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PARTE 2 Estudante de direito, amante dos estudos, empreendedor digital, criador do conteúdo no @legislandofacil, Márcio acredita que o método visual de estudos pode fazer qualquer pessoa compreender e memorizar matérias densas. Por isso busca construir materiais cada vez mais qualificados, para auxiliar os estudos de estudantes e profissionais do direito, que serão devidamente reconhecidos por seu maravilhoso trabalho na sociedade sobre o autor Dolo natural = consciência + vontade É um tipo de intenção criminosa em que o agente tem a intenção de praticar o crime de forma consciente e voluntária Ou seja, ele age com a finalidade específica de cometer o delito (TEORIA DA VONTADE) João planeja roubar um banco para obter dinheiro rápido. Ele estuda a rotina dos funcionários, identifica os horários de maior movimento e escolhe uma data para agir. No dia marcado, João entra na agência bancária com uma arma, anuncia o assalto e leva todo o dinheiro do caixa. Nesse caso, João agiu com dolo direto, pois s ua intenção era cometer o crime de roubo desde o início e ele executou t odas as etapas necessárias para alcançar seu objetivo. DETRO DO DOLO DIRETO TEMOS AINDA Dolo de 1º grau: abrange os fins e os meios escolhidos p/ produzir o resultado Dolo de 2º grau: ou dolo de consequências necessárias. O agente sabe que o meio es colhido gerará outros resultados inevitá veis (efeitos colaterais) Nesse caso, Maria agiu com dolo direto de primeiro grau, pois sua intenção era matar Joana de forma específica e ela agiu diretamente para realizar esse resultado É uma forma ainda mais intensa de intenção criminosa O agente tem como objetivo principal a realização do próprio resultado criminoso, sem a intenção de praticar outras ações que possam levar a esse resultado Maria tem uma grande rivalidade com Joana e deseja vingar-se dela. Para isso, Maria planeja matar Joana com um tiro certeiro na cabeça. Ela estuda a rotina de Joana, identifica seus horários e locais frequentados escolhe um momento em que Joana esteja sozinha em um lugar deserto Quando Joana aparece, Maria atira na cabeça dela e a mata instantaneamente É uma forma mais indireta de intenção criminosa O agente não tem como objetivo principal a realização do próprio resultado criminoso, mas age com consciência e vontade de que sua ação irá, necessariamente, causar o resultado criminoso. Pedro e seu amigo Rafael brigaram em uma festa e Pedro saiu do evento muito irritado. No caminho de volta para casa, Pedro encontra um revólver abandonado na rua e decide levar consigo para se proteger caso encontre novamente Rafael Dias depois, Pedro encontra Rafael em uma rua escura e, sem nenhum motivo aparente, atira nele várias vezes, causando sua morte Nesse caso, Pedro agiu com dolo direto de segundo grau, pois, embora seu objetivo principal não fosse matar Rafael, ele sabia que ao atirar nele iria causar um resultado criminoso inevitável. Ocorre quando o agente não tem a intenção direta de praticar o crime, mas prevê a possibilidade do resultado criminoso e, mesmo assim, assume o risco de produzi-lo. Ovaldo bebeu todas e ficou muito embriagado Mesmo sabendo que sua capacidade de dirigir está comprometida pelo álcool, ele assume o risco de causar um acidente de trânsito e ferir outras pessoas. Mesmo que Ovaldo não tenha a intenção direta de ferir alguém, sua conduta é considerada dolosa, uma vez que ele prevê a possibilidade de causar danos e assume esse risco ao dirigir embriagado. Se, de fato, o motorista causar um acidente e ferir alguém, ele pode ser responsabilizado pelo crime de lesão corporal dolosa, mesmo que não tenha tido a intenção direta de causar o dano. Ocorre quando a vontade do agente se dirige a um ou outro resultado Juvenal ao tentar roubar uma joalheria acaba matando um segurança durante a ação Embora o Juvenal não tivesse a intenção direta de matar o segurança, sua conduta é considerada dolosa, pois ele assumiu o risco de produzir o resultado ao praticar o assalto. é aquele em que o agente não tem a intenção de produzir o resultado danoso, mas assume o risco ao praticar uma conduta dolosa, e o resultado acaba sendo mais grave do que o esperado. Paulo