação, isto é aplica-se a pena de um só dos crimes, a mais grave, se houver, sempre elevada até a metade. 
Concurso forma impróprio: (desígnios autônomos) adota-se o sistema do cúmulo material, somando-se a pena dos diversos crimes, como se fosse um concurso material;
Crime continuado: também utiliza-se o critério de exasperação, permitindo-se que se eleve até dois terços ou até o triplo se for específico.

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