teve um desentendimento com João, e planeja uma forma de dar uma lição nele.... Ele quer dar apenas um susto em João disparando alguns tiros contra ele para no máximo feri-lo... Durante a execução de seu plano, Paula acaba atingindo um artéria vital de João... Ao atingir a artéria de João ele perde muito sangue de forma rápida e morre... Nesse caso, Paulo praticou uma conduta dolosa (disparar uma arma), mas não tinha a intenção de causar a morte da vítima. Paulo assumiu o risco ao praticar a conduta dolosa, e acabou causando um resultado mais grave do que o esperado, configurando assim o crime preterdoloso de homicídio doloso. Paulo poderá ser responsabilizado pelo crime de homicídio doloso, mesmo que não tenha tido a intenção direta de matar a vítima, pois ele assumiu o risco ao praticar a conduta dolosa que causou a morte. Inobservância de um dever de cuidado objetivo que se manifesta por imprudência, negligência ou imperícia IMPRUDÊNCIA: Atitude precipitada, sem a devida ponderação, de forma afoita, perigosa. Cleiton dirige em alta velocidade em uma área residencial, desrespeitando os limites de velocidade e colocando em risco a vida dos pedestres e outros motoristas. Em um determinado momento, ele acaba atropelando uma pessoa que atravessava a rua na faixa de pedestres. Nesse caso, a imprudência do motorista ao dirigir em alta velocidade e desrespeitar as normas de trânsito é a causa do acidente e do atropelamento da vítima. NEGLIGÊNCIA: Ausência de precaução; deixar de fazer o devido. O motorista não teve a intenção de atropelar a pessoa, mas sua conduta imprudente foi determinante para o resultado danoso. Certo médico, por falta de atenção ou descuido, não realizou um exame completo em um paciente e acabou deixando de diagnosticar uma doença grave. O paciente, por sua vez, ficou sem o tratamento adequado e o quadro de saúde piorou significativamente. Nesse caso, a negligência do médico em não realizar o exame completo e deixar de diagnosticar a doença é a causa da piora do quadro de saúde do paciente. Embora não tivesse intenção de causar danos ao paciente, sua conduta negligente foi determinante para o resultado danoso. IMPERÍCIA: Inaptidão p/ o exercício de arte ou ofício. Desconhecimento de regra técnica profissional . Necessário que o fato seja praticado no exercício de atividade profissional Certo engenheiro, por falta de habilidade ou capacitação, elaborou um projeto de construção de um prédio que não atende às normas de segurança e acabou desabando, causando mortes e ferimentos graves. 2. CULPA PRÓPRIA INCONSCIENTE: Quando o agente não prevê o resultado Clara não tinha a intenção de causar danos à vítima, mas sua falta de atenção e distração foi determinante para o resultado danoso. Ele não tinha consciência de que estava colocando a vida da vítima em risco ao ultrapassar o sinal vermelho. CULPA PRÓPRIA: O agente não quer o resultado criminoso. PODEM SER DE DUAS FORMAS: 1.CULPA PRÓPRIA CONSCIENTE: Quando o agente prevê o resultado como possível, mas acredita que este não irá ocorrer Ovaldo bebeu todas e ficou muito embriagado Mesmo sabendo que sua capacidade de dirigir está comprometida pelo álcool, ele assume o risco e causa um acidente de trânsito levando a vitima a ter ferimentos graves. Nesse caso, Ovaldo pode ser responsabilizado por culpa própria consciente no direito penal, uma vez que ele tinha plena consciência da gravidade da sua conduta e mesmo assim assumiu o risco de causar um acidente.Clara, por falta de atenção e distração, ultrapassou o sinal vermelho e acabou atropelando uma pessoa que atravessava a rua na faixa de pedestres. CULPA IMPRÓPRIA: O agente quer o resultado, mas, por erro inescusável, acredita que está amparado por excludente de ilicitude ou de culpabilidade. Silvio ver um homem vindo em sua direção e mandando ele ficar parado, acredita ser um assalto e dispara contra o homem. Porém era um policial apaisana fazendo uma abordagem. Nesse caso, Silvio não tinha a intenção de matar o policial, mas agiu de forma imprudente e sem a devida diligência ao atirar em alguém que se aproximou dele. Ele acreditava estar agindo em legítima defesa Conduta voluntária; Inobservância do dever objetivo de cuidado; Resultado naturalístico involuntário; Nexo causal Tipicidade Previsibilidade objetiva ELEMENTOS DO CRIME CULPOSO: Descriminante putativa por erro de fato ERRO SOBRE ELEMENTO CONSTITUTIVO DO TIPO PENAL ERRO DE TIPO PERMISSIVOAMBOS EXCLUEM O DOLO INEVITAVEL/EXCUSÁVEL EVITAVEL/INEXCUSÁVEL Pode ocorrer também nos crimes omissivos impróprios, quando o agente, por erro, desconhece sua condição de garantidor no caso concreto. Ex: mãe que presencia o estupro da filha, mas nada faz, pois, por erro, não verificou tratar se de sua filha na situação Erro sobre a existência fática de um dos elementos que compõem o tipo pena Lua por desconhecimento ou engano, acredita que está comprando uma pintura original de um artista famoso, mas na verdade está adquirindo uma falsificação. Ela não tem a intenção de cometer nenhum crime, mas seu desconhecimento sobre a autenticidade da obra a leva a agir de forma equivocada. CONCEITO: FALSA PERCEPÇÃO DA REALIDADE, QUE LEVA O AGENTE A PRATICAR UM FATO TÍPICO POR EQUÍVOCO. Lúcia, na madrugada, escuta alguém arrombando a porta e acredita ser um ladrão, então, no escuro, sem enxergar nada, pega a arma do marido e atira contra o individuo o matando. Mas era apenas seu marido que tinha esquecido as chaves de casa... (legitima defesa putativa) exclui também a culpa punição por culpa, se prevista OB SE RV AÇ ÃO Elemento que faria surgir seu dever de agir Não confunda erro de tipo com com erro de proibição! Esse ocorre quando o agente comete o delito por achar que a conduta não é proibida Doutrina majoritária: responde pela conduta efetivamente praticada (independentemente da coisa visada) ERRO NA EXECUÇÃO (ABERRATIO ICTUS) ocorre quando o agente, ao praticar uma conduta, atinge um objeto ou pessoa diferente do que pretendia atingir, sem que isso altere a natureza do crime praticado. o agente que, ao disparar uma arma para matar uma pessoa, acaba atingindo outra pessoa que não era o alvo. Resultado único (unidade simples): Apenas a pessoa errada é atingida. Responde como se tivesse atingido a pessoa pretendida. Resultado duplo (unidade complexa): O agente atinge a pessoa errada + a pessoa pretendida. Responde pelos 2 crimes em concurso formal ERRO SOBRE O OBJETO (ERROR IN OBJECTO) Quando o agente comete um crime acreditando estar agindo sobre um objeto específico, mas, na verdade, se engana quanto à natureza ou qualidade do objeto. alguém que furta um objeto acreditando ser de ouro, mas, na verdade, é de latão. ERRO SOBRE A CAUSA (ABERRATIO CAUSAE) Quando o agente comete um crime acreditando que está agindo por uma determinada causa, mas na verdade se engana quanto a essa causa. um manifestante que destrói um prédio acreditando que este é propriedade de uma empresa que pratica maus tratos aos animais, mas na verdade pertence a outra pessoa que não tem nada a ver com o caso. ERRO SOBRE A PESSOA (ERROR IN PERSONA) quando o agente comete um crime acreditando estar atuando contra uma pessoa, mas na verdade se engana quanto à identidade da vítima. Doutrina majoritária: responde pelo crime originalmente previsto homem mata outra pessoa achando que se trata de seu rival, mas na verdade é outra pessoa que está usando roupas parecidas. pessoa visada, coisa atingida: responde pelo dolo em relação à pessoa (tenta tiva de homicídio ou lesões corporais Resultado único (unidade simples): coisa visada, pessoa atingida: responde apenas pelo resultado ocorrido em relação à pessoa (a título de culpa) Resultado duplo (unidade complexa): o agente atinge o alvo (coisa ou pessoa) + a coisa (ou pessoa) não pretendida O agente pretendia atingir um bem jurídico, mas, por erro, atinge outro de natureza diversa ERRO QUANTO AO RESULTADO (ABERRATIO DELICTI) Tico e Teco se desentendem, e Tico desfere um tiro em Teco na rua No entanto, Teco cai no chão, e o tiro acerta um poste de luz da rua Nesse caso, o agente errou quanto ao resultado esperado, acreditando que acertaria Teco, por isso responde por tentativa de homicídio ou dano corporal Imagine que um indivíduo, ao atirar em um objeto que está sobre uma mesa, acredita que não há ninguém por perto e que a bala não atingirá ninguém. No entanto, na hora do disparo, uma pessoa passa na frente do objeto e é atingida pela bala. Nesse caso, embora o agente tenha tido a intenção de atingir apenas o objeto, ele acabou atingindo uma pessoa. Imagine que um indivíduo, ao colocar uma bomba em um prédio com o objetivo de danificar somente a estrutura do prédio Porém, ao explodir a bomba acaba causando a morte de várias pessoas que estavam dentro do edifício. Colisão (conflito de interesses) entre 2 bens jurídicos. O estado de necessidade ocorre quando alguém pratica uma conduta que seria considerada criminosa para evitar um mal maior. Imagine que uma pessoa está dirigindo em uma estrada deserta De repente vê um carro capotado e pegando fogo no acostamento. As chamas aumentam e a pessoa percebe que o motorista está preso às ferragens e em perigo de morrer queimado. Ela quebra o vidrodo carro e retira a pessoa de dentro. Nessa situação, a pessoa agiu em estado de necessidade, pois a conduta de danificar o veículo para retirar o motorista em perigo foi necessária para evitar um mal maior (a morte do motorista). Assim, a pessoa não será responsabilizada por danos ao veículo, já que agiu em estado de necessidade. REQUISITOS não ter sido criada voluntariamente pelo agente; ser atual; ser conhecida pelo agente; estar expondo a risco de lesão bem jurídico próprio ou de terceiro; o agente nao pode ter o dever jurídico de enfrentar o perigo A situação de perigo deve: A conduta d o agente precis a ser inevitável e proporciona PODE SER: real: a situação de perigo efetivamente existe; putativa: a situação de perigo é imaginada pelo agente Estado de necessidade recíproco: possível, desde que ambos nao tenham criado a situação de perigo. O CP adota a teoria unitária: o bem protegido deve ter valor igual ou maior do que o sacrificado. Se o valor do bem protegido for menor, haverá crime, mas o agente terá sua pena diminuída de 1/3 a 2/3. Ocorre quando alguém age para proteger a si mesmo ou a outra pessoa de uma agressão injusta e atual, com o objetivo de repelir a agressão. Pode ser real ou putativa É possível a legítima defesa sucessiva imagine que uma pessoa está caminhando na rua quando é abordada por um assaltante armado, que anuncia o roubo. Nesse caso, se a vítima se defende usando a mesma violência ou ameaça de violência que o agressor, com o objetivo de repelir a agressão, ela está agindo em legítima defesa. REQUISITOS agressão (injusta, atual ou iminente, contra direito próprio ou alheio) reação proporcional (uso moderado dos meios necessários) conhecimento da situação justificante Não cabe legítima defesa real em face de qualquer excludente de ilicitude real. Cabe legítima defesa real em face de legítima defesa putativa Considera-se em legítima defesa o agente de segurança pública que repele agressão ou risco de agressão a refémdurante a prática de crimes Assim, se a vítima consegue se desarmar e imobilizar o agressor, sem ultrapassar os limites necessários para a defesa, ela não comete crime algum. Não está expressamente previsto no CP. P/ a doutrina: é causa supralegal de exclusão da ilicitude (a depender do caso). imagine que um lutador de boxe esteja em uma luta e acerte um golpe que causa lesões em seu oponente. o bem jurídico deve ser próprio e disponível; consentimento (válido, prévio ou concomitante com a conduta). REQUISITOS Dever legal: a lei (em sentido amplo) estipula uma obrigação de agir. um policial em uma perseguição a um criminoso em fuga pode ultrapassar o limite de velocidade permitido e até mesmo dirigir na contramão para alcançar o veículo do suspeito. O agente pratica a conduta exercendo um direito que lhe pertence. OBS: se cometer excessos, não será regular um jornalista pode publicar uma reportagem que revela informações importantes sobre uma pessoa ou uma empresa, mesmo que isso possa prejudicar a reputação ou os negócios da empresa em questão. ele está exercendo seu direito à liberdade de imprensa e informação. Se voluntária ou culposa = imputável. Se acidental, mas apenas parcial = imputável + redução de pena de 1/3 a 2/3. Se preordenada = imputável + agravante. Se patológica = pode excluir a imputabilidade Embriaguez completa proveniente de caso fortuito ou força maior: quando a pessoa comete um crime após ter sido involuntariamente embriagada. Embriaguez patológica: quando a pessoa possui doença alcoólica crônica que a impossibilita de compreender o caráter ilícito do fato Se parcial -> semi- imputabilidade. = imputável + redução de pena de 1/3 a 2/3 A pena Pode ser convertida em medida de segurança se houver periculosidade concreta Doença mental, desenvolvimento incompleto ou retardado: quando a pessoa possui deficiência ou doença mental que a impossibilita de compreender o caráter ilícito do fato Menoridade: quando a pessoa é menor de 18 anos, que é a idade mínima para a responsabilidade criminal no Brasil. Medida socioeducativa (ECA) Juízo de reprovabilidade acerca da conduta do agente IMPUTABILIDADE PENAL Capacidade mental de entender o caráter ilícito da conduta e de comportar-se conforme o direito Causas de inimputabilidade (excluem a culpabilidade): A pessoa nessa condição pode ser responsabilizada civilmente, mas não criminalmente. Quando não conhece -> erro de proibição. Se evitável = reduz a pena de 1/6 a 1/3. Se inevitável = exclui a culpabilidade. Necessidade de que o agente pudesse agir de outro modo Um indivíduo que é ameaçado por um criminoso armado e, em legítima defesa, acaba matando o agressor. Coação moral irresistível (vis compulsiva): quando uma pessoa coage outra a praticar o crime, sob a ameaça de lhe fazer algum mal grave Um indivíduo que é sequestrado e mantido refém por um grupo criminoso, que o força a cometer um roubo sob ameaça de matar sua família Obediência hierárquica: o agente pratica o fato em cumprimento a ordem proferida por superior hierárquico Um policial que recebe uma ordem de seu superior hierárquico para invadir a casa de um suspeito sem mandado judicial, o que configura uma violação à Constituição e à legislação brasileira. Possibilidade de o agente, de acordo com suas características, conhecer o caráter ilícito do fato POTENCIAL CONSCIENCIA DA ILICITUDE Um indivíduo que rouba uma loja sabendo que é errado, mas que acredita que precisa fazer isso para conseguir dinheiro para alimentar sua família. EXIGIBILIDADE DE CONDUTA DIVERSA Embora tenha agido em legítima defesa, o indivíduo pode ser questionado se havia outras opções viáveis, como tentar desarmar o criminoso sem matá-lo, ou buscar ajuda da polícia ou de outras pessoas para controlar a situação. Hipóteses de inexigibilidade (excluem a culpabilidade): Se imposta pena de reclusão a um crime e de detenção a outro, executa-se 1º a de reclusão. Penas restritivas de direito podem ser cumpridas simultaneamente, se compatíveis. Só cabe sursis processual se a soma das penas mínimas de todos os crimes for < 1 ano Se a um dos crimes for aplicada pena privativa de liberdade (não suspensa), aos demais será incabível substituir pena privativa de liberdade por restritiva de direitos. CONCURSO MATERIAL (REAL) Pluralidade de condutas + Pluralidade de crimes ocorre quando um agente pratica duas ou mais condutas diferentes, que causam resultados também distintos e autônomos, gerando, assim, a prática de mais de um crime. um assaltante, durante uma ação criminosa, rouba uma loja em seguida, atropela uma pessoa e bate em uma arvore ao tentar fugir com o veículo roubado Nesse caso, o agente praticou duas condutas distintas: o roubo e o atropelamento, cada uma causando um resultado autônomo e distinto: a subtração de bens e a lesão corporal causada pela colisão. Sistema adotado: cúmulo material CONCURSO FORMAL (IDEAL) Unidade de condutas + Pluralidade de Crimes Ocorre quando um agente pratica uma conduta que viola mais de um tipo penal. Perfeito (próprio): quando os resultados derivam de um único desígnio um indivíduo que, durante uma discussão em um bar, saca uma arma e efetua disparos contra um grupo de pessoas, causando uma morte Sistema adotado: exasperação (pena de um dos crimes, ou a mais grave, se diferentes, aumentada de 1/6 até 1/2) Tipo penal-> Homicídio, e tentativa de homicídio pelos disparos que n'ao resultaram em morte O sistema de exasperação não será aplicado se o cálculo pelo cúmulo material for mais benéfico Concurso material/formal: Homogêneo: crimes da mesma espécie. Heterogêneo: crimes de espécies diferentes CONCURSO FORMAL (IDEAL) continuação... Imperfeito (impróprio): quando há desígnios autônomos (o agente tem consciência e vontade de praticar mais de um crime através de uma só conduta). com a intenção de roubar um banco, um individuo coloca uma bomba no local para intimidar os funcionários. Sistema adotado: cúmulo material. CRIME CONTINUADO Pluralidade de condutas + Pluralidade de crimes da mesma espécie (considerados como um único crime - Teoria da ficção jurídica) um ladrão que, em um único dia, arromba e furtar várias lojas na mesma rua. Nesse caso, o agente cometeu vários crimes de furto em sequência e em condições semelhantes, com um único objetivo de enriquecimento ilícito. Sistema adotado: exasperação Crime continuado comum: pena de um dos crimes (ou a + grave, se diferente) aumentada de 1/6 a 2/3. Crime continuado específico: pena de um dos crimes (ou a + grave, se diferente) aumentada até o triplo. CRIME CONTINUADO ESPECÍFICO: Crimes dolosos com violência ou grave ameaça à pessoa, cometidos contra vítimas diferentes. Pluralidade de condutas; Pluralidade de crimes da mesma espécie; Condições semelhantes de tempo, lugar, modo de execução e outras REQUISITOS OBS: doutrina e jurisprudência majoritárias acrescentam a unidade de desígnios como um requisito subjetivo (teoria objetivo-subjetiva). A lei penal mais grave aplica-se ao crime continuado, se a sua vigência é anterior à cessação da continuidade. (Súm. 711, STF) OBSERVAÇÕES No caso de concurso de crimes, a extinção da punibilidade incidirá sobre a pena de cada As penas de multa serão aplicadas distinta e integralmente (cúmulo material) p/ corrente majoritária, essa regra não se aplica ao crime continuado Ajuste Determinação Instigação Auxílio Considera-se adotada a Teoria do Domínio do Fato p/ casos de autoria mediata Autor mediato = comete o fato punível por meio de outra pessoa, usada como seu instrumento CONCEITO Também conhecido como coautoria ou participação criminosa, é uma das formas de autoria previstas no direito penal. Ocorre quando duas ou mais pessoas se associam para praticar umcrime, contribuindo cada uma com uma parte da conduta delitiva. CASOS DE IMPUNIBILIDADE Não são puníveis se o crime não chega, pelo menos, a ser tentado. salvo disposição em contrário COMUNICABILIDADE DAS CIRCUNSTÂNCIAS É uma característica que consiste na possibilidade de as circunstâncias do crime serem comunicadas a todos os envolvidos, mesmo que apenas um deles tenha conhecimento ou intenção de praticá-las. As circunstâncias e as condições de caráter pessoal não se comunicam, salvo quando elementares do crime (art. 3 Dois amigos decidem roubar uma joalheria. Um deles, que tem experiência com crimes dessa natureza, é quem planeja toda a ação criminosa e comunica as circunstâncias do crime ao outro envolvido. Durante a ação, o segundo envolvido acaba atirando em um segurança da loja, causando sua morte. Nesse caso, as circunstâncias do crime - roubo e homicídio - são comunicáveis a ambos os envolvidos, mesmo que apenas um deles tenha planejado o roubo apenas um o homicídio. João, Pedro e Maria decidiram assaltar um banco. João ficou responsável por conseguir as armas Pedro por escolher o carro de fuga Maria por levantar informações sobre o banco. Durante o assalto, João disparou contra um segurança, matando-o, e Pedro dirigiu o carro de fuga em alta velocidade, atropelando um pedestre que atravessava a rua, causando sua morte. Nesse caso, os três envolvidos no crime podem ser considerados autores do homicídio e do atropelamento, mesmo que não tenham praticado diretamente as ações. Ana e Bruno decidiram assaltar uma joalheria. Bruno entrou na loja armado e exigiu que a funcionária entregasse as joias, enquanto Ana esperava do lado de fora com um carro para a fuga. COMUNICABILIDADE DAS CIRCUNSTÂNCIAS (CONT..) Doutrina: adotamos a teoria da acessoriedade limitada em relação à punição do partícipe Durante o assalto, a funcionária tentou reagir e Ana acabou atirando nela, causando sua morte. Assim, pela Teoria da Acessoriedade Limitada, Ana só pode ser punida pelos crimes de roubo e associação criminosa, já que ela tinha conhecimento da intenção de Bruno de cometer o assalto, mas não tinha conhecimento da arma ou do homicídio. MODALIDADES O CP adota o conceito restritivo de autor e a teoria objetivo-formal Coautoria: Autor/coautor é aquele que realiza a conduta descrita no núcleo do tipo penal. Participação: Partícipe é aquele que colabora p/ a prática delituosa, mas não pratica a conduta descrita no núcleo do tipo penal. Conduta acessória: Punível por adequação típica mediata. REQUISITOS Pluralidade de agentes; Liame subjetivo: é necessário que haja aderência entre uma vontade e outra (prévia ou durante a execução). Relevância causal da colaboração; Unidade de infração penal ou identidade de fato: todos os colaboradores devem contribuir p/ o mesmo evento; Existência de fato punível (princípio da exterio ridade): o crime deve ser, pelo menos, tentado NATUREZA Teoria Monista: todos os que colaboram na prática delitiva respondem pela mesma infração. Teoria Dualista: coautores respondem por uma infração e partícipes por outra. Teoria Pluralista: cada colaborador deve responder por um crime próprio (diverso) Art. 29, CP: Quem, de qualquer modo, concorre p/ o crime incide nas penas a este cominadas, na medida de sua culpabilidade. O CP adota a Teoria Monista mitigada/temperada: previsão expressa da conduta de cada colaborador em crime autônomo; ou cooperação dolosamente distinta Exceções à Teoria Monista: Se algum dos concorrentes quis praticar crime menos grave, ser-lhe-á aplicada a pena deste. Aumentada ATÉ a metade se o resultado + grave era previsível. Súm. 269, STJ: é admissível regime semiaberto p/ reincidentes condenados a pena igual ou inferior a 4 anos se favoráveis as circunstâncias judiciais. Súm. 718, STF: a gravidade abstrata do crime não é motivação idônea p/ fixar regime mais severo do que o permitido segundo a pena aplicada MODALIDADES Reclusão Detenção Prisão simples Qualquer regime inicial Qualquer regime inicial semiaberto ou aberto Somente para contravenções REGIMES DE CUMPRIMENTO 1.SEMIABERTO Exame criminológico inicial (p/ o STJ é facultativo). Trabalho em comum diurno em colônia agrícola, industrial ou similar. Admissível (qualquer) trabalho externo e frequência em cursos (profissionalizantes, de 2º grau ou superior) 2.ABERTO Exame criminológico inicial (p/ o STJ é facultativo). Trabalho em comum diurno em colônia agrícola, industrial ou similar. Admissível (qualquer) trabalho externo e frequência em cursos (profissionalizantes, de 2º grau ou superior) P/ não reincidente / pena superior a 4 anos e inferior a 8 anos 3.FECHADO Exame criminológico inicial (p/ o STJ é facultativo). Trabalho diurno e repouso isolado à noite. Trabalho em comum dentro do estabelecimento (admissível trabalho externo em obras públicas). Estabelecimento de segurança máxima ou média. Para pena superior a 8 anos não reincidente / pena igual ou inferior a 4 anos JURISPRUDÊNCIA OBS: O exame criminológico embasa a classificação do condenado para individualização da execução A pena será executada de forma progressiva, segundo o mérito do condenado, ressalvada a hipótese de regressão. FECHADO-SEMIABERTO-ABERTO OBERVAÇÕESOBERVAÇÕES Progressão condicionada à reparação do dano ou à devolução do produto do crime, p/ condenados por crime contra a adm. pública TRABALHO DO PRESO É obrigatório. Recusa injustificada = falta grave. Será remunerado. São garantidos os benefícios da Previdência Social. DIREITOS DO PRESO Todos os direitos não atingidos pela perda da liberdade. Inclusive integridade física e moral. SUPERVENIÊNCIA DE DOENÇA MENTAL Antes do início do cumprimento da pena: o condenado deve ser recolhido a hospital de custódia e tratamento psiquiátrico (Ou, à falta, a outro estabelecimento adequado). Fechado Semiaberto Aberto Mulheres Após o início do cumprimento da pena: o Juiz da execução poderá subs tituir a pena por medida de segurança (art. 183, LE A fixação, em concreto, do regime inicial considerará: Reincidência; Quantidade da pena; Circunstâncias judiciais. DETRAÇÃO Computa-se na pena ou na medida de segurança o tempo que o condenado permaneceu preso proviso riamente, administrativamente ou internado nos es tabelecimentos psiquiátricos. MULHERES Cumprem pena em estabelecimento próprio, observando-se os deveres e direitos ine rentes à sua condição pessoal.
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